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Acessos a Cavidade Abdominal

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FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
Laparotomias 
Introdução 
As laparotomias (Laparon = Flanco + Tomia = Incisão) dizem respeito à abertura cirúrgica da cavidade 
abdominal. 
 Também podem ser chamadas de celiotomias (Celio = Abdome), termo que significa precisamente 
“incisão na parede abdominal, em qualquer região”. 
 Abdome é a via de acesso convencional. 
 
Vídeo-Laparoscopia 
 À partirde 1988,o avanço tecnológico na área médica permitiu o desenvolvimento da vídeo-
laparoscopia, que vem gradativamente substituindo a laparotomia convencional. 
 Primeiro grande avanço da cirurgia, minimamente invasiva. 
 São realizadas pequenas punções, chamadas de portais na parede abdominal. 
 
Etapas da Laparotomia: 
1. Laparotomia propriamente dita - Abertura da cavidade abdominal. 
2. Exploração da cavidade abdominal: Avalia-se a extensão de uma patologia ou identificam-se possíveis 
patologias não diagnosticadas anteriormente. 
3. Realização da cirurgia propriamente dita. 
4. Inventário ou revisão da cavidade abdominal: Checa-se se a cirurgia está completa e bem feita e se 
não foram esquecidos corpos estranhos dentro da cavidade. 
5. Fechamento da cavidade. 
o Obedecendo os planos anatômicos, deixando o mais fisiológico possível. 
 
Para a realização das laparotomias deve-se e conhecer a anatomia da parede abdominal, principalmente, 
visto que isso pode auxiliar na identificação dos planos anatômicos durante o procedimento. 
Parede Abdominal: 
 3 Músculo laterais: M. Oblíquo interno, M. Oblíquo Externo e M. Transverso do Abdome 
o Se fundem através de uma bainha tendínea na borda lateral do M. Reto Abdominal e o 
abraçam, formando os ventres. 
o Normalmente há 5 ou 4 feixes, eventualmente podendo ter 3. 
o Se inserem na junção dos dois retos na linha média. 
 Região inferior da parde abdominal sofre maior pressão. 
o Aponeurose se torna mais anterior para reforçar a força tênsil. 
 Para se acessar a cavidade abdominal, deve-se obedecer a musculatura, a inervação e 
vascularização. 
 Normalmente tentamos acessar onde temos menos músculos, onde obedece a curvatura da 
vascularização 
 
 
Divisões do Abdome: 
 4 Quadrantes 
o Superior Direito. 
o Superior Esquerdo. 
o Inferior Direito. 
o Inferior Esquerdo. 
 9 Regiões 
o Hipocôndrio Direito 
o Flanco Direito 
o Fossa Ilíaca Direita Epigástrio 
o Mesogástrio 
o Hipogástrio 
o Hipocôndrio Esquerdo 
o Flanco Esquerdo 
o Fossa Ilíaca Esquerda 
 
 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
 
Classificações quanto: 
 
Finalidade: 
 Eletiva: Quando o objetivo é conhecido e defino. 
Ex: Colelitíase sintomática – colescistectomia. 
o Conheço a causa e programo a cirurgia. 
 Exploradora: Utilizada como método diagnóstico ou para checagem da extensão de uma patologia. 
Ex: Laparotomia exploratória geralmente em emergências (apendicite, PAF). 
o Pode ser eletiva, para identificar por exemplo origem de sintomas crônicos. 
o Não conheço a causa, quero definir meu diagnóstico. 
 Via de drenagem de coleções líquidas. 
Ex: Abcesso perinefrético, pós infecção renal, pequena incisão para acessar loja renal e realizar 
drenagem. 
 
Relação à cicatriz umbilical: 
 Supraumbilical - acima. 
 Infraumbilical - abaixo. 
 Transumbilical - secção da cicatriz umbilical. 
 Periumbilical - contorno da cicatriz umbilical. 
 
