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Microbiologia - Meningites

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MICROBIOLOGIA
AGRESSÃO E DEFESA DO ORGANISMO: RELAÇÃO PARASITA-HOSPEDEIRO
@kelly.c.cabral
MENINGITES BACTERIANAS 
Entre as camadas há espaços. --> Assim, a disponibilização das camadas junto com os espaços entre elas é: 
 -- Espaço epidural 
• Dura mater 
 -- Espaço sub-dural 
• Camada aracnóide 
 -- Espaço Sub-aracnóide 
• Pia mater 
• SNC
--> A meningite é a inflamação das meninges. 
TIPOS DE MENINGITES
MENINGITE PURULENTA AGUDA 
Nessa forma de meningite, a reação aguda é caracterizada pela presença de secreção purulenta. 
--> Seus principais agentes são: 
• Neisseria meningitidis 
• Streptococcus pneumonie 
• Haemophilus influenzae
Estrutura anatômica delgada composta por 3 camadas ou “membranas”
que envolvem o SNC (cérebro e medula espinhal). Essas três camadas são: 
1. Dura mater 
2. Camada aracnóide 
3. Pia mater 
MENINGES
MENINGITE SUBAGUDA GRANULAMATOSA
É caracterizada por um resposta granulamatosa. --> Mediada por células mononucleadas (monócitos e macrófagos). A
reação não é tão intensa/forte. --> Seus principais agentes são: 
• Mycobacterium tuberculosis.
• Fungos (Cryptococcus neoformans).
MENINGITE VIRAL OU “ASSÉPTICA” 
É erroneamente conhecida como “asséptica” porque o líquor tem uma apresentação “limpa”, transparente (igual ao líquor
normal, como se não tivesse agente etiológico envolvido). --> Tem como principal agente etiológico os enterovírus.
MENINGITE PURULENTA AGUDA 
MODOS DE TRANSMISSÃO 
A contaminação pode se dar:
1. Gotículas de secreção do trato respiratório. --> Podem ser emitidas por:
• Doentes 
• Portadores sadios 
2. Invasão direta do SNC. --> Pode ocorrer como consequência de:
• Traumatismos - Quando há quebra do crânio e exposição da massa cefálica. 
• Procedimentos neurológicos invasivos. --> EXEMPLO: anestesia peridural. 
3. Congênita
A bactéria Listeria monocytogenes tem a capacidade de atravessar a placenta, causando meningite no recém-nascido.
Há contaminação do trato digestório da mãe por algum alimento contaminado (geralmente produtos lácteos
conservados em baixa temperatura). --> A bactéria causa uma gastroenterite leve na mãe ou um quadro subclínico.
Posteriormente, a bactéria alcança a correte sanguínea, atravessa a placenta e contamina o feto. 
EM RECÉM-NASCIDOS: 
• Streptococcus agalactiae 
• Escherichia coli K1 
• Listeria monocytogenes --> Responsável pela transmissão congênita. 
PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS 
1. Colonização da mucosa da nasofaringe. --> Ocorre a partir da inalação de gotículas contendo a bactéria. 
4. Perinatal 
Quando a crianças atravessa o canal vaginal da mãe ela pode se contraminar com o agente causador da meningite
(estreptococos grupo B e E. coli).
• Neisseria meningitidis 
• Streptococcus pneumonie 
• Haemophilus influenzae 
--> São mais comuns em
adolescentes e adultos. 
EM TRAUMATISMOS OU PROCEDIMENTOS NEUROLÓGICOS INVASIVOS: 
• Staphylococcus 
• Bastonetes Gram negativos
--> Os dois agentes acima fazem transmissão neonatal. 
Saber qual é o agente etiológico envolvido é
fundamento para o tratamento empírico (tratamento
realizado antes dos resultados laboratoriais), uma vez
que a doença deve ser combatida o mais rápido
possível.
São cocos Gram negativos, dispostos aos pares, capsulados e aeróbios.
As diferenças antigênicas na cápsula polissacarídica permitem a caracterização de 12 sorogrupos/variantes (A, B, C, H, I, K,
L, W-135, X, Y, Z, 29E). --> Os principais sorogrupos envolvidos em doenças no homem são: A, B, C, Y e W-135.
NEISSERIA MENINGITIDIS 
São cocos Gram positivos, dispostos aos pares e capsulados.
As diferenças antigênicas na cápsula polissacarídica permitem a caracterização de 90 sorogrupos, entre os quais 20 tem
grande capacidade de invasão.
STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE 
São cocobacilos Gram negativos, pleomórficos (forma bastante variável), capsulados, anaeróbios facultativos que exigem
meios suplementados de hemina (fator X) e NAD (fator V). --> A hemina e o NAD são fatores de crescimento. - O nome
Haemophilus está relacionado com a atração dessa bactéria pelo sangue, local onde se encontra a hemina e o NAD. 
HAEMOPHILUS INFLUENZAE 
• Diferenças antigênicas na cápsula polissacarídica permitem a caracterização de 6 sorotipos (a, b, c, d, e, f).
