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Prévia do material em texto

Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
1
 
 
 
 
IINNSSTTIITTUUTTOO DDEE PPSSIICCOOLLOOGGIIAA DDAA 
UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE DDEE SSÃÃOO PPAAUULLOO 
 
 
 
 
 
 
 
DDEEPPAARRTTAAMMEENNTTOO DDEE PPSSIICCOOLLOOGGIIAA CCLLÍÍNNIICCAA 
LLAABBOORRAATTÓÓRRIIOO DDEE SSAAÚÚDDEE MMEENNTTAALL EE PPSSIICCOOLLOOGGIIAA CCLLÍÍNNIICCAA SSOOCCIIAALL 
 
 
 
 
CCCAAADDDEEERRRNNNOOO DDDEEE AAANNNAAAIIISSS DDDAAA IIIVVV JJJOOORRRNNNAAADDDAAA 
AAAPPPOOOIIIAAARRR 
IINNFFÂÂNNCCIIAA,, SSOOFFRRIIMMEENNTTOO EEMMOOCCIIOONNAALL EE AA CCLLÍÍNNIICCAA 
CCOONNTTEEMMPPOORRÂÂNNEEAA 
 
 
Leila Cury Tardivo (organizadora) e colaboradores 
 
São Paulo 
8 DE DEZEMBRO DE 2006 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Catalogação na publicação 
Serviço de Biblioteca e Documentação 
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo 
 
 
Jornada APOIAR: infância, sofrimento emocional e clínica 
contemporânea (4. : 2006 : São Paulo) 
Anais da IV Jornada APOIAR / organizado por Leila Salomão L. 
P. Cury Tardivo e outros. -- São Paulo, IPUSP : Laboratório de Saúde 
Mental e Psicologia Clínica Social, 2006. 
213 p. 
 
ISBN: 
 
1. Psicologia clínica 2. Psicologia social 3. Psicopatologia 4. 
Infância 5. Violência 6. Vitimização I. Tardivo, L.S.P.C.,org. II. 
Título 
 
 
 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“.... Não fuja , não 
Finja que agora 
Eu era seu brinquedo 
Eu era o seu pião 
Seu bicho preferido 
Vem, me dê a mão 
A gente agora já na tinha medo 
No tempo da maldade 
A gente nem tinha nascido....” 
 
“João e Maria” 
Chibo Buarque de Holanda 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
4
 
AAAPPPRRREEESSSEEENNNTTTAAAÇÇÇÃÃÃOOO 
 
Apresentamos nesse CD as publicações referentes à IV Jornada APOIAR do LABORATÓRIO 
DE SAÚDE MENTAL E PSICOLOGIA CLÍNICA SOCIAL (PSC DO IPUSP). 
 
Em 2003, na I Jornada, apresentamos as propostas e os projetos do APOIAR no Instituto de 
Psicologia, e as parcerias com instituições que estavam em seu início. E desde lá vimos 
trabalhando e pesquisando, e anualmente expomos temas relativos ao nosso trabalho e campo 
de estudo. 
 
Todas as apresentações da I Jornada, os projetos, as pesquisas, resultados iniciais, foram 
transformadas em artigos da autoria dos coordenadores do Laboratório, dos pesquisadores, 
estudantes de pós graduação, além de autores que trabalhavam nas instituições parceiras 
(Tardivo e Gil, 2003). (1) 
 
Em 2005, na III Jornada, nos dirigimos à comunidade de forma mais ampla e apresentamos 
nossos resultados. Vimos, dessa forma, consolidando o APOIAR como um espaço 
interinstitucional propiciador de estudos e pesquisas voltadas para a formação do psicólogo 
clínico como trabalhador de saúde mental em equipamentos de saúde, além de propor 
atendimentos clínicos diferenciados, sob uma perspectiva psicanaliticamente orientada. 
Abordamos naquela Jornada, Atendimentos Clínicos Diferenciados e a Inclusão, enfocando 
em especial ao Papel da Psicologia Clínica Social. O caderno de Anais da III Jornada (Tardivo 
e Gil, 2005) (2) contem todas os trabalhos apresentados, e outras comunicações. Além dos 
autores já mencionados, tivemos a oportunidade de publicar artigos de estudantes de 
graduação, que também em grande número vieram colaborar nos projetos do APOIAR. 
 
Esse CD (Tardivo e cols, 2006) com os textos em pdf, com ISBN tem um conjunto de 
publicações que se referem ao evento do dia 8 de dezembro de 2006 - a IV Jornada, cujo 
tema central é: Infância, Sofrimento Emocional e a Clínica Contemporânea. Fiéis à nossa 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
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vocação de estudarmos e desenvolvermos uma Clínica voltada para a realidade de hoje, 
discutimos temas ligados à Criança e ao Adolescente de nosso meio, em situação de 
sofrimento. Falaremos de crianças que vivem hoje. 
 
Crianças que precisam de seus brinquedos, de “seu pião, seu bicho preferido”....., como diz a 
letra do grande músico e poeta. 
Porém que hoje vivem muitas vezes situações de medo. Talvez precisando aprender a viver 
no tempo da maldade.. Lembrando aqui os belíssimos versos de Chico Buiarque que iniciam 
essa publicação . 
 
Essa publicação está assim organizada: 
 
Iniciamos com a programação do evento, que se compõe de duas mesas , os autores, 
coordenadores e convidados 
 
Assim a I parte se refere à Mesa I - PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA. O primeiro artigo: A 
questão da Psicopatologia na Infância e na Adolescência; aspectos práticos do Prof. Dr. 
Francisco B. Assumpção Jr, que coordena a mesa, onde o autor faz uma apresentação 
incicial e geral abrangendo todo o tema, introduzindo-o.O Professor Francisco Assumpção Jr. 
veio desde 2005 enriquecer enormemente o Laboratório de Saúde Mental e Psicologia 
Clínica Social do IPUSP, introduzindo o Projeto Distúrbios do Desenvolvimento (PDD). Dessa 
forma, os artigos inseridos a seguir tratam de temas relacionados à Psicopatologia Infantil e 
fazem parte do PDD. São os seguintes: Transtornos da Aprendizagem: Conceito, Quadro 
Clínico e Avaliação Diagnóstica da Dra. Patrícia Gouveia Ferraz; Transtornos de Conduta de 
Suzan Mondoni; Autismo de Luciana Gomes Tarelho, que se refere à apresentação 
Transtornos Abrangentes; e o artigo Qualidade de Vida na Infância da Dra. Evelyn Kuczynski, 
encerra essa primeira parte e a Mesa I. 
 
Essas publicações certamente se constituem em contribuições relevantes, conhecimentos e 
resultados de pesquisas, num enfoque multi e interdisciplinar, o qual se configura como 
essencial em nossa área de estudo e atuação. 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
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A Parte II dessa publicação se refere à segunda mesa do evento que aborda o tema: 
INFÂNCIA, VIOLÊNCIA E DESAMPARO. 
 
Iniciamos a parte II com o texto de nossa autoria - Criança: Um Ser em Desenvolvimento. 
Nesse artigo buscamos trazer noções introdutórias e gerais do desenvolvimento infantil, 
tratando das fases, necessidades, conflitos, dificuldades e conquistas de cada período do 
crescimento.A finalidade dessa introdução é levar o leitor a considerar a infância como um 
momento fundamental na vida, para depois nos determos nas discussões das condições da 
violência e do desamparo, e as desastrosas conseqüências que trazem para o ser que se 
desenvolve. 
 