Relação à Linha Média do Abdome (Longitudinal): 
 Mediana – sobre a linha média (excelente via de acesso). Incisão simples e rápida, depende de 
menos treinamento, menos estruturas anatômicas até o acesso à cavidade abdominal. Podem 
apresentar extensão variável, indo desde o apêndice xifoide até a sínfise púbica. É considerada uma 
incisão universal, uma vez que permite a realização de qualquer cirurgia intra-abdominal, nos andares 
supramesocólico, inframesocólico e cavidade pélvica. 
o Supra-umbilical - Vai desde o apêndice xifoide até a cicatriz umbilical. 
o Infra-umbilical - Vai desde a cicatriz umbilical até o púbis. 
o Xifo-púbica – feita na urgência - Vai desde o apêndice xifoide até o púbis. 
 Paramediana – direita ou esquerda – paralela à linha média. 
 
Relação aos Músculos Retos: Acessei até chegar ao M. Reto Abdominal. 
 Transretais – por divulsão - A incisão paramediana transretal é pouca usada. Realiza-se uma incisão 
sobre o músculo reto abdominal, atravessando-o por divulsão das suas fibras, após a secção da 
bainha anterior do reto. A lâmina posterior desse músculo e o peritônio são abertos no mesmo sentido 
da incisão feita na lâmina anterior. 
 Pararretais. 
o Interna (Lennander) - As incisões paramedianas pararretais internas são feitas a partir de 1,5 
– 2,0 cm da linha mediana. Também é considerada uma incisão universal, uma vez que 
permite acesso a qualquer víscera ou órgão abdominal. Além disso, podem ser iniciadas a 
partir do rebordo costal até 1 cm acima da cicatriz umbilical ou a partir de 1 cm abaixo de tal 
cicatriz até o tubérculo púbico. 
 Supra-umbilical. 
 Para-umbilical - Em situações de emergência, quando o diagnóstico não é preciso, é 
uma das melhores a ser escolhida, uma vez que permite sua ampliação em direção 
cranial ou caudal. 
 Infra-umbilical. 
 Xifo-púbica. 
o Externa - Realiza-se uma incisão sobre a projeção da borda 
externa do músculo reto abdominal. Além disso, nesse tipo 
de incisão, principalmente quando extensa, pode sacrificar 
os nervos intercostais. 
 Supra-umbilical. 
 Infra-umbilical (Jalaguier) – normalmente utilizada 
em apendicectomia. 
 
