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1 Fatores comportamentais, geográficos, socioeconômicos, culturais e imunológicos são de grande relevância na ocorrência de doenças causadas por parasitos intestinais. Dentro das protozooses, as mais prevalentes são a giardíase e a amebíase, embora, nos últimos anos a criptoporidíase tenha ganhado destaque devido sua alta incidência em pacientes com AIDS. Giardíase Infecção humana pelo protozoário flagelado Giardia lamblia, encontrado na forma de trofozoítas e cistos. CICLO BIOLÓGICO O G. lamblia (duodenalis) é um parasito monóxeno de ciclo biológico direto. O homem pode ser infectado com a ingestão de 10 a 100 cistos. Após ingerir o cisto, o “desencistamento” é iniciado no meio ácido do estômago e completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a liberação e colonização do intestino delgado pelos trofozoítos. Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal formando dois trofozoítos binucleados. O ciclo se completa pelo “encistamento” do parasito e sua eliminação pro meio exterior. Entre as hipóteses para o porquê do encistamento têm-se a influência do pH intestinal, o estímulo de sais biliares e o destacamento do trofozoíto da mucosa, sendo isso a causa do início da resposta imune local. Após a formação do cisto, eles são eliminados nas fezes. TRANSMISSÃO A via normal de infecção do homem é a ingestão de cisto maduros que podem ser transmitidos por um dos seguintes modos: Ingestão de águas superficiais sem tratamento ou tratados de forma deficiente. Alimentos contaminados (verduras e frutas mal lavadas). Alimentos que podem ser contaminados por cistos veiculados por moscas e baratas De pessoa a pessoa, através de mãos contaminadas em locais de aglomeração. Através de sexo anal. Contato com animais domésticos infectados. 2 EPIDEMIOLOGIA É encontrada no mundo todo, principalmente entre crianças de oito meses a 10-12 anos. Essa prevalência alta em crianças está relacionada ao fato da falta de hábitos de higiene nessa idade; quanto a adulto sugere-se que essa infecção pode conferir certa resistência as subsequentes. Altas prevalências são encontradas nas regiões subtropicais e tropicais. Esta infecção é frequentemente adquirida pela ingestão de cisto na água proveniente de rede pública, com defeitos no sistema de tratamento (só cloração). Giardia está relacionada como um dos agentes etiológicos da diarreia dos viajantes. Possui transmissão fecal-oral. O cisto resiste até dois meses no meio exterior, em boas condições de umidade e temperatura. IMUNIDADE Uma das hipóteses que explicava a adesão dos trofozoítos sobre as microvilosidades da mucosa era de que os batimentos dos flagelos ventrais seriam responsáveis pelo aparecimento de uma força de pressão negativa abaixo do disco, provocando sua adesão, que seria auxiliada pela franja ventrolateral. A observação da presença de proteínas contráteis no disco ventral sugeriu outra hipótese alternativa ou auxiliar para explicar tal adesão: essas proteínas estariam envolvidas na modulação da forma e do diâmetro do disco que, através de movimentos de contração e descontração, permitiria a adesão e o desprendimento dos trofozoítos na mucosa. O desenvolvimento de uma reposta imune protetora é observado pois: 1. A infecção apresenta caráter autolimitante; 2. Os indivíduos infectados apresentam no soro anticorpos anti-Giardia; 3. Tem a participação de monócitos citotóxicos na modulação da reposta imune; 4. O fato de pacientes imunocomprometidos serem mais suscetíveis à infecção; 5. Menor chance de indivíduos que moram numa área endêmica manifestarem a doença, pois provavelmente já pegaram e possuem anticorpos. 6. Ocorrência de infecção crônica em pacientes que diminuem a resposta humoral. Anticorpos IgG, IgM e IgA anti-Giardia têm sido observados no soro de indivíduos com giardíase. Sugere-se que o IgA diminua a capacidade de adesão dos trofozoítos à superfície das células do epitélio intestinal. Após o desencistamento, os trofozoítos são liberados na luz intestinal e se aderem ao epitélio podendo até invadir a mucosa quando encontram os macrófagos que são espontaneamente citotóxicos. Nessa situação, a defesa pode ser aumentada pelas linfocinas produzidas pelos linfócitos T, sendo suficiente para destruir a maioria dos parasitos. Os trofozoítos que escapam dessa reposta, vão sofrer ação de granulócitos 3 na presença de anticorpo anti-Giardia, sendo as proteínas de superfície dos trofozoítos os principais agentes que iniciam essa resposta imune. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Apresenta um amplo espectro de manifestações, podendo variar desde de indivíduos assintomáticos até sintomas de uma diarreia aguda e autolimitante, ou então um quadro diarreico persistente, com evidência de má absorção e perda de peso. A variabilidade dessas manifestações vem sido atribuída a: - Fatores do parasita (cepa, número de cistos ingeridos) - Fatores do hospedeiro (resposta imune, estado nutricional, pH, associação com a microbiota). A maioria das infecções é assintomática, ocorrendo em adultos e crianças, esses casos podem levar a eliminação dos cistos nas fezes por um período de até 6 meses. Em indivíduos que estão na primeira infecção, a ingestão de um elevado número de cistos é capaz de provocar diarreia aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhada de gases com distensão e dores abdominais. Muco e sangue nas fezes aparecem mais raramente. As principais complicações da giardíase crônica incluem a má absorção de gordura e de nutrientes, como as vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K), vitB12, ferro, xilose e lactose. Nos adultos, essas deficiências não causam danos sérios, contudo em crianças podem ter efeitos graves. PATOGENIA A mucosa intestinal do paciente infectado com a Giardia pode estar completamente normal ou com atrofia parcial ou total das vilosidades. Os trofozoítos de Giardia aderidos ao epitélio intestinal podem romper e distorcer as microvilosidades do lado que o disco adesivo entra em contato com a membrana da célula. Além disso, o parasita produz, e possivelmente libera, substâncias citopáticas na luz intestinal. O parasita também possui proteases que podem agir sobre as glicoproteínas da superfície das células epiteliais e romper a integridade da membrana. Contudo, o efeito mais bem relacionado com a agressão da mucosa ainda continua sendo a reposta imune. O parasito entra em contato com macrófagos que ativam os linfócitos T, que ativam os linfócitos B que irão produzir IgA e IgE. O IgE se liga aos mastócitos, provocando a degranulação e a liberação de várias substâncias, incluindo a histamina. Dessa forma, é desencadeada uma reação anafilática local (hipersensibilidade I) que provoca edema de mucosa e contratilidade do músculo liso, levando a aumento da motilidade do intestino. As vilosidades ficam assim repletas de células imaturas levando a problemas de má absorção e, consequentemente, diarreia. 4 Além de mediadores como a histamina, os mastócitos também liberam fatores ativadores de eosinófilos e neutrófilos que irão agir mais tarde dando origem uma reação inflamatória local, que pode ocasionar a lesão das células epiteliais. Os mastócitos ativados pelos trofozoítos também liberam prostaglandinas que agem diretamente sobre a motilidade intestinal ou através da estimulação da adenilciclase da mucosa, provocando o aparecimento de diarreia. DIAGNÓSTICO Clínico Em crianças de oito meses a 10-12 anos, a sintomatologia indicativa é: diarreia com esteatorreia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite (podendo está ou não acompanhada de emagrecimento) e dor abdominal. Laboratorial - Parasitológico Exame das fezes para identificar cistos ou trofozoítos. Os cistos são encontrados mais facilmente em indivíduos com giardíase, enquanto os trofozoítossão encontrados relacionada a infecções sintomáticas. É indicado para diagnóstico o Método de Faust (método de flutuação pelo sulfato de zinco). Sugere-se o exame de três amostras fecais em dias alternados. - Imunológico Os mais empregados são a imunofluorescência indireta e o método ELISA, em busca dos anticorpos anti-Giardia. PCR e ELISA também podem ser feitos nas fezes para detecção do parasita. TRATAMENTO Os fármacos mais utilizados são: metronidazol (Flagil), tinidazol, ornidazol e secnidazol. Recentemente confirmou-se a eficácia também com tratamento com anti-helmínticos como o albendazol e mebendazol. Os esquemas terapêuticos mais empregados são: Metronidazol (Flagil): 15 a 20mg /kg durante sete a dez dias consecutivos, para crianças, via oral. A dose para adultos e de 250mg, duas vezes ao dia. Tinidazol (Fasigyn): dose única de 2g para adultos e 1g para crianças, sob