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Saúde do adulto Sistema respiratório - Asma brônquica É o estreitamento dos brônquios (canais que levam ar aos pulmões) que dificulta a passagem do ar provocando contrações ou broncoespasmos. SINTOMAS: tosse, dispneia, sibilância (à ausculta pulmonar). COMPLICAÇÕES: O estado de mal asmático, a insuficiência respiratória, a pneumonia e a atelectasia. TRATAMENTO: deve-se identificar o que causou a crise e promover uma intervenção imediata; alívio rápido (bombinha); anticolinergicos- atrovent (diminui o muco e potencializa o berotec) e ação longa por aerolim (mais potentes). - Bronquite É um processo inflamatório dos brônquios, caso crônica, causa um estado permanente de inflamação nos pulmões. Pode ser aguda ou crônica, a diferença consiste na duração e agravamento das crises, que são mais curtas (uma ou duas semanas) na bronquite aguda, enquanto, na crônica, não desaparecem, pioram pela manhã e se manifestam por três meses ou mais durante pelo menos dois anos consecutivos. SINTOMAS: dispneia, SIBILÂNCIA (“CHIADO” à ausculta pulmonar), febre e calafrios (menos frequente) TRATAMENTO: deve-se identificar o que causou a crise e promover intervenção imediata; tratamento medicamentoso por broncodilatadores, antibióticos, mucolíticos e anti-inflamatórios - Enfisema pulmonar É uma doença respiratória grave que geralmente se desenvolve nos pulmões de quem foi tabagista por muitos anos. Devido a uma troca de gases prejudicada há a destruição das paredes alveolares, distensão (dilatação) anormal dos espaços aéreos além dos bronquíolos terminais, aumentando o espaço morto, levando a um hipoxemia. SINTOMAS: tosse crônica, escarro, dispneia aos esforços, perda de peso (devido a dispneia interferir na alimentação), tórax em barril, contração dos músculos abdominais durante a inspiração, cifose (alteração da coluna) e baqueteamento digital. TRATAMENTO: oxigenoterapia, broncodilatadores e corticoides. - Pneumonia É uma inflamação aguda do parênquima pulmonar causada por um agente microbiano (bacteriana, viral ou fúngica). Ela é dividida em: Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) Ocorre no ambiente comunitário ou nas primeiras 48h após hospitalização, desde que não haja procedimento invasivo. Pneumonia adquirida no hospital (PAH) Início dos sintomas 48h após a admissão no hospital. Pneumonia no hospedeiro imunocomprometido Ocorre devido ao uso de corticoides, quimioterapia, depleção nutricional, AIDS, ventilação mecânica; Pneumonia por aspiração Em decorrência de substâncias endógenas ou exógenas nas vias áreas inferiores; - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DPOC É a obstrução da passagem do ar pelos pulmões provocada geralmente pela fumaça do cigarro ou de outros compostos nocivos. A doença se instala depois que há um quadro persistente de bronquite ou enfisema pulmonar. leva à diminuição da elasticidade dos pulmões e à destruição dos alvéolos pulmonares, causando sintomas como respiração rápida, tosse ou dificuldade para respirar. O quadro é perigoso porque, além do potencial para interromper a respiração de vez, diminui a circulação de oxigênio no sangue e dispara substâncias inflamatórias pelo corpo todo. PRINCIPAIS SINTOMAS: dispnéia; tosse; aumento do trabalho respiratório; perda de peso; pigarro; produção de secreção em excesso; fadiga; pode evoluir para infecções respiratórias e para insuficiência respiratória aguda ou crônica. TRATAMENTO: broncodilatadores ou anti- inflamatórios, fisioterapia respiratória e oxigenoterapia. - Tuberculose A tuberculose pulmonar (TB) é uma doença infecciosa que afeta basicamente o parênquima pulmonar. Ela pode ser transmitida para outra parte do corpo: meninges, rins, ossos e linfonodos. Causada pelo Mycobacterium tuberculosis . TRANSMISSÃO: por gotículas. SINTOMAS: anorexia, fadiga, perda de peso, tosse, hemoptise (escarro com sangue), dispneia e febre. TRATAMETO: Tratamento Diretamente Observado (TDO), dura 6 meses e é disponibilizado gratuitamente pelo SUS. Utiliza-se rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Sistema