Quanto à direção da Incisão 
 Longitudinais ( l ). 
o Mediana. 
o Paramediana. 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
 Transversais ( - ) - As incisões transversais são feitas perpendicularmente ao plano sagital. 
o Podem ser simétricas, quando a incisão apresenta extremidades equidistantes da linha 
mediana, ou assimétricas, quando as extremidades não são equidistantes, ficando maior 
extensão à esquerda ou à direita da linha mediana. 
o A escolha da extensão, simetria ou predominância lateral da incisão são feitas de acordo com 
a cirurgia proposta. 
o As incisões transversais totais cruzam a linha mediana, acima ou abaixo da cicatriz umbilical, 
indo de um flanco a outro, permitindo a abertura de toda a cavidade abdominal 
transversalmente. 
o Supraumbilical: 
 Parcial: Quando a incisão parcial é feita na região epigástrica ou ocupa o quadrante 
superior direito, indo até o rebordo costal ou ultrapassando seu limite inferior, é 
chamada de incisão de Spregel, sendo indicada em cirurgia de vias biliares. 
 Total. 
o Infraumbilical: Pode oferecer excelente via de acesso as artérias aorta abdominal e ilíacas 
direita e esquerda. 
 Parcial: É indicada em cirurgias ginecológicas, em que uma incisão transversal é feita 
na linha limítrofe dos pelos pubianos. Nesse caso, a incisão recebe o nome de incisão 
de Pfannenstiel ou Cherney (quando ocorrer secção transversal do reto abdominal 
acima do púbis). 
 Total (Incisão de Gurd): Indicada na pancreatectomia, colectomia, etc. 
 Oblíquas ( / ): 
o Subcostal (Incisão de Kocher): A incisão subcostal é feita paralelamente e próxima ao 
rebordo costal, indo desde o apêndice xifoide até o flanco do lado correspondente. Quando 
feita a direita permite acesso à vesícula e vias biliares, e quando feita a esquerda permite 
realização de esplenectomias e adrenalectomias. Além disso, quando a incisão tem pequena 
extensão pode ser utilizada para o tratamento da hipertrofia de piloro e drenagem de 
abscessos subfrênicos (da loja hepática, subdiafragmáticos, subepáticos). 
o Diagonal epigástrica. 
o Estrelada supraumbilical. 
o Estrelada infraumbilical (Incisão de Mc Burney): É indicada nas apendicectomias. A incisão 
é feita de forma oblíqua para baixo no ponto de Mc Burney na fossa ilíaca direita. 
o Lombo-abdominais: A incisão é feita a partir da 12º costela e vai até a borda lateral do 
músculo reto abdominal, um pouco acima ou abaixo da cicatriz umbilical. É indicada para 
acessoa órgão e vísceras retroperitoneais: rim, bacinete, ureter, veia cava e aorta, cadeia 
simpática e tumores retroperitoneais. 
o Toraco-laparotomia: É realizada abertura da cavidade torácica e abdominal simultaneamente, 
com secção do rebordo costal e do diafragma. Feita do lado esquerdo permite acesso a: 
 Porção distal do esôfago. 
 Cárdia. 
 Estômago. 
 Feita do lado direito permite acesso a: 
 Fígado. 
 Hilo hepático. 
 Veia porta. 
 Veia cava inferior. 
o Tóraco-freno-laparotomia: Consiste no acesso a cavidade abdominal através de uma incisão 
no tórax, sem ultrapassar o rebordo costal. É utilizada somente do lado esquerdo em cirurgias 
de porção distal do esôfago e cárdia. 
 Combinadas: Atualmente quase não são feitas, sendo utilizadas quando se deseja ter maior campo 
cirúrgico. Combinam-se incisões longitudinais, transversais e oblíquas, em traçados retilíneos ou 
curvilíneos. Há utilidade, por exemplo, em lesões por PAF. 
o Rio Branco. 
o Kehr (em baioneta). 
o Mayo-Robson. 
o Alfredo Monteiro. 
 
Indicações: 
 Acesso a órgãos intra-abdominais em cirurgias eletivas. 
 Para drenagem de coleções líquidas. 
 Como método diagnóstico (laparotomias exploratórias). 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
 
Considerações sobre as incisões: 
 A escolha da via de acesso depende da proposta da cirurgia. 
 Não se deve dar maior importância a via de acesso do que a cirurgia propriamente dita. 
o Compromisso do cirurgião é com o paciente. 
 Grandes cirurgiões, grandes incisões? Não. 
o Maior o corte, maior resposta inflamatória. 
o Laparoscopias – pequenas incisões. 
 Dor pós-operatória / interferência com respiração. 
 
Incisão ideal: 
 Rápido acesso à cavidade abdominal. 
 Permitir boa amplitude de movimentos por parte do cirurgião. 
 Reconstrução perfeita da parede sob o aspecto anatômico, funcional e estético. 
 Permitir ampliação, se necessária. 
 Gerar o mínimo trauma. 
 
 
 Longitudinais Transversais 
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens 
Rápidas. Inestéticas. Estéticas. Demoradas 
Universais, com 
possibilidade de 
ampliação. 
Menos resistentes 
(abertura em um plano 
de sutura). 
Fechamento em vários 
planos de sutura. 
Maior sangramento. 
Sem secção de 
musculatura e menor 
sangramento. 
Lesão nervosa na parede 
abdominal 
(paramedianas). 
Respeitam a inervação 
da parede. 
Exposição Limitada 
(exceção crianças). 
 
C) Pfannestiel 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
Deiscência da parede abdominal: 
Deiscência é o afastamento total ou parcial de um ou de todos os planos suturados. 
 Evisceração: Quando ocorre nos primeiros dias do pós-operatório, com visualização ou exteriorização 
do conteúdo abdominal. 
Ex: Evisceração de alças. 
 Hérnia Incisional: Deiscência parcial, pele íntegra e a deiscência ocorreu tempo depois (tardia), que 
sugere fraqueza da parede. Tipo de eventração tardia com presença de saco herniado. 
 Eventração: Deiscência parcial, pele íntegra, ocorre precocemente. 
 