a forma líquida; Furazolidona (Giarlam): 8 a 10mg por kg de peso por dia (máximo de 400mg/dia) durante sete dias, para crianças. Para adultos, a dose e de 400mg em 24 horas, em duas ou quatro vezes por dia, durante sete dias; Secnidazol: a dose para adultos é de 2g, em dose única de quatro comprimidos, de preferência a noite, tomados em uma das refeições. Crianças com menos de cinco anos: 125mg, duas vezes em 24 horas, por cinco dias. 5 PREVENÇÃO Como a contaminação ocorre de forma ambiental e por alimentos contaminados com os cistos do parasito, recomenda-se medidas de higiene pessoal, destino correto das fezes, proteção dos alimentos e tratamento da água. Amebíase É definida pela OMS como a infecção pela Entamoeba histolytica independente de sintomatologia, esse é um protozoário que habita no intestino grosso do homem, podendo passar para corrente sanguínea e chegar ao fígado, aos pulmões e ao cérebro, ocasionando lesões extraintestinais graves. EPIDEMIOLOGIA A incidência varia dentro de cada país, independentemente das condições climáticas. Apesar da prevalência ser maior nas regiões tropicais e subtropicais. No Brasil, a amebíase apresenta grande diversidade no número de indivíduos infectados. Assim, a amebíase varia muito de país para país, os seguintes aspectos são comuns: - Transmissão oral através de ingestão de cistos nos alimentos e água; - A E. histolytica é endêmica em todas as áreas de sua distribuição; - É mais frequente em adultos; - Algumas profissões são mais atingidas (trabalhadores de esgoto); - Os cistos permanecem viáveis durante cerca de 20 dias. CICLO BIOLÓGICO Normalmente, os trofozoítos da E. histolytica vivem no lúmen do intestino grosso, ocasionalmente podem penetrar na mucosa e produzir ulcerações intestinais, ou em outras regiões do organismo, como fígado, pulmão, rim e mais raramente, cérebro. O ciclo biológico é monoxênico (apenas um hospedeiro). O ciclo se inicia pela ingestão dos cistos maduros, junto de alimentos e água contaminados. Eles passam pelo estômago, resistindo a acidez e chegam ao final do intestino delgado ou início do grosso, onde ocorre o desencistamento, com liberação 6 do metacisto, através de uma pequena fenda na parede cística. Em seguida, o metacisto sofre sucessivas divisões nucleares e citoplasmáticas, dando origem a 8 trofozoítos metacísticos. Esses trofozoítos migram para o intestino grosso onde se colonizam. Em geral, eles permanecem aderidos à mucosa intestinal, vivendo de forma comensal, alimentando-se de dendritos e de bactérias. Sob certas circunstâncias, eles podem se desprender dessa parede e sofrer ação da desidratação, eliminar substâncias nutritivas presentes no citoplasma, transformando-se em pré-cistos; em seguida, transformam-se em cistos mononucleados, que posteriormente irão sofrer divisões nucleares sucessivas e serem eliminados nas fezes. CICLO PATOLÓGICO Devido a condições não bem elucidadas, o equilíbrio hospedeiro-parasito pode acabar, sendo os trofozoítos liberados, eles invadem a submucosa intestinal, multiplicando-se ativamente no interior das úlceras e podem ainda através da circulação porta-hepática, chegar a outros órgãos como fígado e, posteriormente, pulmão, rins, cérebro ou pele. TRANSMISSÃO Ocorre através de ingestão de cistos maduros, com alimentos (sólidos ou líquidos), uso de água sem tratamento (contaminada por dejetos humanos), falta de higiene domiciliar (facilitando a disseminação de cistos dentro da família). PATOGENIA O início da invasão amebiana é resultante da ruptura ou quebra do equilíbrio parasito- hospedeiro. Isso pode ser explicado por fatores relacionados ao hospedeiro ou ao parasita. Alguns dos fatores relacionados ao hospedeiro incluem: localização geográfica, raça, sexo, idade, resposta imune, estado nutricional, dieta, alcoolismo, clima e hábitos sexuais. Um fato curioso é que o meio onde as amebas vivem também influencia, principalmente a flora bacteriana associada. Principalmente, as bactérias anaeróbicas, são capazes de potencializar a virulência de cepas de E. histolytica, as principais bactérias relacionadas a esse efeito são Escherichia coli, Salmonella, Shigella, Enterobacter e Clostridium. Outros fatores, como o colesterol, passagens sucessivas em diversos hospedeiros ou reinfecções sucessivas, podem aumentar sua virulência. A evolução da patogenia ocorre através da invasão dos