Assim, Denise Sanchez Careta e Ivonise Fernandes da Motta trazem sua contribuição, com o 
artigo Desamparo e Violência na Infância: Relato da História de Gêmeos, belíssmo trabalho. 
O tema seguinte trata do fenômeno da violência e da Vitimização contra a criança, .de Antonio 
Augusto Pinto Jr. traz reflexões acerca da violência e vitimização, assim como o trabalho de 
Thabata Biancafiori que trata do relato do atendimento feito no APOIAR de crianças nessa 
sofrida condição. 
O artigo A Criança em situação de abrigamento: Intervenção junto à mãe social, trabalho 
desenvolvido por Karina Parente e Wadad Leôncio, com nossa orientação , traz reflexõessobre abrigos e em especial a situação da mãe social. 
 
Essa publicação se completa com uma Parte III composta por outras contribuições de autores 
e pesquisadores do APOIAR a respeito de trabalhos junto a crianças e adolescentes. 
 
São as seguintes: Consultas Terapêuticas e Diagnóstico Compreensivo em Crianças: Relato 
de Caso de Valdeli Vieira, Márcia Isaco de Souza e Alexandre Boronat ; Fusão E 
Desprendimento: A Fobia Em Uma Adolescente de Laura Granado, Marcia Isaco De Souza, 
Leila Cury Tardivo .e outros casos atendidos, por Valeria de Angelis Vieira, Sonia Bisi em co-
autoria com Marica Isaco de Souza, em consultas terapêuticas. Inserimos um trabalho de 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
7
pesquisa com o Teste de Apercepção Infantil com Figuras de Animais (CAT-A) em crianças 
com problemas de aprendizagem, de Maria Salete Legname de Paulo. 
 
Esses artigos, pretendem trazer conhecimentos teóricos, resultados de pesquisas e relatos de 
experiências sobre esses temas tão cruciais em nossos dias. 
 
Contaremos ainda com os comentários da Professora Livre Docente Tânia Aiello Vaisberg, 
importante assessora que, mesmo aposentada em nosso Instituto, continua produzindo e 
criando no mesmo Laboratório em seu Projeto: “Ser e fazer – Oficinas de Criação”. O artigo 
por ela apresentado encerra esse caderno, trazendo reflexões acerca da Infância à Luz da 
Psicanálise Concreta Pós-Winnicottiana da Ser e Fazer 
 
É, pois, com satisfação que convidamos a todos a lerem e refletirem a partir dos textos aqui 
apresentados. Aos interessados nos temas, estudantes e profissionais de Psicologia e de 
outras áreas de saúde e da educação que tiveram a oportunidade de conviver conosco nesse 
evento, e a todos desejamos uma boa leitura. Esperamos que essa leitura possa propiciar o 
diálogo e a troca e que possa gerar pesquisas e estudos que possam trazer conhecimento e 
compreensão e que, principalmente, possam embasar propostas de intervenção junto à 
criança e ao adolescente que sofre em nosso meio. 
Professora Associada Leila Salomão de La Plata Cury Tardivo 
 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
 
 
 
(1) Tardivo, LS.P.C. E Gil, C A - Anais Jornadas Apoiar: propostas de atendimento. São Paulo: Instituto de 
Psicologia da Universidade de São Paulo, 2003. 
 
(2) Tardivo, LS.P.C. E Gil, C A - Anais Jornadas Apoiar: Atendimentyos Clínicos Diferenciados e OInclusão: O 
papel da Psicologia Clínica Social. São Paulo: Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, 2003. 
 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
8
 
SSSUUUMMMÁÁÁRRRIIIOOO 
TÍTULO DE TRABALHO E AUTORES PÁGINA 
PARTE I – PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA 10 
A QUESTÃO DA PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA; 
ASPECTOS PRÁTICOS -FRANCISCO B. ASSUMPÇÃO JR 
11 
TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM: CONCEITO,QUADRO CLÍNICO E 
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA - PATRÍCIA GOUVEIA FERRAZ 
40 
TRANSTORNOS DE CONDUTA - SUSAN MONDONI 56 
AUTISMO - LUCIANA GOMES TARELHO 62 
QUALIDADE DE VIDA - EVELYN KUCZYNSK 77 
PARTE II - INFÂNCIA ,VIOLÊNCIA E DESAMPARO 85 
A CRIANÇA : UM SER EM DESENVOLVIMENTO - LEILA CURY TARDIVO 86 
DESAMPARO E VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA: RELATO DA HISTÓRIA DE GÊMEOS - 
DENISE SANCHEZ CARETA E IVONISE FERNANDES DA MOTTA 
114 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: DEFINIÇÃO E 
CARACTERIZAÇÃO DO FENÔMENO - ANTONIO AUGUSTO PINTO JUNIOR E LEILA 
SALOMÃO DE LA PLATA CURY TARDIVO 
122 
ATENDIMENTO PSICOLÓGICO COM CRIANÇA VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL: 
UM ESTUDO CLÍNICO-QUALITATIVO - THÁBATA MELISSA BIANCOFIORI, WADAD 
ALI HAMAD LEONCIO E LEILA CURY. TARDIVO 
133 
A CRIANÇA EM SITUAÇÃO DE ABRIGAMENTO: INTERVENÇÃO JUNTO À MÃE 
SOCIAL - KARINA S PARENTE, WADAD H. LEÔNCIO E LEILA CURY TARDIVO 
143 
PARTE III - PROJETOS E ATENDIMENTOS - CRIANÇAS E ADOLESCENTES 155 
CONSULTAS TERAPÊUTICAS E DIAGNÓSTICO COMPREENSIVO EM CRIANÇAS: 
RELATO DE CASO - VALDELI VIEIRA, MÁRCIA ISACO DE SOUZA, ALEXANDRE 
BORONAT E LEILA CURY TARDIVO 
156 
FUSÃO E DESPRENDIMENTO: A FOBIA EM UMA ADOLESCENTE - LAURA 
CARMILO GRANADO, MARCIA ISACO DE SOUZA E LEILA CURY TARDIVO 
167 
RELATO DE ATENDIMENTO FAMILIAR: UM ADOLESCENTE COM DEPRESSÃO - 
SONIA BISI E MARCIA ISACO DE SOUZA 
178 
RELATO DE ATENDIMENTO DE PAIS A DOR DIANTE DA CONDIÇÃO DO FILHO - 
VALERIA DE ANGELIS VIEIRA E MÁRCIA ISACO DE SOUZA 
187 
CONTRIBUIÇÃO DO TESTE DE APERCEPÇÃO INFANTIL NO DIAGNÓSTICO DE 
INIBIÇÃO INTELECTUAL - MARIA SALETE LOPES LEGNAME DE PAULO 
194 
PARTE IV – 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A INFÂNCIA À LUZ DA PSICANÁLISE CONCRETA 
PÓS-WINNICOTTIANA DA SER E FAZER – TÂNIA AIELLO VAISBERG 
207 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
9
PPPRRROOOGGGRRRAAAMMMAAAÇÇÇÃÃÃOOO 
 
8:15 - Abertura – Profa Dra Leila Cury Tardivo – Chefe do LABORATÓRIO DE SAÚDE 
MENTAL E PSICOLOGIA CLÍNICA SOCIAL do Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
 
