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Cardiotônicos | Victoria Durand | 1 Cardiotônicos: Débito Cardíaco e a Insuficiência Cardíaca O CORAÇÃO COMO UMA BOMBA – O coração é formado por um componente mecânico que bombeia o sangue e por um componente elétrico que controla o ritmo da bomba. o Elétrico: células marca-passo. Exibem automaticidade, isto é, a capacidade de despolarizar de maneira rítmica acima de um limiar de voltagem. A automaticidade resulta na geração de potenciais de ação espontâneos. As células marca-passo são encontradas em nó sinoatrial (nó SA), nó atrioventricular (nó AV) e sistema de condução ventricular (feixe de His, ramos do feixe e fibras de Purkinje). o Mecânica, células não marca-passo, que sofrem contração em resposta à despolarização e são responsáveis pela maior parte da contração cardíaca. – O coração é responsável por receber o sangue desoxigenado da periferia e propulsá-lo pela circulação pulmonar (onde a hemoglobina é reoxigenada) para distribuir finalmente esse sangue oxigenado aos tecidos periféricos. Para executar esta última tarefa, o VE precisa desenvolver uma tensão suficiente para superar a impedância à ejeção que reside na circulação periférica. A relação entre a tensão gerada durante a fase sistólica do ciclo cardíaco e a extensão do enchimento VE durante a diástole é referida como estado contrátil do miocárdio. Juntamente com a pré-carga (o volume sanguíneo intraventricular), a pós-carga (a resistência contra a qual o ventrículo esquerdo ejeta) e a frequência cardíaca, a contratilidade do miocárdio constitui um importante determinante do débito cardíaco. DÉBITO CARDÍACO – A frequência cardíaca (FC) pode ser afetada por fatores hormonais e nervosos. FC: Relacionada com o cronotropismo (positivos aumentam e negativos diminuem). – O volume sanguíneo (VS) pode ser afetado devido a resistência vascular periférica ou a quantidade existente no corpo do indivíduo. VS: Relacionado com a pré-carga, pós-carga e contratilidade. ▪ PRÉ-CARGA: Volume intraventricular; ▪ PÓS-CARGA: Resistência que o vaso exerce na ejeção do sangue; ▪ CONTRATILIDADE: Contração cardíaca. – Coração regula a FC e VS para que o DC se mantenha constante. ANATOMIA DOS MIÓCITOS – A anatomia celular dos miócitos ventriculares está bem adaptada para a excitação e para a regulação da contração cardíaca. – Os componentes especializados do miócito ventricular: ▪ Sarcolema ou membrana plasmática do miócito; ▪ O retículo sarcoplasmático (RS), um grande sistema de membranas internas que circunda as miofibrilas e armazena o cálcio dentro da célula; ▪ Os túbulos T, que permitem a passagem de cálcio; ▪ As mitocôndrias, responsáveis por fornecer ATP, permitindo a contração de forma harmônica, eficaz e rápida; RELEMBRANDO: DC = FC X VS Cardiotônicos | Victoria Durand | 2 ▪ As próprias miofibrilas. As miofibrilas são unidades semelhantes a cordões que contêm proteínas contráteis precisamente organizadas; a interação coordenada dessas proteínas é responsável pelo encurtamento físico do músculo cardíaco. OBS.: São os sarcômeros, os quais possuem banda A, banda I e linha Z. Nas mesmas, encontram-se ainda filamentos de actina e miosina. CONTRAÇÃO DOS MIÓCITOS O aumento do Ca 2+ citosólico constitui a ligação entre a excitação e a contração. MECANISMO: 1. Durante o potencial de ação ventricular, o influxo de Ca 2+ pelos canais de Ca 2+ no sarcolema produz um aumento na concentração citosólica de Ca 2+. 2. Esse “cálcio deflagrador” estimula o receptor de rianodina na membrana do RS, causando liberação do Ca 2+ armazenado do RS para o citosol. 