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1 SÍNDROME NEFRÍTICA: • Glomerulonefrite Difusa Aguda CLÍNICA MÉDICA I NEFROLOGIA • TRÍADE: Hematuria Dismórfica (hemácia com proteína de Tamm-Horsfall produzida na alça de henle) + HAS (≠ síndrome nefrótica) + Edema • Outros achados: • 1ª alteração é oligúria • Piúria • Cilindros hemáticos*** (característico da síndrome) e piocitários • Proteinúria subnefrótica: 150mg-3,5g/24h • Aumento da ureia e creatinina (se oligúria prolongada) • GN Pós-Estreptocócica (GNPE): • Sequela de infecção por Strepto B-hemolítico do grupo A (Pyogenes) • A partir da cepa tem 15% de chance de ter a complicação nefrológico • Quadro clínico: • 5-12 anos / sexo masculino 2:1 / muito rara <2 anos • Síndrome nefrítica pura (sem manifestações sistêmicas) • Ótimo prognóstico (1% grave) • Adulto pode fazer quadro mas grave, mas mesmo assim com bom prognóstico (5% graves) • História natural: • Oligúria < 7 dias • Hipocomplementemia (C3) < 8 semanas • Hematúria microscópica < 1-2 anos • Proteinúria leve < 2-5 anos • Diagnóstico: • Todos + = GNPE confirmada: • Faringite ou piodermite recente • Período de incubação compatível: • Faringoamigdalite = Incubação 1-3 semanas • Piodermites = Incubação 2-6 semanas • Infecção realmente estreptocócica: • ASLO ou ASO (ausente na piodermite em até 50%) • Anti-DNAse B (piodermite = maior sensibilidade que é de 70%) • Queda transitória do C3 e CH50 (< 8 semanas) • Indicações para biópsia: • Anúria / IR acelerada (GNRP?) • Oligúria > 7 dias (> 72h pela SBP) • Hipocomplementemia > 8 semanas • Proteinúria nefrótica • HAS ou hematúria macroscópica por > 6 semanas (SBP) • Qualquer evidência de doença sistêmica • Achados histopatológicos: • MO: Lesão proliferativa difusa (não é patognomônico) 2 • ME: Giba (humps) —> depósitos subepiteliais = PATOGNOMÔNICO • Tratamento: • Repouso relativo • Restrição hidrossalina • Sem resposta: • Diuréticos (furosemida) • Vasodilatadores (hidralazina) • Diálise (se necessário) • ATB para evitar transmissão da doença = Erradicar a cepa!!! (na faringite ou piodermite a ATB precoce não previne a GNPE ou melhora o curso da doença) ALTERAÇÕES ASSINTOMÁTICAS: • Doença de Berger: • Nefropatia Mesangial por IgA • Glomerulopatia primaria mais comum • 10-40 anos / Asiáticos / Homens / Logo após infecção (“sinfaringítica”) • Associada a cirrose, doença celíaca e HIV • Formas: • Hematúria Macroscópica Intermitente (50%): + comum / “hematúria —> nada —> hematúria” • Hematúria Microscópica Persistente (40%): descoberta ocasional no EAS • Síndrome Nefrítica Clássica (10%): faz diagnóstico diferencial com GNPE / ≠ com GNPE: Complemento normal e Sinfaringítica (não respeita período de incubação)!!! • “Berger sistêmico” = Púrpura de Henoch-Scholein: • Vasculite por IgA • Rim + Púrpura (nádegas e MMII) + Artralgia + Dor abdominal • Diagnóstico: • Clínica + Aumento da IgA sérica (50%) ou depósitos na pele (50%) com complemento normal • Pode haver proteinúria subnefrótica • Biópsia renal somente se: • Proteína >1g/dia • HAS • Insuficiência renal • Tratamento: • Acompanhamento / IECA + Estatina se HAS ou Ptn • Corticoide ± Ciclofosfamida (se graves ou pior prognóstico) • Prognóstico: variável / Pior prognóstico = idade avançada, homem, HAS, proteinúria >1g, hematúria microscópica, creatinina >1,5 • Mal de Alport: • Genética • Hematúria microscópica persistente com episódios ocasionais de hematúria macroscópica • Surdez neurossensorial e Alterações oculares • Queda progressiva da função renal e da acuidade auditiva • Diferencial: • Doença da membrana basal fina = hematúria / familiar / benigna 3 • Síndrome unha-patela: hematúria ou proteinúria / autossômica dominante / displasia / surdez / glaucoma SÍNDROME NEFRÓTICA: • Definição: Proteinúria > 3,5g/dia ou >50mg/kg/d (crianças) ou >40mg/m2/h —> Outra: Relação proteína/ creatinina urinárias em amostra de urina isolada >2mg/mg (0,2-2mg/mg é faixa nefrítica) • Outros achados: • Hipoalbuminemia (com aumento da alfa-2-globulina) / Hipoproteinemia = queda da AT3 e transferrina (anemia ferropriva refratária) • Edema periorbital e matutino • Lipidúria (cilindros graxos) e Hiperlipidemia • Linhas de Muerhrcke ou Leuconíquia estriada • Pode haver HAS por ativação do SRAA (tratar com IECA, ≠ GNPE que é por hipervolemia e trata-se com diuréticos) / O comum é a tendência à hipotensão • Complicações: • Infecção por Pneumococo* (perde IgG = susceptibilidade a germes encapsulados) *Mesmo na PBE • Aterogênese acelerada • Metabólicas (diminuição do T4 total / hipocalcemia / anemia refratária por diminuição da transferrina / hiperpara secundário por perda da ptn fixadora de colecalciferol) • Trombose venosa profunda (diminuição da Antitrombina 3, Proteína C e S) • Trombose da Veia Renal: • SN: Nefropatia membranosa***, GN mesangiocapilar e Amiloidose = 2 últimas mais amiloidose • CA renal • Dor lombar, hematúria macroscópica e aumento da proteinúria e creatinina • Varicocele súbita à esquerda / Oligúria • Conduta: doppler e anticoagular • Causas: • Primárias: Diagnóstico diferencial é sempre por BIÓPSIA (exceto na lesão minima)!!! • Lesão Mínima: - Nefrose lipóide - Crianças (90%) / 1-8 anos / Meninos —-> Principal forma de SN em cças - Perda da barreira de carga = Proteinúria seletiva (albumina) - Achado histológico: Fusão e Retração podocitária na ME - Clínica: Proteinúria —> Nada —> Proteinúria (SN pura) - Associada: Hodgkin / AINE (precipita) - Complicação = Peritonite por Pneumococo - Complemento normal - Evita-se fazer biópsia (criança) e se faz prova terapêutica com corticoide - Tratamento: Corticoide em dose imunossupressora (resposta dramática ao corticoide) —> NÃO fazer diurético - OBS: se edema sintomático grave = corticoide + albumina EV • Glomeruloesclerose Focal e Segmentar (GEFS): - É a mais comum em adultos / Negros - Por sobrecarga/hiperfluxo ou lesão direta - Achado histológico: cicatriz em <50% dos glomérulos, em partes - Clínica = Síndrome nefrótica 4 - Associada a muitas patologias (pensar por exclusão) —> HIV (colapsante), AF, PE, HAS, Obesidade, LES, Nefrectomia… - Tratamento: Corticoide (resposta menor que na LM, comum usar por mais tempo ou associações) ± Imunossupressor / IECA - Complicação depende da causa - Complemento normal • Glomerulonefrite Proliferativa Mesangial: - Clínica: Hematúria + Proteinúria - Associada ao LES - Complemento normal • Nefropatia Membranosa: - Adultos (segunda mais comum) / Brancos / Idosos (é a + comum nos idosos) / Homens - Achado histológico: Espessamento da membrana basal - Acs contra o receptor da fosfolipase A2 - Clínica = Síndrome nefrótica - Sempre pesquisar neoplasia oculta e LES (pode ser o sinal inicial)!!! - Associada a: - Hepatite B - IECA - Sais de ouro - D-penicilamina - Tratamento: Seguimento (doença benigna) ou Corticoide (síndrome nefrótica franca ou mau prognóstico = HAS) ± IECA - Complicação: Trombose da veia renal (principal causa) —> Pensar em profilaxia - Complemento normal • Glomerulonefrite Mesangiocapilar / Membranoproliferativa: - Glomerulite lobar - Criança / Adulto jovem - Achado histológico: Expansão mesangial / Duplo contorno - Clínica: “GNPE” com hematúria + Proteinúria nefrótica + Queda complemento > 8 semanas - Associada a Hepatite C - Tratamento = Depende da causa (corticóide se primária) - Complicação: Trombose da veia renal - Hipocomplementemia > 8 semanas (≠ GNPE) • Secundárias: DM, HAS, LES, HIV, Amiloidose —> DM não precisa fazer biópsia!!! GLOMERULONEFRITE RAPIDAMENTE PROGRESSIVA (GNRP): • Definição: Crescentes em > 50% dos glomérulos • Sempre realizar biópsia • Perda da função renal em dias a meses • Causas: • Tipo 1 (10%) - Anticorpos anti-MB: Doença de Goodpasture —> IF de padrão linear • Tipo 2 (45%) - Imunocomplexos:LES / GNPE / Crioglobulinemia —> IF de padrão granular • Tipo 3 (45%) - Paucimunes: Vasculites (Wegener, PAN microscópica = p-ANCA) —> IF pouco visível • Doença de Goodpasture: 5 • 20-40 anos / Homens 6:1 / Tabagismo • Pulmão-rim: Hemoptise + Glomerulonefrite • Complemento normal e Anticorpo anti-MB (90%) —> Não sela dx = Bx com padrão linear • TTO = Corticoide ± Ciclofosfamida e Plasmaférese (até negativação do ac no soro) TROMBOSE GLOMERULAR: • Síndrome Hemolítico Urêmica (SHU): • Hemólise (anemia hemolítica microangiopática) + uremia + plaquetopenia • Principal causa de IRA em crianças jovens (<4 anos) • E coli O157:H7 / Shigella sorotipo 1 • Não dar ATB na E coli ==> Hemodiálise SÍNDROMES TUBULOINTERSTICIAIS: • Cursam com DHE e DAB / EAS risco (hematúria, proteinúria, piúria) 1. Nefrite Intersticial Aguda (NIA): • Principal causa: Alergia medicamentosa (ABCDE) = AINE / Beta-lactâmicos / Convulsão (Fenitoína) / Diurético (HCTZ) / Erre (Rifampicina) / Outros: Warfarin e Sulfas —> CI uso do medicamento • AINES terminados em “eno”: NIE subaguda por linfócitos • Alopurinol: infiltração hepática de eosinófilos • Pode estar associada à SJ • Edema do interstício = Compressão tubular • Clínica: IR Oligúrica + Dor lombar + Febre + Rash • Laboratório (além do aumento da ureia e creatinina): • Hematúria não-dismórfica / Proteína subnefrótica / Piúria • Importante = Eosinofilia / Aumento da IgE / Eosinofilúria (também presente no ateroembolismo) • Lesão tubular com achatamento = Não reabsorve Na e água / Na urinário elevado (FE >1%) e urina diluída • Padrão-ouro: Biópsia (em geral não realizada) • Tratamento: • Eliminar a causa (suspender medicamento) • Corticoide em doses altas se necessário (sem melhora 7-10 dias) 2. Nefrite Intersticial Crônica (NIC): • Fibrose e atrofia do rim = Perda de