8:30 às 11:30 hs. -MESA 1 - PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA 
Coordenação : Prof. Associado Francisco Assumpção Jr. 
8.30 - Transtornos do Aprendizado: Dra. Patrícia Gouveia Ferraz 
9.00 -Transtornos da Conduta: Suzan Mondoni 
9.30 – Intervalo 
10.00 -Transtornos Abrangentes: Ms. Luciana Tarelho 
10.30 - Qualidade de Vida na Infância: Dra. Evelyn Kuczynski 
11.00 – Debate e Respostas 
 
11h30 às 13.30 – Intervalo para almoço 
 
13.00 às 16.00 MESA 2 – INFÂNCIA ,VIOLÊNCIA E DESAMPARO 
Coordenação: Profa Associada Leila Cury tardivo 
13.00 - Violência e Desamparo: O relato da história de gêmeos: Profa. Dra. Ivonise Catafesta e Ms 
Denise Careta 
13:30 – A Psicoterapia em crianças vítimas de violência doméstica: Prof Dr. Antonio Augusto Pinto Jr. 
e Thabata 
14.00 - A Criança em situação de abrigamento: A Intervenção junto à mãe social: Ms Wadad H Leôncio 
e Karina Parente 
14.30 – Intervalo 
15.00 - A criança: um ser em Desenvolvimento: Profa Associada Leila Cury Tardivo 
15.30 – Comentários e Debate: Profa Livre Docente Tânia Aiello Vaisberg 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
10
 
 
 
 
 
 
 
 
PPPAAARRRTTTEEE III 
 PPPSSSIIICCCOOOPPPAAATTTOOOLLLOOOGGGIIIAAA NNNAAA IIINNNFFFÂÂÂNNNCCCIIIAAA 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
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A QUESTÃO DA PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA E NA ADOLESCÊNCIA; 
ASPECTOS PRÁTICOS 
 Francisco B. Assumpção Jr.1 
 
A criança, usualmente, chega ao médico a partir do encaminhamento escolar ou 
familiar com duas queixas primordiais. Ou ela apresenta um déficit no aprendizado ou um 
transtorno de conduta. Entretanto, nenhum dos dois motivos significa, em um primeiro 
momento, presença de psicopatologia infantil. Assim, seu encaminhamento a um serviço 
especializado pode ser desnecessário, sobrecarregando um rede médica carente e com 
pouquíssimos recursos humanos e materiais. Cabe assim operacionalizarmos esse 
atendimento.Temos então: 
 
 Transtorno de Aprendizado ou Transtorno de Conduta 
 
 
 
Problema da Problema da Problema da 
Criança Família Escola 
 
 
 
T.desenvolvimento Disfuncionais tipo de programas 
Retardo Mental verificar: adequação de serviços 
T. Específicos separação presença de educador 
TDAH trabalho recursos materiais 
Pers. Border valores 
1.1.1- T. Afetivos afeto 
Esquizofrenia educação 
T. Ansiosos negligência 
T. Conduta mal-trato 
 
1 Professor Livre Docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; Professor Associado do Instituto de 
Psicologia da Universidade de São Paulo, Coordenador do Projeto Distúrbios do Desenvolvimento 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
12
T. Sensoriais 
Outras condições 
 
 
Cabe lembrar, entretanto, que famílias disfuncionais, quer sejam decorrentes de 
separação, ritmo de trabalho, valores diversos, carências afetivas, educacionais ou maltrato e 
negligência, devem ser encaminhados diretamente aos Conselhos Tutelares responsáveis 
para que, só após adequação dos responsáveis (inclusive para que os processos terapêuticos 
surtam efeito) se instaure um tratamento pelo qual a Saúde Mental possa se responsabilizar. 
Da mesma maneira, negligência e maus tratos devem ser resolvidos judicialmente com 
o acesso aos juizados de menores para que a responsabilização pelo tratamento seja 
efetuada antes do início do mesmo. Assim, antes do encaminhamento a serviço 
especializado, considera-se de suma importância o estudo social para que a criança possa 
ser encaminhada de maneiras a que venha a se beneficiar, realmente, dos recursos que lhe 
são proporcionados, evitando-se assim consultas desnecessárias e inúteis. 
Só após essas providências, os serviços de Saúde Mental matricularão e seguirão as crianças. 
Dessa maneira, algumas considerações podem ser feitas antes de você encaminhar a 
criança para um serviço de Saúde Mental: 
Inicialmente, deve-se ter uma preocupação com o bem estar mais do que com o 
desempenho da criança, visto usualmente de maneira pragmática. Assim, procurar se 
observar (e compreender ) as maneiras pela qual a criança e o adolescente reagem a essas 
pressões (associadamente ou não a processos psicopatológicos) é de extrema importância. 
Isso porque, mais que a mera ausência de doença, a saúde comporta um, assim 
chamado, estado de bem estar bio-psico-social, constituindo-se assim em um estado ativo 
para onde confluem elementos físicos, familiares, sociais, pessoais, administrativos, escolares 
e outros, todos desembocando de maneira geral, naquilo que, de maneira simplista, 
poderíamos agrupar sob a denominação genérica de qualidade de vida da criança. 
Portanto, mais do que simplesmente a ausência de doenças, a saúde corresponde a 
um estado físico e mental relativamente liberto da dor e do desconforto que permite ao 
indivíduo funcionar o melhor possível durante a maior parte do tempo, em um ambiente no 
qual a casualidade ou a escolha a colocaram. No caso da criança, a casualidade torna-se 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
; 
Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
13
mais importante uma vez que por sua autonomia restrita, ela tem menores e mais limitadas 
condições de escolha. 
 Nesse processo, quanto menor é a criança, mais dependente é do grupo familiar 
que, principalmente a mãe, torna-se habitualmente aquela que percebe todo e qualquer 
desvio nesse estado de bem estar. 
 Na medida em que a criança se desenvolve a escola passa também a 
desempenhar esse papel, constituindo-se, juntamente com a família, no universo infantil. 
 Assim sendo, ambos os ambientes devem ter em mente que 
a) existe para a criança a possibilidade de adoecer mentalmente, 
b) esse adoecer pode, inclusive, envolver algum gráu de severidade, 
c) existem benefícios na prevenção e no tratamento precoce dessas ocorrências, 
d) devem existir recursos na comunidade que possam ser acessados quando 
necessários. 
 
Além disso, a doença mental na infância e na adolescência deve ser visualizada a partir de 
diferentes tipos de fatores envolvidos que, por sua complexidade, ao serem avaliados devem 
ser considerados de maneiras diferentes. Temos então: 
 
Fatores predisponentes: caracterizados pela vulnerabilidade biológica, características 
de personalidade, primeiras experiências, respostas ao estresse e influências sócio-culturais. 
Esses fatores são os mais difíceis de serem avaliados em ambiente escolar uma vez 
que dependem do próprio crescimento e desenvolvimento anterior da criança, sendo aqueles 
nos quais você tem um papel importante, quer na identificação quer no tratamento ou 
encaminhamento terapêutico. 
 
