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ATENDMENTO HOSPITALAR DO POLITRAUMATIZADO

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A avaliação inicial deve ter garantidos: 
- Uma área de ressuscitação disponível para trauma 
- Equipamentos de via aérea funcionando corretamente, 
organizados, testado e acessível 
- Disponibilizar imediatamente soluções cristaloides 
intravenosas aquecidas e dispositivos de monitoramento. 
- Protocolo que garanta assistência médica, e rápidas respostas 
de laboratórios e radiologia 
- Acordos de transferência para centros de traumas 
 
PADRÃO TRIMODAL DA MORTE NO TRAUMA 
1º Pico: ocorre de segundos a minutos após o trauma. São 
lesões de alta energia, geralmente incompatíveis com a vida. 
Somente a prevenção consegue reduzir esse pico. ATLS não age 
nesse pico. 
 
2º Pico: acontece em minutos a horas após o trauma. É a hora 
ouro no ATLS. Esse paciente consegue sobreviver. 
 
3º Pico: ocorre após dias a semanas do trauma, geralmente está 
associado a sepse e disfunção de múltiplos órgãos. O ATLS 
também não age nesse pico. 
 
Preparação 
- EPI: máscara, faceshield ou óculos, capote impermeável e 
luvas 
Ao saber que está vindo um trauma, deve vestir o EPI 
- Checar se a área de recebimento do trauma está livre 
- Checar e testar os equipamentos para via aérea 
- Solução cristaloide aquecida para ressuscitação volêmica 
- Assegurar ajuda médica se necessário, bem como 
laboratório, radiografias e exames adicionais 
- Viabilidade de centro cirúrgico, priorizar o trauma a outras 
indicações cirúrgicas como a apendicite. 
- Checar protocolo de transferência para centros de trauma, 
caso seu serviço não seja adequado. Deve saber antes do 
paciente chegar para onde mandar o paciente. 
 
 
Triagem 
A triagem consiste em classificar os pacientes de acordo com o 
tratamento necessário, comparando com o tratamento que 
está disponível no serviço. 
 
Fatores que podem afetar: 
1º Gravidade da lesão, 
2º Capacidade de sobrevivênvia, 
3º Recursos disponíveis. 
 
A ordem de tratamento é baseada nas prioridades: 
A. (Airway) Avaliação das vias aéreas com restrição da 
mobilidade da coluna cervical. 
B. (Breathing) Ventilação e respiração. 
C. (Circulation) Circulação com controle da hemorragia 
 
A avaliação primária pode ser repetida sempre que haja 
qualquer alteração das condições do paciente. 
 
 
 
 
 
 
A triagem é então realizada de acordo com o número de 
vítimas: 
MÚLTIPLAS VÍTIMAS = o número de pacientes e a gravidade de 
seus ferimentos NÃO excedem a capacidade da instituição. 
Assim, devem ser tratados primeiramente os pacientes com 
PROBLEMAS DE RISCO DE VIDA e aqueles que sofrem de LESÕES 
DE MÚLTIPLOS SISTEMAS. 
 
VÍTIMAS EM MASSA = quando o número de pacientes e a 
gravidade de seus ferimentos EXCEDE a capacidade da 
instituição. Nesses casos, prioriza-se os pacientes com maior 
chance de SOBREVIVÊNCIA. 
 
 
Avaliação Primária 
Após a triagem, são estabelecidas as prioridades de tratamento. 
As funções vitais devem ser avaliadas de forma rápida e 
eficiente, a partir de uma pesquisa primária rápida com 
reanimação dessas funções caso necessário, e posteriormente 
realiza uma abordagem mais detalhada em uma pesquisa 
secundária, com o início do tratamento definitivo. 
 
Nessa etapa realiza avaliação e atendimento seguindo: 
A. (Airway) Avaliação das vias aéreas com restrição da 
mobilidade da coluna cervical. 
B. (Breathing) Ventilação e respiração. 
C. (Circulation) Circulação com controle da hemorragia. 
D. (Disability) Avaliação neurológica. 
E. (Exposure and Environment) Exposição e controle do 
ambiente 
 
Essa avaliação pode ser rapidamente realizada pelo médico 
(avaliação de 10 segundos), ao perguntar ao paciente o seu 
nome e o que aconteceu. Caso o paciente responda, sabe-se 
que o mesmo não possui um comprometimento importante das 
vias aéreas e o nível de consciência é alerta o suficiente. Caso 
haja falha em responder essas perguntas, sabemos que há 
anormalidades em ABCDE, devem realizar uma avaliação mais 
profunda e uma gestão urgente. 
Esse é o momento em que CONDIÇÕES DE RISCO DE VIDA são 
identificadas e tratadas, não buscando ainda a sua etiologia. Por 
exemplo: 
Vias aéreas comprometidas – Trauma cranioencefálico 
1º Gerencio as vias aéreas: limpar vias aéreas, aspirar, 
administrar O2, abrir e proteger. 
 
