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Aula 5 – Fisiologia […] da tireoide, então a primeira coisa é a importância do iodo como elemento fundamental para a síntese desse hormônio, para você ter o hormônio tireoidiano, como o iodo entra na composição dele, você precisa de ter iodo – que vai vir da dieta, não tem outra forma de você ter o iodo. É claro que se você toma um caixote na praia você vai também consumir um bocado de água salgada ali e vai vir com iodo, mas que não é o regular pra você obter esse iodo. O outro ponto é questão dos efeitos desses hormônios, então, o iodo vai ser captado, a síntese vai acontecer na luz do folículo, e o processamento do coloide, onde você vai ter a tireoglobulina com o as tirosinas iodadas que foram acopladas, e aí o T4 principalmente, mas também o T3, vai estar aqui no coloide e aí sob estímulo do hormônio hipofisário esse coloide ele vai ser endocitado, processado, librando os hormônios para o líquido extracelular e daí a divisão pra circulação. A gente viu que uma vez na circulação, o T4 que é o principal produto da tireoide, ele pode ser modificado. Então, tem desiodades que podem tirar de forma seletiva os iodos, e aí esse T4 pode dar origem a T3, que tem uma potência que é de 15x maior que o T4, mas ele também pode dar origem ao T3 reverso que não é biologicamente ativo. E o próprio T3 ele pode ter o iodo retirado, dando origem ao T2 que também não tem efeito biológico. Então ao contrário do que a gente viu lá na corticosterona e no cortisol, que você tem a interconversão – isso aí, o cortisol pode dar origem a cortisona, e cortisona da origem a cortisol. Nesse caso a conversão é unidirecional, porque o acoplamento, a iodinação ela só acontece na luz do folículo tiroidiano, não tem nenhum outro lugar para que essa reação vai poder acontecer, então, a única coisa que você consegue fazer na periferia é a remoção dos iodos de forma sequencial. - Dúvida de aluno: o T2, o que vai acontecer com ele, ele vai estar em processo de ser desiodado, então os iodos vão ser retirados, esse iodo pode ser reciclado, mas o resto ali, o “T0” ele vai ser eliminado. Então, a depender da onde você tem esse perfil de expressão da desiodase, você pode ter um aumento, do efeito dos hormônios tireoidianos, né se você tem por exemplo a tipo 2, converte T4 em T3, então essas células elas quando o hormônio é produzido pela tireoide e entra nessa célula ele pode ter a potência dele multiplicada por 15. Mas a gente tem também a tipo 1, que ela tá lá no fígado e expressa na faixa externa da membrana plasmática e fazendo conversão de T3 pra circulação, então a gente tem T3 circulando também, e a maior parte dele, é esse T3 que é convertido na periferia dessas células expressas nessas células hepáticas, dessas enzimas expressas nas células hepáticas. Entrando na célula, esses hormônios tireoidianos eles hormônios eles vão modular a expressão gênica, né então, a depender do contexto do promotor, então vai depender do gen específico. Essa modulação vai ser um aumento da transcrição gênica, ou vai ser uma inibição da transcrição gênica. O melhor exemplo de inibição da transcrição é justamente o hormônio hipofisário, - TSH que ele vai ser inibido lá na hipófise pelos níveis de hormônios tireoidianos, então o hormônio entrando e a hipófise ela expressa a tipo 2, então é bastante sensível aos efeitos do hormônio tireoidiano, então T4 entra convertido, vira T3. T3 que vem da circulação entra também, ativa o receptor e isso inibe a transcrição do TSH. Mas existe uma série de outros gens que vão ter a sua expressão aumentada, pela sinalização dos hormônios tireoidianos e com isso você vai gerar, os efeitos dos hormônios tireoidianos. E lembrando sempre que todos esses efeitos, então numa pessoa saudável, você vai ter por exemplo a regulação da taxa metabólica basal, taxa que o indivíduo tem leva em conta essa estimulação que é dada pelos hormônios tireoidianos, num é uma situação de interruptor “liga e desliga”, os hormônios tireoidianos não estão fazendo nada, até que eles são secretados e fazem. A gente tem uma quantidade de hormônio tireoidiano na circulação e que tá gerando esses efeitos constantemente. E a modulação desse nível de hormônio tireoidiano você vai ter as consequências fisiológicas através da modulação da expressão desse gen. Então em termos da expressão da modulação da taxa metabólica basal, em termos dos principais efeitos dos hormônios tireoidianos, nós vimos esse papel dele encima da expressão da proteína UCT, a proteína desacopladora, então permitindo desacoplar o gradiente eletroquímico formado pela passagem dos elétrons naquela cadeia de fosforilação oxidativa, da síntese de ATP, então você tem uma menor eficiência de conversão da oxidação do catabolismo do substrato energético, seja glicose, sejam ácidos graxos, em ATP. Então, para uma mesma quantidade de ATP pra atender as necessidades do organismo, se você tem um desacoplamento dessa síntese, você precisa ter um consumo maior dos substratos energéticos. Como o aceptor final é o oxigênio, também se você tiver um maior ritmo dessa respiração celular, você também pode ter um maior consumo de oxigênio, e aí evolutivamente, os hormônios tireoidianos eles tem esse efeito integrado de que ele não só atua lá no desacoplamento da síntese de ATP, ele atua ao mesmo tempo em todas as etapas envolvidas com esse aumento da taxa metabólica basal, então ele vai aumentar o aporte de oxigênio nos tecidos, aumentando a frequência respiratória, a distribuição desse oxigênio através do aumento de débito cardíaco, de frequência cardíaca. O suprimento, a disponibilidade desses substratos também vai ser estimulada, então os hormônios tireoidianos eles aumentam a taxa de (renovação?). Mencionei também que os hormônios tireoidianos eles não são hormônios de resposta a jejum, mas eles podem acelerar os efeitos estimulatórios dos hormônios em resposta ao jejum, particularmente os efeitos de catecolaminas, que a gente viu que a sinalização de catecolaminas desde o receptor até a proteína G, até toda a cascata de sinalização intracelular, ela vai ser estimulada pelos hormônios tireoidianos. Então isso facilita esse efeito estimulatório da catecolamina. Mas se você não tiver a secreção de catecolamina você não tem o efeito, não basta você ter só o receptor, você precisa ter o migrante desse receptor para poder gerar esse efeito, mas se você tem mais receptor isso facilita essa resposta. Falamos também dessa questão da integração do eixo de produção de hormônios tireoidianos, né então aqui a gente tem o hipotálamo produzindo hormônio liberador de tirotropina, estimulando a hipófise a produzir o hormônio estimulante de tireoide e estimula a tireoide a produzir T4 particularmente. E aí o T4 e os hormônios tireoidianos eles modulando