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Embargos a execução- parte geral

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DPC- Execuções 
Embargos à Execução
Introdução 
 Os embargos à execução constituem 
o meio de defesa mais importante do 
executado no Processo de Execução. 
 A execução não é um processo 
voltado a ao contraditória. A citação do 
devedor é para o pagamento da 
dívida e não para se defender 
 Princípio do contraditório mitigado 
Natureza Jurídica 
 Ação de conhecimento cuja causa de 
pedir descreve a existência de um 
vício material, ou vício processual, ou 
ambos. 
 Têm natureza de ação autônoma de 
conhecimento, com caráter à 
execução 
 Como é ação de conhecimento existe 
contraditório pleno 
Desistência da execução. 
 Os embargos têm natureza de 
verdadeira ação de conhecimento 
 São eles, na verdade, uma espécie de 
reconvenção em que o devedor, 
aproveitando-se da iniciativa do credor, 
de instaurar a relação processual, 
tenta desconstituir o título executivo. 
 O fato de extinguir o processo de 
execução por desistência do 
exequente não afeta a ação conexa 
do executado, que pode 
perfeitamente prosseguir nos 
embargos à busca de uma sentença 
que anule o título ou declare a 
inexigibilidade da dívida nele 
documentada 
 Se os embargos forem puramente 
processuais, a desistência da execução 
acarreta também a extinção dos 
embargos do devedor. Ao credor 
poderá ser imputados os encargos 
sucumbenciais 
 Se os embargos versarem, sobre o 
mérito, a desistência da execução não 
afeta a ação do embargante, 
justamente porque lhe assiste o direito 
de prosseguir na ação incidental para 
encontrar uma solução judicial 
definitiva para o vínculo obrigacional 
litigioso (art. 775, parágrafo único). 
 Não há verba honorária a cargo do 
exequente, quando desistir da 
execução não embargada, nem 
impugnada, a qualquer título pelo 
devedor. 
 
No cumprimento de sentença 
 A impugnação que faz as vezes dos 
embargos de execução, tem natureza 
de impugnação, um incidente 
processual 
 
 
 
 
 
 
Classificação 
1. Embargos ao direito de execução 
 Embargos de mérito 
 Atacam a pretensão de direito 
material do exequente 
 Buscam a declaração de inexistência 
da ação executiva 
 Ex: alegação de pagamento, novação 
ou remissão de dívida 
2. Embargos aos atos de execução 
 Embargos de rito ou forma 
 Devedor contesta a regularidade 
formal do título 
 Ex: irregularidade da penhora ou da 
avaliação 
 
Legitimação 
 Pode propor embargos o sujeito 
passivo da execução forçada, o 
devedor, bem como o seu sucessor 
 Terceiros com responsabilidade 
executiva (fiador, sócio, sucessor, sub-
rogado), desde que atingidos pelos 
atos de execução, assumam a posição 
de parte na relação processual criada 
pela ação proposta pelo credor 
 O réu da execução é autor dos 
embargos; e o autor do processo 
principal (exequente) passa a ser réu 
no incidente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Autonomia da Execução 
 Os embargos de cada devedor têm 
caráter autônomo e independente 
 A ação de cada executado é 
particular, não estando por isso 
mesmo subordinada a litisconsórcio ou 
anuência dos outros codevedores 
 O prazo para embargar é individual e 
surge, para cada executado, a partir 
da juntada do respectivo mandado 
citatório 
 Não se aplica a contagem em dobro 
 Exceção: litisconsórcio passivo entre 
cônjuge 
 O prazo só começa a fluir, para 
os dois cônjuges, após o último 
deles ser citado 
 Podem opor embargos 
separadamente, sem necessitar 
da anuência do outro 
 Art. 915, § 1º Quando houver 
mais de um executado, o 
prazo para cada um deles 
embargar conta-se a partir da 
juntada do respectivo 
comprovante da citação, salvo 
no caso de cônjuges ou de 
companheiros, quando será 
contado a partir da juntada do 
último. 
 Efeito Suspensivo 
 Art. 919, § 4º A concessão de 
efeito suspensivo aos embargos 
oferecidos por um dos executados 
não suspenderá a execução 
contra os que não embargaram 
quando o respectivo fundamento 
disser respeito exclusivamente ao 
embargante. 
 Se os embargos forem apenas 
sobre parte do crédito exequente, 
o efeito suspensivo não impedirá o 
prosseguimento da execução 
quanto à parte restante (art. 919, 
§3°) 
Competência 
 O juízo da execução é competente 
para julgar os embargos à execução 
 Competência funcional e absoluta 
 Art. 914, §1º do CPC, os embargos à 
execução serão distribuídos por 
dependência, autuados em apartado e 
instruídos com cópias das peças 
processuais relevantes, que poderão 
ser declaradas autênticas pelo próprio 
advogado, sob sua responsabilidade 
pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Execução por carta: 
 § 2º do art. 914: na execução por 
carta, os embargos serão oferecidos 
no juízo deprecante ou no juízo 
deprecado, mas a competência para 
julgá-los é do juízo deprecante, salvo 
se versarem unicamente sobre vícios 
ou defeitos da penhora, da avaliação 
ou da alienação dos bens efetuadas 
no juízo deprecado. 
 No caso de execução por carta 
precatória, a competência para julgar 
os embargos depende da matéria 
alegada 
 
