Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 Histórico da psicologia da educação........................................................ 6 Psicologia da Educação: Aprendizagem Informal e Formal..................... 7 A contribuição da psicologia da educação ............................................... 8 Escolas Psicológicas ............................................................................. 11 Teorias Atuais ........................................................................................ 13 Educação inclusiva e psicologia: aproximações necessárias ................ 14 Das “velhas” às “novas” tecnologias aplicadas à educação .................. 16 Qual o lugar da Psicologia da Educação na era das TDIC? .................. 20 A educação como fonte de conhecimento para a psicologia ................. 21 A competência técnica e o compromisso político em Psicologia da Educação ......................................................................................................... 27 Autores .................................................................................................. 31 CONCLUSÃO ........................................................................................ 32 REFERENCIAS ..................................................................................... 34 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO A psicologia da educação é um dos pontos fundamentais do âmbito do conhecimento, da elaboração teórica, da pesquisa empírica e da atuação profissional, a qual nos referimos com o título de Psicopedagogia. A finalidade principal da psicologia da educação é utilizar e aplicar os conhecimentos, os princípios e os métodos da psicologia para a análise e o estudo dos fenômenos educativos, Por esse motivo, a sua origem e a sua evolução são inseparáveis tanto da origem e da evolução da psicologia científica como da evolução das práticas educativas, das funções que lhes são atribuídas socialmente e da sua vinculação a outras áreas da atividade humana. A psicologia da educação está situada em um espaço intermediário, por um lado, entre as exigências epistemológicas da psicologia científica, com as suas coordenadas teóricas, conceituais e metodológicas, e, por outro, entre as exigências de uma ação prática, inseridas em algumas coordenadas sociais, políticas, econômicas e culturais que lhe dão sentido. A importância da Psicologia no processo educacional é tão evidente quanto polêmica. Não é sem razão que, em dado momento histórico, apenas esta ou aquela abordagem, de acordo com o prestígio alcançado, constitui preferência. Foi a partir da década de 1980 do século XX que se iniciou um movimento de análise crítica da atuação do psicólogo escolar, a fim de que fosse possível a consideração dos processos desenvolvidos na instituição escolar. Os “problemas de aprendizagem” passaram a ser vistos como um fenômeno complexo, constituído socialmente, cuja análise deve abarcar os aspectos históricos, econômicos, políticos e sociais. A base teórico-filosófica da teoria crítica constitui-se no Materialismo Histórico dialético formulado por Karl Marx. Torna-se fundamental, neste momento, ressaltarmos que o marxismo não é uma teoria já superada. Meira 4 (2000) nos fala sobre a atualidade dessa perspectiva, ressaltando a presença do período histórico analisado por Marx, o capitalismo. Nesta perspectiva, o homem é visto como um ser que, a partir da sustentação biológica que nos constitui como seres humanos, tem nas relações sociais de que tomam parte ao longo do tempo a possibilidade de se construir juntamente com outros homens, na medida em que constrói as formas de satisfação de suas necessidades numa relação dialética. Bock (1997) acrescenta que, para os psicólogos que adotam uma postura sócio histórica, o fenômeno psicológico é também construído a partir das relações do homem numa topografia e sociedade específicos num momento histórico específico. A educação e, mais especificamente, a educação escolar são compreendidas como instâncias fundamentais no processo de socialização do conhecimento produzido pela humanidade. E, por conseguinte, as relações escola sociedade devem ser “pensadas por contradição”, no sentido de que “se o fato educativo é um politikum e um social, consequentemente, é também verdadeiro que toda situação política e social determina sensivelmente a educação” (Manacorda, 1989 apud Tanamachi, 1997). Quando analisamos o fenômeno educacional, é fundamental levarmos em conta que a realidade educacional é determinada por múltiplos fatores. Ao psicólogo é lançado o desafio de superar a visão técnica/clínica que sempre embasou sua atuação, passando a atuar politicamente, ou seja, “atuar e refletir politicamente com os indivíduos para conscientizar-se junto com eles das reais dificuldades da sua sociedade” (Freire, 1983). O rompimento com o modelo clínico de atuação implica, conforme Ragonesi (1997), entre outras coisas, em romper com a separação entre as atividades de ensino que seriam responsabilidade do professor e o comportamento dos alunos, que por sua vez seriam responsabilidade do psicólogo. Assim conseguiremos “situar mais adequadamente os processos psicológicos no interior do processo pedagógico, garantindo a especificidade de 5 nossa atuação, a partir de uma reflexão sobre o lugar da Psicologia na Educação”, sem reduzir uma à outra. O momento é de criar espaços de reflexões com todos os grupos que fazem parte da escola, famílias e aluno, professores, pedagogos, funcionários e comunidade, considerando a realidade escolar como um todo, pesquisando temas que façam parte das preocupações dos envolvidos, fazendo parcerias com outros profissionais que têm a educação como foco de atenção. Sabemos que não há um manual de atuação em psicologia crítica, o que temos é uma indicação de Souza (2000) de que o momento é de discussões e a construção-desconstrução da teoria e prática em psicologia escolar será constante e dialética. No entanto, temos alguns “princípios norteadores da prática”. A título de “considerações finais”, gostaríamos de ressaltar que existe certo consenso entre os psicólogos educacionais sobre a necessidade de maior clareza sobre a nossa identidade e finalidade profissional. Segundo Patto (1997), o papel do psicólogo escolar está mal delimitado ainda e uma discussão aprofundada leva a uma discussão da sua própria formação. Meira (2000) alerta que notrabalho de formação do psicólogo escolar devemos estar sempre perguntando: qual deve ser o compromisso ético - político do psicólogo que queremos formar? Quanto ao lugar ocupado pelo psicólogo escolar, Ragonesi (1997) nos diz que “o melhor lugar para o psicólogo é o lugar possível, seja dentro ou fora de uma instituição”. O mais importante é que ele se insira na educação, assumindo um compromisso teórico e prático com as questões da escola, que é o seu foco de atenção. Além disso, a autora acrescenta que é fundamental que os psicólogos que atuam diretamente na instituição escolar preocupem-se com a melhoria das práticas pedagógicas, garantindo que a escola utilize-se dos conhecimentos psicológicos na elaboração de suas propostas de trabalho, visando a atingir o objetivo primeiro da educação: a humanização. 