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CASO CLÍNICO 6 Treinamento de Habilidades - 6ºP José Eduardo Palacio Soares Lorenzo Alvarenga Guerra Universidade José do Rosário Vellano - UNIFENAS BH Caso Clínico ● Homem, 78 anos, com o seguinte hemograma feito em rotina na UBS: ● Hb: 13,4g/dL / Ht: 40,1% / Hm: 4,42M/mm³ / VCM: 90,7fL / HCM: 30,3pg / CHCM: 33,4% / GL: 22.120/mm³ (S: 24% / M: 1% / L: 75%) / Plaquetas: 156.000/mm³. Hematoscopia: Presença de manchas de Gumprecht. ● Qual o provável diagnóstico? Justifique. Complete sua apresentação do caso dando o conceito, epidemiologia, bases do tratamento e outras informações que acharem referentes ao diagnóstico encontrado neste caso. Interpretação ● Hb→ Normal* ● Ht→Normal* ● Hm→ Um pouco abaixo dos valores de referência ● VCM, HCM, CHCM→ Normais ● GL→ Aumentado à custa do aumento de linfócitos ● Plaquetas→ Normal ● Hematoscopia: Presença de manchas de Gumprecht Interpretação MANCHAS DE GUMPRECHT: Representam pequenos linfócitos maduros, caracterizados por uma fragilidade peculiar da membrana celular. Estão presentes no esfregaço de sangue periférico, pois, os linfócitos são lesados facilmente durante o processo técnico de estiramento → É achado frequente em pacientes com Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). Fonte: Atlas de hematologia - UFG Seta preta: Linfócito maduro Seta vermelha: Manchas de Gumprecht Conceito – Leucemia Linfocítica Crônica ● Constituem um grupo heterogêneo de neoplasias, que tem em comum uma origem a partir de células linfoides maduras (periféricas), que além de infiltrarem órgãos linfoides, como gânglios linfáticos e baço, também estão presentes na medula óssea e sangue periférico. (LOPES, 2016) (ZAGO, 2013) Epidemiologia ● A LLC-B é a mais comum das doenças linfoproliferativas crônicas. ● A idade média dos pacientes ao diagnóstico é 65 anos, sendo rara (10%) em pessoas com menos de 50 anos. ● A incidência é extremamente variável, de um a cinco casos por 100.000 habitantes/ano, o que, projetado para o Brasil, indicaria o aparecimento de 1.700 a 8.500 casos ao ano. Entretanto, não existem dados para o Brasil. (LOPES, 2016) (ZAGO, 2013) Etiologia ● A etiologia da LLC não é completamente compreendida. ● A existência de casos familiares sugere uma predisposição genética, pelo menos em alguns pacientes. ● Fatores ambientais representados pela exposição a agentes químicos e derivados do petróleo estão associados ao aumento do risco para a doença. (LOPES, 2016) (ZAGO, 2013) Quadro clínico ● A grande maioria dos pacientes é assintomática e diagnosticada em um exame de rotina ● Nos sintomáticos: - linfadenopatia generalizada, perda de peso e cansaço ● Hepatomegalia é detectada em metade dos pacientes ● Esplenomegalia geralmente não é volumosa e o infarto esplênico é muito mais raro que na leucemia mieloide crônica ou leucemias agudas. ● Sinais e sintomas de anemia moderada podem estar presentes ● Infecções bacterianas, geralmente pneumonias, são frequentes (LOPES, 2016) Tratamento ● A LLC é uma doença incurável quando tratada por imunoquimioterapia e o transplante alogênico é a única alternativa de cura, mas está associada a alta mortalidade. ● Para pacientes estáveis, nenhum tratamento deve ser instituído, pois existem evidências de que a introdução de terapêutica nessa fase é prejudicial. ● Para pacientes com evolução progressiva (rápido aumento do volume do baço ou dos gânglios, rápido aumento do número de linfócitos no sangue ) → deve ser indicado o tratamento, tendo com o objetivo prolongar a sobrevida com boa qualidade de vida (LOPES, 2016) Tratamento ● Terapia de primeira linha: ○ Imunoquimioterapia com 3 fármacos: FCR - fludarabina, ciclofosfamida e rituximabe (6 ciclos) ● Go-Go: pacientes completamente independentes, sem comorbidades e com expectativa de vida igual à de controles normais pareados pela idade → FCR ● No-Go: pacientes com estado geral muito comprometido, com várias comorbidades e com expectativa de vida reduzida→ cuidados paliativos ● Slow-Go: grupo intermediário entre esses dois polos →controlar os sintomas através de uma terapia menos agressiva, como clorambucila isolada ou em associação ao rituximabe (LOPES, 2016) Referências bibliográficas ● Lopes AC. TRATADO DE CLÍNICA MÉDICA .3ª Edição. São Paulo: Roca, 2016. ● Universidade Federal de Goiás. Atlas de Hematologia. Disponível em: <https://hematologia.farmacia.ufg.br/> Acesso: 05 set. 2020 ● ZAGO, Marco Antônio; FALCÃO Roberto Passeto; PASQUINI Ricardo. Tratado de Hematologia. 1. ed. São Paulo: Atheneu, 2013
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