a taxa metabólica basal, eles vão modular o depósito de tecido adiposo, e existe uma correlação direta entre a quantidade de estoque de tecido adiposo que nós temos e a produção de leptina, e essa leptina ela por sua vez, ela é capaz de sinalizar para (…10:00min…) né que vai regular atividade de produção do hormônio liberador de tirotropina, mas ela também atua nesse outro senso (….10:04min), levando a estimulação de um hormônio que ele é capaz de ativar a produção de TRH e de inibir a produção de um hormônio inibidor de TRH, então é um hormônio estimulante de partícula alfa e peptídeo relacionado ao glut, a GRT e também modula (via?). Além disso, esses sinais, eles também atuam em outro ponto e o TSH ele sinaliza pra saciedade, então você tem uma sensação ali de não ter fome por mais tempo, dando um intervalo entre as refeições e a GRT é um sinal que é orexigenico – ele gera a fome. Então anorexigênico tem a mesma raiz de anorexia, e você não tem fome. Então, você tem não só a integração do estoque do tecido adiposo com a taxa metabólica basal através desses efeitos da produçãode hormônios tireoidianos com esse estoque com os sinais regulatórios de saciedade. - Aluna: “Então, voltando rapidinho: quando estimula o TSH ele promove a endocitose do colóide.” Sim. E as proteínas elas vão ser endocitadas e elas vão ser quebradas, elas vão sofrer proteólise. E aí se você lembra de síntese proteica você vê que liga um aminoácido ao outro através de ligações peptidicas e aí essa proteólise ela quebra as ligações peptídicas, então isso usualmente reconstituiria os aminoácidos originais. Você tem os aminoácidos individuais ali, no caso da tireoglobulina como você teve aí a eliminação e o acoplamento das tireoglobulinas essa ligação uqe estava contecendo aqui entre os aminoácidos quando ela é refeita você solta a tirosina, mas ela táa acoplada tudo aqui, então você agora produz hormônio tireoidiano, livre daquele esqueleto peptídico. Então você tem ele isolado e ele tem essa forma isolada pra poder entrar na célula e poder sinalizar. - Aluna: “ uma dúvida em relação ao melanócito: é que a gente na outra aula falou a questão dos pró-hormônios. A questão dos pró-hormônios e a hipófise que a gente correlacionou, que o ACTH tinham o mesmo pró-hormônio, se eu tenho um problema nessa sinalização desse pró-hormônio eu tecnicamente eu vou ter problema nas duas sinalizações né?! Tanto na hipófise quanto no melanócito?” Hormônio estimulador de melanócito. Você vai, isso aí você tem algum defeito de sinalização de produção do ACTH você vai afetar a síntese do pró-hormônio também, e com isso você afeta ambos. A gente consegue ver até de forma mais fácil ao contrário né, de quando você tem um excesso de produção de ACTH, você tem excesso de produção do pró-hormônio então todos os hormônios derivados desse pró-hormônio também estarão em excesso. Agora, quando a gente tá falando do ACTH, a gente tá falando de um hormônio que é hipofisário, né. Aqui a gente tá falando da produção de um hormônio estimulante de melanócito no cérebro, né por esses neurônios específicos aqui, então aqui ele tem uma sinalização que ela é paracrina, hormônio de estimulação aos melanócitos atuando em locais específicos regulando aqui a atividade hipotalâmica. O hipotálamo ele tá suscetíveis a essa regulação que vem diferentes (centros?) superiores. Então, é uma célula diferente que está produzindo, e uma forma de regulação diferente que está acontecendo. -Aluno: “uma dúvida de quando você estava falando da mitocôndria sobre a taxa metabólica basal: então a concentração de (DTI?) no organismo tem relação com a taxa metabólica, porque vai atuar no núcleo, do núcleo afeta a mitocôndria e na mitocôndria funciona mais rápido e isso gera aumento fisiológico, ela vai usar mais oxigênio e aí vai aumentar a frequência respiratória..” Não é uma coisa assim direta, de você aumentar o lipídeo que isso vai gerar que esse lipídeo vai ser todo catabolizado né, vai ser todo oxidado. 1º que você aumenta a mobilidade, você aumenta também a oxidação parcial, gerando os corpos cetônicos. Outra, é que se você tem um excesso de mobilização você acaba jogando o ácido graxo livre para a circulação, você acaba tendo ácido graxo livre circulando em quantidade. - Aluno: “ então isso vai acontecer mais ou menos, dependendo da situação de outros hormônios?” De outros hormônios, da sua situação de consumo de fato energético, né porque você não tem uma quantidade ilimitada de ATP que você consegue sintetizar. Não pode: “ah só porque eu tenho substrato vou produzir ATP aqui de forma ilimitada”, não vai acontecer assim, você acaba sobrecarregando a via. E aí, o que acontece é que sobra substrato, e isso gera um aumento de ácido graxo livre na circulação, e aí que é uma das características da dislipidemia, então você tem esse ácido graxo livre e o ácido graxo livre na circulação ele tem efeitos tóxicos em diferentes tecidos, ele vai ter um efeito de indução de resistência a insulina, em musculatura, ele vai ter um efeito tóxico em célula beta, ele vai ter um efeito tóxico em musculatura fazendo o acumulo desses ácidos graxos na camada subendotelial, na íntima do vaso e com isso você gera todo esse acumulo – que é chamado de uma faixa de gordura, ou coisa parecida, acaba gerando uma ativação ali de células do sistema imune num processo inflamatório no vaso e isso eventualmente progride pra uma ruptura dessa placa e a estimulação de um evento trombótico. E ái, é por isso que as pessoas elas ficam preocupadas com o perfil lipídico do sangue porque vai dar esse aumento de risco por exemplo de formação de placas ateroscleróticas e aumento de risco de trombos e com isso de infarto do miocárdio de você ter um acidente vascular cerebral isquêmico. - Aluno: “então a disponibilidade de lipídeo tá relacionada indiretamente com a taxa metabólica e não diretamente?” O lipídeo ele vai ser mobilizado conforme as necessidades metabólicas. Mas ele determina taxa metabólica? Eu diria que não. Ele pode ser algo limitante, pode. Porque se você não tem suprimento energético o suficiente, seja de triglicerídeos seja de carboidrato, isso vai limitar os níveis de atividade que você consegue desempenhar. Aqui no caso o que eu tô falando não é lipídeo, né. É o tecido adiposo, é adipócito, é a célula produzindo um hormônio petídico que é a leptina e esse hormônio vem sinalizando, e essa produção ela é diretamente proporcional à quantidade de estoque que você tem, você aumenta mais a quantidade de tecido adiposo, você tem mais leptina, e aí, essa leptima ela acaba gerando uma sinalização tanto em termos de que você aumentou o tecido adiposo, aumentou a leptina e essa leptina estimula diretamente ou indiretamente o eixo de produção de hormônios tireoidianos e aí, aumentando o hormônio tireoidiano você