 
 
A deiscência resulta do desequilíbrio entra a resistência da sutura e a força a que é submetida. Pode ocorrer 
entre o 6º e o 11º dia de pós-operatório e pode ser provocada por: 
 Desnutrição. 
 Precária vascularização da ferida cirúrgica. 
 Infecção. 
 Técnica errada de sutura. 
 Ações como tosse, vômito e distensão abdominal – aumento de pressão abdominal. 
 
A deiscência da sutura pode ser evitada por: 
 Preparo pré-operatório adequado do paciente. 
 Uso de técnicas cirúrgicas primorosas. 
 Cuidados rigorosos com a antissepsia. 
 Esvaziamento gástrico por meio de jejum e sondagem; vesical por micção ou cateterismo. 
 Preservação da vascularização. 
 Melhorar o estado geral do paciente, quando possível. 
 
Vale ressaltar que a deiscência é consertada utilizando suturas de apoio, com o objetivo de reforçar a 
aproximação dos tecidos e proteger as suturas contra as forças de separação das margens. Os pontos 
atravessam todos os planos anatômicos de ambos os lados, proporcionando, quando amarrados, uma sutura 
de modo a garantir a feita por planos, anatômica e de rotina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
Bases da Cirurgia Laparoscópica 
*Adaptado Manu 99* 
É definida como cirurgia minimamente invasiva, aquela em que o acesso às cavidades corpóreas se faz 
através de incisões mínimas. 
 Faz parte das cirurgias minimamente invasivas porque o acesso intracavitário deixou de ser feito pelo 
corte e passaram a ser feitas através de punções. 
 
A realização de procedimento cirúrgico com exposição mínima das vísceras parece diminuir 
significativamente a dor e o trauma metabólico pós-operatório. 
Suas vantagens são: 
 Menor desconforto pós-operatório 
 Alta hospitalar precoce e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. 
 Adicionalmente, tem-se redução sensível das complicações relacionadas com a parede (hérnias, 
infecções, etc). 
 
Inicialmente era vendido como uma cirurgia estética, porém vai muito além disso, pois o paciente apresentava 
uma recuperação maior e melhor. 
 
Equipamentos básicos: 
 
1) Laparoscópio ou óptica: 
 Fornece imagens ampliadas. 
 Tubo metálico rígido com sistema de lentes especiais no centro, cilíndricas e alongadas (Rod-lens) 
que ampliam a imagem. 
 Luminosidade, contraste, resolução muito superiores às lentes convencionais. 
 São acoplados à câmera de vídeo, captando imagens da cavidade abdominal. Além disso, são feitos 
de um equipamento especial que permite foco constante e ampliação da imagem em pelo menos 20x. 
 O laparoscópio pode ser encontrado com vários ângulos de lentes. O primeiro utilizado era o de 90 
graus, pois se adapta aos vários procedimentos e é de fácil manuseio. Também podem ser utilizados 
os de 30° e 45° quando o campo operatório se encontra tangencial a visão do cirurgião. 
 
Obs: Hoje em dia a óptica mais utilizada é a de 45º. 
 
2) Câmera de vídeo: 
 transmitir a imagem final à unidade de processamento à qual se liga. 
 Reconstrução e ampliação da imagem, esta conecta-se à óptica. 
 Possui funções: White balance e gain (intensificação da imagem). 
 Capaz de produzir uma imagem em alta resolução que compensa parcialmente a perda de noção de 
profundidade. 
 
3) Monitor: 
 Há necessidade de utilização de um ou dois monitores de vídeo-imagem de alta resolução que irão 
receber as imagens captadas pela micro-câmera. 
 Esses monitores devem apresentar em média 700 linhas de resolução horizontal. Sendo o mínimo 
permitido o de 14 polegadas, mas a maioria são de 20 a 24 polegadas, e são articulados; 
 
4) Fonte de luz: 
 Também é acoplada ao laparoscópio. 
 É uma fonte de luz com lâmpada de halogênio ou xenônio – não produzem fonte de calor. 
 É importante que contenham um sistema de controle automático da intensidade do brilho e produzam 
potência luminosa de 300W. 
 
