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Endodontia – Abertura Coronária. @dentista_check 1 Endodontia I Anatomia Interna O conhecimento da morfologia dos canais radiculares é um dos requisitos básicos para se atingir os objetivos do preparo químico-mecânico: a completa remoção do tecido pulpar, dos microrganismos e da dentina infectada, além da adequada modelagem, propiciando condições ideais para o selamento da cavidade pulpar e reparo dos tecidos perirradiculares. A anatomia radicular não varia apenas entre os tipos diferentes de dentes, mas também em um mesmo tipo de dente, em pacientes diferentes. Na maioria das vezes, será o exame radiográfico o único caminho para a correta execução do procedimento; entretanto, este exame não fornece ao profissional a tridimensionalidade do sistema de canais radiculares. Logo, o endodontista deve estar atento para poder observar quaisquer alterações, realizando radiografias em angulações diferentes, e baseando-se em um apurado conhecimento da anatomia radicular, que aliado a uma técnica apropriada para o preparo biomecânico e obturação dos canais, serão de fundamental importância para a correta desinfecção e preenchimento do sistema de canais radiculares, contribuindo para o sucesso dos tratamentos executados. Quaisquer espaços não desinfetado e selados no interior do sistema de canais, servem de nicho para bactérias e contribui para o fracasso do tratamento endodôntico. Por falta de conhecimento da anatomia radicular, muitas vezes um canal adicional passa despercebido, geralmente também devido a uma cirurgia de acesso insuficiente para sua visualização, resultando em um tratamento incompleto. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DA ANATOMIA INTERNA DENTAL: O estudo da anatomia interna dos dentes humanos só despertou o interesse dos pesquisadores ao final do século XIX. GYÖRGY CARABELLI: Descobriu uma cúspide adicional na face palatina da cúspide mesiopalatina dos molares superiores, o tubérculo de Carabelli; Forneceu a descrição detalhada do número e localização dos canais radiculares de todos os grupos de dentes; PREISWERK (1901) Realizou a aplicação de metal fundido na cavidade endodôntica com posterior desmineralização do dente, obtendo-se o modelo metálico da sua anatomia interna. FISCHER(1908) Método para estudar as ramificações do canal principal, injetando uma solução de celuloide dissolvida em acetona que, após seu endurecimento e a descalcificação do dente, possibilitava a obtenção de réplicas da porção apical do SCR. Em razão de esta solução ser frágil após endurecimento, as réplicas das ramificações mais delicadas fraturavam-se facilmente. Endodontia – Abertura Coronária. @dentista_check 2 HESS (1917) Marco importante nos estudos da anatomia interna!! Injeção de borracha líquida no interior da cavidade pulpar, obtendo-se modelos 3D dos canais, onde era produzida a forma externa da raiz. OKUMURA(1927) Realizou um estudo em 1.339 dentes pelo método de diafanização com injeção de tinta nanquim na cavidade pulpar. O método de diafanização necessita da exodontia dos elementos a serem estudados, que são posteriormente submetidos à cirurgia de acesso, descalcificação com uso de ácidos, lavagem, desidratação, diafanização, injeção de tinta nanquim pela câmara pulpar até sair pelo ápice, e posterior inclusão em blocos transparentes de resina. Este método permite uma observação tridimensional do complexo sistema de canais. Okumura foi o primeiro a classificar os canais radiculares de acordo com sua distribuição anatômica COOLIDGE (1929) Estudo da anatomia interna por meio dos cortes histológicos MUELLER (1933) Exames radiográficos MAYO(1986) Geração de modelos tridimensionais. AUN, C. E. (1988) MEV. (Microscopia eletrônica de varredura, observar presença de canal secundário no terço apical da raiz) VERSIANI, MARCO (2011) {Elliott e Dover} Micro CT. (projeto de anatomia dental em microtomografia). Endodontia – Abertura Coronária. @dentista_check 3 COMPLEXA ANATOMIA INTERNA: CAVIDADE PULPAR CÂMARA PULPAR Porção coronária da cavidade pulpar. Aloja a polpa coronária. Com o tempo, a câmara pulpar vai diminuição por ter um aumento da dentina reparadora, formação de calcificações distróficas, nódulos pulpares ou outros processos degenerativos. CANAL RADICULAR Porção radicular da cavidade pulpar. Aloja a polpa radicular e a invaginação do periodonto apical (coto pulpar). Divide-se em: 1. Canal dentinário: porção que vai do assoalho da câmara pulpar até o limite CDC (cemento-dentina-canal). 