 
A – MANUTENÇÃO DAS VIAS AÉREAS E 
RESTRIÇÃO DA COLUNA CERVICAL 
Avaliar a permeabilidade das vias aéreas. Realiza a sequência: 
1º Avalia sinais de obstrução, com inspeção de corpos 
estranhos, identificação de fraturas facial, mandibular e ou 
fraturas traqueais e laríngeas. 
 
2º Aspira para limpar sangue ou secreções acumuladas. 
 
3º Começa medidas para estabelecer uma via aérea patente, 
caso o paciente demonstre comprometimento da mesma ou 
Atendimento ao Politraumatizado 
Ambiente Hospitalar 
Glasgow 8 ou nível de consciência alterado (va definitiva). Caso 
o paciente esteja lúcido e responda, a VA não é de risco 
imediata, mas deve ser reavalia tempo depois. 
Em caso de contra-indicação de IOT, realiza por via cirúrgica. 
 
4º Enquanto realiza o passo 3, faça a imobilização da coluna. 
Incialmente, com a elevação da mandíbula ou elevação do 
queixo. A coluna deve ser protegida de mobilidade excessiva 
para prevenir o desenvolvimento ou progressão de alguma 
lesão. Usa-se um colar cervical, que pode permanecer aberto 
em caso de estabelecimento de via aérea definitiva. 
 
 
 
Se a IOT estiver contraindicada ou não tenha tido sucesso após 
2 tentativas, procede com vias aéreas cirúrgicas. 
 
B – RESPIRAÇÃO E VENTILAÇÃO 
A ventilação requer função adequada dos pulmões, parede 
torácica e diafragma; portanto, os médicos devem examinar e 
avaliar rapidamente cada componente no paciente desnudo. 
 
1º Inspeção 
2º Ausculta do fluxo aéreo 
3º Palpação 
4º Percussão 
 
Lesões que podem causar respiração inadequada: 
pneumotórax hipertensivo, tórax instável, contusão pulmonar, 
hemotórax maciço e pneumotórax aberto. Essas lesões devem 
ser identificadas durante essa pesquisa PRIMÁRIA. 
 
TODO paciente ferido deve receber SUPLEMENTAÇÃO DE O2. 
O paciente pode ser intubado ou o oxigênio pode ser ofertado 
por um dispositivo com máscara reservatória, a 10L/min. 
Utiliza-se um OXÍMETRO para monitorar a adequação da 
saturação. 
O pneumotórax, hemotórax simples, costelas fraturadas, tórax 
instável e contusão pulmonar podem comprometer ventilação 
em menor grau e geralmente são identificados durante a 
pesquisa secundária. 
C – CIRCULAÇÃO E CONTROLE DE HEMORRAGIA 
A hemorragia é a principal causa de morte pós-traumática. 
Deve avaliar se há a presença de hemorragia ou choque. 
 
Avalia os sinais de choque: 
Nível de Consciência = em casos de perfusão inadequada, há 
alteração do nível de consciência (rebaixamento). 
Pele = coloração acinzentada da face e pele esbranquiçada são 
sinais de hipovolemia. 
Pulso = deve examinar os pulsos periféricos bilateralmente. 
Pulso rápido e filiforme é habitualmente sinal de hipovolemia. 
 
Em casos de HEMORRAGIA, deve avaliar se a fonte é interna ou 
externa. A hemorragia externa deve ser controlada com 
compressão manual direta sobre o ferimento. Os torniquetes 
são efetivos na exsanguinação de lesões de extremidades, em 
casos iminentes de morte quando a compressão manual direta 
não funciona após 15 min. O torniquete deve ficar o mínimo 
possível, e no máximo pode permanecer por 2h no MMII e por 
1h:30min no MMII. 
 