 Juiz deprecante é o juiz da comarca 
por onde tramita um processo e que 
expede carta precatória para outra 
comarca, 
 Juiz deprecado, por conseguinte, é 
juiz da outra comarca, a quem o juiz 
deprecante envia carta precatória 
 A competência do juiz deprecado é 
excepcional. Se a matéria pela ele é 
competente vier alegada em conjunto 
com outras arguições, a competência 
será do juiz da execução 
(deprecante) 
 
 
 
 
 
Juiz Deprecante
Referente ao 
âmago da 
execução ou ao 
título executivo 
Juiz Deprecado
Referente a 
irregularidades na 
penhora, avaliação 
ou da elienação
Generalidades 
 Em se tratando de uma nova ação, 
sujeita-se à distribuição, registro e 
autuação próprios (arts. 206 e 284) 
 Deve receber valor de causa (art. 291) 
 Devida a conexão com a ação 
principal, a distribuição deve ser feita 
por dependência (art. 286) 
 Exigência de preparo prévio, o não 
pagamento importa cancelamento do 
processo e extinção do processo 
(art.290) 
 Como são ação cognitiva, devem ser 
propostos por meio de PI, que 
satisfaça as exigências dos art. 319 e 
320 
 Formarão autos próprios, apartados da 
execução 
 Sem o efeito suspensivo, os 
embargos tramitam sem prejuízo da 
marcha normal da execução 
 O embargante deve instruir a PI com 
cópias das peças processuais principais 
(art. 914, § 1°) 
 Todas as cópias devem ser 
autentificadas pelo próprio advogado 
do embargante, sob sua 
responsabilidade pessoal (art. 425, IV) 
 Caberá o indeferimento. Diferença do 
processo de conhecimento é que as 
partes não precisarão ser intimadas 
 Caberá a improcedência liminar do 
pedido nas hipóteses previsto no 
artigo 
 
 
 
 
 
