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AULA 4 Sigilo profissional e documentos odontolegais SIGILO PROFISSIONAL Código Penal: Art.154. – Art. 325. – Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação Código de Processo Penal: Art. 207. São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofpicio ou profissão, devam guardar segredo, salvo de desobrigadas pela parte interessada quiserem dar o seu testemunho (ou seja, no primeiro momento guardar e se for preciso, revelar) Código Civil: Art.229. Ninguém pode ser obrigado a depor sobre o fato: I – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar segredo; Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre os fatos: II – a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. Código de Ética Odontológica: Art. 5º. Constituem direitos fundamentais dos profissionais inscritos, segundo suas atribuições especificas: II – guardar sigilo a respeito das informações adquiridas no desempenho de suas funções Art. 9º. Constituem deveres fundamentais dos inscritos e sua violação caracteriza infração ética VII - resguardar o sigilo profissional; Art. 14. Constitui infração ética: I – revelar, sem justa causa, fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão do exercício de sua profissão; QUAIS AS SITUAÇÕES DE JUSTA CAUSA? Notificação compulsória de doença (notificação compulsória deve acontecer, mas a notícia crime e investigação não é nossa obrigação); Colaboração com a justiça nos casos previstos; Pericia odontológica nos seus exatos limites; Estrita defesa de interesse legitimo dos profissionais inscritos; Revelação de fato sigiloso ao responsável pelo menor incapaz (não é quebra de sigilo informar aos pais algo sobre o menor de idade). SITUAÇÕES DE QUEBRA DE SIGILO POR COLABORADOR Para que isso não ocorra, deve-se orientar os auxiliares e técnicos sob sigilo profissional; Art. 14. Constitui infração ética: II – negligenciar na orientação de seus colaboradores quanto ao sigilo profissional; III – fazer referência a casos clínicos identificáveis, exibir paciente, sua imagem u qualquer outro elemento que o identifique, em qualquer meio de comunicação ou sob qualquer pretexto, salvo se o cirurgião-dentista estiver no exercício da docência ou em publicações cientificas, nos quais, a autorização do paciente ou seu responsável legal, lhe permite a exibição da imagem ou prontuários com finalidade didático-acadêmicas. Situações de publicação de “antes e depois”: Resolução CFO – 196/2019: Autoriza a divulgação de autorretratos (selfie) e de imagens relativas ao diagnostico e ao resultado final de tratamentos odontológicos, e dá outras providências. Art. 3º. Fica expressamente proibida a divulgação de vídeos e/ou imagens com conteúdo relativo ao transcurso e/ou à realização dos procedimentos, exceto em publicações científicas. Art. 4º. Em todas as publicações de imagens e/ou vídeos deverão constar o nome do profissional e o seu número de inscrição, sendo vedada a divulgação de casos clínicos de autoria de terceiros. Código de Ética Odontológica: Art.15. Não constitui quebra de sigilo profissional a declinação do tratamento empreendido, na cobrança judicial de honorários profissionais; Art. 16. Não constitui, também, quebra do sigilo profissional a comunicação ao Conselho Regional e às autoridades sanitárias as condições de trabalho indignas, inseguras e insalubres. DOCUMENTAÇÃO ODONTOLEGAL Documento odontolegal é um registro que tem finalidade odontológica. Podemos classificar o documento odontolegal em: 1. Procedência: Oficial: Vinculados a administração pública; Oficiosa: Não vinculados a administração pública, pois não são produzidos por ele. 2. Finalidade: Administrativo: Apresenta na empresa, ex: apresentar em empresas); Judicial: Documento que serve ou jurídico, ex: pericial). 3. Conteúdo: Verídico ou Falso RECEITUÁRIOS OU PRESCRIÇÕES FARMACOLÓGICAS Pode servir de instrumento legal nos casos de uso indevido pelo paciente; Documenta e responsabiliza o profissional pela prescrição; Respaldo jurídico pela Lei 5.081/66 que estabelece como área de competência prescrever e aplicar especialidades farmacêuticas de uso interno e externo em Odontologia. Normas e Formatos: 1. Receita Comum; 2. Receita Magistral: Destinada a locais de manipulação; 3. Receita de Controle Especial: Usado para antibióticos. OBS: Notificação de receita A (amarela, menos comum) e B (azul, mais usada pelos CD’s). ATESTADO Documento em que se afirma a veracidade de um fato ou a existência de um estado ou situação; O atestado médico/odontológico é a afirmação pura e simples de um fato e suas consequências; Respaldo jurídico pela Lei 5.081/66. Normas e Formato: Formalidades. 