Nessa fase realiza: 
Controle definitivo da hemorragia + Reposição do volume + 
Identificação de Choque 
 
O acesso vascular deve ser estabelecido por 2 cateteres 
venosos periféricos de grande calibre (SE ESTIVER EM CHOQUE 
– apenas 1 se não houver), para administração de fluido, sangue 
e plasma (se necessário). Caso não consiga o acesso periférico, 
busca-se acesso venoso central (punção ou cirúrgico) ou 
intraósseo. 
 
Exames que devem ser realizados nessa fase: 
- Hemograma 
- Teste de gravidez (mulheres em idade fértil) 
- Tipagem sanguínea e correspondência cruzada 
- Gasometria (avalia choque) 
- Lactato 
 
Deve ainda realizar: 
- Imobilização da pelve 
- Alinhamento dasfraturas 
 
REPOSIÇÃO DE FLUIDOS 
Como o choque está relacionado a hipovolemia, inicie a terapia 
de fluido IV aquecido (37 a 40°C) com cristaloides (ringer 
lactato), de forma NÃO agressiva. Pode ser necessário um bolus 
de 1 L de solução isotônica para obter a resposta adequada em 
adultos. 
Reavalie posteriormente e caso os cristaloides não tenham sido 
eficiente, procede com transfusão sanguínea. 
Contudo essa reposição de fluidos está muito associada a um 
quadro de coagulopatia (condição que já pode existir no 
politrauma) e por isso em casos de pacientes gravemente 
feridos com sinais de coagulopatia, estudos sugerem o uso de 
ácido tranexâmico em até 1g. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IDENTIFICAÇÃO DO SANGRAMENTO 
Nesse momento, quando diagnosticamos um choque 
hipovolêmico, devemos suspeitar de hemorragia e assim 
devemos buscar a sua fonte caso não seja visível. A fonte do 
sangramento pode ser avaliada pela Avaliação Focada com 
O ácido tranexâmico reduz o sangramento ao inibir 
competitivamente a fibrinólise,inibindo a ativação do 
plasminogênio à plasmina. A plasmina é a principal proteína 
responsável pela dissolução do coágulo sanguíneo. O Ácido 
Tranexâmico promove, assim, maior estabilidade do 
coágulo, sendo bastante utilizado no tratamento dos 
episódios hemorrágicos 
Ultrassonografia no Trauma Estendida (E-FAST) ou pelo Lavado 
Peritoneal Diagnóstico (DPL). 
 
IMOBILIZAÇÃO DA PELVE 
Quando o paciente tem fratura de anel pélvico, há um intenso 
sangramento pelo comprometimento do plexo venoso. O 
tratamento é feito com imobilização da pelve, para preservar o 
1º coágulo, não permitindo que ele saia e a hemorragia 
perdure. 
Assim, quando no C percebe-se que há hemorragia causadora 
de um choque e não se identifica causas torácicas ou 
abdominais, busca hemorragias pélvicas. Essa pesquisa pode 
ser feita com: 
- Manobra de Volkman: com o paciente em decúbito dorsal, o 
examinador apoia suas mãos sobre as cristas ilíacas, forçando-
as para trás. Se a pelve se deslocar, não deve mais mexer e 
imobiliza. 
- Sinal de Destot: hematoma na região de bolsa escrotal ou 
grandes lábios. 
 
 
D – EVOLUÇÃO NEUROLÓGICA 
Inicialmente de forma rápida estabelecendo: o nível de 
consciência do paciente e o tamanho a pupila e reação; 
determinando o nível da lesão da medula espinhal se presente. 
 
Realiza a Escala de Coma de Glasgow. 
A redução do nível de consciência do paciente pode indicar 
diminuição da oxigenação e/ou perfusão cerebral ou lesão 
cerebral direta. Com isso, nesses pacientes devemos reavaliar a 
oxigenação antes de suspeitar de lesão no SN. 
Se uma lesão cerebral for reconhecida nessa etapa, entre em 
contato com um neurocirurgião. 
Se o paciente estiver com rebaixamento do nível de 
consciência, reavalie o ABC, descartando causas não 
neurológicas. 
E – EXPOSIÇÃO E CONTROLE AMBIENTAL 
Durante essa etapa, a gente desnuda completamente o 
paciente, cortando suas roupas. 
A hipotermia pode estar presente quando o paciente chega ou 
pode se desenvolver no hospital se o paciente estiver 
descoberto e passa por uma rápida administração de fluidos em 
temperatura ambiente ou refrigerado. 
CONDIÇÃO PREVENÇÃO 
Hipotermia na admissão - Garanta um ambiente 
quente 
- Use cobertores quentes 
- Use fluidos aquecidos 
Hipotermia desenvolvida 
após a admissão 
- Controle a hemorragia 
rapidamente 
- Fluidos aquecidos 
- Ambiente quente 
- Cobertores aquecidos 
 