cardiovascular - Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) Refere-se a um processo dinâmico no qual uma ou mais regiões do músculo cardíaco experimentam diminuição grave e prolongada no suprimento de oxigênio por fluxo sanguíneo coronário insuficiente. Subsequentemente, ocorre a necrose ou a morte do tecido cardíaco. Perfusão miocárdica insatisfatória por mais de 20 minutos = necrose irreversível. O início do infarto pode ser súbito ou gradual, e a evolução do acontecimento demora aproximadamente de 3 à 6 horas. SINTOMATOLOGIA: dor torácica intensa, localizada em região subesternal, com característica contínua e difusa, sugerindo sensação de esmagamento e/ou torção; dispnéia, palidez facial, sudorese fria e pegajosa; náuseas e vômitos; hipertensão ou hipotensão arterial; bradicardia ou taquicardia; ansiedade intensa; desorientação; confusão; agitação; tonteiras e fraqueza acentuada. TRATAMENTO: Angioplastia coronária, revascularização do miocárdio e tratamento medicamentoso (trombolíticos) - Hipertensão Arterial Sistémica (HAS) A pressão arterial é a força que o sangue exerce nas paredes das artérias para conseguir circular pelo corpo, e é medida em milímetros (mm) de mercúrio (Hg) a partir dos movimentos do coração. A hipertensão arterial sistêmica pode ser entendida como a apresentação de níveis de pressão arterial sistólica acima de 140 mmHg e de pressão diastólica acima de 90 mmHg em adultos. Trata-se de uma doença considerada a grande responsável pelo surgimento da insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio e insuficiência renal. A pessoa que sofre hipertensão geralmente não apresenta sintomas. TRATAMENTO: não existe cura, é regulado com anti-hipertensivo. - Angina pectoris Trata-se de uma síndrome clínica que é caracterizada por crises álgicas e sensação de pressão precordial devido à precária irrigação sanguínea proveniente das artérias coronárias, que resulta em suprimento inadequado de oxigênio para o miocárdio É causada pela presença de cardiopatia aterosclerótica e quase sempre está diretamente relacionada à obstrução de uma coronária principal. → A aterosclerose é a formação de placas de gordura nas artérias, que dificultam a passagem do sangue. Essas placas são conhecidas como ateromas. Ela pode ser classificada como angina estável (geralmente ocorre em situações de esforço e a dor desaparece com o repouso) e angina instável (surge de repente e não cessa com o repouso, podendo ser um sinal de infarto do miocárdio). TRATAMENTO: Medicamentoso com vasodilatadores e betabloqueadores que aumentam a oferta de irrigação sanguínea no miocárdio, ou procedimento cirúrgico (as chamadas “pontes de safena ou mamária”) ou por cateter (angioplastias e stents) mais frequentemente - Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) É caracterizada pela incapacidade funcional do coração de bombear o sangue em quantidade suficiente para atender às necessidades de oxigênio e nutrientes dos tecidos. Como resultado, sangue pode se acumular nos membros inferiores, pulmões e em outros tecidos por todo o corpo. Pode ser a esquerda (mais frequente) ou a direita. O conceito de débito cardíaco pode ser entendido pela equação: débito cardíaco = frequência cardíaca x volume ejetado. SINTOMAS: ICC direita: dispneia ao esforço, tosse e ortopnéia. ICC esquerda: edema de membros inferiores, desconforto abdominal devido a congestão no fígado, distensão abdominal secundária à ascite e anorexia e edema agudo de pulmão. • O edema agudo do pulmão (EAP) representa uma síndrome clínica resultante da transudação de líquido dos capilares pulmonares, inicialmente para o tecido intersticial do pulmão e, posteriormente, para os espaços alveolares. Exige tratamento imediato. Sintomas:tosse espumosa ou sanguinolenta; dispneia; estertor bolhoso; taquicardia; presença de B3; agitação; ansiedade; ortopnéia; dispnéia paroxística noturna; edema de membros inferiores. TRATAMENTO: exige repouso e monitorização, medicamentoso com inibidores da ECA - Acidente Vascular Encefálico (AVE) Acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. Pode