aumenta a taxa metabólica basal. E aí, qual é o resultado disso em termos desse estoque? Você reduz esse estoque, você tem essa regulação homeostática “disso com isso”. Por isso que é uma das razões porque é tão difícil de você ao perder peso, é manter o peso perdido. Porque essa redução aqui, reduz leptina, reduz a taxa metabólica basal, então é mais fácil de você acumular. Porque você tem menos gasto né, então, mesmo você comendo a mesma quantidade o saldo calórico, ele passa a ser positivo, porque você tá gastando menos que a sua taxa metabólica basal. E, além disso, você deixa de inibir a produção do sinal orexigênico – de quando você tá com fome, e você deixa de estimular o sinal anorexigênico. Então você sente mais fome, o que vai contribuir também pro outro lado da equação, de você obter maior ingesto calórica. Então você gasta menos e ingere mais, o saldo calórico é positivo e você vai recuperar o estoque. - Aluna: “Professor, eu não sei se você vai falar disso lá na frente, mas eu realmente tenho uma dúvida em relação à questão do hipo e hipertireoidismo. Eu queria saber o que acontece com essa via, por exemplo nesse eixo no caso. Pr exemplo a pessoa que tem hipertireoidismo ela sente muita fome e não engorda?” Mas o que está acontecendo? - Aluna:” Tem a ver com a leptina e com a produção dos hormônios.” O defeito está aqui, no eixo, então você tem uma situação por exemplo, um tumor na hipófise secretor de TSH, então você vai ter um excesso de TSH, excesso de estimulação da tireoide, um excesso de produção de hormônios tireoidianos, isso leva um aumento de taxa metabólica basal, você reduz o estoque, o hipertireoidismo ele normalmente leva a perda de peso, reduziu o estoque, e você redução produção de leptina, então você vai gerar mais fome. E a estimulação que vem do TRH ela tá diminuída, mas o ponto que está desregulado está aqui na hipófise. Né, então você continua tendo os excessos, até em termos de feedback negativo, você tá fazendo feedback negativo sob o TRH, então se você mede o TRH, o TRH vai estar baixo. Mas o TSH vai estar cronicamente elevado por conta desse deifeito na hipófise.O hipotireoidismo é o contrário, né, então você tem por exemplo uma deficiência de iodo, você não vai produzir o hormônio tireoidiano, você tem a taxa metabólica basal reduzida. Então é o saldo calórico fica positivo, você reduz o gasto e você expande isso aumenta aleptina, isso da menos fome. A Pessoa com hipotireoidismo ela come menos, fica com menos fome, mas ela gasta menos, a taxa metabólica basal dela é reduzida. E aí, por feedback negativo ou por falta de feedback negativo o TRH quanto o TSH estão elevados, nessa situação você não tem iodo. - Aluna: “Então tanto no hipotireoidismo, tanto no hipertireoidismo tem a ver com a taxa metabólica basal no caso estar baixa demais ou elevada demais?” Sim. Isso aí em termos de controle de peso, de você ter excesso de peso ou deficiência de peso, é principalmente por conta da taxa metabólica basal. Mas outros efeitos vão estar acontecendo, que a gente viu que até que foi a primeira indicativa da existência dos hormônios tireoidianos a gente viu que maturação do sistema nervoso, que é um papel importante dos hormônios tireoidianos, se você não tem hormônio tireoidiano o suficiente, você não estimula essa maturação do sistema nervoso, você acaba gerando um déficit intelectual nesses indivíduos, você tem efeitos em crescimento, então o hormônio tireoidiano estimula o crescimento, estimula a maturação óssea. A gente vÊ efeitos no metabolismo, a gente vê efeitos cardiovasculares. Então até aqui em crescimento fica muito óbvio, fica muito claro que indivíduos com a mesma idade cronológica, a gente vê que o nível de ossificação ele é muito deficiente num indivíduo com hipotireoidismo. Então esse estímulo dado pelos hormônios tireoidianos na ossificação não vai estar presente aqui, então você tem essa deficiência aqui de calcificação, aí se você tem um osso que ele é mal calcificado, esse osso também tem menor resistência, ao estresse ele flexiona mais, então isso gera, uma situação que não só o crescimento ele é afetado, mas você tem deformidade do esqueleto – que é o que caracteriza o raquitismo, então a gente vê se você tem raquitismo, se você tem deficiência de vitamina D, e se você tem hipotireoidismo também. A deficiência de hormônio de crescimento ela não gera raquitismo ela gera até deficiência no crescimento, deficiência de estatura, mas isso não está associado com deformidade do esqueleto. - Aluna: “você falou sobre câncer na hipófise, aí sim o problema seria embaixo, independente da leptina tá reduzida ou aumentando. Ali embaixo que seria o problema. Mas no caso do hipertireoidismo vai ter muito feedback negativo, né?! Ou não?” Hipertireoidismo é em que situação? Então, aí vamos avançar pra cá. Então aqui uma foto do indivíduo com “normotireoideu” e “hiportireodeu”: e aí, fica claro como o crescimento fica comprometido, você tem excesso de peso, a deformidade do esqueleto, o raquitismo. ... No Hipertiroidismo: Caso de um rosto inchado em alguma imagem: Acúmulo de polissacarídeos que vem de uma deficiência chamada mixeleno(????) e esse inchaço no rosto se dá pelo acúmulo de polissacarídeos e todas as ações de adrenalina desse indivíduo estará reduzida, ou seja, o indivíduo fica letárgico, possui bradicardia (baixa frequência cardíaca). Há uma intolerância ao frio e essa baixa taxa de metabolização basal está associada com a menor produção de calor. Possui menor capacidade de produzir calor e menor capacidade para se adaptar a climas frios, logo, como foi citado acima, intolerância ao frio. No hipotiroidismo temos situações que são opostas, como por exemplo, a taxa metabólica basal aumentada, gerando perca de peso, sudorese, frequência cardíaca aumentada, encurtamento da respiração (dispnéia), tremor, tensão muscular e os olhos ficam saltados. Esses casos concomitante para a hiperplasia da tireoide. Controle: No hipertiroidismo, a primeira coisa a ser feita é identificar o que está causando esse problema. Se você tem um hipertiroidismo que é causado por um defeito na hipófise (pra você ter um hipertiroidismo você precisão ter um excesso de hormônios tireoidianos), a hipófise pode estar produzindo um excesso de TSH e a tireóide vai produzir esse excesso de TSH por conta de um tumor na hipófise, pois é ela que secreta o TSH. Os efeitos dos hormônios tireoidianos estarão todos exagerados, levando a esse quadro. Inclusive, a perda de peso vai levar a redução de Leptina e reduzindo Leptina você vai estimular o hormônio da fome, causando mais fome e com isso, o indivíduo perde peso mas come muito. A forma mais comum do Hipertiroidismo é a chamada Doença de Graves (perda de iodo na dieta) e seu efeito primário é você ter um hipertiroidismo auto-imune onde