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Fisiologia cardíaca

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Universidade Federal do Rio de Janeiro| Fisiologia – Fernanda Daumas 
 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR 
 
CONTRAÇÃO DO MUSCULO CARDÍACO DOS 
ÁTRIOS E VENTRÍCULOS (SÍSTOLE) 
❖ A contração ocorre assim que o potencial de 
ação chega nas fibras cardíacas. Quando o 
potencial de ação chega, há entrada de cálcio 
na célula. 
❖ A proteína do cálcio se acopla a uma proteína 
do reticulo sarcoplasmático ‘’ e será o 
momento que ele libera o cálcio do RES’’. 
Nesse momento há muito cálcio no citosol, 
que veio do RE e do meio extracelular. Todo 
esse cálcio irá promover a contração 
muscular, nos átrios ou ventrículos (sístole). 
MODULAÇÃO DA LIBERAÇÃO DE CÁLCIO 
❖ Podemos modular a maquinaria de liberação 
de cálcio por diversas formas. 
➢ Quando aumentamos a quantidade de cálcio 
intracelular aumentamos a força de 
contração, ou seja, uma sístole mais forte. 
Aumento da força de contração: há maior 
ativação dos canais do tipo L que estão na 
membrana e por eles que há passagem do 
cálcio. Assim há maior entrada de cálcio. 
➢ Podemos também fosforilar a membrana do 
RE sarcoplasmático fazendo com que saia 
mais cálcio dele. 
➢ Também podemos sob ação do simpático 
aumentar a disponibilidade de cálcio. As 
catecolaminas podem se ligar a membrana 
dessas células fazendo com que ocorra uma 
serie de eventos que liberem mais cálcio. 
 
RELAXAMENTO DO MUSCULO CARDÍACO 
(DIÁSTOLE) 
EXTRUSÃO DE CÁLCIO 
❖ Da mesma forma que precisa haver entrada 
de cálcio para contração, ele também precisa 
ser removido para o relaxamento do musculo 
e a diástole. Esse processo é chamado de 
extrusão do cálcio. 
❖ Esse processo é feito por uma bomba de cálcio 
sarcolêmica que se localiza na membrana do 
RE sarcoplasmático. Ela pega o cálcio do 
citosol e o leva de volta para o interior da 
organela. 
❖ Outra forma de eliminar o cálcio é devolver o 
cálcio que veio do meio extracelular. Bombas 
trocadoras de cálcio presentes da membrana 
da célula irão devolver esse cálcio para o meio 
extracelular. Elas colocam 3 íons de sódio para 
dentro e 1 íon de cálcio para fora. 
❖ O cálcio que volta para o RE sarcoplasmático é 
o que possui mais força, sendo assim é o que 
promoverá maior relaxamento do musculo. 
AÇÃO DE FÁRMACOS 
❖ Alguns fármacos atuam inibindo essas 
bombas, assim o cálcio fica mais tempo 
disponível para contração. Isso ajuda a força 
de contração para indivíduos com insuficiência 
cárdica. 
CICLO CARDÍACO 
Fisiologia cardiovascular 
Universidade Federal do Rio de Janeiro| Fisiologia – Fernanda Daumas 
 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR 
 
❖ O coração é uma bomba composta por dois 
átrios, dois ventrículos além de valvas e 
válvulas que promoverão conjuntamente o 
ciclo de sístole e diástole. 
 
