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Esparta: Tradição Militar e Estrutura Social

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Esparta 
 
Introdução 
Por sua tradição militar e importância histórica, a cidade-
estado de Esparta é considerada uma das mais relevantes 
para a compreensão da Antiguidade na Grécia. 
Foi fundada no século IX a.C. por dórios, um dos povos indo-
europeus que migraram para a península balcânica naquele 
período, após a expulsão dos aqueus daquela região. 
Esparta estava localizada na península do Peloponeso, mais 
especificamente na planície da Lacônia, uma área de terras 
férteis, algo que não era comum na Grécia. Ao contrário do 
que ocorria na maioria das cidades-estados gregas, os 
espartanos baseavam sua economia na agricultura, e por isso 
expandiram pouco o comércio e a manufatura. 
A ênfase na atividade agrícola e o baixo desenvolvimento do 
comércio contribuíram para que Esparta 
ficasse relativamente isolada das demais cidades-estados. 
Essa característica, associada à própria tradição guerreira 
dos dórios, contribuiu para a formação de uma 
sociedade altamente militarizada, com hierarquias sociais 
rígidas, e quase nenhuma afeição por imigrantes. 
Estrutura social e política 
Os moradores de Esparta estavam divididos basicamente em 
três grupos sociais: 
 Esparciatas ou espartanos – principal grupo na 
hierarquia social, os espartanos eram descendentes dos 
dórios e formavam a aristocracia da cidade, ou seja, eram 
os grandes proprietários de terras. Exerciam as funções 
administrativas e militares na cidade-estado. 
 Periecos – Trabalhadores livres, mas sem direitos 
políticos. Em geral, exerciam funções ligadas ao comércio 
e pagavam impostos. 
 Hilotas – pessoas submetidas ao regime de servidão. Não 
possuíam direitos políticos e eram considerados 
propriedade do Estado. Os hilotas viviam em péssimas 
condições e, muitas vezes, eram vítimas de massacres por 
parte dos espartanos para evitar rebeliões. 
A partir dessa divisão, a sociedade espartana se estruturava 
em um sistema oligárquico, ou seja, comandado por um grupo 
restrito de pessoas, vinculado à posse das terras e ao poder 
militar. 
O principal órgão político, administrativo e judiciário de 
Esparta era o “Conselho de Anciãos”, também chamado de 
Gerúsia, composto por 28 gerontes com mais de 60 anos de 
idade e que já haviam cumprido suas obrigações militares, 
associados a um colegiado de cinco magistrados (éforos), e 
dois reis (diarquia), que exerciam funções militares, 
judiciárias e religiosas. 
Militarização 
Em virtude de sua estrutura social, Esparta era uma cidade-
estado extremamente militarizada, algo que fazia parte da 
educação comandada pelo Estado. 
 
Escultura de guerreiro espartano 
Os recém-nascidos que apresentavam alguma deficiência 
física eram sacrificados, pois os espartanos acreditavam que 
eles não poderiam cumprir com suas funções militares. 
Por volta dos oito anos de idade, os meninos deixavam suas 
famílias e passavam a receber treinamento militar do Estado, 
em uma jornada que envolvia pesados treinamentos físicos e 
de táticas de guerra, e que durava cerca de dez anos. Dessa 
forma, dos 18 aos 60 anos, quando eram dispensados do 
serviço militar para ocupar outras funções 
administrativas, todos os espartanos faziam parte do exército. 
Aos 20 anos de idade adquiriam os direitos de cidadão, e 
deveriam se casar até os 30. Por sua vez, embora não tivessem 
funções militares, as mulheres de Esparta também eram 
educadas desde a infância para serem esposas de guerreiros. 
Guerra do Peloponeso e decadência 
Esparta viveu seu auge entre os séculos VI e V a.C., e, com o 
fim das Guerras Médicas (499 e 449 a.C.) entre gregos e 
persas, viu acirrar sua rivalidade com Atenas, cidade-estado 
que ocupava uma posição hegemônica na Grécia. 
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Enquanto Atenas liderava um grupo de cidades-estados 
chamado “Liga de Delos”, Esparta criou, como contraponto, 
a Liga do Peloponeso. O acirramento dos conflitos entre as 
póleis gregas resultou na Guerra do Peloponeso (431 a 404 
a.C.), opondo principalmente Atenas e Esparta. 
Após longos anos de conflito, os espartanos conseguiram a 
vitória e impuseram sua hegemonia sobre a Grécia, 
dissolvendo a Liga de Delos. Essa hegemonia chegou a ser 
contestada novamente por Atenas, que voltou a se impor como 
dominante por um breve período, mas posteriormente foi 
derrotada pela cidade-estado Tebas. 
A imensa fragilidade das cidades-estados gregas, provocada 
por anos de conflitos, facilitou a invasão da Grécia por Filipe 
II, rei da Macedônia, no século IV a.C., que acabou 
eliminando a autonomia das cidades-estados. 
 
