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Capacitação e Desenvolvimento W B A 0 2 3 3 _ v1 .2 2/270 Capacitação e Desenvolvimento Autoria: Benedito Décio da Silveira Camargo Junior Como citar este documento: CAMARGO JR, Benedito Décio da Silveira. Capacitação e Desenvolvimento. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 03 Unidade 1: Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações 05 Unidade 2: Levantamento das Necessidades de Treinamento 37 Unidade 3: Elaboração de Programas de T&D 71 Unidade 4: Implementação de Programas de T&D 111 2/270 Unidade 5: Avaliação de Programas de T&D 143 Unidade 6: Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação 173 Unidade 7: Gestão de Competências e do Conhecimento 202 Unidade 8: Educação Corporativa e Educação à Distância 229 3/270 Apresentação da Disciplina Prezado estudante: seja bem-vindo à dis- ciplina Capacitação e Desenvolvimento, do seu curso de pós-graduação lato sensu. A sociedade contemporânea se estrutura em torno de organizações. sejam elas em- presariais ou não, tenham fins lucrativos ou não. As empresariais podem ser: a indústria, o comércio e os serviços. Também há as en- tidades associativas, sindicais, clubes, insti- tuições religiosas, educacionais entre tan- tas outras. Todas as organizações são constituídas por pessoas. E um dos maiores desafios da ges- tão é a construção dos resultados preten- didos pelas organizações contando com a dedicação e a competência dessas pessoas. Para alcançar todo o seu potencial de rea- lizações, as pessoas devem estar continua- mente motivadas e preparadas para novos desafios. Portanto, devem se desenvolver pessoalmente e se capacitar profissional- mente. O êxito na missão de capacitar e desenvol- ver pessoas exige, invariavelmente, que es- tas compreendam as estratégias da orga- nização a qual pertencem, e o alinhamento do programa de capacitação pretendido em relação à estratégia vigente naquela orga- nização e naquele momento histórico. Você está convidado a estudar oito temas fundamentais para o domínio desta disci- plina, distribuídos nas seguintes unidades: 4/270 • Treinamento e desenvolvimento nas organizações. • Planejamento de programas de trei- namento e desenvolvimento. • Implementação de programas de trei- namento e desenvolvimento. • Processo e recursos para aplicação do treinamento e desenvolvimento. • Avaliação de resultados dos progra- mas de treinamento e desenvolvi- mento. • Retorno do investimento e ações re- sultantes do treinamento e desenvol- vimento. • Educação corporativa como evolução do treinamento e desenvolvimento. • Educação corporativa e a utilização da tecnologia da informação para sua aplicação. Quando consideramos que é indispensável uma postura de melhoria contínua nas or- ganizações, nas suas estratégias, programas e projetos, lembrar-nos-emos que a gestão da melhoria contínua fundamenta-se em um modelo que ficou conhecido como PDCA (do inglês, Plan, Do, Check, Action). Ao con- cluir seus estudos nesta disciplina, espe- ra-se que você esteja mais preparado para percorrer a trajetória completa do PDCA em capacitação e desenvolvimento das pessoas na organização para a qual você trabalha. 5/270 Unidade 1 Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações Objetivos 1. Situar a importância do treinamento e desenvolvimento (T&D) para as estra- tégias organizacionais. 2. Compreender o treinamento como ferramenta imprescindível para me- lhoria do desempenho humano nas organizações. 3. Conhecer princípios de andragogia como fundamentos para a concepção de programas de T&D. Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações6/270 Introdução São as competências existentes em uma or- ganização que determinam sua estratégia ou é a definição de uma estratégia que deve orientar a empresa na busca de suas com- petências? Segundo Fleury & Fleury (2000) parece haver um mecanismo de mão dupla na relação entre estratégia competitiva e competências essenciais ao negócio de uma empresa, pois, se as competências essen- ciais são identificadas a partir da estratégia competitiva, também é verdade que a cla- reza sobre as competências existentes dire- ciona a escolha das estratégias. Há, portan- to, uma relação de retroalimentação entre estratégias e competências essenciais ao negócio, e, por extensão, às competências necessárias para cada função. Você está convidado a conhecer ou revisar alguns conceitos sobre gestão e planeja- mento estratégicos, e logo perceberá como a estratégia se relaciona com as competên- cias das organizações e, portanto, com as competências das pessoas que dela fazem parte. É importante compreender que as referidas competências podem ser desenvolvidas por ações especialmente planejadas e imple- mentadas de treinamento, capacitação e desenvolvimento das pessoas nas organi- zações. Programas de treinamento e desenvolvi- mento trabalharão com a educação de pes- soas adultas, e, por isto mesmo, devem con- siderar alguns princípios conhecidos como Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações7/270 andragogia, que você estudará também nesta unidade. 1. Importância do (T&D) para a Estratégia Os antigos gregos utilizavam a expressão strategos para definir a “arte do general”. Até a época napoleônica, o termo estraté- gia referia-se à arte e ciência de dirigir for- ças militares durante um conflito. A partir de então, seu significado passa a incorporar um contexto mais amplo, com as conside- rações de medidas econômicas e políticas destinadas a aumentar as chances de vitó- ria na guerra. (TAVARES, 2002) A existência e o quase sempre desejado crescimento de uma organização estão am- bos atrelados a uma estratégia, planejada e executada por meio de uma gestão estraté- gica. Ou seja, são as escolhas que seus di- rigentes realizam a respeito dos produtos e serviços que desejam oferecer ao mercado, a identificação dos públicos a serem aten- didos e a maneira de operacionalizar tudo isso diante das ações de possíveis concor- rentes, no ambiente que podemos chamar de mercado. Tais escolhas resultam nas estratégias or- ganizacionais e levam em consideração o ambiente interno (forças e fraquezas) e o ambiente externo (as oportunidades e ame- aças) da organização. São consideradas também a rivalidade entre concorrentes, o poder de barganha que a organização reú- ne diante de fornecedores ou de clientes, o Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações8/270 quanto aquele mercado está sujeito a novos competidores ou novos produtos que po- dem tornar sua oferta obsoleta. Faz parte do processo de planejamento a identificação da missão, da visão e dos va- lores da empresa. A missão diz respeito ao que a organização se propõe a fazer, qual é o real negócio que pretende desenvolver, enquanto a visão descreve como a empre- sa deseja ser reconhecida pelo mercado em que atua (MAXIMIANO, 2002). E a declara- ção dos valores envolve crenças, princípios que devem ser observados em sua trajetó- ria, verificando aqueles que a empresa não abre mão. Toda organização conta com uma estra- tégia, de forma explícita ou implícita, com maior ou menor formalização, pois enquan- to algumas empresas fazem planos deta- lhados para alguns anos e os renovam anu- almente, outras trabalham apenas com di- retrizes genéricas. Muitas organizações não Para saber mais “Quanto maior o número de pessoas na empresa que conhecem, compreendem e aceitam a orien- tação e a estratégia geral da empresa de longo prazo, menor o risco de que as unidades organiza- cionais adotem direções estratégicas conflitan- tes quando muitas pessoas receberem a atribui- ção de criar estratégias nos níveis operacionais.” (Thompson et. Al. 2011, p. 41) Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações9/270 têm planos estratégicos explícitos, mas, ao observar ações passadas de qualquer orga- nização, é possível identificar estratégias explícitas ou implícitas,formais ou infor- mais. (MAXIMIANO, 2002). As estratégias corporativas são, portanto, resultantes de uma construção intelectu- al, intencional e coerente: o planejamen- to estratégico. Para se tornarem concretas deverão ser desdobradas em estratégias funcionais a serem desenvolvidas pelas di- ferentes áreas que integram a organização, por exemplo, finanças, marketing, recursos humanos, produção e outras. Isoladamente, entretanto, as estratégias não conseguem assegurar que as organiza- ções alcancem os objetivos decorrentes de suas escolhas, é preciso que outro conjunto de ações se estabeleça rumo aos resultados pretendidos. São os processos, desenvolvi- dos pelas diferentes áreas funcionais da or- ganização. Processos são constituídos de atividades, tarefas e operações organizadas em uma sequência determinada buscando a trans- formação de recursos em resultados. Os processos produtivos são os mais fáceis de exemplificar, pois é muito simples compre- ender a transformação da matéria prima, e de outros componentes, em produto final. Porém, há muitos processos envolvidos na operação de uma organização, além desse processo de obtenção de bens físicos, tan- gíveis, como mercadorias. E há muitos ou- tros recursos igualmente – ou mais – impor- Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações10/270 tantes para o funcionamento dos processos, além dos recursos materiais. Se o conjunto de processos é o que produz os resultados que determinarão o sucesso ou fracasso de uma estratégia, e se cada processo se utiliza de uma gama de recursos para o seu funcionamento, então depen- deremos fortemente da qualidade desses recursos e da forma como serão alocados para que os processos cumpram a contento o que deles se espera e contribuam efetiva- mente para as estratégias funcionais e es- tas para a estratégia corporativa. Exatamente a partir da ideia de pessoas como recursos que se pode identificar toda a evolução na forma das empresas prati- carem a gestão de pessoas, em uma longa trajetória até chegarmos à contemporânea gestão estratégica de pessoas. Os recursos humanos, antes considerados como fator de produção na economia tra- dicional, passariam, no decorrer do tempo, a ser considerados um fator de competi- ção na economia globalizada (VIEIRA et al. 2010). Mas somente confirmarão este papel de protagonistas se estiverem devidamente preparados para contribuir com a plenitude de seus talentos. Daí a importância de trei- namento e desenvolvimento nas organiza- ções. Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações11/270 2. T&D como Ferramenta para Melhoria do Desempenho A valorização das competências das pessoas nas organizações ocorre como resposta à necessi- dade de criar vantagens competitivas sustentáveis por parte das empresas. A gestão de pessoas passa a ter a incumbência estratégica de suprir as capacidades organizacionais no que se refe- Link Lima e Zuppani (2016, p. 2) afirmam que: (...) Este achado relaciona-se com a importância que a temática de parceria estratégica de GRH vem tomando. Isto não acontece apenas academica- mente, mas também decorre das demandas oriundas do contexto macro- econômico onde se inserem as organizações. LIMA, Luciana Campos;ZUPPANI, Tatiani dos Santos. Evidências da parceria estratégica entre a Gestão de Recursos Humanos e os gestores de linha. Disponível em: <http://login.semead.com.br/19se- mead/anais/resumo.php?cod_trabalho=145>. Acesso em: 3 jul. 2017. http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=145 http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=145 Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações12/270 re às competências dos seus colaboradores (conhecimentos, habilidades e atitudes). Mas nem sempre a gestão de pessoas foi entendida desta forma. Em um primeiro momento, a Administração de Pessoal era realizada por outros departamentos, como a contabilidade. Consideravam as pesso- as meramente um recurso da organização, assim, um dos principais atributos dessa administração era a conferência dos apon- tamentos das horas trabalhadas, faltas e atrasos dos funcionários para pagamento ou desconto. Outra função era o controle da produtividade, para nortear prêmios ou co- branças e punições e até mesmo o desliga- mento por desempenho insatisfatório. Em seguida, o Departamento de Pesso- al alcança o status de área organizacional, passando a observar aspectos administrati- vos e jurídicos das relações de trabalho cui- dando para que as leis fossem efetivamente cumpridas. Acrescentam-se programação e controle de férias, processos de admissão e demissão de funcionários. Permanecia a ca- racterística de controle sobre o horário de Para saber mais “Competência diferenciada é um recurso forte competitivamente poderoso por três razões: (1) proporciona a uma empresa capacitação compe- titiva valiosa não igualada pelos concorrentes, (2) pode ressaltar e agregar um vigor real à estratégia de uma empresa e (3) é uma base para a vanta- gem competitiva sustentável. (Thompson et. Al. 2011, p. 102)” Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações13/270 trabalho, apontamento de faltas, atrasos e realização de horas extras, gerenciar solici- tações de adiamento salarial para elaborar o relatório de folha de pagamento. A Administração de Recursos Humanos surge com a valorização das relações hu- manas no trabalho. Consolidam-se os pro- cessos tradicionais: recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, avaliação de desempenho, carreira e remuneração, além das relações e negociações sindicais. Passa a se tornar mais importante o forneci- mento de informações para a alta adminis- tração tomar decisões e o suporte a outras áreas da empresa no que se refere às neces- sidades e problemas com os funcionários. Já deixando a ênfase na expressão “recur- sos”, a Gestão de Pessoas veio com a pro- posta de um novo ambiente de trabalho, mais participativo, entendendo o funcioná- rio como protagonista na formação da cul- tura organizacional e no estabelecimento de um clima organizacional que permitisse o compromisso dos funcionários com os re- sultados da organização por meio de seus conhecimentos e habilidades à disposição dos objetivos e metas empresariais. Nessa fase, o empregado ou funcionário passa a ser denominado colaborador. Mais recentemente é que a Gestão Estra- tégica de Pessoas vem buscando o alinha- mento das competências individuaisàs ca- pacidades organizacionais e competências essenciais para a organização. Desenvol- vem-se as competências dos colaboradores que passam a ser considerados como capital Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações14/270 humano e intelectual no negócio. O modelo estratégico de gestão de pessoas deve ser capaz de reter e comprometer os seus ta- lentos. Emerge a gestão por competências como uma proposta concreta para a gestão estratégica de pessoas. Entende-se que as competências das pes- soas é que alimentam o desenvolvimento das capacidades da própria organização tornando-se capital intelectual, e, assim, um ativo estratégico para o qual é neces- sário criar e manter o comprometimento em relação aos objetivos e metas da orga- nização. Parece não haver dúvidas entre os empre- sários e os profissionais de gestão que a capacidade de competir e sustentar-se de uma empresa passa pela efetividade em suas políticas e ações de atrair, desenvolver e reter talentos, cujas competências contri- buem para o desempenho organizacional. Quando pensamos em atrair talentos, ime- diatamente nos vem à mente a ideia de pro- fissionais que já reúnem competências e habilidades que interessam à nossa organi- zação. Reter talentos significa oferecer con- dições que interessam aos colaboradores da organização, e, dentre essas condições, encontram-se as oportunidades e incenti- vos ao treinamento e desenvolvimento. Em resumo:o treinamento e o desenvolvi- mento interessam à organização porque incorporam competências aos seus cola- boradores e – em seu conjunto – à própria empresa. Interessam ao profissional porque valorizam o seu desempenho, sua empre- Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações15/270 gabilidade e suas possibilidades de ascen- são profissional. Treinamento e desenvolvimento são a mes- ma coisa? O treinamento está relacionado mais diretamente ao desempenho e pode ser entendido como capacitação para o tra- balho, enquanto o desenvolvimento de pes- soal visa ao conjunto e ao futuro são formas de educação continuada realizadas desde que existe o trabalho. O treinamento tem como função principal produzir ou ampliar competências profis- sionais, entendidas como o conjunto de co- nhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) de cada trabalhador, uma vez que imple- menta ou modifica a bagagem particular de cada um, com o objetivo de capacitá-lo para o trabalho em um cargo específico (VIEIRA et al., 2010). Desenvolvimento de pessoal é um conceito mais abrangente, refere-se ao conjunto de oportunidades de aprendizagem propor- cionadas pela organização, que possibili- tam o crescimento pessoal do empregado, tornando-o capaz de aprender, sem dire- cioná-lo a um caminho específico e deter- minado (PANCERI, 2007). Treinamento, portanto, não se confunde com desenvolvimento, pois, apesar de iden- tificarmos técnicas em comum, perseguem objetivos diferentes. O treinamento é voltado para a prepara- ção do treinando para a realização de tare- fas específicas. O desenvolvimento oferece Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações16/270 uma visão ampliada dos negócios a médio e longo prazo (VIEIRA et al.., 2010). Segundo Teófilo et al. (2013), o treinamento não se refere somente a capacitação técnica, pois pode ter também o objetivo de mudan- ça de hábitos e costumes dos indivíduos na organização, de modo a conceder um am- biente agradável no trabalho ou para acres- centar-lhes estímulos tornando-os sensíveis a novos métodos de gerenciamento. Cada indivíduo possui diferentes princípios ou propósitos e seu modo de agir ou pensar independe do outro, mas suas ações e rea- ções, no meio organizacional, devem bus- car harmonia e comprometimento. A boa convivência entre os indivíduos no ambien- te de trabalho não significa simplesmente recepcionar ou ser apenas cordial, consiste em antecipar-se às necessidades de forma a interagir com o meio buscando melhorar o ambiente, a interação do indivíduo em seu espaço de trabalho (TEÓFILO et al. , 2013). Treinamento, segundo Borges-Andrade (2002, apud VIEIRA et al., 2010), envolve um conjunto de princípios e prescrições, forma- do por partes coordenadas entre si que fun- cionam como estrutura organizada, ofere- cendo alternativas eficazes para os proble- mas específicos de desempenho profissional. Para fazer frente a este desafio, a organiza- ção de um sistema de treinamento incluirá, normalmente, os seguintes elementos: ava- liação de necessidades de treinamento, pla- nejamento de treinamento, implementação de treinamento e avaliação de treinamento. Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações17/270 3. Andragogia como Fundamento para Programas de T&D Tendo em vista as mudanças e as novas características advindas da era da informação, as orga- nizações precisam de pessoas criativas, dinâmicas, proativas e responsáveis por seus resultados. Algumas empresas têm aplicado conceitos da andragogia buscando uma aprendizagem cons- Link Segundo Fischer e Freitag (2016, p. 2): O mercado atual reflete um ambiente global, complexo, altamente com- petitivo e volátil para as organizações, trazendo consigo desafios também globais de fluxo de talentos e escassez de competências essenciais (TARI- QUE; SCHULER, 2010).. Isso faz da Gestão de Talentos um tema emergente e uma preocupação internacional e nacional de Gestão de Pessoas. FISCHER, Andre Luiz; FREITAG, Bárbara Beatriz. Análise sobre o termo talento em diferentes áreas do conhecimento. Disponível em: <http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_ trabalho=552>. Acesso em: 3 jul. 2017. http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=552 http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=552 Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações18/270 trutivista, que facilite a assimilação, por parte de cada funcionário, para contribuir com novas ideias e experiências (FRANCO, 2015). Na andragogia, o aluno adulto é entendido como o agente ativo da própria aprendizagem. Para Knowles, Holton III e Swanson (2011) o modelo andragógico se baseia em várias suposições que Link Segundo Teixeira (2012): A Andragogia é uma ciência antiga que estuda a educação para adultos com a finalidade de buscar uma aprendizagem efetiva para o desenvol- vimento de habilidades e conhecimento. Uma noção de que os adultos aprendem com mais facilidade em ambientes informais, confortáveis, fle- xíveis e sem ameaças. TEIXEIRA, Samara. O que é Andragogia?. Disponível em: <https://www.catho.com.br/carreira-su- cesso/gestao-rh/o-que-e-andragogia>. Acesso em: 3 jul. 2017. https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/o-que-e-andragogia https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/o-que-e-andragogia Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações19/270 diferem das do modelo pedagógico. São elas: 1. Necessidade: os adultos querem sa- ber por que devem aprender algo, an- tes de começar a estudar. Quando de- cidem aprender algo sozinhos, inves- tem energia para investigar os bene- fícios obtidos com essa aprendizagem ou as consequências negativas de não aprender. Algumas ferramentas para aumentar o nível de conscientização sobre a necessidade de saber são as experiências reais ou simuladas em que os aprendizes descobrem por si mesmos as suas lacunas, o espaço en- tre o que se espera profissionalmente de alguém e os pontos a serem desen- volvidos. Para saber mais “A teoria da aprendizagem de adultos foi desen- volvida a partir da necessidade de uma teoria es- pecífica que tratasse de como os adultos apren- dem. A maioria das teorias educacionais, bem como as instituições de educação formal, foi de- senvolvida para educar exclusivamente crianças e jovens. [...] Ao reconhecerem as limitações das te- orias educacionais formais, os psicólogos educa- cionais desenvolveram a andragogia, a teoria da aprendizagem de adultos [...] A teoria do apren- dizado de adultos é particularmente importante no desenvolvimento de programas de treinamen- to porque o público de muitos destes programas costuma ser de adultos (NOE, 2015, p.244)” Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações20/270 2. Autoconceito: os adultos possuem o autoconceito de serem responsáveis pelas próprias decisões e vidas. Quan- do desenvolvem esse autoconceito, assumem a necessidade de serem vistos e tratados pelos outros como capazes de se autodirigir. Eles se res- sentem e resistem às situações nas quais percebem que os outros estão impondo suas vontades sobre a deles. Essa suposição da necessidade de de- pendência, aliada ao tratamento dos adultos como crianças, cria um confli- to dentro do adulto entre a sua crença de que o aprendiz é um ser dependen- te e a sua necessidade psicológica de se autodirigir. 3. Experiências: os adultos se envolvem em uma atividade educacional com um volume maior de experiências e com uma qualidade diferente dessas experiências comparadas às dos jo- vens. Por terem vivido mais, eles acu- mularam mais experiência do que os jovens. Mas eles também têm um tipo diferente de experiência. Essa dife- rença em quantidade e qualidade de experiência acarreta várias consequ- ências para a educação de adultos. 4. Predisposição: os adultos têm pre- disposição para aprender aquilo que devem saber eprecisam para se tor- nar capacitados para enfrentar as si- tuações da vida real. Uma fonte par- ticularmente rica de “prontidão para Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações21/270 aprender” são as tarefas associadas à passagem de um estágio de desen- volvimento para o próximo. As experi- ências de aprendizagem devem estar sincronizadas com essas tarefas de desenvolvimento. A prontidão pode ser induzida por meio da exposição a exercícios de simulação e outras téc- nicas. 5. Orientação: em comparação com a orientação para aprendizagem de crianças e jovens, centrada no tema (pelo menos no ensino fundamental e médio), os adultos são centrados na vida (ou centrados na tarefa ou no problema) quanto à sua orienta- ção para aprendizagem. Os adultos são motivados a aprender confor- me percebem que a aprendizagem os ajudará a executar tarefas ou lidar com problemas que vivenciam em sua vida. Além disso, eles assimilam novos conhecimentos, percepções, habili- dades, valores e atitudes de maneira mais eficaz quando são apresentados a contextos de aplicação a situações da vida real. 6. Motivação: os adultos respondem a fatores motivacionais externos (me- lhores empregos, promoções, salá- rios mais altos etc.), porém os fatores motivacionais mais poderosos são as pressões internas (o desejo de ter maior satisfação no trabalho, auto- estima e qualidade de vida). Em mé- dia são motivados a continuar a cres- Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações22/270 cer e a desenvolver-se. No entanto, essa motivação pode ser bloqueada por barreiras como autoconceito ne- gativo como aluno, falta de acesso a oportunidades ou recursos, limita- ções de tempo e programas que vio- lam os princípios da aprendizagem de adultos. Muitas ações de educação corporativa ain- da utilizam uma abordagem baseada em princípios pedagógicos convencionais, que priorizam a escolha de conteúdo e o forma- to unidirecional de transmissão de conhe- cimento. Isso pode ocorrer quando os re- sponsáveis pelos programas de desenvolvi- mento não consideram que a experiência é a fonte mais rica para a aprendizagem de adultos. Adultos são motivados a aprender conforme vivenciam necessidades e inter- esses que a aprendizagem os satisfará em suas vidas. É preciso criar experiências de aprendiza- gem andragógicas, em que a responsabili- dade pelo aprendizado seja compartilhada com quem participa, para garantir maior relevância do conteúdo aos participantes e um maior nível de efetividade do programa. Knowles, Holton III e Swanson (2011) in- dicam uma possível estrutura para o plane- jamento, execução e avaliação de pro- gramas condizentes com os princípios de andragogia. 1. Preparar os aprendizes. 2. Criar um clima propício. 3. Planejamento participativo. Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações23/270 4. Diagnóstico das necessidades. 5. Definição de objetivos. 6. Desenho dos planos de aprendi- zagem. 7. Atividades de aprendizagem. 8. Avaliação. Oportunamente, voltaremos a explorar cada um desses elementos com maior pro- fundidade. Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações24/270 Glossário Vantagem competitiva sustentável: “quando um número apreciável de compradores prefere seus produtos e serviços em comparação à oferta dos concorrentes e quando esta preferência for duradoura.” (THOMPSON et. Al. 2011, p. 36) Plano estratégico: “Detalha a orientação futura, as metas de desempenho e a estratégia da em- presa.” (THOMPSON et. Al. 2011, p. 71) Competência: “É uma atividade que uma empresa aprendeu a desempenhar bem. Competência central é uma atividade importante competitivamente que uma empresa desempenha melhor do que outras atividades internas.” (THOMPSON et. Al. 2011, p. 131) Questão reflexão ? para 25/270 A história da humanidade também é a das mudanças e dos avanços tecnológicos. Mas você já observou a velocidade e a profundidade das transformações tecnológicas que estamos testemunhando nos últimos anos? Essas mudanças tecnológicas - neste ritmo e inten- sidade - fazem com que muitas profissões do passado tenham sido totalmente redesenhadas. Algumas foram extintas e outras tam- bém serão em breve. Com todas as mudanças, e os recursos tecno- lógicos realizando o trabalho que antes já fora do humano, surge a dúvida: se o trabalho das pessoas perder a sua importância, a ges- tão de pessoas deixaria de ser estratégica para as organizações? O que você pensa sobre isso? 26/270 Considerações Finais • Planos estratégicos são conceitos abstratos a serem materializados no dia a dia por meio dos processos organizacionais. O desempenho destes depen- de de vários fatores, inclusive as competências das pessoas que conduzem ou interferem nesses processos decisivamente. • A competência de uma empresa para o sucesso de sua estratégia, portanto, é diretamente relacionada às competências (conhecimento, habilidades e atitudes) das pessoas que dela fazem parte. • Treinamento e desenvolvimento nas organizações objetivam proporcionar a aquisição e a ampliação de competências das pessoas, e devem se estrutu- rar a partir do processo de levantamento de necessidades, do planejamento cuidadoso, da execução competente e das avaliações criteriosas. • Pessoas nas organizações são adultas e aprendem de modo diferenciado. A andragogia é a área de estudo que se ocupa do aprendizado de adultos, portanto, seus princípios são extremamente pertinentes aos propósitos de treinamento e desenvolvimento nessas organizações. Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações27/270 Referências COSTA, E. A. da. Gestão estratégica. São Paulo: Saraiva, 2003. FISCHER, A. L.; FREITAG, B. B. Análise sobre o termo talento em diferentes áreas do conhe- cimento. Disponível em: <http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_tra- balho=552>. Acesso em: 3 jul. 2017. FLEURY, A.; FLEURY, M. T. L. Estratégias empresariais e formação de competências: um que- bra-cabeça caleidoscópio da indústria brasileira. São Paulo: Atlas: 2000. FRANCO, D. S. et al. A andragogia na educação corporativa: o caso de uma empresa metalúrgica. Revista de Administração da UNIMEP, v.13, n.2, maio/ago. 2015. Disponível em: <http://www. regen.com.br/ojs/index.php/regen/article/view/695>. Acesso em: 10 jul. 2017. LIMA, L. C.; ZUPPANI, T. dos S. Evidências da parceria estratégica entre a gestão de recursos humanos e os gestores de linha. Disponível em: <http://login.semead.com.br/19semead/anais/ resumo.php?cod_trabalho=145>. Acesso em: 3 jul 2017. KNOWLES, M. S..; HOLTON III, Elwood F..; SWANSON, R. A. Aprendizagem de resultados: uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução de Sa- bine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=552 http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=552 http://www.regen.com.br/ojs/index.php/regen/article/view/695 http://www.regen.com.br/ojs/index.php/regen/article/view/695 http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=145 http://login.semead.com.br/19semead/anais/resumo.php?cod_trabalho=145 Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações28/270 MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral de administração. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. Noe, Raymond A.; Treinamento e desenvolvimento de pessoas: teoria e prática – 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2015. PANCERI, R. Desenvolvimento de competências: avaliação de um programa gerencial. 2007. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimen- to, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, jun. 2007. Disponível em: <http://btd. egc.ufsc.br/?p=560>. Acesso em: 10 jul. 2017. TAVARES, M. C. Gestão estratégica. São Paulo: Atlas, 2002. TEIXEIRA, S. O que é andragogia? Disponível em: <https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/ gestao-rh/o-que-e-andragogia>.Acesso em: 3 jul 2017. Thompson Jr., Artur A; Strickland III, A. J.; Gamble, John E.; Administração estratégica, 15. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2011. TEÓFILO, A. T. et al. Treinamento como ferramenta estratégica para o desenvolvimento corpo- rativo. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA - ADEB , 10., 2013, Resende. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos13/6218663.