6 É importante criar alternativas para uma atuação pautada no compromisso com o atendimento público, pautada no direito à cidadania, recuperando e assumindo como os teóricos do início do século XX, Vigotski, Wallon, Luria, Leontiev, etc, o discurso e as preocupações com o reformismo social. Na construção da psicologia que elege a educação como objeto de reflexão e ação, é preciso subsídios teórico-práticos importantes que possibilitem a consolidação de um corpo de conhecimentos mais sólido que faça avançar, no interior da ciência psicológica, a compreensão sobre o processo de construção social do indivíduo e que permita que a educação possa construir novas práticas pedagógicas. Histórico da psicologia da educação O interesse pela educação, suas condições e seus problemas, foi sempre uma constante entre filósofos, políticos, educadores e psicólogos. Com o desenvolvimento da Psicologia como Ciência e como área de atuação profissional, no final do século XIX, várias perspectivas se abriram, fato que também ocorreu à chamada Psicologia Educacional. Durante as 3 primeiras décadas do século XX a psicologia aplicada à educação teve enorme desenvolvimento. Nos EUA destacava-se a necessidade de um novo profissional, capaz de atuar como intermediário entre a psicologia e a educação. Três áreas destacaram-se: as pesquisas experimentais da aprendizagem; o estudo e a medida das diferenças individuais; psicologia da criança. Até a década de 50, a Psicologia da educação aparece como a 'rainha' das ciências da educação. Seu conceito: uma área de aplicação da psicologia na educação. Psicologia Educacional era um ramo especial da Psicologia, preocupado com a natureza, as condições, os resultados e a avaliação e retenção da aprendizagem 7 escolar. Ela deveria ser uma disciplina autônoma, com sua própria teoria e metodologia. Durante a década de 50, o panorama muda. Começa-se a duvidar da aplicabilidade educativa das grandes teorias da aprendizagem, elaboradas durante a 1ª metade do século XX. Prenuncia-se uma crise ... Surgem outras disciplinas educativas tão importantes a educação quanto a psicologia, e esta precisa ceder espaço. Na década de 70, assume o seu caráter multidisciplinar, que conserva até hoje. Não mais é considerada como a psicologia aplicada a Educação. Atualmente, a Psicologia da Educação é considerada um ramo tanto da Psicologia como da Educação, e caracteriza-se como uma área de investigação dos problemas e fenômenos educacionais, a partir de um entendimento psicológico. Psicologia da Educação: Aprendizagem Informal e Formal Aprendizagem Formal: processo que é direcionado, orientado e previamente planejado e organizado (sala de aula); advém da instrução. Aprendizagem Informal: processo que é de natureza incidental, não-dirigido, e carente de controle. Resultam da experiência no ambiente de vida (fora da escola); advém do ensino. A Psicologia da Educação exerce seu papel mais relacionada à aprendizagem formal. 8 A contribuição da psicologia da educação Em primeiro lugar, sempre nos defrontamos com a grandiosidade da abrangência da Educação, por outro, pouco ficamos atentos à complexidade das abordagens psicológicas diversas, à pluralidade de concepções teóricas, epistemológicas e metodológicas e às implicações divergentes que resultam da adoção desta ou daquela concepção de Psicologia. Nesse sentido, uma vez que este texto tem natureza introdutória, serão aqui abordados (na verdade, apenas levemente tocados) alguns dos temas e das formas pelas quais a Psicologia, mesmo em um contexto histórico de fecundas polêmicas e amplas dissensões próprias de seu esforço em constituir-se enquanto ciência, tem-se tornado indissociável em relação à Educação. A Educação constitui, por excelência, uma área de aplicação das descobertas originárias de várias ciências e fontes do conhecimento, entre elas a Psicologia. Entretanto, para ela convergem preocupações e reflexões provenientes da Sociologia, da Filosofia, da Antropologia e de tantas outras. Porém, nenhuma dessas fontes está a salvo de grandes controvérsias e extensas polêmicas, de modo que aos educadores acaba restando, para além da complexa tarefa de proceder a uma articulação relevante e competente dessa multiplicidade cognitiva, também a incômoda responsabilidade pela tomada de decisões sobre que alternativa conceitual adotar no processo educacional diante desse quadro polêmico. Via de regra, essas preocupações acabam, no contexto curricular dos cursos de graduação, sendo relevantes para as decisões quanto aos conteúdos de Psicologia da Educação, Psicologia da Aprendizagem ou Psicologia do Desenvolvimento, entre outras disciplinas. Posteriormente, quando da atuação prática e direta do educador junto à rede de ensino, seja público ou privado, suas indagações podem continuar ou mesmo tornarem-se ainda mais agudas, uma vez que a formação media na da graduação (salvo honrosas exceções) não costuma aprofundar exigências no estudo das diversas vertentes teóricas e conceituais (por vezes, inclusive, considerando “complementares” ou “periféricas” algumas das disciplinas da Psicologia). 9 Vejamos inicialmente o que é a Psicologia a partir de sua definição etimológica. Ela se refere ao estudo da alma (psyche+logos=mente+ conhecimento). Durante muitos séculos a Psicologia foi pensada pelos filósofos como o saber acerca da alma. Tratar-se-ia de uma realidade metafísica, ou seja, uma realidade fora do alcance dos nossos sentidos, que não pode ser objeto de qualquer experiência ou vivência. Esta definição não parece plenamente satisfatória, pois a palavra “alma” tem significados muito diversos, contudo sempre se colocaram questões ao homem sobre si próprio e sobre o que popularmente se designa de alma. Todo o período anterior ao século 19 caracterizou-se por ser uma fase preponderantemente especulativa, em que a Psicologia era um campo acessível a filósofos, médicos e romancistas. A Psicologia, como campo de conhecimento, transforma-se, cresce e avança vertiginosamente. Isso faz com que ocorra um distanciamento da Filosofia, embora sem negar a importância fundamental do pensamento filosófico no estudo do homem, porém necessário se fazia a produção do conhecimento do campo específico, a partir das possibilidades de comprovação que a ciência aponta. O objetivo primeiro passa a ser a definição de um objeto de estudo para a Psicologia, seu campo de investigação e seus métodos, o que permitirá a construção de teorias consistentes para o conhecimento do homem. Os temas e problemas da Psicologia passam a ser estudados pela Medicina, pela Fisiologia e Neurofisiologia, Neuroanatomia e Psicofísica, com foco no sistema nervoso central. Segundo Bock, “para conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender os mecanismos e o funcionamento da máquina de pensar do homem – seu cérebro” (1999, p. 39). Em torno de 1850, Fechner e Weber formulam uma lei quepassou a ser conhecida como “lei de Fechner-Weber” e que consiste na relação entre um estímulo e uma sensação, permitindo com isso sua mensuração. 10 Grande contribuição ao avanço da Psicologia, como ciência também, é o trabalho de Wilhelm Wundt (1832-1926), com a criação do laboratório de Psicofisiologia, na Universidade de Leipzig (Alemanha), em 1879. Em virtude de seus estudos ele foi considerado o “pai” da Psicologia Científica. Ele define a Psicologia como uma ciência da consciência e desenvolve estudos sobre o “paralelismo psicofísico”, que consiste no entendimento de que fenômenos mentais/psíquicos correspondem a fenômenos orgânicos. Seu método é denominado de método introspectivo. Por intermédio dos estudos que passam a se tornar mais aprofundados, define-se o objeto de estudo da Psicologia como sendo o comportamento, a consciência e a vida psíquica. O campo de estudos é, então, delimitado. Novos métodos passam a ser elaborados ao mesmo tempo que novas teorias são formuladas, o que permite o avanço e o estabelecimento definitivo da Psicologia. Fundam-se escolas psicológicas, que serão apresentadas a seguir, sucintamente. 