função renal desproporcional ao ClCr • AZOTEMIA + Anemia precoce + Poliúria + Acidose precoce + HAS • Noctúria!!! • Sem eosinófilos • Causas: diversas = Chumbo / Cobre / RVU / Cistinose / AINE + Paracetamol / AF… 3. Necrose Tubular Renal (NTA): • Fisiopatologia: • Células necrosam e param de reabsorver —> se desprendem e formam um plug no lúmen tubulo e interrompe o transito tubular • Mesmo a doença não sendo glomerular, ela interrompe o fluxo glomerular (interrupção chega até o glomérulo, que diminui a capacidade filtrativa) = quadro de insuficiência renal • Normalmente a IR é oligúrica, porém podem aparecer de forma não-oligúrica quando a necrose for pouco acentuada (melhor prognostico) Lesão renal no Mieloma Múltiplo: • Proteína de Bence-Jones = Lesão tubular proximal • Hipercalcemia = Lesão tubular distal • Hiperuricemia = Lesão tubular completa • Amiloidose = Síndrome nefrótica 6 • Causas: • Isquêmico (choque, contrate iodado, rabdomiólise e ciclosporina porque causam vasoconstrição renal) —> Normalmente oligúrica • Tóxica (droga como aminoglicosídeo e anfotericina B, mioglobina na rabdomiólise por queimadura e estatinas, contraste iodado e leptospirose) —> Normalmente não-oligúrica • Tratamento: • Suporte = tubulo se recupera em 7-21 dias • Ideal é a prevenção, tratando as causas • Ao usar contraste preferir hiposmolar ou não iônico, menor dose possível, segunda dose >72h ou após normalização da creatinina, hidratação isotônica de bicarbonato de sódio (reduz o tempo de contato do contraste com o tubulo e assim diminuindo a toxicidade direta) e N-acetilacisteína (reduz a agressão tubular mediada pelo contraste) • NTA por aminoglicosídeo: • É a partir do 7º dia de uso • Hipocalemia + Hipomagnesemia • Há cilindros epiteliais • Dose única diária é menos agressiva • Avaliar sempre o risco de NTA • Rabdomiólise: • Tudo elevado com CPK > 1.000, exceto o cálcio que está diminuído • Causas: trauma por esmagamento, imobilização prolongada, sd compartimental, hipertermia maligna (halotano), álcool e drogas, medicamentos (estatinas) • Tratamento: • Início: SF 0,9% até diurese 200ml/h —-> Principal passo terapêutico • Manutenção: SF 0,45% + Bicarbonato de sódio = Manter pH 6-7 e diurese 200 (pode-se adicionar manitol nessa fase) • Síndrome da Lise Tumoral: • NTA pelo Ácido Úrico (AU ur/Cr ur >1) • Tumores hematológicos agressivos submetidos à QT/RT (3 dias antes até 7 dias após) • AU ≥ 8 / K ≥ 6 / P ≥ 6,5 (cças) ou ≥ 4 / Ca ≤ 7 (ou aumento de ≥ 25%) = LABORATORIAL • + Convulsão / Arritmia / Creatinina > 1,5x = CLÍNICA • Prevenir: HEV / Alopurinol ou Rasburicase (em alto risco, CI em def G6PD) 4. Necrose de Papila: • É o local de ancoragem dos túbulos renais = Pela sua localização muito profunda é cronicamente mal perfundida • Quando necrose se desprende e cai na urina = Mimetiza um cálculo renal • Clínica: • Dor lombar (“cálculo”) • Hematúria • Febre (também chamada de Papilite Necrosante) • Urocultura é positiva em 75% —> Comum evolução para sepse grave (pielonefrite) • Diagnóstico: Urografia excretora = falha de enchimento com ''sombras em anel’’ • Causas = PHODA: • Pielonefrite • Hemoglobinopatias S (AF) • Obstrução urinaria (aumento da pressão a montante) 7 • DM (vasculopatia) • Analgésico (excessivo) / Alcoolismo • Tratamento: afastar a causa para evitar recorrência e suporte SÍNDROMES VASCULARES RENAIS: • Acometimento da artéria renal 1. Estenose Da Artéria Renal: • Causas: Ateroesclerose Displasia Fibromuscular > 70-90% dos casos Menos comum Idosos / Homens Mulheres jovens (ppal causa de HAS em jovem) Proximal à aorta Distal à aorta • Consequências: • Hipofluxo —> Liberação de Renina = Ativação do sistema RAA: • Renina -> Angiotensina I -> Angiotensina II (convertida pela ECA) -> Aldosterona • Angiotensina II: principal ação na adaptação renal = Vasoconstrição —> HAS Renovascular + Vasoconstricção da arteríola eferente (normaliza a filtração renal) • Aldosterona = Retenção de sódio às custas de HipoK e Alcalose —> HAS renovascular • Clínica = HAS (alcalose + hipoK) + Sopro + Assimetria • Diagnóstico: • Exames iniciais: • Cintilografia renal (renograma): mostra dois padrões (duas fases) = sem IECA ou compensado (com AII) e com IECA (sem AII) —> Sem filtração na fase com IECA sugere estenose • USG com doppler = Assimetria e Diminuição do fluxo —> Sugere • Confirmação: • AngioTC • AngioRM • Dúvida / Intervenção = Arteriografia (padrão-ouro) —> Pré-cirúrgico • Tratamento: • Displasia Fibromuscular = Angioplastia SEM stent (baixo índice de recidiva) • Aterosclerose = IECA ou BRA (atrapalha a adaptação renal e diminui a HAS, mesmo diminuindo a filtração renal) / Bypass (se proximal) • Não fazer (atenção ao uso) IECA ou BRA se: estenose bilateral ou estenose em rim único (chamadas de nefropatia isquêmica = IRA pós uso de IECA ou BRA) —> revascularização com angioplastia com stent ou cirurgia (revascularização) / diálise • Na nefropatia isquêmica o tratamento farmacológico deve ser realizado com BCC (quando CI à terapia invasiva) 2. Oclusão Aguda (Infarto Renal): • Obstrução aguda de grande parte do leito renal por êmbolo à distância (FA) • Principal causa: Fibrilação Atrial • Clínica: • Dor súbita no flanco • HAS / Febre • Aumento do LDH (inclusive na urina = mais específico) 8 • Diagnostico: • Cintilografia • Angio TC / Angio RM • Arteriografia com falha de enchimento renal • Tratamento: • Anticoagulação • Se bilateral: Trombolíticos e Revascularização 3. Ateroembolismo: • Embolia por placa de ateroma pós lesão vascular • Principal causa: Procedimento Vascular (por exemplo na Aortografia = desprendimento de placas de ateroesclerose) ou ACO (provocando hemorragia intra-placa de ateroma grande) • Subagudo (piora em 3-8 semanas) • Consequências: • Insuficiência Renal • Livedo Reticular • Síndrome do Dedo Azul • Placas de Hollenhorst (retina) = PATOGNOMÔNICO (detectado pelo FO) •Biópsia renal (geralmente não realizada) = Fissuras Biconvexas • Laboratório: • Eosinofilia na PRIMEIRA semana (precoce) / Eosinofilúria / Hipocomplementemia (≠ NIA) • Tratamento: Suporte (ACO e Trombólise PIORAM o quadro clínico pois provocam instabilidade da placa) 4. Trombose De Veia Renal (TVR): • Causas: • SN • CA renal: • Não indica irressecabilidade • Pode estar associada ao Budd-Chiari • Disfunção hepática no hipernefroma pode ser devido à síndrome de Stauffer • RN ==> Desidratação / Asfixia / Mãe com DM —> Rim aumentado + massa palpável • Trauma • Clínica: dor lombar + hematúria + varicocele à esquerda • Quadro de IR só ocorre quando bilateral • Crônica = TEP / AVE • Tratamento = Anticoagulação (se SN = altas doses de heparina) SÍNDROME URÊMICA: Clínica e Laboratório: • Filtração: • Retenção de escórias nitrogenadas (azotemia) = Pericardite, disfunção plaquetária, encefalopatia metabólica (pode fazer flapping), gastrite *Pericardite hemorrágica = TB / CA / Uremia • Equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico: • Hipervolemia • Acidose metabólica • HipoNa *Síndrome BaCaNa • Hiper: K / Mg / P 9 Parâmetros Urinários • HipoCa —> Acidose “protege” da HipoCa (relação entre cálcio e albumina fraca, liberando) • Função “endócrina” (só na perda crônica da função renal): • Queda da eritropoetina = Anemia • Queda conversão da vitamina D em forma ativa (não absorve) = Doença óssea • Queda do HDL e Aumento do Tg = Aterogênese acelerada (ppal causa de morte é DCV) 1 - Lesão Renal Aguda (LRA): • Definição: • Evolução rápida / Reversibilidade (maioria das vezes) • Aumento da Creatinina: • ≥ 0,3 em 48h • ≥ 50% em 7 dias • Débito urinário < 0,5mL/kg/h em 6h • Classificação (KDIGO): ESTÁGIO CREATININA DÉBITO URINÁRIO 1 Aumenta 0,3 ou 1,5-1,9x <0,5ml/kg/h por 6-12h 2 Aumento 2-2,9x <0,5ml/kg/h por >12h 3 Aumento >3x ou ≥4mg/dl ou Diálise <0,3ml/kg/h por >24h ou Anúria >12h • Causas e tratamento: TIPOS CAUSAS TRATAMENTO PRÉ-RENAL (55%) Hipovolemia / Hipotensão Restaurar volemia INTRÍNSECA (40%) NTA / NIA / Glomerulopatias Abordar causas PÓS-RENAL (5%) HPB / Neoplasias pélvicas Desobstruir *Pré-renal é a mais comum no geral / Se UTI é a intrínseca • Diálise de urgência = Indicar se: • Refratariedade: • Hipercalemia grave • Hipervolemia grave • Acidose metabólica grave • Pré-renal X NTA: • Uremia franca: • Encefalopatia • Pericardite • Hemorragia • Pré-renal (consigo reabsorver) = urina concentrada e com menos sódio • NTA (não consigo reabsorver) = urina diluída e com mais sódio Parâmetros Urinários IRA PRÉ RENAL NTA (consegue reabsorver) (não consegue reabsorver) Na urinário Baixo: < 20 Alto: > 40 FE Na Baixa: < 1% Alta: > 1% FE ureia < 35% > 50% Ureia/Cr plasmática > 40 < 20 Densidade urinária Alta / Concentrada: >1020 Baixa / Diluida: <1015 10 Parâmetros Urinários IRA PRÉ RENAL (consegue reabsorver) NTA (não consegue reabsorver) Osmolaridade urinária > 500 < 350 Cilindro Epitelial/Granuloso Ausente Presente • Quando quer avaliar mas o paciente usou diurético ou SF = FE ureia: • Aguda X Crônica: • Crônica quando: • Anemia / Alteração óssea • Creatinina prévia alterada • Alterações na USG: • Tamanho renal = Agudo: > 8,5cm / Crônica: < 8,5cm • Relação Córtico-Medular: Aguda = Preservada / Crônica = Perdida 2 - Doença Renal Crônica (DRA): • Definição: • Irreversibilidade / Evolução lenta • Anormalidade estrutural ou funcional ≥ 3 meses (pelo menos 2x) • TFG < 60mL/min/1,73m2 independente do tempo • Estimativa da TFG: • Clearance de creatinina (90-120) • Possibilidades: urina 24h, MDRD (+ utilizada / melhor), CKD-EPI, Cockroft-Gault • Fórmula de Cockroft-Gault = (140 - Idade) x Peso ÷ Cr x 72 —> Se mulher: x 0,85 • Não