3. O cálcio liga-se à troponina C e induz uma alteração de conformação na tropomiosina, que libera a proteína inibitória, a troponina I. 4. Essa liberação de troponina I expõe um sítio de interação para a miosina no filamento de actina, e a ligação da miosina à actina inicia o ciclo de contração. OBS.: A função normal do ciclo de pontes cruzadas do sarcômero depende criticamente do ATP. A atividade da ATP hidrolase (ATPase) da miosina fornece a energia empregada para impulsionar a contração e para reajustar as proteínas contráteis, resultando em relaxamento. Se a quantidade disponível de ATP for insuficiente para o ciclo de pontes cruzadas, a miosina e a actina permanecem “travadas” no estado associado, e o miocárdio é incapaz de relaxar. Essa dependência do ATP justifica o impacto profundo da isquemia sobre a contração sistólica (o ciclo de contração é incapaz de prosseguir) e o relaxamento diastólico (a actina e a miosina não podem dissociar-se) do miocárdio. REGULAÇÃO DA CONTRATILIDADE O ciclo do cálcio e a contratilidade do miocárdio nos miócitos cardíacos são regulados por três mecanismos principais de controle: • O fluxo de cálcio no sarcolema é mediado por interações entre a bomba de sódio e o trocador de sódio-cálcio. • Os canais e as bombas de cálcio vão regular a extensão da liberação e recaptação de cálcio, no reticulo sarcoplasmático. • As influências neuro-humorais, particularmente a via de sinalização beta-adrenérgica, também modulam o ciclo do cálcio por meio desses canais e transportadores. EM RESUMO: 1. ATP converte em ADP ativando a adenilato ciclase; 2. Isso para energizar os filamentos de actina e miosina. Esses atuam mediando a contração muscular ligando- se a troponina que se altera em tropomiosina (impede a contração do musculo, para que não ocorra contrações seguidas); 3. O cálcio liga-se a tropomiosina e com isso desbloqueia os sítios de ligação da actina e miosina, iniciando o ciclo de contração. Cardiotônicos | Victoria Durand | 3 Durante a contração: 1. O Ca 2+ extracelular penetra no miócito cardíaco pelos canais de Ca 2+ no sarcolema. 2. Esse Ca 2+ deflagrador induz a liberação de Ca 2+ do retículo sarcoplasmático para o citosol (a denominada liberação de Ca 2+ induzida por Ca 2+). 3. O aumento do Ca 2+ citosólico facilita a contração das miofibrilas. Durante o relaxamento: 4. O trocador de Na + /Ca 2+ (NCX) remove o Ca 2+ do citosol, utilizando o gradiente de Na + como força propulsora. 5. A Na+/K+-ATPase (bomba de sódio) mantém o gradiente de Na+, mantendo, assim, o miócito cardíaco hiperpolarizado. A bomba de sódio é tonicamente inibida pela fosfolemana; a fosforilação da fosfolemana pela proteinoquinase A (PKA) libera a inibição da bomba, aumentando, assim, a saída de sódio e intensificando, indiretamente, a troca de Na + /Ca 2+ (não ilustrada). 6. A Ca 2+ ATPase (SERCA) do retículo sarcoendoplasmático é tonicamente inibida pela fosfolambana na membrana do retículo sarcoplasmático. A fosforilação da fosfolambana pela PKA libera a inibição da Ca 2+ ATPase, possibilitando o sequestro do Ca2+ citosólico no retículo sarcoplasmático. Uma Ca 2+ ATPase (bomba de cálcio) do sarcolema também ajuda a manter a homeostasia do cálcio pela remoção ativado cálcio do citoplasma (não ilustrada). SINALIZAÇÃO ADRENÉRGICA E Ca++ – Liberação de noradrenalina. – Proteína G interage com um agente adrenérgico e com isso a subunidade alfa, interage com a Adenilato ciclase, convertendo ATP em AMPc, que pela fosforilação ativa a PKA, responsável pela ativação dos canais de cálcio do miócito ou fosforila a fosfolambana, havendo recaptura de cálcio. – Sinalização adrenérgica pode atuar no aumento do efeito inotrópico e no relaxamento através da recaptura do cálcio pela fosfolambana. EFEITOS DA SINALIZAÇÃO ADRENÉRGICA: – Efeito inotrópico positivo: entrada de Ca++; – Efeito cronotrópico positivo: ↑ FC; – Aumento da extensão do relaxamento diastólico: permite o enchimento adequado do VE; – Dilatação do músculo liso; – Diminui a Resistência Vascular periférica. Cardiotônicos | Victoria Durand | 4 FISIOPATOLOGIA 1. HOMEOSTASE DO CÁLCIO: Paciente com miocárdio falido,com isso a Serca não fosforila e não recaptação do cálcio, sendo eliminado para o meio extra celular = contração fraca. 