11 Escolas Psicológicas São três as principais escolas da Psicologia: a) O funcionalismo, fundado por William James (1842-1910) nos Estados Unidos. O funcionalismo dá ênfase à natureza dinâmica e mutável da atividade mental: descobre como o pensamento, as emoções e outros processos satisfazem às necessidades do organismo e como este se ajusta ao meio ambiente. Procura dar uma abordagem genética aos problemas psicológicos. Resumindo, essa escola estabelece como objeto de estudo para a Psicologia a “consciência”, buscando compreender seu modo de funcionamento. b) O estruturalismo é estabelecido especialmente por Titchner (1867- 1927). O termo estruturalismo tem origem no Cours de linguistique générale, de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura. Essa escola, portanto, parte da análise 12 dos sistemas ou estruturas, investigando as relações e as funções dos elementos que os constituem. c) O associacionismo, representado por Edward Lee Thorndike (1874– 1949). As leis da associação surgem com Locke, mas são mais tarde formuladas com mais exatidão por David Hume, considerado o expoente máximo desta teoria. Segundo Hume, o conhecimento humano está constituído exclusivamente por impressões e ideias. Para ele, estas associam-se principalmente quando existe entre elas uma proximidade espacial, quando são semelhantes e sempre que se possa estabelecer uma relação de causa-efeito entre os acontecimentos que elas representam. As impressões seriam os dados primitivos recebidos através dos sentidos, enquanto as ideias seriam as cópias que a mente recolhe dessas mesmas impressões. Assim, o conhecimento tem origem nas sensações e nada do que tange ao conhecimento poderia conter informação que não houvesse sido recolhida previamente pelos sentidos. As sensações não têm valor em si mesmas. O núcleo central dessa teoria psicológica baseia-se no princípio de que o conhecimento é alcançado mediante associações, seguindo os princípios de semelhança, continuidade espacial e temporal e causalidade. Nesse sentido, essa escola trata da possibilidade de que a aprendizagem ocorra 13 por um processo de “associação de ideias”, partindo-se das simples para chegar às complexas. A aprendizagem ocorreria, então, por uma cadeia de associações. São estas escolas que deram origem às teorias psicológicas, assim como as conhecemos atualmente. Teorias Atuais Destacamos a seguir as principais teorias psicológicas do século 20. a) A Psicanálise: Esta teoria foi desenvolvida por Sigmund Freud (1856- 1939). É um método de investigação cujo objeto principal é o “inconsciente”, sendo também a denominação dada ao tratamento ou prática clínica, subsidiada pela teoria e pela investigação. b) O Behaviorismo: Seu fundador foi John Watson (1878-1958). Ele afirmava que o comportamento é o objeto de estudo da ciência psicológica e o qualifica como observável e mensurável, o que permitiria experimentos em situações diversas, mantendo sempre o caráter de objetividade científica acerca do objeto de estudo. 14 c) A Gestalt: é um termo alemão de difícil tradução. Em português essa teoria é denominada de teoria da “forma ou configuração”. Seus fundadores foram Kurt Koffka (1886-1941) e Max Wertheimer (1880-1943). Educação inclusiva e psicologia: aproximações necessárias Diferentes estudos internacionais já enfocaram os aspectos mais explícitos que dificultam o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas. Dentre os vários aspectos abordados, ainda é unânime a falta de capacitação profissional adequada, a falta de recursos e materiais apropriados, as barreiras arquitetônicas e físicas, as barreiras humanas atitudinais que permeiam as práticas pedagógicas em relação à inclusão, dentre outros. Ressalta-se que, para tanto, os desafios dos psicólogos escolares são tão concretos como a concretude dos problemas que assolam as instituições escolares do País. Há que se superar, assim, a necessidade de uma formação política e ideológica, que dê embasamentos para uma ação profissional crítica e construtora da realidade brasileira, contrapondo-se, efetivamente, a uma política educacional segmentada, massificante e dominadora, que há muito direciona nossas escolas. A ressignificação da atuação da Psicologia Escolar passa pela apropriação de referenciais teóricos e práticos que reafirmem os processos interativos conscientes e inconscientes, constitutivos dos sujeitos em processo de ensino-aprendizagem, dentro de uma perspectiva dinâmica e sócio histórica. A construção da nova identidade do psicólogo escolar depende, ainda, de uma compreensão de respeito e afirmação às diferenças, garantindo o desenvolvimento do papel de agente social transformador da realidade em nossas escolas, principalmente no que se refere às políticas educacionais inclusivas de alunos portadores de necessidades especiais. 15 Com uma visão segmentada e apolítica, a Psicologia não integrou em seus conceitos a realidade social. E é com esta noção que a Psicologia permaneceu nas diretrizes educacionais do País, enfocando o sujeito isolado e deixando ilesas e isentas de culpa as instituições escolares pelo fracasso de seus alunos, e, consequentemente, responsabilizando-os por sua exclusão. A proposta de inclusão escolar oferece, assim, a possibilidade da revisão das práticas escolares excludentes, que cercam a sociedade historicamente. A reflexão constante da ação e compromisso com a mudança no tratamento da diversidade humana se torna o ponto central da participação da Psicologia nesse debate da inclusão e na busca para uma sociedade democrática. Ser psicólogo escolar no Brasil é conhecer as necessidades psicológicas de todos os sujeitos envolvidos, independentemente de classes sociais, capacidades físicas ou mentais, em situações de risco ou situações abastadas, "é defender os direitos ao atendimento de suas necessidades e à promoção de seu desenvolvimento, sem discriminação ou intolerância de qualquer tipo ou grau". A Psicologia deve buscar romper com a cumplicidade que tem caracterizado sua relação com a Educação, para se apresentar como um conhecimento científico capaz de demonstrar e compreender a dimensão subjetiva da experiência vivida na escola pelas camadas marginalizadas. Porém, para a Psicologia assumir este novo modelo precisa superar a visão naturalizante do desenvolvimento humano, a compreensão dofenômeno psicológico como abstrato e com características universais. É unanimidade entre alguns pesquisadores e profissionais da área da Psicologia Escolar, a necessidade de se repensar ações e práticas profissionais mais comprometidas com a transformação social dos interesses da maioria da população. A exigência de uma prática profissional que contemple a construção crítica social e, para tanto, a abordagem das políticas educacionais inclusivas é um dos meios mais efetivos para esta necessária transformação profissional. 16 Das “velhas” às “novas” tecnologias aplicadas à educação Na era do hiperconsumo, tal como discute Lipovetsky (2007), as fronteiras entre velho e novo tornam-se tênues, de modo que a transição de uma condição a outra ocorre sem que, necessariamente, declaremos as distinções entre elas. O velho e novo também convivem e se redefinem constantemente, sendo um desafio conceituar o que se alinha a uma condição ultrapassada e aquilo que imprime um novo caráter a uma dada noção. Cada vez mais, o conceito de Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (NTIC) tem sido substituído pelo de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) (Almeida, & Silva, 2011), reforçando que não se trata mais de novidades, haja vista que as tecnologias digitais são constantemente revistas e incrementadas, de modo que as noções são dinâmicas e o mundo é marcado pelo acelerado fluxo de transformações. As TDIC podem ser compreendidas como ferramentas versáteis presentes em diversos contextos que ultrapassam as possibilidades das tecnologias analógicas. Em comparação com estas, as TDIC “trouxeram benefícios, como facilidade de comunicação e acesso a um maior número de informações sobre assuntos em geral, mas também trouxeram problemas (...), como a necessidade de apropriação e inserção dos indivíduos neste contexto” (Joly, Silva, & Almeida, 2012, p. 84). Nosso objetivo neste artigo é, portanto, compreender como as TDIC têm repercutido no campo da Psicologia da Educação. Logo no início desse diálogo é importante destacar que o campo de aplicação da Psicologia da Educação não mais se estende exclusivamente aos ambientes físicos e materiais em que ocorre a aprendizagem - como escolas, universidades, instituições e hospitais (Maluf, 2010). Outro ambiente a ser considerado é o virtual, definido por Pierre Lévy (2010) como ciberespaço, local que proporciona a materialização da cibercultura. Para este autor, o ciberespaço (também compreendido como rede) é o “novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores” (p. 17) e a cibercultura é o “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de 17 pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço” (p. 17). Assim, podemos compreender a cibercultura tanto como a cultura operacionalizada no contexto atual das redes de computadores como o conjunto de práticas e valores que emergem de um novo modo de se relacionar com o conhecimento e com a informação. É nesse contexto que as TDIC passam a figurar como ferramentas para a compreensão da informação nesse novo meio de interagir, trocar e aprender. As TDIC não promovem, por si sós, uma mudança radical no modo de conceber a aprendizagem ou a interação na cultura vigente, mas são consideradas técnicas cuja assunção foi possibilitada pela cibercultura, de modo que não determinam sozinhas as transformações observadas. Essa é uma consideração enfatizada por Lévy (2010) que promove uma primeira forma de apreciar as TDIC como um produto da cibercultura e não como um fator desencadeante das características que hoje se agrupam sob a égide da cibercultura. O ciberespaço ou a rede - que inclui a internet - promove um novo paradigma, ou seja, a internet passa a constituir um novo e complexo espaço global para a ação social, o aprendizado e a ação educacional (Castells, 2001). Na sociedade do conhecimento, as relações interpessoais, educacionais e profissionais são descritas em meio às transformações de ordem política, econômica, social, cultural e histórica. Tais mudanças não podem ser compreendidas como passíveis de serem delimitadas com exatidão, mas mesclam-se na proposição de novas linguagens e formas de interação, inclusive com o conhecimento. Este vem sendo compreendido como um conjunto de saberes que não mais se alojam em determinados campos, mas que dialogam ininterruptamente, promovendo transformações e diferentes modos de ver e analisar os fenômenos humanos. Nesse âmbito em permanente ruptura e reconstrução, as TDIC têm sido cada vez mais discutidas na área da educação em termos de sua adoção nos meios educacionais e de sua possibilidade de agilizar, facilitar e promover novas leituras de mundo em escolas e universidades. Conforme destacam Moreira e Kramer (2007), são atribuídos múltiplos sentidos à presença dessas tecnologias no ensino, entre os quais estão o de superação das consideradas “velhas tecnologias” (lousa de giz, materiais predominantemente impressos), de solução 18 de problemas pedagógicos vivenciados pelos professores em sua prática cotidiana e questões sociais mais amplas, como as relacionadas à inclusão digital ou ao modo como as pessoas têm se relacionado com o conhecimento na era digital. Em muitos desses sentidos, as TDIC são consideradas uma renovação ou uma possibilidade de facilitação do processo de ensino- aprendizagem que se sustenta quase automaticamente nos recursos tecnológicos avançados que as constituem. Não obstante, as TDIC devem ser compreendidas como uma produção histórico-social, e não como um incremento de qualidade aos processos anteriormente observados, como se a sua adoção fosse responsável pelas transformações (Moreira, & Kramer, 2007; Patto, 2013). Quando falamos em TDIC não estamos, necessariamente, abordando a questão da qualidade do ensino, mas as potencialidades que essas tecnologias abrem para que os processos de ensino-aprendizagem sejam revistos, incrementados e transformados. Seu uso deve ser compreendido de modo crítico, e não como uma estratégia de mercantilização da Educação e de afastamento entre docentes e alunos (Patto, 2013; Pereira, 2009; Zuin, 2006). Muitos sistemas de ensino, por exemplo, “vendem” tais tecnologias como sinônimo de qualidade e inovação, desconsiderando o investimento na prática pedagógica, na figura do professor e em sua interação com os alunos. Como referido por Coll e Monereo (2010) no tocante à avaliação da qualidade do ensino no contexto contemporâneo, nem tudo o que é tecnologicamente viável é pertinente em termos educacionais, e vice-versa, o que significa que as TDIC não devem simplesmente ser incorporadas sem uma adequada e profunda investigação acerca de suas necessidades, limites, possibilidades e consequências para o ato educativo. As atuais críticas aos modelos que empregam essas tecnologias referem-se, em sua maioria, à falta de reflexão acerca do papel docente, ao silenciamento da relação professor- aluno e à ênfase na distância, não nos recursos que possam aproximar alunos e professores de uma relação pedagógica considerada satisfatória. No Brasil ainda se importam muitas tecnologias e metodologias estrangeiras, por exemplo, as europeias (Coll, & Monereo, 2010), de modo que é preciso construir modelos (e, consequentemente, tecnologias educacionais) que considerem nosso 19 contexto e suas particularidades, no tocante tanto às características dos alunos, dos professores e do ensino, como ao acesso às tecnologias (Joly, Silva, & Almeida, 2012). Em termos da evolução das tecnologias aplicadas à educação, Coll e Monereo (2010) destacam a passagem dos ambientes naturais (1º momento), com predomínio da linguagem oral, para o artificial (2º momento), em que predominava a escritae, por fim, o ambiente virtual (3º momento), em que predominam as linguagens analógica e digital. Nesse último e mais recente ambiente psicossocial, recriam-se meios de comunicação e desenvolvimento para responder aos desafios da globalização. Entre as tecnologias de comunicação estão o telefone, o telégrafo, a multimídia e a internet. Na internet, observamos a transição da Web 1.0 (rede de documentos), passando para a 2.0 (rede social) e chegando a 3.0 (rede semântica), o que radicaliza o modo não apenas de compreender a tecnologia, mas também de empregá-la na comunicação entre as pessoas. É neste sentido que as características da interação evoluem da representação simbólica dos interlocutores, passam pela interdependência espacial e temporal e chegam às ações síncronas e assíncronas. As modalidades educacionais associadas ao meio virtual evoluem do ensino a distância (por exemplo, em cursos apostilados) para o ensino apoiado pelo computador, chegando ao e-learning (desenvolvido com o apoio da internet) e, mais recentemente, ao m-learning, uma modalidade de ensino que utiliza dispositivos móveis (como celulares e tablets) e conectividade sem fio para estabelecer comunicações entre vários agentes educacionais com uma finalidade instrucional (Coll, & Monereo, 2010). O m-learning é conhecido como a escola nômade, haja vista que o ensino e a aprendizagem podem acontecer a qualquer tempo e em qualquer espaço, o que amplia as possibilidades de realização de trabalhos de campo, análise conjunta de atuações profissionais e reflexões. Nesse novo cenário, algumas características discutidas por Coll e Monereo (2010) podem ser destacadas, como complexidade, interdependência, imprevisibilidade, informação, excesso de informação e de ruído, rapidez dos processos e das suas consequências, cultura da imagem e do espetáculo, 20 homogeneização cultural, surgimento de novas classes sociais (“inforricos” e “infopobres”) e transformação das coordenadas espaciais e temporais da comunicação. Qual o lugar da Psicologia da Educação na era das TDIC? A Psicologia da Educação é considerada uma das áreas mais tradicionais da ciência psicológica, sendo fortemente influenciada pela Filosofia. Frequentemente, esse termo é confundido com outros correlatos, como Psicologia Educacional, Psicologia da Aprendizagem, Psicologia Escolar, Psicoeducação, Psicopedagogia, Psicologia da Criança, entre outros, em um movimento que não é linear e isento de influências, mas justamente reflete questões epistemológicas, ideológicas e políticas (Barbosa, & Souza, 2012). Um termo recente em discussão é a Psicologia da Educação Virtual (Coll, & Monereo, 2010), que contempla a produção de conhecimentos acerca da relação entre Psicologia e Educação no contexto da virtualidade e dos espaços midiáticos criados na cibercultura. Mais do que fazer distinção entre os termos e a necessidade de pontuar os diferentes objetos de estudo existentes nessa multiplicidade, é preciso considerar que, de fato, tais definições chocam-se constantemente, promovendo uma