servem para pacientes agudos • Padrão-ouro para o TFG é o Clearence de Inulina • Abordagem: ESTÁGIO (TFG) ACHADOS TRATAMENTO G1 (≥ 90) Albuminúria: A1 (< 30) / A2 (30-300) / A3 (> 300) Evitar progressão = IECA (ou BRA II) G2 (≥ 60) G3 (≥ 30) 3a (≥45) / 3b (≥30) Azotemia / Anemia / Osteodistrofia Terapia específica das complicações G4 (≥ 15) Uremia / Hipercalemia Preparar para Terapia de Substituição Renal G5 (< 15) Falência renal = Uremia e HiperK graves Terapia de Substituição Renal • Causas: • DM (ppal no mundo) • HAS (ppal no Brasil) • Glomerulopatias • Se rim de tamanho normal ou aumentado: • Infiltração = Amiloidose / Esclerodermia / Policística • Hiperfluxo = DM / Anemia falciforme / HIV • Obstrução = Hidronefrose • Anemia: 11 • Etiologia multifatorial: • Principal é deficiência de eritropoietina • Deficiência de ferro e ácido fólico (desnutrido) • Tratamento: • EPO recombinante ou darbopoetina se Hb < 10 • Alvo: Hb 10-11,5g/dL —> Hb > 13 = Aumento de mortalidade CV • Atenção (!!!): • Repor ferro se: Ferritina ≤ 500 e Sat Transferrina ≤ 30% • Avaliar reposição de folato e B12 (geralmente é anemia normo-normo, qualquer aumento indica anemia megaloblástica) • Coagulopatia na uremia se dá principalmente por disfunção plaquetária —> dDAVP / Diálise / Corrigir anemia (empurra as plaquetas para a periferia aumentando a hemostasia) / Crioprecipitado • Osteodistrofia renal: • Osteíte Fibrosa: • Fisiopatologia = Hiperparatireoidismo Secundário: • Fósforo em excesso quela o cálcio (= hipocalcemia) e Rim não ativa mais a vitamina D para absorver cálcio no TGI (= hipocalcemia) • Assim: PTH aumenta para fornecer cálcio ao organismo —> Alto Turnover Ósseo • Manifestações: • Reabsorção subperiosteal da falange = Patognomônica (+ precoce / + específica) • Crânio em Sal e Pimenta • Coluna em Rugger-Jersey (faixas) • Osteoclastoma (tumor marrom) • Tratamento: • Estágio G3 = Restringir fosfato da dieta (800-1000mg/dia) • Estágio G4-5 = Quelantes de Fosfato (Sevelamer) / Calcitriol se vitamina D baixa (atentar para grande elevação do cálcio porque ele se deposita nos tecidos) / Calciomiméticos • Complicação: Doença Óssea Adinâmica (queda do PTH) = Baixo Turnover (osso quebra) / Reduzir intensidade do tratamento *Tratamento da anemia e da doença óssea melhoram o desfecho CV • Terapia de Substituição Renal: • Transplante: • Preferencial (aumenta a sobrevida) • Limitações = Doadores / Contraindicações / Rejeição • Diálise: • Indicação = Uremia + ClCr <10ml/min (<15ml/min se DM) • Modalidades: • Hemodiálise (90%): Vaso de escolha é Jugular Direita • Peritoneal: Criança / Sem acesso / Não tolera HD (eventos adversos) • Reverte alterações agudas = Hipervolemia / Eletrólitos / Acidose / Disfunção plaquetária / Pericardite (não reverte as alterações crônicas) **Acidose = 0,5-1mEq/Kg de BIC se <22mEq/L **Manter PA <140x90 nos com microalbuminúria e 130x80 naqueles com ≥30 **Restrição de proteínas (<0,8g/kg se DRC com DM e TGF abaixo de 30 e <1,3g/kg se alto risco) e sal (<2g) na dieta **Hipertrigliceridemia com CT normal e Aumento do LDL = Atorvastatina ou Fluvastatina 12 **RNM com gadolínio é contraindicada em ClCr <30 **ATB que não necessitam de ajustes = Azitro / Clinda / Cef / Cloranfenicol / Oxa / Doxi / Moxa / Linezolida **Trimetropim e cimetidina aumentam a creatinina **RN com IRA: Asfixia é a principal causa / Pré renal / Se anúria persistente = Intrínseca —> Necrose Cortical Aguda **Se obstrução ureteral parcial = Poliúria HIPONATREMIA: • Causas = Aumento do ADH / Excesso de água livre: • Hipovolemia (+ comum) =. Sangramento / Perda digestiva e urinária • Hipervolemia = Insuficiência cardíaca / Cirrose / Doença renal (porém volume efetivo diminuído) • Normovolemia = SIADH (secreção inapropriada de ADH) / Endocrinopatias (hipotireoidismo, insuficiência da suprarrenal) • Sempre avaliar a osmolaridade = Hiposmolar!!! • Fórmula: Osm = 2 x Na + (Glicose ÷ 18) + (Ureia ÷ 6) • Normal ≈ 290mOsm/L • Plasmática ≠Efetiva: efetiva não leva ureia na fórmula • Exceções: Aumento da glicemia = HipoNa Hiperosmolar / Hiperlipidemia ou Aumento de proteína = HipoNa Isosmolar • Clínica = Edema Neuronal: Cefaleia / Convulsão / Coma • Tratamento: • Hipovolemia = Reposição de volume (SF 0,9%) • Hipervolemia / Normovolemia = Restrição hídrica + Furosemida / Refratário: “Vaptans” (Antagonistas ADH) • Reposição de Sódio = NaCl 3% —> Risco de Desmielinização Osmótica!!! • Fazer somente se: HipoNa Sintomática e Aguda (< 48h)!!! • Aumentar natremia somente até 10mEq/L nas primeiras 24h (risco: Mielinólise) • Déficit de Na = 0,6 (0,5 se mulher) x Peso x Variação do Na • 1g NaCl 3% = 17mEq —> 3g = 100ml (macete: multiplicar os mEq encontrados por 2) • Nas primeiras 3 horas pode aumentar a natremia em 3mEq/L (daí completar o que sobrou na conta de 10mEq ao longo do dia) • Para prova: Lesão Cerebral + Hiponatremia = SIADH: • Causas: SNC (AVE, TCE) / Iatrogenia (neurofármacos, cirurgia) / Doença pulmonar (Legionella, Oat Cell) / HIV • Aumento do ADH = Hipervolemia transitória —> Aumento do ANP (Pep. Natriurético atrial => Joga sódio e água fora) ===> Normovolemia (perde e ganha)!!! • Urina = Aumento da excreção de Sódio (> 40mEq) e do Ácido úrico ==> por causa do ANP • Diagnóstico diferencial: Síndrome Cerebral Perdedora de Sal (SCPS): • Lesão no SNC = Aumento do BNP (Pep. Natriurético cerebral) • Sem excesso de ADH ===> Hipovolemia!!! HIPOCALEMIA: • Causas: • Armazenamento excessivo = pH alcalino / Uso de insulina / Beta 2-agonista / Vitamina B12 13 • Perda excessiva = Hiperaldosteronismo 1º ou 2º / ATR / Diuréticos / Diarreia / Adenoma viloso / Fístula (hipocalemia + acidose) / Vômitos (Perda de HCl = Alcalose Hipoclorêmica transitória com aldosterona excretando K pela urina!!!) • Clínica: Cardíaca (ECG) / Fraqueza / Cãibra / Constipação / Encefalopatia hepática em cirróticos • ECG = Achatamento da onda T (onda T acompanha o K) —> + Precoce / Aparece a onda U • Tratamento: • Suspender fator desencadeante • 0,1 no pH = 3mEq no K • Reposição de KCl: • Via de escolha = KCl via oral 40-80mEq/L (xarope / slow K) • Vômitos / K < 3 / ECG alterado = KCl IV (maior risco de flebite em acesso periférico) • Regra do 20… 300… 40: • 1 - Velocidade de reposição < 20mEq/h • 2 - Repor 300mEq a cada queda de 1mEq/L • 3 - Concentração na veia periférica < 40mEq/L • Não repor com SG 5% se grave = Estimula a insulina • 1g KCl = 13mEq de K (26mEq se 19,1%) —> Melhor solução é o SF 0,45% • Ex: 480ml SF 0,45% + KCl 10% 20ml (se 19,1% 10ml) • Hipocalemia refratária = Corrigir Magnésio (hipoMg) —> Maior predisposição à arritmias HIPERCALEMIA: • Causas: • Liberação excessiva = Acidose / Lise celular (hemólise e rabdomiólise) / Betabloqueadores • Retenção excessiva = Hipoaldosteronismo (ATR 4, IECA, espironolactona) / Insuficiência renal / Heparina • Clínica = Cardíaca (ECG) / Fraqueza muscular / *Não costuma ter constipação • ECG = Aumento da onda T (“em tenda”) • Tratamento: • 1ª medida se ECG alterado: Estabilizar a membrana = Gluconato de Cálcio 10% (1 amp, 2-5amp) • 2ª medida = Reduzir K: • Armazenar na célula: • Glicoinsunoterapia = insulina 10U + glicose 50g • Beta 2-agonista = fenoterol 10gts 4/4h • Bicarbonato se houver acidose • Perda Renal / Digestiva: • Furosemida • Não urina = Poliestirenossulfato de cálcio (Sorcal) • Refratarios = Diálise!!! **Trombocitose = Pseudo HiperK DISTÚRBIO ÁCIDO-BÁSICO: • Algoritmo: • 1 - pH de acidose ou alcalose? • 2 - Quem justifica: pCO2 ou HCO3? • 3 - Pode ser distúrbio misto? Se sem resposta compensatória esperada = distúrbio misto!!! 14 • Resposta Compensatória: • Acidose metabólica —> PCO2 esperada (± 2mmHg) = (1,5 x HCO3) + 8 • Alcalose metabólica —> PCO2 esperada (± 2mmHg) = HCO3 + 15 • Ânion GAP: • Cargas positivas = Cargas negativas • +: Na (140) // -: Cl (106) + HCO3 (24) • 140 = 106 + 24 + GAP (ânions não medidos) • Normal = 8-12mEq/L • Quando o HCO3 cai, aumenta o Cl (= Acidose Hiperclorêmica e AG normal) OU aumenta o AG • Acidose Metabólica: • AG aumentado: • Acidose lática / CAD ==> Só fazer NaHCO3 quando ph < 7,1-7,2 • Intoxicações (AAS, etilenoglicol, metanol) / Uremia ==> Sempre fazer NaHCO3 IV • AG normal = Acidose Hiperclorêmica: • Perdas digestivas baixas / Acidoses Tubulares Renais ==> Repor citrato de potássio VO (fígado transforma em HCO3) • Calcular AGU —> Se positivo ou nulo é renal / Se negativo é digestivo • Tratamento = HCO3 IV ou Citrato de Potássio VO / Lembrar na AL e CAD só fazer HCO3 quando <7,1-7,2 • Alcalose Metabólica: • Acidúria paradoxal = Incapacidade de excretar bicarbonato (3H): • Hipovolemia (ppal causa —> vômitos excessivos) => Reabsorção de Na e HCO3 • Hipocalemia => Aldosterona elimina H ao invés de K • Hipocloremia => Poupa carga negativa (HCO3) • Conduta = Avaliar volemia: • Hipovolemia (baixo K e Cl): • Perdas digestivas altas (acima do piloro) • Diuréticos (TZD e alça) / Doenças tubulares • ==> Repor SF 0,9% + KCl • Normovolemico ou Hipervolemico (Cl urinário alto): • Hiperaldosteronismo 1º ou 2º: • Adenoma suprarrenal (TTO: Cirurgia) / Hiperplasia (TTO: Espironolactona) • Estenose => IECA ou Revascularização **Hemotransfusão maciça = Hipotermia + Alcalose + HiperK + HipoCa **No retentor crônico deve-se titular o respirador baseado no pH e não no CO2 **Salicilato = acidose metabólica + alcalose respiratória REUMATOLOGIA ARTRITES: 1 - Artrite Reumatoide: • Artrite soropositiva • Mulher de meia-idade (35-55 anos) / Idiopática • HLA-DR4 positivo —> Ativação imunológica = Autoanticorpos: • Fator Reumatoide (FR): IgM contra IgG própria • Anti-peptídeo Citrulinado Cíclico (Anti-CCP): Elevada especificidade (96%) 15 • Clínica = Doença sistêmica com marco articular: • MANIFESTAÇÕES ARTICULARES: • Sinovite crônica = Deformidade articular: • Mãos: Desvio ulnar / Pescoço de cisne / Abotoadoura • Pés: Cisto de Baker (simula TVP) • Punho: Dorso de camelo (risco de síndrome do túnel do carpo) • Poupa IFD da artrite • Mão, pé e punho —> pequenas articulações • Aditivo e Simétrico / Bilateral • Rigidez matinal >1 hora • Exceção = Pescoço: • Subluxação Atlanto-Axial (C1-C2) • Dor cervical com risco de compressão medular alta • MANIFESTAÇÕES EXTRA-ARTICULARES: • Mais frequente nos altos títulos de FR e Anti-CCP (ação prognóstica) • “Peguei Nojo De Vasca”: • Pericardite (mais comum) • Nódulos reumatoides (superfície extensora) • Síndrome de Sjögren • Derrame pleural (glicose muito baixa) • Vasculite • Síndrome de Caplan = Artrite reumatoide + Pneumoconiose • Critérios diagnósticos: • Articulações (desconsiderar IFD) = Artrite ou Artralgia: • 1 grande = 0 • 2-10 grandes = 1 • 1-3 pequenas = 2 • 4-10 pequenas = 3 • > 10 (1 pequena) = 5 • Diagnóstico: ≥ 6 pontos nos critérios • Tratamento farmacológico: • Sorologia = FR / Anti- CCP: • Ambos negativos = 0 • Baixos títulos = 1 • Altos títulos = 2 • Inflamação = PCR / VHS: • Normais = 0 • Aumentados = 1 • Duração: • < 6 semanas = 0 • > 6 semanas = 1 • Drogas sintomáticas = AINES / Corticoide (dose baixa) • Drogas que alteram a evolução da doença: • DARMDs (drogas antirreumáticas modificadoras de doença): • Metotrexate = droga de escolha / anemia megaloblástica (associar AF) / • Sulfassalazina • Cloroquina • Leflunomida • Biológicas: • Inibidor de TNF-alfa = Infliximab / Etanercept / Adalimumab • Não-Inibidor de TNF-alfa = Rituximab (anti-CD20) • Pode reativar TB (rastrear antes) **Síndrome de Felty = neutropenia + esplenomegalia + FR em altos títulos (felty é baço = AR + esplenomegalia) 16 2 - Artrite Idiopática Juvenil: • Critérios: Idade <16 anos + Artrite ≥6 semanas • Forma pauciarticular (≤4 articulações): Mais comum / Meninas ≤4 anos / FR negativo /Se FAN positivo = Uveíte anterior • Doença de Still (forma sistêmica): Tríade = Febre diária + Rash salmão + Artrite / Megalias • Forma poliarticular (>4 articulações): Meninas / FR variável (>10 anos é positivo; <10 anos é negativo) / Se FAN positivo = Uveíte anterior 3 - Espondilite Anquilosante: • Entesite ascendente (coluna vertebral) calcificante • Sempre começa com sacroileíte • Homem jovem (média 23 anos) < 40 anos • Clínica: • Lombalgia insidiosa (> 3 meses) + Rigidez matinal • Melhora com atividade física e piora com repouso • Posição do esquiador (coluna rígida) • Redução da capacidade de expansão do tórax • Uveíte anterior (extra-articular mais comum) • Outras manifestações extra-articulares: estenose de valvula aórtica e fibrose pulmonar bolhosa • Teste de Schöber positivo: • Linha de 10cm a partir da crista ilíaca —> Medida <15cm com paciente curvado • Diagnóstico: • Clínica > 3 meses + Sacroileíte comprovada por imagem • HLA-B27 positivo (90%) • Soronegativa = FR e Anti-CCP negativos • Tratamento: • Parar de fumar • AINE • DAMRDs: Sulfassalazina na artrite periférica • Anti-TNF alfa (ex: infliximab) • Evitar corticoide sistêmico • Diagnóstico diferencial = Artrite Reativa / Artrite Psoriásica (cinco tipos = oligo ou polartrite assimétrica; poliartrite simétrica; espondilite e sacroileíte; IFD com dactilite; artrite mutilante das mãoes e pés “em telescópio”) / Espondilopatias Enteropáticas 4 - Artrite Reativa: • Fisiopatologia: • Processo infeccioso à distância • Intestinal = Shigella / Salmonella • Genital (uretrite / cervicite) = Clamidia • Protótipo: síndrome de Reiter = Artrite (grandes articulações, oligoarticular) + Uretrite + Conjuntivite • Tratamento = Sintomático + ATB 5 - Artrite Psoriásica: • 5 formas clínicas: 17 1 - Poliartrite simétrica 2 - Artrite axial 3 - Oligoartrite assimétrica 4 - Artrite das IFD 5 - Artrite mutilante (dedo em telescópio) 6 - Artrite Enteropática: associada a DII, DC, Whipple (não estão associadas a atividade do acometimento intestinal quando é artrite axial, ao contrário de quando é periférica) COLAGENOSES: 1 - Lupus Eritematoso Sistêmico (LES): • Doença das ''ites'' e das ‘’penias''': dermatite, serosite, nefrite, artrite, ''penias'' hematologicas, cerebrite • Patogenia: • Deficiência de C2 e C4 • HLA DR2 e DR3 • Estrogenio • Tabagismo • Luz ultravioleta (pode desencadear crise ou iniciar a doença no predisposto) • = AUTOANTICORPOS • Autoanticorpos do LES: • Núcleo: fatores anti-nucleares = FAN + • Anti-DNA dh ou nativo: • Nefrite • Segundo mais especifico • Mostra a atividade da doença • Anti-histona = Lúpus farmaco-induzido ou Síndrome lúpus-like • Anti-ENA (antigeno núcleo extraível, ou seja, não depende da célula) • Anti-Sm: mais específico de todos • Anti-RNP: doença mista do tecido conjuntivo (características super impostas) • Anti-La (SS-B): mais característico da SJ, geralmente quem tem anti-La não tem anti-DNA (= sem nefrite, protege o rim) • Anti-Ro (SS-A): • Mais característico da SJ • Lúpus neonatal (tem capacidade de ultrapassar a barreira placentária = BAVT congênito secundário ao anti-Ro) —> Anti-RoRoRo (natal) • Aparece quando o paciente é FAN - • Fotossensibilidade • Lupus cutâneo subagudo • FAN é altamente sensível, os poucos casos de falso negativos acontecem quando o paciente só tem o anti-Ro + • Citoplasma: FAN + —> Anti-P: psicose • Membrana: Antilinfócito / Antineurônio / Antiplaqueta / Anti-hemácia / Antifosfolipídios = TROMBOSE — > Anticoagulante lúpico / Anti-B2glicoproteina 1 / Anticardiolipina • FAN: rastreamento e exclusão (98% de sensibilidade / não é específico) • Critérios Diagnósticos: 11 critérios (ACR) • Pele e Mucosa: 18 1. Rash malar (asa de borboleta, poupa o sulco nasolabial) 2. Fotossensibilidade (áreas expostas ao sol reagem com inflamação rapidamente) 3. Lúpus discóide (lesão profunda, com centro atrófico, deixa cicatriz fibrótica, acomete mais couro cabeludo e orelha) 4. Úlceras orais (aftóides mas indolores) • Articular: 5. Artrite não-erosiva de ≥2 articulações • Serosas: 6. Pleurite ou Pericardite • Hematológico (Penias): 7. Contam como apenas 01 critério: • Anemia Hemolitica (Rt >3%) • Leucopenia <4000 (em 2 ocasiões diferentes) • Linfopenia <1500 (em 2 ocasiões diferentes) • Plaquetopenia <10000 • Renal: 8. Proteinúria 24h ≥500mg/d (ou ≥3+) OU cilindros celulares • Neurológico: 9. Convulsões ou Psicose sem causa definida • Imunológico: 10. FAN positivo (>1:80) 11. Anti-DNAdh ou Anti-Sm ou Antifosfolipídio • Diagnóstico = ≥ 4 critérios (≥3 é LES provável) • Classificação: • Lúpus Brando = Pele / Mucosa / Artrite / Serosas / Lúpus fármaco-induzido (PHD) ou “síndrome lúpus- like (anti-histona) • Drogas (PHD): • Procainamida (maior risco) • Hidralazina (mais comum) • D-difenilhidantoína (fenitoína) • Não precisa imunossuprimir • Lúpus Moderado = Pele / Mucosa / Artrite / Serosas / Hematológico —> Imunossupressão • Lúpus Grave = Pele / Mucosa / Artrite / Serosas / Hematológico / Rim / Cérebro —> Imunossupressão • Nefrite lúpica: • AntiDNAdh e Hipocomplementemia (exceção = membranosa) • Classificação: • I - Mesangial mínima / II - Mesangial proliferativa / III - Proliferativa focal • IV - Proliferativa difusa: mais comum e mais grave (Síndrome Nefrítica —> GNRP) • V - Membranosa: sinal inicial do LES = proteinúria (Síndrome Nefrótica), pode fazer nefropatia sem os marcadores anti-DNA e hipocomplementemia, faz corpos lipoides • VI - Esclerosante Avançada • Tratamento: • Cutâneo-articular = protetor solar, antimaláricos, AINE • Serosite = prednisona 0,5mg/kg/dia (dose antinflamatória) • Hematológica e SNC = prednisona 1mg/kg/dia +/- imunossupressor 19 • Nefrite = ciclofosfamida + corticoide 2 - Síndrome Do Anticorpo Antifosfolipídio (SAF) • Trombose • Pode ser associada ao LES ou isolada • Diagnóstico = 1 clinico + 1 laboratorial: • Clínico: • Trombose arterial ou venosa • Morbidade gestacional: • ≥3 abortos ≤10 semanas de IG • Aborto >10 semanas • Prematuridade ≤34 semanas por insuficiência útero-placentária • Laboratorial (2x com intervalo ≥12 semanas): • Anticardiolipina IgM e IgG • Antib2glicoproteina I IgM e IgG • Anticoagulante lupico (altera o coagulograma do paciente, alargamento do KPTT) • Paciente com SAF tem o laboratório de quem sangra: plaquetopenia e KPTT alargado • Tratamento: anticoagulação • Profilaxia: • Gestante com SAF + Perda fetal prévia sem história de trombose = AAS + heparina profilática • Assintomáticas (só com anticorpo +) e LES = AAS em dose baixa 3 - Esclerodermia: • Esclerose sistêmica • Epidemiologia e fisiopatologia: • Mulher • 30-50 anos • Fibrose -> cicatrização -> retração • Teoria vascular tendo uma vasoconstricção de pele, esofago, rim e pulmão • Ataque dos acs permanente, sendo o desfecho final a destruição dos tecidos • Formas Clínicas: • Localizada: morfeia, golpe de sabre e linear • Sistêmica: órgão interno + pele • Sistêmica: • FAN + em 90-95% • Cutâneo difusa: • Pega pele difusamente • Anticorpo Antitoposiomerase I* ou Anti-RNA polimerase III (relacionada a pior prognóstico) • Rim: Vasoconstricção difusa e transitória do rim = Crise renal da Esclerodermia —> Aumenta a PA, oligúria, anemia hemolítica. Tratar com IECA • Alveolite / Fibrose pulmonar • Cutâneo limitada: • Acometimento se limita a regiões mais distais e periféricas • Anticorpo anticentrômero • CREST: Calcinose / Raynauld / Esofagopatia / Slerodactilia / Telangiectasia 20 • Hipertensão da artéria pulmonar • Visceral (<5%): não pega pele • Quadro Clínico: • Esclerodactilia: espessamento