você tem a produção de imunoglobulinas/anticorpos que reconhece o receptor de TSH (a tireóide tem receptor para TSH, que é produzido pela hipófise e estimula a tireóide) e o ativa, fazendo a mesma coisa que um TSH faz, que é estimular a secreção de hormônios tireoidianos e estimular a hiperplasia dessa glândula. A glândula da tireoide não consegue identificar de onde vem o estímulo: se vem do TSH ou do anticorpo. Perder peso com hormônio tireoidiano: perca de peso, aumento da taxa metabólica basal mas o mesmo hormônio tireoidiano que vai aumentar por conta do tratamento vai fazer feedback negativo, então isso vai levar a uma supressão do eixo, redução da tireoide mas a longo prazo, pode gerar uma hipoplasia da tireoide, reduzindo a capacidade de produção hormonal. Quando a pessoa para de tomar o hormônio tireoidiano, essa tireoide não consegue ter suas funções restauradas, gerando um hipotiroidismo, meio que uma reação rebote (hipotiroidismo hiatrogenico). O efeito agudo que estimula a secreção hormonal é o mesmo estímulo que é um estímulo trófico da célula. Tanto de manutenção quanto de crescimento. Esse estímulo pode vir de sinais solúveis, hormônios, sinais parácrinos, sinais não solúveis, adesão célula-célula. Essa célula vai receber para fazer a manutenção desse tecido. Em uma situação que o estímulo está excessivo, você deixa de ter simplesmente o estímulo que é homeostático e vai fazer uma renovação tecidual. Com isso você ocasiona a hiperplasia, que é o aumento/acúmulo de células. Todo hormônio hipofisário faz isso, ou seja, estimular a secreção e estimular o crescimento de células através desse processo. Quando você faz tratamentos com glicocorticóides, você faz essa supressão do eixo, que pode gerar uma hipoplasia e com isso o risco de falência, pois a glândula não vai conseguir atender as necessidades de todo o organismo e quando você retira esse hormônio, o eixo volta a atividade e vai atuar em cima de uma glândula que tem baixa capacidade de produção. Tireoidite auto-imune: reação auto-imune (anticorpos) que causa destruição. Gera um hipotiroidismo e o nível de TSH aumenta por conta do feedback negativo Esse material radioativo vai gerar esse sinal para a tireóide de lesão, causar mutações pro DNA e gerar um câncer, após o ataque americano em Hiroshima rolou a incidência de câncer em tireóide. Esses acidentes nucleares são onde acontece isso: você tem a produção de iodo radioativo e você respirar aquela atmosfera fazerndo com que você incorpore esse iodo radioativo e vai acumule na tireóide aumentando o risco de hormônios tireoidianos. E por conta disso, - até mesmo antes disso -, o maior acidente que havia acontecido foi o de Chernobyl e lá foi o mais sério acidente radioativo que se teve e anterior a ele foi o que aconteceu em Goiânia. * Pausa para falar sobre o que ocorreu no filme da história de Goiânia onde a mulher que descobriu a radioatividade faleceu por conta da exposição.* Tanto em Chernobyl quanto em Hiroshima você com a explosão jogou o Iodo na atmosfera e esse Iodo foi distribuído pelo mundo todo, com base nessa experiência de Chernobyl estava todo mundo muito preocupado porque durantemuito tempo, o Brasil por exemplo não podia importar carne da Europa (cabe ressaltar que geralmente a gente não importa mas como eles não estavam consumindo, acaba sobrando e pelos preços o Brasil buscava essa importação) e até hoje para você consumir carne de caça é necessário checar o nível de radioatividade em locais específicos, ao exemplo do javali. Com o receio dessa radiação atingir a Califórnia, curiosos passaram a comercializar pílula anti- radiação. O que seria isso? Nada mais nada menos do que uma pílula de Iodo (que vale alguns centavos). Porque se você consumir Iodo o suficiente, isso gera duas situações: uma que você vai competir com a captação de iodo pela tireóide e outra que é uma característica paradoxal da tireóide que se você tem muito Iodo em nível extracelular isso acaba bloqueando a captação de iodo pela tireóide, ela não capta mais. Isso é até uma coisa usada para tratar hipertireoidismo, que pode até parecer estranho na hora, a pessoa tem hipertireoidismo... Então dá mais iodo pra ela! Não faz sentido né? Dar aquilo que vai fazer ela produzir ainda mais hormônios tireoidianos né? Não, porque se você tiver iodo suficiente na circulação você impede que a tireóide capta e se ela não capta ela não tem Iodo lá na luz folicular e não consegue produzir o hormônio tireoidiano. Então é isso.. Você vai ter uma exposição aguda a um local potencialmente contaminado e essa ingestão em grande quantidade de iodo impede que a tireóide faça a captação e com isso o iodo excessivo é eliminado pela urina e inclusive o iodo radioativo que você obteve na exposição. Ok? Fazendo então uma passagem rápida pela vitamina D. O que vocês sabem de vitamina D? Resposta da aluna: "Bom para os ossos." Professor: Certamente, se houver uma deficiência de vitamina D em crianças pode dar raquitismo que é aquela situação onde há uma deficiência de crescimento associado a deformidade do esqueleto. A vitamina D tem sua produção estimulada por pth, onde o pth estão lá nas células renais e estimulam a atividade da 1a.hidroxilase que é a enzima responsável pelo último passo da via de síntese de vitamina D. E como é que começa a síntese de vitamina D? Ela pode acontecer na pele, então a gente consegue produzir vitamina D apartir de colesterol mas desde que você tenha exposição a radiação ultravioleta (e precisa da exposição ao sol pra isso). Você consegue fazer a produção do precursor de vitamina D a partir de colesterol na pele dependendo de radiação ultravioleta. Então aqui pra gente e em países que são de baixa latitude, ou seja, estão próximos do Equador normalmente isso não é problema de você ter exposição insuficiente da luz solar. Quando você está em países de alta latitude, - no inverno - isso particularmente é um problema, por dois pontos: o primeiro é que está frio então as pessoas estão um pouco mais cobertas (não estando exposto a luz solar) outro é que os dias são mais curtos então você tem menos tempo de luz solar. Então a produção de vitamina D no inverno reduz muito. E aí entra em cena a importância de outro "porém": o precursor a partir da dieta. Que pode ser adquirido tanto em origem vegetal quanto em origem animal, e a partir desse precursor você tem a metabolização no fígado e aí faz o 25.hidroxicolecalciferol e esse passo final para gerar a vitamina D que é biologicamente ativa que acontece no rim e dado pela 1.a.hidroxilase. Funções da Vit D Vai estimular absorção de cálcio e fosfato no trato gastrointestinal. No osso: vai ativar aquelas células na zona proliferativa do osso promovendo o ganho de estatura. Estimula o ciclo de remodelamento ósseo e particularmente a fase de deposição