Etapas adicionais na avaliação primária 
São usados em concomitância a avaliação inicial, sendo eles: 
 
Monitorização: 
- Eletrocardiografia contínua 
- Oximetria de pulso 
- Monitoramento e avalição de frequência ventilatória 
- Gasometria arterial 
 
Procedimentos realizados: 
- Cateteres urinários (avalia produção de urina e hematúria) 
- Cateteres gástricos (descompressão da distensão e avaliação 
de evidência de sangue) 
 
Exames Laboratoriais: 
- Lactato sérico 
- Raio-x de tórax e pelve 
- FAST (USG a beira leito) 
- Avaliação foca e estendida (USG para trauma – eFAST e DLP – 
diagnóstico por lavado peritoneal) 
Após completar o levantamento primário ou assim que for 
possível, deve ser obtidos os valores e reavaliados de 
parâmetros fisiológicos tais como: 
- Pulso 
- Pressão sanguínea 
- Pressão de pulso 
- Frequência ventilatória 
- Temperatura corporal 
- Débito urinário 
 
MONITORAMENTO ELETROCARDIOGRÁFICO 
Deve ser realizado em todos os pacientes vítimas de trauma. 
 
Taquicardia inexplicada, 
Fibrilação atrial, 
Contrações ventriculares 
Alterações do segmento ST 
 
Atividade elétrica sem pulso 
 
 
 
 
 
 
Bradicardia 
Condução aberrante 
Batimentos prematuros 
 
OXIMETRIA DE PULSO 
O sensor pode ser colocado no dedo da mão, dedo do pé ou 
lóbulo da orelha. 
 
TAXA VENTILATÓRIA, CAPNOGRAFIA E 
GASOMETRIA ARTERIAL 
São parâmetros usados para monitorar a adequação da 
respiração do paciente. A ventilação é monitorada usando 
níveis de CO2 expirado, podendo ser detectado usando 
colorimetria, capnometria ou capnografia. Além disso, a 
Lesão cardíaca 
contusa 
Tamponamento 
cardíaco, 
pneumotórax e/ou 
hipovolemia profunda 
Hipóxia e 
hipoperfusão 
capnografia pode ser utilizada para confirmar a posição 
adequada do tubo endotraqueal. 
NA gasometria arterial, além de identificar distúrbios 
respiratórios pelo Pco2, podemos ainda identificar distúrbios 
de ácido e base. No trauma, pode ocorrer acidose (pH baixo) e 
níveis de BE que indicam choque. 
CATETER URINÁRIO 
Realizado para monitoramento do débito urinário, uma vez que 
a produção de urina é um indicador do volume do paciente, 
uma vez que reflete a perfusão renal. Além disso, é realizado 
para coleta de urina para analise laboratorial. 
 
É contraindicado em casos de paciente com lesão uretral 
(presença de sangue em meato uretral ou equimoses perineais). 
 
CATETER GÁSTRICO 
É indicado para descompressão da distensão do estomago, 
diminuindo o risco de aspiração. 
 
RAIO-X E OUTROS 
NÃO deve atrasar a ressuscitação ou qualquer outro tratamento 
de emergência (como de pneumotórax e hemotórax) para 
realização desse exame. 
Realiza-se em AP para poder identificar fraturas como de arcos 
costais e de pelve além de outros acometimentos, auxiliando no 
diagnóstico e no tratamento futuro. É realizado mesmo em 
pacientes grávidas. 
Outros exames: FAST, eFAST e DLP, são úteis para detecção de 
sangue intra-abdominal, pneumotórax e hemotórax. 
Achado de sangue intra-abdominal indicade necessidade de 
intervenção cirúrgica em pacientes hemodinamicamente 
instáveis. 
CONSIDERAR TRANSFERÊNCIA 
Enquanto a ressuscitação está sendo realizada, deve-se avaliar 
a necessidade de transferência do paciente para um serviço 
para atendimento definitivo. Esse processo pode ser iniciado 
imediatamente pela administração, durante a avaliação 
primária e ela deve ser feita o mais rápido possível, sem 
priorizar testes que não aumente a capacidade de ressuscitar 
ou de estabilizar ou de garantir a transferência segura do 
paciente. 
 
