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FUNDAÇÃO EDSON QUEIROZ UNIVERSIDADE DE FORTALEZA – UNIFOR CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – CCS Curso: Psicologia FICHAMENTO DURKHEIM Aluna: Natasha Kely Perdigão Moura Baima Disciplina: Social I Professora: Larissa de Brito AGOSTO/2018 1. Biografia Émile Durkheim foi um sociólogo, psicólogo social e filósofo francês. É considerado o pai da Sociologia e nasceu na França. Seu interesse inicial foi pela Filosofia. Após fazer uma viagem se especializou em Sociologia. Tendo assim uma grande influencia através de Wilhelm Wundt. Durkheim estava preocupado pela maneira que a sociedade iria se manter integro e coerente na modernidade. Para ele, a ciência social era Holística, ou seja, a sociologia deveria estudar o que ocorria na sociedade em geral, ao invés de se limitar aos indivíduos. Durante sua vida fez estudos e trabalhos relacionados à Consciência coletiva ou comum, Representações sociais de Moscovici, Fato social, Suicídio e Divisão social do trabalho. Vindo a falecer em 1917. 2. Principais Teorias 2.1 Divisão social do trabalho e Solidariedade Segundo Durkheim, a divisão do trabalho social não se refere somente às atividades económicas, como também influencia todo o conjunto das atividades sociais, pois, além de servir para procurar uma maior eficácia, tem acima de tudo uma função social. Deste modo, “a divisão do trabalho (…) é e se torna cada vez mais, uma das bases fundamentais da ordem social” (Durkheim, 1893), se transformando em uma regra imperativa de conduta. Na obra Da Divisão Do Trabalho Social (1893), Durkheim tentou esclarecer que a existência de uma sociedade e sua união social, esta baseada no grau de consenso produzido entre os indivíduos. O motivo pelo qual estamos vivendo em sociedade e porque estamos vivendo a séculos em conjunto. O qual foi chamado de solidariedade. Ela se divide em duas. A Solidariedade Mecânica, esta ligada a questões religiosas, é encontrada nas sociedades tradicionais, mais arcaicas. Os indivíduos que a integram, compartilham das mesmas noções e valores sociais. A Solidariedade Orgânica é mais complexa, esta ligada a sociedade moderna. Além de não compartilharem dos mesmos valores e crenças, os interesses individuais são bem distintos. A divisão do trabalho é mais desenvolvida, sendo assim, com diversas profissões variadas. Durkheim concebe as sociedades complexas como um grande organismo. Onde os órgãos são diferentes de si, mas todos dependem um do outro para o bom funcionamento do ser vivo. 2.2 Representações Individuais e Coletivas “Socialmente, as representações coletivas sintetizam o que os homens pensam sobre si mesmos e sobre a realidade que os cerca. É, portanto, inicialmente, uma forma de conhecimento socialmente produzida. Resultado de esforço coletivo, elas emancipam-se das representações individuais, pautam novas ações e demonstram a existência da sociedade. As representações são coletivas e, portanto, não podem ser simplesmente reduzidas aos indivíduos. Sendo fruto da interação e dos laços sociais que os homens estabelecem entre si, elas os ultrapassam, adquirindo realidade e autonomia próprias. Aqui, as representações alcançam o terreno das práticas sociais, às quais se ligam, muito embora essa relação não tenha sido suficientemente desenvolvida por Durkheim”. (OLIVEIRA, M. 2012, p.71). As representações sociais estão ligadas a um estilo de vida, por exemplo, politica, religião, crenças e entre outros. Ela esta ligada a tudo que envolve mais de um individuo, onde um grupo pensa da mesma forma. Exemplos de representações sociais são as manifestações politicas, todos estão juntos com o mesmo objetivo. As representações individuais estão ligadas somente ao próprio sujeito. A maneira que ele vê o mundo, a forma que ele sente algo. Elas são “privadas” daquele individuo. Porém, as representações individuais podem se transformar em sociais quando vira uma representação de toda a sociedade. 2.3 Influência nas representações sociais de Moscovici “As posições de Durkheim influenciarão, sobretudo o psicólogo social Serge Moscovici, que, muitos anos depois, desenvolvem a teoria das representações sociais”. (TORRES, C.V.; NEIVA, E.R. Psicologia social principais temas e vertentes, 2011, p.15). O conceito de Moscovici nasceu através de uma releitura critica feita sobre as noções de representação coletiva da teoria de Durkheim. As ideias de Moscovici nos colocam a refletir sobre a importância das representações sociais. Para ele, a Psicologia Social deve se interessar pela cognição social, ou seja, pela criação entre os indivíduos. Para ele, a representação social possui um via de mão dupla, entre sujeito e sociedade. 