Segurança do Juízo 
 É requisito do efeito suspensivo 
 Art. 919, § 1º O juiz poderá, a 
requerimento do embargante, atribuir 
efeito suspensivo aos embargos 
quando verificados os requisitos para a 
concessão da tutela provisória e desde 
que a execução já esteja garantida 
por penhora, depósito ou caução 
suficientes. 
 Pode no caso de penhora, ser 
substituída por caução, representada 
por fiança bancária ou seguro garantia 
judicial (art. 848, § único) 
 A lei não prevê a segurança do juízo 
nas execuções das obrigações de 
fazer ou não fazer. Porém, a 
depender do caso concreto o juiz 
poderá determiná-la 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prazo e Contagem 
 Art. 915. Os embargos serão 
oferecidos no prazo de 15 (quinze) 
dias, contado, conforme o caso, na 
forma do art. 231. 
 A contagem do prazo começa com a 
juntada aos autos do mandado com 
que se cumpriu a citação executiva, 
conta-se apenas os dias úteis 
 Da citação correm dois prazos, o de 
pagamento e o de embargos à 
execução 
 Carta Precatória (§2°, II, art. 915) 
 O juiz deprecado deve 
comunicar a realização
da 
citação, e da juntada aos autos 
principais dessa comunicação 
será contado o prazo para 
embargos 
 Se não houver comunicação, o 
prazo começa a correr da 
juntada da precatória cumprida 
aos autos de execução 
 As modificações, substituições ou 
complementações da penhora, para 
fins de embargos do devedor, são 
irrelevantes 
 Ampliações de penhora para 
acobertar prestações 
supervenientemente acrescidas 
podem ensejar novos embargos 
desde que limitados a questões ligadas 
apenas aos acréscimos do quantum 
inicialmente exigido 
 Mesmo que vários sejam os 
codevedores executados no mesmo 
processo, a ação de embargos de 
cada um deles será autônoma. Podem, 
eventualmente, agruparem-se numa 
só ação, mas isto será facultativo, isto 
é, o litisconsórcio não será necessário. 
 Litisconsortes que tiverem 
procuradores diferentes e de 
escritórios distintos não terão prazo 
contado em dobro, conforme 
determina o art. 229 do CPC, pois 
trata-se de procedimento com 
natureza de ação autônoma. 
 Litisconsórcio necessário formado 
entre cônjuges ou companheiros, 
principalmente quando se trata de 
execução sobre bens do casal (art. 
915, §1º, in fine). Nessa hipótese, o 
prazo é único 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rejeição Liminar dos 
Embargos 
 Art. 918 
 Intempestivos 
 Casos de indeferimento liminar 
da PI e de improcedência 
liminar do pedido 
 Manifestamente protelatórios 
 
1. Embargos Intempestivos 
 Apresentados fora do prazo legal 
 Embargos apresentados antes da 
citação não são intempestivos 
 O comportamento espontâneo 
do demandado supre a citação 
(art. 239, §1º) 
 art. 218, §4º, dispõe que “será 
considerado tempestivo o ato 
praticado antes do termo inicial 
do prazo”. 
 
2. Inépcia da PI e outros casos de 
indeferimento 
 As deficiências ou irregularidades da 
inicial, quando supríveis, não deverão 
motivar de pronto a rejeição dos 
embargos. O juiz deverá conceder, 
primeiro, o prazo de 15 para que o 
devedor emende ou complete a 
petição inicial (art. 321) 
 A rejeição liminar tem força de 
sentença, por extinguir o processo, o 
recurso cabível é o de apelação 
 A Petição é inepta quando: 
 lhe faltar pedido ou causa de 
pedir; 
 o pedido for indeterminado, 
ressalvadas as hipóteses legais em 
que se permite o pedido 
genérico; 
 da narração dos fatos não 
decorrer logicamente a conclusão, 
 contiver pedidos incompatíveis 
entre si; 
 em caso de ilegitimidade manifesta 
da parte 
 carência de interesse processual 
do autor 
 não atender as prescrições dos 
arts. 106 e 321 
o não constar da inicial o 
endereço do advogado do 
exequente, seu nº de 
inscrição na OAB e o 
nome da sociedade de 
advogados da qual 
participar, para 
recebimento de intimações 
(art. 106, I); 
o quando intimado a 
emendar ou completar a 
inicial, em quinze dias, o 
exequente deixar de fazê-
lo (art. 321, parágrafo único). 
 
3. Embargos manifestamente 
protelatórios 
 Repressão a litigância de má-fé 
 Art. 77, II impõe às partes o dever de 
“não formular pretensão ou de 
apresentar defesa quando cientes de 
que são destituídas de fundamento”; 
 art. 774, II, declara atentatório à 
dignidade da Justiça o ato do 
executado que “se opõe 
maliciosamente à execução, 
empregando ardis e meios artificiosos”. 
 A execução com embargos 
protelatórios configura agressão ao 
devido processo legal e ao acesso à 
Justiça, princípios largamente 
valorizados pelo moderno Estado 
Democrático de Direito e 
expressamente encampados pela 
parte geral do Código atual. 
 Multa 
 Art. 918 do CPC/2015 considera ato 
atentatório à dignidade da justiça o 
oferecimento de embargos 
manifestamente protelatórios, 
sujeitando-se o embargante a uma 
multa de até 20% do valor 
atualizado do débito, tal como 
previsto no §2º do art. 77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procedimento 
 Art. 920. Recebidos os embargos: 
I - o exequente será ouvido no prazo 
de 15 (quinze) dias; 
II - a seguir, o juiz julgará 
imediatamente o pedido ou designará 
audiência; 
III - encerrada a instrução, o juiz 
proferirá sentença. 
 Há simples intimação do 
exequente/embargado, na pessoa do 
seu advogado 
 