possibilidade de leitura que vai além dessas diferenças e priorizando o diálogo interdisciplinar. Segundo Gatti (2010), pesam sobre a delimitação desses conceitos os aspectos econômicos, políticos e acadêmicos, que esbarram em dificuldades anteriores de definição de Educação e também da Psicologia. Na tensão sobre o locus da Psicologia da Educação - se na Psicologia ou na Educação -, muitos aspectos ainda devem ser amadurecidos em face das dificuldades impostas pela interdisciplinaridade. Longe de solucionar tal tensão, que acompanha a produção científica na área, pode-se afirmar que a Psicologia da Educação tem por objeto de estudo todos os aspectos das situações da educação, sob a ótica psicológica, assim como as relações existentes entre as situações educacionais e os diferentes 21 fatores que as determinam. Seu domínio pode ser expresso pela análise psicológica de todas as facetas da realidade educativa e não apenas a aplicação da Psicologia à Educação (Coll, Palacios, & Marchesi, 1996; Mialaret, 1999). Ainda, pode ser descrita como um esforço constante de utilizar princípios, explicações e métodos da Psicologia científica na tentativa de melhorar as práticas educativas em geral (Coll, Palacios, & Marchesi, 1996). No entanto, tais definições ou descrições não estariam mais cristalizadas, mas submetidas permanentemente a um exercício de reescrita com base nas transformações observadas, entre elas o advento das tecnologias educacionais (Gatti, 2010). No que se refere a essa definição suficientemente ampla, considera-se que as TDIC não têm promovido a necessidade de redefinição do campo da Psicologia da Educação, mas sim de cotejar essas tecnologias e o modo como têm impactado o ato educativo nos estudos da área. Bezerra e Araújo (2012) afirmam que na contemporaneidade há uma crise epistemológica na Psicologia da Educação, destacando que a reação negativa às contribuições da Psicologia da Educação observada na práxis pedagógica e na formação docente deve-se ao possível descrédito quanto ao paradigma construtivista-cognitivista, de inspiração piagetiana. A necessidade é de trazer para esse campo uma perspectiva crítica, reflexiva e emancipadora. Nesse campo de investigação, diferentes perspectivas teóricas têm sido empregadas, tais como a comportamental, epistemologia genética, psicanálise, Psicologia Histórico-Cultural, Teoria Crítica, das Representações Sociais, entre outras. A educação como fonte de conhecimento para a psicologia 22 Se a Psicologia proposta por Piaget foi a que se tornou hegemônica na escola brasileira, ela não era, no entanto, a única possibilidade de compreender- se a criança. No mesmo período da produção piagetiana havia um outro modo de conceber as contribuições psicológicas à educação, bem como as relações do indivíduo com o meio social e a cultura. Estas ideias estavam presentes na obra de Henri Wallon (1879- 1962), médico francês que procurou explicar a evolução psicológica da criança e sempre manteve uma estreita relação com as questões educacionais em toda a sua trajetória profissional. Para esse autor, o estudo da criança foi marcado por uma interlocução constante com a educação: em 1925 fundou o Laboratório de Psicobiologia da Criança, destinado à pesquisa e ao atendimento clínico de crianças ditas “anormais”, que funcionou durante 14 anos junto a uma escola na periferia de Paris. Esta escolha se pautou por um critério metodológico, pois acreditava que a criança devia ser estudada em todas as suas fases e em todas as suas manifestações, sendo o papel da investigação fazer perguntas ao real, levando em conta toda a sua complexidade (Wallon, 1975). Neste caso, a escola revelava-se um campo de estudo de particular importância. 23 Apesar de também ser crítico da educação tradicional, como a grande maioria dos pensadores de sua época, Wallon (1975) mostrava-se cético em relação a muitas das experiências do movimento da educação nova, particularmente às ideias de Montessori, pelo caráter individualista de suas propostas, que se revelava na forma de conceber a significação e a estrutura do coletivo escolar. Refere-se criticamente ao princípio que centra o processo educacional nas atividades espontâneas da criança: Numa época em que o domínio das ciências e das técnicas se torna cada vez mais a condição do progresso social, submeter a aquisição deste às invenções de que a criança é capaz parece uma distância desproporcionada entre as suas capacidades espontâneas e o imenso patrimônio social que lhe competirá fazer prosperar. Neste sistema de educação, o afastamento do professor que é o representante deste patrimônio prova de que modo o ponto de vista individual prevalece sobre o da sociedade (Wallon, 1975, p.232-233).Para Wallon (1975), a escola é uma instituição socialmente determinada e anterior aos grupos de crianças que reúne, assim como esses grupos também são determinados por fatores sociais, tais como as condições demográficas, econômicas ou mesmo étnicas do bairro em que vivem. Por isso, uma perspectiva psicológica que aborde apenas o indivíduo não resolve os problemas inerentes à educação escolar. O papel dos aspectos sociais na constituição do indivíduo é um dos pontos centrais de sua teoria e motivo de discordância das ideias de vários autores da época, especialmente das ideias de Jean Piaget. Wallon atribuía a Piaget o mérito de ter abordado diretamente a relação do indivíduo com o social, mas discordava de seu ponto de partida. Wallon (1975) questionava a direção do desenvolvimento proposta por Piaget − do individual para o social, isto é, do egocentrismo para a descentração do pensamento e da objetividade; para ele, ao contrário, a individualização é uma aquisição, uma conquista a partir das impressões e reações que integram a criança, desde o início da vida, ao seu meio ambiente. Conforme sua concepção (Wallon, 1975), o processo de diferenciação do eu prossegue durante vários anos, e o indivíduo pertence ao seu meio social e físico antes de pertencer a si próprio. 24 Os meses iniciais de vida da criança caracterizam-se por uma dependência absoluta daqueles que a cercam, o que indica, para Wallon (1975), que as primeiras relações utilitárias da criança não são suas relações com o meio físico, mas são relações humanas, relações de compreensão, que têm como instrumentos necessários meios de expressão e afetividade. É esta característica da espécie humana, os longos anos de dependência infantil, que torna o ser humano um ser geneticamente social. Deste modo, o papel da hereditariedade, diferentemente do que propunha Claparède, fica relativizado na sua teoria, já que as atividades psíquicas são orientadas e hierarquizadas segundo os interesses preponderantes das sociedades. Também se diferencia de Piaget quanto à noção de fase desenvolvimento, discordando da linearidade, da ordenação normatizadora dos estágios de desenvolvimento propostos por aquele autor (Wallon, 1975). Wallon supõe um ritmo de desenvolvimento marcado por descontinuidade, rupturas, retrocessos e reviravoltas. Wallon (1975) é taxativo ao afirmar: “Entre a psicologia e a educação, as relações não são de uma ciência normativa e de uma ciência ou de uma arte aplicadas”. Propõe uma relação de simetria e complementaridade entre a Psicologia e a educação: já que a escola é um meio formador da personalidade total do indivíduo na nossa sociedade, o que acontece ali deve ser estudado na sua especificidade e pode, inclusive, auxiliar na constituição do conhecimento psicológico sobre a criança. Ao discutir a formação psicológica dos professores, Wallon (1975) explicita mais detalhadamente sua posição quanto a esta questão. Acredita que a formação dos professores deve ter uma ancoragem nas experiências pedagógicas que eles próprios podem realizar: Aponta a necessidade de prestar-se atenção a dois aspectos na experiência pedagógica: (1) as disposições que a criança apresenta, dependentes da idade e do seu temperamento individual e (2) as aptidões que exige e exerce cada disciplina. A direção que propõe, no entanto, é oposta àquela preconizada pelos reformadores