5) Insuflador: 
 O insuflador é utilizado para a produção de um espaço na cavidade abdominal, por meio de um 
pneumoperitônio, onde se consiga realizar o procedimento. 
 É fundamental um insuflador de boa qualidade que produza uma velocidade de fluxo de gás 
(normalmente, o CO2) para o interior da cavidade peritoneal em torno de 3 a 5 L/min. 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
 Transforma a cavidade virtual abdominal em real. 
 Umas das principais complicações da insuflação do ar dentro da cavidade é a Sd. do Compartimento 
Abdominal. 
 O normal é que a pressão intracavitária seja 0mmHg, até 15mmHg o organismo tolera bem, acima 
disso, começa a se ter manifestações clínicas por conta dessa pressão. 
 A principal manifestação clínica é a elevação da cúpula diafragmática. 
 
OBS: É importante que a pressão não ultrapasse 15mmHg e que a velocidade de insuflação seja lenta. 
 
Instrumental básica 
 Agulha de Verress: responsável por injetar o CO2; 
 Trocateres: realiza as punções, permitindoa passagem interna da pinça; 
 Redutores (sleeves); 
 Afastadores; 
 Pinças de dissecção e de preensão; 
 Tesouras; 
 Dissectores (hook); 
 Porta-agulhas (needleholder); 
 Clipadores; 
 Grampeadores (stapers); 
 Aspirador; 
 
Bases fisiológicas do pneumoperitônio 
 Para realização do procedimento laparoscópico há necessidade de tornar real a cavidade virtual do 
abdome. Para tanto, injeta-se um determinado gás dentro da cavidade que provoca distensão da 
parede abdominal e o afastamento das alças intestinais. 
 Na cirurgia toracoscópica, a simples introdução do trocarte no tórax já cria pneumotórax, que permite a 
visualização dos órgãos torácicos e a execução do procedimento. 
 
Técnica de realização do pneumoperitônio 
 Incisão periumbilical de aproximadamente 1 cm (10mm); 
 Pinçamento da região periumbilical com pinça Backaus; 
 Tração para cima; 
 Punção com agulha de Verress em direção inferior para fugir da bifurcação da aorta abdominal; 
 Atenção para possíveis bridas; 
 
1) A via inicial é periumbilical. Faz-se uma incisão de até 1cm na região umbilical, abre a pele e o 
subcutâneo, observa a aponeurose, utiliza-se a pinça de Backaus para levantar a parede,. 
2) Traciona-se a parede verticalmente para cima, para promover a separação entre a parede e as vísceras, 
em seguida introduz-se a agulha de Verress, preferencialmente direcionando-a para a fossa ilíaca direita, 
sendo este um dos momentos mais críticos, já que pode haver perfuração de alça intestinal, vaso 
sanguíneo, causar um choque hipovolêmico. 
3) Ao inserir a agulha, ela deve estar virada para a pelve, em tentativa de fugir da aorta; sua ponta é 
multiforme, ou seja, em seu interior há um gatilho, que a mantém armada: quando a forçamos, entra 
atravessando pele, subcutâneo e aponeurose do peritônio, que a desarma e volta, permitindo que ao tocar 
a alça, ela não a perfura. 
 