Fatores precipitantes: corresponde aos acontecimentos estressantes e aos estímulos que 
ocasionam respostas emocionais desprazeirosas. Nesse âmbito a escola, por sua importância no universo 
infantil já passa a ter um papel fundamental na detecção e manipulação desses eventos. Você pode auxiliar 
em sua identificação e, seu contato com a escola e a família pode propiciar possibilidades de minimizar o 
problema. 
 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
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Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
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Fatores perpetuadores: são os estressores permanentes, os elementos 
temperamentais ligados a ansiedade, os estímulos reforçadores de condutas inadequadas e 
as influências familiares. Nesta esfera a escola tem um papel que pode ser considerado 
fundamental e o papel do médico é muito pouco importante uma vez que as questões sociais 
são fundamentais. Assim, esses estressores permanenetes devem ser avaliados para que, 
antes de se pensar em instaurar um tratamento médico, verificar se não deve ser contatado o 
Conselho Tutelar responsável ou o Juizado de Menores para que verifique-se a situação na 
qual a criança vive. 
 
Fatores protetores: correspondendo aos atributos temperamentais de adaptabilidade, 
relações intra-familiares adequadas, rede de irmãos e suporte comunitário positivo. Aqui, a 
escola pode ( e deve) fornecer parte desse suporte comunitário, constituindo-se assim em , 
mais do que uma simples fornecedora de informações, em um ambiente favorecedor do 
crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente. 
Dessa maneira, considerando-se as necessidades da criança e do adolescente, pode-
se pensar a atenção a sua saúde mental da seguinte maneira: 
 
1. Escutar a criança e a família sobre o comportamento apresentado, 
contextualizando-o; 
2. Evitar ver todas as manifestações como decorrentes da hereditariedade ou 
da carga biológica, da mesma forma que evitar desmerecê-las através da 
célebre frase “não é nada” ou que “é normal”; Assim, só a encaminhe para 
um Serviço de Saúde Mental se REALMENTE isso for necessário e não 
porque você recebe essa demanda da família ou da escola. 
3. Não dramatizar as situações quando os sintomas apresentam recorrência; 
4. Procurar resolvê-los primeiramente no próprio ambiente da criança antes de recorrer-se a programas de 
atenção secundária (Serviços de Saúde Mental) ou hospitais; 
5. Evitar as ameaças ou os julgamentos depreciativos para a criança, animando-o a falar sobre seus 
comportamentos; 
 
Laboratório de Saúde Mental e Psicologia Clínica Social 
Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
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Anais da IV Jornada APOIAR: INFÂNCIA, SOFRIMENTO EMOCIONAL E A CLÍNICA CONTEMPORÂNEA; 
São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
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Uma vez estabelecidos esses cuidados e não minorando-se a sintomatologia, 
procurar aventar a suspeita de processos psicopatológicos envolvidos, bem comoa 
gravidade dos mesmos e as alterações na dinâmica familiar decorrentes ou envolvidas nos 
mesmos e, uma vez realizado esse passo, encaminhamentos a profissionais adequados 
devem ser realizados visando-se intervenções terapêuticas especializadas como a 
psicofarmacoterapia ou as psicoterapias nas mais diferentes abordagens. 
 Estabelecem-se então diagnósticos de 
 
1. Transtornos de Atenção e Hiperatividade, 
2. Transtornos de Conduta, 
3. Enurese e Encoprese, 
4. Depressão 
5. Transtornos de Estresse Pós Traumático e 
6. Transtornos Ansiosos, 
7. Crianças maltratadas e negligenciadas (que devem ser vistas primeiramente sob o 
ponto de vista da justiça para que o atendimento à saúde seja viável), 
8. Problemas familiares ( muitas vezes mais acessíveis a abordagem da Promoção 
Social). 
 
 
Essa atuação, pensando-se populacionalmente de dentro de um aspecto de 
viabilidade e pragmatismo, enquadra-se em um modelo proposto pela OMS que é 
delineado da seguinte maneira: 
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Tratament
o 
Transtorno 
Psicoterapia Terapias 
cognitivas 
Psicofarmacoterapia Terapia
familiar
Intervenção 
escolar 
Aconselhamento Intervenç
ões 
especiais 
outros 
T. 
aprendizad
o 
 
TDAH (*) 
Tiques 
Depressão (*) 
Psicoses 
Esquizofre
nia 
 
(*) Esses tratamentos dependem da idade da criança 
 
Intervenções terapêuticas prioritárias em Saúde Mental da infância e da Adolescência 
(OMS, 2003) 
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2: PRINCIPAIS QUADROS CLÍNICOS E SUA ABORDAGEM 
Dessa maneira, visando-se a instrumentalizar o pediatra de formas a que ela possa 
diminuir o fluxo de encaminhamentos á Saúde Mental, esclarecemos aqui os principais 
quadros e as possibilidades de atuação e seguimento. 
 Entretanto, em que pese sua concepção teórica, considerando que você não está só no 
mundo e suas avaliações devem ser compreendidas por todos, quando fizer um diagnóstico 
não se esqueça: 
 
 Use a CID 10a. Embora possa lhe parecer bobagem lembre-se de que seus dados 
é que fornecerão as estatísticas necessárias para a estruturação e avaliação de 
serviços. 
 
 
2.a: Transtornos do Desenvolvimento 
 
2.a.a: Retardo Mental F70-79 
 
CONCEITO 
A deficiência mental pode ser considerada, segundo a Associação Americana de 
Deficiência Mental, como "o funcionamento intelectual geral abaixo da média, que se origina 
durante o período de desenvolvimento e está associado a prejuízo no comportamento 
adaptativo" (Robinson , 1975; OMS , 1985). 
 Observamos nela, além das perturbações orgânicas, dificuldades na realização 
de atividades esperadas socialmente, bem como as conseqüentes alterações no 
relacionamento com o mundo. Não corresponde portanto a uma moléstia única mas á um 
complexo de síndromes que tem como única característica comum a insuficiência 
intelectual (Krynski, 1968). Assim, o indivíduo por ela afetado é incapaz de competir, em 
termos de igualdade, com os companheiros normais, dentro de seu grupamento social. 
 Ao DSM IV, (1995) é definida como um funcionamento mental significativamente 
inferior a média, acompanhado de limitações significativas nï funcionamento adaptativo em 
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pelo menos duas das seguintes àreas : comunicação , autocuidados, vida doméstica, 
habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autosuficiência, habilidades 
acadêmicas, trabalhos, lazer, saúde, segurança; com início antes dos 18 anos de idade, 
podendo ser visualizada como uma via final comum de diferentes processos patológicos que 
afetam o funcionamento cognitivo. 
 O funcionamento intelectual abaixo da média vai ser considerado a partir de um QI 
padrão de 70/75, avaliado a partir de provas padronizadas, levando-se em consideração a 
diversidade cul.tural e linguística bem como outros fatores de comportamento definidos pelo 
ambiente onde se encontra o indivíduo. 
 