tendo retração da pele, mão em garra e encurtamento da pele devido ulceração na ponta dos dedos que ocasiona reabsorção das falangesdistais. • Fácies da esclerodermia: microstomia (boca pequena), afinamento do nariz • Calcinose: calcificação no subcutâneo • Telangectasia: dilatação vascular proeminente • Fenômeno de Raynaud: vasoconstricção transitória com alteração trifásica da cor dos dedos das mãos (palidez --> cianose --> rubor), pode ser precipitado por frio e estresse emocional. Costuma ser a primeira manifestação. • Esôfago (80-90%): refluxo/disfagia de condução (entala) • Diagnóstico: Clínica + Anticorpos + Capilaroscopia de leito ungueal • Tratamento = Depende da complicação *Lesão pulmonar é a principal causa de morte 4 - Miopatias Inflamatórias (Dermato/Polimiosite): • Autoimune / Alvo na musculatura estriada esquelética • Mais comum em mulheres • Imocomplexos (imunidade humoral) = Infiltrado em torno dos fascículos • Clínica: • Fraqueza: proximal / simétrica / insidiosa / poupa face e olho = CINTURA PÉLVICA E ESCAPULAR • Disfagia (engasgo)*** • Mialgia • Manifestações dermatológicas: Heliótropo / Pápulas de Gottron = PATOGNOMÔNICOS • Pode haver o sinal do "xale" • Associação com neoplasias (15%) = ovário e mama (exceto crianças) • Outros: artrite, pneumonite • Diagnóstico: • Enzimas musculares = CK / aldolase / LDH / ALT / AST • Eletroneuromiografia • Biópsia muscular (padrão ouro) = inflamação (bx de pele pode confirmar o dx) • Anticorpos: Anti-Jo1 (lesão pulmonar) / Anti-Mi2 / FAN (inespecífico) / Anti-MDA5 ou CADM (amiopática) / TIF e NXP2 (CA) • Tratamento: • Corticoide ± Imunossupressores —> se refratário, procurar neoplasias (+Imunoglobulina) • Objetiva melhorar a fraqeuza mesmo que a CK permaneça alta (miopatia por corticoide a CK é normal) • Pode acomenter cças (pico 8-10 anos, sintomas prodrômicos mais exuberantes, calcinose) • Ddx: • Polimiosite: • Não ocorre lesão de pele • Sem associação com neoplasia • Responde pior aos corticoides • Infiltrado de linfócitos (Infiltrado endomisial) —> Frequente associação com doenças autoimunes • Anti-SRP!!! Pior prognóstico 21 • Miosite por corpúsculo de inclusão: • = Polimiosite • Homem idoso / Mais lenta • Quedas precoces e frequentes (MMII) • Acometimento precoce da musculatura distal • DFT / Pode acometer face / Disfagia frequente / Atrofia mais / Pode ser assimétrica • Não melhora com corticoide e imunossupressores • Enzimas pouco aumentadas ou normais • Bx com vacúolos intracelulares (inclusões filamentosas tubulares no citoplasma e no núcleo) 5 - Síndrome de Sjögren: • Infiltrado linfocitário nas glândulas exócrinas (lacrimal e salivar) = OLHO E BOCA SECOS • Mulheres (9:1) de 30-40 anos • Clínica: • Xeroftalmia (olho cheio de areia) • Xerostomia (cárie de repetição) • Artralgia, Miagia, Vasculite cutânea • Maior risco de linfoma de parótida (inflamacao linfocitária crônica = bochechuda) • Diagnóstico = ≥4 critérios: • Biópsia de labio inferior OU Anti-Ro (SSA) OU Anti-La (SSB) + • Xerostomia OU Xerostomia • Teste de Schirmer OU Rosa-bengala +: confirmam que o olho está seco (normal = >10mm no teste de Schirmer ou alterado = parte rosa no RB) • Cintilografia salivar + • Tratamento: • Medidas gerais: lagrima artificial, saliva artificial, uso de óculos de natação a noite • Manifestações sistemicas: corticoide e imunossupressor 6 - Doença Mista do Tecido Conjuntivo (DMTC) • Anti-RNP • Esclerose sistêmica + LES + Polimiosite VASCULITES: • Grande calibre: • Arterite Temporal = Idosa (tempo) / Cefaleia / Claudica a mandíbula / Resposta dramática ao corticoide / VHS muito elevado / AAS para prevenção • Takayasu = Aorta e principais ramos / Mulher jovem / Claudica MMSS (subclávia) • Médio calibre: • PAN clássica = Poupa pulmão e glomérulo / Associação HBV / Dor testicular e abdominal • Kawasaki = Aneurisma de coronária / Febre > 5 dias + 5 destes: conjuntivite ocular não-exsudativa, lesão oral, linfonodomegalia cervical, exantema polimórfico e alteração de extremidades • Pequeno calibre (ANCA+ / Glomérulo): • Poliangeíte = p-ANCA / Risco de pulmão-rim • Wegener = c-ANCA / Risco de pulmão-rim / Lesão de via aérea superior (perfuração) • Churg-Strauss = p-ANCA / Asma refratária / GEFS muito leve (não lesa rim) / Eosinofilia 22 • Micro: • Henoch-Schönlein = Leucocitástica / Pós-IVAS / Púrpura / Dor abdominal / Artralgia / Glomerulite / Plaquetas normais / Elevação da IgA • Crioglobulinemia = Associação HCV / Queda do complemento / Neuropatia periférica • Variável: • Behçet = Úlceras orais e genitais / Hipópio (pús estéril no olho) / Patergia / ASCA • Buerger = Tromboangeíte obliterante / Homem jovem tabagista / Isquemia de extremidades / Tratamento é cessar o tabagismo MISCELÂNEA: 1 - Febre Reumática: • Patogenia: • S. pyogenes (beta-hemolítico do grupo A) = Faringoamigdalite • Predisposição genética • Faringite = 2-4 semanas —> Reação cruzada • 5-15 anos • Clínica: • Articulação: • Poliartrite / Migratória / Assimétrica / Grandes articulações • Dura de 2-4 semanas • Manifestação mais comum • Não deixa sequelas • Coração: • Pancardite • Dura até 2 meses • Endocardite (lesão valvar): 1º a mitral / 2º aórtica • lesão aguda (<8 semanas) = insuficiência mitral (sopro de regurgitação) • lesão crônica (sequela) = estenose mitral (sopro de ejeção) • Miocardite: maioria assintomática / Pericardite: dor torácica, atrito pericárdico, supra ST disseminado • SNC (gânglios da base) = Coreia de Sydeham: • Mais comum em meninas • Tardia: 1-6 meses após FR aguda • Melhora com repouso / Piora com estresse • Labilidade emocional • Pode ser a única manifestação clínica da FR • Pele: • Relacionada à cardite • Eritema marginado: • Indolor / Sem prurido / Migratório • Raro • Nódulos subcutâneos: • Áreas extensoras / Indolor • Duram no máximo 1 mes • Raros • Critérios diagnósticos de Jones (surto agudo): 23 MAIORES MENORES Juntas (artrites) Artralgia Coração Febre Nódulos Aumento do VHS e/ou PCR Eritema marginado Aumento do intervalo PR Coreia de Sydeham • Diagnóstico: • 2 maiores / 1 maior + 2 menores • Obrigatório = Infecção recente estreptocócica (anticorpos, cultura, antígenos) • Exceção = Coreia de Sydeham isolada • Baixo risco (EUA): Artrite = poliartrite / Artralgia = poliartralgia / Febre ≥38,5 / VHS ≥60 • Moderado/alto risco (Brasil): Artrite = poliartrite ou monoartrite ou poliartralgia / Artralgia = monoartralgia / Febre ≥38,5 / VHS ≥30 • Tratamento do surto agudo: • ATB: erradica = evita transmissão e reinfecção => Penicilina G Benzatina IM DU (alérgico: eritromicina) • Manifestações: • Artrite: AINES (AAS) • Cardite: Prednisona (dose imunossupressora) • Coreia: repouso + Fenobarbital / Clorpromazina / Valproato • Profilaxia secundária: • Penicilina Benzatina IM 21/21 dias (alérgica: eritromicina diariamente) até: • Sem cardite = 21 anos ou 5 anos pós-surto • Cardite sem sequela ou ECO com “regurgitação mitral mínima" = 25 anos ou 10 anos pós-surto (o que for durar mais) • Cardite com sequela valvar = Sempre ou 40 anos (desde que não haja contato próximo com crianças em idade escolar) 2 - Artrite Gotosa: • Patogenia: • Hiperuricemia —> Precipitação do ácido úrico • Leucócito fagocita ácido úrico precipitado após variação da uricemia ou trauma articular • Marcas: • Fator precipitante (variação da uricemia / trauma) • Podagra (mais distal / mais típico) • Mono/oligoartrite intensa (ddx com séptica) • Diagnóstico = Artrocentese: • Cristais no interior de leucócitos com birrefringência negativa sob luz polarizada • Tratamento: • Interromper a crise: • AINE = Indometacina / Naproxeno (não iniciar AAS) *primeira escolha • Colchicina • Prevenir recidiva: • Afastar fatores de risco (álcool, tiazídico) 24 • 1º Colchicina 5-10 dias • 2º Reduzir uricemia = Alopurinol (síntese) / Probenecida (eliminação urinária= uricosúricos) • Hiperuricemia assintomática = Indicação de tratamento: • Lise tumoral • >13mg/dl plasmático • >1.100mg/dl urinário = alopurinol (evitar litíase renal de AU) 3 - Osteoartrose / Osteoartrite: • Doença degenerativa articular • Fatores de risco = idade >45 anos*, sexo feminino, HF, obesidade • Quadro clínico não guarda relação com quadro radiólogico • Características: • Dor crônica que melhora com repouso • Creptação • Rigidez após repouso < 30 minutos • Sem manifestações sistêmicas • Exames normais (VHS normal e Fr negativo —> positivo em até 20% dos idosos) • Dor uniarticular no início —> Progressiva • Articulações mais acometidas: • Joelho / Interfalangeanas distais (mulheres) => Mais típicas • Cervical e Lombar • Quadril -> Homens (+ prococe = incapacidade de rotação interna do quadril) • Diagnóstico: • Radiografia = Osteófitos (nódulos de Heberden e Bouchard) / Redução do espaço articular / Esclerose subcondral • Tratamento: • Fisioterapia (reforço muscular) / Perder peso • Sintomáticos: analgésicos / Refratário ou Artrite = AINE 4 - Fibromialgia: • Mulher • Dor difusa > 3 meses • Relação com SII e distúrbios do sono • Tratamento: • Exercício físico + Tricíclico (Amitriptilina) • Orientar benignidade da doença 5 - Artrite Séptica: GONOCÓCICA NÃO-GONOCÓCICA (S. aureus) CLÍNICA 1ª fase: poliartrite + lesão de pele (pápulas / pústulas) 2ª fase: monoartrite Já inicia com monoartrite Porta de entrada TRATAMENTO Artrocentese Ceftriaxona 7-10 dias Oxacilina 3-4 semanas 25 HEMATOLOGIA: SÍNDROMES ANÊMICAS: • Investigação inicial = Reticulócitos: • Hiperproliferativa: MO consegue responder = Reticulocitose (>2%): • Sangramento agudo • Anemia hemolítica • Hipoproliferativa: MO não consegue responder = Sem reticulocitose (≤2%): • Anemia