ser isquêmico (decorrente da obstrução de uma artéria por um trombo ou êmbolo) ou hemorrágico (ruptura de um vaso cerebral, causando hemorragia). SINTOMATOLOGIA ISQUEMICO: cefaléia; hemiparesia (paralisação de uma parte do corpo); parestesia (adormecimento de uma região); disfasia (prejuízo na emissão de sons vocais); vertigens; diplopia (visão dupla) e zumbidos (perturbação na audição). SINTOMATOLOGIA HEMORRÁGICO: alterações motoras; perda da comunicação; perda visual; abaixamento de nível de consciência; ataxia (perda da coordenação dos movimentos); alterações vesicais; e prejuízos da atividade mental e efeitos psicológicos. TRATAMENTO: Na fase aguda, o cliente deve ser colocado em repouso, sentindo-se confortável. As condições vitais devem ser mantidas. A medicação visa combater o edema cerebral, prevenir infecções, evitar o aparecimento de escaras, manter boa hidratação e funções fisiológicas. Sistema endócrino - Diabetes Mellitus Diabetes tipo 1 insulinodependente: Abrange a maioria dos casos, envolvendo crianças e jovens. Os clientes são magros, a evolução é rápida. A secreção de insulina é nula, ou mínima e por isso são dependentes dela. Geralmente é hereditário. Diabetes tipo 2 não insulinodependente Ocorre geralmente após os 40 anos de idade, embora jovens também possam apresentar. Os clientes são obesos, e a função da célula beta está diminuída, mas existe certa capacidade de secreção de insulina. Associada a hábitos de vida não saudáveis. Diabetes gestacional Intolerância aos carboidratos que ocorre durante a gravidez e desaparece depois do parto. SINTOMAS: poliúria, polidipsia e polifagia. TRATAMENTO: hipoglicemiantes orais ou insulinoterapia. - Hipotireodismo A causa mais comum é a Doença de Hashimoto, em que o sistema imunológico ataca a glândula tireoide (90% dos casos); pode ser causado devido ao tratamento do hipertireoidismo, radioterapia para o câncer de cabeça e pescoço, atrofia principalmente em idosos, presença de cistos, doenças de graves em que a glândula precisa ser retirada. SINTOMAS: Astenia; letargia; sonolência; diminuição da memória; disartria; intolerância ao frio; pele seca descamativa, grossa; voz arrastada; depressão; edema facial; anemia; bradicardia; dor precordial; bulhas hipofonéticas; IC com edema; constipação intestinal; dispneia; derrame pleural; comprometimento renal; coma mixedematoso (paciente hipotérmico e inconsciente). TRATAMENTO: Administração diária de Levotiroxina (T4). - Hipertireodismo Resulta em um aumento dos níveis de hormônio tireoides, causado por uma estimulação anormal das glândulas, em que os anticorpos se ligam aos receptores do TSH induzindo a secreção continua dos hormônios. A doença de graves é o principal motivo, câncer hereditário ou ainda, após um choque emocional, estresse ou infecção. SINTOMAS: Aumento do tamanho da tireóide; nervosismo; ansiedade exagerada (principal característica emocional); dificuldade de concentração; irritabilidade; labilidade emocional; palpitação; cansaço muscular; dispnéia; intolerância ao calor; pele fina e úmida; perda de peso com polifagia; aumento do número de evacuações; oxoftalmia; mixedema e bócio. TRATAMENTO: Administração de antitiróidea (diminui a produção dos hormônios) por 1 a 2 anos; tireoidectomia parcial (normalmente reservado para gestantes alérgicas aos medicamentos, pacientes com grandes bócios) ou terapia com iodo radioativo. Sistema renal - Insuficiência Renal Aguda (IRA) É caracterizada por grave distúrbio da função renal e ocorrência súbita: provoca o acúmulo de escórias nitrogenadas no organismo, tornando-o incapaz de manter o volume e a composição dos fluidos do seu meio interno. Frequentemente é reversível. Pré-renal: causada pela diminuição do fluxo sanguíneo renal, com hipotensão, desidratação (hipovolemia), trombose das artérias renais, sepse. Pós-renal: causada pela obstrução urinária completa em clientes com aumento da próstata, cálculos nos ureteres, uretra ou tumores infiltrativos, podendo haver redução do débito urinário. - Insuficiência Renal Crônica (IRC) É uma