óssea. Então juntamente ao pth ela vai estimular reabsorção óssea, mas ela também é importante para completar o ciclo e fazer a deposição. Pergunta da aluna: E quando se tem excesso dessa vitamina, o que ocorre com a homeostasia no caso? Resposta do professor: Normalmente você não tem problema de haver esse excesso, a questão principal é a falta.. onde em crianças pode gerar raquitismo e em adultos osteomalacia. Como o adulto já está crescendo então não pode haver essa perturbação de crescimento, mas há uma perturbação na mineralização do osso. Então o adulto vai apresentar deformidade do esqueleto. Sempre que falamos dos ossos do esqueleto estamos falando dos ossos de sustentação de peso, principalmente pernas. Podendo gerar problemas sérios porque há uma mudança em toda a geometria, principalmente da articulação. Uma coisa que deveria funcionar de um jeito, apresentará uma distorção dessa função tendo um desgaste muito maior nessas regiões de contato. Pergunta da aluna: A suplementação de vitamina D ajuda mesmo? Resposta do Professor: A suplementação ajuda e é fundamental na deficiência. O negócio é que nos últimos anos gerou-se uma moda porque de repente descobriu-se que todo mundo tem deficiência de vitamina D. E aí se tem uma situação que afeta toda a população isso não seria o que a gente considera como normal? O que é exatamente o normal de vitamina D e qual a forma de testar se essa deficiência está gerando um problema? Você suplementa. Quais são os resultados dos testes clínicos em suplementação de vitamina D? Faz nada. Zero efeito. É importante o sol nessa questão, e na exposição solar o uso de protetor solar para prevenir melanoma, porém o protetor solar tem um efeito interessante de bloquear a ação dos raios ultravioleta violetas e aí acaba inibindo a situação da vitamina D. Pergunta da aluna: mas se você está tomando o d3 e não pegar sol não daria em nada, né? Professor: Adianta sim. Mas se a pessoa está tomando d3 não torna-se necessário a exposição simultânea.. porque o d3 já passou do passo de necessidade da luz ultra violeta. (Ficou um pouco confuso) O sol vai além de produzir vitamina D, está incluso nisso a sensação de bem estar que o sol proporciona, então você não passou a vida inteira pegando sol atoa. O precursor pode ser o d3 ou D2, a vitamina D está na conversão do colesterol para o calcidiol. O sol gera outros efeitos que não estão relacionados estritamente com a vitamina D, mas na vitamina D toda essa histeria que tem se colocado dizendo "você tem que repôr, você tem que ficar no sol" o meu sogro mesmo cisma com essas coisas (contou a história do sogro dele que é cismado e resolveu entrar na moda de vitamina D, fritando no sol de 12h e não mudou em nada na vida dele, só deixou ele mais moreno) ressaltando o risco de adquirir melanoma com a exposição prolongada e enfatizando que não há testes clínicos que relacionem a eficiência da suplementação. Pergunta da aluna: O que acontece quando uma pessoa tem esse excesso de vitamina D? Professor: Urina mascavo. Porque esse excesso vai ser eliminado na urina. Então você faz uma urina enriquecida de vitamina D. Para o corpo a quantidade precisa ser muito grande para gerar um efeito. Aluna: Tenho visto a questão de pessoas exagerarem no uso de remédios de cálcio mesmo sem indicação médica e evoluírem para calcificação aórtica onde acaba se depositando em outro lugar. Professor: Isso também contribui para a pedra no rim. Você não tem ganho nenhum com a suplementação. Mas da onde saiu a questão da deficiência? Isso acontece com uma frequência, onde tem umas ondas de propagação de doença que as pessoas não só identificam uma condição de saúde que é super prevalente mas também vem associada a um tratamento. É instantâneo.. Ninguém sabia que tinha o problema e olha só.. você tem uma solução também. *risos* Isso aconteceu na minha época de criança onde teve uma grande incidência de crianças com epilepsia, você não ouve mais falar disso. Existe até indivíduos epiléticos, mas uma população tão pequena.. Antes era uma coisa super diagnosticada. E agora é autismo e déficit de atenção. (...) Prof falou sobre oautismo do Messi. (...) Pergunta da Aluna: O pth aumenta vitamina D. Vitamina D no intestino vai estimular a absorção de fosfato e cálcio. Por que o excesso de pth vai reduzir a absorção de fosfato? Professor: Por que?! Aluna: aumenta pth, aumenta vitamina D que faz absorção de fosfato e cálcio. Mas por que o excesso dele vai reduzir a absorção de fosfato? Resposta do prof: Isso é aquela forma passiva agressiva pedindo o retorno da matéria? *Risos* Está faltando uma informação aí, pelo que você falou trata-se do intestino. Resposta de outro aluno: Essa absorção de fosfato ocorre no rim. Professor: Esse é o ponto que faltou. Você tem esses 3 compartimentos diferentes principais. Você tem a redução de cálcio, onde a paratireóide estimula a produção de pth. Aumenta paratormônio, esse aumento estimula a produção de vitamina D porque ativa a 1a.hidroxilase. Logo, Vit d e pth estão altos. Eles dois juntos estimula a reabsorção óssea, então o que isso faz? Joga cálcio e fosfato na circulação. A vitamina D sozinha no intestino estimula a absorção intestinal de cálcio e fosfato. No rim a vit d também estimula a absorção de cálcio e fosfato, porém a diferenciação está no pth que estimula a absorção de cálcio mas inibe a reabsorção de fosfato. Então nessa situação de hipocalcemia.. cálcio e fosfato estão aumentando, o cálcio está sendo preservado pelo efeito do pth e o fosfato está sendo eliminado pelo efeito do pth. Aluno: A concentração de cálcio está relacionada com a concentração de pth? Professor: Sim, inversamente proporcional. Aluno: Faço uso do remédio não preciso pegar o sol então? Professor: Não. Igual nos países de grande altitude.. as pessoas tomavam a suplementação porque elas não tinham a disposição de luz solar, não tem sol. Estar com a densidade óssea baixa pode gerar risco de fraturas, que é o que acontece na menopausa. (Falando de menopausa) Hormônios que vão regular a homeostasia de cálcio: • O estrogênio vai estimular a deposição óssea, estimula a preservação do cálcio, (alguma coisa) renal e aumenta a reabsorção intestinal. Então se você tem a menopausa, você tem perda de ponte ovariana de estrogênio e com isso você perde todos esses efeitos dados pelo estradiol e o estrogênio. Mesmo em homens, como a testosterona pode ser convertida a estrogênio e em tecido adiposo, e a medula óssea tem o tecido adiposo, os efeitos são a partir da conversão principalmente da testosterona em estrogênio. (Inaudível) são diretas de testosterona, isso faz com que o esqueleto do homem pós puberdade seja diferente do esqueleto feminino, pois na infância é difícil diferenciar um esqueleto masculino de um feminino. Agora, de um homem e de uma