Revelia do Embargado 
 É possível ocorrer a revelia, 
entretanto é preciso lembrar que, a 
revelia produz uma presunção relativa 
de que os fatos são verdadeiros, e o 
título executivo por outro lado já 
desfruta do privilégio da certeza, 
liquidez e exigibilidade.. Logo, se os 
fatos contrapostos à obrigação 
constante do título não forem 
adequadamente provados pelo 
devedor, subsistirá sempre o título do 
exequente com seu natural 
revestimento dos atributos da certeza, 
liquidez e exigibilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitos dos Embargos 
 Art. 919. Os embargos à execução não 
terão efeito suspensivo. 
 Se execução for definitiva, 
prosseguirá até final expropriação dos 
bens penhorados. Havendo julgamento 
favorável ao embargante, após a 
alienação judicial, esta não será 
desfeita. O executado-embargante 
será indenizado pelo exequente, pelo 
valor dos bens expropriados 
(CPC/2015, art. 903, in fine) 
 Em casos de adjudicação pelo 
exequente, o executado poderá 
recupera-lo in natura, se ainda 
estiverem no patrimônio do 
exequente 
 Os terceiros arrematantes não serão 
atingidos 
 
Atribuição de Efeito 
Suspensivo 
 O juiz poderá atribuir efeito 
suspensivo aos embargos desde que 
sejam atendidos os requisitos para 
concessão de tutela provisória de 
urgência (art.300) ou de evidência (art. 
311) 
 O embargante deve depositar o valor 
da execução em juízo 
a) Requisitos para tutela de urgência 
 Fundamentos dos embargos 
devem ser relevantes 
 O prosseguimento da 
execução deve manifestar 
risco grave para o executado, 
de difícil ou incerta reparação 
 
 
b) Requisitos tutela de evidência 
 As alegações de fato do 
embargante puderem ser 
comprovadas apenas 
documentalmente e houver 
tese firmada em julgamento de 
casos repetitivos ou em súmula 
vinculante; ou 
 A petição inicial dos embargos 
for instruída com prova 
documental suficiente dos fatos 
constitutivos do direito do 
embargante, a que o 
exequente não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
 O deferimento do efeito 
suspensivo, por outro lado, é 
provisório e reversível a qualquer 
tempo (art. 919, §2º) 
 A impugnação deverá ser feita 
por agravo de instrumento 
 Ainda que o executado obtenha 
efeito suspensivo para seus 
embargos, tal não impedirá o 
cumprimento do mandado 
executivo para ultimação da 
penhora e avaliação dos bens que 
formarão a garantia do juízo. A 
paralisação da execução, portanto, 
somente acontecerá após a 
penhora e avaliação (art. 919, §5º). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embargos Parciais 
 Prevê o §3º do art. 919 que, 
“quando o efeito suspensivo 
atribuído aos embargos disser 
respeito apenas a parte do objeto 
da execução, esta prosseguirá 
quanto à parte restante”. 
 A suspensão não poderá ir além 
do objeto afetado pelos embargos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Embargos de um dos 
Coexecutados 
 A eventual concessão de efeito 
suspensivo a um embargante não 
suspenderá a execução em 
relação àqueles executados que 
não embargaram (art. 919, §4º) 
 Se a defesa do coexecutado 
puder derrubar por completo o 
crédito exequendo, não haverá 
como prosseguir a execução 
contra quem não embargou 
 
 
 
 
Arguição de incompetência, 
suspeição ou impedimento 
 A arguição de incompetência, 
relativa ou absoluta, deve ser feita 
por meio de embargos à 
execução 
 Já a alegação de suspeição ou 
impedimento do juiz continuará a 
ser feita em incidente próprio, na 
forma prevista nos arts. 146 e 148 
do CPC/2015, cujo julgamento 
cabe ao Tribunal, se o juiz não 
acatar a arguição. Daí a 
necessidade de autos
próprios (art. 
146, §1º). Ou seja, não se pode 
elaborara numa peça só embargos 
e arguição de suspeição ou 
impedimento (art. 914, § 1°)

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