deterioração progressiva e irreversível da função renal, na qual a capacidade do organismo de manter o equilíbrio metabólico e hidroeletrolítico é falha, resultante de uremia. Síndrome urêmica é a manifestação de disfunção crônica que leva ao acúmulo no sangue de substâncias normalmente excretadas na urina, causado pela redução da taxa de filtração glomerular SINTOMAS: oligúria ou anúria; sonolência; cefaléia; espasmos musculares; convulsões; coma; anorexia; soluços; náusea; vômito; diarréia; hálito urêmico; estomatite; perda do paladar; retenção hídrica (edema); hipertensão arterial; anemia e insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ; TRATAMENTO: Dieta hipossódica, restrição hídrica; Administração de medicamentos: diuréticos e hipotensores; Diálise peritoneal ou hemodiálise; Transplante renal. Sistema hematológico - Hemograma: Neutrófilos • Neutrofilia > 7mil Causas: infecções bacterianas; intoxicações exógenas e endógenas, colagenases, descarga Adrenérgica, corticosteroides • Neutropenia < 1.500 Causas: Neutropenia crônica benigna, neutropenia cíclica, medicamentos, produtos químicos, radiações, mielodisplásicas, febre tifoide, febre paratifoide, infecções intestinais por salmonelas, coli-invasora, yersínia, campilobacter, viroses. Linfócitos • Linfocitose > 3.500/uL Causa: Infecções Virais, mononucleose, rubéola, hepatite, cmv, hiv, infecções bacterianas, coqueluche, sífilis, tuberculose • Linfocitopenia < 800/ul Causas: irradiação, hodgkin, lúpus, AIDS. Eosinófilos • Eosinofilia >500 Causas: parasitoses, alergias, radioterapia • Eosinopenia <40 Causas: estresse, infecções agudas, corticosteroides. Basófilos • Basofilia >100 Causas: Doenças Mieloproliferativas Monócitos • Monocitose >800 Causas: Acompanha a neutrofilia nos processos inflamatórios (mais tardia e persiste na convalescença), Endocardite Bacteriana Subaguda, Tuberculose, Leishmaniose e Mielodisplasia. • Monocitopenia < 80/ul Causas : Incomum, Tricoleucemia Plaquetas 150 a 450.000/ul • Trombocitopenia < 150.000/ul Causas: Púrpuras trombocitopênicas, Mieloaplasias, Leucemias, Grandes Hemorragias, Viroses, Esplenomegalia, CIVD, Septicemias • Trombocitose > 600.000/ul Causas: Sindromes Mieloproliferativas, Pós- Hemorragia, Doenças Inflamatórias Crônicas, Pós- esplenectomia e Anemia Ferropriva. Exame físico Anamnese É uma estratégia enfermeiro-cliente que permite proporcionar uma avaliação completa do estado de saúde do paciente, auxiliando o diagnóstico de enfermagem. O enfermeiro deverá iniciar a sua anamnese a partir de uma elaboração de uma minuciosa e detalhada história do paciente. A anamnese é sistemática e metodologicamente, existe uma implicação ética e legal no processo de coleta de informações. Ela é coletada em um local ao qual respeite a privacidade do paciente, o que lhe proporcionará uma maior segurança e confiança. É de extrema importância uma maior abertura entre o cliente e o profissional para uma coleta de dados fidedigna. Ficha de registro Na ficha deve ter: nome, idade, sexo, raça, religião, estado civil, nacionalidade, naturalidade, residência, profissão, principais queixas do paciente (sempre anotar entre aspas palavrasutilizadas pelo paciente, se possível indicar a duração), histórico da doença atual (descrever sintomas de ordem cronológica, perguntar se existe sintomas associados, ter ciência da evolução e não induzir o cliente a respostas), histórico patológico pregressa (doenças comuns na infância, alergias, infecções e infestações, cirurgias, traumatismos e doenças atuais), história fisiológica (condições durante a gestação, complicações no parto, doenças neonatais, aleitamento, puberdade, atividade e desenvolvimento sexual, climatério) e histórico familiar (ancestrais e genitores). O Exame físico Inclui uma observação detalhada do cliente, que sucede a anamnese, para detectar problemas e constituir a uma das partes da avaliação do enfermeiro. É necessário ser realizada em um local adequado (que ofereça privacidade ao cliente, boa iluminação, minímos ruídos externos, etc.). O enfermeiro deverá utilizar dados referentes