Exercícios 
1 - Em relação à sociedade espartana, assinale a opção que 
NÃO corresponde à camada social dos hilotas. 
A - Constituíam a massa de população vencida, subjugada e 
pertencente ao Estado. 
B - Enquanto força-de-trabalho, eram expropriados pelos 
espartanos. 
C - Cultivavam a terra com os seus instrumentos de trabalho, 
pagando uma renda fixa em espécie. 
D - Como prevenção de revoltas e frente ao perigoso 
aumento demográfico que apresentavam, sofriam regularmente os 
“kriptios”, formas de repressão e extermínio realizados por jovens 
espartanos. 
E - Desenvolviam atividades mercantis que lhes 
possibilitavam acumular pequenas fortunas com as quais 
compravam títulos de cidadania. 
Resolução 
E 
Os hilotas trabalhavam em regime de servidão, geralmente em 
atividades ligadas à agricultura. Eram considerados 
propriedade do Estado, sofrendo com a repressão e os 
massacres promovidos pelos espartanos para conter revoltas e 
seu crescimento demográfico. Dessa forma, a alternativa 
incorreta é a E. 
2 - Foram características econômicas e sociais da cidade-
Estado Esparta, no período Arcaico: 
A - a posição do indivíduo na comunidade era definida pelo 
seu grau de parentesco com o patriarca e sua economia era 
natural e coletivista. 
B - as classes sociais ligadas ao comércio, ao mesmo tempo 
que adquiriam maior poder econômico, procuravam ampliar seu 
domínio social. 
C - a existência de uma oligarquia aristocrática, que 
monopolizava o poder militar, político e religioso, culturalmente 
arcaica, sem atividades mercantis. 
D - a proibição da escravidão por dívidas pela oligarquia 
dominante estimulou a vinda para a cidade de artesãos 
estrangeiros, a fim de promover o comércio e atividades culturais. 
E - cidade marítima dominada por camponeses proprietários 
de minifúndios, que permitia aos estrangeiros, Metecos, a 
realização de atividades culturais. 
Resolução 
C 
A sociedade espartana era governada por uma aristocracia, 
cujo poder estava vinculado à propriedade da terra e ao 
militarismo. Ao contrário de outras cidades da Grécia, como 
Atenas, Esparta baseava sua economia na agricultura e pouco 
desenvolveu o comércio e o intercâmbio cultural. 
3 - A Guerra do Peloponeso (431 a.C. - 404 a.C.), que teve 
importância fundamental na evolução histórica da Grécia 
Antiga, resultou, entre outros fatores, de 
A - um confronto econômico entre as cidades que formavam 
a Confederação de Delos. 
B - um esforço da Pérsia para acabar com a influência grega 
na Ásia Menor. 
C - um conflito entre duas ideologias: Esparta, oligárquica, e 
Atenas, democrática. 
D - uma manobra de Esparta para aumentar a sua 
hegemonia marítima no mar Egeu. 
E - uma tentativa de Atenas para fracionar a Grécia em 
diversas cidades-estados 
Resolução 
C 
A Guerra do Peloponeso se iniciou após as Guerras Médicas 
(entre gregos e persas), e opôs principalmente Esparta, 
governada por um regime oligárquico, e Atenas, com um 
regime democrático

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