2.a.b. Transtornos Globais do Desenvolvimento – F84 
 
Conceito 
O relato inaugural de Leo Kanner (1943) ainda hoje edifica a caracterização e o diagnóstico de autismo, dada 
a descrição detalhada e ao mesmo tempo clara que este autor empreendeu. Kanner destacou a combinação 
de três padrões de comportamento alterados no autista: a inabilidade no relacionamento inter-pessoal, o uso 
peculiar da linguagem e a tendência à mesmice. Sua contribuição continua a ser uma das mais vívidas 
representações do comportamento autista, embora as investigações que se seguiram tenham derrubado por 
terra suas hipóteses causais. Em 1968, revisando seu próprio conceito de autismo infantil, ressaltou as falhas 
em se obter evidências neurológicas, metabólicas ou cromossômicas neste distúrbio (Kanner, 1968). Ao 
mesmo tempo, frisou a importância do diagnóstico diferencial com deficientes mentais e afásicos. Em 1976, 
Ritvo define autismo como um problema de desenvolvimento, frisando que muitos estudos se referiam aos 
autistas como portadores de déficits cognitivos (Ritvo, 1976). 
Estudos posteriores ressaltaram a contribuição importante de fatores biológicos em 
associação com o autismo. Autistas exibem com maior frequência anormalidades físicas e/ou 
neurológicas leves (soft signs), alterações eletroencefalográficas (Golden apud Lewis, 1995) e 
uma maior tendência ao desenvolvimento de transtornos convulsivos (Ornitz apud Rutter, 
1994), além de ser detectado com maior frequência em associação com algumas condições 
clínicas (fenilcetonúria não tratada, rubéola congênita, esclerose tuberosa) em detrimento de 
outras (síndrome de Down). Também têm sido descrita a presença de fatores de risco pré e 
peri-natais como marcos de história pregressa dos afetados (Tsai apud Lewis, 1995). Há, 
inclusive, uma maior frequência de distúrbios cognitivos e de linguagem entre os familiares 
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destas crianças, sugerindo a existência de um "continuum" de sintomas associado ao vínculo 
genético (Bartak apud Le Couteur, 1990). Após o desenvolvimento, na década de 70, de 
novas técnicas de cultura de células para métodos citogenéticos (Sutherland, 1977 apud 
Rutter, 1994), a detecção e estudo da síndrome do X frágil gerou grande impacto, resultando 
em diversas pesquisas que ressaltaram a importância dos fatores genéticos em associação 
com o autismo (Laxova, 1994; Turk, 1992; Goldson, 1992). 
Quadro Clínico 
 O autismo é hoje considerado uma síndrome comportamental, com etiologias múltiplas 
e curso de um transtorno de desenvolvimento (Gillberg, 1990), caracterizado por um déficit 
social, apreensível pela inabilidade em se relacionar com o outro, geralmente combinado com 
déficits de linguagem e distúrbios motores. Segundo o DSM-IV (APA, 1995), o quadro deve se 
iniciar antes dos 36 meses de idade. Crianças autistas se apresentam, quanto à inteligência, 
tanto como superdotados quanto como deficientes profundos, sendo que apenas um terço dos 
afetados trabalham na faixa intelectual média ou superior. 
Algumas condições, reunidas dentro do conceito de Transtornos Globais do 
Desenvolvimento, merecem uma descrição sucinta:A) Síndrome de Asperger (F84.5): descrita primariamente por Asperger, em 1944, sob o 
nome de psicopatia autística, é um quadro caracterizado por déficit social, interesses 
circunscritos, alterações de linguagem e de comunicação (Bowman, 1988; Szatamari, 
1991). Sua relação com o autismo é discutível, com a possibilidade de enquadrá-la dentro 
do espectro autístico descrito por Wing (1988). 
B) Transtornos Desintegrativos (F84.3): inclui condições nas quais ocorre um 
desenvolvimento normal (ou próximo ao normal) nos primeiros anos de vida, seguido por 
piora dos padrões sociais e de linguagem, conjuntamente com alterações nas emoções e 
no relacionamento inter-pessoal (Corbett, 1989), acompanhada, após um breve intervalo, 
por estereotipias e hiperatividade. O comprometimento intelectual pode surgir, mas não é 
obrigatório. 
C) Síndrome de Rett (F84.2): associada ao retardo mental profundo, afeta especificamente o 
sexo feminino, com o desenvolvimento de múltiplos déficits específicos, também após um 
período de desempenho normal durante os primeiros anos de vida. Surgem associados 
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estereotipias gestuais características, redução progressiva do desenvolvimento do 
perímetro cefálico e convulsões (Rutter, 1994). 
 
 
2.a.c: Transtornos Específicos do Desenvolvimento - F80-83 
Conceito 
 Antes da década de 40, crianças com dificuldades acadêmicas eram consideradas 
mentalmente retardadas, emocionalmente perturbadas, ou social e culturalmente 
negligenciadas (Silver, 1995). Na década de 40, surge uma quarta possibilidade: razões 
neurológicas como causa dos problemas acadêmicos. Por um lado, desenvolveu-se uma linha 
de pesquisa em torno do que se passou a denominar lesão cerebral mínima (Strauss & 
Lehtinen, 1947), refletindo lesões cerebrais cuja detecção não seria clinicamente possível. 
Outro grupo denominou esta condição de disfunção cerebral mínima (Clements, 1966), 
cogitando um funcionamento cerebral diferente do usual, sem necessariamente corresponder 
a uma seqüela decorrente de lesão cerebral. 
 Inicialmente, denominava-se a dificuldade acadêmica pela habilidade primariamente 
prejudicada, e assim surgiram a dislexia (distúrbio da leitura), a disgrafia (distúrbio da escrita) 
e a discalculia (distúrbio das habilidades aritméticas). Por fim, cunhou-se o termo transtorno 
do aprendizado, abrangendo todas estas condições, e o DSM-IV (APA, 1995) assim os 
classifica: 
 
 Transtornos do Desenvolvimento do Aprendizado (APA, 1995) 
 
1. Transtornos do Aprendizado 
a. Transtorno da leitura – F81.0 
b. Transtorno da Matemática – F81.2 
c. Transtorno da expressão escrita - 
 
2. Transtornos das Habilidades Motoras 
a. Transtorno do desenvolvimento da coordenação 
 
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3. Transtornos da Comunicação 
a. Transtorno da linguagem expressiva – F80.1 
b. Transtorno misto da linguagem receptivo-expressiva 
c. Transtorno fonológico - 
d. Tartamudez (gagueira) 
 
Quadro Clínico 
 As avaliações psicológicas e pedagógicas (também denominadas como abordagem 
psicoeducacional) envolvendo os transtornos de aprendizado utilizam-se do modelo 
cibernético ou de processamento de informações a nível cerebral. O primeiro passo é receber 
e assimilar a informação (input). Uma vez gravada, esta informação deve ser manipulada de 
modo a ser compreendida (integração). O terceiro passo é o armazenamento e recuperação 
(memória). Por fim, a informação deve ser comunicada pelo sistema (output). Desnecessário 
lembrar que alterações mais grosseiras, perceptivo-motoras (como, por exemplo, deficiências 
visuais, auditivas e motoras) devem ser avaliadas conjuntamente. 
 No entanto, é freqüente que a demanda de atendimento desta população seja por 
problemas de comportamento, e o profissional envolvido nesta avaliação deve, ao abordar 
uma criança ou adolescente portador de dificuldades emocionais, sociais, familiares, mais as 
dificuldades acadêmicas, ser capaz de diferenciar entre causa e sintoma (Silver, 1995). O 
clínico deve inquirir sobre o histórico acadêmico e desempenho em cada área de habilidade 
(Ostrander, 1993), retardo de desenvolvimento psicomotor, retardo de aquisição de 
linguagem, problemas da fala e prejuízo das habilidades cognitivas (refletido inclusive a partir 
do nível que sua capacidade de brincar atingiu frente à sua idade cronológica). Os resultados 
da abordagem psicoeducacional devem estabelecer a presença ou ausência de um transtorno 
de aprendizagem. 
 