ao histórico e a anamnese para direcionar a realização do exame físico topograficamente, determinando inclusive as manobras e os elementos do exame físico que deverão ser empregados. Algumas manobras do exame físico podem trazer dor, desconforto e trazer situações desagradáveis, por isso a extrema importância de informar o paciente sobre o procedimento. Quando for realizado o exame físico completo, ele deverá atender a uma sequência céfalo-caudal, ou seja deverá ser iniciado pela cabeça e seguir em direção aos pés. Caso o paciente apresente alguma queixa de dor, o local prejudicado deve ser deixado por último, principalmente na palpação . Inspeção PRIMEIRA ETAPA DO EXAME FÍSICO. Pela inspeção, o enfermeiro é capaz de observar possíveis alterações estruturais ou funcionais do paciente (postura e estatura, atitudes, comportamentos, movimentos corporais, padrão da fala, estado geral e nutricional). Poderá ser realizada a por uma avaliação panorâmica ou localizada, quando se observa uma determinada área topográfica isoladamente. Palpação SEGUNDA ETAPA DO EXAME FÍSICO. O tato é utilizado para determinar alterações estruturais e funcionais de um determinado tecido ou órgão. Deve ser observado o tamanho, presença ou ausência tônus muscular, espessura, localização, consistência e mobilidade de determinados órgãos e também a verificação de presença de massa ou de hipersensibilidade em determinados locais. Pode ser realizada com as mãos espalmadas, mão sobre mão, com a borda das mãos, com os dedos em pinça ou em dígito- pressão, dependendo da técnica e da preferência do enfermeiro. Obs.: Quando o abdômen é examinado, a ausculta deve ser realizada primeiro que a palpação para evitar alterações dos sons intestinais. Palpação superficial: com os quatro primeiros dedos juntos, comprima a pele a cerca de 1cm em movimentos rotatórios suaves, deslizando os dedos sob a pele. Palpação profunda: com os quatro primeiros dedos juntos, comprima o órgão ou tecido cerca de 5 a 8 cm. Em caso de abdomens muito grandes ou obesos utilize a técnica bimanual (abas as mãos) Percussão TERCEIRA ETAPA DO EXAME FÍSICO. Consiste em produzir sons ao golpear uma determinada área do nosso corpo, dependendo das características da mesma, podem produzir um som timpânico, hiper-ressonante, ressonante, submaciço ou maciço. Os timbres poderão variar do mais intenso, como no timpanismo, ao menos intenso, como na macicez e a percussão deve ser realizada suavemente, apoiando-se o dedo indicador e médio da mão esquerda sobre a estrutura, percutindo com a mão direita. Ausculta QUARTA ETAPA DO EXAME FÍSICO. Consiste em ouvir os sons internos do nosso organismo. Utiliza- se um estetoscópio ( tanto a campânula para auscultar sons de menor frequência e diafragma para sons mais facilmente audíveis) para isso, deverá ser realizada em um local com o mínimo de barulho possível. É caracterizado pela frequência, intensidade e qualidade, podem variar de acordo com a estrutura auscultada. Obs.: É aplicável apenas em sons cardíacos, abdominais e respiratórios. Estado de hidratação e nutricional Para avaliar o estado de hidratação e nutricional do paciente é importante observar a integridade das mucosas, a integridade da pele (turgor, elasticidade e coloração), característica da urina e o peso. Durante a desidratação temos quadro excessivo de sede, queda de peso, pele sem elasticidade e turgor, mucosas secas, olhos fundos, olíguria(volume de urina excretado menor que as necessidades), diminuição do estado geral, abatimento ou agitação psíquica. Atitude , decúbito e postura - Atitude ortopneica: O paciente adota preferencialmente a posição sentada, com os pés para fora do leito; Pode colocar dois travesseiros ou mais sob o dorso para se manter elevado. Essa atitude melhora o desconforto de quadros respiratórios crônicos ou agudos - Atitude genupeitoral: É mantida com os joelhos e o cotovelo no leito (quatro apoios) e a face sobre as mãos ou no leito; Alivia a constrição cardíaca, em casos de derrame pericárdico e em casos de cólica renal - Atitude de cócoras: O paciente permanece em