SISTOLE 
LINHA AZUL 
❖ Gráfico que mostra a variação do ciclo 
cardíaco, ou seja, o volume especialmente do 
ventrículo esquerdo. 
❖ Primeiramente nessa etapa a válvula mitral 
está fechada e o ventrículo esquerdo já está 
com o volume de sangue que ainda não foi 
ejetado. 
1. Ventrículo cheio de sangue. 
2. Linha descendente: ejeção de sangue 
ventricular. 
➢ Volume diastólico final: quando o ventrículo 
está cheio de sangue. 
➢ Debito sistólico: fração de sangue que vai para 
aorta. 
➢ Volume sistólico final: fração de sangue que 
fica no ventrículo após a sístole. 
➢ Esses volumes não são fixos e podem variar. 
Por exemplo na atividade física é preciso que 
aja um debito sistólico maior. 
LINHA VERMELHA 
❖ Mostra a variação da pressão dentro do 
ventrículo esquerdo. 
1. Fase isovolumétrica (linha ascendente): a 
pressão do ventrículo está aumentando, mas 
ele ainda não ejetou o sangue. 
2. Em seguida a pressão é tanta que força a 
abertura da valva semilunar. 
3. Curva: ejeção do sangue para aorta. 
4. Linha descendente: relaxamento 
isovolumétrico. Diminuição da pressão sem 
variação de volume. 
É no momento que antecede a sístole que temos a 
onda QRS: despolarização dos ventrículos. 
DIÁSTOLE 
❖ Nessa etapa vai haver passagem do sangue do 
átrio para o ventrículo. 
LINHA AZUL 
1. Primeira linha: representa o sangue que 
restou no ventrículo. 
2. Segunda linha: enchimento do ventrículo. 
❖ Existe três fases do enchimento ventricular: 
1. Afluxo rápido: escoamento sangue do átrio 
para o ventrículo sob ação da gravidade. 
Responsável por 80 porcento da passagem de 
sangue. 
2. Diástase: leve descida de sangue com menor 
velocidade. 
3. Sístole atrial: leve variação da pressão no átrio 
seguida de contração. Responsável por 20 
porcento da passagem de sangue. 
LINHA VERMELHA 
❖ A pressão do ventrículo não muda. Haverá 
uma breve mudança de preção no átrio 
representado pela linha tracejada. 
No momento que antecede a sístole atrial temos a 
onda P: despolarização dos átrios 
FONOCARDIOGRAMA 
❖ O último gráfico é um fonocardiograma e 
representa os sons do coração. São 
representados por ‘’bulhas cardíacas’’. 
➢ Primeira bulha: fechamento da valva átrio 
ventricular; 
➢ Segunda bulha: fechamento da valva 
semilunar; 
➢ Terceira bulha: enchimento ventricular rápido; 
➢ Quarta bulha: fase de contração do átrio. 
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 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR 
 
Esses dois últimos são bem pouco audíveis. 
 
Fase A: abertura da mitral 
De A para C está variando o volume e nesse momento 
temos o enchimento ventricular e ele está em diástole. 
Etapa de C – D: variação da pressão. Representa a 
contração isovolumétrica e somente variação da 
pressão sem variação de volume. 
Etapa D-F: ejeção ventricular. 
Etapa F: após a sístole. Fechamento da valva semilunar. 
Etapa: não há variação de volume e só pressão: 
relaxamento isovolumétrico. 
DÉBITO CARDÍACO 
❖ A frequência cardíaca é a quantidade de 
batimentos por minuto do coração. Ou seja, o 
volume de sangue ejetado para aorta (debito 
sistólico). 
❖ O debito cardíaco é o volume de sangue 
bombeado pelo coração por minuto. O debito 
cardíaco mede a eficiência do coração. Ele a 
frequência cardíaca x o debito sistólico. 
VARIÁVEIS QUE INFLUENCIAM O DEBITO CARDÍACO 
Variáveis que interferem no debito sistólico 
consequentemente interferem no debito cardíaco. 
❖ Frequência cardíaca; 
❖ Contratilidade do miocárdio: se ele contrai 
menos, haverá menor volume de sangue 
ejetado (debito sistólico), então interfere no 
debito cardíaco. 
❖ Fatores periféricos: pré carga e pós carga. 
Quando diminuímos o debito sistólico é preciso 
aumentar a frequência cardíaca para compensar. 
PRÉ CARGA 
 Se refere ao volume diastólico final, isto é a carga de 
sangue presente no ventrículo antes da contração. 
Quanto maior essa carga maior será o debito sistólico e 
consequentemente debito cardíaco. 
Ela é influenciada pelo retorno venoso, ou seja, quanto 
maior o sangue que volta para o coração. 
PÓS CARGA 
Se refere ao estresse da parede durante a sístole, ou 
seja, a força que o ventrículo precisa fazer para ejetar o 
sangue. 
 
SISTEMA ARTERIAL E VENOSO 
❖ O coração é uma bomba fechada que contará 
com veias e artérias. Ele dá a força necessária 
para criação de um fluxo que nos vasos servirá 
para condução do sangue. 
❖ O sistema arterial leva o sangue do coração 
para os tecidos enquanto o sistema venoso 
leva sangue dos tecidos para o coração. 
❖ Como o coração é fechado, ele é um sistema 
constante então todo sangue que sai também 
volta. Dessa forma, o retorno venoso é igual 
ao debito cardíaco. 
HEMODINÂMICA 
CARACTERÍSTICAS DOS VASOS 
❖ A veias são vasos que captam maior volume 
de sangue, no entanto as arteríolas possuem 
maior resistência a passagem do sangue. 
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 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR 
 