escolanovistas, que tomaram como base para o ensino as atividades espontâneas da criança e o desenvolvimento do pensamento. Wallon acredita ser fundamental considerar as características específicas dos 25 conteúdos de cada matéria e a natureza das tarefas escolares para, a partir delas, investigar quais os melhores meios para tornar estes conteúdos assimiláveis pelas crianças (Wallon, 1975). Os conteúdos escolares, neste caso, assumem um papel fundamental na dinâmica escolar e diante do processo de desenvolvimento intelectual da criança. O papel do professor aqui é completamente diferente daquele proposto pelas outras teorias examinadas até então. Ele não se restringe ao acompanhamento das etapas de construção do raciocínio; ao contrário, ele interfere em todos os aspectos do processo de desenvolvimento, através da aprendizagem proporcionada à criança. O ponto de partida da investigação psicológica deve ser a ação dos professores, suas facilidades, dificuldades e necessidades no processo de ensinar. Há, na verdade, uma efetiva contribuição dos professores à elaboração teórica da Psicologia, já que conhecer a criança significa compreendê-la a partir do que acontece no espaço educacional. Nesta perspectiva teórica a ênfase da investigação sobre a criança é colocada no exame da realidade, e não em princípios teóricos abstratos que a expliquem desvinculada do seu meio ou que tratem dos conteúdos específicos de cada disciplina como capazes de, pela sua própria natureza, desenvolver habilidades mentais. O papel da investigação é fazer perguntas ao real, levando em conta toda a sua complexidade, sendo a elaboração de princípios teóricos decorrência da explicação desta realidade. O Projeto Langevin-Wallon é o retrato de seus ideais de homem, sociedade e educação. Chamado a assumir esse projeto de reformulação do sistema educacional francês, após a morte de Paul Langevin, em 1946, Wallon pôde expressar sua opção por uma sociedade caracterizada pela democracia e pela justiça social. Para isso, o projeto previa transformações na estrutura e no funcionamento do sistema escolar, oferecendo também sugestões sobre métodos de ensino. A teoria psicogenética de Wallon revela-se de grande importância para a educação. Em primeiro lugar, porque compreende a criança completa, o que implica a necessidade de uma prática pedagógica que dê conta dos aspectos 26 intelectual, afetivo e motor integrados, sem privilegiar o cognitivo, fazendo com que a escola deixe de ser um espaço meramente instrucional para tornar-se lugar de desenvolvimento da pessoa. Esse desenvolvimento responde ao plano biológico em interação com o plano social: a criança concreta tem história, faz parte de um grupo social, traz consigo elementos da cultura em que está inserida. Além disso, a criança contextualizada apresenta características específicas em seu desenvolvimento. O modelo escolar tradicional tem como objetivo disciplinar, homogeneizar. As atividades propostas pouco significam para o processo de desenvolvimento e aprendizagem de qualquer criança, para sua constituição como pessoa. Além disso, por se repetirem indefinidamente para qualquer grupo, revelam o caráter universal e a-histórico com o qual foram elaboradas, desconsiderando o contexto e a singularidade de cada criança. Em outras palavras, nelas predomina uma visão adultocêntrica da infância. Entretanto, diz Wallon: “A criança só sabe viver a sua infância. Conhecê-la pertence ao adulto. Mas o que vai prevalecer nesse conhecimento: o ponto de vista do adulto ou o da criança?” (Wallon, 1998, p. 27) Uma proposta que considere a teoria de Wallon privilegiará a observação atenta das crianças, de tal modo que seja possível reconhecer as mudanças de objetivos de sua conduta, em diferentes idades e situações. No contexto de sua psicologia, uma prática pedagógica adequada será aquela que promova relações entre a criança e o meio humano e físico, incluindo aí o conhecimento, reconhecendo que se modificam reciprocamente. O meio é o campo da atividade da criança, ao mesmo tempo em que dele retira recursos para sua ação. Cada etapa do desenvolvimento define um tipo particular de relação com o meio. Se, ao nascer, a criança volta-se para o meio humano, por meio dele voltar-se-á para o mundo físico, adquirindo recursos cada vez mais elaborados para interagir com a cultura em que está inserida. A teoria de Wallon, marcada pela visão de que aconfiguração social é a primeira instância do ser humano e que é num processo de interação social que se constitui o “eu”, num processo gradual e contínuo, revela-se de grande atualidade se colocada em interlocução com textos contemporâneos, produzidos em estudos da Sociologia da Infância, área que constitui importante 27 marco para compreender a criança como sujeito que estabelece relações sociais concretas, afetando e sendo afetado pelas interações com os adultos e com seus pares, desencadeadas nos espaços escolares e domésticos. Nos grandes centros urbanos, a rotina cultural experimentada, apropriada e reinventada pela criança apresenta aspectos dos contextos escolares e domésticos, estruturais e funcionalmente diferentes, onde são estabelecidas as relações socioculturais. As experiências vividas com seus pares, fora de casa, em creches e escolas, vão constituir outras referências para elas. Serão os diferentes adultos, mas, principalmente, as várias crianças, com as quais vão conviver cotidianamente, ao longo de muitas horas, que vão oferecer elementos para a constituição de uma singularidade. O processo de humanização se concretiza nos meios e nos grupos que a criança frequenta. Segundo Wallon, “o meio é um complemento indispensável ao ser vivo” (1986, p. 168). A competência técnica e o compromisso político em Psicologia da Educação Para que a Psicologia da Educação seja reabilitada como uma disciplina basilar da licenciatura em Pedagogia, convertendo-se no “[...] elo de conexão entre as múltiplas e variadas disciplinas metodológicas e pedagógicas”, conforme expressão de Vigotski (1982/2003, p. 150), é imprescindível que ofereça, ao acadêmico, um conjunto de saberes teórico-práticos e metodológicos consistentes; saberes capazes de orientar e subsidiar sua práxis pedagógica de maneira objetiva e não reducionista, sem que a especificidade dessa práxis seja diluída em tergiversações psicologizantes e fetichizadas. É, pois, nesse conjunto de saberes que situamos a competência técnica no universo da Psicologia da Educação. Dito de outro modo, não podemos negar a necessidade premente que tem o futuro educador de conhecer sistematicamente o desenvolvimento infantil, em suas diversas características ontogenéticas e manifestações cognitivas, afetivas e psicossociais, além de possíveis estratégias de intervenção 28 nesse desenvolvimento, tal como este é abordado em diversas escolas psicológicas. Ao conhecê-las, os futuros professores terão melhores condições para planejar e avaliar o conteúdo a ser ministrado em suas aulas, bem como para direcionar, com mais propriedade, o processo de ensino e aprendizagem dos alunos, rechaçando posições ecléticas e reacionárias, favoráveis à manutenção do status quo dominante. Em si mesma, porém, a competência técnica não basta. Antes, pode até conduzir a equívocos lamentáveis, produzindo a figura decepcionante do “[...] idiota especializado, competente formalmente, tapado politicamente” (Demo, 2006, p. 36, grifo do autor). Afinal, para que serve estudarmos a teoria de Piaget, de Vigotski ou de qualquer outro eminente psicólogo, se não conseguirmos fazer uma leitura crítica e histórica de suas concepções, se não conseguirmos vislumbrar a ideologia que cada um defende, direta ou indiretamente, para, e só então, tomarmos um partido pessoal? Para que acumularmos inúmeros conceitos e jargões psicológicos, se nem sequer nos dermos conta da concepção de homem, criança e sociedade que cada um adota em seus pressupostos filosóficos? Sem a mediação dessa leitura crítica e totalizante, corremos o risco de continuar legitimando e adotando concepções que fazem da Psicologia uma ferramenta de naturalização