2.a.d: Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) – F90 
 
Conceito 
 Descrita há 100 anos, há 3 décadas a criança hiperativa intriga pesquisadores em todo 
o mundo, e atualmente acredita-se que não há uma única condição clínica, mas diversas 
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subsíndromes que se interseccionam. Enquanto diagnóstico, apesar de ser nomeada a partir 
da disfunção atencional, é necessário que estejam presentes também impulsividade e 
hiperatividade, e em mais de um ambiente; a necessidade de dados fornecidos por pais e 
professores dificultam sua avaliação imparcial. Parte da controvérsia sobre esta síndrome foi 
gerada pelas muitas mudanças na terminologia deste transtorno, influenciada pelas 
tendências históricas na conceitualização das várias etiologias ou aspectos fundamentais da 
síndrome (Weiss, 1995), o que também dificulta a análise dos diversos estudos realizados em 
diferentes países e épocas, sendo gritante o exemplo da diversidade de prevalência do 
transtorno nos Estados Unidos e na Grã – Bretanha (20% e 0.1%, respectivamente). 
Quadro Clínico 
 O poder de percepção dos pais quanto à presença do TDAH aumenta sensivelmente, 
dependendo do seu contato (prévio ou atual) com crianças de mesma idade. São pacientes 
que, desde idades precoces, mostram-se mais irritadiços, com choro fácil, sono agitado e 
vários despertares noturnos. A partir do primeiro ano de idade, apresentam agitação 
psicomotora, necessitam vigilância constante, quebrando objetos com freqüência e se 
desinteressando rapidamente de brinquedos os situações. Os meninos, principalmente, 
apresentam prejuízos no desenvolvimento da fala, de aquisição mais lenta e presença de 
trocas, omissões e distorções fonêmicas, além de um ritmo mais acelerado (taquilalia). Esta 
condição, inclusive, propicia maiores dificuldades e alterações no processo de alfabetização 
da criança, se não ocorrer a intervenção precoce (Shaywitz, 1997). 
São características importantes a descoordenação motora e o retardo na aquisição de 
automatismos mais tardios (como amarrar um sapato ou utilizar um lápis), que se refletem 
numa dispraxia em relação a crianças sadias de mesma faixa etária. O desenvolvimento da 
noção têmporo-espacial também é prejudicado, resultando em dificuldades com o desenho e 
incapacidade de diferenciar símbolos gráficos semelhantes, que se diferenciem apenas por 
sua disposição espacial (como as letras b e d). A co-existência de outros transtornos 
associados, decorrentes ou concomitantes (transtorno de conduta, depressão, abuso e 
dependência de psicotrópicos, etc.) deve ser adequadamente detectada, para que a 
abordagem seja a mais eficiente (Vilanova, 1994). 
Para avaliação e suspeita do quadro, o questionário seguinte é o mais utilizado em todo 
o mundo sendo passível de ser preenchido pelos pais ou pelosprofessores: 
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3. Transtornos Afetivos – F30-39 
 
Conceito 
 A depressão e a mania têm sido descritas em crianças e adolescentes há anos (Weller 
& Weller, 1995). A hipótese acerca da raridade ou não existência de depressão em crianças 
se basearam em teorias psicanalíticas que consideravam a depressão como produto de um 
superego persecutório, e, assim, pré-adolescentes não apresentariam depressão em função 
de sua imaturidade superegóica (Angold, 1988). 
 Kraepelin (1921) achava que a mania era rara em crianças, mas que a incidência 
aumentava na adolescência. Kanner (1960) duvidava da sua existência. Lamentavelmente, 
persiste a indefinição de critérios para esta faixa etária, sendo que os critérios diagnósticos 
em uso atualmente – como, por exemplo, o DSM-IV – não trazem uma classificação 
específica para os transtornos afetivos na infância e adolescência, com a ressalva de que 
deve ser levada em conta a faixa etária (Busse, 1996). Alguns sintomas são específicamente 
sublinhados nesta fase de vida (como a irritabilidade), e alguns prazos de sintomas são 
menores para se estabelecer o diagnóstico (como na distimia), mas prevalecem critérios 
similares aos utilizados para o diagnóstico em adultos. 
Quadro Clínico 
3.a.: Depressão 
 Na fase pré-verbal, deve-se atentar para manifestações como a inquietação, 
retraimento, choro freqüente, recusa alimentar, distúrbios do sono, apatia e piora da resposta 
aos estímulos visuais e auditivos. Crianças pré-escolares com freqüência apresentam 
sintomas somáticos (dores abdominais, etc.), prejuízo no desenvolvimento pôndero-estatural, 
fácies tristonha, irritabilidade, anorexia, hiperatividade, transtornos de sono, além de auto- e 
hetero-agressividade. Escolares também podem apresentar lentificação, distorções cognitivas 
de cunho auto-depreciativo, pensamentos de morte ou suicidas e o descensu acadêmico é 
freqüente, além da irritabilidade, sintomas ansiosos e transtornos de conduta (I, 1996). Na 
adolescência, as manifestações depressivas se assemelham muito ao quadro no adulto, mas 
é freqüente a co-morbidade com uso de psicotrópicos, o que pode vir a prejudicar sua 
detecção (Puig-Antich, 1987). 
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 Para depressão, a escala mais utilizada é o CDI que não diagnostica quadros 
depressivos mas sim sintomatologia depressiva o que deve ser considerado na questão 
terapêutica. De qualquer maneira, é um instrumento útil para triagem e seguimento com a 
evolução da sintomatologia. 
 
3.b. Mania – F30-31 
 Na fase pré-escolar, podem surgir a irritabilidade, auto- e hetero-agressão, fala rápida e 
incompreensível, pouco sono e apetite, além da hiperatividade. O humor é instável, com 
pensamentos fantasiosos de grandeza (poderes mágicos, etc.). Na fase escolar, além da 
instabilidade do humor, irritabilidade e hiperatividade, podem surgir associados sintomas 
delirantes e alucinações, e o diagnóstico diferencial com o TDAH se faz mister. Os 
adolescentes em mania começam a ter manifestação clínica similar à dos adultos. (I, 1996). 
 Infelizmente não temos questionários padronizados no Brasil referentes qo diagnóstico 
de quadros maníacos na criança. 
 
4. Transtornos Ansiosos – F40-48 
 
Conceito 
 A ansiedade é um fenômeno universal na vida diária e apresenta diversos aspectos 
adaptativos importantes à necessidade de pronta resposta, suscitada pelas exigências do 
cotidiano(Hersov, 1985). Na prática, devemos avaliar com uma visão abrangente o complexo 
de relações que está envolvido nas transformações de um elemento normal do 
desenvolvimento em um sintoma (ou síndrome) que requeira uma intervenção de cunho 
terapêutico (Pernambuco, 1994). 
Quadro Clínico 
 Estudos clínicos sugerem a existência de uma continuidade entre as formas da 
infância/ adolescência e adultas (Towbin & Riddle, 1995). Atualmente, enquanto grupo 
nosológico, os transtornos ansiosos na infância guardam semelhança quanto ao seu 
diagnóstico aos critérios utilizados no adulto, para agorafobia com ou sem ataques de pânico, 
transtorno de pânico, fobias simples e social, transtorno de ansiedade generalizada, 
transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de estresse pós-traumático (APA, 1995). No 
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atendimento a crianças torna-se, muitas vezes, impossível a obtenção de uma verbalização 
clara das sensações psíquicas e cognições associadas, mas através da observação de seu 
comportamento e do relato (por parte de seus cuidadores) de suas reações, pode-se inferir 
que a criança está ansiosa (Pernambuco, 1994). 
 Há, no entanto, quadros descritos especificamente na faixa etária pediátrica, 
identificados como “habitualmente evidentes pela primeira vez na infância ou adolescência”: 
transtorno reativo de vinculação, transtorno de ansiedade de separação, transtorno de 
excesso de ansiedade e transtorno de evitação (APA, 1995). Este enfoque foi criticado por 
alguns autores, particularmente em relação a diagnósticos da infância para os quais havia 
evidências limitadas de validade, mas foi considerado por outros como um meio de testar a 
validade e confiabilidade dos diagnósticos da infância (Livingston, 1995). 
 
