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Absorção e transporte de água nas plantas Profa. Dra. Amanda Cristina Esteves Amaro Fisiologia Vegetal 1. Água no solo; 2. Absorção de água; 3. Movimento ascendente de água pelo xilema. Plano de aula • As plantas absorvem água do solo pelas raízes e a translocam até as folhas, onde é perdida para a atmosfera, estabelecendo uma coluna de água contínua no sistema solo-planta-atmosfera, obedecendo a um gradiente de Ѱw. Solo: • Reservatório de água e minerais; • Suporte; • 3 fases: sólida, líquida e gasosa. (Taiz; Zeiger, 2013) 1. Água no solo Fase sólida: • Minerais + matéria orgânica: Fração mineral resulta da ação degradadora (intemperismo) da natureza física, química e biológica sobre as rochas, originando partículas de diferentes tamanhos; Fração orgânica resulta da decomposição biológica de animais, microorganismos e vegetais. Fase líquida: • Solução aquosa líquida. Fase gasosa: • Geralmente está em equilíbrio com a atmosfera; • Localizada entre as partículas. Água de constituição/cristalização: • Integrada às partículas (parte constituinte): Tensão > 1000 Mpa (600°C remoção). Água higroscópica: • Ligada às partículas com tensão > 3,1 Mpa: Liquida, pode-se mover em forma de vapor. Água capilar: • Retida nos poros capilares: Tensões entre 0,02 e 3,1 Mpa. Água gravitacional: • Retida passageiramente excesso de água; • Removida pela gravidade; • Solo saturado: Tensão < 0,02 Mpa. 1.1 Condutividade hidráulica do solo: • Medida da facilidade com que a água se move solo; • Varia com o tipo de solo e com o conteúdo de água; • Conteúdo de águadiminui Condut. hidr. diminui: Solo argiloso baixa condutividade. Solo arenoso alta condutividade. 1.2 Capacidade de Campo (CC): • Conteúdo de água que permanece retido por capilaridade após o excesso de água ter sido drenado: CC Solo argiloso > CC Solo arenoso. 1.3 Ponto de murcha permanente (PMP): • Quando o conteúdo de água no solo chega a um nível muito baixo, e a planta não consegue recuperar a pressão de turgor: Ѱwsolo ≤ Ѱwraízes (L ar ch er , 2 0 0 6 ) Ѱw de um solo arenoso e de um solo siltoso, em função do seu conteúdo de água; os valores médios de Ѱw para diferentes grupos de plantas Raiz: • Principal órgão de absorção de água e sais minerais; • Suporte da planta; • Armazenamento de reservas. (Kerbauy, 2004) 2. Absorção de água pelas raízes Zona de maturação Pelos absorventes que aumentam a absorção. Zona de alongamento Células dependem da turgescência; Crescimento longitudinal da raiz. Zona meristemática Baixa taxa de absorção; Células jovens com citoplasma denso. (Taiz; Zeiger, 2013) Coifa Protege o meristema; Pouco permeável à água; Sítio de percepção da gravidade. • Penetração de água ocorre onde há menor resistência; • ↑ Suberização ↓Condutância hidráulica. (Kerbauy, 2004) (Taiz; Zeiger, 2013) 2.1 Movimento de água nas raízes: Rota apoplástica: • Água penetra livremente até a endoderme - rota preferencial. Rota simplástica: • Água movimenta-se de uma célula a outra através dos plasmodesmos. Rota transmembrana ou transcelular: • Água atravessa as células; • Passa pelo menos por 2 membranas de cada célula; • Transporte pelo vacúolo pode estar envolvido. (Taiz; Zeiger, 2013) Endoderme: • Última camada de células do córtex; • Estrias de Caspary: Paredes das células com espessamento (suberina e lignina). • Relativamente impermeável; • Impede o vazamento de solutos do cilindro central: Acúmulo de íons; Ѱos no interior do xilema torna-se mais ‘-’; Facilita o movimento de água para essa região; Favorece a pressão radicular. Rotas da absorção radicular Epiderme da raiz (pelos) Paredes Celulares e Espaços Intercelulares Membrana Plasmática e Protoplasma Apoplasto Simplasto Endoderme Simplasto do cilindro central Xilema (apoplasto) folhas (apoplasto) Paredes celulares (apoplasto) Membrana plasmática (simplasto) Floema foliar (translocação) 2.2 Fatores que afetam a capacidade de absorção de água: • Espécie; • Aeração