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Anafilaxia: Reação Alérgica Grave

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Beatriz Marinelli, 9º termo
Urgência & Emergência
1
Anafilaxia
A anafilaxia é uma reação potencialmente fatal de hipersensibilidade sistêmica grave, que pode cursar com
hipotensão grave ou comprometimento das vias aéreas. É uma reação em cascata causada pela liberação
de mediadores de mastócitos e basófilos de uma forma dependente de IgE. Pode ocorrer por reação a dife-
rentes agentes, sendo os mais comuns alimentos e medicamentos. Em crianças, os alimentos são as maio-
res causas de procura de serviços de emergência por reações alérgicas ou anafiláticas.
Choque anafilático: reação anafilática em que ocorre uma insuficiente entrega de oxigênio para os
tecidos, resultando em colapso cardiovascular e fluxo sanguíneo insuficiente.
FISIOPATOLOGIA
O mecanismo básico subjacente às reações alérgicas é a degranulação de mastócitos e liberação de media-
dores por basófilos.
ETIOLOGIA
As principais etiologias da anafilaxia incluem uso de drogas (como AINES), consumo de determinados ali-
mentos; picadas de insetos, exercícios, imunoterapia, látex, causa idiopática (exclusão).
FATORES PREDISPONENTES
Extremos de idade;
Doenças Respiratórias;
Asma, Insuficiência Respiratória Crônica, Doença Cardiovascular;
Viagem.
Beatriz Marinelli, 9º termo
Urgência & Emergência
2
CRITÉRIOS DE SAMPSON
O diagnóstico de anafilaxia é clínico, utilizando os critérios diagnósticos citados abaixo:
ACHADOS CLÍNICOS
Devemos ficar atentos aos achados clínicos uma vez que o tempo entre o ontato alérgeno e a morte pode
variar de 5 minutos após injeção de droga, 10-15 minutos após picada de inseto e até 35 minutos em anafi-
laxia secundária a alimentos. Cerca de 45 a 60% dos óbitos por reações alérgicas são secundários a compli-
cações respiratórias.
Pele, mucosa e tecido subcutâneo (80-90%): urticária, angioedema, rubor facial, prurido, rash
morbiliforme (pápulas vermelhas);
Respiratório (70%): rinorreia, congestão, espirros, estritor, disfonia, dispneia, aperto torácico,
broncoespasmo, cianose;
Cardiovascular (45%): dor torácica, taquicardia, bradicardia, hipotensão, disritmia, parada cardía-
ca;
Gastrointestinal (45%): dor abdominal, náusea, vômito, diarreia;
Sistema Nervoso Central (15%): sensação de morte iminente, alteração do nível de consciência,
tontura, confusão, cefaleia.
SINAIS DE ALARME EM PACIENTES COM ANAFILAXIA
Rápida progressão de sintomas;
Estridor e dificuldade respiratória;
Tórax silente;
Hipotensão ou choque;
Necessidade de droga vasoativa;
Arritmias malignas;
Náuseas ou vômitos persistentes.
EXAMES COMPLEMENTARES
O diagnóstico é clínico, uma boa história e exame físico costumam ser suficientes para o diagnóstico. Pode-
mos solicitar dosagem de triptase e histamina, uma vez que durante os episódios de anafilaxia, os valores
séricos de triptase e histamina ficam elevados, as amostras devem ser coletadas durante o episódio agudo.
Triptase sérica: coletar 15 minutos a 3 horas a partir da instalação do episódio. - valores normais, no en-
tanto, não descartam anafilaxia.
Histamina plasmática: coletar 10 a 60 minutos da instalação do episódio.
Outras investigações: pesquisa in vitro de IgE específica, testes cutâneos ou de provocação, mas são de
muito pouca utilidade no DE.
Beatriz Marinelli, 9º termo
Urgência & Emergência
3
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Urticária generalizada aguda;
Exacerbação de asma;
Infarto agudo do miocárdio;
Embolia pulmonar;
Síncope;
Reação cutânea medicamentosa;
Ansiedade/ataques de pânico;
Flushing associado a alimentos, álcool ou
outras substâncias;
Tumor carcinoide;
Perimenopausa;
Tireotoxicose;
Leucemia basofílica;
Mastocitose (mastocitose sistêmica e urti-
cária pigmentosa);
Vipomas;
Choque séptico;
Choque hipovolêmico;
Choque cardiogênico;
Choque distributivo;
Angioedema adquirido ou hereditário;
Hipoglicemia;
Angioedema associado ao inibidor da enzi-
ma conversora de angiotensina (ECA);
Síndrome do homem vermelho (vancomici-
na);
Distúrbios neurológicos (convulsões, aci-
dente vascular cerebral, epilepsia autonô-
mica);
Síndrome de disfunção das cordas vocais;
Feocromocitoma.
TRATAMENTO
1. Retirar fator precipitante (alérgeno);
2. Monitorização;
3. O2 até SatO2 > 92%;
4. Usar baixo limiar para indicação de via aérea definitiva;
5. Adrenalina IM 0,5 mg, podendo ser repetida a cada 5 minutos de acordo com a resposta;
6. Se hipotensão, reposição volêmica, 1-2 litros de solução cristaloide em 1 hora;
7. Se não houver resposta à adrenalina IM: Adrenalina EV: Bolus: 0,1 mg;
8. Manutenção: adrenalina colocando adrenalina 1 mg em 500 mL de solução fisiológica em uma in-
fusão inicial de 0,5 a 2 mL/min, titulando-se a dose conforme o efeito;
9. Considerar associação de vasopressores se choque refratário;
10. Corticoide para evitar fase tardia: metilprednisolona 1-2 mg/kg em crianças, até dose máxima de
125 mg, ou hidrocortisona 200 a 300 mg por via intravenosa (5 a 10 mg/kg em crianças até dose
máxima de 300 mg).
11. Na alta (pacientes com manifestações cutâneas persistentes), manter prednisona 40 mg por 3 a 5
dias;
12. Considerar: difenidramina 25 a 50 mg IV; ranitidina 50 mg IV 12.
13. Se broncoespasmo: usar broncodilatadores como fenoterol 100-250 µg IN e ipratrópio 250-500
µg IN;
14. Se broncoespasmo grave: sulfato de magnésio 2 g EV durante 20 a 30 minutos em adultos e 25 a
50 mg/kg em crianças;
15. Se paciente faz uso de betabloqueadores, considerar o uso de glucagon 1 mg IV a cada 5 minutos,
até que se resolva a hipotensão, seguido por uma infusão de 5 a 15 µg/min.
GABARITO ANTIGO
O uso de medicamentos, em especial os AINES, é a terceira causa principal de reação anafilática e cho-
que na população. Paciente com diagnóstico de reação anafilática devido quadro de lesão de pele asso-
ciada a hipotensão.
A anafilaxia é sempre tratada com adrenalina intramuscular. Em adultos, a dose utilizada é 0,3 a 0,5 mg.
BIBLIOGRAFIA:
VELASCO, I, T, Saraiva et al. Medicina de Emergencia: abordagem prática. Manole, 14º ed

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