❖ A aorta consegue se distender para acomodar 
o sangue que vem com alta pressão. 
Transporte sob alta pressão para os tecidos. 
Distensibilidadeque reduz pulsatilidade do 
fluxo 
❖ As arteríolas modulam o fluxo sanguíneo que 
será destinado para determinada região do 
capilar. Então se uma região necessitar de 
mais aporte de sangue quem regula isso é a 
arteríola. 
❖ Capilar: onde ocorre troca gasosa. 
❖ Vênulas: coletam o sangue vindo dos capilares 
e levam para as veias. 
FATORES QUE INTERFEREM NO FLUXO SANGUÍNEO 
Alguns fatores vão influenciar no fluxo sanguíneo, são 
eles: variação da pressão ao longo dos vasos, 
velocidade e resistência. 
❖ A aorta tem alta pressão. Essa pressão diminui 
ao longo do sistema e chega a 0 próximo as 
veias cavas. Essa diferença de pressão faz com 
que haja fluxo de sangue por todo o corpo. A 
diferença de pressão é fundamental para que 
haja fluxo. 
❖ A velocidade do fluxo sanguíneo também varia 
de região para região: nos vasos e artérias a 
velocidade é mais alta, enquanto nos capilares 
essa velocidade é menor devido as trocas 
gasosas. 
❖ Resistencia vascular: as arteríolas conferem 
maior resistência ao fluxo sanguíneo. 
DETERMINATES DO FLUXO: PRESSÃO, RESISTÊNCIA 
E VELOCIDADE 
PRESSÃO 
❖ Como estamos falando de um sistema 
fechado, não há diferença de pressão de uma 
região para outra. Ao abrirmos uma 
extremidade fazemos com que haja diferença 
de pressão e consequentemente o fluxo. 
❖ A diferença entre uma região p1 mais alta e 
uma região p2 mais baixa faz com que o fluxo 
vá da região mais alta para a mais baixa. 
❖ Para saber se há fluxo precisamos analisar o 
‘’deltaP’’ entre as duas regiões e não seu valor 
absoluto. Se houver variação de pressão, 
haverá fluxo. 
❖ Como os vasos menores possuem maior 
resistência, faz com que haja menor pressão 
sanguínea que nas artérias, por exemplo. 
❖ Então, a diferença de pressão é necessária 
para que haja fluxo e o sangue seja entregue 
as diferentes regiões do corpo. 
RESISTÊNCIA 
❖ Vasos com calibre muito pequeno dificultam a 
passagem do sangue, sendo assim o fluxo 
passa com menos facilidade que em um vaso 
de calibre maior. 
❖ Um vaso em dilatação favorece a passagem do 
fluxo, enquanto um vaso em contração 
dificulta o fluxo 
Pegar formula slide: 
A resistência: 1\ r (4) 
❖ A resistência é igual a 1 dividido pelo raio do 
vaso elevado a quarta potência. Ou seja, a 
resistência do vaso é inversamente 
proporcional ao seu raio. 
❖ Vaso com raio grande: menor resistência. 
❖ Vaso com raio pequeno: maior resistência. 
Ao diminuirmos a resistência, aumentamos o fluxo. 
VELOCIDADE 
❖ Precisamos pensar nos vasos como um 
sistema único. 
❖ Por exemplo: temos uma única aorta que 
possui um alto calibre para muitos capilares. 
Se levarmos em consideração a unidade dos 
vasos como área temos muito mais área de 
capilares em relação a aorta. Esse conceito é 
chamado de área de secção transversa. 
❖ A área dos capilares é maior que a aorta e de 
qualquer outro vaso. A velocidade do fluxo 
sanguíneo vai modificar de acordo com o 
vaso. Uma região com 2 metros cúbicos o 
sangue passa com velocidade de 10 cm\s. no 
seguimento seguinte com área de 10 metros 
cúbicos a velocidade diminui. 
A velocidade do fluxo sanguíneo diminui quando a área 
de seção transversa é maior. 
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 FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR 
 
❖ Como a aorta possui menor área de secção 
transversa em relação aos capilares a 
velocidade do fluxo sanguíneo nela é maior 
que nos capilares. 
PROPRIEDADES DOS VASOS 
❖ Os vasos por possuírem propriedades 
diferentes vão reagir de forma diferente as 
variações de volume, pressão e velocidade. 
❖ As veias conseguem acondiçoar o sangue se 
distendendo. Caso haja variação de volume 
dentro do sistema venoso não há variação 
significativa da pressão. 
AORTA 
❖ Nelas há um fluxo contínuo de sangue. A 
Aorta tem característica de ser complacente 
porque se distende e acomoda o sangue na 
sístole ventricular em seguida na diástole do 
ventricular a aorta retoma seu tamanho 
original impulsionando o sangue para frente. 
❖ O envelhecimento acarreta a menor 
complacência desse vaso que possibilita o 
aumento de lesões endoteliais e 
aterosclerose. 
PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA 
É a média da pressão ao longo do sistema. Ou seja, 
pressão média do sistema vascular. É uma avaliação 
mais fidedigna da pressão global do sistema vascular. 
PAM = PAS + (PAS - PAD) /3 
DETERMINANTES DA PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA

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