• O principal sorotipo envolvido em doença invasiva (meningite) no homem é o b (Hib).
• Os outros sorotipos podem causar outras infecções como pneumonia (sorotipo f) e otite média, conjuntivite, sinusite
(amostras não capsuladas).
PATOGENIA DAS MENINGITES BACTERIANAS 
2. Invasão local 
3. Bacteremia. --> Quando a bactéria chega no sangue. 
4. Invasão da meninge (ocorre quando há passagem da bactéria pela
barreira hematoencefálica). --> Após ultrapassar essa barreira a
bactéria chega no líquor do espaço subaracnóide. 
5. Multiplicação bacteriana no espaço subaracnóide com liberação de
componentes bacterianos (LPS em bactérias Gram negativas e
peptideoglicana em bactérias Gram positivas). --> Após a
multiplicação, a bactéria começa a expor seus PAMPs (componentes
que provocam a reação inflamatória). 
6. Reação inflamatória.
7. Diapedese de leucócitos. --> São recrutados para o local que está sendo invadido (meninges no SNC) células
fagocitárias e linfócitos, com o objetivo de combater o agente infeccioso. 
8. Edema cerebral. --> Ocorre um aumento da permeabilidade e, consequentemente, passagem de fluido do espaço
intravascular para os tecidos, provocando um edema (inchaço das meninges). 
9. Aumento da pressão intracraniana. --> Por causa do edema. 
10. Redução do fluxo sanguíneo cerebral.
11. Prejuízo no afluxo de oxigênio e glicose.
12. Sequela neurológica.
SINAIS E SINTOMAS DE MENINGITE 
CRIANÇAS E ADULTOS 
• Febre 
• Anorexia 
• Irritabilidade 
• Vômitos 
• Fontanela abaulada 
• Sonolência 
• Convulsões
• Febre 
• Mialgia 
• Prostração 
• Toxemia 
• Petéquias
SÍNDROME INFECCIOSA 
• Meningite meningocócica (MM) --> Ocorre quando a bactéria consegue ultrapassar a barreira hematoencefálica. 
• Febre e petéquias --> Ocorre quando a bactéria fica contida no sangue, não conseguindo ultrapassar a barreira
hematoencefálica. Assim, tem-se apenas um quadro infeccioso leve. 
• Meningococcemia (MCC): sepse fulminante --> É caracterizada por uma quantidade maciça de bactérias. É o quadro
mais grave e pode ocorrer isoladamente ao simultânea ao quadro de meningite meningocócica. 
LACTENTES
• Sonolência 
• Febre 
• Irritabilidade 
• Anorexia 
• Petéquias (manchas vermelhas na pele).
BEBÊS ATÉ 2 ANOS 
• Cefaleia 
• Vômitos 
• Fotofobia 
• Alterações de consciência
SÍNDROME DE HIPERTENSÃO INTRACRANIANA 
✓ Sonolência 
✓ Torpor 
✓ Coma 
• Convulsões
• Rigidez de nuca --> Dificuldade de encostar o queixo no esterno. 
• Sinais de Kernig --> Com o paciente em decúbito dorsal, flete-se passivamente a coxa sobre a bacia, em ângulo reto,
tentando-se a seguir estender a perna. --> O paciente sente muita dor.
• Sinais de Brudzinski --> Limitação dolorosa da flexão do pescoço, acompanhada de flexão dos joelhos.
• Sinais do tripé --> Paciente não consegue ficar sentado apenas com o apoio do quadril e dos pés, precisando também
do apoio das mãos. Isso ocorre devido à dificuldade de distensão da medula espinhal. 
SÍNDROME DE COMPRESSÃO RADICULAR 
INFECÇÃO POR NEISSERIA MENINGITIDIS 
Quando a infecção é por Neisseria meningitidis pode haver resultados/desdobramentos diferentes. Assim, indivíduo que
inalam gotículas contendo N. meningitidis tem doença meningocócica. 
Doente ou portador sadio emite gotículas que são inaladas por um indivíduo susceptível (não imunizado contra esse
agente infeccioso). A bactéria se instala na nasofaringe e, posteriormente, chega ao sangue (bacteremia). Com a bactéria
no sangue é possível três desfechos diferentes:
MENINGOCOCCEMIA (MCC) 
É a presença de infecção sistêmica (sepse) pela N. menigitidis, sendo que uma das suas manifestações pode ser a
meningite.
• Lesões petequiais --> São semelhantes a picadas de mosquito. 
• Púrpuras disseminadas --> Presença de lesões ou manchas arroxeadas e avermelhadasna pele. É a evolução das
petéquias.
SINAIS E SINTOMAS 
• Anti-sepsia da pele (usar álcool 70%, iodóforo ou clorexidina e aguardar 1 minuto).
• Punção entre L3 e L4.
• Frasco estéril.
• Coletar 2 tubos com 5 a 8 mL.
