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DPC- Execuções Embargos à Execução- Matéria Matérias arguível nos embargos à execução Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - penhora incorreta ou avaliação errônea; III - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções; IV - retenção por benfeitorias necessárias ou úteis, nos casos de execução para entrega de coisa certa; V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa em processo de conhecimento. Arguição de Nulidade da Execução A falta de título executivo ou a falta de exequibilidade do título correspondem à ausência de condição de procedibilidade in executivis, pode ser alegada r a qualquer tempo, a requerimento da parte, ou por iniciativa do próprio juiz (art. 485, §3º). A matéria é daquelas que tanto pode ser arguida em embargos como em simples petição, no curso do processo, a qualquer tempo. A nulidade invocável nos embargos tanto pode consistir na não presença do título no rol daqueles a que a lei enumera como executivo como na ausência dos atributos de liquidez, certeza e exigibilidade São requisitos da execução Fundamentar-se em título executivo (art. 784) Obrigação certa, liquida e exigível (art. 783) O título não deve apenas constar no rol da lei, também deverá retratar obrigação dotada dos atributos da certeza, liquidez e exigibilidade Art. 803: “É nula a execução se: I – o título executivo extrajudicial não corresponder a obrigação certa, líquida e exigível” A impugnação à qualidade ou à força do título é defesa processual, o credor poderá cobrar o débito novamente em qualquer outro processo Só a impugnação ao mérito do título, negando a existência da obrigação nele documentada, é capaz de produzir no acolhimento dos embargos coisa julgada material com eficácia de inviabilizar definitivamente a cobrança do débito em qualquer outro processo, seja de natureza executiva ou cognitiva. Vícios de penhora e da avaliação A penhora é feita, normalmente, por indicação do credor (art. 798, II, “c”), e, assim, pode, às vezes, atingir bens impenhoráveis (art. 833) ou pode ofender a ordem legal de preferência (art. 835). Nesses casos, a substituição poderá ser pleiteada por petição avulsa, nos moldes dos arts. 848 e 847. O que pode justificar os embargos é a incorreção jurídica da penhora, por inobservância dos requisitos do próprio ato executivo; e, principalmente, as avaliações errôneas, que podem comprometer a eficácia ou a lisura do ato expropriatório, quer dificultando o interesse de potenciais licitantes, quer favorecendo locupletamento indevido em adjudicação. Excesso de Execução Art. 917, § 2º Há excesso de execução quando: I - o exequente pleiteia quantia superior à do título; II - ela recai sobre coisa diversa daquela declarada no título; III - ela se processa de modo diferente do que foi determinado no título; IV - o exequente, sem cumprir a prestação que lhe corresponde, exige o adimplemento da prestação do executado; V - o exequente não prova que a condição se realizou. Tornam a obrigação inexigível, e assim infringem o disposto nos arts. 783 e 803 Podem ser suscitadas pela parte ou conhecidas pelo juiz de ofício, sem depender obrigatoriamente, dos embargos de execução Sempre que a apreciação do excesso de execução ou da inexigibilidade da obrigação exigir dilação probatória que vá além do simples documento, a observância do procedimento da ação incidental de embargos se tornará obrigatória. O executado deverá juntar à inicial a memória de cálculo do débito que entende correto. A falta de cumprimento dessa exigência legal acarreta a rejeição liminar dos embargos, se o excesso de execução for a única defesa manejada; ou o não conhecimento da objeção, se vier cumulada com outras defesas (art. 917, §4º, I e II). Não se poderá indeferir sumariamente a petição de embargos do executado, sem ensejar-lhe igual oportunidade de suprimento, caso sua defesa tenha sido formulada sem o demonstrativo analítico do excesso de execução Cumulação de Execuções a) Decorre da diversidade de procedimentos para os diversos títulos que se pretende cumular numa só execução; A lei exige para permitir a reunião de várias execuções num só processo sejam todas subordinadas à mesma competência e à mesma forma procedimental, e se travem entre o mesmo credor e o mesmo devedor (art. 780). O cúmulo será indevido, portanto, se algum dos requisitos em questão for inobservado. b) Decorre do simultâneo ajuizamento de diversas execuções baseadas num mesmo título, quando há garantias diversas e vários coobrigados em torno de uma única dívida. Ofende o princípio da economia processual Ofende o princípio do art. 805 impõe seja a execução, sempre que possível, realizada pelo “modo menos gravoso para o executado”. Por isso, não pode o credor “promover duas execuções, cobrando a mesma dívida ao mesmo tempo e separadamente”, Ofensa ao princípio do non bis in idem. Retenção por Benfeitorias O direito de retenção por benfeitorias corresponde à típica exceção dilatória, prevista em favor de quem tem a coisa alheia em sua posse e nela efetua gastos para conservá-la ou melhorá-la. Por isso, ao ser reclamada por quem de direito, aquele que a deve restituir, tem o direito de recusar a fazê-lo enquanto não ressarcido dos referidos gastos (CC, art. 1.219). Cabe ao embargante explicitar quais são as benfeitorias por ele realizadas na coisa, objeto da execução, e qual o valor pelo qual deseja ser indenizado. Na definição de tal valor levará em conta as regras do direito material que disciplinam o jus retentionis. Defesas Próprias do Processo de Conhecimento Apesar de o título extrajudicial gozar de força igual à da sentença, esse não se apresenta revestido da imutabilidade e indiscutibilidade próprias do título judicial passado em julgado. Por isso, pode o executado arguir tanto questões ligadas aos pressupostos e condições da execução forçada como quaisquer outras defesas que lhe seriam lícitos opor ao credor, caso sua pretensão tivesse sido manifestada em processo de conhecimento O embargante poderá arguir defesas processuais em torno dos pressupostos processuais comuns e das condições gerais da ação; pode, também, invocar defesas lastreadas em fatos extintivos, impeditivos ou modificativos do direito do credor, da maneira mais ampla possível Pagamento em dobro do valor cobrado indevidamente “aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quantias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso, o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver prescrição” (Código Civil, art. 940). No CDC, também há cominação de restituição em dobro das quantias cobradas indevidamente (art. 42, parágrafo único).
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