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Cadeia de Custódia ➢ Para Saferstein, cadeia de custódia é "uma lista de todas as pessoas que estiveram de posse de um item de evidência". O documentar dos procedimentos de custódia é o que garante a responsabilização e a rastreabilidade da prova, daí sua grande importância. Entretanto, os procedimentos de custódia não devem se resumir a um documento. ➢ Byrd acrescenta a responsabilização e a confiabilidade quando define o termo como "um registro escrito e defensável de todos os indivíduos que mantiveram o controle sobre as evidências". Defensável é o que pode ser defendido mediante a sustentação por argumentos e razões. Quanto mais robusta esta defesa, mais confiável é o que se defende e, consequentemente, maior é o impacto na tão importante convicção do magistrado. A confiabilidade muitas vezes depende da argumentação e quando falamos em cadeia de custódia, a argumentação deve ser baseada essencialmente no documento de custódia ou num sinônimo usado pelo autor, um "registro escrito". ➢ Outra questão relevante a ser considerada na cadeia de custódia é a dimensão temporal. Quando ela tem início e quando termina? Neste sentido, o conceito de Giannelli é relevante: "a movimentação e a localização de uma evidência física desde sua obtenção até sua apresentação na corte". Aqui a cadeia de custódia se inicia com a obtenção do vestígio e termina com sua presença no tribunal. ➢ A Cadeia de Custódia viabiliza o controle sobre o trâmite da amostra com a identificação nominal das pessoas envolvidas em todas as fases do processo, caracterizando as suas responsabilidades, as quais são reconhecidas institucionalmente, uma vez que, como já foi citado, as mesmas foram treinadas para estas atividades. Portanto, o fato de assegurar a memória de todas as fases do processo, constitui um protocolo legal que permite garantir a idoneidade do resultado e rebater as possíveis contestações. ➢ Neste contexto, a responsabilidade dos profissionais envolvidos na Cadeia de Custódia não tem apenas uma implicação legal, mas também moral, na medida que o destino das vítimas e dos réus dependem do resultado da perícia. Cadeia de custódia é a garantia de total proteção aos elementos encontrados e que terão um caminho a percorrer, passando por manuseio de pessoas, análises, estudos, experimentações e demonstração-apresentação até o ato final do processo criminal. ➢ A finalidade da cadeia de custódia é assegurar a idoneidade dos objetos e bens apreendidos, a fim de evitar qualquer tipo de dúvida quanto à sua origem e caminho percorrido durante a investigação criminal e o respectivo processo judicial. ➢ A prova material do processo foi, incontestavelmente, um vestígio quando do início dos procedimentos periciais. Se o vestígio, antes de ser reconhecido, está no local de crime, então a custódia deste nasce no momento em que os procedimentos de preservação de local de crime se iniciam e são assegurados pela autoridade policial. ➢ Quando os peritos criminais chegam ao local, a responsabilidade sobre os vestígios em potencial, ali presentes, passam do policial responsável pela preservação de local para os primeiros. Estes, por sua vez, realizam os exames pertinentes, elaboram um laudo pericial e, após a liberação das peças e do local, encaminham as evidências para a apreensão pela autoridade policial, instante em que a responsabilidade sobre a guarda e integridade das mesmas passam à referida autoridade. ➢ Na definição técnica de “cadeia de custódia” percebem-se duas ações específicas essenciais: manter e documentar. Na verdade, não são ações isoladas e sim integradas, ou seja: para cada uma das etapas da cadeia de custodia, que visam a manutenção da integridade e idoneidade do vestígio haverá de se proceder a respectiva documentação, onde devem estar contidos os nomes ou iniciais dos indivíduos que coletam e tramitam os vestígios, cada pessoa ou entidade que o tenha custodiado subsequentemente, a data onde os itens foram coletados ou transferidos, o nome do órgão e da autoridade requisitante, o numero da ocorrência, inquérito ou processo (se nesta fase existirem), o nome da vitima ou do suspeito e uma breve descrição do item. Cadeia de custódia externa Refere-se a todas as etapas envolvidas desde a custódia do local do crime (locais de crime, objetos, vitimas, suspeitos etc.) ou autos de apreensões dos “elementos de prova” realizadas por policiais, ate o momento em que os vestígios coletados ou apreendidos chegam ao centro de custodia dos órgãos periciais. Pode-se resumidamente enumerar as fases da cadeia de custodia externa como: ✓ Custódia do local do crime ✓ Busca dos vestígios ✓ Fixação dos vestígios ✓ Coleta dos vestígios ✓ Acondicionamento dos vestígios ✓ Transporte e entrega dos vestígios Cadeia de custódia interna Relacionam-se as etapas compreendidas desde a entrada dos vestígios no centro de custódia do órgão pericial até a devolução dos mesmos juntamente com o laudo pericial, e dai retornando ao órgão que requisitou a pericia. Relaciona- se a essa custódia os mesmos vestígios e elementos de prova na sequência de custodia externa e mais aqueles