2.ALTERAÇÕES NA REGULAÇÃO E NO PADRÃO DE EXPRESSÃO DAS PROTEÍNAS CONTRÁTEIS: Relacionado com os filamentos de actina e miosina, os quais não se encaixam e não há contração. 3.ALTERAÇÕES NAS VIAS DE TRANSDUÇÃO DE SINAIS DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS: Via bloqueada devido a atividade da enzima beta arrestina, não havendo ativação adrenérgica e não há abertura dos canais de cálcio ou a recaptação. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA – Doença secundária, geralmente decorrente de HAS, doença arterial secundária e IAM. CLÍNICA E PRINCIPAIS EXAMES − ANAMNESE: Analisa-se a presença de cansaço, edemas, dor, posições e atitudes do paciente; − EXAMES COMPLEMENTARES: ECG, ECO, radiografia do tórax, dosagem hormonal. Insuficiência cardíaca (IC), uma síndrome clínica mais comumente causada por disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (VE). Nessa afecção, o VE é incapaz de manter um débito adequado, apesar do volume de enchimento normal, e o volume diastólico final do VE aumenta em um esforço de preservar o débito cardíaco. Todavia, acima de determinado volume diastólico final, as pressões diastólicas do VE começam a se elevar, frequentemente de modo precipitado. Esse aumento da pressão diastólica do VE resulta em elevação da pressão atrial esquerda e da pressão capilar pulmonar, as quais, por sua vez, levam à formação de edema pulmonar intersticial e alveolar e ao aumento da pressão cardíaca direita e da pressão arterial pulmonar. A pressão cardíaca direita elevada resulta em hipertensão venosa sistêmica e edema periférico. Cardiotônicos | Victoria Durand | 5 CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA NEW YORK HEART ASSOCIATION - NYHA CLASSIFICAÇÃO HEMODINÂMICA EM REPOUSO: − PERFIL A: Este perfil tem características quente e seca, ou seja, o paciente apresenta uma adequada perfusão periférica e o pulmão é seco não apresentando congestão pulmonar. − PERFIL B: Este perfil tem característica quente e úmido, ou seja, o paciente apresenta uma adequada perfusão periférica com uma congestão pulmonar. − PERFIL L: Este perfil tem características fria e seca, ou seja, o paciente apresenta uma hipoperfusão periférica e não apresenta congestão pulmonar. − PERFIL C: Este perfil tem caracterizaras fria e úmida, ou seja, o paciente apresente uma hipoperfusão periférica e ainda apresenta congestão pulmonar. OBS.: De todos eles o perfil mais grave é o C que além do paciente estar em choque cardiogênico ele apresenta congestão pulmonar o que o torna mais grave e difícil manejo clínico. Classes Terapêutica dos Cardiotônicos GLICOSÍDEOS CARDIOTÔNICOS/DIGITÁLICOS – Ambos são retirados da Digitalis purpúrea. Chama-se glicosídeo pois são retirados do açúcar. – Possuem uma janela terapêutica muito curta. – MECANISMO DE AÇÃO: bloqueiam a bomba sódio-potásio ATPase (aumenta a reserva de cálcio). Com isso, tem-se o aumento do efeito ionotrópico; aumenta débito cardíaco, diminui a pressão venosa e volume sanguíneo, diminui tamanho do coração. Inicialmente trata-se o edema, depois a pressão, por último utiliza-se a digoxina. Cardiotônicos | Victoria Durand | 6 – INDICAÇÕES: Tratamento da insuficiência cardíaca congestiva; Profilaxia e tratamento para fibrilação atrial, flutter arial, taquicardia atrial paroxística; Tratamento de choque cardiogênico, principalmente quando acompanhado de edema pulmonar. – CONTRA INDICAÇÕES: Idiossincrasia dos digitálicos; Taquicardia e fibrilação ventriculares; Síndrome do seio carotídeo hipersensível (trata-se de uma