CONDIÇÕES ESPECIAIS 
CRIANÇAS – geralmente possuem reserva fisiológica 
abundante, apresentando poucos sinais de hipovolemia, 
mesmo após perda volumosa. Quanto a deterioração ocorre, é 
muito grave. 
 
GESTANTE – é necessário avaliação fetal precoce. 
 
IDOSOS – deve considerar as principais doenças associadas e os 
medicamentos que alteram a fisiologia e consequentemente a 
resposta a ressuscitação. 
 
OBESIDADE – dificuldade no exame como FAST e eFAST, além 
de uma IOT difícil, além da possibilidade de doenças 
cardiopulmonares, limitando sua capacidade em compensar as 
lesões e estresse, além dessas comorbidades serem agravadas 
com a ressuscitação. 
 
ATLETAS – podem não manifestar sinais precoces de choque 
como taquicardia e taquipneia, além de ter normalmente baixo 
a PAS e a PAD. 
 
Avaliação Secundária 
A avaliação secundária inicia quando a primária se encerrou, a 
ressuscitação está em andamento e o paciente apresentar 
melhoria na vitalidade. Caso a equipe seja suficiente, essa 
avaliação podeser iniciada durante a anterior, contanto que 
não a atrapalhe, uma vez que a primária possui maior 
PRIORIDADE. 
 
A avaliação secundária consiste em: 
- História completa 
- Exame físico (+ reavaliação de todos os sinais vitais) 
 
Cada região do corpo (da cabeça aos pés) é examinada. 
 
HISTÓRIA CLÍNICA 
Constitui no histórico do mecanismo da lesão. Pode não ser 
obtida pelo paciente (inconsciente), mas sim pela família ou 
pela equipe do atendimento pré-hospitalar. A história é 
coletada seguindo o AMPLE: 
A – Alergias 
M – medicamentos usados atualmente 
P – Pregnanc (gravidez) ou Past illnesses (doenças anteriores 
L – Last (última refeição) 
E – Eventos relacionados a lesão 
 
EXAME FÍSICO 
Segue a seguinte ordem: 
Cabeça -> Face -> Coluna cervical -> Pescoço -> Tronco e Tórax 
-> Abdome -> Pelve, períneo e órgãos genitais -> Sistema 
musculoesquelético -> Sistema neurológico 
 
CABEÇA 
Começa tentando identificar todas as lesões neurológicas 
significativas. 
 
1º Inicia examinando o couro cabeludo e a cabeça buscando 
lacerações, contusões e evidencias de fraturas. 
 
2º OLHOS, avalia: 
- Acuidade visual (o médico pede para o paciente ler algum 
material impresso) 
- Mobilidade ocular 
- Tamanho da pupila 
- Hemorragia da conjuntiva e/ou fundo 
- Lesão penetrante 
- Lentes de contato (remover) 
- Deslocamento da lente 
- Compressão ocular 
 
3º FACE: deve palpar todas as estruturas ósseas, avaliando se 
há oclusão e os tecidos moles. Caso o paciente possui fratura de 
placa cribiforme deve realizar sondagem gástrica por via oral. 
 
COLUNA CERVICAL 
É comum no trauma ocorrer lesões na coluna como fraturas ou 
lesões ligamentares, e por isso, a coluna deve ser imobilizada. 
Essas lesões são investigadas posteriormente com exames de 
imagem (TC e raio-x). A imobilização da cervical deve ser 
mantida até que exclua a suspeita de uma lesão. 
 
PESCOÇO 
Inclui inspeção, palpação e ausculta. Pode ser descoberto 
fratura de coluna cervical, enfisema subcutâneo e desvio da 
traqueia. As carótidas devem ser auscultadas, podendo 
observar um sopro pelo uso de cinto de segurança. Ruptura, 
dissecção e trombose podem ocorrer em vasos cervicais pela 
força brusca no pescoço ou por resultado de uma tração. 
CT, angiografia, angiografia ou ultrassonografia duplex, podem 
ser necessários para excluir a possibilidade de grandes lesões 
vasculares cervicais quando o mecanismo de lesão sugere esta 
possibilidade. 
 
TÓRAX 
Avaliado pela inspeção, ausculta, palpação, percussão e raio-x. 
 