mulher é muito mais fácil de identificar por conta desses efeitos da testosterona. E a gente já falou também dessa questão do mecanosensor no osso. Então o osso responde a estresse mecânico com a ativação do mecanosensor, e ele estimula a deposição óssea. Isso faz com o exercício físico de impacto vai ativar o mecanosensor e estimula a deposição óssea. Exercícios físicos para estimular a densidade óssea tem que ter impacto. Porém, o impacto em um osso que esteja com baixa densidade óssea também pode ser um problema para esse ele. Então, particularmente as mulheres, devem ter uma rotina de exercício físico que antecede a menopausa para preparar esse esqueleto pra essa deficiência que varia de estrogênio. Hormônios esteroides sexuais: A diferenciação sexual começa com a determinação do sexo cromossômico. O que determina o sexo cromossômico é você ter ou não o Y. E por que ter ou não o Y faz diferença? Você tem o Y, você tem o SRY (região determinadora do sexo), que codifica um fator de transcrição e vai regular a expressão de outros gens. Então você dispara um programa gênico que vai levar a produção das gônadas. Se você tem Y vai gerar a formação de testículo, se você não tem Y gera ovário. Se você tem risco (?) organizando essas gônadas, você tem dois hormônios que serão produzidos. Se há testículos, serão dois hormônios produzidos: pelas células de Sertoli, que são as células de suporte dos testiculos e você vai ter a produção do hormônio antimulleriano. E pelas células de leydig que são as células (inaudível) de androgênio e se tem a produção de testosterona. Se você tem ovário, você não tem o antimulleriano e não tem testosterona. Aqui são os ductos de Wolf e os ductos de Muller. Então se você tem testículo, produz hormônio antimulleriano. O que ele faz? Ele vai induzir a degeneração dos ductos de Muller. E o que daria os ductos de Muller? As estruturas da reprodução feminina: trompas, útero e terço superior do canal vaginal. Se você tem testosterona, ela vai induzir a virilização dos ductos de Wolf. O que dá origem ao ducto de Wolf são estruturas da reprodução masculina. Se você tem testículo você induz a degeneração das estruturas femininas e você estimula a virilização das características masculinas nos ductos de Wolf. Você tem dois sistemas independentes: genitália interna e externa. A genitália externa tem estruturas comuns para o sexo feminino e para o sexo masculino. Você tem produção de testosterona pelos testículos e a conversão dessa testosterona em dihidrotestosterona. Agora com a dihidrotestosterona você faz a virilização da genitália externa (pênis, bolsa escrotal), e com isso a genitália externa masculina. Se você não tem a produção de testosterona, a genitália externa é feminina (grandes lábios, clitóris...). Se tudo funcionou, o sexo cromossômico é determinado, o sexo gonadal foi determinado e toda diferenciação de aparelho reprodutor aconteceu de acordo. Desordens sexo cromossômicas Sindrome de Klinefelter: (XXY) O sexo cromossômico desse indivíduo é masculino , mas ele tem um X a mais, então isso acaba gerando um desequilíbrio de produção de estrogênio. Ele tem uma relação de estrogênio e testosterona comprometida. O indivíduo possui azoospermia (não produz espermatozoides), tem um problema de desenvolvimento de características sexuais secundárias. Síndrome de Turner: (X0) O sexo cromossômico dele é feminino, mas como ele não tem um dos X isso leva a uma degeneração mais acelerada que o normal dos folículos ovarianos. Então ocorre uma dificuldade em adquirir as características sexuais secundárias, pois não há o folículo ovariano se desenvolvendo adequadamente, e com isso não há a produção de estrogênio. Isso gera uma situação de infantilismo, o indivíduo não atinge características sexuais de adulto. Isso gera também amenorreia primária, o indivíduo não menstrua por conta dessa falência dos ovários. OBS: Na espécie humana não tem hermafroditismo, porque o hermafroditismo é você conseguir se reproduzir com ambos os sexos. Então tem ovário, trompa, útero, mas ele tem uma situação por exemplo de uma hiperplasia congênita. O mais comum é você ter uma deficiência na enzima 21 hidroxilase. Ela importante tanto para produção de cortisol quanto para produção de mineral corticoide. O mais importante que ao reduzir a produção de cortisol, você reduz o feedback negativo e isso acaba gerando essa hiperplasia adrenal congênita devido ao excesso de acth. E aí o córtex da adrenal fetal é especializado na produção de androgênios, e isso tá em você ter uma hiperplasia disso, você vai ter um excesso de androgênios que pode provocar excesso na produção de testosterona, então o feto que é do sexo feminino, sexo gonadal feminino, agora ele tem excesso de testosterona que vai acontecer normalmente depois daquela fase de diferenciação dos dutos, então ele já não tem como mais fazer diferenciação de ducto de Wolff, esse momento já passou, mas ele pode fazer diferenciação de genitália externa, essa testosterona pode dar origem. Então o indivíduo nasce e é reconhecido pela genitália externa no sexo masculino, mas todas as estruturas da reprodução dele internas sãofemininos. E as gônadas são femininas, isso muitas vezes passa a infância o indivíduo sendo identificado como do sexo masculino e quando chega a puberdade o indivíduo começa a sentir cólicas menstruais. Pode acontecer ao contrário, o indivíduo tem por exemplo uma deficiência em 5 alfa redutase e ele não é capaz de converter testosterona então, ele tem testículo, epidídimo mas a genitália externa dele é feminina. Exemplo: uma atleta da África do Sul ela foi identificada como sendo desordem diferenciação de sexo, ela tem genitália externa feminina, cresceu como menina e competia entre as mulheres no atletismo, e aí foi identificado que ela tinha um nível de testosterona mais alto que o normal por conta da desordem, porque ela tem testículos que são internos e estão produzindo testosterona , isso poderia dar uma vantagem atlética para ela. Então essas situações dessas desordens os indivíduos têm de fazer a opção de competir entre os homens ou de fazer uma correção que permita elas terem níveis de testosterona na faixa que seria normal das mulheres. Então muitas vezes isso envolve correção cirúrgica com remoção desses testículos. Isso não é dopping, ela não fez nada ilegal, quando é detectado tem que fazer a opção entre competir entre homens ou para competir entre as mulheres tem que fazer a correção cirúrgica. É uma situação que é análoga mas não é Idêntica aos indivíduos trans, trans masculino não tem nenhuma restrição de competição, se quiser competir entre os homens pode competir, o trans feminino para conseguir autorização para competir ele tem que ter por dois anos a medida de testosterona dentro da faixa feminina. A testosterona também