agachamento. É utilizado principalmente por crianças portadoras de algum tipo de cardiopatia congênita, com hipofluxo pulmonar. Essa posição provoca o aumento do retorno venoso, por comprimir vasos dos membros inferiores e abdominais e favorece a retenção do sangue nas câmaras cardíacas, auxiliando o aumento do fluxo sanguíneo . -Atitude parkisoniana: Ao se por de pé, o paciente com Parkinson apresenta semiflexão da cabeça, tronco e membros inferiores -Decúbito lateral: Posição que costuma ser adotada quando há uma dor de origem pleurítica. Através dela, o paciente reduz a movimentação dos folhetos pleurais sobre o qual repousa. -Postura: observar alterações na curvatura da coluna (cifose, lordose ou escoliose) -Biótipo: brevelíneo, normolíneo e longilíneo. Mucosa, peles e anexos - Coloração: palidez; vermelhidão; cianose central ou periférica; icterícia. - Hidratação: integridade; espessura; turgor; movimentação e elasticidade. - Pelos: distribuição; textura; coloração; brilho. Linfonodos Os Vasos Linfáticos têm a função de drenar o excesso de líquido que sai do sangue e banha as células. Esse excesso de líquido, que circula nos vasos linfáticos e é devolvido ao sangue, chama-se linfa. Ao se detectar um linfonodo deve-se observar: 1) tamanho; 2) consistência; 3) sensibilidade à dor; 4) adesão a outros linfonodos e aos planos corporais. 5)mobilidade do linfonodo 6)condições da pele adjacente-coloração, integridade e presença de secreção. Observe nas áreas: occipital, auriculares posteriores, parotidianos, submandibulares, cervicais, supraclaviculares, axilares, inguinais superficiais e profundos. Edemas O edema pode ser ocasionado por síndrome nefrótica, cirrose hepática, insuficiência cardíaca, gravidez ou medicamentos. Deve-se observar a localização (generalizado ou localizado), a intensidade (relacionado ao tamanho da fóvea encontrada, ou medindo a região diariamente para a evolução), a consistência (aplicando a manobra digitopressão, pode ser mole ou duro), temperatura (usando o dorso dos dedos, podendo ser normal, quente ou fria) e sensibilidade (também observável durante a digitopressão). Teste do cacifo: 1+ Cacifo discreto: indentação discreta; ausência de edema perceptível na perna. 2+ Cacifo moderado: a indentação cede moderadamente. 3+ Cacifo intenso: a indentação permanece por um curto período, a perna está visivelmente edemaciada; 4+ Cacifo muito intenso: a indentação dura um longo período, a perna está muito inchada. Marchas Devem ser observadas no primeiro contato com o andar do paciente. Existem seis tipos principais de marchas, são elas: -Marcha hemiplégica: um braço flexionado 90º graus imóvel e próximo ao corpo. A perna do mesmo lado fica espástica com flexão plantar e o joelho não semove. -Marcha parkisoniana: hesitação ao iniciar a caminhada, passos rápidos, curtos e os pés arrastam pelo chão. - Marcha cerebelar: oscilante, instável e de base larga. - Marcha tabética: a pessoa mantem o olhar fixo ao chão, levanta abruptamente os membros inferiores e ao serem realocados pisam no solo bruscamente - Marcha vestibular: a pessoa apresenta lateropulsão ao andar, não consegue se manter em linha reta - Marcha claudicante: quando a pessoa manca para um dos lados. Normalmente é causada por insuficiência arterial periférica e em lesões do aparelho locomotor. Sistema respiratório O sistema respiratório é composto por dois tratos respiratórios, o superior e inferior, que juntos são responsáveis pela ventilação (movimento de ar para dentro e para fora das vias aéreas). O trato respiratório superior é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica: nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia, ele é responsável por aquecer e filtrar o ar inspirado. O trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade torácica: parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões, é responsável por realizar a troca gasosa. Troca Gasosa Consiste na entrega de oxigênio para os tecidos através da corrente sanguínea e a excreção dos gases residuais (dióxido de carbono – durante a espiração). Divisão