1. Qualifica profissional e paciente; 2. Finalidade; 3. Necessidade de repouso; 4. Período de atendimento; 5. CID-10: Só colocar se o paciente solicitar e inserir que foi incluso por solicitação do paciente; 6. Local e data; 7. Assinatura e carimbo do CD. ORIENTAÇÕES PÓS OPERATÓRIAS Provas sobre o dever de cuidado; Entregues mediante assinatura de recebimento, na cópia ou em livro de protocolo; De preferência em dupla via. RECIBOS Declarações escritas que se atesta recebimento; Devem ter qualificação do profissional e paciente, valor numérico e por extenso, data, local e assinatura, numeração; Dados importantes do ponto de vista legal e para atender exigências da Receita Federal; Uma via anexada ao prontuário. ENCAMINHAMENTOS Indicação por escrito, casos não solucionados por sua especialidade; Redigidos em duas vias; Definição do profissional à escolha do paciente, ou seja, não é necessário indicar o profissional. NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA Lei Nº 6.259, de 30 de outubro de 1975: Art 7º. São de notificação compulsória às autoridades sanitárias os casos suspeitos ou confirmados: I - de doenças que podem implicar medidas de isolamento ou quarentena, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional. II - de doenças constantes de relação elaborada pelo Ministério da Saúde, para cada Unidade da Federação, a ser atualizada periodicamente. RELATÓRIOS Descrição minuciosa de uma perícia a fim de responder à solicitação da autoridade policial ou judiciária; Declaração de interesse jurídico firmada pelo perito. Normas e Formato: Auto: Ditado ao escrivão ou algum agente administrativo; Laudo: Escrito pelo perito. Ele precisa de: 1. Preâmbulo; 2. Quesitos (houve morte?); 3. Histórico (versão da vítima); 4. Descrição (momento em que o perito ver e reporta, como uma fotografia redigida (ex: edema, petéquias); 5. Discussão (contraste do que o perito viu e do que foi contado pelo periciando); 6. Conclusão (pode ser usado como prefacio pra sentença); 7. Resposta aos quesitos. PRONTUÁRIO Definição: Conjunto de documentos que fornece a CD informações sobre aquele indivíduo que está sendo avaliado, com a finalidade de diagnosticar, planejar, executar e acompanhar o tratamento odontológico. Art. 9º. Constituem deveres fundamentais dos inscritos e sua violação caracteriza infração ética: X. Elaborar e manter atualizados os prontuários na forma das normas em vigor, incluindo os prontuários digitais; Art. 17. É obrigatória a elaboração e a manutenção de forma legível e atualizada de prontuário e a sua conservação em arquivo próprio seja de forma física ou digital. Os profissionais da Odontologia deverão manter no prontuário os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica, com data, hora, nome, assinatura e número de registro do CD no Conselho Regional de Odontologia. Prontuário odontológico é: 1. Clinico (é livre,deve ter anamnese, TCLE, CRO, nome do CD, dois odontogramas, as faltas do paciente), 2. Administrativo; 3. Legal. Normas e Formato: O formato é livre. OBS: Prontuário não é negociável. Tempo de guarda: O parecer do CFO 125/92: Tempo de guarda de 10 anos, após ultimo atendimento realizado pelo profissional, em caso de paciente maiores de 18 anos. Código Civil: Ação de reparação de danos prescreve em 10 anos. Código de Defesa do Consumidor: Prescreve em 5 anos a pretensão de reparação de danos, iniciando a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria. Lei Nº 13.787, de 27 de dezembro de 2018: Dispõe sobre a digitalização e a utilização de sistemas informatizados para a guarda, o armazenamento e o manuseio de prontuário de paciente. No processo de digitalização será utilizado certificado digital emitido no âmbito da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP- Brasil) ou outro padrão legalmente aceito. OBS: Posso usar o prontuário digital? SIM, mas é muito importante que haja um jeito que o paciente valide a informações. Vantagens do prontuário físico: 1. Localização imediata dos dados e informações; 2. Transmissão e acesso instantâneo em rede; 3. Relatórios estatísticos e laudos de interpretação automatizados. OBS: Não é quebra de sigilo revelar informação sobre o paciente judicialmente, mas vale aconselhar que se a informação beneficia o paciente, eu considero. Mas, se não a informação não beneficia, eu guardo.
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