rara desordem que leva à diminuição dos batimentos cardíacos e da pressão arterial, devido a movimentos bruscos do pescoço ou compressão da região). – EFEITOS ADVERSOS: Dose terapêutica muito próximo a tóxica, distúrbios gastrointestinais, distúrbios neurológicos, distúrbios oculares, distúrbios sexuais. – INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: Hipopotassemia, principalmente com adrenocorticoides, anfotericina B e alguns diuréticos, risco de arritmias com outros antiarrítmicos, biodisponibilidade afetada com antidiarreicos, fibras, laxantes, bradicardia com beta bloqueadores, bradicardia excessiva com bloqueadores do canal de cálcio. DIGOXINA • Utilizado como cardiotônico e antiarrítmico. • Aumento da força de contração sem aumento do consumo de oxigênio e diminuição da FC ao agir no nervo vago. • Aumenta a força de contração por reter mais íons de cálcio, mesmo atuando no nervo vago, não existe um mecanismo explicando a exacerbação parassimpática. • FARMACOCINÉTICA: Quase completamente absorvida no TG, ação com 5-30 min IV e 1-2h VO. Baixa ligação com as proteínas, biodisponibilidade oral alta, meia vida de 36h. E 50-75% excretada sem alterações pela urina, mas depende da condição do paciente, pois pacientes com função renal comprometida precisa fazer ajustes na dose. • INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS: FARMACODINÂMICA: Relacionada com o mecanismo de ação. Betabloqueadores, bloqueadores dos canais de cálcio, diuréticos poupadores de potássio (FUROSEMIDA) fazem com que a digoxina tenha uma afinidade maior pela bomba sódio potássio, aumentando seu efeito. FARMACOCINÉTICA: Eritromicina por VO destrói algumas bactérias do TGI (elas que degradam a digoxina). Verapamil, quinidina, amiodarona, aumenta os níveis da digoxina, devido a competição no sítio. DIGITOXINA • Efeito cardiotônico e antiarrítmico. • FARMACOCINÉTICA: Quase completamente absorvido no TGI, 97% ligado a proteínas plasmáticas, ação entre 1-4h, biotransformação hepática, meia vida de 120-216h, pode durar até 14 dias. • Mais tóxica que a digoxina. METILDIGOXINA • Digoxina metilada, atua como cardiotônico e antiarrítmico. • Usado em crianças, forma farmacêutica líquida. • FARMACOCINÉTICA: Extremamente solúvel em água, início de ação rápida (5-15min), deve haver precisão nos cálculos da dose, pois o paciente pode vir a óbito rápido, devido a curta janela de ação. Quase completamente absorvida pelo TGI, meia vida de 60h, 60% da dose excretada pela urina e pode aparecer nas fezes. EFEITOS Cardiotônicos | Victoria Durand | 7 AGONISTA DOS RECEPTORES ADRENÉRGICOS – Ativação diferencial dos subtipos de receptores é influenciada tanto pelo agente selecionado quanto pela dose administrada. – Seu uso é reservado para suporte a curto prazo da circulação em falência. – São agentes simpaticomiméticos que estimulam os receptores adrenérgicos do miocárdio. Usado nos casos de bradiarritmia, pois atuam na geração do impulso. – EFEITOS ADVERSOS: Taquicardia, arritmia, aumento do consumo de oxigênio do miocárdio. – As aminas simpaticomiméticas possuem baixa disponibilidade oral e são tipicamente administradas por infusão intravenosa contínua. DOPAMINA • Tratamento da descompensação cardíaca, principalmente IC congestiva crônica ou aguda, especialmente indivíduos em choque. • FARMACOCINÉTICA: Ação em 5min, meia vida de 2min e duração do efeito próximo aos 10min, metabolismo nos rins, fígado e plasma. • CONTRAINDICAÇÕES: Feocromocitoma, taquicardia e arritmias supraventriculares. Sempre verificar o volume sanguíneo do paciente, já que volumes baixos vão acarretar em problemas na bomba cardíaca. • EFEITOS ADVERSOS: Ativação da inervação adrenérgica. Náuseas, vômitos, cefaleias, palpitações, taquicardia, hipertensão, necrose tecidual. • INTERAÇÕES: Betabloqueadores, diuréticos, nitratos, anestésicos gerais, anti-hipertensivos. DOBUTAMINA • Amina utilizada para o tratamento a curto prazo de adultos, com o intuito de aumentar o debito cardíaco nos casos de IC crônica grave. • FARMACOCINÉTICA: Ação em 1-2 min, para injetar deve fazer infusão lenta em até 10min, efeito máximo em 10min, meia vida 2 min, biotransformação hepática, excretadopela urina. • CONTRAINDICAÇÕES: GRAVIDEZ (Induz ao parto), hipertensão. • EFEITOS ADVERSOS: Hipertensão náuseas, cefaleias, palpitações, arritmias, isquemia miocárdica. • INTERAÇÕES: Anestésicos gerais e lidocaína, beta bloqueadores, nitroprusseto de sódio pode promover aumento exacerbado do DC. IBOPAMINA • Tratamento sintomático da insuficiência cardíaca congestiva, atua como vasodilatador quando em VO reduzindo a resistência vascular periférica. • FARMACOCINÉTICA: VO com absorção rápida, meia vida de 90min, excretado pela urina e fezes. • CONTRAINDICAÇÕES: Pacientes com arritmias supraventriculares graves, IAM. • EFEITOS ADVERSOS: Queimação, náuseas, gastrite, palpitação, problemas relacionados a convulsão. • INTERAÇÕES: Potencializa os efeitos digitálicos, efeito antagônico na presença de outros agentes dopaminérgicos. Cardiotônicos | Victoria Durand | 8 INIBIDORES DA FOSFODIESTERASE 3 (PDE3) – São inibidores da fosfodiesterase 3, logo inibem a conversão do AMPc em AMP. – Com isso, aumentam a contratilidade cardíaca à medida que aumentam os níveis intracelulares de AMPc, devido a inibição da sua degradação que é feita por esta enzima. – Existem os inibidores não específicos e os específicos. – EFEITOS: aumentam a contratilidade e a taxa de extensão e relaxamento do músculo. Produz vasodilatação pela diminuição da pós-carga: diminuição do tônus arterial e venoso periférico. MILRIDONA • Controle a curto prazo da IC congestiva grave, não deve ser utilizada logo após o infarto agudo. • FARMACOCINÉTICA: 70% ligado a proteínas plasmáticas, biodisponibilidade alta, ação de 3 a 6h, meia vida de 3h. Utilização a nível hospitalar. • CONTRAINDICAÇÕES: IAM. • EFEITOS ADVERSOS: Arritmias, hipotensão, angina, trombocitopenia, cefaleia, tremor, diarreia, dor no tórax. • INTERAÇÕES: Furosemida pode causar interação química, interação com agentes hipotensores. AGENTES SENSIBILIZADORES DO CÁLCIO 1. Aumentam a contratilidade por potencializar a sensibilidade da troponina C pelo Ca++ no músculo cardíaco; 2. Ativa os canais de K+ sensíveis o ATP promovendo a vasodilatação periférica. LEVOSIMENDANA • Atua a nível dos filamentos actina e miosina, favorecendo o processo de contração. A nível dos vasos sanguíneos promove a abertura dos canais de potássio e ligeira vasodilatação. Utilizado para o tratamento de descompensação aguda da IC crônica grave quando a terapia convencional não é suficiente. Última alternativa. • FARMACOCINÉTICA: Concentração máxima alcançada em dois dias, biotransformado no intestino, meia vida de 1h, metabolitos podem ir até 80h, alta ligação com as proteínas, metabólitos excretados pela urina e fezes. • CONTRAINDICAÇÕES: Taquicardia, hipotensão, arritmias. Necessita monitorar o paciente 3 dias após a administração. • INTERAÇÕES: Varfarina, mononitrato de isossorbida. Cardiotônicos | Victoria Durand | 9 Adjuvantes da terapêutica DIURÉTICOS – São os diuréticos de alça (Furosemida), tiazídicos (hidroclorotiazida), poupadores de potássio (espirolactona – antagonista da aldosterona – bloqueia receptor de mineralocorticoide). – Agem na pré- carga, diminuindo o volume. Primeira escolha para paciente no início de IC, com dificuldade em fazer esforços de média intensidade e com edema. INIBIDORES DA ECA – Muito utilizados em combinação com os diuréticos. Promove a redução da resistência vascular periférica, atua na pós-carga, promovendo vasodilatação, mas atuam na pré-carga devido a diminuição da aldosterona. Não ativa mecanismo de vasoconstricção. – Captopril (tosse seca, não adianta trocar por enalapril), Enalapril. ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES DA ANGIOTENSINA I – Atuam na pré e pós-carga, pois reduzem a resistência vascular periférica promovendo a vasodilatação, reduzem o sódio e assim reduzem o edema. – Losartana e valsartana. – Em geral é a primeira classe a ser utilizada para tratar IC, sem necessitar de ir para os fármacos com efeitos inotrópicos. ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES BETAADRENÉRGICOS – São os betabloqueadores. Batimentos cardíacos serão organizados e as células niveladas. Funciona como um coordenador, objetivando na melhora dos sintomas e redução do risco de morte, principalmente quando relacionado a morte por IC. – Os betabloqueadores são recomendados com o objetivo de melhorar os sintomas e reduzir o risco de morte e hospitalização nos casos de IC leve a moderada com fração de ejeção inferior a 40%; – Na IC existe regulação neuro-humoral com estimulação do simpático e liberação de catecolaminas. E, ao contrário da ideia inicial de que se trata de algo positivo para o coração, esse estímulo contínuo apresenta efeitos deletérios à função e à geometria miocárdica, incentivando o remodelamento cardíaco e a progressão da insuficiência. – Quando associados aos inibidores da enzima conversora da angiotensina (iECA) e aos bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA), esses medicamentos aumentam a sobrevida por redução na mortalidade global e cardiovascular. Há uma diminuição de cerca de 20% nas mortes por progressão da insuficiência e de 36% a 44% na morte súbita. Estes benefícios foram demonstrados de forma semelhante com os três BB de eficácia comprovada. – Só são utilizados o carvedilol, bisoprolol, succinato de metoprolol quando associados a inibidores de ECA ou antagonistas dos receptores de angiotensina II. Cardiotônicos | Victoria Durand | 10 VASODILATADORES – Atuam na pré-carga promovendo vasodilatação. Alguns nitratos são interessantes no tratamento da angina pectoris. Seu uso é ainda questionável. – Hidralazina, utilizada quando não é possível utilizar os inibidores de ECA. IVABRADINA (Procoralan ®) – Antianginoso e para IC. Inibe seletivamente a corrente marca-passo que controla a despolarização diastólica espontânea no tecido do nó sinoatrial, reduzindo a FC. – Uso em pacientes com ritmo sinusal e frequência cardíaca ≥ 70bpm, em combinação com terapia padrão incluindo betabloqueadores ou quando os betabloqueadores são contraindicados ou não tolerados, reduzindo sintomas, mortalidade cardiovascular, mortalidade por IC devido à piora. PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS – Promovem a excreção de sal e de água. SACUBITRIL/VALSARTANA (Entresto ®) – Atua simultaneamente no sistema renina-angiotensinaaldosterona (SRAA) e na endopeptidase neutra (inibidor daneprilisina e do receptor da angiotensina − INRA). – Uso, em substituição do IECA (ou BRA), para disfunção de VE sintomática, já em uso de terapêutica otimizada com terapia tripla. Uso pacientes com história de angioedema. Terapêutica da Insuficiência Cardíaca Cardiotônicos | Victoria Durand | 11 ÁRVORE PARA A ESCOLHA TERAPÊUTICA No início da instalação da IC, inicia-se com a restrição do sódio, atividade física e o uso de inibidores da ECA. Com a piora, utiliza-se os betabloqueadores, associação de IECA com BB. Pacientes com cansaço nas AVD’s utiliza- se glicosídico digitálico ou diurético para resolver o edema. Indivíduos na classe III utiliza-se espironolactona, poupador de potássio, nitratos e hidralazina. Cardiotônicos | Victoria Durand | 12 FÁRMACOS EM FUNÇÃO DE SUAS PROPRIEDADES
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