Anatômica Lado direito – lobo superior, médio e inferior; Lado esquerdo – lobo superior e inferior; Funções do Sistema Respiratório Transporte de oxigênio – O oxigênio é fornecido para as células e o CO2 delas é removido por meio do sangue circulante. As células estão em contato íntimo com os capilares, cuja paredes permitem a passagem ou troca fácil do oxigênio e do CO2. O oxigênio difunde-se do capilar através da parede do vaso para o líquido intersticial. Nesse ponto, ele difunde-se através da membrana das células do tecido, onde é utilizado pela mitocôndria para respiração celular. O movimento do dióxido de carbono acontece pela difusão na direção oposta – das células para o sangue. Respiração – Processo global de troca gasosa entre o ar atmosférico e o sangue, e entre o sangue e as células do corpo é denominado respiração. Ventilação – Durante a inspiração, o ar flui do ambiente para dentro da traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos. Durante a expiração, o gás alveolar segue a mesma rota ao inverso. O movimento do ar para dentro e para fora das vias aéreas. Ausculta Pulmonar Sons brônquicos – decorrentes da passagem de ar pela traqueia e laringe, mais facilmente auscultado na região do manúbrio esternal. Sons broncovesiculares – gerados pela passagem do ar pelos brônquios maiores. Murmúrios vesiculares – surgem pela passagem do ar pelos bronquíolos menores e alvéolos. Ruídos adventícios – sons anormais decorrentes de alterações pulmonares. São eles: roncos (ar bloqueado por muco), sibilos (vias aéreas estreitas), estertores (presente quando há líquido nos brônquios e bronquíolos), atrito pleural (fricção entre a pleura parietal e visceral devido a um processo inflamatório, neoplasia ou derrame pleural), crepitantes (quadros de hiperinsuflação alveolar ou a secreção com bolhas em V.A.I), subcrepitantes (fibrose pulmonar ou bronquiestasia) e estridor (fluxo turbulento nos brônquios, traqueia ou laringe). Sintomas de alterações pulmonares Os principais sintomas presentes em alterações pulmonares são a tosse, dispneia, produção de escarro, dor torácica, ruídos adventícios, hemoptiose e cianose. Sistema Cardiovascular O coração é uma estrutura muscular oca, localizado no tórax, mais precisamente na região precordial sobre o diafragma, ocupando esse espaço juntamente com os pulmões. Sua função é bombear sangue para nutrir os tecidos e oxigená- los, ao mesmo tempo em que retira o dióxido de carbono e produtos do metabolismo orgânico. I. O coração apresenta dois lados: o direito e o esquerdo. O sangue ejetado pelo lado direito é totalmente distribuído para os pulmões pela artéria pulmonar, enquanto o sangue ejetado pelo lado esquerdo circula por todo o corpo, via artéria aorta. II. As câmaras cardíacas são denominadas átrios e ventrículos. Há dois átrios e dois ventrículos, sendo um átrio e um ventrículo direitos e um átrio e um ventrículo esquerdos, separados por uma parede chamada septo. Os átrios têm a função de receber o sangue proveniente das veias e servir de reservatório temporário antes de o sangue ser despejado para os ventrículos. As paredes atriais e ventriculares apresentam diferenças de espessura, proporcionais à intensidade da contração que exercem. As paredes ventriculares são mais espessas que as atriais, e a parede ventricular esquerda é duas vezes mais espessa que a direita. III. O fluxo sanguíneo unidirecional é garantido pelas valvas cardíacas. As valvas que separam os átrios dos ventrículos são denominadas valvas atrioventriculares. O átrio direito é separado do ventrículo direito pela valva tricúspide, enquanto o átrio esquerdo é separado do ventrículo esquerdo pela valva mitral. Entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar há a valva pulmonar, e entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta existe a valva aórtica. IV. O coração também precisa ser irrigado para que suas células possam estar vivas e desempenhar suas funções. Para que essa irrigação seja garantida, as artérias coronárias se originam da aorta e vascularizam o coração. → As contrações do miocárdio