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2017. http://btd.egc.ufsc.br/?p=560 http://btd.egc.ufsc.br/?p=560 https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/o-que-e-andragogia https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/gestao-rh/o-que-e-andragogia http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos13/6218663.pdf Unidade 1 • Treinamento e Desenvolvimento (T&D) nas Organizações29/270 VIEIRA, A. et al. Práticas de treinamento e de desenvolvimento de pessoas no setor hoteleiro de Belo Horizonte. Revista Turismo Visão e Ação – Eletrônica, v. 12, n. 1. p. 23-48, jan./abr. 2010. Disponível em: <http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/viewFile/688/1507>. Aces- so em: 10 jul. 2017. http://siaiap32.univali.br/seer/index.php/rtva/article/viewFile/688/1507 30/270 1. A missão diz respeito ao que a organização se propõe a fazer, qual é o real negócio que pretende desenvolver, enquanto a visão descreve como a em- presa deseja ser reconhecida pelo mercado em que atua. Em complemento à missão e à visão, a declaração dos valores envolve: a) Apuração dos resultados do exercício e impostos a pagar. b) O retorno esperado pelos acionistas em relação aos investimentos realizados. c) Princípios que devem ser observados, os quais a empresa não abre mão. d) O investimento previsto para tecnologia e automatização das operações. e) O investimento previsto para treinamento e desenvolvimento dos colaboradores. Questão 1 31/270 2. Toda organização conta com uma estratégia, pois, enquanto algumas empresas fazem planos detalhados para alguns anos e os renovam anual- mente, outras trabalham apenas com diretrizes genéricas. Sobre os planos estratégicos de uma organização, constata-se que: a) Há organizações que não têm planos estratégicos explícitos. b) Ocorrem de forma explícita e com maior formalização em empresas pequenas. c) Planos estratégicos precisam ser rígidos para não perder o controle da empresa. d) Ao observar ações futuras de uma organização, é possível identificar estratégias. e) Asseguram que as organizações alcancem os objetivos decorrentes das escolhas estratégi- cas. Questão 2 32/270 3. Os adultos se envolvem em uma atividade educacional com um volume maior de experiências e com uma qualidade diferente dessas experiências comparadas às dos jovens. Uma das explicações mais plausíveis para essa afirmação é: a) Antigamente a educação era de melhor qualidade, portanto, os jovens de hoje sabem me- nos. b) Por terem vivido mais, os adultos acumularam mais experiência do que os jovens. c) Há, entre os adultos, maior força de vontade para se dedicar aos estudos, se comparados aos mais jovens. d) Como os adultos contavam com menos escolaridade, então precisavam contar com a expe- riência. e) Os jovens ainda estão indecisos quanto ao seu futuro, por isso, as suas experiências contam menos. Questão 3 33/270 4. A valorização das competências das pessoas ocorre como resposta à ne- cessidade de criar ___________ competitivas sustentáveis por parte das em- presas. A gestão de pessoas passa a ter uma incumbência ___________ de suprir os necessários conhecimentos, ___________ e atitudes aos seus co- laboradores. Selecione a alternativa que apresenta as expressões que melhor preenchem as lacunas, na respectiva ordem. a) Mercadorias – Operacional – Informações. b) Mercadorias – Operacional – Habilidades. c) Mercadorias – Estratégica – Habilidades. d) Vantagens – Estratégica – Informações. e) Vantagens – Estratégica – Habilidades. Questão 4 34/270 5. Considere as seguintes afirmações sobre treinamento: I. Treinamento pode oferecer alternativas eficazes para os problemas específicos de desem- penho profissional. II. Treinamento envolve um conjunto de princípios e prescrições, formado por partes coorde- nadas entre si que funcionam como uma estrutura organizada. III. A organização de um sistema de treinamento incluirá elementos como: levantamento de necessidades de treinamento e planejamento de treinamento. IV. A organização de um sistema de treinamento incluirá elementos como: desenvolvimento de produtos e avaliação de mercados. Analisando as afirmações acima, somente estão corretas: a) I, II e III. b) I, II e IV. c) I, III e IV. d) II, III e IV. e) I, II, III e IV. Questão 5 35/270 Gabarito 1. Resposta: C. As demais alternativas refletem variáveis econômico financeiras, que são resultados da operacionalização da estratégia e não suas premissas. 2. Resposta: A. As demais alternativas se referem ao porte da empresa, ao tempo futuro, ou uma natu- reza prescritiva e normativa que não fazem parte desta concepção. 3. Resposta: B. A explicação é simples: adultos viveram mais e acumularam mais experiência. Não há evidências de que a educação mais anti- ga seja melhor, nem maior ou menor indeci- são e força de vontade ao comparar adultos e jovens. 4. Resposta: E. A valorização das competências das pesso- as ocorre como resposta à necessidade de criar VANTAGENS competitivas sustentáveis por parte das empresas. A gestão de pesso- as passa a ter uma incumbência ESTRATÉGI- CA de suprir os necessários conhecimentos, HABILIDADES e atitudes aos seus colabora- dores. 5. Resposta: A. A afirmação “IV” envolve desenvolvimento 36/270 Gabarito de produtos e análise de mercado que não são elementos centrais para organizar um sistema de treinamento. 37/270 Unidade 2 Levantamento das Necessidades de Treinamento Objetivos Nesta aula, você está convidado a estudar as necessidades de treina- mento nas organizações, inclusive com aplicações específicas e bastan- te exigidas atualmente nas empresas. Ao término deste estudo você es- tará apto a: 1. Compreender a importância do treinamento e desenvolvimento para os sistemas de gestão da qualidade, Ambiental e outros nas empresas. 2. Compreender a importância do treinamento e desenvolvimento para os ambientes de gerenciamento de projetos, uma realidade cada vez mais presente. 3. Identificar técnicas e ferramentas para o levantamento de necessida- des de treinamento de modo geral. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento38/270 Introdução No tema anterior, você pôde perceber que as funções de treinamento e desenvolvi- mento nas organizações contemporâneas passaram a ganhar maior relevância a me- dida em que a própria gestão de pessoas se desenvolveu para ocupar um papel decisivo junto às estratégias corporativas. O sucesso de um programa de treinamento e desenvolvimento (T&D), entretanto, de- pende da capacidade da empresa de ela- borar um diagnóstico preciso a respeito de suas necessidades de T&D. Nos dias de hoje, e de forma crescente, in- tegram-se à estratégia da organização, os sistemas de gestão, como SGQ (sistemas de gestão da qualidade) e os SGA (sistemas de gestão ambiental) entre outros, além do gerenciamento de projetos, mesmo para organizações que não são “empresas de projetos”. Profissionais de gestão, portanto, precisam estar atentos para as diferentes formas que assumem as necessidades de T&D para as empresas em seu todo e, mais especifica- mente, para esses modelos de gestão que se encontram amplamente disseminados. Finalmente, ao compreender as diferentes necessidades de treinamento e as suas di- ferentes relações com as estratégias orga- nizacionais, é necessária a construção de um programa de T&D que não perca de vista as características primordiais dos treinados: são adultos e, por esta razão, o programa elaborado deve se fundamentar em princí- pios de educação para adultos, a chamada andragogia. Unidade 2 • Levantamentodas Necessidades de Treinamento39/270 As relações de trabalho nas organizações estão em permanente evolução. Isso não depende apenas do quanto pode haver de mudança na legislação trabalhista, mas – muito mais fortemente – do tipo de deman- da por profissionais que as empresas apre- sentam. Evidentemente, em um mundo de grandes, rápidas e profundas transformações, as de- mandas também passam a incorporar ele- mentos associados ao curto prazo e perma- nente necessidade de atualização. Isso ex- plica, em grande medida, porque é comum encontrarmos ofertas crescentes nos últi- mos anos para profissionais que atuem em projetos ou em gerenciamento de projetos. Essa área de conhecimento vem ganhando grande importância e impulso a partir do início deste século. A busca pela sistemati- zação de um volume tão grande e tão diver- sificado de métodos, técnicas e ferramen- tas, levou os profissionais da área a reunir, atualizar e publicar periodicamente o que se entende como as melhores práticas mun- diais em gerenciamento de projetos. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento40/270 Onde entra o T&D no gerenciamento de projetos? Entre os processos de gerenciamento de re- cursos humanos em projetos, um deles é: desenvolver o plano dos recursos humanos. Trata-se de identificar e documentar papéis, responsabilidades, habilidades necessárias, relações hierár- quicas, além da criação de um plano de gerenciamento do pessoal. Relacionadas ao processo de desenvolver o plano, encontram-se explicitamente as necessida- des de treinamento. É comum que alguns dos membros da equipe não tenham todas as com- petências necessárias, portanto, um plano de treinamento poderá ser desenvolvido como par- Para saber mais PMBOK (2013, p. 254) afirma que: O Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto inclui os processos que organizam, gerenciam e guiam a equipe do projeto, que é compos- ta das pessoas com papéis e responsabilidades designadas para atuar no projeto. Os membros da equipe do projeto podem ter vários conjuntos de habilidades, atuar em regime de tempo integral ou parcial, e podem ser acrescentados ou removidos da equipe à medida que o projeto progride. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento41/270 te do projeto. O plano também pode incluir formas de ajudar os membros da equipe a obter certificações que comprovariam sua capacidade para beneficiar o projeto. Outro processo que valoriza os programas de T&D neste ambiente é a recomendação de “desenvolver a equipe do projeto” por meio da melhoria de competências, da in- teração e do ambiente geral da equipe para aprimorar o desempenho do projeto. E isto se aplica a qualquer equipe, não somente a equipe de projetos. Desenvolver a equipe de projeto, segundo o PMBOK (2013), requer comunicação clara, oportuna, eficaz e eficiente entre os mem- bros da equipe ao longo da vida do projeto. Dentre os objetivos principais desse proces- so encontramos, por exemplo: • Fornecer ou ampliar conhecimentos e habilidades dos integrantes da equi- pe para aumentar sua capacidade de concluir as entregas do projeto, en- quanto reduz os custos e os cronogra- mas, e melhora a qualidade. • Criar uma cultura de confiança e bus- ca de consenso para uma equipe dinâ- mica, coesa e colaborativa a fim de (1) melhorar a produtividade individual e da equipe, o espírito de equipe e a co- operação, e (2) permitir o treinamento e mentoria entre os membros da equi- pe para compartilhar conhecimentos e experiências. O principal benefício esperado é o trabalho de equipe melhorado, habilidades interpes- soais e competências aprimoradas, empre- Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento42/270 gados motivados, menor incidência de rotatividade de pessoal e melhoria do desempenho das pessoas, e, por consequência, dos indicadores do próprio projeto. Apesar da significativa evolução em gerenciamento de projetos, observa-se que os projetos, de modo geral, ainda são concluídos com elevadas taxas de descumprimento parcial de seus indi- cadores esperados no que se refere ao escopo, prazos, custos e qualidade, entre outros. Por isso, entende-se que é importante construir equipes de alto desempenho, com o uso de co- municações abertas e eficazes. A oportunidade de formação de equipe deve incentivar a con- fiança entre os membros da equipe, administrando conflitos de forma construtiva e estimulando soluções de problemas e tomadas de decisão de forma colaborativa. E o que é extremamente importante para T&D: O gerente de projetos deve solicitar o apoio da administração e/ou influenciar as partes interessadas apropriadas para mobilizar os recursos necessários para desenvolver equipes de projeto eficazes (...). Desenvolver a equipe do proje- to melhora as habilidades das pessoas, as competências técnicas, o ambiente global da equipe e o desempenho do projeto.” (PMBOK, 2013, p. 273). Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento43/270 O treinamento, em gerenciamento de pro- jetos e em outros ambientes, poderá ser formal ou informal, e incluirá todas as ati- vidades projetadas para fornecer ou am- pliar as competências dos integrantes da equipe. Poderá ser realizado por instruto- res internos ou externos, em ambos os ca- sos, os métodos poderão incluir,por exem- plo, o treinamento na sala de aula, on-line ou baseado em computador, o treinamen- to realizado no trabalho com orientação de outro membro da equipe de projetos, a mentoria e o coaching. Os custos de treinamento poderão ser in- cluídos no orçamento do projeto e, portan- to, repassados ao cliente do projeto ou as- sumidos pela organização executora, caso as habilidades acrescentadas possam ser úteis para projetos futuros. Após as ações de treinamento, mas ain- da como parte do programa de T&D, deve ocorrer a avaliação do treinamento, inclu- sive avaliando o desempenho das pessoas. Com os resultados da avaliação, a equipe de gerenciamento do projeto pode identificar as necessidades de um novo treinamento, coaching, mentoria, assistência ou mudan- ças para melhorar o desempenho das pes- soas. A avaliação é também uma oportunidade para a identificação de recursos adequa- dos ou necessários para alcançar e imple- mentar as melhorias constatadas que de- vem ser realizadas. Esses recursos e reco- Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento44/270 mendações para melhoria da equipe devem ser documentados e encaminhados às partes rele- vantes. (PMBOK, 2013). 1. Treinamento para Sistemas de Gestão da Qualidade Competição é a palavra de ordem para as organizações hoje em dia. Competir significa disputar com os concorrentes pelo seu espaço no mercado de modo sustentável e permanente. Será mais Link As áreas de treinamento e desenvolvimento (T&D) têm a preocupação em identificar as necessidades de treinamento e o desenvolvimento utilizando métodos consistentes. O que se vê é que a necessidade de muitos treinamentos aparece de diversas formas: solicitações da chefia, avaliação de resultados para os objetivos da empresa, pesquisa de clima, entrevistas de desligamento, relatórios de análise crítica de desempenho, solicitações do interessado (aprovadas pela chefia). Consulte o texto Como se faz um levan- tamento de necessidades de treinamento (LNT) por competências?. Disponível em: <https://www.crbas- so.com.br/blog/como-se-faz-um-levantamento-de-necessidades-de-treinamento-lnt-por- -competencias/>. Acesso em: 17 jul. 2017. https://www.crbasso.com.br/blog/como-se-faz-um-levantamento-de-necessidades-de-treinamento-lnt-por-competencias/ https://www.crbasso.com.br/blog/como-se-faz-um-levantamento-de-necessidades-de-treinamento-lnt-por-competencias/ https://www.crbasso.com.br/blog/como-se-faz-um-levantamento-de-necessidades-de-treinamento-lnt-por-competencias/ Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento45/270 elevada quanto mais se desenvolverem as vantagens competitivas, em aspectos cru-ciais, como custo, velocidade, confiabilida- de, flexibilidade, inovação e qualidade. A história da gestão da qualidade evoluiu desde a simples inspeção de requisitos e atributos ou variáveis de produtos para os atuais SGQ (Sistemas de Gestão da Qualida- de), que podem ou não buscar estruturação em referências normativas internacionais e, para as organizações que assim optarem, a declaração por organismos independentes a respeito da sua conformidade com requi- sitos para implementação e funcionamento dos referidos Sistemas de Gestão da Quali- dade. Requisitos para verificação de conformida- de nos SGQ são expressos por referências normativas como as que fazem parte da sé- rie ISO 9000. O consumidor atual é mais instruído e mais exigente, tornando-se cada vez mais in- fluente. Ao fornecer conceitos e princípios a serem utilizados no desenvolvimento de um sistema de gestão da qualidade (SGQ), esta norma propõe um modo de pensar sobre a organização de forma mais ampla (ABNT NBR ISO 9000:2015). Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento46/270 Quadro 1 | Definição, funcionamento e objetivos de SGQ O que é um SGQ Como funciona um SGQ? Para que serve um SGQ? Conjunto de atividades pelas quais a organização (1) Identifica seus objetivos. (2) Determina os processos. (3) Recursos necessários para al- cançar aqueles objetivos. Gerencia a interação de processos e recursos necessários para agre- gar valor e realizar resultados para as partes interessadas pertinentes. Ajuda a identificar ações para tra- tar consequências pretendidas e não pretendidas na produção de produtos e serviços. Contribui para otimizar a utiliza- ção dos recursos considerando impactos de sua decisão a longo e curto prazo. Fonte: elaborado pelo autor. As pessoas são vistas no SGQ como recursos essenciais dentro da organização. O desempenho da organização depende de como as pessoas se comportam dentro do sistema em que trabalham. Os colaboradores podem se tornar engajados e alinhados pela compreensão comum da po- lítica da qualidade e dos resultados desejados da organização. É necessário, para tanto, que to- dos reúnam as habilidades, treinamento, educação e experiência necessários para desempenhar suas funções e responsabilidades. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento47/270 É da responsabilidade da alta direção ofere- cer oportunidades para as pessoas desen- volverem essas competências necessárias. Mas o que são essas competências? São a aplicação do conhecimento, habilidades e o comportamento no desempenho. E para que serve o treinamento? Processo para de- senvolver e prover conhecimento, habilida- des e comportamentos para atender requi- sitos (ABNT NBR ISO 9000:2015). Um programa de treinamento planejado e sistemático pode trazer relevante contri- buição para uma organização no sentido de aprimorar capacidades para alcançar seus objetivos da qualidade. Elaborar um programa de treinamento, se- gundo a NBR ISO 9001:2015, em seu item 7.2, envolve: Para saber mais Princípios de gestão da qualidade que fundamen- tam as normas ISO 9000 enfatizam a importância dos recursos humanos e a necessidade de treina- mento. Admite-se que os clientes respeitem e va- lorizem o comprometimento de uma organização com seus recursos humanos e a capacidade de de- monstrar a estratégia para melhorar a competên- cia de seu pessoal. As pessoas de todos os níveis da organização devem ser treinadas para atender ao compromisso da empresa em fornecer produ- tos de acordo com a qualidade requerida por um mercado em constante mudança, cujos requisitos e expectativas aumentam continuamente (ABNT NBR ISO 10015 – Gestão da qualidade – Diretrizes para treinamento). Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento48/270 a) Determinar a competência necessária das pessoas cujo trabalho afete o de- sempenho e a eficácia do SGQ. b) Oportunizar que essas pessoas se- jam competentes, com base em edu- cação, treinamento ou experiência apropriados. c) Tomar ações para adquirir a compe- tência necessária e avaliar a eficácia das ações tomadas. d) Reter informação documentada, apropriada como evidência de com- petência. Bons programas de treinamento começam pela definição das suas necessidades. As questões relacionadas à competência pre- cisam ser registradas antes de iniciar o pro- cesso. Recomenda-se que a definição das ações de treinamento tome por base a aná- lise das necessidades atuais e futuras da or- ganização, em contraposição à competên- cia então já existente de seu pessoal. Em resumo, deve-se: definir a competên- cia necessária a cada atividade que afeta a qualidade dos produtos e serviços, avaliar a competência do pessoal para realizar essas atividades e elaborar planos para eliminar lacunas de competência que possam existir. Ou seja, identificadas as lacunas entre a competência existente e a requerida, deve- -se estabelecer as necessidades de treina- mento dos empregados cuja competência existente não atenda àquelas requeridas para o trabalho. Claro que é indispensável determinar se tais lacunas podem ser su- pridas pelo treinamento, ou se outro tipo de ação pode ser necessária. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento49/270 A definição das demandas relacionadas às metas estratégicas e aos objetivos da qualidade, in- cluindo a competência requerida do pessoal, podem se originar de fontes internas e externas de naturezas distintas, tais como: Quadro 2 | Demandas relacionadas às metas estratégicas e objetivos da qualidade Fontes internas Fontes externas Natureza dos produtos fornecidos pela organização. Registros dos processos de treinamento passados e presentes. Avaliação por parte da organização da competência do seu pessoal na realização de tarefas específicas. Rotatividade de pessoal ou flutuações sazonais de pessoal temporário. Solicitações dos empregados que identifiquem oportunidades de desenvolvimento pessoal que contribuam para os objetivos da organização. Certificação interna ou externa necessária para a realização de tarefas específicas. Resultado de análises críticas de processo e ações corretivas originárias de reclamações de clientes ou relatórios de não conformidade. Legislação, regulamentos, normas e diretrizes que afetam à organização, suas atividades e recursos, Pesquisa de mercado que identifique novos requisitos de clientes. Fonte: elaborado pelo autor. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento50/270 As soluções para eliminar as lacunas de competência podem envolver treinamento ou outras ações da organização, como re- crutamento de pessoal treinado, terceiriza- ção, redução da rotatividade e reformula- ção de processos e ou procedimentos. Se o treinamento foi escolhido como solu- ção para eliminar a lacuna de competência, as necessidades deverão ser especificadas e documentadas. Isto deve incluir os objeti- vos e resultados esperados. A lista dos requisitos de competência, os resultados de treinamentos anteriores, as lacunas atuais de competência e as solici- tações de ações corretivas, tornam-se par- te da construção de uma especificação do programa de treinamento. Adicionando um registro dos objetivos da organização, estes Link É por meio do levantamento de necessidades que o profissional começará a elaborar o diagnóstico do desenho que se tornará o programa/ação final. Desenvolver treinamento com o objetivo de pre- parar talentos exige, não somente conhecimento técnico, mas cada vez mais conhecimentos estra- tégicos, visões sistêmicas/do todo, análise de im- pactos nos mais diversos cenários, identificação e medição de indicadores de eficiência, geração de resultados e comprovação de investimentos. Disponível em: <https://www.portaleducacao. com.br/conteudo/artigos/administracao/ levantamento-das-necessidades-de-treina- mento-int/32076>. Acesso em: 17 jul. 2017. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/levantamento-das-necessidades-de-treinamento-int/32076https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/levantamento-das-necessidades-de-treinamento-int/32076 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/levantamento-das-necessidades-de-treinamento-int/32076 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/administracao/levantamento-das-necessidades-de-treinamento-int/32076 Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento51/270 elementos serão considerados como insu- mos para o projeto, planejamento, execu- ção e monitoramento do programa de trei- namento. É importante ressaltar que a fase de proje- to e planejamento fornece as bases para a especificação do programa de treinamento. Esta fase inclui: a) Projeto e planejamento das ações que devem ser adotadas para eliminar as lacunas de competência identificadas. b) Definição dos critérios de avaliação dos resultados do treinamento e para a monitoração do processo de treina- mento (ABNT NBR ISO 9000:2015). Para os SGQ, os programas de treinamento são uma parcela da gestão do conhecimen- to. A organização precisa estabelecer pro- cedimentos para gerenciar o conhecimento, a informação e a tecnologia como recursos essenciais. Os citados procedimentos deverão identi- ficar, obter, manter, proteger, usar e avaliar a necessidade de tais recursos essenciais. Aspectos a considerar quanto à forma de identificar, manter e proteger o conheci- mento incluem: • Aprender a partir de falhas, situações de risco e sucessos. • Coletar conhecimento e experiência das pessoas na organização. • Coletar conhecimento dos clientes, fornecedores e parceiros. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento52/270 • Coletar conhecimento não documen- tado existente na organização. • Assegurar a comunicação eficaz de informações importantes. • Gerenciar dados e registros. A capacidade e a capacitação das pesso- as na organização para tomada de decisão acertada com base em análise de dados, e a incorporação das lições aprendidas são fundamentais para melhoria, inovação e aprendizagem eficazes e eficientes. 2. Levantamento das Necessida- des de T&D Com o ritmo acelerado de produção de in- formações e conhecimentos, nem sempre o conjunto de capacidades relacionadas é fa- cilmente identificado e alinhado ao nível de complexidade das exigências organizacio- nais. Os processos de avaliação de necessi- dades educacionais tornam-se importantes instrumentos de gestão da aprendizagem humana. (MENESES et al., 2011) Levantamento das necessidades de treina- mento (LNT) ou análise de necessidades de treinamento (ANT) exerce influência sobre a efetividade de cursos oferecidos por orga- nizações ao seu público-alvo. Essa avalia- ção, se bem realizada, define com clareza os conhecimentos, as habilidades e as atitudes (CHA) a desenvolver nos participantes dos respectivos programas. Todavia, os levantamentos realizados po- dem não contribuir como seria esperado, ao Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento53/270 produzirem diagnósticos imprecisos, não alinhados às estratégias organizacionais e/ ou não compatíveis com objetivos educa- cionais bem estabelecidos, o que seria tão valioso nas fases subsequentes de dese- nho instrucional e avaliação de treinamento (ABBAD; MOURÃO, 2012). Algumas empresas organizam ou contra- tam cursos e outras atividades relacionadas apenas para cumprir as metas de ações de treinamento – não para gerar resultados de fato - ou ainda para usar o orçamento pre- visto. Avaliações de necessidades têm como objetivo diagnosticar necessidades de T&D de modo que elas, transformadas em obje- tivos educacionais, facilitem o desenho de situações de aprendizagem para desenvol- vê-las. Segundo Abbad e Mourão (2012) a análi- se de necessidades de treinamento (ANT) é definida como um conjunto de atividades de coleta, avaliação e análise de dados que objetiva identificar necessidades de treina- mento em organizações. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento54/270 Quadro 3 | Abordagens de análise de necessidades de treinamento (ANT) Organização - tarefas - pessoas (OTP) Abordagem de análise de desempenho No primeiro nível, define-se “onde” e “quando” um treinamento é necessário. Na análise de tarefas, define-se o conteúdo do treinamento, portanto, “o que” deve ser treinado. No nível das pessoas, identifica-se “quem”, entre os empregados, necessita de determinado treinamento. Análise de desempenho visa determinar as “causas” de discrepâncias de desempenho individual no trabalho. Uma necessidade de treinamento, de acordo com essa abordagem, existe apenas quando a discrepância de desempenho resultar da falta de conhecimentos ou habilidades do ocupante do cargo. Fonte: elaborado pelo autor. Para saber mais A palavra treinamento envolve muitos significados. Alguns especialistas consideram-no como um meio para desenvolver a força de trabalho a partir dos cargos envolvidos. Outros interpretam-no como um meio para um adequado desempenho no cargo, estendendo o conceito para uma nivelação intelectual por meio da educação geral. Outros autores referem-se a uma área genérica chamada desenvolvimento, que é des- dobrada em: educação e treinamento, este significa o preparo da pessoa para o cargo, enquanto o propó- sito daquele é o de preparar a pessoa para o ambiente dentro ou fora de seu trabalho (CHIAVENATO, 2009). Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento55/270 O processo de avaliação de necessidades educacionais é iniciado com a constatação ou a ante- cipação de uma determinada necessidade de desempenho no trabalho. Essa identificação exi- ge uma análise muito atenciosa do problema ou necessidade de desempenho (MENESES et al., 2011). É importante verificar se tais problemas não decorrem de falta de condições adequadas de trabalho ou ainda de baixos níveis de motivação para o trabalho. Quadro 4 | Níveis de análise que fundamentam o planejamento de T&D Grandes análises devem ser realizadas para gerar insumos em quantidade e em qualidade para a etapa de planejamento e avaliação educacional Análise organizacional Análise de tarefas Análise individual Alinhamento dos programas de T&D com a estratégia corporativa (missão, visão, objetivos, estratégias, valores organizacionais, cultura organizacional etc.). Essa etapa amplia as chances de que as ações de treinamento gerem impacto positivo no desempenho das organizações. Mapeamento dos conjuntos de CHA necessários para que os indivíduos realizem adequadamente suas atividades. Tradicionalmente, essa análise identifica CHA relacionados às atribuições e atividades individuais especializadas (capacidades específicas de determinado posto de trabalho). Voltada para a identificação dos indivíduos, grupos ou equipes que mais necessitam de determinados conjuntos de CHA, a fim de que aprimorem a execução de suas atividades no trabalho. Fonte: elaborado pelo autor. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento56/270 Segundo Meneses et al. (2011), uma vez re- alizadas essas análises, o próximo passo é elaborar um conjunto de alternativas para o tratamento dos problemas ou necessidades educacionais. Esse conjunto de alternativas configura-se como o ponto de partida da etapa de planejamento de ações educacio- nais. A partir das abordagens e realização das análises aqui apresentadas, o LNT pode se constituir em um processo participativo com a meta real de maximizar a utilização dos recursos destinados às áreas de T&D – ampliando as possibilidades de cumpri- mento da sua missão institucional. Para isso, é importante estar atento para as evidências. Onde estão os resultados insufi- cientes, as insatisfações, a pouca motivação e o alto índice de faltas dos colaboradores? Vejamos algumas fontes de investigação, segundo Magalhães (2015): • Entrevistas: comunicação aberta e constante com todos os gerentes e líderes para identificar os pontos de melhoriaspara alinhamento ao pla- nejamento estratégico. As entrevistas também são parte das avaliações de desempenho. • Solicitação das áreas: viabilizar, cole- tar e discutir as solicitações dos ges- tores com base nas suas observações do desempenho dos colaboradores. • Avaliações técnicas: testes e exames de conhecimentos técnicos e profis- sionais para mensurar o conhecimen- Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento57/270 to específico para a realização de de- terminada atividade. • Modificação de processos: quando ocorrem alterações em processos e regras, é indispensável preparar corre- tamente as pessoas para o novo con- texto. Pode ser suficiente implemen- tar as ações de comunicação, pode ser necessário realizar treinamentos. Nos casos de mudanças mais complexas, talvez seja o caso de um plano de ges- tão da mudança. • Relatórios: informações fornecidas por todas as áreas da empresa, tais como, reclamações no serviço de atendi- mento ao cliente (SAC), cumprimento de prazos, índices de desligamento e rotatividade dos colaboradores. • Avaliação de desempenho: possibili- ta identificar quais os profissionais que possuem desempenhos satisfatórios e ainda as oportunidades corporativas. Link A avaliação de desempenho é uma das ferramen- tas mais importantes no ambiente empresarial. Com ela, gestores podem tomar decisões com mais segurança por ser um instrumento que con- fere valores concretos para embasar promoções, desligamentos, manutenções, programas de trei- namento e outras ações. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento58/270 Chiavenato (2009) recomenda que a análi- se dos recursos humanos seja feita por meio do exame dos seguintes dados para cada cargo: • Número de empregados na classifica- ção dos cargos. • Número de empregados necessários na classificação dos cargos. • Idade de cada empregado na classifi- cação dos cargos. • Nível de qualificação requerido pelo trabalho de cada empregado. • Nível de conhecimento requerido pelo trabalho de cada empregado. • Atitude de cada empregado em rela- ção ao trabalho e à empresa. • Nível de desempenho quantitativo e qualitativo de cada empregado. • Nível de habilidade de conhecimentos de cada empregado para outros tra- balhos. • Potencialidades do recrutamento in- terno. • Potencialidades do recrutamento ex- terno. • Tempo de treinamento necessário para candidatos recrutáveis. • Tempo de treinamento para novos candidatos. • Índices de absenteísmo. • Índices de turnover (rotatividade de pessoal). Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento59/270 • Descrição do cargo. Em resumo, as necessidades normalmente decorrem da percepção de lacunas em in- dicadores como: queda do faturamento, insatisfação dos clientes, má qualidade dos produtos ou serviços, baixa produção e ou produtividade, erros sistêmicos e o não cumprimento de prazos. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento60/270 Glossário Conhecimento Organizacional: Conhecimento necessário para a operação de seus processos e para alcançar a conformidade de produtos e serviços. Esse conhecimento deve ser mantido e estar disponível na extensão necessária. Necessidades da Aprendizagem: A construção de um modelo desejado de comportamento, performance ou competências é um veículo para determinar as necessidades de aprendizagem. Há três fontes de dados que são empregadas: o indivíduo, a organização e a sociedade. Projeto: Conjunto único de processos que consiste em atividades coordenadas e controladas com datas de início e fim, empreendidas para atingir os objetivos do projeto. Questão reflexão ? para 61/270 Estudamos as linhas gerais – e suas interfaces em gestão de pessoas – de dois ambientes contemporâneos de ges- tão que se propõem a materializar as estratégias organiza- cionais: o gerenciamento de projetos e o sistema de gestão da qualidade. De que maneira esses modelos podem efe- tivamente contribuir para o alcance das estratégias? Qual é o papel das pessoas dentro desses modelos? Qual a im- portância do T&D para esses modelos? Como identificar as necessidades de T&D nesses ambientes? 