2.4 Consciência Coletiva e Fato Social Na perspectiva de Durkheim, a existência da sociedade e a coesão, só se tornam possível quando os indivíduos se adaptam a socialização, ou seja, quando assimilam os valores, os hábitos e os costumes que caracterizam o grupo social a que pertence. A consciência coletiva constitui no “conjunto das crenças e dos sentimentos comuns á media dos membros de uma mesma sociedade, formando um sistema determinado com vida própria.” (DURKHEIM, 2010, p.50). "É fato social toda maneira de agir, fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou então ainda, que é geral na extensão de uma sociedade dada, apresentando existência própria, independente das manifestações individuais que possa ter." (DURKHEIM, 1974, p.11). Fatos Sociais são os modos de pensar, sentir e agir diante de um grupo social. Durkheim o observava como “coisa”, algo mais objetivo, capaz de ser estudado, analisado e compreendido. Os fatos sociais são compostos pelas seguintes características. Generalidade, que é comum a todos os membros de um grupo, não se apresenta como fatos isolados, envolvem muitos indivíduos e grupos ao longo do tempo. É pela generalidade que eles estão em uma natureza coletiva sejam pelos fatos observáveis ou pelos valores e crenças. Exterioridade é externo do individuo, ou seja, sua existência independe de sua vontade. Quando nascemos já encontramos regras sociais e leis que somos coagidos a aceitar, como a educação. Nós não temos a opção de escolha, independe dos nossos desejos e vontades. Este Fato Social não é estabelecido pelo individuo, ao entrarmos em um grupo, as normas já são preexistentes. Na Coercitividade, os indivíduos se sentem pressionados a seguir o comportamento já imposto. Diversas vezes achamos que devemos nos comportar de tal maneira, porém, são os nossos hábitos que nos induzem a agir daquela maneira. Em resumo, todo fato social deve ser coercitivo, ou seja, a sociedade deve estar limitando e controlando a ação dos indivíduos no meio social. "A construção do ser social, feita em boa parte pela educação, é a assimilação pelo indivíduo de uma série de normas e princípios — sejam morais, religiosos, éticos ou de comportamento — que balizam a conduta do indivíduo num grupo. O homem, mais do que formador da sociedade, é um produto dela." (DURKHEIM, 1974) 2.5 Suicídio para Durkheim “Todo o caso de morte que resulta, direta ou indiretamente, de um ato, positivo ou negativo, executado pela própria vítima, e que ela sabia que deveria produzir esse resultado.” (DURKHEIM, O Suicídio, 1897) Para Durkheim, a causa para todos os tipos de suicídios são sempre sociais. De acordo com o Sociólogo, cada sociedade se encontra predisposta a ter fatores determinados de mortes voluntarias. Cada sociedade possui durante sua historia uma atitude definida em relação ao suicídio. Ele observou diferentes taxas de suicídio e concluiu que nos católicos as taxas de suicídios eram mais baixas, relacionado ao sexo, mais homens cometiam suicídios em relação às mulheres. Maior taxa de suicídio para pessoas solteiras ao invés dos casados, maior para pessoas que são sem filhos ao invés dos pais e que era mais elevado durante os tempos de paz no lugar do suicídio em tempos de guerra. Foi o primeiro a argumentar sobre as causas do suicídio, concluindo que são encontradas através dosfatores sociais e das personalidades que não são individuais. Assim como o estresse emocional, se as pessoas se sentem integradas na sociedade e no seu meio social. Dessa maneira, Durkheim distinguiu três tipos de suicídio. O Suicídio Altruísta, onde o suicida tira sua vida em prol da sociedade, como uma causa politica ou religiosa, tendo como seu motivo algo bem maior. Por exemplo, alguém que se joga em frente a uma bomba ou um tiro. O Suicídio Egoísta ocorre por pessoas que não se sentem bem em sua sociedade, que acham que não se encaixam. Normalmente, as pessoas estão integradas em sua sociedade, mas caso esses laços se enfraqueçam ocorre uma maior probabilidade de ocorrer suicídios, onde os idosos são mais vulneráveis. O Suicídio Anômico, ocorre quando á caos em sua sociedade. Quando grandes mudanças como crises financeiras, maior desemprego ocorrem. Esse tipo de suicídio ocorre quando o individuo se sente perdido na sua sociedade. 3. Contribuições para a Psicologia Social As ideias de Durkheim, além de complementarem a sociologia, também ajudaram no campo da Psicologia Social. O seu livro, Representações Individuais e representações coletivas (1898), foi uma obra de grande ajuda para a complementação da psicologia social, pois ela aborda assunto como religião, mitos, crenças e tudo que é coletivo e que esta exposto a nós, mas ela também aborda a representação individual, que é algo do individuo, algo mais subjetivo. Ainda hoje, seus métodos de pesquisa são usados como referência de abordagem científica no campo das ciências sociais. Referências DURKHEIM, E. As regras do método sociológico. 13. Ed. São Paulo: Nacional, 1987 (Texto originalmente publicado em 1895) DURKHEIM, E. Da Divisão do Trabalho Social. São Paulo: Abril Cultural, 1979. DURKHEIM, E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000. GAMA, Adriana Ferreira; SANTOS, Aline Renée Benigno dos; FOFONCA, Eduardo. Teoria das representações sociais: uma análise crítica da comunicação de massa e da mídia. Revista Eletrônica Temática, Paraná, VI, n. 10, p.1-8, out. 2010. DURKHEIM, É., 1858-1917. Sociologia e filosofia. Tradução Fernando Andrade. São Paulo: Ícone, 2007. 119p.
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