são aproximadamente 60 a 100 batimentos por minuto no coração em repouso Avaliação do Sistema Durante a avaliação do sistema cardiovascular, o profissional deve estar atento a dados obtidos durante o exame físico geral, como os sinais vitais e as medidas antropométricas. Além disso, é importante levar em consideração determinados sinais e sintomas apresentados pelo cliente, visto que, em alguns casos, eles podem estar associados a cardiopatias. Devem ser investigados os seguintes dados: ● Queixas de dor torácica (característica, duração, medidas utilizadas para diminuição a dor); ● Períodos de perda da consciência; ● Dispnéia; ● Palpitação; ● Astenia; ● Presença de edema; ● Cianose; ● Algia em membros inferiores; ●Incapacidade de realizar as atividades diárias. → É importante ressaltar que alguns indivíduos possuem maior predisposição a doenças cardiovasculares, cabendo ao profissional investigar e identificar os fatores de risco durante a avaliação. Assim, torna-se importante investigar a presença de: obesidade, hipertensão, diabetes mellitus, tabagismo, etilismo, histórico familiar de cardiopatias, uso de contraceptivos e sedentarismo. Após identificar e anotar esses dados, o profissional inicia o exame físico propriamente dito. Deve-se orientar o cliente a manter-se em posição de Fowler. → Para facilitar a realização do exame, é preciso que o profissional conheça as demarcações da área cardíaca. Inspeção Durante essa inspeção, observa-se a forma do tórax e o ponto de impulso máximo, que é comumente denominado ictus cordis e identificado no quinto espaço intercostal, próximo a linha hemiclavicular esquerda. Palpação A palpação da área cardíaca tem como objetivo identificar o ictus cordis ou “ponta do coração”, cuja avaliação é importante para detectar dilatações ou hipertrofia do ventrículo esquerdo. Esse exame aponta abaulamentos, retrações e frêmitos. → Para realizar a palpação do ictus cordis, deve-se localizar o quinto espaço intercostal logo à esquerda do esterno e movimentar os dedos lateralmente em direção à linha hemiclavicular. O ictus cordis situa-se no cruzamento dessa linha com o espaço intercostal. Alguns profissionais podem localizá-lo melhor com as palmas das mãos. Ausculta A ausculta cardíaca adequada deve ser realizada num ambiente silencioso. Avalia-se todo oprecórdio, com atenção para os focos aórtico, pulmonar, tricúspide e mitral, além de alterações dos sons produzidos durante as bulhas cardíacas. Focos Cardíacos a) Foco aórtico: localiza-se no segundo espaço intercostal à direita do esterno; b) Foco pulmonar: localizado no segundo espaço intercostal à esquerda, junto ao esterno; c) Foco tricúspide: localizado entre o quarto e o quinto espaços intercostais, imediatamente à esquerda do esterno; d) Foco mitral: encontra-se no quinto espaço intercostal esquerdo em direção à linha hemiclavicular esquerda. Bulhas Cardíacas Para realizar adequadamente a ausculta das bulhas cardíacas, o estetoscópio deve ser colocado delicadamente sobre a pele e nunca por cima do vestuário do cliente, caso contrário a ausculta pode ser prejudicada. No caso de bulhas cardíacas normais, a primeira é denominada B1 e a segunda B2. A B1 é produzida pelo fechamento simultâneo das valvas mitral e tricúspide, que conferem melhor audição na área mitral, tendo seu som representado pela expressão “tum”. O som produzido por B2 deve-se ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar. É audível na base do coração, representada pela expressão “tá”, com melhor percepção na área do foco aórtico. → Deve-se saber que a sequência de B1 e B2 ou respectivamente o “tum-tá”, representa um batimento cardíaco. → Qualquer falha no ritmo de batimentos cardíacos, em intervalos frequentes, constitui uma arritmia. Além das bulhas B1 e B2, ausculta-se também o som de outras bulhas: ● Terceira bulha: apresenta-se na diástole, como um longo desdobramento da B2; “tum-ta-ta” É mais notada em crianças e indivíduos de até quarenta anos. ● Quarta bulha fisiológica: ocorre antes da B1. “tum-tum-ta “
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