Importante se certificar de que a extremidade da agulha esteja realmente dentro da cavidade abdominal por 
meio: 
 Teste da Aspiração: Uma seringa com soro fisiológico é conectada a agulha de Veress e certa 
quantidade do líquido é injetada dentro da cavidade. O cirurgião deve tentar aspirar o líquido 
novamente e nada deve voltar para seringa. Caso ocorra, ou conteúdo intestinal ou sangue for 
aspirado, significa que a agulha está posicionada no local errado. Deve-se então recolocá-la no local 
certo. 
 Teste da Gota: uma gota de soro fisiológico é colocada na extremidade externa da agulha de Veress. 
Se a ponta da agulha estiver corretamente posicionada, a gota será imediatamente aspirada para 
dentro da cavidade em função da pressão negativa de dentro. 
 Teste do Insuflador: Conecta-se o insuflador, em regime de baixo fluxo, à agulha de Veress. Baixas 
pressões (até 8 mmHg) devem ser observadas se a extremidade da agulha estiver livre dentro da 
cidade. Na hora da insuflação, ao se programar para inflar até uma determinada pressão, espera-se 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
que isso aconteça de fora sem intercorrências, porém se a mesma estiver obstruída, por exemplo, na 
hora da punção encostar em uma ala intestinal, ocorre resistência fazendo com que a pressão não 
suba de maneira correta, muitas vezes aumentando até além do programado; 
 
Complicações do Pneumoperitônio 
 Enfisemas de subcutâneo – injeção de CO2 entre a aponeurose e o subcutâneo. 
 Enfisema do espaço pré-peritoneal. 
 Insuflação de víscera oca. 
 Pneumotórax e pneumomediastino. 
 Embolia gasosa. 
 De ordem metabólica e cardiorrespiratória. 
 
Laparoscopia aberta 
 Essa técnica era feita antigamente quando a punção com agulha de Veress ainda causava muitas 
complicações. Consiste em abrir manualmente a pele, tecido subcutâneo, aponeurose e o peritônio, 
com introdução do trocater finalmente na cavidade abdominal. O ponto negativo desses 
procedimentos é a possibilidade de realização de incisões pouco estreitas, que podem favorecer o 
escape de CO2 pela abertura feita. 
 Indicação para realização a Laparoscopia aberta: paciente possui uma incisão mediana passando pela 
cicatriz umbilical, não há como garantir que não há uma alça aderida ao peritônio. Dessa forma, faz-se 
a técnica aberta a fim de procurar aderências ao peritônio e evitar ruptura de alças, por exemplo. 
 
Ar ambiente, oxigênio, nitrogênio, óxido nitroso, argônio e hélio já foram indicados para a produção do 
pneumoperitônio, no entanto o gás ideal deveria ser inerte, incolor, não irritante para o peritônio, não 
explosivo frente à coagulação elétrica ou a laser e também de fácil eliminação do organismo. Atualmente o 
gás que mais se aproxima destas características é o CO2. Quando é colocado na cavidade abdominal, o 
CO2não se mantém estático, difundindo-se através de todos os tecidos, entrando em equilíbrio com todos os 
compartimentos corporais. 
 
Alterações fisiológicas do Pneumoperitônio: 
1) Ventitórias 
2) Circulatórias 
3) Hormonais 
4) Renais 
5) Hepáticas e Intestinais 
6) Outras 
 
A primeira propriedade é extremamente importante nos procedimentos onde se utilizam o laser e o 
eletrocautério. O alto poder de se dissolver no sangue, diminui a possibilidade de ocorrência de embolia 
gasosa, mas, por outro lado, pode promover aumento da PCO2. O paciente deve estar sob anestesia geral 
para que seja injetado o CO2, utilizando um tubo para respirar, o qual está conectado a um aparelho 
chamado de capnógrafo, a fim de monitorar a 
quantidade de CO2 que está sendo infundido no 
paciente. 
 
Inicialmente, o aumento da pressão intraperitoneal 
sobre o fígado e o baço provoca afluxo de sangue 
desses órgãos para a circulação, promovendo 
aumento momentâneo da volemia. 
 
Com a continuidade do procedimento, a VCF 
começa a ser comprimida ocorrendo redução do 
retorno venoso e, em consequência, queda da 
volemia e PA. Este fenômeno pode ser agravado 
quando o paciente é submetido a pressões 
superiores a 15 mmHg e, a partir de 20 mmHg 
ocorre colapso de grandes vasos abdominais. 
 