não explica tudo, porque se você mede o nível de testosterona de um atleta de alto nível, os níveis não são tão altos como você esperaria. Se a testosterona da maior capacidade atlética, um atleta de alto nível você esperaria que ele tivesse em média o nível mais alto de testosterona do que a população em geral não é isso que acontece, a distribuição é bastante variável. Existem atletas de alto nível que tem nível de testosterona mais baixo que o que seria considerado normal. Exemplo contrário: o indivíduo nasce e é reconhecido como menina, passa infância como menina, quando chega a puberdade você tem uma produção a de testosterona e essa testosterona começa a fazer todos os efeitos de diferenciação de características sexuais secundárias. O indivíduo nasce, você tem basicamente um silenciamento do eixo hipotálamo hipófise gonodas por conta de um efeito inibitório no hipotálamo particularmente. Tem sinalizações que chegam no hipotálamo inibindo a produção do hormônio hipotalâmico liberador de gonadotrofinas, há uma inibição dessa produção, então o nível de GnRH que é produzido é baixo e além disso a produção dele acontece de forma constante, você não tem oscilações na produção de GnRH. Porque é importante oscilação? Porque esse GnRH atua sobre a hipófise estimulando a produção de dois hormônios, o foliculo estimulante e o hormônio luteinizante, em conjunto são chamados de gonadotrofinas. Quanto mais constante a produção de GnRH, maior é a razão de produção de fsh. Quanto mais oscilatória a produção de GnRH maior é a razão de produção de LH. Então durante a infância além de você ter um nível baixo, esse nível constante faz com que o principal gonadotrofina produzida pelo córtex seja o FSH. E esses hormônios atuam em células diferentes nas gônadas, o hormônio luteinizante atua nas células produtoras de androgênio. Hormônio folículo estimulante atua nas células conversoras de androgenio em estrogênio. Se você não tem LH, nos meninos é mais fácil essa relação, você não tem LH, você não tem estímulo para as células produtoras de androgenio, você não tem a capacidade de produção nem estímulo de síntese de testosterona. Então durante a infância você tem esse principal hormônio estrogênio masculino que é produzido em níveis insignificativos. Nas meninas, isso também é um problema por quê para você ter estrogênio você precisa ter antes um androgenio precursor, então se você não tem o LH, você não tem o androgenio para ser convertido em estrogênio e sem estrogênio você também tenha determinação das características sexuais secundárias. Ao longo da infância você vai tendo maturação do sistema nervoso central, você vai adquirindo habilidades. Isso é um sinal para também modificar a atividade do hipotálamo a essas sinalizações eferentes, tem uma questão de idade cronológica para você fazer um disparo da puberdade. Além disso você tem outras sinalizações que vão vir para os hormônios hipotalâmicos que vão determinar o momento dessa puberdade, os sinais mais importantes são sinais metabólicos. Meninas, isso é particularmente importante pois quando indivíduos do sexo feminino atingem a puberdade quer dizer que também atingem a maturidade sexual e podem engravidar, porque é o que acontece geralmente na natureza. Com a pílula a mulher pode controlar de forma mais efetiva a fertilidade dela desde os anos 70. Mas esse sinal metabólico é importante para contribuir para essa integração de sinalização, dizendo que esse indivíduo tem a capacidade de suportar uma gravidez. Então a consequência disso é que meninas que são mais gordinhas tem a puberdade mais cedo que meninas mais magras. Mulheres de uma forma geral que estão numa situação de restrição calórica muito grande ou que estão com esforço físico muito grande crônico, também interfere com essa sinalização então, a desnutrição leva a menorreia, você para o ciclo menstrual. A carga de exercício físico muito grande também para essa sinalização e também gera amenorreia. Vários outros sinais, estresse, até visuais, eróticos tem conexão, redução da idade da menopausa, isso talvez tem a ver com os sinais que as meninas recebem do ambiente. A velocidade de crescimento da barba está relacionada com quanto que o indivíduo pensa em sexo. A probabilidade de uma mulher está usando roupas vermelhas enquanto ela está ovulando é grande. As coisas do ambiente geram efeitos para o início da puberdade, mas gera efeitos também ao longo de toda a vida. A puberdade vai gerar impactos em termos de crescimento, na regulação da produção de hormônio de crescimento gerando uma série de alterações em metabolismo de resistência de insulina, níveis de insulina, capacidade de produção de massa muscular. Todas essas alterações que vão acontecer pela puberdade. Tem os hormônios esteroides inibindo a produção hepática de igf com isso reduzindo o feedback negativo, levando a um aumento de hormônio de crescimento, mas você também tem o hormônio de crescimento participando do aumento de capacidade de produção nas gônadas. Então deficiência na produção de hormônio de crescimento leva a retardo em puberdade. Então você tem uma relação de balanço em entre o eixo de produção de hormônios esteroides sexuais, que faz com que na puberdade ambos aumentem atingindo níveis de produção que vai permanecer até certo. Com a menopausa você perde essa produção aqui e também perde os efeito de hormônio de crescimento. Então as mulheres na menopausa vão ter a tendência de engordar, vão ter menos massa muscular, menos estrogênio, há uma alteração do corpo da mulher de uma forma geral que se associa com esse momento de término da idade fértil. É um momento crítico em termos de auto imagem. Tendo esse disparo da puberdade, o hormônio Gnrh aumenta e passa a ser produzido de uma forma mais oscilatória, então você tem um estímulo preferencial da produção de lH, com isso há uma proliferação das células produtoras de androgenio desse indivíduo, aumenta a capacidade de produção de testosterona, tem sinalização de secreção. Você aumenta também o folículo estimulante que vai estimular as células de suporte, vai ter aumento dos túbulos seminíferos, início da produção de espermatozoides, você precisa das gonadotrofinas e da testosteronapara você ter a espermatogenese. A testosterona vai levar a crescimento da próstata de uma forma indireta via conversão testosterona e órgãos sexuais acessórios, então a genitália externa por exemplo também se desenvolve, aumento de tamanho peniano, pêlos púbicos, crescimento linear acelerado, isso tudo é considerado desenvolvimento de características sexuais secundárias, nesse caso característica de viralização (masculino). Também tem uma questão de padrão de calvície masculina que também está associada a produção de hormônios esteroides sexuais. Então os testículos vão cumprir as duas funções