62/270 Considerações Finais • O gerenciamento de projetos é realizado por meio dos processos, com a aplica- ção de métodos, ferramentas, técnicas e competências. • A equipe de projeto requer pessoas competentes que sejam capazes de aplicar seus conhecimentos e experiência para viabilizar as entregas do projeto. Lacu- nas identificadas entre os níveis de competências disponíveis e requeridos para a equipe de projeto poderiam introduzir riscos, portanto, devem ser trabalhadas. • Nos sistemas de gestão da qualidade (SGQ) espera-se que a organização esta- beleça processos que capacitem às pessoas a traduzirem a estratégia da organi- zação e dos objetivos dos processos em objetivos individuais de trabalho, e para estabelecer planos para a sua realização. • A fim de garantir que a organização tenha as competências necessárias, a orga- nização estabelece um “plano de desenvolvimento pessoal” e processos asso- ciados, que devem ajudar a organização a identificar, desenvolver e melhorar as competências dos seus colaboradores. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento63/270 Referências ABBAD, G. da S.; MOURÃO, L. Avaliação de necessidades de TD&E: proposição de um novo mod- elo. RAM, Rev. Adm. Mackenzie, São Paulo, v. 13, n. 6, nov./dez. 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10015:2001 – Gestão da qualidade – Diretrizes para treinamento. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9004:2010, Gestão para o sucesso sustentado de uma organização – Uma abordagem da gestão da qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 10005:2007 – Gestão da qualidade – Diretrizes para planos da qualidade. Rio de Janeiro: ABNT, 2007. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 21500:2012 – Orientações sobre gerenciamento de projetos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9000:2015 – Sistemas de gestão da qualidade – Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001:2015 – Sistemas de gestão da qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. Unidade 2 • Levantamento das Necessidades de Treinamento64/270 CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar tal- entos na empresa. 7. ed. Barueri: Manole, 2009. KNOWLES, M.; HOLTON III, E.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados - uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. MAGALHÃES, J. Seis dicas para um levantamento das necessidades de treinamento. Disponível em: <https://literis.com.br/blog/levantamento-das-necessidades-de-treinamento/>. Acesso em: 20 jul. 2017. MENESES, P.; ZERBINI, T.; ABBAD, G. Manual de treinamento organizacional. Porto Alegre: Artmed, 2011. Project Management Institute (PMI). A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide). 5. ed. Philadelphia: Project Management Institute, 2013. https://literis.com.br/blog/levantamento-das-necessidades-de-treinamento/ 65/270 1. Considere a seguinte afirmação: “Aplicação do conhecimento, habilidades e comportamento no desempenho”. Essa é a definição ISO 9000:2015 para: a) Projetos. b) Qualidade. c) Treinamento. d) Competências. e) Vantagem Competitiva. Questão 1 66/270 2. Considere a seguinte afirmação: “Processo para desenvolver e prover co- nhecimento, habilidades e comportamentos para atender requisitos”. Essa é a definição ISO 9000:2015 para: Questão 2 a) Projetos. b) Qualidade. c) Treinamento. d) Competências. e) Vantagem Competitiva. 67/270 3. Programas de T&D não são recomendados para a reorganização de as- pectos contextuais ou motivacionais, mas sim para o tratamento de proble-mas de desempenho que exijam o desenvolvimento de: Questão 3 a) Projetos, processos e produtos. b) Custos, qualidade e velocidade. c) Métodos, técnicas e ferramentas. d) Certificação em sistemas de gestão. e) Conhecimentos, habilidades e atitudes. 68/270 4. Entre os objetivos principais do processo de desenvolver a equipe de projeto, está o de fornecer ou ampliar conhecimentos e ____________ dos integran- tes da equipe para aumentar sua capacidade de concluir as ____________ do projeto, enquanto reduz os ____________ e os cronogramas, e melhora a ____________. Selecione a alternativa que complete corretamente essas la- cunas na respectiva ordem. Questão 4 a) Valores – bases – riscos – autoestima. b) Habilidades - entregas – custos – qualidade. c) Valores – bases – custos – qualidade. d) Habilidades - entregas – riscos – autoestima. e) Habilidades - bases – riscos – qualidade. 69/270 5. Considere as seguintes afirmações: Questão 5 I. Um SGQ é um conjunto de atividades pelas quais a organização identifica seus objetivos, de- termina os processos e recursos necessários. II. Um SGQ gerencia a interação de processos e recursos necessários para agregar valor e realizar resultados para as partes interessadas pertinentes. III. Um SGQ ajuda a identificar ações para tratar consequências pretendidas e não pretendidas na produção de produtos e serviços. IV. Um SGQ otimiza a utilização dos recursos considerando impactos das decisões de clientes e de fornecedores. Ao analisar as proposições acima, concluímos corretamente que: a) São verdadeiras apenas as proposições I, II, III. b) São verdadeiras apenas as proposições I, II, IV. c) São verdadeiras apenas as proposições I, III, IV. d) São verdadeiras apenas as proposições II, III, IV e) São verdadeiras todas as proposições: I, II, III, IV. 70/270 Gabarito 1. Resposta: D. Competências são: aplicação do conheci- mento, habilidades e comportamento no desempenho. 2. Resposta: C. “Treinamento é o processo para desenvolver e prover conhecimento, habilidades e com- portamentos para atender requisitos”. 3. Resposta: E. Programas de T&D não são recomendados para a reorganização de aspectos contex- tuais ou motivacionais, mas sim para o tra- tamento de problemas de desempenho que exijam o desenvolvimento de conhecimen- tos, habilidades e atitudes. 4. Resposta: B. Entre os objetivos principais do proces- so de desenvolver a equipe de projeto está o de fornecer ou ampliar conhecimentos e habilidades dos integrantes da equipe para aumentar sua capacidade de concluir as en- tregas do projeto, enquanto reduz os custos e os cronogramas e melhora a qualidade. 5. Resposta: A. IV. “Um SGQ otimiza a utilização dos recur- sos considerando impactos das decisões de clientes e de fornecedores.”. Essa afirmação está incorreta, pois não se trata de decisões de clientes nem de fornecedores e sim da própria gestão daquela organização. 71/270 Unidade 3 Elaboração de Programas de T&D Objetivos 1. Explorar alguns elementos do processo andragó- gico, como: preparação dos aprendizes, criação de um ambiente favorável, planejamento parti- cipativo, diagnóstico das necessidades, identifi- cação de lacunas e formulação de objetivos. 2. Discutir aspectos da seleção de estratégias de ensino aprendizagem, modalidades possíveis e a escolha do instrutor. 3. Reunir recomendações da literatura especializa- da a serem observadas pelo gestor no processo de elaboração de programas de (T&D). Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D72/270 Introdução A construção de um programa de T&D é precedida pelo levantamento de neces- sidades de treinamento (LNT), pois é este que fornecerá as informações que alimen- tarão os processos seguintes. A elaboração de um programa de T&D é essencialmente uma atividade de planejamento, e como tal, contempla as tomadas de decisão no mo- mento presente para orientar a atuação em um futuro que pode ser no curto, médio ou longo prazo. Planejamento sempre envolve a definição de objetivos, neste caso, já esboçados – em linhas gerais – no próprio LNT e que agora devem ser desdobrados em mais detalhes. Planejamento também significa a escolha de caminhos. Quais as escolhas poderão melhor conduzir aos objetivos pretendidos? Que recursos serão necessários? Escolhas são processos de decisão. Quando tomamos decisões, procuramos identificar a maior quantidade possível de alternativas à nossa disposição. Analisamos as alterna- tivas frente aos objetivos e a viabilidade de cada uma delas. Decidimos como vamos desenvolver nossas ações para o melhor re- sultado possível. E, depois, para saber se conseguimos êxito nas nossas escolhas, utilizamo-nos de mé- todos, técnicas e ferramentas de avaliação. É justamente a avaliação – do processo e do produto – que nos traz a constatação a respeito do quanto nos aproximamos (ou fi- camos distantes) dos objetivos esperados, fornecendo informações e gerando conhe- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D73/270 cimento como base para novas decisões gerenciais. 1. Necessidades de T&D e Pro- posta Andragógica A proposta andragógica se organiza como um modelo processual, ao contrário dos modelos baseados em conteúdo, que são utilizados pela maior parte dos educadores. Na educação tradicional, o professor – ou treinador, elaboradores de currículo edu- cacional ou outra pessoa – define anteci- padamente os conhecimentos ou habilida- des que deverão ser transmitidos, organiza esse conjunto de conteúdos em unidades de conhecimento, seleciona os meios mais eficientes para transmiti-los, palestras, lei- turas, exercícios em laboratório, filmes, fi- tas etc., e elabora um plano para apresentar essas unidades de conteúdo em certa se- quência. Esse é um modelo que privilegia o conteúdo, ao invés do processo. (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). O professor andragógico – o facilitador, o consultor e o agente de mudança – prepara antecipadamente um conjunto de procedi- mentos para envolver os aprendizes e outras partes interessadas em um processo, cujos elementos vamos conhecer resumidamente a seguir. 1.1 Preparar o Aprendiz Na abordagem andragógica presume-se que uma boa parcela da responsabilida- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D74/270 de pela aprendizagem será do aprendiz e a partir de então sistemas inteiros podem ser construídos em torno da aprendizagem au- todirigida. Porém, em sua maioria, os apren- dizes adultos ainda não aprenderam a ser questionadores autodirigidos, pois foram condicionados a depender de um professor que os ensine. É provável que ocorra um choque cultu- ral quando são expostos pela primeira vez a programas verdadeiros de educação de adultos. Por isso, existe a necessidade de uma atividade preparatória sobre aprender como aprender, abordando aspectos como: (1) breve explicação sobre a diferença en- tre aprendizagem proativa e reativa, (2) compartilhamento de conhecimentos ou experiências dos participantes, e (3) exer- citar habilidades da aprendizagem proativa (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). 1.2 Estabelecer um Clima Propí- cio É importante a qualidade do ambiente para a aprendizagem. Para evitar bloqueios à aprendizagem, destaca-se a satisfação de confortos básicos como temperatura, ven- tilação, fácil acesso a bebidas e toaletes, cadeiras confortáveis, iluminação adequa- da, boa acústica etc. Indispensável para uma aprendizagem efi- caz é a riqueza e a acessibilidade dos recur- sos – tanto materiais quanto humanos. Isto significa que o programa deve ser equipado com livros impressos, manuais, cópias, pu- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D75/270 blicações acadêmicas, filmes, trechos de fil- mes, slides, fitas, CD, DVD e outros recursos e equipamentos audiovisuais. O importan- te não é apenas que esses recursos estejam disponíveis, mas que os aprendizes os em- preguem de maneira proativa e não reativa (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). Se os colaboradorespercebem que sua or- ganização valoriza a área de treinamento e desenvolvimento a ponto de apoiá-la com generosidade, eles, provavelmente, a valo- rizam também. E se, em épocas de austeri- dade, esse é o primeiro orçamento a ser re- duzido, passa a ser visto como uma ativida- de periférica. Ainda, segundo Knowles, Holton III e Swan- son (2011) se o clima não é propício à apren- dizagem, não demonstra que a organização valoriza as pessoas como seu ativo mais precioso e seu desenvolvimento como o in- vestimento mais produtivo, todos os outros elementos no processo correm risco. Não parece provável um programa de atividades educacionais de alto nível em ambiente que não dá apoio à educação. 1.3 Mecanismos de Planejamen- to Participativo O papel que o aprendiz desempenha no pla- nejamento é um aspecto da prática educa- cional que diferencia claramente a aborda- gem pedagógica da andragógica. A responsabilidade pelo planejamento, tra- dicionalmente, é atribuída a uma figura de autoridade: professor programador e trei- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D76/270 nador. Esta prática, entretanto, está em conflito com a necessidade do adulto em ser autodirigido, um princípio da andrago- gia já mencionado aqui. Um programa de T&D consistente, com princípios andragó- gicos, privilegiará a participação dos adul- tos aprendizes no seu planejamento. Ressalte-se, entretanto, que não é suficien- te dispor de mecanismos de planejamento mútuo. Os aprendizes, no planejamento, devem ser tratados com respeito, delegação real de responsabilidade e influência real na tomada de decisão, ou o processo não fun- cionará (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). Quando os aprendizes compreendem como a aquisição de certos conhecimentos ou habilidades aumentará as chances de me- lhor performance na vida, eles encaram as situações didáticas com um sentido de pro- pósito mais claro e veem o que aprendem como algo mais pessoal. 1.4 Diagnóstico das Necessida- des da Aprendizagem A construção de um modelo de comporta- mento, performance ou competências é um caminho para determinar as necessidades de aprendizagem. Há, segundo Knowles, Holton III e Swanson (2011), três fontes de dados que são empregadas para construir esse modelo: o indivíduo, a organização e a sociedade. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D77/270 Quadro 1 | Diagnóstico das necessidades da aprendizagem Percepções do aprendiz Percepções organizacionais Percepções sociais O que ele deseja se tornar, o que ele deseja ser capaz de alcançar e em que nível ele deseja que chegue a sua performance é o ponto de partida na construção de um modelo de competências. Performance desejada identificada por meio de análises de sistemas, análises de performance e análises de documentos internos como descrições de cargos, relatórios de segurança, registros de produtividade, relatórios de supervisores, avaliações de funcionários e estudos de viabilidade de custos. Performance desejada identificada a partir de relatórios elaborados por especialistas em periódicos profissionais e técnicos, relatórios de pesquisa, literatura especializada, livros e monografias. Fonte: elaborado pelo autor. O modelo usado no processo de diagnóstico, idealmente, representa uma combinação das per- cepções das competências desejadas de todas essas fontes, sendo certo que podem haver certas condições pré-definidas em cada situação, como algumas exigências organizacionais mínimas, que devem ser negociadas ou apenas incorporadas ao processo naturalmente. Uma necessidade de aprendizagem pode ser descrita como uma lacuna (alguns autores mencio- nam “discrepâncias” ou “gaps”) entre as competências especificadas no modelo e o nível veri- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D78/270 ficado de desenvolvimento dos aprendizes. De acordo com a andragogia, o principal elemento na avaliação das lacunas é a pró- pria percepção do aprendiz sobre a diferen- ça entre onde ele está agora e onde ele de- seja ou precisa estar. (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011) Assim, a avaliação de lacunas é essencial- mente uma autoavaliação, em que o pro- fissional de gestão de pessoas proporciona aos aprendizes as ferramentas e os procedi- mentos para obter dados e fazer julgamen- tos responsáveis sobre seu nível de desen- volvimento das competências. 1.5 Formulação de Objetivos do Programa Os teóricos comportamentalistas, de acordo com Knowles, Holton III e Swanson (2011), defendem que os objetivos não têm signi- ficado algum a não ser que descrevam os comportamentos finais em termos precisos, mensuráveis e observáveis. Já os cogniti- vistas divergem um pouco. Vamos observar algumas das recomendações de ambas as correntes para a formulação de objetivos. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D79/270 Quadro 2 | Formulação de Objetivos do Programa Comportamentalistas Cognitivistas Um verbo que denota uma ação observável (desenhar, identificar, reconhecer, computar, entre outros). Uma declaração de objetivos deve descrever tanto o tipo de comportamento esperado quanto o conteúdo ou contexto ao qual esse comportamento se aplica. Uma descrição da classe de estímulos para a qual se procura uma resposta. Precisam ser definidos de maneira suficientemente analítica e específica para que não haja dúvidas sobre o tipo de comportamento esperado, ou a que o comportamento se aplica. Uma palavra ou frase que descreva o objeto a ser usado para a ação, a não ser que isso esteja implícito no verbo. Devem ser formulados de tal maneira que haja descrições claras entre as experiências de aprendizagem necessárias para alcançar comportamentos diferentes. Uma descrição da classe de respostas corretas. Os objetivos são de desenvolvimento, representando caminhos a seguir, e não pontos finais. Se você der a cada aprendiz uma cópia de seus objetivos, talvez não precise fazer mais nada. Devem ser realistas e incluir apenas o que pode ser traduzido em conteúdo e experiência em sala de aula. Fonte: elaborado pelo autor. Quais seriam as recomendações mais aplicáveis? Não há uma resposta única, pois, o enunciado dos objetivos deve ser amplo o bastante para abranger todos os tipos de resultados pelos quais o programa de T&D seja responsável. Os objetivos podem ser formulados em termos das reali- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D80/270 zações que o aprendiz deseja ou ações que podem provocar as mudanças desejadas junto ao aprendiz. Ambas podem ser com- plementares (KNOWLES; HOLTON III; SWA- NSON, 2011). Um objetivo deve ser definido de maneira clara o suficiente para indicar a todos os en- volvidos exatamente o que se espera como resultados. A compreensão e o compro- metimento com os objetivos educacionais progredirão, segundo Knowles, Holton III e Swanson (2011), se eles forem construídos de forma cooperativa. Vamos refletir sobre o que estudamos até aqui e oportunamente voltaremos a abor- dar – mais à frente – os demais elementos deste processo andragógico: (6) desenhar um padrão para as experiências de aprendi- zagem, (7) conduzir essas experiências com técnicas e materiais adequados, e (8) avaliar os resultados e fazer um novo diagnóstico das necessidades de aprendizagem. 2. Seleção de Estratégicas e Meios Instrucionais Estratégias, meios ou procedimentos ins- trucionais estão relacionados a operações, eventos ou situações de aprendizagem es- colhidas para viabilizar ou potencializar os processos de aquisição, retenção e transfe- rência de aprendizagem. São as técnicas, métodos e abordagens para que o aprendiz seja capaz de alcançar os objetivos educacionais. Tais estratégias vi- sam facilitar a aprendizagem dos alunos em Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D81/270 determinadas capacidades, portanto, os re- cursos devem estar centrados na interven- ção ativa dos participantes mediante, por exemplo, a solução de exercícios, proble- mas e estudos de caso (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010).Devem ser selecionados materiais, exem- plos e imagens que permitam apresentar adequadamente a informação para os par- ticipantes, auxiliando-os no alcance dos objetivos propostos. Para cada um dos ob- jetivos estabelecidos, é preciso selecionar os mecanismos mais adequados para o pro- cesso de aprendizagem. Por exemplo: dinâmicas de grupo, debates, modelações comportamentais podem ser de grande valia. Em programas presenciais, o layout da sala, a quantidade e o tipo de ca- deiras e de mesas são importantes aspec- tos a serem considerados na preparação de um curso. Em cursos à distância, mediados pela internet, é um desafio a escolha de si- tuações de interação entre aprendizes que possibilitem o fortalecimento de vínculos entre os atores envolvidos (MENESES; ZER- BINI; ABBAD, 2010). Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D82/270 As estratégias instrucionais devem ser pensadas para que as competências esperadas possam ser aprendidas pelos participantes, independentemente de o professor ser ou não responsável por tal processo. O uso isolado ou combinado das estratégias instrucionais pode ser atribuição do planejador, mas precisa sempre ser cumprida tendo em vista os objetivos educacionais e as características dos alunos. Para saber mais Segundo Meneses, Zerbini e Abbad (2010, p. 84): Quando os profissionais que necessitam do curso são muito ocupados ou sobrecarregados de trabalho, provavelmente não poderão comparecer a encontros presenciais ou realizar atividades síncronas de treinamento. Tampouco disporão de número fixo e regular de horas diárias para estudo. Nesses casos, cursos presenciais de longa duração e que requeiram muito trabalho extraclasse não obterão sucesso. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D83/270 3. Modalidade de Ensino-Apren- dizagem Há três modalidades principais de ensino- -aprendizagem: presencial, à distância e hí- brida. A primeira, considerada ainda a forma mais tradicional, envolve encontros síncro- nos entre professores e alunos e a disponi- bilização dos conteúdos por meio de mate- riais impressos e outros veículos e comuni- cação (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010). A escolha da modalidade do curso, presen- cial, híbrida ou à distância, deve considerar as características sociodemográficas, fun- cionais e profissionais dos futuros treinan- dos. Para que a escolha da modalidade de entrega seja eficaz, é importante também analisar os objetivos educacionais, a essa altura já delineados. É preciso organizar as informações sobre o perfil dos aprendizes no que concerne às características demográficas, funcionais e profissionais, além das relacionadas às la- cunas de conhecimentos, habilidades e ati- tudes (CHA) que motivaram a realização da ação educacional (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010). São relevantes também informações sobre lotação, cargo, carga de trabalho diária e número de pessoas que necessitam partici- par da ação de treinamento. São essas in- formações que fundamentam a escolha da modalidade de ensino/aprendizagem. Na modalidade de cursos à distância me- diados pela web, há demanda por altos in- vestimentos, os quais se justificam quando o público-alvo do curso é grande e geogra- Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D84/270 ficamente disperso. Mas há cuidados a se- rem observados, tais como: disponibilidade de recursos tecnológicos e o domínio das pessoas sobre esses. A oferta de um treinamento assistido por computador, com a veiculação dos conteú- dos por meio de qualquer tipo de mídia ele- trônica, pode ser uma possibilidade muito atraente, mas deve-se verificar se a cliente- la domina essas tecnologias de informação e comunicação. Se a clientela não possui domínio de tais ferramentas, será necessá- ria capacitação para utilizá-las, ou, nos ca- sos em que essa preparação inicial não for possível, outras mídias podem ser recomen- dadas (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010). 4. Seleção de Instrutores Instrutores ou consultores profissionais? Externos ou internos? Devem ser especialis- tas no assunto? Ter experiência em treina- mento? Link Treinamento presencial é aquele realizado com a presença física do instrutor e do treinando, cujo objetivo é qualificar, reciclar, atualizar e/ou aper- feiçoar o desempenho dos treinandos. Pode ocor- rer em salas de aula de centros de treinamento, em escolas de formação profissional e em instalações adaptadas nos locais de trabalho, reunindo funcio- nários de vários órgãos. Veja outras modalidades no site indicado. Disponível em: <http://www. rhportal.com.br/artigos-rh/treinamento-e- -desenvolvimento-2/>. Acesso em: 25 jul. 2017. http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/treinamento-e-desenvolvimento-2/ http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/treinamento-e-desenvolvimento-2/ http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/treinamento-e-desenvolvimento-2/ Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D85/270 Entre os potenciais fornecedores externos, podem estar consultores independentes, empresas de consultoria, empresas especia- lizadas na elaboração e comercialização de programas de treinamento ou instituições acadêmicas. Caso a empresa tenha optado por fornecimento externo, ela pode enviar ou publicar eu seu site uma solicitação de propostas, que pode seguir um padrão de critérios, evitando avaliar fornecedores que não possam prover os serviços necessários (NOE, 2015). Para escolher entre as propostas, temos al- guns exemplos de perguntas aos fornece- dores. Os gestores devem considerar cuida- dosamente, por exemplo, os serviços, ma- teriais e taxas apresentadas no contrato de consultoria. O que perguntar para fornece- dores e consultores: • Quanta e que tipo de experiência a sua empresa tem em planejamento e execução de treinamento? Quais são as qualificações da sua equipe? • Você pode fornecer demonstrações de programas de treinamento desenvol- vidos anteriormente? Referências de clientes para os quais trabalhou? • Como os seus produtos e serviços en- caixam-se às nossas necessidades? • O que você pode oferecer em relação aos custos de administração, à atua- lização e à manutenção do programa de treinamento? Você oferece suporte técnico? Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D86/270 Algumas vezes é interessante contar com profissionais – frequentemente internos na organização – que tenham conhecimento sobre o conteúdo, mas precisam melhorar suas habilidades em apresentações e co- municação, entender melhor os principais componentes do processo de aprendiza- gem ou aprender como desenvolver planos de aula (NOE, 2015). As empresas podem apoiar seus funcioná- rios e gerentes a desenvolverem o domínio de habilidades necessárias a instrutores eficazes. Para aumentar as chances de êxito nos primeiros cursos, os novos instrutores devem ser observados ou receber orienta- ção e um relato de avaliação com sugestões de instrutores mais experientes. Link Os treinamentos que são organizados por colabo- radores internos, são importantes, uma vez que eles são menos custosos e os seus resultados po- dem trazer melhores resultados quando bem exe- cutados. Os treinamentos externos, provenientes da contratação de alguma outra empresa, tam- bém apresentam muitos benefícios, porém estes exigem um investimento financeiro maior. Con- sulte o texto Cinco passos para realizar um treina- mento interno com seus colaboradores. Disponível em: <http://certificacaoiso.com.br/5-pas- sos-para-realizar-um-treinamento-interno- -com-seus-colaboradores/>. Acesso em: 25 jul. 2017. http://certificacaoiso.com.br/5-passos-para-realizar-um-treinamento-interno-com-seus-colaboradores/ http://certificacaoiso.com.br/5-passos-para-realizar-um-treinamento-interno-com-seus-colaboradores/ http://certificacaoiso.com.br/5-passos-para-realizar-um-treinamento-interno-com-seus-colaboradores/ Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D87/270 Os especialistas, justamente por serem ex- perientes e conhecedores de sua área, ten- dem a usar conceitosmais abstratos e avan- çados, e isto pode confundir os aprendizes. Por esta razão, ao optar por especialistas da própria empresa no treinamento, é impor- tante orientá-los claramente para apresen- tar o conteúdo da maneira mais concreta possível, usando exemplos e relacionando ideias, especialmente se o público não esti- ver familiarizado com o assunto. A opção por gerentes e funcionários como instrutores pode aumentar a relevância do conteúdo assimilado do treinamento, pois eles entendem o negócio da empresa e ten- dem a tornar o conteúdo diretamente aplicá- vel ao trabalho dos aprendizes (NOE, 2015). Os profissionais das organizações, quando escolhidos, podem sentir-se prestigiados ao conduzir as ações de treinamento, o que pode aumentar o apoio deles ao aprendiza- do e diminuir os custos de contratação de consultores externos. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D88/270 Para saber mais Chiavenato (2009, p. 101-102) afirma que: O treinamento pressupõe sempre o binômio: instrutor versus aprendiz. Os aprendizes são pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da organi- zação que necessitam aprender ou eventualmente melhorar seus conhe- cimentos e habilidades sobre alguma atividade ou trabalho. Os instrutores são pessoas situadas em qualquer nível hierárquico da organização, ex- perientes ou especializadas em determinada atividade ou trabalho e que transmitem seus conhecimentos de maneira organizada aos aprendizes. Assim, os aprendizes podem ser auxiliares, chefes ou gerentes, bem como os instrutores também podem ser auxiliares, chefes ou gerentes da organi- zação ou ainda especialistas ou o gerente de treinamento. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D89/270 5. Uma Sugestão de Ferramenta de Planejamento Este é um exemplo bem simples de uma ferramenta que, se bem aplicada, pode auxiliar a elimi- nar estas dúvidas e impasses, melhorando significativamente o planejamento de vários projetos, inclusive um programa de T&D, o 5W2H. Trata-se de um checklist de atividades que devem ser desenvolvidas com clareza e eficiência por todos os envolvidos. Essa sigla – 5W2H – corresponde às iniciais (em inglês) das sete diretrizes que, quando bem estabelecidas, auxiliam no esclarecimento de dúvidas que quase sempre apa- recem ao longo de um processo ou de uma atividade. Link Consulte as informações sobre o 5W2H no site indicado a seguir: Se está na hora de colocar um plano em ação, chegou o momento de usar a ferramenta 5W2H. A base está centrada na resposta a sete perguntas es- senciais: O que (what) deve ser feito? Por que (why) deve ser implementado? Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D90/270 Uma ferramenta cuja base são as respostas para perguntas essenciais. Com essas respostas em mãos, você terá um mapa de atividades que vai ajudar a seguir os passos relativos a um plano de projeto, de forma a tornar a execução muito mais clara e efetiva. Vamos utilizar o 5W2H para distribuir algumas das recomendações recorrentes na literatura a respeito da elaboração de programas de T&D. Link Consulte as informações sobre o 5W2H no site indicado a seguir: Quem (who) é o responsável pela ação? Onde (where) deve ser executado? Quando (when) deve ser implementado? Como (how) deve ser conduzido?; Quanto (how much) vai custar a implementação? Disponível em: <http://info.endeavor.org.br/ferramenta-5w2h> Acesso em: 25 jul. 2017. http://info.endeavor.org.br/ferramenta-5w2h Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D91/270 Quadro 3 | Planejamento 5W2H – perguntas, indi- cações ou orientações Ferramenta 5W2H Perguntas e indicações ou orientações Por que (why) deve ser implementado? Ao responder as perguntas abaixo, é possível identificar PORQUE deve ser implementa- do um determinado programa ou ação de treinamento e desenvolvimento. • Qual é a necessidade de treinamento? • É parte de uma necessidade maior? • Como resolvê-la: separadamente ou combinada com outras? • É preciso alguma providência inicial antes de resolvê-la? • A necessidade é imediata? • Qual sua prioridade em relação às demais? • A necessidade é permanente ou temporária? • Onde foi assinalada em primeiro lugar? • Ocorre em outra área ou setor? Qual sua causa? Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D92/270 O que (what) deve ser feito? Para compor o seu planejamento é importante que haja clareza sobre O QUE deve ser feito. Seguem algumas sugestões para integrar o seu plano de ação. • Garantir que os funcionários apliquem o conteúdo em seu trabalho, entendam como gerenciar as melhorias nas habilidades e obtenham o apoio de colegas de trabalho e da gerência. • Identificar diferentes formas de gerenciar o conhecimento e as condições necessárias para que os funcionários compartilhem conhecimento. • Explicar os elementos da elaboração do programa que devem garantir a transferên- cia próxima e distante do treinamento. • Desenvolver um módulo de autogestão para o programa de treinamento. • Elaborar tarefas práticas e planos de ação para potencializar o aprendizado e a transferência de treinamento. • Fazer recomendações sobre o que os gerentes podem fazer antes, durante e após o treinamento para facilitar o aprendizado e a transferência. • Escolher o método de treinamento, tendo como base os objetivos e o ambiente de aprendizado. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D93/270 Quem (Who) é o responsável? OU Para quem? Ao montar o seu plano, certifique-se de conhecer bem o seu público, ou seja: QUEM fará parte do treinamento. • Quantas pessoas e quantas atividades serão atingidas? • População alvo: quais as características da clientela a ser treinada. • Número de pessoas a serem treinadas; • Analisar o perfil quantitativo (número de participantes) e qualitativo (sociode- mográfico, funcional, profissional etc.) da clientela. • Certificar-se de que os funcionários estão motivados e possuem as habilidades básicas para serem capazes de dominar o conteúdo do treinamento. Onde (Where) deve ser executado? O planejamento do treinamento deve prever o local de realização das atividades, ou seja: ONDE deverá ser realizado. • Onde será efetuado o treinamento. • Criação de um ambiente que tenha os recursos necessários para o aprendizado • Levar em conta opções como: no cargo, fora do cargo, na empresa, e fora da em- presa. • Escolher e preparar um local de treinamento tendo como base a forma como os aprendizes envolvem-se e interagem com o conteúdo e entre si durante o curso. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D94/270 Quando (When) Implementar? Se o local é importante, é indispensável estabelecer o momento em que as atividades ocorrerão: QUANDO. • Disponibilidade de tempo para o programa de treinamento. • Época ou periodicidade do treinamento: considerando-se a agenda, o horário mais oportuno ou ocasião mais propícia. Como (How) deve ser conduzi- do? Esta é a parte mais trabalhosa do plano. São muitas as escolhas que devem ser feitas e que definirão COMO conduzir o seu programa ou ação de treinamento. • Analisar as diferentes alternativas de escolha e definir aquelas mais bem adapta- das à rotina e características da clientela. • Analisar a natureza e o nível das necessidades educacionais. • Seleção da modalidade de entrega; análise, classificação e ordenação de objetivos instrucionais; seleção ou desenvolvimento de estratégias e meios instrucionais; definição de critérios de aprendizagem; desenvolvimento e validação de materi- ais instrucionais; e execução da ação educacional. • Divisão do trabalho: em módulos, pacotes ou ciclos; • Determinação do conteúdo do treinamento: considerando aspectos de quanti- dade e qualidade de informação; Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D95/270 Como (How) deve ser conduzi- do? • Escolha dos métodos de treinamento: considerando-se a tecnologia disponível; • Definição dos recursos necessários para execução do treinamento: como tipo de treinadorou instrutor, recursos audiovisuais, máquinas, equipamentos ou ferra- mentas necessários, materiais, manuais etc.; • Preparar-se para a instrução usando mapa curricular, plano de aula, documento de elaboração e mapa conceitual. Quanto (How much) vai custar a imple- mentação? Um programa ou ação de treinamento podem se tornar inviáveis se não houver uma previsão de custos. Nesta parte do plano devemos também indicar como avaliar poste- riormente o CUSTO e os benefícios associados. Para tanto: • Analisar a disponibilidade dos recursos financeiros, materiais etc. • Identificar os tipos de resultados que se deseja influenciar por meio do treinamen- to (aprendizado, comportamento ou habilidades) • Escolher um modelo de avaliação que permita determinar a influência do trein- amento nos resultados • Planejar uma demonstração da forma como o resultado final é afetado pelo tre- inamento. • Cálculo da relação custo-benefício do programa. Quanto o programa vai gastar e o que proporcionará a seguir em termos de benefícios Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D96/270 Quanto (How much) vai custar a imple- mentação? • Avaliação dos resultados: considerando a verificação de pontos críticos que de- mandam ajustamentos ou modificações no programa para melhorar sua eficácia. FONTE: adaptado de (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010) (NOE, 2015)(KNOWLES; HOL- TON III; SWANSON, 2011) (CHIAVENATO, 2009) (KANAANE; ORTIGOSO, 2010) Ferramenta 5W2H Perguntas e indicações ou orientações (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010) (NOE, 2015)(KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011) (CHIAVENATO, 2009) (KANAANE; ORTIGOSO, 2010) Por que (why) deve ser imple- mentado? É parte de uma necessidade maior? Como resolvê-la: separadamente ou combinada com outras? É preciso alguma providência inicial antes de resolvê-la? A necessidade é imedi- ata? Qual sua prioridade em relação às demais? A necessidade é permanente ou tempo- rária? Quantas pessoas e quantas atividades serão atingidas? Onde foi assinalada em pri- meiro lugar? Ocorre em outra área ou setor? Qual sua causa?A elaboração do treinamento só é eficaz quando ajuda o funcionário a alcançar as metas e os objetivos educacionais ou do treinamento. Qual é a necessidade de treinamento? Objetivo: definição clara do obje- tivo do treinamento; os objetivos específicos referem-se aos desempenhos esperados por parte dos participantes ao final de cada passo da instrução; os objetivos intermediários agrupam vários objetivos específicos em blocos, módulos ou unidades; os objetivos gerais expressam o conjunto de desempenhos que se espera observar nos participantes ao final do treinamento, do curso ou da ação educacional. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D97/270 O que (what) deve ser feito? • Garantir que os funcionários apliquem o conteúdo em seu trabalho, entendam como gerenciar as melhorias nas habilidades e obtenham o apoio de colegas de trabalho e da gerência. • Identificar diferentes formas de gerenciar o conhecimento e as condições necessárias para que os funcionários compartilhem conhecimento. • Explicar os elementos da elaboração do programa que devem garantir a trans- ferência próxima e distante do treinamento. • Desenvolver um módulo de autogestão para o programa de treinamento. • Elaborar tarefas práticas e planos de ação para potencializar o aprendizado e a transferência de treinamento. • Fazer recomendações sobre o que os gerentes podem fazer antes, durante e após o treinamento para facilitar o aprendizado e a transferência. Quem (Who) é o responsável? OU Para quem? Quantas pessoas e quantas atividades serão atingidas? População-alvo: quais as car- acterísticas da clientela a ser treinada. Número de pessoas a serem treinadas; Analisar o perfil quantitativo (número de participantes) e qualitativo (sociodemográfico, funcio- nal, profissional etc.) da clientela. Certificar-se de que os funcionários estão motivados e possuem as habilidades básicas para serem capazes de dominar o conteúdo do tre- inamento. Escolher o método de treinamento, tendo como base os objetivos e o ambi- ente de aprendizado. Pode ser um método tradicional de interação presencial com um instrutor ou um método com base em tecnologia. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D98/270 Onde (Where) deve ser executado? • Onde será efetuado o treinamento. A criação de um ambiente que tenha os re- cursos necessários para o aprendizado, levando em conta opções como: no cargo, fora do cargo, mas na empresa, e fora da empresa. • Escolher e preparar um local de treinamento tendo como base a forma como os aprendizes envolvem-se e interagem com o conteúdo e entre si durante o curso. Quando (When) Implementar? • Disponibilidade de tempo para o programa de treinamento. • Época ou periodicidade do treinamento: considerando-se a agenda, o horário mais oportuno ou ocasião mais propícia. Como (How) deve ser conduzi- do? Analisar as diferentes alternativas de escolha e definir aquelas mais bem adaptadas à roti- na e características da clientela. Analisar a natureza e o nível das necessidades educacio- nais. Seleção da modalidade de entrega; análise, classificação e ordenação de objetivos instrucionais; seleção ou desenvolvimento de estratégias e meios instrucionais; definição de critérios de aprendizagem; desenvolvimento e validação de materiais instrucionais; e execução da ação educacional. Divisão do trabalho: em módulos, pacotes ou ciclos; De- terminação do conteúdo do treinamento: considerando aspectos de quantidade e quali- dade de informação; Escolha dos métodos de treinamento: considerando-se a tecnologia disponível; Definição dos recursos necessários para execução do treinamento: como tipo de treinador ou instrutor, recursos audiovisuais, máquinas, equipamentos ou ferramentas necessários, materiais, manuais etc.; Preparar-se para a instrução usando mapa curricu- lar, plano de aula, documento de elaboração e mapa conceitual. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D99/270 Quanto (How much) vai custar a imple- mentação? • Analisar a disponibilidade dos recursos financeiros, materiais etc. • Plano de avaliação, que inclui três etapas: identificar os tipos de resultados que se deseja influenciar por meio do treinamento (aprendizado, comportamento ou habili- dades); escolher um modelo de avaliação que permita determinar a influência do trein- amento nos resultados; planejar uma demonstração da forma como o resultado final é afetado pelo treinamento (ou seja, usar uma análise de custo-benefício). • Cálculo da relação custo-benefício do programa. Quanto o programa vai gastar e o que proporcionará a seguir em termos de benefícios. • Avaliação dos resultados: considerando a verificação de pontos críticos que de- mandam ajustamentos ou modificações no programa para melhorar sua eficácia. Fonte: elaborado pelo autor. Para saber mais É importante manter uma perspectiva ampla ao elaborar o treinamento, independentemente de ser um programa, aula ou curso on-line ou presencial. Os funcionários devem ser motivados a participar dos eventos de treinamento, utilizar o que aprenderam no trabalho, compartilhar conhecimentos e habili- dades com terceiros e continuar adaptando e modificando o conhecimento e as habilidades adquiridas, para atender às mudanças nas necessidades do negócio e do cargo (NOE, 2015). Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D100/270 O 5W2H ajuda no planejamento, na ex- ecução e no controle das tarefas relacio- nadas a um projeto ou a um programa de T&D, o que pode significar uma economia de tempo e recursos, afinal, quando bem implementado, as dúvidas dão lugar à pro- dutividade. Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D101/270 Glossário Cognitiva: A abordagem cognitiva procura explicar a criatividade a partir dos fenômenos rela- cionados à forma como apreendemos o mundo. É uma abordagem multidisciplinar, resultado das pesquisas relacionadas a diversas áreas (neurociências, psicologia, pedagogia, física e váriasoutras). Comportamentalista: A abordagem comportamentalista entende que o desenvolvimento das habilidades é determinado por suas relações como meio em que se encontram. Sociodemográfico: Estudo do comportamento social das interações e organizações humanas. Conhecimento referente à quantidade de um determinado grupo de pessoas por determinado território. Comportamento das pessoas de um certo lugar, ou território determinado, a ser estu- dado. Questão reflexão ? para 102/270 A literatura apresenta várias sugestões a respeito de roteiros para elaboração de programas de treinamento, de modo geral, bastante semelhantes. Você consegue identificar semelhanças e diferenças entre a proposta andragógica e as demais indicações sobre elaboração de programas de treinamento? 103/270 Considerações Finais • No modelo de processo conhecido como andragógico, prepara-se antecipa- damente um conjunto de procedimentos para estimular aprendizes e outras partes interessadas a participarem deste processo, que apresenta diferentes elementos que o fundamentam. • Nesta aula estudamos alguns elementos do processo andragógico: preparar o aprendiz; estabelecer um clima que leve à aprendizagem; criar um mecanis- mo para o planejamento mútuo; diagnosticar as necessidades para a apren- dizagem e formular os objetivos que irão atender a essas necessidades. • Identificamos aqui: sugestão de seleção de estratégias e meios instrucionais, alternativas para as modalidades de ensino/aprendizagem e considerações sobre as escolhas de instrutores (principalmente entre internos e externos). • Finalmente, reunimos várias indicações e orientações de diferentes autores para elaboração de programas de treinamento e desenvolvimento em uma ferramenta de planejamento (5W2H). Unidade 3 • Elaboração de Programas de T&D104/270 Referências CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar ta- lentos na empresa. 7. ed.. Barueri: Manole, 2009. KANAANE, R.; ORTIGOSO; S. A. F. Manual de treinamento e desenvolvimento do potencial hu- mano. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. KNOWLES, M.; HOLTON III, E.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados - uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. MENESES, P.; ZERBINI, T.; ABBAD, G. Manual de treinamento organizacional. Porto Alegre: Art- med, 2010. NOE, R. A. Treinamento e desenvolvimento de pessoas. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. 105/270 1. A educação tradicional é um modelo de conteúdo. O professor decide antecipadamente quais conhecimentos ou habilidades precisam ser trans- mitidos. O professor andragógico – modelo de processo – prepara ante- cipadamente um conjunto de procedimentos para envolver os aprendizes, inclusive na definição de conteúdo. Ao comparar os modelos, podemos concluir corretamente que: a) A diferença é que um deles trata de conteúdos e o outro não. b) Não há diferenças entre o modelo de processo e o modelo de conteúdo. c) Ambos estão interessados na aquisição de informações e habilidades. d) O modelo de processo se fundamenta na transmissão de informações. e) O modelo de conteúdo se ocupa da provisão de procedimentos e recursos para ajudar os aprendizes. Questão 1 106/270 2. No modelo andragógico, o professor prepara um conjunto de procedi- mentos para envolver os aprendizes em um processo que envolve – entre outros – os seguintes elementos: preparar o aprendiz; estabelecer clima propício à aprendizagem e criar condições para planejamento participativo. Todavia, ao considerar que a maior parte dos adultos não aprenderam a ser autodirigidos, qual é a recomendação da andragogia para esses casos? a) Decidir antecipadamente quais conhecimentos ou habilidades precisam ser transmitidos. b) Organizar os conteúdos definidos pelos professores em unidades lógicas de conhecimento. c) Selecionar os meios mais eficientes para transmitir as informações. d) Desenvolver plano para apresentar as unidades de conteúdo em certa sequência determi- nada. e) Breve explicação aos aprendizes sobre aprendizagem proativa e investigação sobre as suas experiências prévias. Questão 2 107/270 3. Um ambiente de treinamento deve apresentar confortos básicos em relação a temperatura, ventilação, toaletes, cadeiras confortáveis, iluminação, acústi- ca etc. Porque, se o clima não é propício à aprendizagem, não transmite que a organização valoriza as pessoas como seu ativo mais precioso e seu desen- volvimento como o investimento mais produtivo, todos os outros elementos no processo correm risco. Analise as proposições e indique a alternativa correta: a) Ambas as proposições são falsas. b) A primeira proposição é falsa e a segunda é verdadeira. c) A primeira proposição é verdadeira e a segunda é falsa. d) Ambas as proposições são verdadeiras, mas uma não justifica a outra. e) Ambas as proposições são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. Questão 3 108/270 4. Uma necessidade de aprendizagem pode ser identificada como uma lacu- na entre as competências especificadas ou desejadas e o nível atual de de- senvolvimento dos aprendizes. De acordo com a andragogia, qual é o prin- cipal elemento na avaliação das lacunas? a) A percepção do aprendiz sobre onde ele está agora e onde deseja ou precisa estar. b) Relatórios de reclamações de clientes a respeito serviços com a participação dos aprendizes. c) Relatórios de avaliação de desempenho produzidos pelos respectivos superiores hierárqui- cos. d) Aplicação de testes para verificação de respostas corretas diante de questões relevantes. e) Estabelecimento prévio de indicadores de metas e objetivos e comparação com os resulta- dos obtidos pelos aprendizes. Questão 4 109/270 5. Considere as seguintes proposições sobre formulação de objetivos de treinamento: I. Um verbo que denota uma ação observável (desenhar, identificar, reconhecer, computar, entre outros). II. Definição do instrumento ou meio a ser usado para a ação observável, a não ser que isso esteja implícito no verbo. III. Descrição precisa tanto do tipo de comportamento esperado quanto do contexto ao qual esse comportamento se aplica. IV. Descrição do que o aprendiz estará fazendo para demonstrar que atingiu o objetivo e como ele fazia antes do treinamento. Ao analisar as proposições acima, concluímos corretamente que: a) São verdadeiras apenas as proposições I, II, III. b) São verdadeiras apenas as proposições I, II, IV. c) São verdadeiras apenas as proposições I, III, IV. d) São verdadeiras apenas as proposições II, III, IV. e) São verdadeiras todas as proposições: I, II, III, IV. Questão 5 110/270 Gabarito 1. Resposta: C. A diferença é o estabelecimento prévio ou escolha unilateral dos conteúdos no modelo tradicional. 2. Resposta: E. As demais alternativas são ligadas ao mo- delo tradicional, ou seja, modelos pedagó- gicos nos quais os conteúdos apresentam prioridade sobre processo. 3. Resposta: E. A segunda afirmação mostra o risco em não atender o que a primeira recomenda. 4. Resposta: A. A lacuna é identificada por meio de autoa- valiação, em um processo andragógico. 5. Resposta: A. A descrição do comportamento anterior ao treinamento não é parte da formulação dos objetivos. 111/270 Unidade 4 Implementação de Programas de T&D Objetivos 1. Apresentar procedimentos relaciona- dos à implementação de Programas T&D. 2. Elencar ferramentas e técnicas de de- senvolvimento prático dos trabalhos de T&D junto aos treinandos. 3. Destacar as ferramentas de estudos de caso e jogos de empresa como par- te das ações efetivas em programas de T&D. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D112/270 Introdução Quando a sua organização já tiver conclu- ído o levantamento de necessidades de treinamento e também o planejamento do correspondente programa de T&D, chegou a hora de iniciar os trabalhos na prática. É neste momento que, pelo uso de metodo- logias inadequadas, podem surgirriscos na execução do programa, apesar dos cuidados que você teve no levantamento de necessi- dades e no planejamento do programa. Você se lembra da proposta andragógi- ca para T&D? Nela nós observamos que o professor prepara um conjunto de proce- dimentos para envolver os aprendizes em um processo que contém elementos que já estudamos como: (1) preparar o aprendiz, (2) criar um clima propício à aprendizagem, (3) estabelecer um planejamento participa- tivo, (4) diagnosticar as necessidades para a aprendizagem e (5) formular os objetivos do programa (KNOWLES; HOLTON III; SWA- NSON, 2011). Outros elementos ainda serão explorados em nossas aulas, como: (6) o desenho de um padrão para as experiências de apren- dizagem, (7) condução dessas experiências de aprendizagem com técnicas e materiais adequadose (8) avaliar os resultados da aprendizagem e fazer um novo diagnóstico das necessidades de aprendizagem. Nesta aula, você vai se ocupar do item (6) e princi- palmente do item (7) do processo. Além disso, você terá a oportunidade de co- nhecer, ou mesmo rever, diversas técnicas para o uso em sala de aula, ainda como par- te do item (7) com destaque para duas de- Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D113/270 las: o jogo de empresas e o estudo de casos, ambas utilizadas em larga escala no treina- mento e desenvolvimento de adultos nos dias de hoje. 1. Programas de T&D: Práticas e o Contrato Pedagógico de Apren- dizagem Prosseguindo com o processo que esta- mos estudando, veremos agora o desenho ou padrão de programas de aprendizagem. Um programa de aprendizagem pode ser entendido como um conjunto de projetos – simultâneos ou sequenciais – de apren- dizagem individual ou em grupo, cada um planejado e executado colaborativamente pelos aprendizes e profissionais escolhidos (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). O modelo de desenho andragógico envol- ve a escolha de áreas-problemas que foram identificadas e a seleção de formatos apro- priados para a aprendizagem, configuran- do unidades de aprendizagem experiencial, contemplando os métodos e os materiais indicados e organizando-os em uma sequ- ência que se mostre significativa e produtiva para os aprendizes e seu desenvolvimento. Os aprendizes precisam conhecer a teoria andragógica para participar ativamente da construção deste modelo? Knowles, Hol- ton III e Swanson (2011) entendem que os aprendizes podem usar todas as possibili- dades de recursos humanos (especialistas, professores, colegas, outros alunos e pes- soas da comunidade) e recursos materiais (literatura, equipamentos e software de Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D114/270 instrução programada e mídia audiovisual) quase sem se preocupar com a sua funda- mentação teórica, pois mesmo o professor mais convencional ou o programa de ensino mais linear serão utilizados de maneira pro- ativa, e não reativa, por um aprendiz auto- dirigido. 1.1 Operação das Atividades de Aprendizagem Esse elemento do processo de desenvolvi- mento do programa ocupa-se do papel do profissional de T&D e busca identificar e des- crever as possibilidades – métodos, técnicas e ferramentas – à disposição para o alcan- ce dos objetivos estabelecidos (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). Knowles, Holton III e Swanson (2011) con- sideram que o aspecto mais importante de papel do profissional gestor de programas de T&D é a sua função como desenvolvedor das equipes de desenvolvimento de pesso- as. Inclusive os próprios professores ou ins- trutores. Há dúvidas sobre a eficácia dos procedimen- tos de seleção para encontrar bons profes- sores. Muitos deles sabem ensinar, mas da maneira pedagógica tradicional, uma vez que foi assim que eles foram ensinados ou aprenderam a ensinar. Daí a importância do profissional gestor de T&D em orientá-los e até mesmo treiná-los, tanto em capacitação para a função quanto durante a carreira. Ao iniciar os trabalhos em sala de aula junto aos aprendizes, temos uma prática bastante Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D115/270 contrato ao longo do percurso de aprendi- zagem. O contrato de aprendizagem pode solucionar vários problemas, como: • As diferenças de formação, experiên- cia, interesses e habilidades que sur- gem em muitos grupos adultos, ofe- recendo oportunidades para os alu- nos personalizarem seus planos de aprendizagem. • A necessidade de identificar vários re- cursos de forma que aprendizes dis- tintos possam usar recursos diferen- tes para aprender as mesmas coisas. • Problema de oferecer um procedi- mento sistemático para envolver o aprendiz de maneira responsável a fim de avaliar os resultados da apren- dizagem. difundida, cuja eficácia é aceita por todos, é o contrato pedagógico de aprendizagem. Trata-se da construção de um compromis- so, também do professor, mas principal- mente do aluno consigo mesmo no proces- so de aprendizagem. O docente tem o papel de mediar a ela- boração e acompanhar a aplicação desse Para saber mais Contrato de aprendizagem é uma importante ferramenta de autonomia do aluno como figura central no processo de aprendizagem, pois, nes- se contrato, o aluno explora o seu caminho de aprendizagem, por meio da participação na con- figuração de um plano de ação, com definição de metas e a descrição dos meios para alcançá-las. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D116/270 2. Métodos, Técnicas e Ferramentas para Sala de Aula em T&D Vamos agora conhecer ou rever algumas possibilidades de trabalho em sala de aula para a parti- cipação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. Para saber mais No texto Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa, Paiva et al. (2006) afirma: (...) são elaboradas novas compreensões de ensino e propostas alternativas para sua operacionalização, entre elas as denominadas metodologias ati- vas de ensino-aprendizagem. Estas rompem com o modelo tradicional de ensino e fundamentam-se em uma pedagogia problematizadora, onde o aluno é estimulado a assumir uma postura ativa em seu processo de apren- der, buscando a autonomia do educando e a aprendizagem significativa. PAIVA, Marlla Rúbya Ferreira et al. Metodologias ativas de ensino-aprendizagem: revisão integrativa. Sanare, Sobral, v. 15, n. 2, 2016. Disponível em: <https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/ download/1049/595>. Acesso em: 1 ago. 2017. https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/download/1049/595 https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/download/1049/595 Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D117/270 Exposição dialogada: é muito semelhan- te a uma aula convencional por ser exposi- tiva, mas observe que é dialogada, assim o professor não fala sozinho. A apresentação realizada pelo docente tem a finalidade de expor ou sistematizar informações ou pro- cedimentos. Mesmo a figura do docente ocupando uma posição central, é essencial que os conhecimentos prévios dos alunos sejam considerados como ponto de partida. Igualmente importante é que seja estabele- cida uma relação de diálogo entre docente e alunos, na qual ambos interajam entre si e com o objeto de estudo (SENAC, 2015). Debate: oportuniza a troca de ideias para que sejam apresentados – pelos participan- tes – os diversos lados de uma mesma ques- tão. Desenvolve ou aprimora a habilidade de argumentação, bem como diagnostica o nível de conhecimento dos alunos sobre de- terminado assunto. O foco do debate deve girar em torno da temática proposta, de ma- neira objetiva. Na medida em que os alunos apresentam seus pontos de vista, o docente faz a mediação do debate, trazendo novos elementos ou mesmo retomando o foco do tema em questão. Apresentação e discussão de vídeo: é a exibição de trechos de filmes de grande cir- culação, curtas disponíveis na internet ou filmes produzidos com objetivos educacio- nais. Os filmes devem ser utilizados com a intencionalidade pedagógica (sensibiliza- ção, ilustração, simulação e conteúdo),pre- viamente definida. è importante que sejam designadas tarefas a serem desenvolvidas Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D118/270 pelos alunos durante e após a projeção do filme, no sentido de orientar sua atenção para a informação a ser trabalhada (SENAC, 2015). Brainstorming: técnica utilizada em grupos com o objetivo de estimular a criatividade, a escuta ativa e a participação direcionadas a um objetivo específico. Fundamenta-se na aceitação, sem críticas ou julgamentos, de todas as contribuições feitas pelos alu- nos envolvidos. O docente começa propon- do uma questão, um problema ou simples- mente um tópico, podendo utilizar imagens, notícias, sons etc. Em função disso, os alu- nos manifestam de maneira espontânea as possíveis respostas, soluções, palavras, ex- pressões ou ideias relevantes. Mapa conceitual: é a representação gráfica de uma estrutura por meio de suas caracte- rísticas e relações, explicitando os elemen- tos mobilizados por alunos individualmente ou pela turma. Tem por objetivo demonstrar a articulação dos conceitos preexistentes com os novos, por meios de desafios que sejam significativos. O mapa é usado, fre- quentemente, como estratégia para regis- tro individual, mas pode ser adotado para um registro coletivo da turma. Nessa cons- trução, são os alunos que sugerem e orga- nizam o mapa conceitual, que representa o conhecimento coletivo da turma. Dinâmica de grupo: técnica utilizada com o objetivo de integrar, desinibir, divertir e refletir acerca da postura dos participantes na interação com o grupo. Deve-se planejar Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D119/270 a atividade optando por uma dinâmica que seja adequada ao público-alvo, aos objeti- vos pré-definidos e aos recursos didáticos disponíveis. A mediação docente precisa ser feita de modo a deixar claras as regras da dinâmica e viabilizar as condições necessá- rias para que os alunos interajam de acor- do com a intencionalidade pedagógica em questão. A finalização da dinâmica precisa ser feita de modo que os alunos, com o au- xílio do docente, estabeleçam relações en- tre as situações vivenciadas na dinâmica e situações da vida real, favorecendo a apren- dizagem significativa. Dramatização: é a simulação na qual ocorre uma representação teatral da ação profis- sional envolvida. A dramatização ocorre a partir da representação de papéis predefi- nidos, mas o desempenho dos alunos preci- sa ser avaliado, não em termos de qualidade dramática, e sim em relação aos conheci- mentos, habilidades e atitudes abordados (SENAC, 2015). Palestra: é a apresentação de um tema, por uma ou mais pessoas que dominam um as- sunto. Pretende-se informar ou atualizar o público, sendo aberta ao questionamento após a apresentação. Pode servir para apro- ximar os alunos do contexto profissional, a partir do conhecimento e experiência com- partilhados pelo palestrante. Os alunos po- dem construir um roteiro preliminar de per- guntas considerando os temas e práticas abordados, visando alcançar o objetivo de aprendizagem pretendido. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D120/270 Storytelling: é o compartilhamento de his- tórias (vividas, criadas ou observadas) pelos alunos. Contribui para o desenvolvimento da linguagem, análise e síntese de informa- ções, a expressão da criatividade, enca- deamento de ideias e compartilhamento de experiências, utilizando-se de palavras ou recursos audiovisuais para construir e apresentar histórias. Os alunos devem criar uma narrativa a partir de um roteiro estruturado, de modo a fornecer o enca- deamento lógico e envolvente da história, alinhados aos elementos da competência a serem trabalhados. Experimentação ou simulação: é o exercí- cio de uma ou mais atividades profissionais, visando reproduzir a realidade do mundo do trabalho. Por se basear em ações relaciona- das às competências a serem desenvolvidas ou aprimoradas, estimula a mobilização de conhecimentos, habilidades e valores/ati- tudes e a tomada de decisões. A simulação pode ser realizada de modo físico ou digital, de acordo com as características do fazer profissional em questão. A diferença con- siste no fato de que, na experimentação, o fazer profissional não é “imitado” e sim re- produzido pelos alunos (SENAC, 2015). Visita técnica: é a visita a um ambiente real de trabalho para observar práticas e situ- ações profissionais. Deve-se planejar e or- ganizar a atividade, realizando os registros pertinentes, providenciando os recursos necessários para a saída dos alunos, orien- tando sobre os objetivos e as regras da visita e acompanhando a turma in loco. Aos alu- Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D121/270 nos cabe a organização de um roteiro pré- vio que servirá como base para a observa- ção, a realização de registros relacionados aos objetivos propostos e a sistematização desses registros para posterior análise. Pesquisa: são atividades orientadas e pla- nejadas pela busca de um conhecimento. É usada para estabelecer ou confirmar fa- tos, reafirmar os resultados de trabalhos anteriores e resolver problemas, podendo, também, desenvolver, reproduzir, ampliar, detalhar e atualizar um conhecimento pre- existente. Os alunos podem realizar buscas sobre temas diversos, em diferentes fontes, sistematizando os resultados a partir da ob- servação, análise, interpretação e estabele- cimento de relações entre conhecimentos novos e prévios. Webgincana: são jogos de equipe, cujos de- safios são lúdicos e exigem o uso de infor- mações disponíveis na web como principal fonte para resolvê-los. As respostas aos de- safios devem ser curtas e diretas. Os alunos atuam em equipe e cada uma delas define estratégias para a busca eficiente das infor- mações, oportunizando o pensamento crí- tico, a construção do conhecimento, orien- tando o acesso a informações autênticas, promovendo a aprendizagem colaborativa, a criatividade e o compartilhamento de sabe- res. Para essa atividade, o docente, primei- ramente, define a intencionalidade pedagó- gica correspondente para, então, elaborar e organizar o passo a passo dos desafios, pro- pondo um conjunto de questões ou o desen- volvimento de um projeto (SENAC, 2015). Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D122/270 Projetos: o questionamento dos alunos dá origem a um processo de investigação, cujo objetivo principal é propor soluções para o problema formulado. O desenvolvimento do projeto gera necessidades de aprendi- zagem e, nesse processo, o conhecimento passa a ser o meio para que o aluno interaja com a realidade de forma crítica e dinâmi- ca. Normalmente, o resultado final do pro- jeto contempla aspectos inovadores, tan- to na sua essência quanto na sua forma de apresentação. World café: são rodadas em pequenos gru- pos pautadas por questões a serem anali- sadas. Cada grupo ocupa uma das mesas, analisa as questões durante um tempo de- finido e registram suas conclusões na toa- lha de papel da própria mesa. Para passar à rodada seguinte, os integrantes de cada grupo se dirigem a outra mesa e dão con- tinuidade à análise, considerando, agora, os registros realizados pela equipe anterior e complementando-os com novos aportes pertinentes (SENAC, 2015). Link Confira um pouco mais sobre a importância das metodologias ativas. TERRA, Virgínia. O que é Metodologia Ativa e por que ela é tão importante em uma graduação. 2017. Fappes. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D123/270 3. Estudos de Casos e Jogos de Empresas 3.1 Estudos de Casos O docente deve preparar e apresentar o caso a ser discutido e na sequência, os alu- nos, em grupos, analisam a situação, mani- festando seus pontos de vista e identifican- do aspectos sob os quais o problema pode ser enfocado. A seguir, cada grupo de tra- balho expõe aos demais sua visão acerca do caso. Os pontos principais são retomados e as conclusões dos diferentes grupos são analisadas em conjunto, contando com amediação do docente. Maximiano (1980) nos ensina que o méto- do do caso se aplica a partir de uma des- crição de uma situação ou problema que exige análise ou tomada de decisão, po- dendo apresentar algumas das seguintes características: (a) situação real enfrentada por uma organização ou um profissional, (b) Para saber mais O método do caso consiste na utilização de ca- sos como recursos educacionais. Seu objetivo es- pecífico é o desenvolvimento de habilidades, em ambiente de laboratório. O estudo de caso é uma técnica de simulação que procura criar uma rea- lidade fictícia ou a utilização de um fato verídico em que o aluno poderá aplicar seus conhecimen- tos em uma ação “prática”. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D124/270 narrativa do ponto de vista da pessoa que deve tomar ou tomou a decisão (c) pode basear-se no relato dessa pessoa ou de outras envolvidas na situação, ou (d) pode também basear-se em fon- tes, como documentos e publicações na imprensa. O caso, portanto, focaliza uma situação – empresa, evento, pessoa ou decisão – que representa uma oportunidade de aprendizagem que é apresentada na forma de um relato (MAXIMIANO; SBRAGIA, 1980). Link Neste artigo, os autores relatam uma pesquisa em que seus entrevistados afirmam que o método do estudo de caso é uma ferramenta de ensino eficaz, que exercita a capacidade de refletir sobre situações- -problema reais e possibilita a conexão do ensino acadêmico com a realidade profissional. PEREIRA, C. M.; LEAL, E. A. Contribuição do método do estudo de caso no processo de ensino e apren- dizagem da disciplina análise de custos do curso de ciências contábeis. In: SEMEAD - SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO - FEA - USP, 18., 2015, São Paulo. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://sistema. semead.com.br/18semead/resultado/trabalhosPDF/395.pdf>. Acesso em: 21 set. 2017. http://sistema.semead.com.br/18semead/resultado/trabalhosPDF/395.pdf http://sistema.semead.com.br/18semead/resultado/trabalhosPDF/395.pdf Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D125/270 A extensão do relato depende da complexi- dade da situação, dos objetivos do autor e de outros fatores. O relato pode caber em uma página ou exigir centenas de páginas e horas de leitura. Em geral, o estudante ou treinan- do só toma contato com o relato da situação. No entanto, o relato é, idealmente, acompa- nhado por notas de ensino que são usadas pelo instrutor como guia de aplicação. Como qualquer outra estratégia, o método do caso tem suas vantagens e desvantagens. Como vantagens, podemos identificar: • Mostra a aplicação prática de concei- tos e técnicas, estabelecendo vínculos entre o ambiente de ensino e o mundo real das organizações e empresas. • Cria situações dinâmicas no ambiente de aprendizagem, mantendo o estu- dante envolvido na solução de proble- mas empresariais práticos. • Permite desenvolver habilidades ana- líticas e decisórias, além de habilida- des interpessoais, quando os casos são estudados em pequenos grupos. • Presta-se tanto ao ensino presencial quanto à distância, já que podem ser estudados e debatidos independen- temente da presença física dos alunos (MAXIMIANO; SBRAGIA, 1980). Podem surgir, entretanto, desvantagens e limitações do método do caso: • Muitos casos têm vida útil curta por retratarem problemas datados, como Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D126/270 hiperinflação, um governo específico ou produtos obsoletos. • Não é possível criar explicações abrangentes para qualquer situação com base em casos isolados, apenas hipóteses. • Pouca ou nenhuma inferência pode ser feita para outras situações e con- textos (MAXIMIANO; SBRAGIA, 1980). Quando aplicado individualmente, o estu- do de caso é uma técnica de resolução de problemas e tomada de decisão pessoal. Em grupos, passa a ser um método de aprendi- zado e de desenvolvimento de trabalho em equipe, fortalecendo a base conceitual de cada aluno e sua argumentação, para expor sua linha de pensamento, fazer-se com- preendido, mas também apto a aceitar as ideias dos demais componentes do grupo, proporcionando e desenvolvendo habilida- des sociais muito proveitosas no convívio empresarial (POZO, 1996). 3.2 Jogos de Empresas Um jogo é uma atividade lúdica com regras e intencionalidade pedagógica predefini- das. Sua utilização estimula a participação dos aprendizes em experiências que possi- bilitam a construção individual e coletiva de conhecimento e a integração. Quando um jogo acontece, podemos obser- var reações e comportamentos peculiares, pois estão presentes o lúdico e a imagina- ção, há certo grau de tensão entre os joga- Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D127/270 dores, mas as atitudes são espontâneas. Um jogo é sempre uma atividade livre: as pessoas jogam quando sentem vontade, ninguém é obrigado a jogar, caso não desejar (GRAMIGNA, 2007). Link Hemzo e Lepschi (2005, p.1) apresentam o seguinte estudo: (...) uma pesquisa sobre o histórico e o uso dos jogos de empresas no ensino para adultos. (...) Os jogos de empresa permitem e incentivam a aprendizagem e a experimentação em um ambiente de baixo risco, valorizando a aplicação do conhecimento técnico da área gerencial, ao mesmo tempo em que desen- volve habilidades de relacionamento pessoal e de trabalho em equipe. HEMZO, M. A.; LEPSCHI, S. L. Jogos de simulação estratégica de marketing - uma alternativa andragógica no ensino de administração. In: SEMEAD - SEMINÁRIOS EM ADMINISTRAÇÃO - FEA - USP, 8., 2005, São Paulo. Anais eletrônicos... Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/8semead/resultado/tra- balhosPDF/448.pdf>. Acesso em: 21 set. 2017. http://sistema.semead.com.br/8semead/resultado/trabalhosPDF/448.pdf http://sistema.semead.com.br/8semead/resultado/trabalhosPDF/448.pdf Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D128/270 É comum, na maioria dos jogos, que tenha- mos a participação de mais de uma pessoa, todas sempre conhecedoras das regras que determinam como jogar e quem vencerá. Aliás, as regras devem ser claras no que se refere a destinar recompensas, punições e impor limites aos jogadores. As regras é que diferenciam o jogo de outras técnicas, ex- plicitando formas de vencer e declarando aberta a competição entre os participantes. Sobre os tipos de jogos, embora existam di- ferentes critérios e várias classificações cor- respondentes, Gramigna (2007) nos propõe três grandes grupos: Jogos de comportamento: Cujo tema cen- tral permite que se trabalhem temas vol- tados às habilidades comportamentais. O mediador enfatiza aspectos como coopera- ção, relacionamento inter e intragrupal, fle- xibilidade, cortesia, afetividade, confiança e autoconfiança, dentre outras. Jogos de processo: Com maior ênfase às habilidades técnicas, são preparados de tal forma que, para atingir seus objetivos, as equipes passam por processos simula- dos nos quais devem: planejar e estabelecer metas; negociar; aplicar princípios de co- municação efetiva; analisar, criticar, classi- ficar, organizar e sintetizar; liderar e coor- denar grupo; administrar tempo e recursos; estabelecer métodos de trabalho; montar estratégias para tomada de decisão; orga- nizar processos etc. Jogos de mercado: Semelhantes aos jogos de processo, mas são direcionados às ativi- dades que reproduzem situações de merca- Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D129/270 do, como: concorrência; tomada de decisão com risco calculado; terceirização e impli- cações no mercado; parceria empresa-for- necedor; pesquisa de mercado; estratégias ou expansão no mercado e negociação em larga escala (GRAMIGNA, 2007). Ao optar por um tipo de jogo, o mediador deverá organizar-se para que ele contem- ple algumas características básicas indica- dos a seguir. Na medida do possível, o cenário do jogo deve reproduzir situações semelhantes às do dia a dia dos participantes, permitindo o estabelecimento de ligações entre a vivên- cia proporcionadapelo jogo e seu cotidiano no trabalho. Todo jogo é desenvolvido de acordo com um sistema de papéis, que podem ser classifi- cados em: (a) papéis estruturados: os par- ticipantes recebem orientações detalhadas sobre o comportamento que deverão adot- ar, (b) papéis semiestruturados: neste caso, o facilitador indica de forma genérica a ma- Para saber mais A maneira como apresentamos o contexto do jogo determinará o nível de envolvimento dos jo- gadores. O uso adequado do tom de voz, da mo- dulação e do ritmo tendem a atrair a atenção. Se o facilitador transmite desanimo, tom de voz baixo, evita olhar para o grupo e coloca-se atrás de uma mesa, pode causar o afastamento e a apatia entre os jogadores. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D130/270 neira como cada um deve exercer seu papel, ou (c) papéis desestruturados: o mediador apresenta o problema e o próprio grupo determina quem faz o que e de que forma (GRAMIGNA, 2007). Repetindo, é fundamental que os partic- ipantes compreendam as regras do jogo. Para tanto, o mediador pode utilizar re- cursos como cartazes, flip-chart, lousa ou transparências. As regras devem ser fixadas em local visível para o grupo e nele perman- ecer até que a vivência se conclua. Além da vivência em si, os jogos como es- tratégia de aprendizagem comportam uma fase prévia e uma posterior. A etapa que o antecede inclui ações como a contextual- ização da atividade, a distribuição dos joga- dores, as regras e instruções. Já o pós-jogo se estrutura de acordo com os relatos dos participantes, a análise de sua atuação, as conclusões elaboradas e o encerramento (SENAC, 2015). Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D131/270 Glossário Lúdico: Segundo o site Significados: (...) é um adjetivo masculino com origem no latim ludos que remete para jogos e divertimento. Uma atividade lúdica é uma atividade de entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas envolvidas. O conceito de atividades lúdicas está rela- cionado com o ludismo, ou seja, atividade relacionadas com jogos e com o ato de brincar. Os conteúdos lúdicos são muito importantes na aprendizagem. Disponível em: <https://www.significados.com.br/ludico/>. Acesso em: 1 ago. 2017. Metodologia Ativa: Segundo Terra (2016): “(...) é uma concepção educacional que coloca os estudantes como principais agen- tes de seu aprendizado. Nela, o estímulo à crítica e reflexão são incentivados pelo professor que conduz a aula, mas o centro desse processo é, de fato, o próprio aluno.” TERRA, Vírginia. O que é Metodologia Ativa e por que ela é tão importante em uma gradua- ção. Disponível em: <http://fappes.edu.br/blog/2016/04/06/metodologia-ativa-na-graduacao/>. Acesso em: 1 ago. 2017. https://www.significados.com.br/ludico/ http://fappes.edu.br/blog/2016/04/06/metodologia-ativa-na-graduacao/ Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D132/270 Glossário Storytelling: Segundo Nogueira (2016): “(..) é uma palavra em inglês, que está relacionada com uma narrativa e a capacida- de de contar histórias relevantes, basicamente se refere a um contador de histórias. (...) O Storytelling é uma ótima ferramenta para compartilhar conhecimento. E essa arte de contar histórias aproxima as pessoas da empresa, pois, o ser humano esta- belece ligações interpessoais através de uma narrativa.” NOGUEIRA, J. O que é storytelling? Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/ marketing/o-que-e-storytelling/76803/> Acesso em: 1 ago. 2017. http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-que-e-storytelling/76803/ http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/o-que-e-storytelling/76803/ Questão reflexão ? para 133/270 Você deve ter observado como é importante a etapa de re- alização, de execução prática do treinamento, não é mes- mo? Viu também que existem muitos recursos e técnicas para que essas atividades se desenvolvam com a partici- pação ativa dos alunos ou aprendizes. E você, no papel de instrutor ou mediador, quais técnicas utilizaria em uma de- terminada situação de aprendizagem? E como você usaria sua criatividade para mesclar diferentes técnicas, simulta- neamente ou sequencialmente, com o mesmo propósito? 134/270 Considerações Finais • Para diminuir os riscos de resultados insatisfatórios no programa de treina- mento, nova atenção deve-se voltar às ações em sala de aula, mesmo depois de um atento trabalho de levantamento de necessidades de treinamento e seu respectivo planejamento de programa de T&D. • O contrato pedagógico de aprendizagem é um passo muito importante para se firmar o compromisso entre as partes, principalmente do aluno consigo mesmo e com o seu aprendizado, valorizando sua participação e desenvol- vendo sua autonomia. • Existem muitas alternativas que contemplam métodos, técnicas e ferra- mentas para uma ação educacional efetiva, especialmente quando esta- mos falando de adultos. Devemos conhecer essas ferramentas e compreen- der em quais situações de aprendizagem elas se tornam mais eficazes. • Os jogos de empresas e os estudos de casos são duas técnicas amplamente utilizadas e que podem se combinar com outras ferramentas buscando o comprometimento e a aprendizagem significativa dos alunos e treinandos. Unidade 4 • Implementação de Programas de T&D135/270 Referências GRAMIGNA, M. R. Jogos de empresa. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. KNOWLES, M.; HOLTON III, E.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados - uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. MAXIMIANO, A. C. A.; SBRAGIA, R. Método do caso no ensino de administração. In: BOOG, G. G. (Org.) Manual de treinamento e desenvolvimento. São Paulo: McGraw-Hill, 1980. POZO, H. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1996. SENAC, S. N. DE A. C. Banco de estratégias de ensino-aprendizagem, Apostila de Treinamento. 3. ed. São Paulo: SENAC, 2015. 136/270 1. Há uma importante ferramenta de autonomia do aluno como figura cen- tral no processo de aprendizagem, na qual o aluno explora o seu caminho de aprendizagem, por meio da participação na configuração de um plano de ação, com definição de metas e a descrição dos meios para alcançá-las. Como é conhecida esta ferramenta? a) Descrição de cargos. b) Análise de desempenho. c) Contrato de aprendizagem. d) Programas de treinamento e desenvolvimento. e) Levantamento das necessidades de treinamento. Questão 1 137/270 2. Oportuniza a troca de ideias para que sejam apresentados – pelos ________ – os diversos lados de uma mesma questão. Desenvolve ou aprimora a habilidade de ________, bem como diagnostica o nível de co- nhecimento dos alunos sobre determinado assunto. O foco do ________ deve girar em torno da temática proposta, de maneira ________. Tendo em vista o enunciado anterior, selecione a alternativa que apresenta as palavras que pre- enchem corretamente as lacunas, em sua respectiva ordem. a) Palestrantes - leitura - debate - objetiva. b) Participantes - leitura - professor - objetiva. c) Palestrantes - leitura - professor - independente. d) Participantes - argumentação - debate - objetiva. e) Participantes - argumentação - professor - independente. Questão 2 138/270 3. Técnica utilizada em grupos com o objetivo de estimular a criatividade, a escuta ativa e a participação direcionadas a um objetivo específico. Fun- damenta-se na aceitação, sem críticas ou julgamentos, de todas as con- tribuições feitas pelos alunos envolvidos. Como é conhecida essa técnica? a) Dramatização. b) Brainstorming. c) Mapa conceitual. d) Dinâmica de grupo. e) Exposição dialogada. Questão 3 139/270 4. Quando aplicado individualmente, o estudo de caso é uma técnica de resolução de problemas e tomada de decisão pessoal. Em grupos, passa a ser um método de aprendizado e de desenvolvimento de trabalho em equipe. Qual é a justificativa abaixoque torna verdadeira a segunda afirmação? a) Fortalecer a argumentação do aluno, quando em grupo, independe de base conceitual. b) Proporcionar habilidades sociais, o que é muito proveitoso ao trabalho remoto e individual. c) Como o estudo de caso não tem resposta única, ganha quem tiver maior persuasão no grupo. d) Fortalecer a base conceitual e a argumentação do aluno, para impor a sua linha de pensa- mento. e) Fazer-se compreendido é importante como considerar as ideias dos demais componentes do grupo. Questão 4 140/270 5. Entre os tipos de jogos, encontram-se aqueles cujo tema central permite que se trabalhem aspectos voltados a determinadas habilidades, em que o mediador enfatiza elementos como cooperação, relacionamento inter e intragrupal, flexibilidade, cortesia, afetividade, confiança e autoconfiança, dentre outras. Qual é a classificação mais adequada desse tipo de jogo? a) Jogos de mercado. b) Jogos de processo. c) Jogos de entretenimento. d) Jogos de comportamento. e) Jogos de processo e de pessoas. Questão 5 141/270 Gabarito 1. Resposta: C. Contrato de aprendizagem é uma ferramen- ta de autonomia do aluno como figura cen- tral no processo de aprendizagem, na qual o aluno explora o seu caminho de aprendiza- gem, por meio da participação na configu- ração de um plano de ação, com definição de metas e a descrição dos meios para al- cançá-las. 2. Resposta: D. O debate oportuniza a troca de ideias para que sejam apresentados – pelos participan- tes – os diversos lados de uma mesma ques- tão. Desenvolve ou aprimora a habilidade de argumentação, bem como diagnostica o nível de conhecimento dos alunos sobre de- terminado assunto. O foco do debate deve girar em torno da temática proposta, de maneira objetiva. 3. Resposta: B. Brainstorming é uma técnica utilizada em grupos com o objetivo de estimular a cria- tividade, a escuta ativa e a participação di- recionadas a um objetivo específico. Funda- menta-se na aceitação, sem críticas ou jul- gamentos, de todas as contribuições feitas pelos alunos envolvidos. 4. Resposta: E. Quando bem trabalhados, os estudos de caso podem fortalecer tanto a base concei- 142/270 Gabarito tual como a argumentação (que depende de conceitos), mas não para impor pensa- mentos ou simplesmente ser persuasivo. E as habilidades sociais são mais proveitosas em trabalho em equipe (não individual). 5. Resposta: D. Jogos de comportamento enfatizam ele- mentos como cooperação, relacionamen- to inter e intragrupal, flexibilidade, corte- sia, afetividade, confiança e autoconfiança, dentre outras. As outras duas possibilida- des seriam jogos de mercado ou jogos de processos (que apresentam outras ênfases). As demais alternativas não fazem parte do mesmo critério proposto de classificação. 143/270 Unidade 5 Avaliação de Programas de T&D Objetivos 1. Situar a importância das avaliações de programas T&D. 2. Descrever a metodologia de avaliação de T&D em quatro níveis. 3. Apresentar a metodologia MAIS para avaliação de T&D. Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D144/270 Introdução A avaliação de treinamento é um processo muito importante que pode proporcionar benefícios como: alinhamento das ações do treinamento com o plano estratégico da empresa; mapeamento dos colaboradores que necessitam de treinamento; identifi- cação das barreiras que surgem entre as equipes e dificultam seu progresso; estabe- lecimento de critérios para reconhecimento e recompensa dos participantes e geração de oportunidades para uma retroalimen- tação, objetivando a melhoria contínua do programa (CAMPOS et al., 2004). Ao investir em treinamento, uma empresa espera resultados como aumento de produ- tividade, mudanças positivas de comporta- mento, melhoria do clima organizacional, otimização de custos, redução de aciden- tes, menor rotatividade de pessoal e outros. Portanto, ao terminar uma ação de treina- mento devemos avaliá-lo junto com os trei- nandos e verificar posteriormente se, ou quanto, ele trouxe ganhos realmente para a empresa e para as pessoas. Em algumas empresas, porém, o treina- mento parece ser conduzido como uma ati- vidade ligada apenas às rotinas da área de recursos humanos ao invés de ser entendi- do como parte de um planejamento estra- tégico alinhado aos objetivos de desenvol- vimento organizacional. Talvez isso ocorra pelo desconhecimento da amplitude deste campo de estudo e, por conseguinte, dos benefícios que ele pode acarretar para a or- ganização e para os colaboradores, dentro Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D145/270 de uma visão menos isolada e mais sistêmi- ca de treinamento (CAMPOS et al., 2004). 1. Metodologia de Avaliação T&D em Quatro Níveis Sabemos que o treinamento não é um fim, mas um meio para atingir certos objetivos, resultados antecipadamente definidos. Fre- quentemente é realizado o levantamento das necessidades de treinamento que indi- ca os resultados a serem buscados (CHIA- VENATO, 2009). O impacto resultante das ações de treina- mento no ambiente de trabalho é a razão da existência dos programas de treinamen- to e desenvolvimento. Além da aquisição de conhecimentos, é preciso que as ações de treinamento sejam capazes de desenvolver habilidades e provocar mudanças na atitude das pessoas e, por consequência, nos resul- tados das organizações (MOURÃO; ABBAD; ZERBINI, 2014). Os programas de treinamento têm a inten- ção de proporcionar capacitação ou aper- feiçoamento por meio da aprendizagem. Mas nem todas as ações educacionais pro- duzem a aprendizagem que delas se espera. É preciso, então, identificar os fatores que mais contribuem para a aprendizagem no sistema de T&D, daí a importância da ava- liação de treinamento. A aprendizagem está ocorrendo de fato e sendo transferida para as atividades de trabalho (MOURÃO; MARINS; 2009)? Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D146/270 Importante destacar que o treinamento nem sempre é a solução para certos proble- mas organizacionais e há outras variáveis – além do treinamento – que podem influen- ciar o desempenho. Ou seja, mesmo com uma avaliação de impacto do treinamento bem conduzida, é difícil isolar essa variável a ponto de afirmar que uma mudança de desempenho positiva seja decorrente ape- nas da ação de capacitação. O contrário também é verdadeiro: se o in- divíduo não conseguiu aplicar no trabalho o que aprendeu no treinamento, não sig- nifica, necessariamente, fracasso do trei- namento, afinal outras variáveis podem in- fluenciar negativamente a transferência de treinamento para o ambiente de trabalho (MOURÃO; ABBAD; ZERBINI, 2014). Mesmo assim, ainda é bastante comum que os esforços de avaliação de programas de T&D se limitem apenas aos questionários de avaliação de reação e a uma posterior apli- cação da avaliação de desempenho para tentar identificar um suposto impacto na atuação profissional. As atividades de avaliação requerem conhe- cimento de sua natureza e complexidade, para tornar possível a concepção de instru- mentos e métodos de avaliação de treina- mento e desenvolvimento que sejam racio- nais e justos, para proporcionar a mensura- ção das contribuições das ações avaliadas, e a própria reorganização contínua das ati- vidades de T&D, incluindo novos aportes de recursos para a área (CAVALCANTI, 1990). Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D147/270 Embora a avaliação de treinamento venha recebendo certo destaque nas pesquisas da área, ainda há poucas evidências de que as organizações estejam aplicando os resulta- dos de pesquisas científicas na elaboração de seus programas de treinamento (MOU- RÃO; MARINS, 2009). 1.1 Modelo de Avaliação de Kirkpatrick Para analisar os resultados e seus impactos para os negócios, pois esta é uma pressão sobre executivos e gestores da área, de- monstrando como esses programas aten- dem às expectativas organizacionais, o mo- delo mais adotado de avaliação é o propos- to por Donald L. Kirkpatrick (1976).A conceitualização de Kirkpatrick sobre o processo de avaliação é a mais congruen- te com os princípios andragógicos e a mais prática de todas as formulações para a me- dição da qualidade e da efetividade do trei- namento, para Knowles , Holton III e Swa- nson (2011), partindo da análise de quatro níveis de avaliação, ou quatro passos, todos necessários a uma avaliação eficaz do pro- grama (KIRKPATRICK, 1976) . Nível 1 - Reação: mede a satisfação dos participantes e como estes reagem ao con- teúdo do treinamento, seu programa, o ma- terial didático, a carga horária, seus instru- tores e os recursos utilizados, de maneira a melhorar sua realização no futuro e até mesmo eliminar programas que não satisfi- zerem os participantes do programa. Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D148/270 São coletados dados sobre a reação dos participantes a respeito do que eles mais gostam e menos gostam, e que sentimentos positivos e negativos eles têm. Esses dados podem ser obtidos por meio de formulários de avaliação de final de sessão, entrevistas ou discussões em grupo (KNOWLES; HOL- TON III; SWANSON, 2011). Entende-se que esse nível é muito impor- tante (e exatamente nesta ordem cronoló- gica), pois evidenciam-se os interesses e a motivação dos participantes, fatores deter- minantes para a aprendizagem efetiva. As respostas desse nível podem oferecer inte- ressantes indicações como: (a) se os partici- pantes se sentiram confusos em algum mo- mento, (b) se alguma parte do treinamen- to não foi bem absorvida pela turma e (c) o quão engajados os participantes estão no treinamento. Nível 2 - Aprendizado: busca verificar o quanto os participantes podem mudar de atitude, ampliar seus conhecimentos e/ou habilidades (pretende avaliar o que efetiva- mente os participantes aprenderam). Link Veja um exemplo de avaliação de reação no site indicado com o seguinte questionário: Avaliação treinamentos - Questionário de avaliação do treina- mento. Disponível em: <http://www.proimagem. com/avaliacao/>. Acesso em: 7 ago. 2017. http://www.proimagem.com/avaliacao/ http://www.proimagem.com/avaliacao/ Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D149/270 Envolve a coleta de dados sobre os princí- pios, fatos e técnicas que foram adquiridos pelos participantes. Para verificar a apren- dizagem de habilidades, testes de desem- penho podem ser apropriados, como operar uma máquina, fazer entrevistas, falar, ouvir, ler, escrever etc. Podem ser usados tanto testes padronizados quanto personalizados de recapitulação de informações ou exercícios de resolução de problemas para mensurar o conhecimen- to. Instrumentos como escalas de atitude, dramatizações ou outras simulações, ou es- tudos de caso, podem gerar progressos na aprendizagem de atitudes (KNOWLES; HOL- TON III; SWANSON, 2011). É importante salientar que esse passo deve incluir tanto pré-testes quanto pós-testes, de forma a mensurar os ganhos específicos aos aprendizes, resultantes das experiên- cias de aprendizagem. Nível 3 - Comportamento: identifica o quanto os participantes mudaram seu com- portamento em decorrência do que foi aprendido (verifica se o participante colo- cou em prática, no trabalho, o conteúdo aprendido). Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D150/270 Não é suficiente que o participante tenha gostado do treinamento e até mesmo tenha aprendido com ele. O terceiro passo é a avaliação de comportamento para a coleta de dados como os rela- Para saber mais Segundo o texto A escala de Likert explicada no site Survey Monkey: A escala Likert mede atitudes e comportamentos utilizando opções de res- posta que variam de um extremo a outro (por exemplo, de nada provável para extremamente provável). Ao contrário de uma simples pergunta de resposta “sim” ou “não”, a escala Likert permite descobrir níveis de opinião (...). Ter um conjunto de respostas também ajuda a identificar mais facil- mente as áreas de melhoria, independentemente se você estiver enviando um questionário para entender os níveis de eficácia do curso que está mi- nistrando ou pedindo a opinião dos clientes sobre a qualidade do serviço em seu salão de beleza. Disponível em <https://pt.surveymonkey.com/mp/likert-scale/>. Acesso em 07 de Agosto de 2017. https://pt.surveymonkey.com/mp/likert-scale/ Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D151/270 tórios dos observadores sobre as mudanças reais que o aprendiz faz após o treinamento, em comparação com o que o aprendiz fazia antes. As fontes desses tipos de dados incluem estudos de produtividade ou de tempo e movimento, escalas de observação para serem usadas pelos supervisores, colegas e subordinados; escalas de autoavaliação; diários, entrevistas, questionários e ou- tros instrumentos (KNOWLES; HOLTON III; SWANSON, 2011). Nível 4 - Resultados: mostra os resultados finais do treinamento (verifica se a aplica- ção do conteúdo no trabalho foi capaz de causar impactos favoráveis no resultado da organização). Link Veja um exemplo de Avaliação de Nível 3 no do- cumento Questionário de avaliação de Impacto do Treinamento no Trabalho, Suporte Organizacional ao Treinamento e Suporte à Transferência de Treina- mento que pode ser acessado no link indicado. Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ ojs2/index.php/pgc/article/downloadSupp- File/26486/4379>. Acesso em: 7 ago. 2017. http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc/article/downloadSuppFile/26486/4379 http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc/article/downloadSuppFile/26486/4379 http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/pgc/article/downloadSuppFile/26486/4379 Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D152/270 O quarto passo é a avaliação dos resulta- dos, para a qual os dados geralmente estão contidos nos relatórios de rotina de uma organização – incluindo os efeitos na rota- tividade de funcionários, custos, eficiência, frequência de acidentes ou reclamações trabalhistas, frequência de atrasos ou au- sências, rejeições do controle de qualida- de e outros (KNOWLES; HOLTON III; SWAN- SON, 2011). A principal dificuldade na avaliação é o con- trole suficiente das variáveis para buscar demonstrar que foi do treinamento a princi- pal responsabilidade pelas mudanças ocor- ridas. Por esse motivo, Knowles, Holton III e Swanson (2011) recomendam o uso de gru- pos de controle, sempre que possível. Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D153/270 Os teóricos de ensino-aprendizagem reconhecem a importância da avaliação. Já os teóricos or- ganizacionais sustentam que a gestão não apoiará o treinamento, a não ser que seja possível demonstrar resultados desejáveis, que é a essência da avaliação de treinamento. Por muito tempo predominaram os métodos quantitativos de avaliação. Até então, se uma ava- liação não estivesse respaldada por números e estatísticas, perderia em credibilidade. Porém, Para saber mais Segundo o texto Experimentos controlados do site Khan Academy: Há dois grupos no experimento e eles são idênticos, exceto que um recebe um tratamento (...) enquanto o outro não. O grupo que recebe o tratamento num experimento (...) é chamado de grupo experimental, enquanto o grupo que não recebe o tratamento (,,,) é chamado de grupo controle. O grupo controle forne- ce um padrão, ou referência, que permite avaliar se o tratamento tem um efeito. Disponível em: <https://pt.khanacademy.org/science/biology/intro-to-biology/science-of- -biology/a/experiments-and-observations/>. Acesso em: 7 ago. 2017. https://pt.khanacademy.org/science/biology/intro-to-biology/science-of-biology/a/experiments-and-observations/ https://pt.khanacademy.org/science/biology/intro-to-biology/science-of-biology/a/experiments-and-observations/ Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D154/270 hoje já se reconsidera o que de fato é pos- sível aprender usando somente avaliações quantitativas (KNOWLES; HOLTON III; SWA- NSON, 2011). Uma avaliação mais acurada precisa consi- derar os participantes e os sistemas sociais nosquais eles estão operando, procurando compreender o que acontece em sua ma- neira de pensar, sentir e fazer. Essa é a avaliação qualitativa que se fun- damenta em métodos como a observação participativa, entrevistas em profundidade, estudos de caso, registros diários e outras maneiras de obter dados mais próximos da realidade como um todo. A partir de então, ganham nova importân- cia os dados quantitativos realmente ne- cessários para fazer a correlação dos resul- tados reais com as operações dos progra- mas. Portanto, são relevantes ambos os da- dos quantitativos e os qualitativos, mas os qualitativos vêm primeiro. É possível obter informações muito mais úteis a partir dessa combinação (KNOWLES; HOLTON III; SWA- NSON, 2011). Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D155/270 2. Modelo de Avaliação Integrado e Somativo (MAIS). Para além do modelo consagrado de Kirkpatrick, Borges-Andrade (2006) e outros pesquisadores brasileiros sugerem que outras características ou variáveis também devem ser levadas em conta e propõem o Modelo de Avaliação Integrado e Somativo, o “MAIS” (BORGES-ANDRADE; ABBAD; MOURÃO, 2006). Link Segundo o texto Como fazer avaliação em 4 etapas do site Luz Planilhas Empresariais: Como avaliar: há quatro pontos a avaliar para mensurar a eficácia dessa ferramenta de gestão. São eles: qualidade, custo, custo–benefício e satisfa- ção. Parece difícil quantificar esses quesitos? Vamos ver a seguir que medir cada um destes pilares pode ser mais simples do que parece. Disponível em: <https://blog.luz.vc/como-fazer/avaliacao-de-treinamento/>. Acesso em: 7 ago. 2017. https://blog.luz.vc/como-fazer/avaliacao-de-treinamento/ Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D156/270 O MAIS está baseado na suposição de que um modelo de avaliação de ações ou de um programa de T&D deve seguir um método de formulação de questões e levantamen- to de dados concernentes às características desses eventos ou programa e ao ambiente no qual eles ocorrem (BORGES‐ANDRADE; ABBAD; MOURÃO, 2012). Os cinco componentes que estruturam o MAIS são: insumos, procedimentos, proces- sos, resultados e ambiente. Os quatro pri- meiros componentes são o mesmo núcleo do T&D. O componente ambiente represen- ta a inserção desse sistema no contexto de um sistema maior, o da organização. Este último componente é dividido em quatro outros: necessidades, suporte, dissemina- ção e efeitos em longo prazo. (BORGES-AN- DRADE, 2007) Insumos: são fatores físicos e sociais e es- tados comportamentais ou cognitivos, an- teriores à ação de T&D. O conhecimento sobre os insumos permite organizar eventos de T&D efetivos e relevantes para resolver um problema de desempenho ou contribuir para atender a uma necessidade de T&D. Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D157/270 Procedimentos: são as operações necessárias para viabilizar os resultados instrucionais ou a aprendizagem. Possibilitam a descrição detalhada do sistema instrucional aplicada ao evento ou Para saber mais Segundo o texto Sistemas Cognitivos do site InfoEscola: A capacidade de Cognição é a capacidade de compreender e conhecer o pro- cesso mental através dos processos de interpretação. O termo é oriundo do latim Cognitione, e significa adquirir conhecimento por meio da percepção. Os Sistemas Cognitivos fazem parte da Cognição, que é um conjunto de técnicas e percepções, pré-estabelecidas pelos organizamos, cuja capacidade é a de lidar com o ambiente externo e determinadas ações. Os sistemas são uma resposta a interação com os demais seres humanos e ambiente, baseado no princípio de que cada indivíduo tem a sua identidade”. Disponível em <http://www.infoescola.com/psicologia/sistemas-cognitivos/>. Acesso em: 7 ago. 2017. http://www.infoescola.com/psicologia/sistemas-cognitivos/ Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D158/270 programa de T&D e a verificação de sua as- sociação com os resultados (BORGES‐AN- DRADE; ABBAD; MOURÃO, 2012). Processos: são as mudanças no comporta- mento do aprendiz, à medida que os pro- cedimentos são implementados. Podem começar a ocorrer logo após a introdução dos procedimentos e tendem a se somar. Resultados: descrevem o que é produzido pelos eventos ou programas de T&D. É um dos principais focos de interesse de aval- iação e corresponde aos dois primeiros níveis de indicadores de efetividade de out- ros modelos como o de Kirkpatrick (1976). Essas variáveis se referem ao desempenho final imediato decorrente de T&D. Exemplos de variáveis desse componente são as aqui- sições de competências: conhecimentos, habilidades e atitudes. Ambiente: são as condições, atividades e eventos na sociedade, na comunidade ou na organização. Envolvem o apoio e a dis- seminação que T&D teve nesses contextos, e as necessidades que o determinaram ou os resultados que o T&D produziu em longo prazo (BORGES-ANDRADE, 2007). O MAIS pode ser utilizado no processo de escolha dos indicadores, medidas e fontes de avaliação de T&D. É preciso identificar variáveis de cada componente e subcom- ponente, relevantes para o sistema de T&D a ser avaliado, e variáveis importantes que se refiram à empresa servida por esse siste- ma (BORGES‐ANDRADE; ABBAD; MOURÃO, 2012). Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D159/270 Uma vez definido esse conjunto de indica- dores, será preciso selecionar ou desenvolv- er medidas adequadas para eles e fontes de informação que fornecerão tais medidas. Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D160/270 Glossário Avaliação formativa: é caracterizada pela continua coleta de dados durante o processo de de- senvolvimento do sistema instrucional, a fim de obter informações que o validem e ou que indi- quem as correções a serem efetuadas nele. Avaliação somativa: o seu objetivo é obter informações para avaliar um programa já desenvol- vido, visando verificar a capacidade deste de produzir resultados. Sistema instrucional: é o conjunto integrado de materiais instrucionais, instrumentos de men- suração e estratégias de ensino planejados e desenvolvidos, com base em princípios de aprendi- zagem e instrucionais, visando alcançar objetivos definidos. Questão reflexão ? para 161/270 Você notou como é importante a avaliação de treinamento e desen- volvimento. Deve ter percebido também que ela traz alguns desa- fios, por exemplo, quando se observa que um profissional apresen- tou uma evolução fora do comum em seu desempenho, podemos concluir que isto se deve ao treinamento recente que teve a parti- cipação deste colaborador? E o contrário, a constatação de que al- gumas pessoas não apresentaram uma melhoria em seu trabalho diário, isto significa que o treinamento oferecido a estas pessoas foi um fracasso? E sobre a avaliação de reação, você considera que um bom resultado neste nível autoriza a nossa expectativa em bons re- sultados em outros níveis de avaliação? 162/270 Considerações Finais (1/2) • A avaliação de treinamento é um processo muito importante que pode pro- porcionar benefícios como: alinhamento das ações do treinamento com o plano estratégico da empresa, mapeamento dos colaboradores que neces- sitam de treinamento, entre outros benefícios. • Os programas de treinamento têm a intenção de proporcionar capacitação ou aperfeiçoamento por meio da aprendizagem. Mas nem todas as ações educacionais produzem a aprendizagem que delas se espera. É preciso en- tão identificar os fatores que mais contribuem para a aprendizagem no sis- tema de T&D, daí a importância da avaliação de treinamento. • A conceitualização de Kirkpatrick sobre o processo de avaliação é a mais congruente com os princípios andragógicos e a mais prática de todas as formulações para a medição da qualidade e da efetividade do treinamento, partindo da análise de quatro níveis de avaliação, ou quatro passos, todos necessários a uma avaliação eficaz do programa. 163/270 • O MAIS está baseado na suposição de que um modelo de avaliação de ações ou de um programa deT&D deve seguir um método de formulação de ques- tões e levantamento de dados concernentes às características desses even- tos ou programa e ao ambiente no qual eles ocorrem. Considerações Finais (2/2) Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D164/270 Referências BORGES-ANDRADE, J. E. Avaliação integrada e somativa em T&D. In: BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. da S.; MOURÃO, L. Treinamento, desenvolvimento e educação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2007. BORGES-AN- DRADE, J. E.; ABBAD, G. da S.; MOURÃO, L. Treinamento, desenvolvimento e educação em or- ganizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006. BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. da S.; MOURÃO, L. Modelos de avalização e aplicação em T&D. In: ABBAD, G. da S. et al. Medidas de avaliação em treinamento, desenvolvimento e ed- ucação: ferramentas para gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2012. CAMPOS, K. C. de L. et al. Avaliação do sistema de treinamento e desenvolvimento em empresas paulistas de médio e grande porte. Psicologia: Reflexão e Crítica, Porto Alegre, v. 17, n. 3, p. 435- 446, 2004. CAVALCANTI, B. S. Avaliação de treinamento e desenvolvimento (T&D): uma função em busca de respostas. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 30, n. 1, jan./mar. 1990. CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar tal- entos na empresa. 7. ed. Barueri: Manole, 2009. Unidade 5 • Avaliação de Programas de T&D165/270 KIRKPATRICK, D. L. Evaluation of training. In: CRAIG, R. L. Training and development handbook. New York: Mc-Graw-Hill, 1976. KNOWLES, M.; HOLTON III, E.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados: uma abordagem práti- ca para aumentar a efetividade da educação corporativa. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. MOURÃO, L.; ABBAD, G. da S.; ZERBINI, T. Avaliação da efetividade e dos preditores de um trein- amento a distância em uma instituição bancária de grande porte. RAUSP - Revista de Adminis- tração, v. 49, n. 3, p. 534–548, jul./ago./set. 2014. MOURÃO, L.; MARINS, J. Avaliação de treinamento e desenvolvimento nas organizações: resul- tados relativos ao nível de aprendizagem. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, Flori- anópolis, v. 9, n. 2, p. 72–85, dez. 2009. 166/270 1. São coletados dados a respeito do que os participantes mais gostam e menos gostam no treinamento realizado, e que sentimentos positivos e ne- gativos eles têm. Esses dados podem ser obtidos por meio de formulários de avaliação de final de sessão, entrevistas ou discussões em grupo. Como é conhecido esse nível de avaliação? a) Comportamento. b) Aprendizado. c) Resultado. d) Lacuna. e) Reação. Questão 1 167/270 2. A principal dificuldade na avaliação é haver o controle suficiente das variáveis para buscar demonstrar que foi do treinamento a principal res- ponsabilidade pelas mudanças ocorridas. Qual é a recomendação quali- tativa indicada para minimizar essa dificuldade? Questão 2 a) Avaliação 360º. b) Grupos de controle. c) Avaliação de reação. d) Métodos quantitativos. e) Avaliação de comportamentos. 168/270 3. Avaliação caracterizada pela continua coleta de dados durante o pro- cesso de desenvolvimento do sistema instrucional, a fim de obter infor- mações que o validem e ou que indiquem as correções a serem efetuadas nele. Como é conhecido esse tipo de avaliação? Questão 3 a) Avaliação formativa. b) Avaliação somativa. c) Avaliação de risco. d) Avaliação de portfólio. e) Avaliação de mercado. 169/270 4. Considere as seguintes afirmações, classificando-as como: falsas (F) ou verdadeiras (V). Questão 4 ( ) É bastante comum que os esforços de avaliação de programas de T&D se limitem apenas a questionários de avaliação de reação e uma posterior aplicação da avaliação de desempenho. ( ) O treinamento é a solução para os problemas organizacionais, pois são irrelevantes outras variáveis – além do treinamento – que podem influenciar o desempenho. ( ) Com uma avaliação de impacto do treinamento bem conduzida, pode-se afirmar que uma mudança de desempenho positiva seja decorrente apenas da ação de capacitação. ( ) Se o indivíduo não conseguiu aplicar no trabalho o que aprendeu no treinamento, não significa fracasso do treinamento, afinal outras variáveis podem influenciar negativamente na aplicação. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta da identificação de afirmações falsas (F) ou verdadeiras (V). 170/270 Questão 4 a) V – V – F – F. b) F – F – V – V. c) V – F – F – V. d) F – V – V – F. e) V – F – V – F. 171/270 5. Ao investir em treinamento, uma empresa espera resultados como au- mento de _________, mudanças positivas de comportamento, melhoria do _________ organizacional, otimização de _________, redução de aci- dentes, menor _________ de pessoal e outros. Questão 5 Assinale a alternativa que apresenta a sequência de palavras que preenche, respectivamente e corretamente, as lacunas acima. a) Lucros – Desempenho – Reclamações – Quantidade. b) Produtividade – Clima – Reclamações – Quantidade. c) Pessoas - Desempenho – Custos – Rotatividade. d) Produtividade – Clima – Custos – Rotatividade. e) Produtividade – Desempenho – Reclamações – Rotatividade. 172/270 Gabarito 1. Resposta: E. O nível de avaliação é conhecido como rea- ção. 2. Resposta: B. Para minimizar a dificuldade de avaliação é indicado que as empresas utilizem grupos de controle para terem o controle suficiente das variáveis. 3. Resposta: A. Esse tipo de avaliação é conhecida como avaliação formativa. 4. Resposta: C. O sequenciamento correto das alternativas é V – F – F – V. 5. Resposta: D. Espera-se um aumento de produtividade ao investir nela, melhoria de clima, otimização de custos e diminuição da rotatividade de funcionários. 173/270 Unidade 6 Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação Objetivos 1. Refletir e compreender a importância do ROI (Return On Investment) em ava- liação T&D. 2. Introduzir uma concepção básica de BSC (Balanced Scorecard) como ali- nhamento estratégico que pode in- cluir T&D. 3. Indicar aspectos a serem observados em relatórios de avaliação de T&D. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação174/270 Introdução Há empresários e gestores em diferentes tipos de organizações que ainda resistem à ideia de treinar seus colaboradores com re- ceio de perdê-los para a concorrência, pre- ferindo recrutar profissionais que já tenham alguma experiência e receberam treina- mento anteriormente. São poucos que compreendem a importân- cia do treinamento como forma de reduzir custos e aumentar a produtividade. Muitos consideram o treinamento como função social, e não econômica, uma despesa e não um investimento que pode trazer valiosos retornos (CHIAVENATO, 2009). Já as empresas que optam por investir em treinamento estão preocupadas com o re- torno do investimento realizado, cujas me- didas de retorno já fazem parte do processo de avaliação do treinamento. Busca-se uma identificação ou estimativa e comparação de custos e benefícios, principalmente em situações de crescentes valores aplicados. Em nossa vida pessoal, quando procura- mos obter informações sobre produtos que nos interessam, para identificar possíveis vantagens e concluir se o investimento vale a pena, estamos conduzindo as deci- sões sob a ótica dos benefícios compara- dos aos custos. Nas empresas, as mudanças tecnológicas, de processo e de comportamento das pes- soas requerem gastos que podem impactar em sua saúde financeira. Para as áreas de recursos humanos e programas ou ações de T&D, o ROI tem se apresentado como ferra- menta que permite justificar os aportes fi- Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação175/270 nanceiros voltados para o desenvolvimento dos talentos da organização. 1. Retorno sobre Investimento (ROI) e Balanced Scorecad(BSC) A sigla ROI significa, em inglês, Return On Investment correspondendo a uma taxa de “retorno sobre investimento”. Originalmen- te era utilizado somente pelo departamen- to financeiro das empresas, na intenção de mensurar rendimentos após aplicação de recursos ou avaliação de retornos de proje- tos antes de sua execução. ROI, entretanto, passa a ser utilizado em diferentes áreas, inclusive quando se tratar de ações como educação e desenvolvimento de pessoas, elementos que exigem uma atividade con- tinuada e podem não apresentar resultados imediatos. Para construir o ROI em T&D, devemos fa- zer um levantamento de custos relaciona- dos. Isso pode ser feito de maneira genera- lizada, apurando todos os gastos diretos e indiretos com a atividade de treinamento, ou, mais especificamente, considerando apenas os custos diretos, como nos casos em que os processos de treinamentos se- jam terceirizados. A comparação será feita com os benefícios dos treinamentos. O que é um verdadeiro desafio, pois não há total clareza quanto à relação de causa e efeito do treinamento nos resultados financeiros obtidos. É por isto que, muitas vezes, opta-se por uma aborda- Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação176/270 gem mais qualitativa, dada a dificuldade de uma mensuração quantitativa (CHIAVENA- TO, 2009). Por meio da utilização do ROI fica mais fácil verificar retorno de investimentos e, mesmo com algum grau de aproximação, entender se há correlação entre os treinamentos e a mudança na produtividade ou na qualidade do serviço prestado. Antes de executar cálculos do ROI na práti- ca, é importante o planejamento bem feito, pois a aferição dos resultados será eficaz apenas se a aplicação do ROI seguir alguns princípios. O cálculo deve levar em conta, por exemplo, as metas para cada uma das melhorias de desempenho esperadas. Para a análise de resultados, muitos empre- sários e gestores preferem trabalhar com números, observando alguns resultados tangíveis, como o aumento do faturamento ou o volume de vendas. Aspectos, como, a melhora no atendimento ao cliente, maior entrosamento entre membros de uma equi- pe ou mais conhecimento sobre determina- do assunto depois de um treinamento, po- dem ser de difícil comprovação se não hou- ver um retorno financeiro imediato. Para saber mais A avaliação financeira é importante porque o retorno em termos financeiros, geralmente, é o mais interessante para a maioria das empresas, tornando-se inevitável converter os resultados da ação em valores monetários. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação177/270 Com a necessidade de transformar os resultados dos treinamentos corporativos em dados mais tangíveis, o estudo do ROI tem se mostrado bem aplicável. Em termos práticos, a fórmula para o cálculo de ROI é simples: Para levantar os custos incorridos, configurando o valor investido, há uma série de fatores que precisam ser levados em conta, como: gastos operacionais; terceirização; despesas com trans- porte, alimentação, hospedagem e materiais; custo das horas não trabalhadas. Informações so- bre o custo do treinamento são importantes para (NOE, 2015): 1. Entender os gastos totais do treinamento, englobando custos diretos e indiretos. 2. Comparar os custos de programas de treinamento alternativos. 3. Avaliar a proporção de valor investido em desenvolvimento, administração e avaliação do treinamento, e comparar o que foi gasto em treinamento para diferentes grupos de cola- boradores. 4. Controlar os custos, em função da necessidade de mostrar os seus resultados para justifi- car os recursos e prestigiar as iniciativas de T&D. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação178/270 Já para medir os benefícios (o que irá impactar o Lucro Líquido previsto na fórmula), deve-se ava- liar as vantagens geradas para o negócio, como: produtividade; aumento de receita; alcance de metas; diminuição do turnover (rotatividade do pessoal); motivação dos colaboradores e aquisi- ção de novos clientes. Para identificar os benefícios do treinamento, a empresa deve analisar as necessidades originais que conduziram à sua realização. O treinamento pode ter sido necessário para reduzir custos de produção ou horas extras para retrabalhos. Vários métodos podem ser úteis na identificação dos benefícios do treinamento (NOE, 2015): 1. Literatura que apresenta relação com o programa de T&D em análise. 2. Programas-piloto que avaliam os benefícios com um pequeno grupo de aprendizes. 3. Observação de profissionais de bom desempenho (benchmarking). A partir de então, surge uma nova fórmula para o cálculo: Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação179/270 Exemplificando: Vamos considerar como benefício o aumento de receita em determinado perío- do, que apresenta um valor tangível: • Benefícios: R$ 100.000 e Investimento: R$ 25.000 • Calcula-se da seguinte maneira: Assim, podemos afirmar que para cada R$ 1,00 investido em treinamento, o retorno foi de R$ 3,00. Ou seja, a porcentagem de retorno foi de 300%. Esse é um jeito simples de se chegar a resultados tangíveis, que serão úteis para que as equipes de T&D demonstrem que o investimento em treinamentos vale a pena. O ROI apresenta uma estimativa do retorno esperado para cada unidade monetária investida. É comum que o ROI seja usado para mostrar a eficácia de custo de um programa depois que ele foi oferecido, mas também pode ser útil para prever o valor de um novo programa, escolher o mé- todo com melhor relação de custo-benefício e tomar decisões sobre financiamento e oferta de futuros programas de T&D. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação180/270 ROI em T&D visa monitorar diferentes va- riáveis da organização, em geral com base em indicadores financeiros, ligando o plano estratégico de T&D e o planejamento orça- mentário da organização. Porém, cada vez mais, as empresas são va- lorizadas por resultados além da área finan- ceira, como responsabilidade social das em- presas e balanço social, deixando para trás a era em que se esperava das empresas ape- nas a evolução da produtividade e a contri- buição para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Portanto, o aspecto finan- ceiro não é mais o único a ser considerado na avaliação de programas de T&D (BOR- GES-ANDRADE; ABBAD; MOURÃO, 2006). Apesar do esforço empregado e dos custos associados, 70% das empresas estão insa- tisfeitas com seus demonstrativos de men- suração, buscando uma administração es- tratégica que não considera somente os indicadores de análise financeira no pro- cesso de gestão estratégica dos negócios, mas que incorpora outros indicadores não menos importantes, a partir de expectati- vas focadas na satisfação dos clientes, nos processos internos, na inovação e aprimo- ramento contínuo (SANTOS; SILVA; SAN- TOS, 2006). Esses fatores-chave estratégicos, assim como o desenho do novo sistema gerencial, devem ser definidos com o envolvimento da alta administração, desenvolvendo um novo “painel de controle” para o acompa- nhamento de seu desempenho. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação181/270 Se no painel de controle da aeronave, o pi- loto dispõe de um conjunto de informações relevantes, do mesmo modo o gestor preci- sa contar com um conjunto sucinto de me- didas relevantes para a análise de desem- penho de várias áreas. O Balanced Scorecard (BSC) – como um painel de controle – reúne, em apenas um relatório, as medidas que in- dicam o alcance das metas necessárias para a criação de valor futuro, combinando a di- versidade de elementos típicos de uma em- presa competitiva. Isso significa, do ponto de vista da organi- zação: (1) orientar-se para os clientes; (2) ser capaz de respostas rápidas; (3) qualificar a equipe; (4) reduzir tempo de lançamento de produtos e (5) gerir para o longo prazo. Esse conjunto de medidas balanceadas(em equilíbrio) não desconsidera medidas fi- nanceiras tradicionais, mas as complemen- ta com medidas operacionais vistas como fatores que direcionam os valores futuros (COSTA, 2008). Link Leia artigo sobre Balanced Scorecard como Sistema de Alinhamento e Controle Estratégico da Gestão do autor Alexandre Gomes Galindo no link indicado. GALINDO, A. G. Balanced Scorecard como sistema de alinhamento e controle estratégico da gestão. In: SEGeT - Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia - ADEB, 2., 2005, Resende. Anais ele- trônicos... Disponível em: <https://www.aedb. br/seget/arquivos/artigos05/45_Artigo- -BSC.pdf>. Acesso em: 23 set. 2017.a https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos05/45_Artigo-BSC.pdf https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos05/45_Artigo-BSC.pdf https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos05/45_Artigo-BSC.pdf Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação182/270 Balanced Scorecard (BSC), portanto, define a visão e a estratégia de uma organização em termos de metas e objetivos específicos e mensuráveis. A expectativa é que inovação e aprimoramento dentro de uma organi- zação, associadas a processos de negócios eficazes e eficientes, proporcionam a satis- fação do cliente por produtos e serviços de qualidade. O advento da chamada “era do conhecimen- to” tornou ultrapassadas muitas premissas da concorrência industrial. As empresas não conseguem mais obter vantagens com- petitivas apenas com a alocação de novas tecnologias e ativos físicos e com a gestão eficaz dos ativos e passivos financeiros. As empresas desta nova era precisam desen- volver um novo conjunto de premissas en- volvendo processos interfuncionais, ligação com clientes e fornecedores, segmentação de clientes, escala global, inovação e traba- lhadores do conhecimento (SANTOS; SILVA; SANTOS, 2006). As contribuições do BSC são entendidas como relevantes para a dinamização do co- nhecimento institucional, pessoal e profis- sional, com base em indicadores, e por esta razão, BSC destaca-se como um sistema de gestão que adota as perspectivas finan- ceiras e também de clientes, de processos internos e de aprendizado e crescimento, abrindo espaço para a mensuração do de- sempenho com foco no potencial e na pers- pectiva de talentos humanos e capital inte- lectual (KANAANE; ORTIGOSO, 2010). Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação183/270 2. Relatórios de Avaliação de Treinamento (AT) É muito importante definir os procedimen- tos de devolutiva a serem utilizados no pro- cesso de avaliação de ações e programas de treinamento (AT). Um dos graves problemas na avaliação é conhecido como “engaveta- mento” de avaliações realizadas. Sem dúvida, a partir do momento em que os dados são coletados, gera-se expectati- va nos participantes da avaliação e, por isto, os resultados precisam ser compartilhados com todos os participantes do processo de treinamento (desde os responsáveis pelo levantamento de necessidades até o pú- blico-alvo do curso), contribuindo para a Link Leia artigo sobre Benefícios e limitações do Balan- ced Scorecard para avaliação de resultados organi- zacionais em treinamento, desenvolvimento e edu- cação dos autores Alexandre Laval Silva e Gardê- nia da Silva Abbad na Revista Ibero-Americana de Estratégia – RIAE. SILVA, A. L.; ABBAD, G. da S. Benefícios e limita- ções do Balanced Scorecard para avaliação de resultados organizacionais em treinamento, de- senvolvimento e educação. Revista Ibero-Ame- ricana de Estratégia (RIAE), São Paulo, v. 10, n. 1, p. 4-28, jan/abr. 2011. Disponível em: <http:// www.redalyc.org/pdf/3312/331227118002. pdf>. Acesso em: 2 set. 2017. http://www.redalyc.org/pdf/3312/331227118002.pdf http://www.redalyc.org/pdf/3312/331227118002.pdf http://www.redalyc.org/pdf/3312/331227118002.pdf Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação184/270 maior credibilidade dos programas de T&D (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010). A avaliação de treinamento (AT) necessi- ta de informações válidas para subsidiar as tomadas de decisões sobre o sistema de treinamento, desenvolvimento (T&D) e ou- tros sistemas organizacionais. Os resulta- dos deste sistema devem ser interpretados pelos gestores e técnicos, auxiliando-os na correção dos processos e gerenciamento das ações organizacionais de T&D. A clareza e objetividade dos respectivos relatórios são condições indispensáveis para que os resul- tados dos processos de AT proporcionem o impacto desejado na organização. Um relatório de AT deve conter, pelo menos (PILATI; RIETHER; PORTO, 2007): • Introdução técnica ou teórica sobre o assunto de AT. • Descrição sucinta da metodologia uti- lizada pelo sistema de avaliação. • Apresentação dos resultados da ava- liação, utilizando recursos para su- Para saber mais Identifique o público que deve receber as infor- mações sobre resultados de T&D (colaboradores, gestores, diretores e a área de RH), instrumentos e meios de comunicação (reunião formal, boletins informativos, portal internet ou intranet.) e indi- que as decisões a serem tomadas (aperfeiçoa- mento dos cursos, mudanças nos procedimentos existentes etc.). Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação185/270 marização e apresentação dos dados, como tabelas e gráficos. • Discussão dos dados, incluindo pro- postas e recomendações para ajustes, correções e melhorias do sistema de T&D. A introdução do relatório apresenta a im- portância do processo de avaliação para a organização, o conjunto de indicadores que são avaliados (insumos, processos, procedi- mentos, apoio, disseminação, entre outros). Descreve também os níveis do sistema de avaliação para resultados a curto e longo prazo considerados, deve-se informar se o sistema envolve medidas de nível individu- al (aprendizagem, reação e comportamento no cargo) e/ou organizacional (mudança na organização e valor final). A metodologia da AT descreve os procedi- mentos e instrumentos de medida utiliza- dos para o levantamento de informações no sistema de avaliação. Essa descrição permite ao leitor compreender: (a) que pú- blico participou da avaliação; (b) quais ins- trumentos foram utilizados para coletar as Para saber mais Apresentação inicial não menciona somente o processo de avaliação, mas também descreve as características do próprio programa de T&D avaliado, como: nome, período e carga horária; objetivos gerais e específicos; conteúdos; mo- dalidade, meios, estratégias instrucionais; pro- cedimentos de avaliação; entre outras informa- ções relevantes. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação186/270 informações e quais as suas características; (c) como foi realizada a coleta de dados do sistema, incluindo a forma de obtenção dos dados (primária ou secundária) e as estra- tégias de análise de dados utilizadas no re- latório. A seção de resultados tem como objetivo apresentar as análises de dados realizadas no sistema de avaliação. Devem-se siste- matizar as informações de modo a apresen- tá-las sumarizadas em recursos como tabe- las e gráficos, sem omitir qualquer informa- ção relevante para uma boa compreensão da avaliação. A quarta parte tem papel relevante por apresentar recomendações de modificação do sistema de treinamento a partir dos indi- cadores observados no levantamento de in- formações, bem como indicar quais aspec- tos funcionam de forma adequada. Pode-se propor, por exemplo, a melhoria do sub- sistema de levantamento de necessidades de treinamento ou ajustes relacionados ao planejamento e realização do treinamento. É a partir desta etapa que todos os subsis- temas são ajustados a fim de que as ações educacionais possam tornar-se cada vez mais efetivas (MENESES; ZERBINI; ABBAD, 2010). A parte final do relatório pode exercer um papel influenciador nas tomadas de deci- são, estabelecendo conexões entre o sis- tema de AT e os outros componentesdo sistema organizacional, oportunizando a apresentação de soluções adequadas para fatores diagnosticados. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação187/270 Link Conheça um rápido e interessante resumo em Guia de boas práticas em treinamento e desen- volvimento da ABRAPP (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complemen- tar). Disponível em: <http://www.abrapp.org. br/TrabalhosComissao/Guia%20de%20 Boas%20Pr%C3%A1ticas%20em%20Trei- namento%20e%20Desenvolvimento.pdf>. Acesso em: 2 set. 2017. http://www.abrapp.org.br/TrabalhosComissao/Guia de Boas Pr%C3%A1ticas em Treinamento e Desenvolvimento.pdf http://www.abrapp.org.br/TrabalhosComissao/Guia de Boas Pr%C3%A1ticas em Treinamento e Desenvolvimento.pdf http://www.abrapp.org.br/TrabalhosComissao/Guia de Boas Pr%C3%A1ticas em Treinamento e Desenvolvimento.pdf http://www.abrapp.org.br/TrabalhosComissao/Guia de Boas Pr%C3%A1ticas em Treinamento e Desenvolvimento.pdf Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação188/270 Glossário Custo-benefício: Segundo o dicionário Michaelis: Indicador que relaciona os benefícios de um projeto ou proposta, expressos em termos monetários, e seus custos, também assim expressos. Processo usado para a determinação da eficiência econômica global de investi- mentos públicos em obras infraestruturais, que se realiza comparando-se os custos com os benefícios sociais que provavelmente resultarão do investimento. Avaliação do custo de um produto e/ou serviço em relação a sua eficiência, dura- bilidade, conforto etc. Michaelis: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em <http://michaelis.uol.com. br/palavra/G4DZ/custo-benef%C3%ADcio/>. Acesso em: 2 set. 2017. http://michaelis.uol.com.br/palavra/G4DZ/custo-benef%C3%ADcio/ http://michaelis.uol.com.br/palavra/G4DZ/custo-benef%C3%ADcio/ Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação189/270 Glossário Era do conhecimento: Segundo Salvador (2015): (...) é o produto de uma revolução científica e tecnológica sem precedentes na história. (...) constata-se que o conhecimento torna-se obsoleto a cada cinco ou dez anos; da mesma forma, o padrão tecnológico se renova em espaços de tempo semelhantes. SALVADOR, J. A. A era do conhecimento e seus novos desafios. Disponível em: <https://www. portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-era-do-conhecimento-e-seus-novos- -desafios/59861#_ftnref2>. Acesso em: 2 set. 2017. https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-era-do-conhecimento-e-seus-novos-desafios/59861#_ftnref2 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-era-do-conhecimento-e-seus-novos-desafios/59861#_ftnref2 https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/a-era-do-conhecimento-e-seus-novos-desafios/59861#_ftnref2 Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação190/270 Glossário Investimento: Segundo o dicionário Michaelis: Ato ou efeito de investir. Aplicação de capital (em títulos, imóveis etc.) com o objetivo de obter lucros. O resultado dessa aplicação. O capital que assim se aplicou ou investiu. Michaelis: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://michaelis.uol.com. br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/investimento/>; Acesso em: 2 set. 2017. http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/investimento/ http://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/investimento/ Questão reflexão ? para 191/270 Você observou que a avaliação de treinamento é um processo bastante complexo, não é mesmo? Reflita so- bre as possibilidades qualitativas e quantitativas a res- peito das avaliações. Quais são as vantagens e desvan- tagens de cada uma delas? E sobre a forma de comunicar os resultados, notou como é importante também? Como você organizaria um rela- tório de avaliação de treinamento em sua empresa? 192/270 Considerações Finais • Decisões estratégicas de uma empresa podem envolver benefícios que são difíceis de medir. Cada setor disputa recursos para priorizar seus projetos, mas a área de T&D é uma das que mais sente a dificuldade de medir resul- tados. • O cálculo do ROI pode ser importante para T&D. Além de ajudar na mensu- ração de resultados atingidos, auxilia os gestores na tomada de decisões de ações futuras. • Todas as etapas são importantes para o gerenciamento do processo de ava- liação de T&D, mas a devolutiva pode ser considerada a mais relevante, pois cria-se uma expectativa nos respondentes da avaliação e, em função disso, os resultados precisam ser devolvidos. • Um relatório de AT deve conter, ao menos: introdução técnica ou teórica, descrição sucinta da metodologia utilizada, apresentação dos resultados da avaliação e discussão dos dados e recomendações para melhoria. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação193/270 Referências BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. DA S.; MOURÃO, L. Treinamento, desenvolvimento e ed- ucação em organizações e trabalho - fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2006. CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar tal- entos naempresa. 7. ed. Barueri: Manole, 2009. COSTA, A. P. P. DA. Balanced Scorecard: conceitos e guia de implementação. São Paulo: Atlas, 2008. KANAANE, R.; ORTIGOSO, S. A. F. Manual de treinamento e desenvolvimento do potencial hu- mano. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MENESES, P.; ZERBINI, T.; ABBAD, G. Manual de treinamento organizacional. Porto Alegre: Artmed, 2010. NOE, R. A. Treinamento e desenvolvimento de pessoas: teoria e prática. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. PILATI, R.; RIETHER, M.; PORTO, J. B. Estratégias de análise de dados e retroalimentação do siste- ma de T&D. In: BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. DA S.; MOURÃO, L.. Treinamento, desenvolvi- mento e educação em organizações e trabalho Porto Alegre: Artmed, 2007. Unidade 6 • Retorno sobre Investimento e Relatórios de Avaliação194/270 SANTOS, N. M. B. F.; SILVA, J. A. T. da; SANTOS, R. F. dos. Criando valor com serviços compartilha- dos Balanced Scorecard. São Paulo: Saraiva, 2006. 195/270 1. A sigla ROI significa, em inglês, Return On Investment correspondendo a uma taxa de “retorno sobre investimento”. Originalmente era utilizado so- mente pelo departamento financeiro das empresas, na intenção de: Questão 1 a) Descrever a origem e aplicação de recursos. b) Mensurar rendimentos após aplicação de recursos. c) Verificar se houve lucro ou prejuízo com a área de gestão de pessoas. d) Demonstrar que os métodos quantitativos são melhores que os qualitativos. e) Apurar impostos e taxas incidentes sobre os serviços de instrutores de treinamento. 196/270 2. As contribuições do Balanced Scorecard (BSC) são entendidas como re- levantes para a dinamização do conhecimento institucional, porque ado- tam outras perspectivas além das financeiras, entre as quais podemos incluir corretamente: Questão 2 a) Clientes, governo e concorrentes. b) Clientes, fornecedores e concorrentes. c) Concorrentes, governo e fornecedores. d) Clientes, processos internos e de aprendizado e crescimento. e) Concorrentes, processos internos e de aprendizado e crescimento. 197/270 3. Considere as seguintes afirmações relativas ao ROI, o retorno sobre in- vestimento, classificando-as como: falsas (F) ou verdadeiras (V). Questão 3 ( ) O ROI apresenta o lucro obtido em consequência do treinamento. ( ) ROI é muito útil para identificar lacunas ou necessidades de treinamento. ( ) ROI pode ajudar a escolher o método de treinamento com melhor relação de custo-benefício. ( ) É comum que o ROI seja usado para mostrar a eficácia de custo de um programa depois que ele foi oferecido.. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta da identificação de afirmações falsas (F) ou verdadeiras (V). a) V – V – F – F. b) F – F – V – V. c) V – F – F– V. d) F – V – V – F. e) V – F – V – F. 198/270 4. Considere as seguintes afirmações sobre relatórios de avaliação de trei- namento (AT), classificando-as como: falsas (F) ou verdadeiras (V). Questão 4 ( ) Um relatório de avaliação de treinamento deve conter uma introdução técnica ou teórica so- bre o assunto de avaliação de treinamento. ( ) Um relatório de avaliação de treinamento deve conter uma descrição sucinta da metodologia utilizada pelo sistema de avaliação. ( ) Um relatório de avaliação de treinamento deve conter uma apresentação de todos os conte- údos desenvolvidos durante o treinamento. ( ) Um relatório de avaliação de treinamento deve conter prazos e orçamentos para ajustes, cor- reções e melhoria do sistema de T&D. Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta da identificação de afirmações falsas (F) ou verdadeiras (V). 199/270 Questão 4 a) V – V – F – F. b) F – F – V – V. c) V – F – F – V. d) F – V – V – F. e) V – F – V – F. 200/270 5. O relatório de avaliação de treinamento (AT) pode exercer um papel in- fluenciador nas tomadas de decisão, estabelecendo conexões com diferen- tes componentes do sistema organizacional. Isto traz a oportunidade de: Questão 5 a) Praticar as habilidades de comunicação. b) Cumprir as exigências de prestação de contas. c) Identificar diferentes maneiras de construir gráficos e tabelas. d) Apresentação de soluções adequadas para fatores diagnosticados. e) Apresentação de justificativas para as falhas verificadas no treinamento. 201/270 Gabarito 1. Resposta: B. A sigla ROI significa, em inglês, Return On Investment, e é utilizado em finanças para mensurar a rentabilidade de um projeto an- tes ou após sua execução. 2. Resposta: D. O BSC compreende outros ambientes que não o financeiro, como clientes, processos internos e de aprendizado e crescimento. 3. Resposta: B. O ROI possui um foco financeiro e pode ser utilizado antes ou depois de projetos, como treinamentos. 4. Resposta: A. O sequenciamento correto das afirmativas é: V – V – F – F. 5. Resposta: D. O relatório de avaliação de treinamento (AT) pode exercer um papel influenciador nas to- madas de decisão, ajudando em diagnósti- cos e, assim, na identificação de soluções. 202/270 Unidade 7 Gestão de Competências e do Conhecimento Objetivos 1. Discutir o conceito de competência organizacional. 2. Consolidar a compreensão de compe- tência individual. 3. Explorar os fundamentos da gestão do conhecimento. 4. Apresentar as dimensões do aprendi- zado organizacional. Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento203/270 Introdução A educação é, sem dúvida, algo indispensá- vel às mudanças profundas, crescentes ace- leradas para o desenvolvimento do país. Por um lado, é inquestionável sua importância, mas, por outro lado, o investimento na qua- lificação e educação da força de trabalho ainda é um dos maiores obstáculos encon- trados para o progresso (EBOLI, 2014). Para desenvolver e utilizar eficazmente suas competências estratégicas, as organiza- ções precisam contar com pessoas que dis- ponham de competências individuais ade- quadas para o sucesso organizacional. Felizmente, as empresas parecem se dar conta de que somente podem alcançar e exercer suas competências organizacionais com base nas competências individuais de seus participantes. E como desenvolver tais competências individuais? Conhecimento, habilidade, julgamento e atitude são elementos que fundamentam as competências individuais em qualquer situ- ação. Portanto, as competências individuais são construídas por meio da aprendizagem a partir desses quatro elementos. Quanto mais as empresas dominam o conhecimen- to, maior poderá ser a sua vantagem com- petitiva. Isto porque vários dos aspectos importantes que agregam valor à maioria dos produtos e serviços são aplicações de conhecimen- to: know-how técnico, projeto do produto, estratégias de marketing, entendimento do cliente, criatividade pessoal e inovação (CHIAVENATO, 2009). Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento204/270 1. Gestão de Competências O tradicional foco em cargos e funções na gestão das pessoas vem dando lugar a uma nova abordagem que destaca a tendência em concentrar-se nas competências das pessoas. A gestão de pessoas precisa re- pensar décadas de consolidação de seus processos fundamentais ou subsistemas, como recrutar, selecionar, aplicar, avaliar, treinar, desenvolver, remunerar e incentivar as pessoas. Tudo isso era feito considerando os tradicio- nais requisitos dos cargos ocupados, e, ago- ra, precisa para deslocar-se para as habili- dades e competências – importantes para a organização – que as pessoas possuam e ofereçam. Esta nova abordagem é conheci- da como gestão por competências ou ges- tão de competências (CHIAVENATO, 2009). A gestão de competências demanda uma nova maneira de compor a estrutura orga- nizacional da empresa, totalmente diferen- te da estrutura convencional e tradicional. O que também implica em um contexto or- ganizacional e cultural diferente. Não é possível pensar em gestão de compe- tências com base nos desenhos de cargos e departamentos isolados, estáveis e definiti- vos. Muito pelo contrário, esse ambiente de gestão de pessoas deve basear-se em pes- soas e equipes multifuncionais integradas, maleáveis e flexíveis dotadas de competên- cias e habilidades. Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento205/270 As mudanças são impactantes, pois, para a gestão de competências, a cultura organizacional passará a ser muito mais participativa, democrática, envolvente e focada na excelência e em resultados. Em outra frente, o velho estilo de gestão parte do autocrático comando do gerente para uma condução de pessoas por meio da liderança renovadora e impulsionadora e do coa- ching apoiador. Link Segundo o site Endeavor Brasil: (...) uma competência implica uma ação responsável e reconhecida para agregar valor econômico a uma organização e valor social ao indivíduo. Está relacionada, em último caso, à capacidade de entrega de um profis- sional. Diante disso, podemos assumir que o sistema consiste em: • Mapear as competências organizacionais de uma empresa; • Identificar as competências necessárias para a execução de uma tarefa específica; Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento206/270 Link • Identificar as competências que o colaborador possui; • Fazer o cruzamento das informações apuradas, identificando o gap de treinamento e o desenvolvimento necessário para o funcionário. Disponível em: <https://endeavor.org.br/gestao-por-competencias/>. Acesso em: 8 set. 2017. A gestão por competências parte do entendimento de que não basta o mero levantamento de necessidades de treinamento, porque é preciso desenvolver uma visão mais ampla das necessi- dades do negócio e como as pessoas poderão contribuir adicionando valor à empresa (CHIAVE- NATO, 2009). Para o negócio, são necessárias competências da empresa, e, para a empresa, são necessárias competências das pessoas. O que nos leva à ideia de que existam diferentes tipos de competên- cia, normalmente apresentadas pelos pesquisadores como competências essenciais da orga- nização. Essenciais (conhecidas como core competences) são as competências que a organização reúne e integra para realizar seus negócios. Elas que definem e personalizam cada organização e https://endeavor.org.br/gestao-por-competencias/ Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento207/270 constituem suas vantagens competitivas no mundo de negócios. As competências essenciais, segundo Prahalad e Hamel (1998) devem apresentar algumas características indispensáveis, tais como: precisam ser vitais para o sucesso do negócio da organização; configurar um conjunto de características próprias, únicas e exclusivas, como cultura, conhecimentos, estilo de gestão e também precisam ser di- fíceis de copiar ou imitar graças às caracte-rísticas individuais da organização. As competências essenciais da organização precisam se desdobrar em competências funcionais para cada unidade ou departa- mento da organização, pois estas devem reunir e integrar essas competências para desenvolver suas atividades com êxito. Por exemplo, marketing precisa reunir com- petências para lidar com o mercado, com clientes, concorrentes, desenvolver novos produtos e serviços etc. Por seu lado, se as competências funcionais estão relacionadas às unidades organiza- cionais, estas são conduzidas por profissio- nais, dos quais se esperam competências gerenciais: cada gerente ou executivo da organização precisa reunir certas compe- tências a fim de assumir a responsabilida- de pela condução das pessoas, assimilan- do, desenvolvendo e praticando conceitos como liderança, motivação, comunicação, trabalho de equipes etc. E por fim, já que mencionamos os profissio- nais da organização, chegamos às compe- tências individuais: cada pessoa deve reunir Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento208/270 e integrá-las para realizar seu trabalho com sucesso. Para Chiavenato (2009) as competências individuais estão relacionadas com a apren- dizagem, solução de problemas, relaciona- mento interpessoal, facilidade em traba- lhar em equipes, entre outras, e resultam da conjugação de quatro fatores, indicados a seguir: Conhecimento: é o saber. É incorporado por meio da aprendizagem. Conhecimento sig- nifica aprender a aprender continuamente, com o objetivo de sempre crescer individu- almente. O conhecimento é a maneira pela qual cada um de nós armazena, organiza, estrutura e utiliza informações a respeito de determinada área ou campo de atividade. Habilidade: é o saber fazer. O conhecimen- to precisa ser aplicado, colocado em práti- ca, transformado em resultado concreto por meio das ações das pessoas. O conhecimen- to deve proporcionar as habilidades para fa- zer, realizar, solucionar os problemas e gerar inovação. A habilidade significa a capacida- de de realizar e executar de forma bem feita a atividade sobre a qual se agregou conhe- cimento. Todavia, somente a habilidade não é suficiente para garantir o desempenho, é preciso que haja oportunidade para atuar, incentivo e apoio no local de trabalho para fazer o que se aprendeu e da maneira como foi aprendido. Julgamento: é o saber analisar, ponderar e julgar. O conhecimento e a habilidade de- vem ser utilizados adequadamente. O julga- Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento209/270 mento define o que, como, quando e onde aplicar melhor o conhecimento e a habili- dade para alcançar os melhores resultados. Julgar é discernir e identificar um sentido de oportunidade, escolhendo determinado curso de ação. Portanto, julgar envolve ra- ciocínio, intuição, perspicácia e visão ante- cipada dos eventos. Atitude: é o saber fazer acontecer. É o com- portamento proativo e empreendedor que enfrenta desafios, obstáculos, dificuldades, resistências e faz as coisas acontecerem, utilizando exatamente os seus conheci- mentos, habilidade e julgamento. A pessoa dotada de um elevado perfil de competências demonstra, no entendimen- to de Chiavenato (2009), as qualidades re- queridas para levar adiante determinadas missões cada vez mais complexas. Por essa razão, é importante desenvolver novas competências que sejam relevantes para o sucesso do negócio da empresa, com o cuidado para investir em treinamento que proporcione o devido retorno para as ne- cessidades reais da organização. A gestão por competências contribui exa- tamente neste ponto: ela vai além de um programa sistematizado e desenvolvido para definir perfis profissionais, possibili- tando maior produtividade e adequação ao negócio, identificando potenciais de exce- lência e possíveis aspectos de carência. A gestão por competências poderá suprir la- cunas e agregar conhecimento, tendo por Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento210/270 base critérios objetivamente mensuráveis (CHIAVENATO, 2009). 2. Gestão do Conhecimento A competência depende diretamente do conhecimento, e este se origina da fusão de experiência, dos valores, das informações contextuais e do discernimento de uma pes- soa. Pessoas transformam a informação em conhecimento, fazendo comparações, ana- lisando consequências, buscando conexões e conversando com outras pessoas sobre as informações recebidas. Para saber mais Leia o artigo de Cartoni (2006) que discorre sobre a gestão do conhecimento: Este artigo trata da gestão do conhecimento como uma importante ferramenta de estratégia organizacional, por meio de um proces- so pelo qual a organização cria riqueza a partir do seu conhecimento, explícito ou tácito, que norteia o seu capital intelectual. CARTONI, Daniela Maria. Gestão do conhecimen- to como ferramenta de estratégia organizacio- nal. Revista de Ciências Gerenciais, v. 10, n. 12, p.96-105, 2006. Disponível em: <http://www. pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/ar- ticle/view/2718/2582>. Acesso em: 11 set. 2017. http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/2718/2582 http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/2718/2582 http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/2718/2582 Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento211/270 Para Rossini (2013) a gestão do conheci- mento contempla a criação, a disseminação e a utilização do conhecimento para atingir plenamente os objetivos da organização, é uma área nova na confluência entre tecno- logia da informação e administração, um novo campo entre a estratégia, a cultura e os sistemas de informação de uma organi- zação. A gestão do conhecimento traz um novo olhar sobre as empresas, suas estraté- gias, sua estrutura e até mesmo sua própria cultura (ROSINI, 2013). Chiavenato (2009) também considera a gestão do conhecimento a partir da cria- ção, identificação, integração, recuperação, compartilhamento e utilização do conhe- cimento dentro da empresa. O autor com- plementa, informando que desenvolve a organização de fluxos de informação entre variados setores e diferentes níveis organi- zacionais, para gerar, incrementar, desen- volver e partilhar o conhecimento, sobre- tudo para incentivar trocas espontâneas de conhecimento entre as pessoas. Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento212/270 E nas empresas, as ações e programas de treinamento e desenvolvimento (T&D) ainda são um meio de eliminar as lacunas de desempenho identificadas entre as suas pessoas? Em parte, sim. T&D não deixa de existir e de ser importante, mas hoje, iniciativas de T&D embora necessárias, não são mais suficientes, isoladamente (CHIAVENATO, 2009). Para saber mais Segundo Rocha e Neto (2017): Uma organização empresarial de sucesso procura manter, em seu quadro de colaboradores, pessoas com alto nível de excelência. É necessário ter as melhores pessoas para desenvolver estratégias competitivas, em um mer- cado que cada vez mais amplia suas fronteiras. ROCHA, C. S.; NETO, J. F. dos R. A Relevância da Gestão do Conhecimento na Tomada de Decisão: o Uso da Ferramenta Balanced Scorecard. Revista de Ciências Gerenciais, v. 21, n. 33, p. 36-42, 2017. Disponível em: <http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/4004/3598>. Acesso em: 11 set. 2017. http://www.pgsskroton.com.br/seer/index.php/rcger/article/view/4004/3598 Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento213/270 Há uma revolução da informação em anda- mento nos últimos anos, e dela esperamos muitos benefícios para o desenvolvimento de nossa sociedade, por meio de um equi- líbrio entre a informação, o conhecimento e a sabedoria. Entre as grandes mudanças em processo, entende-se que as pessoas deverão ser mais criativas, participativas e envolvidas, para que interajam em um con- texto socioeconômico independentemente dos resultados futuros da economia (ROSI- NI, 2013).Nestes novos tempos, de gestão do conhe- cimento, as pessoas precisarão desenvol- ver certas competências pessoais para atu- ar nos novos ambientes de negócios, por exemplo (CHIAVENATO, 2009): • A atitude de aprender a aprender como natural do modo como pensam e comportam-se no trabalho; • Eficiência das pessoas cada vez mais vinculada com a habilidade interpes- soal de comunicação e colaboração; • Espera-se que as pessoas no nível operacional descubram por si próprias como melhorar e agilizar seu trabalho; • Tecnologia da informação que os co- necte com os membros de suas equi- pes ao redor do mundo; • Conhecimento dos negócios: ambien- te competitivo que não permite prever o que virá para a organização ou para o mercado; Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento214/270 • A identificação e o desenvolvimento de líderes capazes de levar a organi- zação para um novo contexto de de- sempenho; • As pessoas de todos os níveis da orga- nização assumem o compromisso de assegurar que possuem as qualifica- ções exigidas, atuais e futuras. Gestão do conhecimento, portanto, é um amplo processo que envolve: memória or- ganizacional, mapeamento, integração e disseminação do conhecimento. E o conhe- cimento depende da aprendizagem, esta, por sua vez, na organização ocorre em duas condições básicas (CHIAVENATO, 2009): Quando uma organização estabelece e al- cança os seus objetivos, evidenciando cor- respondência entre seu plano de ação e o resultado real. a) Quando ocorre uma lacuna entre o objetivo e o resultado e ela é identifi- cada e corrigida, fazendo com que se transforme em correspondência. b) Significa dizer que aprendizado ocorre quando são criadas as correspondên- cias ou quando as lacunas são corrigi- das, por meio da análise e da mudança das variáveis e, em seguida, por inter- médio das ações cabíveis, caso a caso. Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento215/270 Na década de 1990, ganhou forte destaque a expressão “organizações de aprendiza- gem”. Peter Senge propõe cinco aborda- gens que ele denomina como disciplinas de aprendizagem, ou seja, um conjunto de prá- ticas a serem desenvolvidas cotidianamen- te para construir e melhorar a capacidade de aprendizagem nas organizações. As cinco disciplinas para a organização de aprendizagem são: domínio pessoal, mode- los mentais, visão compartilhada, aprendi- zagem em equipes e pensamento sistêmico. Link Confira um resumo sobre uma o artigo Aprendiza- gem Organizacional: A organização que aprende. EDNILSON. Mais comentada Material gratuito Se você procura mais eficiência, clique aqui APREN- DIZAGEM ORGANIZACIONAL: A organização que aprende. 2006. Disponível em: <https://www. administradores.com.br/artigos/cotidiano/ aprendizagem-organizacional-a-organi- zacao-que-aprende/12461/>. Acesso em: 09 out. 2017. Link Para se aprofundar no assunto sobre as cinco dis- ciplinas, veja um resumo do livro de Peter Senge no link indicado. SANTOS, T. da C. A Quinta Disciplina Peter Sen- ge. Disponível em: <http://www.administra- dores.com.br/artigos/tecnologia/a-quinta- -disciplina-peter-senge/68133/>. Acesso em: 11 set. 2017. https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/aprendizagem-organizacional-a-organizacao-que-aprende/12461/ https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/aprendizagem-organizacional-a-organizacao-que-aprende/12461/ https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/aprendizagem-organizacional-a-organizacao-que-aprende/12461/ https://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/aprendizagem-organizacional-a-organizacao-que-aprende/12461/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/a-quinta-disciplina-peter-senge/68133/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/a-quinta-disciplina-peter-senge/68133/ http://www.administradores.com.br/artigos/tecnologia/a-quinta-disciplina-peter-senge/68133/ Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento216/270 A disciplina denominada como domínio pessoal, consiste em aprender a gerar e manter uma tensão criativa em nossa vida. Envolve a formulação de um conjunto de resultados que as pessoas desejam alcançar como indivíduos (visão pessoal) em alinha- mento realista com o estado presente de suas vidas (realidade atual). Para uma necessária mudança de modelos mentais, os aprendizes devem trazer à su- perfície suas próprias imagens internas do mundo, testando-as e melhorando-as. No- vos modelos mentais focalizam o desenvol- vimento de atitudes e percepções que in- fluenciam o pensamento e a interação en- tre as pessoas. A visão compartilhada visa estabelecer ob- jetivos comuns. As pessoas aprendem a nu- trir o senso de compromisso em um grupo ou organização desenvolvendo imagens do futuro que pretendem criar. A aprendizagem de equipes é a interação para a aprendizagem em grupo. Utiliza o diálogo e discussão para desenvolver um pensamento coletivo, aprender a mobilizar energias e ações para desenvolver uma si- nergia, ou seja, uma inteligência e capaci- dade maior do que a soma dos talentos in- dividuais. Finalmente, e muito importante é o cha- mado pensamento sistêmico, pois envolve a aprendizagem e busca uma visão de glo- balidade. Pensamento sistêmico é baseado na retroação e na complexidade. As pessoas Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento217/270 aprendem melhor compreendendo a inter- dependência para lidar com as forças que produzem efeitos em suas ações. A aprendizagem organizacional se constrói a partir dessas cinco disciplinas que podem fazer com que pessoas e grupos conduzam as organizações para a mudança, melhorias e inovações contínuas. A vantagem competitiva de uma organi- zação somente é sustentável por meio do que ela sabe, como ela consegue utilizar aq- uilo que sabe e a rapidez com que aprende algo novo. Esta é a importância da apren- dizagem organizacional, que depende de uma cadeia integrada de lideranças e de to- das as pessoas que disponibilizem o conhe- cimento adequado às necessidades da or- ganização, para que se construa uma orga- nização maior do que a soma de suas partes (sinergia) e que não somente alcance, mas possa ultrapassar os resultados esperados (CHIAVENATO, 2009). Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento218/270 Glossário Competência: Capacidade de realizar algo. Conhecimento: Conhecer algo pela razão, pela experiência ou pela informação recebida. Os gre- gos possuem diferentes palavras para o conhecimento dependendo da forma como ele é adqui- rido. Sistêmico: Generalizado, não concentrado. Sistemático: Que se refere a um sistema. Questão reflexão ? para 219/270 Observamos a importância da gestão por competências. Estas envolvem o conhecimento, e este resulta da apren- dizagem. Mas será que todas as pessoas entendem com- petências do mesmo modo? Procure conversar com ex- perientes profissionais de gestão em organizações e per- gunte a eles o que entendem por competências (o que elas são?) para depois darem a você alguns exemplos. Compare as respostas que você encontrou com o que estudou aqui. 220/270 Considerações Finais • Antigamente as empresas guardavam e escondiam o conhecimento por meio da confidencialidade. Hoje, a gestão do conhecimento (knowledge management) pro- cura orientar a empresa inteira para produzir e disseminar o conhecimento, apli- cando com aproveitamento e lucrando com ele (CHIAVENATO, 2009). • Mas devemos estar atentos, pois no trajeto para a implementação da gestão do conhecimento, pode haver muita dificuldade, obstáculos, esforços e investimen- tos nem sempre disponíveis. Segundo Rossini (2013), não é somente em recursos materiais e financeiros que reside a maior dificuldade, mas no envolvimento e na participação dos indivíduos no processo de implementação. • Investir em gestão do conhecimento deve ser pensado por quem espera resultados em longo prazo, prevendo estar no negócio daqui anos. Se o conhecimento das pessoas na organizaçãonão faz parte do modelo de seu negócio, se a gestão da empresa não vê o conhecimento das pessoas agregando valor aos seus clientes, se os dirigentes da organização consideram as pessoas como recursos, apenas pela utilidade imediata, pouco importa a estratégia a ser utilizada (ROSSINI, 2013). Unidade 7 • Gestão de Competências e do Conhecimento221/270 Referências CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: Como incrementar tal- entos na empresa. 7. ed. Barueri: Manole, 2009. EBOLI, M. Educação corporativa: muitos olhares. São Paulo: Atlas, 2014. PRAHALAD, C. K.; HAMEL, G. A competência essencial da corporação. In: MONTGOMERY, C.; POR- TER, M. E. Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998. ROSINI, A. M. As nova tecnologias da informação e a educação a distância. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 222/270 1. A gestão do conhecimento é um amplo processo que envolve: memória organizacional, mapeamento, integração e disseminação do conhecimento. Já o conhecimento depende da: Questão 1 a) Aula. b) Inteligência. c) Concorrência. d) Competência. e) Aprendizagem. 223/270 2. É incorporado por meio da aprendizagem. Aprender a aprender conti- nuamente. Constitui a maneira pela qual as pessoas armazenam, organi- zam, estruturam e utilizam informações a respeito de determinada área ou campo de atividade. Questão 2 Referimo-nos a: a) Cultura. b) Atitude. c) Habilidade. d) Julgamento. e) Conhecimento. 224/270 3. A vantagem competitiva de uma organização somente é sustentável por meio do que ela sabe, como ela consegue utilizar aquilo que sabe e tam- bém pela: Questão 3 a) Rapidez no aprendizado dos clientes. b) Rapidez com que aprende algo novo. c) Frequência com que descarta o que aprendeu. d) Sua competência em perceber o que ainda não sabe. e) Sua habilidade em ocultar dos concorrentes aquilo que sabe. 225/270 4. Definem e personalizam cada organização e constituem suas vantagens competitivas em um mundo de negócios concorrente e dinâmico. São as competências que a organização reúne para realizar seus negócios, tam- bém conhecidas como: Questão 4 a) Níveis de competências. b) Competências técnicas. c) Competências individuais. d) Competências pessoais e interpessoais. e) Competências essenciais da organização. 226/270 5. Observe a seguinte afirmação: “Quanto mais as empresas dominam o _______________, maior a sua vantagem competitiva, pois os aspec- tos ______________ que agregam valor à maioria dos produtos e ser- viços são baseados em conhecimento, como know-how técnico, projeto do produto, _______________ de marketing, entendimento do cliente, _______________ e inovação. ” Questão 5 Considerando as lacunas existentes, selecione a alternativa a seguir que melhor corresponde ao seu preenchimento, na ordem correta. a) Mercado – Intangíveis – Estratégias – Treinamento. b) Mercado – Estratégicos – Profissionais – Treinamento. c) Conhecimento – Intangíveis – Estratégias – Criatividade. d) Conhecimento – Intangíveis – Profissionais – Treinamento. e) Conhecimento – Estratégicos – Profissionais – Criatividade. 227/270 Gabarito 1. Resposta: E. A gestão do conhecimento é um amplo pro- cesso que envolve: memória organizacional, mapeamento, integração e disseminação do conhecimento. O conhecimento depen- de da aprendizagem. 2. Resposta: E. Conhecimento constitui a maneira pela qual as pessoas armazenam, organizam, estru- turam e utilizam informações a respeito de determinada área ou campo de atividade. 