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Fontes Materiais x Fontes Formais Fontes matérias são os fatores que condicionam a formação do Direito.. É a substancia social que dá matéria ao direito, como: Moral, Economia, Geografia, Religião, História. “Fontes Formais são os meios de expressão de Direito, as fontes pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam, tornam-se conhecidas” (NADER,2014) São elas; lei, doutrina, costumes jurídicos e jurisprudência. Classificação da Fontes Formais A fonte formal direta ou primaria é somente a Lei, nela incluso medidas provisórias, decreto-lei e regulamentações. A sua característica principal é a exterioridade passível de ser conhecida por todos e o poder de imposição que lhes é peculiar. A fonte formal indireta ou secundária caracteriza-se por prescindir da exteriorização escrita e não ser dotada de poder impositivo a priori, visto que só se torna efetiva na medida que as fontes diretas são insuficientes para um caso concreto. As fontes formais indiretas são a doutrina, a jurisprudência, os costumes jurídicos Lei A Lei é o preceito escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral e obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, cuja observância é imposta pelo poder estatal. Segundo Del Vecchio, lei “é o pensamento jurídico deliberado e consciente, formulado por órgãos especiais, que representam a vontade predominante numa sociedade” Características da norma jurídica: 1. Generalidade 2. Abstratividade 3. Bilateralidade 4. Imperatividade 5. Coercibilidade Requisitos da lei: Seja promulgada por um órgão competente para tanto; Esteja de acordo com a forma prevista em lei; Não infrinja um direito superior, ou seja, seja estabelecida de acordo com o ordenamento jurídico Costume Jurídico É o costume frequentemente adotada com caráter obrigatório. No Brasil, não é fonte primária, mas é fonte formal, por estar positivado dentro do nosso ordenamento jurídico. É a prática social reiterada e obrigatória, ou ainda, é a norma jurídica que resulta de uma prática constante e prolongada no tempo. “O costume jurídico é norma jurídica obrigatória, imposta ao setor da realidade que regula, passível de imposição pela autoridade pública e em especial pelo Poder Judiciário. ” (RIZZATO, 2017) O direito costumeiro possui dois requisitos: subjetivo e objetivo. O primeiro corresponde ao “opinio necessitatis”, a crença na obrigatoriedade, isto é, a crença que, em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo corresponde à “diuturnidade”, isto é, a simples constância do ato. Elementos característicos do Costume Jurídico 1. Continuidade 2. Uniformidade 3. Diuturnidade 4. Moralidade 1) “Secundum legem”: segundo a lei; art. 113 do CC/2002: “ Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração” . Costumes secudum legem não são considerados método de integração, pois já estão expressos em lei. 2) “Praeter legem”: Ao lado da lei: quando a lei não prevê, ou seja, são aqueles utilizados pelo juiz na ausência de norma incidente ao caso; método de integração. 3)”Contra legem”: contra a lei, se opõe à lei. Controverso e não aceito como fonte do direito pela maioria dos doutrinadores Doutrina A doutrina é o conjunto de indagações, pesquisas e pareceres dos cientistas do Direito.. Alguns consideram a doutrina uma fonte por sua contribuição para a aplicação e também preparação à evolução do direito, outros acreditam que não é fonte do direito pois não tem força obrigatória. Jurisprudência São as decisões “plurais’, ou ainda, o conjunto das decisões que promanam dos Tribunais. São decisões reiteradas, constantes e pacificas do Poder Judiciário sobre determinada matéria num determinado sentido A jurisprudência não precisa ser sumulada para ser fonte. Não pode ser confundida com a orientação jurisprudencial, que é qualquer decisão do Poder Judiciário que esclareça a norma jurídica. Precedente é qualquer decisão judicial tomada em um caso concreto, que pode ser utilizado, futuramente, como fundamento para um outro julgamento similar Súmula nada mais é do que a consolidação da jurisprudência. Quando o tribunal reconhece a formação de um entendimento majoritário sobre determinado assunto, ele deve formalizar esse entendimento por meio de um enuciado informando de forma objetiva qual é a jurisprudência presente naquele tribunal a respeito do tema em questão Poder Negocial Tradicionalmente os contratos e os negócios jurídicos não são considerados fonte do direito, por não se aplicarem a todos, buscando o interesse apenas das partes. Por outro lado, porém, outros doutrinadores dizem que, por constituir norma de vontade entre as partes, deve ser considerado como fonte do direito. De um modo geral, na linguagem jurídica, por sua força e obrigatoriedade, os contratos e negócios jurídicos são ditos como “Lei entre as partes”, do mesmo modo que a sentença é a lei viva, efetivamente aplicada ao caso concreto. Fonte Formal x Processos de Integração “A integração da lei não se confunde com as fontes formais, nem com os processos de interpretação do Direito. Os elementos de integração não constituem fontes formais porque não formulam diretamente a norma jurídica, apenas orientam o aplicador para localizá-las. A pesquisa dos meios de integração não é atividade de interpretação, porque não se ocupa em definir o sentido e o alcance das normas jurídicas. Uma vez assentada a disposição aplicável, aí sim se desenvolve o trabalho de exegese."(NADER, 2014) Artigo 4º da LINDB (Lei de introdução das normas do direito brasileiro) diz que: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. O Costume jurídico é uma exceção, pois é ao mesmo tempo fonte do direito e processo de integração. Analogia A analogia é utilizada com a finalidade de integração do ordenamento jurídico, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, semelhantes, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional. Exemplo: ADI 4277 e ADPF 132 que reconheceu a união estável homoafetiva com base em analogia. A analogia é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para uma outra hipótese fundamentalmente semelhante à não prevista.” (NADER, 2014). Princípios Gerais do Direito Os princípios gerais do direito são postulados que se encontram implícita ou explicitamente no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Exemplo: Não há crime sem lei anterior que o descreva; “Quando a analogia e o costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre a deficiência da ordem jurídica, adotando princípios gerais do direito, que, às vezes, são cânones que não foram ditados, explicitamente, pelo elaborador da norma, mas que estão contidos no ordenamento jurídico.” (DINIZ, 2009). Com o advento do Neoconstitucionalismo e do pós-positivismo a eficácia normativa dos princípios recrudesceu. Destarte, tornando-se em fonte formal do direito.
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