2. Canal cementário: corresponde à porção que vai do limite CDC até o forame apaical. O canal radicular ainda é dividido em 3 terços: Terço Cervical: situa-se adjacente à entrada do canal no assoalho da câmara pulpar; Terço Médio: localizado entre os terços cervical e apical; Terço Apical: situa-se adjacente ao forame apical. Representação esquemática das variações na configuração do SCR em uma única raiz publicadas na literatura e organizadas pelo número de canais radiculares na região apical câmara pulpar; canais radiculares Espaço que abriga a polpa dentária. Geralmente localizada na porção central dos dentes. Limita-se pela dentina (canal dentinário) em toda sua extensão, exceto ao nível do forame apical (canal cementário). Porção coronária Porção radicular Endodontia – Abertura Coronária. @dentista_check 4 Canais ACHATADOS ou OVAIS no sentido mesiodistal ou vestibulolingual, acompanham a direção das raízes. CANAIS ACESSÓRIOS FORMAÇÃO: ocorre um entrelaçamento de vasos de origem periodontal no epitélio da bainha epitelial de Hertwig durante o processo de calcificação radicular. O QUE SÃO? Ramificações diminutas que o comunicam à superfície externa da raiz. Contêm tecidos conjuntivos e vasos; Servem de via para passagem de irritantes, principalmente da polpa necrótica para o periodonto; São difíceis de acessar, limpar, descontaminar e obturar, quando o tratamento endodôntico é indicado; SISTEMA DE CANAIS RADICULARES: Canal colateral: situa-se paralelamente ao canal principal, podendo atingir o ápice separadamente; Canal recorrente: deriva do canal principal, segue um trajeto independente, voltando a unir-se com o canal principal; Canal lateral: deriva do canal principal atingindo o periodonto ao nível do terço médio ou cervical da raiz; Geralmente não são visualizados no exame radiográfico convencional, mas pode se suspeitar de sua presença quando há espessamento localizado no ligamento periodontal ou presença de lesão na superfície lateral da raiz. A periodontite apical é mais comum; porque o diâmetro do ápice é até três vezes maior o que o diâmetro do canal lateral. Sendo assim, o que possui maior diâmetro, ficará mais propenso à acumular bactérias, ocasionando em um processo inflamatório. Para realizar a limpeza do canal lateral eficientemente, apesar de seu canal ser extremamente pequeno, seu conteúdo só pode ser neutralizado por meio de irrigação eficaz com solução antimicrobiana com capacidade de solvência adequada. Canal secundário: deriva do canal principal atingindo o periodonto ao nível do terço apical da raiz; Canal acessório: deriva do canal secundário atingindo o periodonto; Canal interradicular: deriva do assoalho da câmarapulpar atingindo o periodonto na região de furca; Delta apical: são as múltiplas ramificações presentes próximas ao forame apical; Endodontia – Abertura Coronária. @dentista_check 5 Canal interconduto ou intercanal: fica localizado em dentina e coloca em comunicação os canais principais. Canais reticulares: é o resultado do entrelaçamento de três ou mais canais que correm quase paralelamente, por meio de ramificações do intercanal, apresentando um aspecto reticulado. Pré-molares e molares são os dentes que apresentam maior frequência de canais acessórios; ISTMOS É uma área estreita, em forma de fita, que conecta dois ou mais canais radiculares. O istmo precisa ser limpo! CANAL RADICULAR APICAL Compreende-se por ser a porção apical do canal principal: o forame apical e ramificações, como canais acessórios e delta apical; assumindo grande importância durante o preparo e obturação do SCR(Sistemas de canais radiculares). : é a principal abertura do FORAME APICAL canal radicular na região apical. Através dele, os tecidos da polpa e do ligamento periodontal se comunicam e penetrarão os vasos sanguíneos que vão suprir a polpa dentária; ÁPICE ANATÔMICO é a ponta ou a : extremidade da raiz. A maioria dos canais radiculares é curvo em sua porção apical, particularmente na direção vestibulolingual. CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS QUANTO A ANATOMIA Variam em número, tamanho e forma; Apresentam diferentes divisões, fusões e estágios de desenvolvimento. CLASSIFICAÇÃO DOS CANAIS QUANTO AO DIÂMETRO Amplo: quando o diâmetro do canal é maior ou igual ao diâmetro de uma lima 35; Mediano: quando o diâmetro do canal equivale ao diâmetro de limas 20 a 30; Atresiado ou constrito: quando o diâmetro é igual ou menor do que uma lima 15.
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