do solo hipoxia diminui a absorção: ↓Respiração: ↓Temperatura ou ↓O2 ↑pH intracelular altera a condutância das aquaporinas (principalmente na endoderme); Mecanismos de resistência à falta de O2 : o Aerenquima; raízes adventícias; pneumatóforos; e lenticelas. • Temperatura: ↓Temperatura ↓ permeabilidade ↓absorção o Reduz o crescimento das raízes; ↑ viscosidade da água; ↑resistência ao movimento da água; e ↓ atividade meta- bólica. Xilema: • Principal tecido condutor de água; • Também conduz minerais e algumas pequenas moléculas orgânicas; • Parte mais longa da rota de transporte de água baixa resistência; • Células condutoras: traqueídes e elementos de vaso: Células alongadas, mortas, com paredes secundárias, nas quais ocorrem as pontoações: o Angiospermas: elementos de vaso e traqueídes; o Gimnospermas: traqueídes; o Pteridófitas: traqueídes. 3. Movimento ascendente de água no xilema • Movimento ascendente de água no xilema: Capilaridade; Pressão positiva de raiz; Teoria coesão-tensão. 3.1 Capilaridade: • Traqueídes: 50µm de diâmetro água sobe a uma altura de 0,6m. • Elementos de vaso: 400µm de diâmetro água sobe a uma altura de 0,08m. • Movimento de água ascendente por capilaridade no xilema pode ser considerado importante somente em plantas vasculares de pequeno porte. 3.2 Pressão positiva de raiz: • A força motriz que dirige o movimento de água através da raiz é representada pela diferença de Ѱw entre a solução do solo na superfície da raiz e a seiva do xilema. • Condições: Solo úmido; Transpiração baixa ou ausente. • As plantas que desenvolvem pressão radicular, frequentemente, produzem gotículas líquidas nas margens das folhas Gutação. (A m ar o , 2 0 0 9 ) (h tt p :/ /w w w .r es u m o .o r g /s it io /? p = 1 7 8 ) 3.3 Teoria coesão-tensão de ascensão da seiva (Dixon; Joly 1985): • Teoria mais aceita para a ascensão de água; • Movimento ascendente de água vai depender: Da tensão criada pela transpiração; Da absorção osmótica de água pelas células; Da hidratação das paredes celulares. • Coesão da água Suportar grandes tensões na coluna de água do xilema; • Pressão hidrostática negativa (tensão) “Puxa” a água pelo xilema: Desenvolve-se na superfície das paredes celulares das folhas. (Taiz; Zeiger, 2013) http://pt.slideshare.net/emodelo/2-ano-fisiologia-vegetal-conduo-e-transpirao-i 3.4 Cavitação: • Quebra da coluna de água: Obstrução do vaso = Embolia. • Se não reparadas, seriam desastrosas para as plantas ↑ resistência ao fluxo de água; • O impacto pode ser diminuído: As bolhas de gás não passam pelos pequenos poros das membranas das pontoações; A água pode desviar-se, trafegando para os condutos vizinhos: o Comprimento finito dos condutos. As bolhas podem ser eliminadas quando a transpiração é baixa; gases dissolvem-se; Formação de novos condutos. (T ai z; Z ei ge r, 2 0 1 3 ) 4. Referências Bibliograficas • FLOSS, E.L. Fisiologia das Plantas Cultivadas: o estudo do que está atrás do que se vê. 5ª ed. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 2011. 734p. • KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. 2ª Ed. São Paulo: Guanabara Koogan: Rio de. Janeiro, 2012. 452p. • LOPES, N. F.; LIMA, M. G. S. Fisiologia da Produção. Viçosa: Editora UFV, 2015. 492p. • TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia Vegetal . 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. 918p. • CASTRO, P.R.C.; KLUGE, R.A.; SESTARI, I. Manual de Fisiologia Vegetal: Fisiologia de cultivos. São Paulo: Ceres, 2008. 864p. • LARCHER W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos: RiMa, 2006. 550p. • MARENCO, R.A.; LOPES, N.F. Fisiologia Vegetal. 3ª Ed. Viçosa: UFV, 2009. 486 p. • RAVEN, P.H.; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia Vegetal. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2014. 876p. • SALISBURY, F.B.; ROSS, C.W. Fisiologia das Plantas.4ª Ed. Cengage Learning: América Latina, 2012. 858p.
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