carenciais • Anemia da doença crônica • Desordens da medula (Fibrose/Infiltração da MO e Anemia aplásica) • IRC (diminuição da EPO) 1 - Anemias Hipoproliferativas: Ferropriva Doença Crônica Megaloblástica Causa Diminuição do ferro / Hemorragia em >50 anos de origem neoplásica (Colono/EDA) Inflamação crônica (infecção, CA, imune) B12 (anemia perniciosa) AF (álcool) Patogênese Defeito na produção de Hb Ferro preso em estoques Falha do DNA (não divide) Hemograma Normo/Normo ou Micro/Hipo, RDW elevado e Trombocitose Normo/Normo ou Micro/Hipo Aumento do VCM, Pancito, Neutrófilo hipersegmentado Laboratório Ferro sérico diminuído, Aumento TIBC, Queda da Ferritina, Queda IST Ferro sérico diminuído, Queda do TIBC, Aumento da Ferritina Hiperhomocistenemia B12: Acúmulo metilmalônico Tratamento Sulfato Ferroso (Vit C + refeição não) Tratar doença de base B12 ou folato (hipoK) • Clínica: • Deficiência de ferro = pode causar PICA ou coiloníquia • Deficiência de B12 = sintomas neurológicos (acúmulo de ácido metilmalônico) 2 - Anemias Hemolíticas: • Marcadores principais: • Hiperbilirrubinemia indireta e aumento do LDH • Queda da haptoglobina • Tratamento geral = Repor ácido fólico (para casos crônicos) • Anemia Hemolítica Autoimune: • Anticorpos quentes do tipo IgG (75%): • Hemólise extravascular (baço) • Maioria idiopática (mulher) • Secundária = HIV, LES, Linfoma, LLC, Drogas (penicilina, sulfa, metildopa, quinidina) • Tratamento: • Corticoide em dose imunossupressora • Esplenectomia (não é primeira linha) • Rituximabe (anti-CD20) • Anticorpos frios do tipo IgM: • Hemólise intrasvascular (crioaglutininas) 26 • Mycoplasma pneumoniae / Mieloma • Tratamento: • Evitar exposição ao frio • Rituximabe • Hematoscopia = Esferócitos • Diagnóstico = Coombs + • Hemoglobinúria Paroxística Noturna: • Conceito: “Hemólise + Pancitopenia + Trombose (ppte intrabdominal)” por defeito em célula tronco • Ataques imunes do sistema complemento principalmente no período noturna • Diagnóstico: Queda do CD55 e CF59 (citometria de fluxo) / Teste de Ham • Tratamento: Prednisona / Eculizumab (inibe complemento = anti-CD5) • Anemia Hemolítica Microangiopática: • Conceito = Fragmentação de hemácia • Hematoscopia = Esquizócito • Diagnóstico = Anemia + Plaquetopenia +: • Insuficiência renal = SHU (lesão endotélio por toxina E coli / suporte) • Disfunção cerebral = PTT (plasmaférese / plaqueta não / redução da ADAMTS 13 ativando o FvWb contra plaqueta / trombose) • Esferocitose hereditária: • Esferócitos no SP não é patognomônico (anemia hemolítica auto-imune?) • Deficiência congênita de espectrina e anquirina = alteração na membrana • Clínica = Hemólise + Esferócitos / Hipercromia / Esplenomegalia / Coombs NEGATIVO • Diagnóstico = Teste da fragilidade osmótica • Tratamento: • Alteração hematológica = não cura (defeito genético = sempre terá esferócitos) • Quadro clínico = cura com esplenectomia se doença grave (é a que + responde à esplenectomia) • Beta-talassemia: • Conceito = Defeito na quantidade da cadeia B de globina • Hemácia pequena com sobra de cadeia a = tóxica —> Microcítica + Hemolítica • Características: • Eritropoese ineficaz (“hemólise” na MO) • Hemólise extravascular (baço e fígado) • Anemia micro e hipocrômica com RDW normal (≠ Ferropriva) • Acúmulo de ferro (≠ Ferropriva) • Diagnóstico = Eletroforese de Hemoglobina: • Queda da HbA e Aumento da HbA2 e HbF • Formas clínicas: • Major (Cooley): • Anemia hemolítica grave depois de 6 meses de idade • Hepatoesplenomegalia / Baixa estatura • Expansão de MO = Deformidades ósseas —> Fáscies em esquilo / Hair-on-end • TTO: Ácido fólico / Quelante de Ferro (ferritina >1000) / Esplenectomia / TMO (único curativo) • Intermedia: • Clínica mais branda (> risco de trombose) • TTO: Ácido fólico e Quelante de Ferro 27 • Minor (Traço = 1 gene é normal): • Somente anemia microcítica hipocrômica • TTO: Acompanhamento • Anemia falciforme: • Conceito: Defeito na qualidade da cadeia B: sem HbA = Afoiçamento • Troca do ácido glutâmico por valina no cromossomo 11 = Cadeia beta defeituosa —> HbS (em homozigose) • Variantes: • Traço falciforme = assintomática —> Aconselhamento (hematúria, necrose de papila, isostenúria, infarto esplênico, pielonefrite bacteriana) • Anemia falciforme = homozigose • S-talassemia = B0/+ e S —-> Se HbA2 >3% • Hemoglobinopatia SC = C + S • Diagnóstico = HbS > 85-90% (Eletroforese de Hb ou Cromatografia líquida) • Polimerização quando: Hipóxia / Desidratação / Acidose / Hipertermia ==> Afoiçamento (depranócitos = anemia hemolítica) ==> Plug obstrutivo provocando isquemia • Quadro clínico: • Anemia hemolítica + • Isquemia crônica = Disfunção de órgãos: • Baço = autoesplenectomia até os 5 anos —> Risco de sepse pneumocócica (ppal causa de morte em < 5 anos) / Corpúsculos de Howel-Jolly (núcleo não removido) / Se baço palpável após 5 anos = pensar em outra doença / Osteomielite por Salmonella • Rim = GEFS / Necrose de papila (pode ser a única alteração do traço falciforme) • Úlceras cutâneas • Hipertensão pulmonar • Retinopatia proliferativa / Osteonecrose de fêmur = Mais típicas da Hemoglobinopatia SC • Isquemia aguda = Crises vaso-oclusivas: • Síndrome Mão-Pé: dactilites dos 6 meses aos 3 anos (HbF protege no início) • Crises Álgicas: ossos longos, vértebras e arcos costais / diagnóstico diferencial com osteomielite (lembrar de salmonella) / abdominal, hepática, priapismo • Síndrome torácica aguda: febre, dor torácica, tosse, infiltrado (ppte em LIE) / multifatorial (TEP, infecção ppte por Pneumococo, embolia gordurosa) = Principal causa de óbito • Sistema nervoso central: AVEi (<15 anos) ou AVEh (adultos) • Tratamento crônico: • Evitar infecção: • Penicilina V oral dos 3 meses aos 5 anos • Vacina = Pneumo / Hemófilo / Meningo / Influenza / Hepatite B • Folato: 1-2mg • Transfusão crônica: • Ideal = Rastreio anual com Dopplertranscraniano (2-16 anos) —> Fluxo da ACM aumentado (>200) = Transfundir • Para diluir em manter HbS < 30-50% em casos graves • Hidroxiureia: • Aumenta HbF • Indicação: • Anemia grave: Hb <6 por 3 meses 28 • Crises álgicas: ≥ 3 crises/ano com internação • Sd. Torácica Aguda / Priapismo / Alteração Neurológica (3P) • Lesão crônica de órgãos: rim / retina • Transplante de medula: • Curativo!!! • Se jovens com doença grave • Tratamento agudo: • Hidratação / O2: não hiperhidratar e O2 somente se hipoxemia • Analgesia: não poupar opioide • Febre: ATB (cefalosporina de 3ª) / Internar: < 3 anos ou alto risco (Hb < 5, choque e sepse) • Transfusão: • Indicação: • Crise anêmica ou álgica refratária • Sd. Torácica Aguda / Priapismo / Alteração Neurológica (3P) • Preferência = Exsanguíneotransfusão parcial • Priapismo >3-4h = Avaliar drenagem de corpo cavernoso LEUCEMIA AGUDA: • Definição: • Bloqueio de maturação das células da medula óssea (blastos) • Proliferação do Clone Leucêmico (excesso de blastos) • Infiltração da MO (pancitopenico) • "Leucemização" (blastos na circulação —> leucocitose por blastos) • Infiltração tecidual • Diagnóstico = ≥ 20% blastos na MO • Leucemia Mieloide Aguda (LMA): • Homem / Idosos • Clínica: • Além da pancitopenia (anemia, infecção e sangramento) • Cloromas (metástases localizadas de blastos) = M2 e M5 • CIVD (Subtipo M3) • Hiperplasia gengival / Infiltração cutânea / Leucostase (Subtipos M4 e M5) • Diagnóstico = Características dos blastos: • Morfologia: Bastonetes de Auer (patognomônico) • Citoquímica: Mieloperixidase ou Sudan Black B • Imunofenotipagem: CD 34 / 33 / 13 / 14 • Citogenética: t(8;21) / t(15;17) / inv ou del 16 (fatores de melhor prognóstico) *na presença dessas anormalidades recorrentes pode-se fazer o dx mesmo com mielograma normal • Subtipos: • M0 - Indiferenciada / Rara / Prognóstico ruim • M1 - Diferenciação mínima / Incomum / Prognóstico ruim • M2 - Leucemia Mieloblástica Aguda: Mais comum • M3 - Leucemia Promielocítica Aguda: CIVD / Melhor prognóstico (QT específica = ATRA ou ácido transretinóico) / Suporte: plaquetas p/ manter >20.000 e crio p/ manter fibrinogênio >100 • M4 - Leucemia Mielomonocítica Aguda: Hiperplasia gengival 29 • M5 - Leucemia Monocítica Aguda: Hiperplasia gengival • M6 - Eritroleucemia Aguda: Incomum / Prognóstico ruim / Espectrina • M7 = Leucemia Megacariocítica Aguda: Sd. Down • Tratamento = QT / TMO • Leucemia Linfocítica Aguda (LLA): • Câncer mais comum da infância • Clínica: • Além da pancitopenia • Infiltração no SNC (PL) + Testículo (por isso o tratamento prolongado) • Dor óssea • Adenomegalia • Febre neoplásica • Diagnóstico = Características dos blastos: • Citoquímica: PAS positivo • Imunofenotipagem: • CD 10 / 19 / 20 = Linfócito B • CD 2 / 3 / 5 = Linfócito T • Citogenética: t(1;19) / t(9;22) - Mau prog / t(5;14) • Subtipos: • L1 - Variante Infantil: Bom prognóstico • L2 - Variante do Adulto • L3 - Burkitt-Like (EBV) • LT - Leucemia de Célula T: Rara • Tratamento = QT = remissão, profilaxia do SNC, consolidação, manutenção *Melhor prognóstico = 01-10 anos / hiperploidia LEUCEMIA CRÔNICA: • Acúmulo de células maduras • Leucemia Mieloide Crônica (LMA): • Cromossomo Philadelphia: t(9;22) —> Gene BCR-ABL (tirosina-quinase) • Laboratório: • Leucocitose granulocítica com desvio para esquerda (neutrofilia + basofilia + eosinofilia) —> Sem infecção (pode haver febre neoplásica) • Esplenomegalia de grande monta • Síndrome de Leucostase (hipoxemia, cefaleia, turvação visual) • Evolui para LMA (bloqueio de maturação) = Crise blástica (pancitopenia + blastos) • Diagnóstico = Clínica + Cromossomo Philadelphia (gene BCR-ABL) • Tratamento = Mesilato de Imatinibe (remissão citogenética = desaparecimento do cromossomo Philadelphia por ser inibidor da tirosina-quinase) / Se não responder: TMO • Como ≠ reação leucemoide = a LMC tem FAL baixa • MO com hiperplasia mieloide intensa • Leucemia Linfoide Crônica (LLC): • Linfócito B CD5 que não vira plasmócito (acúmulo de células) • Mais frequente que a LMC Neutropenia Febril = Neutrófilos < 500 e Febre ≥38,5ºC ou três picos de 38ºC: • Conduta: • Colher culturas + Radiografia de tórax + Betalactâmico (ação antipseudomonas —> cefepime) • Associar Vancomicina se evidência de MRSA (mucosite, cateter infectado, pulmão, hipotensão celulite) • Antifúngico se ainda >4-7 dias com febre —> Anfotericina B, Caspofungina, Voriconazol • Se: Assintomático ou sintomas leves + Estável + Tumor sólido + Idade < 60 anos + Não internados + Sem DPOC ==> Amoxicilina + Clavulanato e Cipro 30 • Idosos / HF+ • Clínica: • Adenomegalia (com características reativas) • Linfocitose + Anemia + Plaquetopenia • Esplenomegalia menor • Infecções de repetição (baixo nível de anticorpos) • Associação com PTI e AHAI (não é marcador prognóstico) • Pode sofrer transformação em linfoma não-Hodgkin agressivo (síndrome de Richter) • Diagnóstico: >4.000 de linfócitos B CD5+ ==> Tem que ter na MO também (≠ linfoma) • Tratamento: Paliativo com QT (Fludarabina + Rituximab ou Clorambucil) / Corticoide se PTI ou AHAI LINFOMA: • Tumor de origem no tecido linfoide • Tecido linfoide: linfonodos*, tonsilas e anel de Waldeyer, associado à mucosa (MALT), baço, timo • Classificação: HODGKIN (célula RS) NÃO-HODGKIN Caracter ísticas Jovens / Prognóstico melhor Mais comum / Idosos / Prognóstico pior Centralizado = Mediastino Periférico = Abdome / Epitroclear / Anel de Waldeyer Contiguidade (extranodal é raro) e centrípeta Hematogênica (extranodal é comum 50%, principalmente MO e TGI) e centrífuga Quadro Clínico Adenomegalia, Sintomas B (febre, sudorese, perda de peso) Dor no linfonodo com ingestão de álcool Sintomas B + frequentes (febre, sudorese noturna, perda de peso >10% em 6 meses) Prurido / Eosinofilia Prurido discreto Febre de Pel-Ebstein (irregular) Febre contínua Subtipo Esclerose Nodular Se HIV = Celularidade Mista Difuso (agressivo) Folicular (indolente) • Estadiamento = Ann-Arbor Modificado: DOENÇA LOCALIZADA DOENÇA AVANÇADA ESTÁGIO 1 ESTÁGIO 2 ESTÁGIO 3 ESTÁGIO 4 1 cadeia ou estrutura linfoide (baço ou timo) ≥ 2 cadeias no mesmo lado do diafragma Ambos os lados do diafragma: III1: andar superior III2: andar inferior Acometimento extranodal distante (fígado ou MO) • A - sem sintomas B / B - com sintomas B • Prognóstico pior = Idade avançada / Sintomas B / Elevação do VHS e LDH • Tratamento: • Estágios 1 e 2 = QT + RT • Estágios 3 e 4 = QT • Recidivas = TMO • Linfoma De Hodgkin: • Originado de linfócitos B = Defeito na maturação do linfócito B 31 • Patologia = Célula Reed-Sternberg (RS) ou em olhos de coruja + Pano de fundo imunológico (histiócitos, plasmócitos) • Baço frequentemente envolvido • Linfonodomegalia cervical e supraclavicular • Clássico (CD15 e 30) x Predomínio linfocitário (CD45) • Subtipos: • Esclerose nodular (65%): Mais comum / Mulher jovem • Celularidade mista (25%): HIV / EBV • Rico em linfócitos (5%): Melhor prognóstico • Depleção linfocitária (1%): Pior prognóstico • Cura = 60-95% dos casos • Linfoma Não-Hodgkin: • Linfócitos B* / T / Células NK (> 20 subtipos) • Maioria faz Rituximabe • Paradoxo Prognóstico: • “Vive muito, cura pouco” / “Vive pouco, cura muito” • Apresentações: • Indolente (sobrevida = anos): • Folicular / 2º mais comum / Idosas / Diagnóstico tardio • Curativo? (taxa de cura variável) / Paliativo • Síndrome de Richter = transformação para o tipo agressivo • Agressivo (sobrevida = meses): • Difuso de grandes células B / Mais comum / Idosos • Curativo: 40-60% • Altamente agressivo (sobrevida = semanas): • Burkitt (massa abdominal) e Linfoblástico Pré-T (massa mediatinal) / Crianças• Burkitt: esporádico, HIV ou africano / EBV / HP padrão em céu estrelado / c-MYC cr 8 • Curativo: 50-80% • HIV = Imunoblástico* e Burkitt / HCV = Linfoplasmócito MIELOMA MÚLTIPLO: • Tumor de plasmócitos = Produz excesso de Imunoglobulina (Anticorpos - Gamaglobulina) • Mais comum IgG / Pior prognóstico IgD • Homem / Idoso / Negro • Eletroforese de Proteínas: • Normal / Inflamação: • Componente M ou Paraproteína: Não é patognomônico!!! • • Quando maior o M, maior a massa tumoral e pior o prognóstico • Clínica = CARO: • Hipercalcemia (náusea, poliúria, desorientação) • Anemia (rouleaux de hemácias e VHS elevado) Investigar malignidade: • Biópsia excisional (padrão-ouro) • Indicação (características de malignidade): • Eixo maior >2cm • Supraclavicular ou escalênico • Persistir >4-6 semanas • Crescimento progressivo • Aderido a planos profundos 32 • Insuficiência renal = Cadeia leve (Bence-Jones = lesão tubular por cadeia leve) / Fanconi / Ácido úrico / Nefrocalcinose (ppal causa / pode causar DI nefrogênico) / Amiloidose primária (Macroglossia, ICC, Síndrome nefrótica) • Lesão óssea lítica (ativação do osteoclastos / sem ativação de osteoblastos) —> Cintilografia óssea normal e Fosfatase alcalina normal ou diminuída (dependem da atividade dos blastos) • Pode haver predisposição à infecções (por hipogamaglobulinemia funcional / ppal causa de morte) e sintomas neurológicos • Dor óssea é o sintoma mais comum: • ≠ MTX: dor do MM poupa pedículos e é movimento-dependente. A dor das MTX acomete principalmente os pedículos, é contínua e com piora noturna • Diagnóstico: • ≥ 10% de Plasmócitos na MO OU Plasmocitoma de tecido mole MAIS ≥1 CARO • Estadiamento: • Pior prognóstico = anemia ou hipercalcemia importantes, maior acometimento ósseo e maior quantidade de componente M • B2-Microglobulina = principal fator prognóstico: I < 3,5 e III ≥ 5,5 • Tratamento = QT (talidomida = TVP) ou TMO **Quando síndrome nefrótica (proteinúria) sempre desconfiar de amiloidose • Características: 1. ≥10% de plasmocitos na MO + 1 do CARO ou + 1 biomarcador = Mieloma múltiplo 2. ≥10% plasmócitos mas a clínica não é CARO e é POEMS = Mieloma osteoesclerótico - P: polineuropatia simétrica - O: organomegalia (hepatoesplenomegalia) - E: endocrinopatia (hipogonadismo) - M: mieloma - S: skin hiperpigmentação 3. ≥10% e <60% de plasmócitos na MO + pico monoclonal ≥3g/dl + sem clinica = Mieloma assintomático ou smodering 4. ≥10% de plasmocitos na MO + sem pico monoclonal ou pico <1g/dl = Mieloma não secretor (sem pico) ou Mieloma Oligossecretor (<1g/dl) 5. <10% de plasmocitos a MO + tem componente M mas é <3g/dl + sem clinica = Gamopatia monoclonal de significado indeterminado • Ddx = Macroglobulinemia de Waldenstrom: - Linfocitos B CD19+, CD20+** e CD24+ - Predominio de IgM na imunoeletroforese!!!! ==> Gamopatia monoclonal tipo IgM!!!! - Medula com linfocitos plasmocitoides - Sem lesão óssea / Menor incidência de IR - Clínica: adenomegalia, hepatoesplenomegalia, emagrecimento, síndrome de hiperviscosidade (cefaleia, vertigem, confusão mental, alt visuais, FO com vasos em salsicha, epistaxe, gengivorragia, hemorragia retiniana) - Tratamento: - Hiperviscosidade: plasmaférese - Rituximab (CD20) DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA: 33 Primária (plaqueta) Secundária (fator de coag) Quadro Clínico Pele / Mucosa “Não para de sangrar” Articulação / Órgão interno “Para e depois volta a sangrar” Patogenia Destruição ou Disfunção de plaquetas Deficiência de fatores de coagulação Laboratório Trombocitopenia e/ou Aumento do TS TAP/INR (extrínseca = fator 7) e/ou KPTT (intrínseca = fatores 8,9,11 e FvWB) Doenças PTI idiopática / Doença de vWB / PTT / SHU / CIVD Hemofilia / Doença de vWB / CIVD **FvWB: 1ª gruda plaqueta no vaso / 2ª protege fator 8 1 - Púrpura Trombocitopênica Imune (PTI): • Anticorpos contra plaquetas (anti GP IIb/IIIa) -> Opsonização -> Destruição no baco • Clínica = Plaquetopenia e + nada • Criança = infecção respiratória prévia (até 4 semanas) / idiopática / aguda / autolimitada • Adulto = mulher 20-40 anos / crônica (>6-12 meses) / recorrente • Diagnóstico: • Excluir causas secundárias (HIV, LES, LLC, heparina) • MO (não é necessário) = normal ou hiperplasia de setor megacariocítico • Tratamento: • Corticoide VO se: Sangramento / Plaqueta <20-30.000 (cça é <10.000) • Imunoglobulina (IGIV) se: Sangramento grave (SNC, gastrointestinal) *Opções: corticoide IV / fator 7a • Plaquetas se: Sangramento muito grave • Esplenectomia = PTI crônica refratária 2 - Doença de Von Willebrand: • Distúrbio hereditário mais comum da hemostasia • Sangramento importante após traumas pequenos • Tipo 1 (80%): Deficiência parcial / Exames NORMAIS / Sangramento após procedimento dentário • Tipo 2 (15%): Qualitativo / TS alargado • Tipo 3 (<5%): Redução intensa / TS alargado e PTTa alargado (fator 8 é depurado na ausência de FvWB) • Diagnóstico = FvWB qualitativo e funcional (teste da ristocetina) • Tratamento: • Desmopressina (DDAVP) como opção inicial —> Profilaxia • Opções (Grave): • Crioprecipitado (FvWB, fator 8 e fibrinogênio) • Fator 8 • Plasma (todos os fatores) INFECTOLOGIA SÍNDROMES FEBRIS: 1 - Arboviroses: 34 Febre Amarela Dengue (sorotipos 1-4) Vetor Aedes aegypti (FA silvestre = Haemagogus) Clínica 90% é limitada / 10% é grave (hepatite e insuficiência renal) Sinal de Faget (FA e FT) Alarme: dor abdominal, vômitos, hepatomegalia, hemoconcentração, irritabilidade, hipotensão postural, sangramento mucoso, hipervolemia Grave: sangramento grave, choque, disfunção orgânica grave Diagnós tico IgM (5-6º dia) Leucopenia / Elevação BD AST / ALT > 1000 <6 dias = Vírus / Ag NS1 / PCR ≥6 dias = ELISA IgM