O aumento progressivo da pressão intraperitoneal 
empurra o diafragma e dificulta a sua mobilização 
originando um quadro pulmonar obstrutivo. Além 
FUNDAMENTOS DE CIRUGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 
disso, o aumento da absorção de CO2, ou queda da eliminação por movimentação pulmonar restrita, pode 
provocar o aumento da PCO2 sanguínea e consequente acidose respiratória por hipercapnia. O CO2 
também apresenta características simpaticomiméticas, podendo levar a vasoconstrição da artéria renal e 
alteração do batimento cardíaco. 
 
Em resumo: 
A pressão normal dentro da barriga é 0 mmHg, porém, à medida que se cria um espaço real dentro dela sua 
pressão aumenta para 12 mmHg até no máximo 15 mmHg. Acima de 15 mmHg começam a haver alterações, 
sendo a primeira delas a elevação do diafragma, comprimindo o pulmão, e assim a respiração do paciente. 
Com o aumento progressivo da pressão, reduz a da veia cava, colabando-a, passando a apresentar déficit de 
retorno venoso; e se continuar, pode comprimir a aorta, havendo dificuldade da saída do sangue pelo 
coração, passando a então apresentar hipotensão; comprime artéria renal, não indo sangue para o órgão, 
levando à insuficiência renal. 
 
Se a pressão aumentar até 25 mmHg é incompatível com a vida, por isso que uma das limitações deste tipo 
de cirurgia são crianças e bebês, já que são hipertônicos, não conseguindo ampliar o espaço de maneira 
adequada com baixa pressão. 
 
Locação e introdução dos Trocáteres 
 Portas abertas para os instrumentos de forma constante; 
 Com a entrada deles, falamos que são abertos portais, sendo sua quantidade determinada pela 
necessidade do cirurgião; 
 Descartáveis; 
 Introdução de pinças e outros instrumentos, mais longos que os normais; 
 Metálicos ou descartáveis; 
 Calibre variável (5mm, 10mm); 
 A primeira punção é sempre por uma de 10mm, já que pela cicatriz umbilical é mais ou menos a 
localização anatômica de onde passa a aorta.As demais punções são feitas por visão direta; 
 Na de 10mm há um caninho chamado de redutor, transformando-o no de 5mm; 
 Duas peças: parte externa – cânula; parte interna – mandril (punção); 
 
Manobras fundamentais 
1- Diérese: baseia-se, fundamentalmente, nas pequenas incisões realizadas na parede abdominal para 
a introdução de trocartes e nos movimentos de divulsão utilizados para a dissecção e isolamento de 
estruturas internas. Para estas últimas, têm-se utilizado pinças apropriadas, sendo interessante 
também lembrar a importância do uso do eletrocautério (muito utilizado, devido ao aumento muito 
grande da imagem, reduzindo o sangramento) em forma de gancho (Hook) e de pinças bipolares, que 
permite que queimem apenas no circuito entre as pás, delimitando a cauterização. 
2- Hemostasia/síntese: grampos metálicos (podem ser descartáveis ou não) e nós. É muito difícil dar 
suturas neste tipo de cirurgia, sendo preferível a anastomose por uso de grampeadores, muitas vezes 
de titânio. 
 
Complicações da Laparoscopia: 
 Lesões vasculares e viscerais: perfuração da aorta quando se realiza a introdução da agulha de 
Veress na cicatriz umbilical e insuflação e perfuração de víscera oca; 
 Puncionamento de vasos importantes; 
 Lesões termoelétricas - produção de escaras e grandes queimaduras com a utilização de 
eletrocauteres. 
 Complicações Infecciosas (são menos comuns que nos procedimentos convencionais). 
 Hérnias de parede (raro). 
 Dor no ombro – ocorre por irritação do nervo frênico, devido a maior pressão abaixo da cúpula 
diafragmática; 
 
Os cuidados de assepsia e antissepsia são iguais aos das cirurgias convencionais, toda a equipe deve estar 
devidamente paramentada. As cirurgias mais feitas por esse meio são a apendicectomia e colecistectomia. 
 
Novos Horizontes 
 Cirurgias Endoscópicas 
 Cirurgia Robótica 
 Natural Orifice Translumenal Endoscopic Surgery

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