5. Transtornos Psicóticos: Esquizofrenia – F20-29 
 
Conceito 
 No final do século XIX, Kraepelin (1919) dá o nome de dementia praecox (a atualmente 
denominada esquizofrenia) a um transtorno grave de comportamento, de início ao fim da 
adolescência e início da idade adulta, de características peculiares. Também observa que 
alguns casos aparentam ter seu início na infância. No início do século, Sancte de Sanctis 
(1906) propõe o termo dementia praecossima para crianças que desenvolveram sintomas na 
infância. Potter (1933) tenta definir a esquizofrenia infantil com base em critérios específicos, 
como perda de interesse no ambiente circunjacente, distúrbios de pensamento e afeto e 
alterações de comportamento. Em 1943, Kanner (1943) considerava o autismo como uma 
doença pertencente ao grupo das psicoses infantis, embora com aspectos específicos. Na 
década de 70, Kolvin (1971) sugeria que a diferenciação entre as duas condições poderia ser 
realizada a partir da idade de início, história familiar, características clínicas e evidências de 
distúrbios a nível de Sistema Nervoso Central. 
 O conceito de psicose, quando se considera a criança, é problemático em vários 
aspectos, visto que os conceitos de realidade da criança vão se alterando durante o processo 
de desenvolvimento, conforme descreve tão minuciosamente Piaget (1994). A capacidade de 
desenvolver o pensamento formal, correspondente ao do adulto, só é adquirido plenamente 
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na adolescência. Assim, crenças fantasiosas fazem parte do universo da criança normal e não 
necessariamente constituem um delírio. Também o discurso e comportamento desorganizado 
não são necessariamente alterações sugestivas de esquizofrenia, quando se considera o 
desenvolvimento infantil. Além disso, a utilização dos critérios vigentes para o diagnóstico de 
esquizofrenia no adulto (DSM-IV e CID-10) não discrimina aspectos referentes às 
manifestaçõesdesta condição quando de seu início na infância, o que dificulta sua utilização 
no campo da Psiquiatria Infantil. 
Quadro Clínico 
 O tipo de início mais freqüentemente encontrado é o insidioso, principalmente nos 
casos de esquizofrenia de início muito precoce (VEOS – very early onset schizophrenia, com 
início anterior aos 13 anos de idade), existindo controvérsia quanto ao tipo mais freqüente na 
esquizofrenia de início precoce (EOS - early onset schizophrenia, com início anterior aos 18 
anos), se o agudo(definido como inferior a um ano) ou o insidioso (Mercadante, 1994). 
 A grande maioria das crianças apresenta alucinações auditivas (80%), sendo que, 
metade destas, concomitante a alucinações corporais ou visuais. Prejuízo na associação de 
idéias, bloqueio de pensamento e delírio surgem em 60% dos casos, sendo mais freqüente o 
delírio de tipo persecutório. 66% apresentam embotamento afetivo e ambitendência, e a 
perplexidade é a alteração de humor mais encontrada (Rutter, 1985). Associa-se ao quadro 
um menor rendimento intelectual (Volkmar, 1991). 
 Poucos estudos foram realizados sobre o prognóstico destes quadros, admitindo uma 
maior cronificação para os casos de VEOS, mas não necessariamente de pior prognóstico, se 
comparados aos esquizofrênicos adultos cujo início foi insidioso (Werry, 1991). Os quadros de 
melhor prognóstico seriam os de início agudo, em idade mais tardia, com boa adaptação pré-
mórbida e sintomatologia bem diferenciada (Volkmar, 1991). 
 
6. Transtornos de Conduta – F91-94 
 
Conceito 
 Transtorno de conduta é um termo que congrega crianças cujos sinais, sintomas e 
comportamentos mais afligem aos demais que o cercam (pais, parentes, professores, 
companheiros de mesma idade) que a si próprios, os portadores desta condição. Apesar de 
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extremamente semelhante nas suas manifestações ao quadro denominado de transtorno de 
personalidade anti-social apresentado por adultos, há uma predileção dos pesquisadores em 
mantê-lo numa categoria separada, em virtude da crença de um maior potencial de mudança 
nesta população jovem (Lewis, 1995). 
Quadro Clínico 
 O DSM-IV (vide Tabela 2) descreve o transtorno de conduta como sendo “...um padrão 
repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros 
ou normas e regras sociais importantes apropriadas à idade...” (APA, 1995). No entanto, é 
essencial um diagnóstico diferencial com outras condições neuropsiquiátricas que podem se 
manifestar como comportamento disruptivo e/ ou coexistir (transtorno de déficit de atenção e 
hiperatividade, transtornos do aprendizado, transtornos afetivos, esquizofrenia, etc.). 
 
Transtornos de Conduta (APA, 1995) 
 
A. Um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos 
básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade, 
manifestado pela presença de três (ou mais) dos seguintes critérios nos últimos 12 meses, 
com pelo menos um critério presente nos últimos 6 meses: 
 
Agressão a pessoas e animais 
(1) freqüentemente provoca, ameaça ou intimida outros; 
(2) freqüentemente inicia lutas corporais; 
(3) utilizou uma arma capaz de causar sério dano físico a outros (por ex., bastão, tijolo, 
garrafa quebrada, faca, arma de fogo); 
(4) foi fisicamente cruel com pessoas; 
(5) foi fisicamente cruel com animais; 
(6) roubou com confronto com a vítima (por ex., bater carteira, arrancar bolsa, extorsão, 
assalto a mão armada); 
(7) forçou alguém a ter relação sexual consigo. 
 
Destruição de propriedade 
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(8) envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio com a intenção de causar sérios 
danos; 
(9) destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente de provocação de incêndio). 
 
Defraudação ou furto 
(10) arrombou residência, prédio ou automóvel alheios; 
(11) mente com freqüência para obter bens ou favores ou para evitar obrigações legais (isto é, 
ludibria outras pessoas); 
(12) roubou objetos de valor sem confronto com a vítima (por ex., furto em lojas, mas sem 
arrombar e invadir; falsificação). 
 
Sérias violações de regras 
(13) freqüentemente permanece na rua à noite, apesar de proibições dos pais, iniciando-se 
antes dos 13 anos de idade; 
(14) fugiu de casa à noite pelo menos duas vezes, enquanto vivia na casa dos pais ou lar 
adotivo (ou uma vez, sem retornar por um extenso período); 
(15) freqüentemente gazeteia à escola, iniciando-se antes dos 13 anos de idade. 
 
B. A perturbação no comportamento causa prejuízo clinicamente significativo no 
funcionamento social, acadêmico ou ocupacional. 
 
C. Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para o Transtorno de 
Personalidade Anti-Social. 
 
7. ENURESE – F98.0 
 
1.2- CONCEITO 
É a falta de controle de emissão da urina em idade cronológica, onde é esperado que haja 
maturidade neurológica para tal, sem evidência de lesão orgânica das estruturas atuantes, 
além de involuntária e inconsciente. 
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Admite-se que crianças normais adquirem tal controle entre um ano e meio e três anos, 
mas a maioria dos autores a reconhecem e a valorizam, enquanto distúrbios, em tempos que 
variam dos quatro aos cinco anos, havendo até estudos que utilizam como limite superiore a 
idade de seis anos (Levine, 1983). 
 Quanto à frequência, Novello ( 1987) relata que como há uma grande variação na época 
do controle vesical, a criança só deve ser caracterizada como enurética quando a frequência 
de micções for ao menos uma vez por semana em meninas e de 5 vezes em meninos de 6 a 
10 anos. Outros sugerem a ocorrência de duas ou mais micções semanais (Ortiz, 1986) ou 
mais de duas ao mês após a idade de cinco anos, independente do sexo (Rushton,1989). 
 A classificação quanto ao seu momento de surgimento é: 
· primária, quando nunca houve período de controle 
· secundária, quando há enurese após período de controle esfincteriano, que deve ser de 
três a seis meses (Crawford, 1989), embora Cordovil (1983) considere que o período deva 
ser de seis a doze meses para tal caracterização. 
 
1.3- 8.ENCOPRESE – F98.1 
1.4- 
1.5- Conceito 
 Corresponde a defecação, em momentos e lugares inadequados, de maneira voluntária 
ou involuntária,( Trallero, 1995) em ausência de patologia orgânica, em indivíduo com idade 
superior a três anos de idade. 
 Embora muitos autores refiram dois anos como idade limite, sabemos que existem 
diferentes fatores que influenciam este parâmetro, tais como a expectativa dos pais, os 
métodos educativos, a associação de outras afecções, a cultura e outros. Ao DSM IV (APA, 
1994) a faixa etária de 4 anos é a referência. 
 Deve considerar-se segundo ele (APA, 1994) que a evacuação involuntária é, usualmente 
associada a obstipação, impactação e retenção de fezes com um hiperfluxo subsequente 
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podendo, a primeira obstipação, ocorrer por razões psicológicas que, posteriormente levam a 
uma conduta de evitação da evacuação. 
QUADRO CLÍNICO 
 
 Anthony (1957) classifica o quadro em três tipos,contínuo, descontínuo e 
retentivo. 
 O primeiro é proveniente de famílias com enorme capacidade de tolerância e 
distúrbios psicopatológicos bem como história repleta de episódios grastrointestinais. O 
segundo apresenta fezes de aspecto e consistência normais manifestando uma mistura 
de vergonha e ansiedade. Finalmente, o tipo retentivo apresenta uma constipação que 
vem em seguida a um funcionamento regular, porém com a característica de resistência 
à imposição ao uso do vaso. 
 
9. TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO NA INFÂNCIA – F43 
1.6- QUADRO CLÍNICO 
O estado de ansiedade caracteriza-se por sensações psíquicas e orgânicas. 
Do ponto de vista psíquico, a principal manifestação é uma sensação inespecífica e 
vaga, da existência de algum tipo de ameaça ao bem-estar enquanto uma inquietante 
sensação de que "algo está para acontecer" sem nenhuma causa objetiva aparente. 
Sensações físicas acompanham essa sensação psíquica, a saber, palidez, palpitações, 
falta de ar, boca seca, olhos arregalados, tremores e sudorese nas mãos e pés, "frio na 
espinha", formigamentos, mal estar abdominal, com todos os sistemas do nosso corpo 
reagindo e se manifestando, de modo genérico. 
Ao DSM IV (APA, 1994), a característica fundamental da reação de stress pós 
traumático é o desenvolvimento dos sintomas característicos após a exposição ao estressor. 
Na criança, esse estressor pode envolver experiências sexuais inadequadas, mesmo que não 
haja dano físico. Ela pode ser aguda quando os sintomas são inferiores a três meses em sua 
duraçãio, ou crônica quando eles duram mais tempo. 
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A susceptibilidade da criança aos distúrbios emocionais e ao estresse é bem 
documentada, com efeitos a longo prazo sendo mais difíceis de serem determinados em 
função de diagnosticados na idade adulta (Wadsworth, 1984). 
 
 
CONCLUSÕES 
 
 
 A Psiquiatria reúne em seu seio uma série de fenômenos que englobam desde quadros 
biológicos e orgânicos até alterações psíquicas heterogêneas e problemas individuais ou 
coletivos de saúde mental (Fernandes, 1979). Pela extrema abrangência de seu campo, cada 
vez torna-se mais importante a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento. O 
pediatra é o único médico capaz de diagnosticar precocemente um grande número de 
problemas de saúde mental bem como de orienta-los em nosso meio, carente de recursos 
humanos e materiais. 
Esta cartilha tem como finalidade orientar para que sua atividade seja mais eficaz nesse campo e que, assim, 
possa resolver uma parcela significativa dos problemas que a ele chegam sem que precise recorrer a 
recursos, na maioria das vezes, inexistentes em nosso ambiente. 
 
 
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Departamento de Psicologia Clínica - IPUSP 
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São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
39
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São Paulo, 8 de dezembro de 2006 
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TRANSTORNOS DA APRENDIZAGEM: 
CONCEITO,QUADRO 
CLÍNICO E AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA. 
 Patrícia Gouveia Ferraz2 
Histórico do conceito: 
 
As observações iniciais sobre as anormalidades da leitura e escrita, datam de 1887, 
quando Berlin, médico oftalmologista alemão, descreveu em adultos lesionados, o termo 
“dislexia” (Cypel, 1994). Em 1925, Samuel T. Orton reuniu 65 crianças com várias dificuldades 
de leitura, escrita e soletração, e atribuiu a isto o fato da maioria ser de canhotos, ambidestros 
ou apresentarem lateralidade cruzada (Cypel, 1994). Na mesma época, Dupré descreveu um 
grupo de crianças que apresentavam dificuldades no aprendizado escolar, cujo 
comportamento caracterizava-se pela inquietude, curta fixação da atenção e atitude 
desajeitada (Dupré, 1925). Em 1947, o tema é retomado por Strauss e Lethinen, que se 
referem a estas crianças como portadoras de “lesão cerebral mínima”, termo largamente 
utilizado porém sem maiores comprovações através de exames que demonstrassem estas 
“lesões”. Em 1962, em Oxford, Inglaterra, o termo “lesão” foi substituído por “disfunção 
cerebral mínima”. A partir de então surgiram várias publicações sobre esta “disfunção”, cuja 
principal manifestação era a dificuldade escolar, fazendo com que estes dois conceitos 
tivessem o mesmo significado (Cypel, 1994). 
Esta “disfunção” nunca foi devidamente caracterizada, e outros fatores que influenciam 
no aprendizado escolar começaram a ser notados e melhor estudados, levando este termo ao 
desuso. 
O termo “dislexia” é amplamente utilizado na denominação das anormalidades do 
desenvolvimento das habilidades escolares, principalmente leitura e escrita, e cuja definição é 
imprecisa( Stanovich, 1994). 
 
2 Psiquiatra, Doutor pela Faculdade

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