Tto Suporte / Profilaxia: vacina dose única A (nada): 60ml/kg/dia VO B (laço, risco): VO e checar Ht C (alarme): 10ml/kg/h IV D (grave): 20ml/kg em 20min IV 2 - Bacterianas: Febre Tifoide (Salmonella typhi) Leptospirose (L interrogans) Reservatório Alimento / Água Rato (enchente, esgoto) Clínica Sinal de Faget Confusão mental Enterorragia Perfuração 90%: anictérica (aumenta CPK, mialgia, sufusão conjuntival) 10%: ictero-hemorrágica (Weil) = vasculite, hemorragia, IRA com hipoK Diagnóstico Cultura (mielocultura é a mais sensível) Isolamento (1ª semana) Sorologia (2ª semana) Tratamento Cefalosporina 3ªG ou Ciprofloxacina Profilaxia: Vacina (+ exposição) Penicilina G Doxiciclina (forma leve) 3 - Protozooses: Malária (P vivax, falciparum, malariae) Calazar (Leishmania chagasi) Vetor Anopheles *Falciparum é o mais grave Flebotomínio (cão = reservatório) Clínica Febre paroxística Hemólise Disfunção orgânica (falciparum) Esplenomegalia Pancitopenia Hipergamaglobulinemia Diagnóstico Gota espessa Sorologia Parasito (Medula / Baço) ELISA rk39 Montenegro (-) Tratamento Vivax = Cloroquina + Primaquina Falciparum = Clinda + Artesunato Antimonial Pentavalente Alternativa: Anfotericina B Lipossomal SÍNDROME DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA: • Diagnóstico: 35 • Situações especiais = Teste Rápido (TR1) • Referência = Imunoensaio (ex ELISA) • Negativos —> Excluem a doença / Repetir em 30 dias nos casos suspeitos • TR1 Positivo —> TR2 de outro fabricante com a mesma amostra, se positivo = Amostra reagente • Imunoensaio Positivo —> HIV-RNA (carga viral), se positivo = Amostra reagente + Realizar 2ª amostra (só repete imunoensaio) • Atenção: • Indicação: idade > 18 meses (< 18 meses: 2 cargas virais) • TR1 positivo + TR2 negativo (discordantes) = Repetir TR, se positivo —> Imunoensaio • Imunoensaio positivo + CV negativa = Imunoblot ou Western Blot (não detectam IgM) • Terapia Antirretroviral (TARV): • Indicações:• Oferecer a todos com o vírus (minimizar a transmissão) • Prioritários: • Sintomáticos (mesmo que manifestações precoces) • Assintomáticos com CD4 < 350 • Gestantes • Tuberculose ativa • Hepatite B ou C • Risco cardiovascular elevado (Framingham > 20%) • Drogas utilizadas: • Inibidores das transcriptase reversa: • Tenofovir (TDF) / Lamivudina (3TC) • Abacavir (ABC) = lesão cutânea / Zidovudina (AZT) = mielotoxicidade / Efavirenz (EFV) = alteração neuropsiquiátrica e teratogênico (?) • Inibidor de integrase: Dolutegravir (DTG) / Raltegravir (RAL) • Esquema de primeira linha = TDF + 3TC + DTG • Tenofovir: nefrotoxicidade e osteoporose (opções: ABC ou AZT) • Dolutegravir: evitar se uso de fenitoína, fenobarbital e carbamazepina (opção: EFV) • Coinfecção TB e HIV = TDF + 3TC + EFV • Se TB grave ou Gestante = TDF + 3TC + RAL • TB grave: CD4 < 100 / outra infecção oportunista / internação / disseminada • Quando terminar TB ou gestação, voltar para o esquema de primeira linha • Objetivo do tratamento: CV indetectável em 6 meses • Falha virológica: • Definição: • CV detectável após 6 meses de terapia • Rebote após supressão • Fazer genotipagem e, de acordo com o perfil, trocar o esquema • Profilaxia Pós-exposição (PEP): • Exposição de risco até 72h (ideal é < 2h) • Material infectante: sangue, sêmen, fluidos vaginais, líquidos (serosa, líquor, articular, amniótico) • Exposição: percutânea, mucosa, pele não íntegra, mordedura com sangue • Teste rápido: pessoa-fonte e exposto • Fonte negativa = Sem profilaxia Gestantes e Tuberculose ativa: genotipagem pré-tratamento, sem adiar o início (cça e adquirido de parceiro também) 36 • Fonte positiva ou desconhecida: • Exposto positivo = Sem profilaxia —> Vai tratar… • Exposto negativo ou desconhecido = TDF + 3TC + DTG 28 dias • Repetir a testagem 30 - 90 dias após a exposição • Profilaxia Pré-exposição (PrEP): Segmentos prioritários + Critérios de indicação • Segmentos prioritários: • Gays e homens que fazem sexo com homens (HSH) • Transsexuais • Profissionais do sexo • Parcerias sorodiscordantes • Critérios de indicação: • Relação anal ou vaginal, sem preservativo nos últimos 6 meses • Episódios recorrentes de IST • Uso repetido de PEP • Drogas: Tenofovir + Entricitabina (uso contínuo) • Relação anal: 7 dias para proteção / Relação vaginal: 20 dias para proteção • AIDS = Doenças definidoras de AIDS: PRECOCE AIDS CÂNDIDA Oral / Vaginal Esôfago / Respiratória TUBERCULOSE Pulmonar Extrapulmonar VÍRUS Leucoplasia pilosa (EBV - Não consegue remover) Herpes-Zóster CMV disseminado Vírus JC Encefalopatia do HIV NEOPLASIA Displasia cervical CA cervical in situ CA cervical invasivo Linfoma não-Hodgkin Sarcoma de Kaposi OUTROS Anemia, plaquetopenia, diarreia crônica Pneumocistose Neurotoxoplasmose Meningite croptocócica • PneumoAIDS: Doença Achados Tratamento Pneumocistose (Pneumocystis jiroveci) Arrastada, tosse seca, LDH >500, hipoxemia Rx: infiltrado bilateral sem derrame (pneumatoceles) Sulfametoxazol+Trimetropim 21 dias Se PaO2 <70: Associar corticoide Tuberculose (M tuberculosis) Arrastada, derrame, tosse seca ou não RIPE 6 meses Diagnóstico conjunto: CD4 > 50 = TARV 8 semanas após início do RIPE CD4 < 50 = TARV em até 2 semanas *Síndrome de reconstituição imune Histoplasmose (H capsulatum) Disseminada = Pancitopenia Anfotericina B Kaposi (HHV-8) Pele: nódulo vascular Rx: infiltrado bibasal Local / QT 37 • NeuroAIDS: Doença Achados Tratamento Meningite Criptocócica (C neoformans) Meningismo discreto PL = Tinta Nanquim, cultura ou Ag Anfotericina B (por 2 semanas) + Fluconazol NeuroToxoplasmose (T gondii) Alteração consciência, déficit focal (paresia, convulsão) TC = Lesão com captação anelar de contraste e edema perilesional Toxo = Múltiplas / Linfoma = Única (prova terapêutica) Sulfadiazina + Pirimetamina + Ác folínico Linfoma 1ª SNC (vírus EBV) Paliativo: RT + Prednisona LEMP (vírus JC) Déficit multifocal RM = Hiperintensa em T2 TARV • GastroAIDS Cândida (mais comum) Fluconazol (pode-se realizar prova terapêutica —> CMV) CMV Ganciclovir Herpes Aciclovir PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC): • Causas: microaspiração* / inalação / hematogênica / extensão direta • Fisiopatologia inflamação e preenchimento alveolar (incubação: 48h) = síndrome de consolidação • Diagnóstico clínico-radiológico: • Clínica: febre, tosse, dispneia e dor torácica / crepitações, aumento do FTV e broncofonia • RX: não é obrigatório, mas fazer sempre que possível (confirmar o dx e avaliar a extensão) • Broncopneumonia x Lobar • Escarro e hemocultura se: refratários à terapia / pneumonia complicada / internados • Escarro confiáveis = >25 neutrófilo PC e < 10 células epiteliais em 100x Agentes Quando pensar? Pneumococo Sempre / Pneumonia redonda (pseudotumor) Mycoplasma Atípico (não cora GRAM, não responde a beta-lactâmico) / Hemólise / Meringite bolhosa Haemophilus Principal no DPOC / Idoso S aureus Necrose / Pneumatoceles / Derrame pleural Klebsiella Pneumonia do lobo pesado (alcoólatras e diabéticos) Legionella Atípico / Grave / Aumento TGO e TGP / HipoNa / Diarreia • Estratificação: • CURB-65: • Confusão mental • Ureia ≥ 43 (Brasil: ≥ 50) • Respiração ≥ 30mpm • Baixa pressão arterial (PAS ≤ 90 ou PAD ≤ 60) • 65 anos • 0 ou 1 = Ambulatório —> Não pesquisar o agente 38 • ≥ 2: internação / ≥ 3: pensar em UTI / Atenção primária (CRB-65) ≥ 1: internação —> Pesquisar o agente (escarro e hemocultura) • ATS/IDSA (PAC grave): • Maiores: Choque séptico / Ventilação invasiva • Menores: CURB / Multilobar / Relação PF < 250 / Leucopenia / Plaquetopenia / Hipotermia • ≥ 1 maior ou ≥ 3 menores = UTI • Tratamento: • Ambulatorial: • Pneumococo / Mycoplasma / H influenzae • 5 dias / 1 droga • Primeira escolha: Macrolídio (Azitromicina, Claritro, Eritro) ou Doxicilina (cobre todos os germes), porém como o pneumococo é o mais comum, pode-se iniciar Amoxicilina (Brasil) • Pneumococo resistente: • Suspeitar se alta prevalência, ATB < 3 meses e comorbidades (grandes órgãos, imunodeprimido, DM, etilismo ou neoplasia) • Amoxicilina 3g/dia com Clavulanato + Macrolídeo ou Quinolona respiratória (Levo, Moxi ou Gemifloxacino) • Efeitos adversos das quinolonas: tendinite / neuropatia / aneurisma aórtico • Enfermaria: • Pneumococo / Mycoplasma / Chlamydia • 7-10 dias / 1-2 drogas • Primeira escolha: Quinolona respiratória (cobre todos) / Macrolídeo + AmpiSulbactam ou Ceftriaxona • CTI: • Pneumo / S aureus / Legionella / Gram negativo • 7-10 dias / 2 drogas • AmpiSulbactam ou Ceftriaxona + Azitromicina ou Quinolona respiratória • UTI não fazer quinolona isolada!!! • Pode ser utilizado corticoide nos internados • Risco MRSA: • Fator de risco: ATB IV nos últimos 90 dias • Associar Vancomicina ou Linezolida • Cobertura antipseudomonas: • Fator de risco: neutropenia, cicatriz pulmonar • Piperacilina ou Cefepime ou Imipenem + Levo ou Ciprofloxacino • Derrame Parapneumônico: • PNM + DP = Puncionar • Toracocentese (punção): Perfil com altura > 5cm / Laurell > 1cm • Exsudato com predomínio de polimorfonucleares = Parapneumônico • Critérios de Light (≥ 1 = Exsudato): • Proteína Pleural / Sérica > 0,5 • LDH Pleural / Sérico > 0,6 • LDH Pleural > 2/3 LSN (> 200) • Complicado (empiema): • pH < 7,2 • Glicose < 40-60 • LDH > 1.000 39 • Bactérias ou Purulento • Tratamento: • Complicado = Manter ATB + Toracostomia (drenagem em selo d’agua) • Não complicado = Só ATB • Abscesso pulmonar: • PNM necrosante (< 2cm) • Abscesso (≥ 2cm) • PNM por anaeróbios: • Macroaspiração (etilista, AVE, convulsão) • Dentes em mal estado • Evolução: • 24-48h: Pneumonite
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