do indivíduo; este tomado como um ente interativo abstrato, a-histórico, dotado de esquemas cognitivos universais, que estão buscando constantemente adaptar-se a uma realidade transitória (Duarte, 2001). Diante disso, vem à tona a questão do compromisso político daquele que ensina a disciplina Psicologia da Educação, seja ele um pedagogo ou um psicólogo, haja vista que, no entender de Pedro Demo (2006, p. 107), “O profissional competente se realiza em dois horizontes mais marcantes: como capaz de operar a instrumentação científica em termos de aplicação prática [o que, no nosso caso, significa o domínio objetivo do saber psicopedagógico em sua vinculação concreta com as demandas do fazer pedagógico] e como capaz de ser ator eficaz na realidade histórica”. Explicando melhor, o profissional responsável pelo ensino de Psicologia da Educação, além de apresentar competentemente os fundamentos psicológicos do trabalho pedagógico, deverá proporcionar, ao pedagogo em formação, condições básicas para a emergência 29 de uma reflexão honesta. Reflexão para se pensar sobre os determinantes sócio históricos e políticos que marcaram, e continuam marcando, a constituição de todas as abordagens psicológicas; reflexão para se evidenciar a proximidade destas com a alienação ou com a emancipação do homem, com a reprodução da sociedade de classes ou com a sua negação revolucionária. Nessa direção, pensamos serem oportunas as contribuições da Psicologia Histórico-Cultural, representada por Vigotski, autor supracitado, além de outros psicólogos, como Luria e Leontiev, talvez menos conhecidos no Brasil. A defesa explícita que fazemos de tal abordagem tem uma justificativa. Tendo nascido do desejo concreto de homens concretos pela superação da sociedade burguesa, em todos os seus antagonismos sociais, econômicos e psicológicos, ela encerra grandes possibilidades para se conhecer, de maneira dialética e historicizante, as contradições da Psicologia e da consciência humana; especialmente no interior de uma sociedade capitalista como a atual, que, descaradamente, tem cultivado um tipo de indivíduo alienado, egocêntrico e passivo, incluindo-se aí, quase sempre de modo involuntário ou inconsciente, o educador, estranhado de sua própria individualidade. Há uma afirmação de Luria que traduz, em plenitude, o significado emancipatório que a concepção Histórico-Cultural atribui à consciência humana. Nos dizeres desse autor, Alinhando-se com o pensamento de Marx e Lenin, a psicologia soviética [ou seja, Histórico-Cultural], sustenta que a consciência é a forma mais elevada de reflexo da realidade: ela não é dada a priori, nem é imutável e passiva, mas sim formada pela atividade e usada pelos homens para orientá-los no ambiente, não apenas adaptando-se a certas condições, mas também reestruturando-se (Luria, 1974/2002, p. 23, grifo do autor). Dessa perspectiva, acreditamos que o conceito de consciência, sendo esta compreendida como formação sócio histórica e ativa do psiquismo humano (Leontiev, 1959/1978; Luria, 1974/2002), passe a ocupar um lugar de destaque nas aulas e discussões sobre a Psicologia da Educação. Entendemos que os acadêmicos precisam, como um carecimento de primeira ordem, tomar conhecimento de si mesmos, de sua personalidade, a fim de conquistarem o domínio volitivo sobre seu comportamento, suas ações e suas funções psicológicas superiores, tipicamente humanas (Vigotski, 1978/2008). Assim, poderão ascender, paulatinamente, a uma relação consciente, minimamente 30 alienada, com sua própria individualidade, tornando-a, tanto quanto possível, uma individualidade para si (Duarte, 1993), sob a qual será possível a formação do novo homem (Vigotski, 1982/2004a; Vygotsky, 1930/2004b), do novo educador, “[...] liberto até o desenvolvimento completo e harmonioso de todas as suas aptidões e propriedades” (Leontiev, 1959/1978, p. 142). A tomada de consciência, processo longo e dramático, a ser ao menos iniciado durante a graduação em Pedagogia, como exigência precípua para se concretizar aí o compromisso técnico-político da Psicologia Pedagógica, é passoinicial para que os futuros pedagogos reconheçam sua condição histórica de sujeitos. Sujeitos globalizados, imersos em um sistema econômico mundial, que, dia a dia, os expropria não apenas materialmente, mas também intelectualmente, provocando o fenômeno da consciência desintegrada (Leontiev, 1959/1978). Uma consciência fragmentada, desarticulada e alienada, perdida em meio às incertezas pós-modernas, contra as quais os professores terão que duelar sem descanso, para exercerem, plenamente, a autoria de sua práxis (Santana, 2008), sem sucumbir ao jugo perverso do capital. Como lembra Vigotski, “Tomar consciência significa, em certa medida, dominar” (Vygotski, 1983/1997, p. 268, tradução nossa), mas não só o nosso ser individual. Antes, trata-se de dominar a própria História da sociedade, o curso de suas transformações qualitativas rumo a uma existência humana mais livre e universal, mediada pelo conhecimento psicológico que se tem de homem e de criança enquanto seres dotados de historicidade e singularidade concretas; não como criaturas abstratas, condenadas a uma adaptação conformista às circunstâncias de vida. Esta é parte importante do caminho a ser trilhado, hoje, para a superação da crise instaurada na Psicologia da Educação, conquanto se tenha como objetivo a formação de um novo homem, reconhecido pela sua integridade psíquica e capacidade de determinação social (Vygotski, 1930/2004b). Para tanto, competência técnica e compromisso político precisam figurar como instâncias de um mesmo processo, dialeticamente interligadas. O enfrentamento da situação ora descrita exige, pois, uma Psicologia Pedagógica que vá além de descrições simplistas e corriqueiras sobre o desenvolvimento infantil, evoluindo- se para uma crítica da Psicologia e dos modelos psicológicos que tentam explicar 31 tal desenvolvimento. Essa crítica, entretanto, não se esgota em si mesma, mas tem o intuito declarado de fazer com que o educador, formado e em formação, vá se apropriando da verdade sobre si mesmo e sobre a sociedade como um todo. O objetivo é propiciar aos docentes mediações teóricas para levá-lo à reapropriação de sua consciência, de sua condição como ser social e histórico, bem como de suas potencialidades para a coordenação autônoma e reflexiva do fazer pedagógico. Um fazer que, sendo práxis, aparece inseparável do saber psicológico, especialmente quando este é tomado não mais de uma perspectiva alienante, porém sob o ponto de vista formativo, intencional e, portanto, conhecido em seus limites e possibilidades. Autores 32 CONCLUSÃO A existência da psicologia da educação como uma área de conhecimento e de saberes teóricos e práticos claramente identificáveis, segundo Coll (2004) 33 tem sua origem na crença de que a educação e o ensino podem melhorar sensivelmente com a utilização adequada dos conhecimentos psicológicos. Tal convicção, que tem suas raízes nos grandes sistemas de pensamento e nas teorias filosóficas anteriores ao surgimento da “psicologia científica”, foi objeto de múltiplas interpretações. Existem profundas discrepâncias quanto aos princípios que devem ser aplicados, em que aspecto ou aspectos da educação devem ser usados e, de maneira muito particular, o que significa exatamente aplicar de maneira correta à educação os princípios da psicologia. As contribuições da psicologia inserida na equipe educacional, preparam os conteúdos a serem ensinados visando estabelecer outros e novos patamares para a compreensão dos fatos que ocorreram no dia da escola, propiciando uma reflexão conjunta que possibilite o levantamento de estratégias que venham a sanar as dificuldades enfrentadas. Já tivemos muitos avanços sobre essa temática tanto na teoria quanto na prática, mas há muito ainda para ser feito em prol de uma educação que promova a formação do sujeito intelectualmente, emocionalmente e socialmente através de um trabalho com os jogos dentro do ambiente escolar. A psicologia educacional contribui consideravelmente para a criação de um