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Caroline Lima Pires GENÉTICA – MUTAÇÕES PONTUAIS DO DNA E MECANISMOS DE REPARO (RESUMO PARA PROVA) 1. INTRODUÇÃO: A alteração em larga escala ocorre quando se altera o número ou a estrutura dos cromossomos, alterando grandes quantidades de DNA. O termo mutação de ponto refere-se tipicamente à alteração de um único par de bases do DNA ou de um pequeno número de pares de bases adjacentes. 2. TIPOS DE MUTAÇÕES PONTUAIS: Substituições de bases (SNPs): Ocorre quando há uma troca de nucleotídeos. Inserções ou deleções (Indels): Pode-se adicionar nucleotídeos ou retirá-los de uma sequência. A diferença do tipo SNPs para o indels (inserção e deleção) é que no primeiro tipo vai apenas haver a substituição (tira um nucleotídeo e coloca outro no lugar, alterando o aminoácido). Já no segundo, vai haver a retirada ou adição de nucleotídeo, sem que haja uma substituição. Normalmente as mutações do tipo indels são mais graves, porém, vai depender de uma gama de fatores; 3. SUBSTITUIÇÕES DE BASE (SNPs): São mutações nas quais um par de bases é substituído por outro, nas sequências de material genético. Mutações por transições: é quando substitui uma base por outra do mesmo grupo químico. (Ex: Uma purina é substituída por uma purina - A por G ou G por A) Mutações por transversões: é o oposto. A substituição de uma base de uma categoria química por uma base da outra. (Ex: Uma pirimidina é substituída por uma purina - C por A, C por G) LEMBRETE! – Uma púrica sempre se liga com uma piramídica PUGA: PU – púrica + GA – Guanina e citosina 4. CONSEQUÊNCIAS DAS MUTAÇÕES PONTUAIS: As consequências dependem do local onde a mutação ocorre: região codante ou não-codante (regiões sem função, regiões regulatórias e RNAs funcionais); Existem 3% de regiões codantes e 97% de regiões não-codantes, e o fato de termos mais regiões não-codantes do que codantes serve de proteção, evitando mutações; É mais fácil determinar o efeito da mutação quando a região é codificante – pois essa região vai gerar um produto (proteína). Quando a região é não codificante (introns), o efeito é mais difícil de ser determinado. Essas regiões não-codificantes, apesar de não conterem informações para a síntese proteica, possuem um importante papel regulatório, aumentando ou diminuindo a expressão de um gene. 5. REGIÕES CODANTES: Mutações sinônimas (silenciosas): alteram um códon de um aminoácido por outro códon do mesmo aminoácido, ou seja, alteram apenas a trinca de um aminoácido, mas a proteína não sofre alterações. Mutações não sinônimas (missense): O códon para um aminoácido é trocado por um códon para outro aminoácido. Vai haver uma troca peptídica associada a uma troca nucleotídica. Não é uma mutação silenciosa. Esse tipo de mutação pode ser separado em 2 grupos: Mutação sinônima conservativa: Uma codifica a arginina e a outra codifica lisina, ambos são aminoácidos carregados positivamente, ou seja, possuem as mesmas características. (Ex: Mutação do códon 3 –> sequência original: AGA e sequência mutada: AAA) Mutação não conservativa: Um codifica arginina e a outra codifica isoleucina, o prejuízo de função vai ser maior por estarem em 2 grupos diferentes de proteínas. Ou seja, o códon alterado especifica um aminoácido quimicamente diferente. Mutações sem sentido (nonsense): O códon para um aminoácido é trocado por um códon de término (STOP). Ex.: Mutação do códon 2 -> Sequência original: AAG e sequência mutada: TAG. Caroline Lima Pires Mutações de matriz de leitura (frameshift): A adição ou deleção de um único par de bases na sequência muda a matriz de leitura no processo de tradução. De uma maneira geral, as mutações nem sempre são deletérias, nem sempre vão apresentar prejuízo de função ou gerar uma característica ruim para o indivíduo que está sofrendo com aquele processo. A mutação é a base para geração da diversidade e de geração de novas proteínas também. 6. REGIÕES NÃO CODANTES: Alteram a quantidade do produto gênico; Maior probabilidade de ocorrência, porém, podem conter sequências promotoras e reguladoras, e as que dão origem aos RNAs funcionais; As regiões não codantes podem ter Alteração na quantidade do produto gênico, pois essas regiões são regulatórias e estão envolvidas no processo de transcrição; São regiões ativadoras ou silenciadoras; Se houver um processo mutagênico na região intronica, pode alterar a quantidade do produto gênico, primeiro alterar a quantidade de RNA e depois a quantidade do produto final, as proteínas; 7. SURGIMENTO DAS MUTAÇÕES DO DNA: Espontâneas: Acontecem nos processos básicos de replicação do DNA Surgem de uma variedade de fontes principalmente do processo de replicação do DNA. Quando o DNA está sendo replicado, a polimerase pode adicionar nucleotídeos de maneira equivocada, porque os nucleotídeos podem estar modificados por ações de radicais livres, ou seja, podem ser danificados pelo próprio ambiente celular. Todos os organismos (procariotos e eucariotos) podem reparar erros no seu material genético, através da própria polimerase por ter uma atividade de correção de erro, chamada atividade exonucleásica (revisão da polimerase) no sentido 3’ – 5’, sendo o principal mecanismo de reparo; Além dos erros de replicação, o DNA pode sofrer danos decorrentes da depurinação (perda de uma base purina). O DNA pode sofrer mutações decorrentes da desaminação; que é a retirada do grupamento amina e, a partir disso, a citosina se transforma em uracila, e assim não tem pareamento correto pela polimerase; Os danos no DNA podem ser também oriundos do estresse oxidativo (gerado no momento da respiração celular); Induzidas: Surgem a partir da exposição a algum agente físico, químico ou biológico. Físicos: As radiações que podem ocorrer na forma de ondas ou partículas, que podem ser ionizantes ou não ionizantes. (Ex.: luz solar, raio-x); Químicos: Substâncias que estão presentes nos alimentos ou nos cosméticos. São substâncias que podem prejudicar e alterar o material genético, transformando a estrutura do material genético numa estrutura que vai fazer uma transcrição inadequada. Biológicos: Os agentes biológicos também irão induzir mutações, como as bactérias e vírus, que podem integrar o seu genoma no genoma da célula hospedeira. Os mecanismos de ação dos agentes mutagênicos são divididos em 3: Análogos de base: Substâncias similares às bases nitrogenadas e podem ser incorporadas ao DNA. Agentes alquilantes: Estes agentes alteram uma base quimicamente, induzindo um mau pareamento específico. Alquiltransferases: São enzimas que revertem o mau pareamento induzido pela adição de um grupo alquil na base nitrogenada. Caroline Lima Pires Agentes intercalantes: são moléculas que mimetizam pares de bases e são capazes de se inserir entre as bases do DNA. Quando isso acontecce, não desgrudam mais da base nitrogenada e as modificam de modo que ela não seja mais utilizada pela polimerase. Podem danificar uma base de modo que ela não faça mais pareamento, danificam uma ou mais bases impedindo, assim, pareamentos específicos e podem causar o bloqueio do processo de replicação. 8. MECANISMO DE REPARO: Revertendo os danos causados pela radiação UV: O dímero da pirimidina ciclobutano (CPD) pode ser reparado pela enzima CPD FOTOLIASE (quebra a estrutura e gera um reparo no material genético); Radiações ionizantes (g, b, a, X): As radiações ionizantes formam moléculas instáveis (íons) que podem danificar o DNA.
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