• Não refrigerar.
• Chegar ao laboratório em até 2 horas.
CUIDADOS NA COLETA DO LÍQUOR 
1. Deve ser capaz de penetrar no SNC 
2. Administração precoce de tratamento empírico --> O tratamento deve ser administrado antes mesmo da
comprovação do agente etiológico, uma vez que o curso da doença é muito rápido. 
3. Esquema terapêutico bactericida.
4. Administração endovenosa.
A. Necessidade de níveis sanguíneos elevados para chegar ao SNC.
B. Manutenção de dose elevada durante todo o tratamento.
Aproximadamente 10% dos pacientes com meningococcemia desenvolvem a síndrome de Waterhouse-Friderichsen
(choque séptico fulminante púrpura disseminada [CID]). 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
O material clínico retirado do doente é o líquor ou sangue. Já no portador sadio o material clínico é swab de nasofaringe.
EXAME DE LÍQUOR 
1. O primeiro frasco vai para uma análise bioquímica e de celularidade.
2. O outro frasco de líquor é encaminhado para um laboratório de microbiologia, onde será realizada a bacterioscopia
direta (líquor corado pelo método de Gram e observado em microscópio).
3. Esse material é cultivado --> O cultivo do material é um processo demorado. 
4. Pode ser feito também um teste rápido de aglutinação com látex: pesquisa do polissacarídeo capsular dos principais
agentes (N. meningitidis [A, B, C, Y, W135], Hib, S. pneumoniae, Streptococcus grupo B e E.coli K1) --> Esse teste é
vantajoso por ser rápido e por não precisar que a bactérias esteja viável no líquor, uma vez que pesquisa a presença do
polissacarídeo capsular. 
5. O diagnóstico também pode ser feito por PCR.
FUNCIONAMENTO DO EXAME DE LÍQUOR 
TRATAMENTO
• Antimicrobianos
• Anti-inflamatórios 
PREVENÇÃO
Com relação a imunoprofilaxia (vacinação), há várias vacinas disponíveis no calendário brasileiro de vacinação de crianças
e adultos. 
VACINA PARA HAEMOPHILUS INFLUENZAE (HIB) 
Foi instituída em 1999 e mudou completamente o perfil da meningite em crianças (antes dela esse grupo era muito atingido
por essa doença). Essa vacina é dada na forma de uma vacina pentavalente: 
• Toxóide tetânico 
• Toxóide diftérico 
• Bordetella pertussis morta 
• Polirribitol fosfato capsular Hib 
• Antígeno de superfície do HBV 
--> Ela é obrigatória na infância (2, 4, e 6 meses de vida).
VACINAS PARA NEISSERIA MENINGITIDIS 
É uma vacina conjugada (conjuga o polissacarídeo capsular da meningite C com o toxoide tetânico) que foi incluída no
calendário de vacinação em 2010. Ela é obrigatória na infância (3 e 5 meses de vida), com reforço aos 12 meses e
administradas na adolescência (1 dose entre 12 e 13 anos).
• Há outras vacinas com a Neisseria meningitidis que não estão no calendário de vacinação do SUS: 
✓ Vacina conjugada contra polissacarídeo A, C, W e Y 
✓ Vacina recombinante B
✓ Quarto privativo.
✓ Uso de máscara comum (tipo cirúrgica) para entrar no quarto do paciente.
✓ Uso de máscara pelo paciente para circular pelo hospital.
✓ Idosos 
✓ Portadores de pneumopatias crônicas.
✓ Para indivíduos HIV+ 
✓ Para pessoas que estão há 2 semanas de um tratamento com imunossupressores.
Além da imunoprofilaxia, há: 
• Quimioprofilaxia --> É a administração de antimicrobiano profilático. Normalmente utiliza-se rifampicina, mas também
pode ser prescrita a ceftriaxona ou ciprofloxacina. É recomendada para contactantes de doentes com meningite
meningocócica ou por Haemophilus. 
• Pesquisa de portadores --> Recomendada para familiares de doentes com meningite meningocócica ou por
Haemophilus e é feita através de swab da nasofaringe. 
• Tratamento dos portadores sadios --> É feito com rifampicina, ceftriaxona ou ciprofloxacina. 
• Notificação compulsória à secretaria de saúde 
• Medidas de isolamento do doente --> É uma medida de precaução respiratória, ou seja, evita a contaminação por
gotículas (partículas com tamanho grande [> 5 μm], eliminadas durante a fala, respiração, tosse, espirro que atingem até 1
m de distância).
VACINAS PARA STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE 
• A pneumovax (Pn23) é uma das vacinas e ela contém 23 sorotipos de polissacarídeo capsular. --> É indicada para:
• Há também as vacinas conjugadas 
✓ 10-valente (2010) --> Atua contra 10 sorotipos de polissacarídeo capsular, conjugados a proteínas. É indicada para
crianças com 2 doses (2 e 4 meses) e reforço (aos 12 meses).
✓ 13-valente

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