3. Resposta: B. A vantagem competitiva de uma organ- ização somente é sustentável por meio do que ela sabe, como ela consegue utilizar aquilo que sabe e a rapidez com que apren- de algo novo. 4. Resposta: E. As competências que a organização reúne para realizar seus negócios, também co- nhecidas como competências essenciais da organização. 5. Resposta: C. Quanto mais as empresas dominam o co- nhecimento, maior a sua vantagem com- petitiva, pois os aspectos intangíveis que agregam valor à maioria dos produtos e serviços são baseados em conhecimento, como know-how técnico, projeto do produ- 228/270 Gabarito to, estratégias de marketing, entendimento do cliente, criatividade e inovação. 229/270 Unidade 8 Educação Corporativa e Educação à Distância Objetivos 1. Explorar o contexto e as característi- cas da educação corporativa e da uni- versidade corporativa. 2. Conhecer os conceitos que funda- mentam a educação à distância. 3. Estabelecer contato com a tecnologia de gerenciamento de aprendizagem LMS. Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj230/270 Introdução Em decorrência das transformações no mundo do trabalho, e como parte delas, vem se verificando um aumento dos inves- timentos nos sistemas de capacitação e desenvolvimento das pessoas. Nota-se um grande crescimento de pesquisas para me- lhor compreender o funcionamento desses sistemas, resultando em mais teorias, mo- delos, resultados empíricos, revisões e aná- lises. Adota-se, então, uma visão mais sis- têmica de treinamento e com maior preocu- pação com o contexto organizacional (BOR- GES-ANDRADE; ABBAD; MOURÃO, 2007). Neste contexto, várias organizações estão migrando gradativamente do T&D para a educação corporativa em uma transforma- ção definitiva. Segundo Chiavenato (2009) a diferença está em que o tradicional T&D, por sua natureza e configuração, frequen- temente é visto como sendo apenas local, tópico, reativo, micro-orientado, agrega- dor, enquanto a educação corporativa ten- de a se apresentar como holística, sistêmi- ca, proativa e sinérgica. Entende-se que a capacitação e desenvol- vimento das pessoas nas organizações deve ser um processo contínuo e não um evento ocasional que ocorre, por exemplo, apenas uma vez a cada ano ou semestre. O recente conceito de universidade corporativa pro- põe uma nova forma de irradiar e compar- tilhar conhecimento de maneira intensiva e ininterrupta. Universidade corporativa representa mui- to mais um processo, uma mentalidade, um estado de espírito generalizado do que pro- Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj231/270 priamente um local físico ou uma entidade concreta (CHIAVENATO, 2009). Educação Corporativa e Universidade Cor- porativa Para Chiavenato (2009) existem algumas principais tendências que movimentam o papel dos tradicionais sistemas de T&D, tais como: 1) Aprendizagem como estratégia em- presarial: as organizações que apren- dem bem e rápido tendem a obter me- lhor desempenho em negócios. 2) A tecnologia da informação como ins- trumento que contribui para superar barreiras e limites impostos por: sala de aula, local, horários e custos pre- senciais. 3) Desempenho: ao invés de focar nas atividades, o treinamento passa a buscar competências, e a se concen- trar nos problemas de desempenho das pessoas, equipes e empresa, e os resultados que elas alcançam. 4) Papel da liderança: dos estilos mais técnicos e fechados para uma postura mais participativa, exigindo dos líde- res um investimento em autoconhe- cimento e na disposição de aspectos como diálogo, o exercício de dar e re- ceber feedback, a discussão de rela- cionamentos e o melhor desempenho. 5) Profissionais de T&D: muito além de apenas cursos e workshops, passa a ocupar mais importância no processo de aprendizagem e inovação da em- Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj232/270 presa para ajudar a organização e as pessoas a crescererm e alcançarwm o sucesso em alinhamento com a estra- tégia organizacional. É nesse ambiente que emerge o conceito de educação corporativa constituindo-se como um processo e não necessariamente um local, em que funcionários, e até clientes e fornecedores, podem participar de uma variedade de experiências de aprendizagem para melhorar o desempenho no trabalho e incrementar seu impacto nos negócios. A educação corporativa tem desempenha-do um papel estratégico na construção da competitividade empresarial por meio do desenvolvimento das competências huma- nas de forma atrelada às competências em- presariais (EBOLI, 2014). A utilização cada vez mais intensa da edu- cação à distância (EaD) pelas empresas, passou a caracterizar a EaD corporativa, que, por sua vez, deu origem, já na déca- da de 1990, às universidades corporativas (MATTAR, 2011). Em muitos casos, a função tradicional de T&D converte-se em uma universidade cor- Para saber mais Consulte mais informações sobre educação cor- porativa no texto indicado. LOPES, J. C. Educação Corporativa. Disponível em: <http://www.rhportal.com.br/artigos- -rh/educao-corporativa/>. Acesso em: 11 set. 2017. http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/educao-corporativa/ http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/educao-corporativa/ Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj233/270 porativa. Em outros, a empresa cria uma universidade corporativa com o intuito de enfrentar desafios e promover mudanças. Algumas são virtuaise boa parte delas es- tende-se além das fronteiras da empresa, envolvendo também os fornecedores e os clientes, nas duas pontas, utilizando meto- dologias de ensino à distância e tecnologia da informação (CHIAVENATO, 2009). Esse movimento reflete a importância que a educação corporativa adquiriu na ges- tão empresarial, evoluindo para uma com- preensão da relevância da educação como condição para competitividade. Isto se evi- dencia na quantidade e na qualidade de ex- periências verificadas. Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj234/270 Em rigor, sabemos que vários programas educacionais nas empresas sempre existiram, normal- mente eles eram voltados aos níveis gerenciais e à alta administração. Para a maioria dos funcio- nários, mais operacionais, havia programas de treinamento pontuais (EBOLI, 2014). Para saber mais Segundo o texto Investimento em educação corporativa desponta como alternativa para melhorar a qualifi- cação de profissionais do site Delloite: Estudo inédito da Deloitte, com 126 empresas, retrata o cenário da educa- ção corporativa no Brasil e mostra a maturidade da prática; 28% das em- presas pesquisadas já possuem universidade corporativa. Das 72% que não possuem, mais de um quarto delas (28%) já demonstra interesse em criar a estrutura; entre empresas que revelam aplicar recursos em educação cor- porativa, a média de investimento é de 0,47% do faturamento no período. Disponível em: <https://www2.deloitte.com/br/pt/footerlinks/pressreleasespage/pesquisa-e- ducacao-corporativa-no-brasil.html>. Acesso em: 23 set. 2017. https://www2.deloitte.com/br/pt/footerlinks/pressreleasespage/pesquisa-educacao-corporativa-no-brasil.html https://www2.deloitte.com/br/pt/footerlinks/pressreleasespage/pesquisa-educacao-corporativa-no-brasil.html Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj235/270 É a evolução da educação corporativa e o surgimento das universidades corporati- vas que marcam a evolução do tradicional centro de treinamento & desenvolvimento (T&D) para uma estratégia mais abrangente voltada para a educação de todos os cola- boradores. Segundo Eboli (2014), as forças que sustentaram o aparecimento desse fe- nômeno são: 1) A organização mais flexível, menos hierárquica, enxuta, capaz de respos- tas mais rápidas. 2) O advento e a consolidação de uma nova era na qual o conhecimento é a base para a formação de riqueza. 3) Rápida obsolescência do conhecimen- to associada ao sentido de urgência. 4) Novo foco na capacidade de empre- gabilidade para a vida toda ao invés de do emprego para toda a vida. 5) A necessidade de formar pessoas com visão global e perspectiva internacio- nal dos negócios. Ao observar que é esse contexto de forças que faz com que se destaque nas empresas a gestão por competências, e não por cargos, entende-se melhor porque a educação cor- porativa é um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado justamente pela gestão de pessoas por competências. Isto faz com que seu objetivo principal seja o desenvol- vimento e a instalação das competências consideradas críticas para a viabilização das estratégias de negócio (EBOLI, 2014). Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj236/270 Se o objetivo principal está relacionado às competências, a missão de uma universida- de corporativa é explicada em três elemen- tos principais por Eboli (2014): (a) formar e desenvolver os talentos na gestão dos ne- gócios; (b) promover a gestão do conheci- mento organizacional (gerar, assimilar, di- fundir e aplicar); (c) por meio de um proces- so de aprendizagem ativa e contínua. Ainda segundo Eboli (2014) a implementa- ção de projetos de universidades corporati- vas tende a se organizar em torno de certos princípios, tais como: 1) Prover oportunidades de aprendiza- gem que deem suporte para a em- presa atingir seus objetivos críticos do negócio. 2) Considerar o modelo de universida- de corporativa como um processo e não apenas um local de aprendizado. 3) Desenhar programas que incorpo- rem: cidadania, contexto e compe- tências. 4) Treinar as pessoas componentes da cadeia de valor da empresa. 5) Migrar do modelo “sala de aula” para Link Veja um exemplo de educação corporativa em uma empresa no caso da Volkswagen. Disponível em: <http://vwbr.com.br/ImprensaVW/page/ Educacao-Corporativa.aspx>. Acesso em: 23 set. 2017. http://vwbr.com.br/ImprensaVW/page/Educacao-Corporativa.aspx http://vwbr.com.br/ImprensaVW/page/Educacao-Corporativa.aspx Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj237/270 múltiplas formas de aprendizagem. 6) Estimular gerentes e líderes a se envolverem com a aprendizagem, tornando-se também responsáveis pelo processo. 7) Depender cada vez menos da alo- cação de orçamento da empresa e buscar um orçamento próprio. 8) Assumir foco global no desenvol- vimento de soluções de aprendiza- gem. 9) Criar sistemas eficazes de avaliação dos investimentos e resultados obti- dos. 10) Utilizar a universidade corporativa para sustentar vantagem competiti- va e entrar em novos mercados. 2. Educação à Distância e Tec- nologia A tecnologia, como sabemos, vem trazendo profundas transformações no entendimen- Link Confira a importância da liderança no desenvolvi- mento da educação corporativa acessando o link indicado. EBOLI, M. O papel das lideranças no êxito de um sistema de educação corporativa. RAE - Revis- ta de Administração de Empresas, São Paulo, v. 45, n. 4, p. 118-122, out./dez. 2005. Disponí- vel em: <http://www.fiap.redalyc.org/articu- lo.oa?id=155116007008>. Acesso em: 11 set. 2017. http://www.redalyc.org/articulo.oa http://www.redalyc.org/articulo.oa Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj238/270 to sobre o aprendizado e o treinamento em ambientes corporativos, escolas, faculda- des e universidades. Muitas empresas pas- sam a se utilizar dessas ferramentas tecno- lógicas em diferentes frentes, desde o re- crutamento e seleção de colaboradores, até divulgação e desenvolvimento de produtos e serviços, além de ampla utilização em ca- pacitação das pessoas por meio da aprendi- zagem (NOE, 2015). Se nós vivemos em uma sociedade em trans- formação, as tecnologias, os fatores econô- micos, políticos e sociais contribuem para a intensificação do processo de globalização, que gera mudanças em todos os níveis e es- feras da sociedade e dos mercados, modifi- cando estilos de vida e consumo, bem como a maneira de ver o mundo e de aprender so- bre seu próprio tempo e espaço. A educação como sistema social também vive transformações, trazendo a educação à distância como uma possibilidade que per- mite acesso à educac ̧ão formal e informal em diversos lugares do mundo. A modali- dade de educação à distância – EaD – tem provocado fortes mudanças na forma de trabalhar de educadores e na maneira de aprender dos alunos, como na forma de co- municação entreprofessores e alunos, alu- nos e instituição de ensino, alunos e alunos (MACHADO; MORAES, 2015). Aprender e ensinar em EaD implica ações pedagógicas próprias, sendo necessária uma reformulação didática que atenda à nova forma de comunicação. A comuni- cação acontece no fórum ou no chat, por exemplo. A docência e a interação devem Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj239/270 ser previstas para atender estratégias comunicacionais tornando acessível o conhecimento, seja por áudio, material impresso, teleconferência, videoconferência, ou outros recursos (MACHADO; MORAES, 2015). Para saber mais Segundo o site EAD: A primeira geração do EaD foi caracterizada pelos cursos por correspondência. Nesse tipo de curso, o aluno recebia o material solicitado em casa, com conte- údos e exercícios a respeito do tema que seria estudado.(...) A segunda geração do ensino a distância no Brasil veio a partir dos anos 1970, quando o foco prin- cipal ainda eram os materiais impressos, mas surgiram também fitas de vídeo, programas da televisão, etc. O Telecurso é um programa que exemplifica essa geração.(...) A terceira e última geração é classificada pelos dias atuais: a tecno- logia está totalmente integrada, os alunos utilizam os mais diversos recursos de comunicação por meio de computadores conectados à Internet, e o núme- ro de adeptos cresceu muito”. Disponível em: <http://www.ead.com.br/ead/expansao-ead-brasil.html>. Acesso em: 23 set. 2017. http://www.ead.com.br/ead/expansao-ead-brasil.html Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj240/270 A EaD tornou-se instrumento de promoção de oportunidades, uma vez que serão mui- tas as pessoas que, ao apropriar-se dessa modalidade, poderão alcançar novas opor- tunidades profissionais. O desenvolvimen- to dessa modalidade de ensino contribuirá para implementar projetos educacionais mais diversos e para mais complexas situa- ções (VALERIANO, 2016). Uma das conceituações mais frequentes por diferentes autores trata a EaD como apren- dizado planejado, e que, normalmente, acontecerá em um lugar diferente do local do ensino, e que, por isto mesmo, exige téc- nicas especiais, desde a própria criação do curso como também de instrução e comu- nicação, utilizando-se de várias tecnologias e disposições organizacionais e administra- tivas especiais (MOORE; KEARSLEY, 2007). Os principais aspectos a serem enfatizados a respeito dessa definição indicam que o es- tudo de EaD é de aprendizado e ensino, sen- do que o aprendizado que é planejado (por- tanto, não acidental) e que normalmente está em lugar diferente do local de ensino, exigindo, assim, soluções de comunicação por meio de diversas tecnologias (MOORE; KEARSLEY, 2007). Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj241/270 Como aspecto pedagógico inserido na re- alidade educacional, a EaD possibilita que as pessoas tenham condições eficientes e eficazes de compartilhar o conhecimento, debatendo, questionando e reformulando ideias, valores, percepções e experiências, sem a necessidade da palavra impressa e da presencialidade física (MACHADO; MORA- ES, 2015). E é por isso mesmo que as soluções EaD tem sido crescentemente adotadas, ao se con- siderar que atendam certas necessidades, como: • Acesso crescente a oportunidades de aprendizado e treinamento. • Proporcionar oportunidades para atu- alizar aptidões. • Reduzir os custos dos recursos educa- cionais. • Apoiar a qualidade das estruturas educacionais existentes. Link Consulte o site da Associação Brasileira de Edu- cação a Distância - ABED: (...) sociedade científi- ca sem fins lucrativos e sem vínculos ideológicos de qualquer natureza, tem sua Diretoria escolhida em eleições livres e democráticas. Foi criada para o de- senvolvimento da educação aberta, flexível e a dis- tância. Disponível em: <http://www.abed.org.br/site/ pt/institucional/quem_somos/>. Acesso em: 23 set. 2017. http://www.abed.org.br/site/pt/institucional/quem_somos/ http://www.abed.org.br/site/pt/institucional/quem_somos/ Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj242/270 • Melhorar a capacitação do sistema educacional. • Nivelar desigualdades entre grupos etários. • Direcionar campanhas educacionais para públicos-alvo específicos. • Proporcionar treinamento de emer- gência para grupos-alvo importantes. • Aumentar as aptidões para a educa- ção em novas áreas de conhecimento. • Oferecer uma combinação de educa- ção com trabalho e vida familiar. • Agregar uma dimensão internacional à experiência educacional. Essa é apenas uma amostra, e seriam al- gumas das necessidades que nos dão uma ideia das razões pelas quais a educação à distância tem recebido maior interesse dos planejadores em anos recentes. Sugerindo alguns dos motivos por que existe a possi- bilidade de um desenvolvimento adicional (MOORE; KEARSLEY, 2007). É importante ressaltar, entretanto, que EaD não é sinônimo de conseguir um diploma sem trabalho ou estudo. Geralmente cur- sos EaD podem ser mais rigorosos e exigem mais empenho do que os cursos presenciais. A carga de estudo que cursos EaD exigem é igual ou superior à exigida pelos mesmos presenciais. Além disso, com o desenvolvi- mento das disciplinas, as tarefas podem até ficar cada vez mais desafiadoras (MESQUI- TA; PIVA JR; GARA, 2014). Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj243/270 3. Sistemas de Gestão da Apren- dizagem Graças aos recursos tecnológicos, apresen- tam-se uma série de vantagens na modali- dade EaD. Uma delas é a economia de custos relacionados a viagens. Outra vantagem é possibilitar que funcionários em locais dis- persos recebam treinamento de especialis- tas que não poderiam visitar cada região de outra forma (NOE, 2015). Independentemente do modelo EaD e da forma de comunicação adotada, são neces- sários meios tecnológicos para viabilizar a comunicação, frequentemente denomina- dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), que se constituem de um cenário no qual, dependendo dos recursos existentes, o ensino e a aprendizagem podem ocorrer de maneira qualitativamente diferenciada. Ao se utilizar, por exemplo, AVA que dis- põem de recursos como áudio e vídeo, as possibilidades são diferentes daqueles nos quais a interação ocorre apenas pela escri- ta, por meio de um chat (BORBA; MALHEI- ROS; AMARAL, 2014). Nos AVA, podemos encontrar recursos de comunicação assíncrona, como listas de discussão, portfólios e fóruns, em que os alunos trazem suas ideias, dúvidas e divi- dam soluções dos problemas propostos, cada um no seu tempo disponível. Na co- municação síncrona, como chat ou video- conferência, é possível compartilhar ideias em tempo real, mesmo que as pessoas não Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj244/270 estejam no mesmo espaço físico (BORBA; MALHEIROS; AMARAL, 2014). Os ambientes virtuais de aprendizagem fa- zem parte de sistemas de gestão da apren- dizagem, também conhecidos pela sigla LMS, do inglês Learning Management System. LMS é uma plataforma que pode ser usada para automatizar administração, desenvol- vimento e oferta de todos os programas de treinamento de uma empresa E podem dar aos funcionários, gerentes e instrutores a capacidade de gerenciar, oferecer e acom- panhar atividades de aprendizagem. Incluem a possibilidade de os usuários pes- quisarem em bancos de dados e na intranet da empresa simultaneamente sobre infor- mações de programas de treinamento (MO- ORE; KEARSLEY, 2007). Normalmente, o LMS possibilita gestão e relatório de aprendizes. Ou seja, acompa- nhar e registrar o progresso e a atividade, organizar cursos e eventos de aprendiza- gem em catálogos, gerenciar e acompanhar os recursos necessários, como salas de aula e instrutores e apoiar a comunicação entre administradores e estudantes. LMS pode se constituir em um recurso que empresas, dos mais variados segmentos, podem usufruir para deixaro processo de aprendizagem mais dinâmico, interativo e inovador, seja pela oferta de cursos on-li- ne ou o gerenciamento de em treinamento corporativo, integrando a prática da educa- ção corporativa. Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj245/270 Para saber mais Segundo Coelho (2017): A principal funcionalidade de um Learning Management System (LMS) é a distribuição de conteúdo a seus usuários. Sendo assim, todo LMS de alguma forma tem mecanismos para inserção e gestão do conteúdo. Estes conteúdos podem ser vídeos, áudios, PDFs, arquivos em geral, anima- ções, links externos, páginas HTML, pacotes SCORM (padrão de conteúdo e-learning) etc. Algumas plataformas contam com recursos de criação de conteúdo também. Isso significa, uma ferramenta que permite ao usuário criar conteúdo rico, com imagens, vídeos, texto, sem necessitar de conhecimentos mais avançados. COELHO, B. O que é LMS? O guia completo sobre plataformas EaD. Disponível em: <https://impulse. net.br/lms-plataforma-ead/>. Acesso em: 20 jul. 2017. https://impulse.net.br/lms-plataforma-ead/ https://impulse.net.br/lms-plataforma-ead/ Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj246/270 LMS fornece uma infraestrutura de oferta de cursos on-line, portanto, além disto e de possibilitar cadastrar e acompanhar os alu- nos, disponibiliza ferramentas de criação para criar novos cursos e promover sua con- sistência. A avaliação de habilidades é provida por dispositivos que viabilizam criar, editar, dis- tribuir e oferecer testes avaliativos, revisar as conquistas dos aprendizes, o que contri- bui para a gestão de desenvolvimento pro- fissional, acompanhando e comparando o aprendizado do participante com as suas metas. No caso de empresas, um LMS pode funcio- nar como um grande aliado na boa prática da educação corporativa, como suporte ao processo de aquisição de novas competên- cias e habilidades por parte de colaborado- res, contribuindo diretamente na melhoria dos resultados empresariais. Além disso, mesmo empresas menores podem se be- neficiar das vantagens LMS se contratarem um fornecedor para operar o sistema. Isso permite que elas ofereçam oportunidades de treinamento e desenvolvimento que não conseguiriam disponibilizar por conta pró- pria. Como uma empresa desenvolve um LMS? O primeiro passo é convencer a gerência de que um LMS beneficiará os funcionários e contribuirá para as estratégias e metas ge- rais de negócio. No segundo passo, a em- presa que deseja desenvolver um LMS pre- cisa ter uma cultura de e-learning que apoie a aprendizagem on-line e incentive a parti- Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj247/270 cipação dos funcionários. O passo seguinte é conceder ao aluno o controle do ambiente de aprendizagem on-line, o que inclui não só a escolha do que e quando aprender, como também o envolvimento no aprendizado: prática, feedback, apelo a vários sentidos etc.(MOORE; KEARSLEY, 2007). Podemos resumir as principais vantagens do LMS para empresas em: melhoria no desempenho profissional; melhoria nos resultados empresariais; melhoria na mo- tivação e engajamento de colaboradores; possibilidade de avaliação rica e completa de performance de colaboradores; possib- ilidade de reutilização dos materiais e con- teúdos ao longo do tempo; fácil acesso aos treinamentos, informações e relatórios de aprendizagem; economia de tempo e es- paço e dar poder ao colaborador aprender em seu tempo. Para potencializar a sua eficácia, um siste- ma LMS deve ser integrado ao sistema de gestão de talentos. As interfaces entre eles fornecerão informações básicas sobre o funcionário, como unidade de negócio, lo- Link Leia o texto Como escolher o melhor LMS e utilizá-lo com êxito em seu curso a distância do site Blackbo- ard Blog. Disponível em: <http://blackboard.grupoa. com.br/blog/como-escolher-o-melhor-l- ms-e-utiliza-lo-com-exito-em-seu-curso- -a-distancia/>. Acesso em: 11 set. 2017. http://blackboard.grupoa.com.br/blog/como-escolher-o-melhor-lms-e-utiliza-lo-com-exito-em-seu-curso-a-distancia/ http://blackboard.grupoa.com.br/blog/como-escolher-o-melhor-lms-e-utiliza-lo-com-exito-em-seu-curso-a-distancia/ http://blackboard.grupoa.com.br/blog/como-escolher-o-melhor-lms-e-utiliza-lo-com-exito-em-seu-curso-a-distancia/ http://blackboard.grupoa.com.br/blog/como-escolher-o-melhor-lms-e-utiliza-lo-com-exito-em-seu-curso-a-distancia/ Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj248/270 calização geográfica e cargo. Também são armazenadas no LMS informações sobre quais disciplinas foram concluídas pelo alu- no e quais ele está apto a fazer. Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj249/270 Glossário Corporação: Associação de pessoas com afinidade profissional, organizadas sob um mesmo re- gulamento. Corporativo: Organizado conforme corporação. Questão reflexão ? para 250/270 Você observou que discutimos educação corporativa bem próxima da abordagem de educação à distância? Você considera que ambas estão ligadas entre si? De que forma? E os sistemas LMS, como você entende que entram nessa história? Se você fosse chamado para um projeto de educação corporativa na sua empresa, como ele seria desenhado preliminarmente? 251/270 Considerações Finais • As organizações estão migrando do tradicional T&D para a educação cor- porativa para proporcionar e atualizar competências. • A educação corporativa valoriza o conceito de gestão do conhecimento cor- porativo, em que a organização procura criar, identificar, integrar, recuperar, compartilhar e utilizar o conhecimento a respeito do seu negócio, seus pro- dutos e serviços, processos e métodos de trabalho etc. • A evolução da educação corporativa nas empresas foi influenciada forte- mente pelo desenvolvimento das possibilidades de educação à distância (EaD). • A viabilização da educação corporativa e da EaD dependerão do investi- mento em tecnologia, e uma das alternativas tecnológicas é a adoção de um LMS (Learning Management System) um sistema de gestão de aprendizagem. Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj252/270 Referências BORBA, M. DE C.; MALHEIROS, A. P. DOS S.; AMARAL, R. B. Educação a distância on-line. 4. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2014. BORGES-ANDRADE, J. E.; ABBAD, G. DA S.; MOURÃO, L. Treinamento, desenvolvimento e ed- ucação em organizações e trabalho: fundamentos para a gestão de pessoas. Porto Alegre: Artmed, 2007. CHIAVENATO, I. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: como incrementar tal- entos na empresa. 7. ed. Barueri: Manole, 2009. EBOLI, M. Educação corporativa: muitos olhares. São Paulo: Atlas, 2014. KNOWLES, M.; HOLTON III, E.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados - uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. MACHADO, D. P.; MORAES, M. G. DE S. Educação a distância: fundamentos, tecnologias, estru- tura e processo de ensino e aprendizagem. São Paulo: Érica, 2015. MATTAR, J. Guia de educação a distância. São Paulo: Cengage Learning, 2011. MESQUITA, D.; PIVA JR, D.; GARA, E. B. M. Ambiente virtual de aprendizagem: conceitos, normas, procedimentos e práticas pedagógicas no ensino a distância. São Paulo: Érica, 2014. Unidade 8 • Educação Corporativa e Educação à Distânciaj253/270 MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2007. NOE, R. A. Treinamento e desenvolvimento de pessoas: teoria e prática. 6. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015. VALERIANO, L. Planejamento e administracão em educacão a distância. São Paulo: Cengage, 2016. 254/270 1. Analise a conceituação da Profa. Marisa Eboli: “Educação _____________ é um sistema de formação de pessoas pautado por uma gestão de pessoas com base em _____________, devendo, portanto, instalar e desenvolver nos colaboradores as competências consideradas _____________ para a viabilizaçãodas estratégias de negócio, promovendo um processo de apren- dizagem _____________ e permanente vinculado aos propósitos, valores, objetivos e metas empresariais”. Tendo em vista as lacunas apresentadas, selecione a alternativa que as preencha corretamente, na ordem necessária. a) Corporativa - Treinamento - Úteis - Ativo. b) À distância - Treinamento - Úteis - Adulta. c) Corporativa - Competências - Úteis - Adulta. d) Corporativa - Competências - Críticas - Ativo. e) À distância - Competências - Críticas - Adulta. Questão 1 255/270 2. Analise a conceituação sobre educação à distância: “Aprendizado _____________ que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação do curso e de instrução, comunicação por meio de várias _____________ e disposições organiza- cionais especiais. Possibilita que as pessoas tenham condições eficientes e eficazes de compartilhar o _____________, sem a necessidade da palavra impressa e da presença _____________.” Questão 2 Tendo em vista as lacunas apresentadas, selecione a alternativa que as preencha corretamente, na ordem necessária. a) Planejado - Pessoas - Processo - Física. b) Corporativo - Pessoas - Processo - Virtual. c) Planejado - Tecnologias - Processo - Virtual. d) Planejado - Tecnologias - Conhecimento - Física. e) Corporativo - Tecnologias - Conhecimento - Virtual. 256/270 3. Analise a conceituação sobre sistema de gestão da aprendizagem (LMS): “É uma plataforma que pode ser usada para _____________ a administração, o desenvolvimento e a oferta de todos os programas de _____________ de uma empresa. Os LMS podem dar aos funcionários, gerentes e instrutores a capacidade de _____________, oferecer e acom- panhar atividades de _____________.” Questão 3 Tendo em vista as lacunas apresentadas, selecione a alternativa que as preencha corretamente, na ordem necessária. a) Armazenar - Gestão - Ministrar - Ensino. b) Armazenar - Treinamento - Gerenciar - Ensino. c) Automatizar - Treinamento - Ministrar - Ensino. d) Automatizar - Gestão - Ministrar - Aprendizagem. e) Automatizar - Treinamento - Gerenciar - Aprendizagem. 257/270 4. Observe a seguinte afirmação sobre o uso de sistema de gestão da apren- dizagem (LMS). “Para potencializar a sua _____________, um LMS deve ser _____________ ao sistema de gestão de talentos. As interfaces entre eles fornecerão informações básicas sobre o funcionário, como unidade de negócio, localização geográfica e cargo. Também são armazenadas no LMS _____________ sobre quais disciplinas foram concluídas pelo aluno e quais ele está _____________ a fazer.” Questão 4 Tendo em vista as lacunas apresentadas, selecione a alternativa que as preencha corretamente, na ordem necessária. a) Eficácia - Submetido - Avaliações - Apto. b) Eficácia - Integrado - Informações - Apto. c) Eficácia - Integrado - Avaliações - Disposto. d) Tecnologia - Submetido - Avaliações - Disposto. e) Tecnologia - Integrado - Informações - Disposto. 258/270 5. De modo geral, a missão de uma universidade corporativa consiste em formar e desenvolver os talentos na gestão dos negócios e também promo- ver a gestão do conhecimento organizacional (geração, assimilação, difu- são e aplicação). Como se dá o desenvolvimento dessa gestão? Questão 5 a) Por meio da contratação de mestres e doutores. b) Por meio da nomeação de reitores e coordenadores. c) Por meio de um processo de aprendizagem ativa e contínua. d) A partir da elaboração de um projeto que deve ser enviado ao Ministério da Educação. e) Com a aprovação de credenciamento de Polo EaD para se tornar universidade corporativa. 259/270 Gabarito 1. Resposta: D. Educação CORPORATIVA é um sistema de formação de pessoas pautado por uma ges- tão de pessoas com base em COMPETÊN- CIAS, devendo, portanto, instalar e desen- volver nos colaboradores as competências consideradas CRÍTICAS para a viabilização das estratégias de negócio, promovendo um processo de aprendizagem ATIVO e per- manente vinculado aos propósitos, valores, objetivos e metas empresariais. 2. Resposta: D. Aprendizado PLANEJADO que ocorre nor- malmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de cria- ção do curso e de instrução, comunicação por meio de várias TECNOLOGIAS e dispo- sições organizacionais especiais. Possibilita que as pessoas tenham condições eficientes e eficazes de compartilhar o CONHECIMEN- TO, sem a necessidade da palavra impressa e da presença FÍSICA. 3. Resposta: E. Sistema de gestão da aprendizagem (LMS) é uma plataforma que pode ser usada para AUTOMATIZAR a administração, o desen- volvimento e a oferta de todos os progra- mas de TREINAMENTO de uma empresa. Os LMS podem dar aos funcionários, geren- tes e instrutores a capacidade de GEREN- CIAR, oferecer e acompanhar atividades de APRENDIZAGEM. 260/270 Gabarito 4. Resposta: B. Para potencializar a sua EFICÁCIA, um LMS deve ser INTEGRADO ao sistema de gestão de talentos. As interfaces entre eles forne- cerão informações básicas sobre o funcio- nário, como unidade de negócio, localiza- ção geográfica e cargo. Também são arma- zenadas no LMS INFORMAÇÕES sobre quais disciplinas foram concluídas pelo aluno e quais ele está APTO a fazer. 5. Resposta: C. A missão de uma Universidade Corporativa consiste em formar e desenvolver os talen- tos na gestão dos negócios e também pro- mover a gestão do conhecimento organiza- cional (geração, assimilação, difusão e apli- cação) por meio de um processo de apren- dizagem ativa e contínua.