básicas das gônadas que é a produção do esteroide sexual no caso no o testículo a principal é testosterona e a produção de gametas no caso do testículo é espermatogênese. Uma das diferenças importantes de testículo e ovário é que nos testículos você tem a presença de células-tronco, cuja principal característica é a autorrenovação. Assim, homens iniciam a produção de SPTZ com a puberdade e vão continuar produzindo-os a vida inteira. Há uma redução de quantidade e qualidade, mas há produção durante toda a vida por causa dessa capacidade de autorrenovação das espermatogônias. Os folículos ovarianos não têm isso, as células já estão na fase de ovócitos I (células já diferenciadas), por isso as mulheres já nascem com um número pré- determinado de folículos. As células de Sertolli são células com alta capacidade de autorrenovação e diferenciação que vão dar suporte às espermatogônias para a diferenciação em espermatozoides. Cada uma dá origem a, aproximadamente, 64 SPTZs. No interstício, que corresponde a aproximadamente 20% da massa dos testículos, há as células de Leydig, que são as células produtoras de androgênio (testosterona) e que estão bastante próximas dos túbulos seminíferos. A ação parácrina da testosterona é muito forte, então para haver a produção de espermatozoides é necessária alta concentração de testosterona, inclusive para as células de Leydig, que geram a sinalização para as células de Sertolli. A sinalização para as células de Sertolli vai gerar sinais parácrinas e justácrinos (estão presentes na membrana da célula, depende do contato célula a célula) para fazer a diferenciação dos espermatozoides. Puberdade X Controle de GnRH Com a puberdade, há um aumento de GnRH que passa a ser produzido de forma ocilatória e permite a produção de LH. Aumento de LH -> Aumento de FSH -> O túbulo seminífero fica obviamente maior -> Você consegue detectar as células se diferenciando em SPTZ e consegue detectar também a presença de células de Leydig produzindo testosterona, que leva à diferenciação de características sexuais secundárias. Obs.: Sem o LH durante a infância, você não consegue detectar células de Leydig no testículo do menino. O esquema de produção ocorre de maneira semelhante no córtex da adrenal. • O primeiro passo é a conversão de colesterol em pregnenolona e que é feito ativando a STAR (proteína esteroidogênica aguda) para fazer o transporte do colesterol para a membrana interna mitocondrial, onde ele vai achar a colesteroldesnoase. Só que aqui o estímulo que leva a essa ativação é o LH (contrário do ACTH no córtex da adrenal). Sob efeito tardio do LH, essas células vão expressar o conjunto de enzimas necessárias para vir convertendo a prenenolona até chegar à testosterona. A principal enzima, que é limitante nesse processo, é a 17-β-hidroxiesteroidedesidrogenase, que é a enzima que é expressa no testículo, mas não é expressa no córtex da adrenal, o que faz com que o córtex da adrenal não consiga produzir testosterona, mas ele produz androgênios da adrenal, que são precursores de estrogênio (assim como a testosterona). No testículo, a testosterona é o principal hormônio produzido, que vai para a circulação e é responsável pelo feedback negativo sobre hipófise. Administrar testosterona sintética causa a redução dos niveis de LH e FSH -> Isopropinas caem -> Apesar de ter testosterona, não há produção de espermatozoides. É um quadro que pode ser revertido com administração de FSH sintético (LH não tem efeito significativo). * Anticoncepcional masculino: a inativação da espermatogênese pode ser feita via testosterona ou via estrogênio (tem efeito local na diferenciação dos SPTZs. Testosterona: efeito sistêmico fazendo feedback negativo. A testosterona pode dar origem à di-hidrotestosterona, que é importante para a diferenciação da genitália externa masculina no desenvolvimento fetal, mas ela continua tendo papel durante a vida adulta na púbere. A testosterona também pode ser convertida a estrogênio no tecido adiposo., o que explica porque homens obesos têm ginecosmastia (desenvolvimento das mamas). A perda de peso leva à regeneração do tecido mamário. Efeitos da testosterona: − Estimula o desenvolvimento de tecido muscular, por isso é base dos anabolizantes de testosterona/análogos à testosterona. − Estímulo à deposição de gordura abdominal (barriga de chopp). Acúmulo de gordura viscera -> Aumento de resistência à insulina -> Quadro pré-diabético. − Disposição ao desenvolvimento de diabetes tipo II. Por isso vemos indivíduos que são magros mas que têm esse acúmulo de gordura visceral -> Perfil lipídico todo perturbado -> Risco de diabetes aumentado, intolerância à glicose, resistência à insulina... -> Leva a um quadro que vai aumentar o risco cardiovascular. − Atua sobre o fígado, aumentando LDL e diminuindo HDL, dando um perfil lipídico mais heterogêneo e fazendo com que homens tenham um risco de doenças cardiovasculares maior. − Mudança do timbre da voz. Com a puberdade, os meninos passam a ter um registro de voz mais grave. Por isso mulheres que fazem uso de esteroides anabolizantes ficam com a voz mais grossa. − Aumento da densidade óssea. Aumenta a conversão de testosterona em estrogênio, responsável por estimular o crescimento/reposição óssea. − Crescimento da próstata (característica sexual secundária) em função da conversão de testosterona em di-hidrotestosterona. OBS.: Foram desenvolvidas drogas que são inibidoras da 5-α-redutase para fazer quimioprevenção de câncer de próstata. Um dos efeitos colaterais desse tratamento é o crescimento de cabelo em pessoas calvas, indicando que a di-hidroxitestosterona tem papel importante na calvície masculina. No entanto, uma das questões éticas desse medicamento é que ele reduz o número de casos de câncer, mas não reduz o número de mortes por casos de câncer de próstata. O uso desse medicamento de quiomioprevenção diminui a incidência da doença, mas pode estimular o desenvolvimento de um tipo de câncer mais agressivo (o câncer de próstata é um dos cânceres de menor grau). Assim, se um indivíduo faz tratamento quimiopreventivo com 5-α-redutase e mesmo assim desenvolve câncer é porque ele conseguiu vencer essa inibição, logo, o tumor é mais agressivo. Por isso há essa controvérsia grande se vale a pena o tratamento, se os indivíduos ainda vão se beneficiar com isso etc. − Aumenta a atividade de glândula sebácea, gerando a acne. − Estimula a produção de espermatozoides (a testosterona tem efeito positivo sobre a espermiogênese e o estrogênio tem efeito negativo sobre a espermiogênese). A maior parte do feedback negativo se dá através da conversão de testosterona em estrogênio, que inibe a produção de FSH pela hipófise. Por isso tem que ter testosterona para a conversão em estrógeno.
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