vestígios Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá: I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais. III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias questionados e as evidencias conhecidas (padrão) coletadas dentro do órgão pericial que tiver a competência de realizar os exames periciais requisitados. Na custódia interna estão inclusas todas as etapas relacionadas a amostragem e processamento das analises referentes aquelas amostras submetidas a seleção e tratamento do vestígio ou “elemento de prova”. Nesta etapa e de crucial importância para a manutenção da cadeia de custodia, o registro adequado (fotográfico, topográfico, documental, identificação amostral, cronológico etc.) no qual e estabelecido o elo de ligação entre o “elemento de prova” e o resultado que e emitido na forma de laudo pericial. A cadeia de custodia interna compreende as seguintes fases: ✓ Conferência e recepção dos elementos de prova ✓ Classificação e distribuição dos elementos de prova ✓ Análise pericial dos elementos de prova ✓ Coleta e Acondicionamento de material para contraprova; por ex.: • A amostra bruta ou fração útil da mesma, e/ou DNA extraído, devem ser preservados para contraprova. As amostras devem ser armazenadas adequadamente com o objetivo de evitar a degradação; • A armazenagem das amostras deve ser definida com a ajuda da SENASP, através de consulta ao poder judiciário, tendo em vista a falta de normas, tanto em nível federal quanto estadual, sobre o prazo mínimo de armazenagem; • A cadeia de custódia deve ser o mais curta possível, a fim de evitar a possibilidade de troca de amostras ou de degradação do material; • Os laboratórios devem manter um sistema documentado de controle de vestígios, evidências e/ou amostras, que assegure sua integridade; • Recomenda-se que os técnicos e/ou peritos que trabalhem em exames de DNA forense disponibilizem uma alíquota do seu próprio material genético para genotipagem e sequenciamento de DNA mitocondrial, quando este for de uso no âmbito do laboratório ✓ Devolução dos remanescentes dos elementos de prova e laudo pericial ➢ Um dos aspectos mais desafiadores da prática forense é a manutenção da cadeia de custódia durante todas as suas fases, com ênfase ao acondicionamento, transporte e entrega da amostra, pois esta se refere ao decurso de tempo em que a evidencia e manuseada, incluindo-se também ai cada pessoa que a manuseou. ➢ Assim, é imperativo que a evidência seja tratadapelo mínimo de pessoas necessárias para a conclusão da analise forense. A cadeia de custódia ideal é aquela que envolve dois indivíduos: uma pessoa que coleta e transporta a evidência, e outra que a analisa. Como na prática forense o corrente e a manipulação pluralista, e recomendável o emprego de condutas de controle e sistematização que evitem o rompimento dos elos da cadeia de custodia. ➢ A adoção de numeração única para cada espécie ou elemento de prova a ser definida no momento da entrada no centro de custodia e a manutenção daquela numeração inicial pode ser um sistema funcional para a manutenção da cadeia de custodia. Cada amostragem daquele elemento de prova receberia o numero inicial seguido de um código especifico para identificação de cada setor em que for trabalhado e outro que identifique a amostra processada daquele elemento. Cada vez que um caso criminal for iniciado, um arquivo específico deverá ser criado com a finalidade de conter a documentação do mês mo pelo espaço de tempo requerido pela lei prevalente. ➢ Para cada uma das etapas da cadeia de custódia deverá ser feito algum tipo de registro que não deixe duvida em relação ao tratamento e manipulação dos vestígios, caso haja confrontação com declarações de pessoas envolvidas na investigação. ➢ A documentação requerida para os vestígios questionados colhidos em local de crime ou para as evidências conhecidas (padrão), geralmente colhidas no interior dos laboratórios forenses, deve incluir anotações permanentes sobre: ✓ Data e hora da coleta ✓ Nome da pessoa (s) que coletou (aram) a evidência ✓ Listagem descritiva do item ou itens coletados ✓ Identificação única para cada item coletado ✓ Localização de cada item (documentação escrita, croqui, medições, fotográficas ou uma combinação delas). ➢ A priori todas as pessoas na cadeia de custódia devem estar preparadas para testemunhar nos tribunais a fim de validar a integridade e idoneidade da evidência na hipótese dos registros documentais não suprirem esta necessidade. ➢ Em países como os Estados Unidos, se a cadeia de custodia e quebrada em qualquer etapa de alguma maneira, a evidencia deverá ser excluída do rol de provas dos tribunais, o que frequentemente resulta na queda da acusação criminal contra o réu. ➢ Uma cadeia de custódia segura, juntamente com o conjunto das técnicas analíticas utilizadas pelo perito para a realização do exame devido em uma evidencia constituída em elemento de prova e que conduzira a produção de um laudo pericial defensável, logo, em prova apreciável ou de cotejo para o esclarecimento de uma verdade no âmbito judicial penal. FONTE: Estratégia concursos
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