Inspeção: Avalia-se tanto anteriormente, como 
posteriormente, buscando lesões como pneumotórax aberto ou 
tórax instável. 
 
Ausculta: do alto da parede torácica e depois das bases para o 
hemitórax. Ruídos cardíacos distantes e diminuição da pressão 
de pulso pode indicar tamponamento cardíaco. 
 
Percussão: demonstra hipertimpanismo em casos de 
pneumotórax. 
 
Palpação: da caixa torácica, incluindo clavículas, costelas e 
esterno (que se doloroso pode ser fraturas ou separações 
costocondrais). 
Em caso de contusões e hematomas¸ podemos pensar em lesão 
oculta. 
As lesões torácicas normalmente se manifestam com dor, 
dispneia e hipóxia. 
 
Raio-x: Uma radiografia de tórax ou eFAST pode confirmar o 
presença de hemotórax ou pneumotórax simples, mas NUNCA 
devem ser realizadas antes do tratamento deles (dreno). 
 
ABDOME 
Deve proceder com o exame detalhado, sendo que se normal, 
deve ser reavaliado. Pode haver irritação peritoneal (sangue). 
Pacientes com hipotensão inexplicada, lesão neurológica, 
comprometimento sensorial secundário a álcool e/ou drogas 
com abdome ambíguo, pode ser indicações de DPL (diagnóstico 
por lavado peritoneal), USG abdominal e TC (em caso de 
hemodinâmica estável). 
 
PELVE 
Sugere fraturas pélvicas em caso de equimoses nas asas ilíacas, 
púbis, grandes lábios e escroto. 
 
PERÍNEO, RETO E VAGINA 
O períneo deve ser examinado em busca de contusões, 
hematomas, lacerações e sangramento uretral. Um exame retal 
pode ser realizado para avaliar a presença de sangue dentro do 
lúmen intestinal, integridade da parede retal e qualidade do 
tom do esfíncter. 
O exame vaginal deve ser realizado em casos de risco de lesão 
vaginal. Avalia a presença de sangue na abóbada vaginal e 
lacerações vaginais. 
 
 
MEMBROS 
Deve-se palpar em busca de fraturas, que podem estar ocultas, 
sendo identificadas a partir de uma mobilidade anormal. Pode 
ainda haver lesões sem fraturas, evidentes no exame de raio-x. 
A ruptura ligamentar é vista por uma instabilidade articular. 
 
Lesão do nervo ou isquemia se manifestam com baixa 
sensibilidade e/ou perda da força muscular. 
 
EXAME NEUROLÓGICO 
Inclui: 
- Avaliação motora e sensorial das extremidades 
- Reavaliação do nível de consciência e do tamanho e resposta 
pupilar 
- ECG 
 
Deve sempre ficar atento para deterioração da função 
neurológica. Se um paciente com TCE piorar neurologicamente, 
primeiro avalia a oxigenação e a ventilação. Em casos mais 
graves pode ser necessário intervenção para redução da PIC. 
Qualquer evidência de perda de sensação, paralisia ou fraqueza, 
sugerem lesão grave na coluna vertebral ou no sistema nervoso 
periférico. 
SEMPRE realizar consulta com neurologista em caso de suspeita 
de lesão no SN. 
Etapas adicionais 
São testes diagnósticos realizados durante a avaliação 
secundária. Incluem: 
- Raio-x de coluna e extremidades 
- TC da cabeça, tórax, abdômen e coluna vertebral 
- Urografia de contraste 
- Angiografia 
- Ultrassom transesofágico 
- Broncoscopia 
- Esofagoscopia 
E outros 
 
Como normalmente esses exames necessitam do transporte do 
paciente pelo hospital, esses testes devem ser realizados 
somente quando o paciente tenha sido cuidadosamente 
examinado e seu estado hemodinâmico esteja estável. 
 
REAVALIAÇÃO 
Esses pacientes devem ser reavaliados constantemente para 
garantir que novas descobertas não sejam despercebidas, ou 
observar deterioração do estado. 
É ESSENCIAL a monitorização contínua de: sinais virais, SatO2 e 
débito urinário. Em adultos o débito urinário deve ser de 
0,5ml/kg/h. 
Deve providenciar o alívio da dor intensa, pois muitos 
ferimentos e lesões causam dores e ansiedade em pacientes 
conscientes. Pode realizar através de opiáceos ou ansiolíticos 
por via IV (evita IM), em pequenas doses.

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