sistema moderno de educação. Ela tem ajudado professores, diretores, administradores e assistentes sociais, a desenvolver significativamente uma atitude mais solidária para com os alunos, já que os ajuda a crescer e se tornarem pessoas mais íntegras e independentes, facilitando ao aluno a apropriação dos meios que favoreçam o seu autoconhecimento, a percepção da realidade, a sua comunicação com os demais, levando-o a uma atuação coerente no meio em que vive. 34 REFERENCIAS BOCK, A. M. B. (2000). AS INFLUÊNCIAS DO BARÃO DE MÜNCHHAUSEN NA PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO. IN TANAMACHI, E. R., & PROENÇA, M. & ROCHA, L. M. (ORGS.) PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS TEÓRICO-PRÁTICOS. (PP.11-34). SÃO PAULO: CASA DO PSICÓLOGO. COLL, C. (2004). CONCEPÇÕES E TENDÊNCIAS ATUAIS EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO. IN COOL, C., & MARCHESI, A. & PALÁCIOS, J. DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO E EDUCAÇÃO. PORTO ALEGRE: ARTMED. FREIRE, P. (1983) EDUCAÇÃO E MUDANÇA. SÃO PAULO: PAZ E TERRA. GOULART, I. B. (1989) PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: FUNDAMENTOS TEÓRICOS E APLICAÇÕES A PRÁTICA PEDAGÓGICA. PETRÓPOLIS: VOZES. LOUREIRO, M. C. S. PSICOLOGIA ESCOLAR: MERA APLICAÇÃO DE DIFERENTES PSICOLOGIAS À EDUCAÇÃO? IN M. H. S. PATTO. INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA ESCOLAR. (PP. 449-458). SÃO PAULO: CASA DO PSICÓLOGO. MASSIMI, M. (1990). HISTÓRIA DA PSICOLOGIA BRASILEIRA: DA ÉPOCA COLONIAL ATÉ 1934. SÃO PAULO: EPU MEIRA, M. E. M. (2000) PSICOLOGIA ESCOLAR: PENSAMENTO CRÍTICO E PRÁTICAS PROFISSIONAIS IN E. DE R. TANAMACHI, & M. PROENÇA, & M. L. ROCHA (ORG), PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO: DESAFIOS TEÓRICO-PRÁTICOS. (PP. 35-72). SÃO PAULO: CASA DO PSICÓLOGO. MOYSÉS, M. A. A., & COLLARES, C. A. (1992) A HISTÓRIA NÃO CONTADA DOS DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM. CADERNO CEDES, 28, 31- 48. 35 PATTO, M. H. S. (1984) PSICOLOGIA E IDEOLOGIA: UMA INTRODUÇÃO CRÍTICA À PSICOLOGIA ESCOLAR. SÃO PAULO: T. A QUEIROZ. PATTO, M. H. S. (1997) O PAPEL SOCIAL E A FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO: CONTRIBUIÇÃO PARA UM DEBATE NECESSÁRIO. IN M. H. S. PATTO (ORG.), INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA ESCOLAR. SÃO PAULO: CASA DO PSICÓLOGO. RAGONESI, M. E. M. M (1997). PSICOLOGIA ESCOLAR: PENSAMENTO CRÍTICO E PRÁTICAS PROFISSIONAIS. TESE DE DOUTORADO NÃO PUBLICADA. INSTITUTO DE PSICOLOGIA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, SÃO PAULO. BURGESS, TONY. LER VYGOTSKY. IN: DANIELS, HARRY. VYGOTSKY EM FOCO: PRESSUPOSTOS E DESDOBRAMENTOS. SÃO PAULO: PAPIRUS, 1994. P. 31-68. DUARTE, NEWTON. EDUCAÇÃO ESCOLAR. TEORIA DO COTIDIANO E A ESCOLA DE VIGOTSKI. COLEÇÃO POLÊMICAS DO NOSSO TEMPO. CAMPINAS, S.P: AUTORES ASSOCIADOS, 1996. GÓES, MARIA CECÍLIA. A NATUREZA SOCIAL DO DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO. IN: CADERNOS CEDES, Nº 24, SÃO PAULO: PAPIRUS, 1991, P. 65-78. HARRY. VYGOTSKY EM FOCO: PRESSUPOSTOS E DESDOBRAMENTOS. SÃO PAULO: PAPIRUS, 1994. P. 69-90. CARRARA, K. (ORG.) INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: EPISTEMOLOGIA SEIS ABORDAGENS. SÃO PAULO: AVERCAMP EDITORA, 2007. MELO, S. A. A ESCOLA DE VIGOTSKI. IN: CARRARA, K. (ORG.) INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: EPISTEMOLOGIA SEIS ABORDAGENS. SÃO PAULO: AVERCAMP EDITORA, 2007. PAIN, S. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM. PORTO ALEGRE: ARTES MÉDICAS, 1992. SHIRAHIGE, E. E.; HIGA, M. A. CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE À EDUCAÇÃO. IN: INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: EPISTEMOLOGIA SEIS ABORDAGENS. SÃO PAULO: AVERCAMP EDITORA, 2007. 36 LIBANEO JC, OLIVEIRA JF, TOSCHI MS. EDUCAÇÃO ESCOLAR: POLÍTICAS, ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO. COLEÇÃO DOCÊNCIA EM FORMAÇÃO. SÃO PAULO: CORTEZ; 2003. 408P UNESCO. DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE EDUCAÇÃO PARA TODOS. TAILÂNDIA: UNESCO;1990. DISPONÍVEL EM: WWW.EDUCAÇÃOONLINE.PRO.BR ACESSO EM: 20/9/2001. CANDAU VM. CONSTRUIR ECOSSISTEMAS EDUCATIVOS - REINVENTAR A ESCOLA. IN: CANDAUVM, ED. REINVENTAR A ESCOLA. RIO DE JANEIRO: VOZES;2000. P.11- 6. ABREU-E-LIMA, D. M., & ALVES, M. N. (2011). O FEEDBACK E SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE TUTORIA A DISTÂNCIA. PRO-POSIÇÕES, 22(2), 189-205. BAKHTIN, M. M. (1999). MARXISMO E FILOSOFIA DA LINGUAGEM. (M. LAHUD, & F. FRATESCHI, TRAD.). SÃO PAULO: HUCITEC. (ORIGINAL PUBLICADO EM 1929). BARBOSA, D. R., & SOUZA, M. P. R. (2012). PSICOLOGIA EDUCACIONAL OU ESCOLAR? EIS A QUESTÃO. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, 16(1), 163- 173. BEZERRA, G. F., & ARAÚJO, D. A. C. (2012). PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: UMA DISCIPLINA EM CRISE NO PÓS-CONSTRUTIVISMO. PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL, 16(1), 143-151. BORGES, F. T., LINHARES, R. N., & CAIXETA, J. E. (2011). O PROFESSOR DE EAD: SIGNIFICADOS E CONTRADIÇÕES. IN R. N. LINHARES, & S. L. FERREIRA (ORG.), EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E AS TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA: NOVOS PERCURSOS DE FORMAÇÃO E APRENDIZAGEM (PP. 83-114). MACEIÓ: EDUFAL. COLL, C., & MONEREO, C. (2010). APRESENTAÇÃO. EM PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO VIRTUAL: APRENDER E ENSINAR COM AS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (PP. 9-14). (N. FREITAS, TRAD.). PORTO ALEGRE: ARTMED. GAGNÉ, R. M., BRIGGS, L. J., & WAGNER, W. W. (1988). PRINCIPLES OF INSTRUCTIONAL DESIGN. (3ª ED.). NOVA YORK: HOLT, RINEHART & WINSTON. 37 GATTI, B. (2010). PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO: CONCEITOS, SENTIDOS E CONTRIBUIÇÕES. PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO, 31, 7-22. ROTHER, E. T. (2007). REVISÃO SISTEMÁTICA X REVISÃO NARRATIVA. ACTA PAULISTA DE ENFERMAGEM, 20(2), 5-6. SILVA, M. (ORG.) (2012). FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA DOCÊNCIA ONLINE. SÃO PAULO, SP: EDIÇÕES LOYOLA. AEBLI, H. (1974). DIDÁTICA PSICOLÓGICA: APLICAÇÃO À DIDÁTICA DA TEORIA DE JEAN PIAGET. TRADUÇÃO: JOÃO TEODORO D’OLIM MAROTE. (2ª ED.) SÃO PAULO: NACIONAL. CHARLOT, B. (1983). A MISTIFICAÇÃO PEDAGÓGICA: REALIDADES SOCIAIS E PROCESSOS IDEOLÓGICOS NA TEORIA DA EDUCAÇÃO. (2ª ED.) RIO DE JANEIRO: ZAHAR. CLAPARÈDE, E. (1930). PSICOLOGÍA DEL NIÑO Y PEDAGOGÍA EXPERIMENTAL. TRADUÇÃO: DOMINGO BARNÉS. MADRID: FRANCISCO BELTRAN. CLAPARÈDE, E. (1954). A EDUCAÇÃO FUNCIONAL. TRADUÇÃO: J. B. DAMASCO PENNA. (4ª ED.) SÃO PAULO: NACIONAL. (TRABALHO ORIGINALMENTE PUBLICADO EM 1931). COLL, C. (1992). AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA PARA A EDUCAÇÃO: TEORIA GENÉTICA E APRENDIZAGEM ESCOLAR. EM: LEITE, L. B. (ORG.) (1992). PIAGET E A ESCOLA DE GENEBRA. (PP. 164-197). (2ª ED.). SÃO PAULO: CORTEZ. DEWEY, J. (1959). DEMOCRACIA E EDUCAÇÃO. TRADUÇÃO: GODOFREDO RANGEL E ANÍSIO TEIXEIRA. (3ª ED.) SÃO PAULO: NACIONAL. (TRABALHO ORIGINALMENTE PUBLICADO EM 1916). LOURENÇO FILHO, M. B. (1978). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ESCOLA NOVA: BASES, SISTEMAS E DIRETRIZES DA PEDAGOGIA CONTEMPORÂNEA. (13ª ED.) SÃO PAULO: MELHORAMENTOS. WALLON, H. (1975). PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA. LISBOA: ESTAMPA. 38 VYGOTSKY, L. S. (1995). HISTÓRIA DEL DESARROLLO DE LAS FUNCIONES PSÍQUICAS SUPERIORES. EM: VYGOTSKI, L.S. 1995. OBRAS ESCOGIDAS. (VOL. 3, PP. 11-340). MADRID: VISOR. DANTAS, LLELOYSA. A INFÂNCIA DA RAZÃO: UMA INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DA INTELIGÊNCIA DE HENRI WALLON. SÃO PAULO: MANOLE, 1990. _______ NÍVEIS E FLUTUAÇÕES DO EU. IN: OBJECTIVOS E MÉTODOS DA PSICOLOGIA. LISBOA: ESTAMPA, 1975, P. 153-172. _______ AS ORIGENS DO PENSAMENTO NA CRIANÇA. TRADUÇÃO DE DORIS SANCHES PINHEIRO E FERNANDA ALVES BRAGA. SÃO PAULO: MANOLE, 1989. _______ A EVOLUÇÃO PSICOLÓGICA DA CRIANÇA. TRADUÇÃO DE CRISTINA CARVALHO. 2. ED. LISBOA: EDIÇÕES 70, 1998. (NOVA BIBLIOTECA, 70) ZAZZO, RENÉ. HENRI WALLON: PSICOLOGIA E MARXISMO. LISBOA: VEGA, 1978.
Compartilhar