tecidos pelos trofozoítos virulentos. Tudo indica que a E. histolytica tem um efeito letal direto sobre a célula, necessitando que exista uma forte adesão entre célula hospedeira e parasito. Essa adesão é mediada por lectinas na superfície das amebas e por formações filopódicas que ampliam esse efeito, logo após isso acontece a fagocitose. Uma vez que a barreira epitelial foi rompida, o movimento da ameba e a liberação de enzima proteolíticas (hialuronidase, protease e mucopolissacaridases) favorecem a progressão e destruição dos tecidos. Uma vez que a mucosa foi invadida, os trofozoítos se multiplicam e seguem 7 penetrando até chegar à camada muscular, tendo escassa reação inflamatória. Na camada submucosa, as amebas podem prosseguir para qualquer direção causando as ulcerações chamadas de “botão de camisa” ou “colo de garrafa”, sendo mais frequentes no ceco e no retossigmoide. Ocasionalmente, os trofozoítos induzem uma reação inflamatória proliferativa com formação granulomatosa, chamada de “ameboma”. As amebas podem penetrar nos vasos sanguíneos e, através da circulação porta, atingir o fígado, formando abscessos ou mais propriamente “necrose coliquativa”. Podem atingir também pulmão, cérebro, pele, regiões anal ou vaginal (períneo). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Dividida em: formas sintomáticas e assintomáticas, amebíase intestinal (disentérica, colites não disentéricas, ameboma e apendicite amebiana), amebíase extraintestinal. O período de incubação varia de 7 dias até quatro meses. Amebíase Intestinal - Formas Assintomáticas: 80 a 90% das infecções por E. histolytica são assintomáticas. É a forma mais encontrada no centro sul do país. - Formas Sintomáticas: Colites não-disentéricas É uma das formas clínicas mais comuns, se manifesta por duas a quatro evacuações, diarreicas ou não, por dia, com fezes moles ou pastosas, podendo conter muco ou sangue. Pode apresentar desconforto abdominal ou cólicas, localizadas na porção superior. O que caracteriza essa forma é a alternância entre a manifestação clínica e períodos silenciosos com funcionamento normal do intestino. Forma Disentérica – Colites Amebianas Aparece mais frequentemente de modo agudo, acompanhado de cólicas intestinais e diarreia, com evacuações mucossanguinolentas, acompanhadas de cólicas intensas, de tenesmo (espasmo doloroso do esfíncter anal com urgência em defecar) ou tremores de frio. Pode haver oito, dez ou mais evacuações por dia. A disenteria amebiana aguda é representadapor casos agudos e fulminantes, podendo acometer todo o cólon. O paciente apresenta muitas evacuações mucossanguinolentas, prostrações e grave desidratação, frequentemente, ocorrem perfurações do intestino. As complicações mais comuns da amebíase intestinal são: perfurações e peritonite, hemorragias, colites pós-disentéricas e mais raramente, estenose e apendicite. Amebíase Extraintestinal 8 Abcesso amebiano no fígado é a forma mais comum. Pode ser encontrado em todos os grupos de idade, com predominância em adultos. Se manifesta através de uma tríade: dor, febre e hepatomegalia. A dor se localiza no quadrante superior direito do abdome, com hepatomegalia dolorosa em 90% dos pacientes. A febre é intermitente e irregular, variando de 38oC a 40oC com calafrio, anorexia e perda de peso. DIAGNÓSTICO Diagnóstico Laboratorial Usualmente é feito com fezes, soros e exsudatos. Tem como objetivo identificar trofozoítos ou cistos. A verificação do aspecto e da consistência das fezes é muito importante, principalmente se ela é disentérica e contém muco e sangue. O exame direto das fezes sem conservador é muito importante na distinção entre a disenteria amebiana e a bacilar. Nas fezes formadas ou normais, o diagnóstico laboratorial é feito através do encontro dos cistos, utilizando-se técnicas de concentração. Essas técnicas estão baseadas em dois princípios: flutuação em solução de alta densidade, com a de sulfato de zinco (Método de Faust), métodos de MIF e formol-éter. Além disso, pode utilizar o exame direto em que as fezes estão diluídas com salina e coradas com lugol ou pelos métodos de sedimentação espontânea em água (Método de Lutz, Hoffmam, Pons e Janer). Diagnóstico Imunológico Os métodos mais utilizados são: ELISA, imunofluorescência indireta, hemaglutinação indireta, eletroforese, imunodifusão em gel de ágar e o radioimunoensaio. Esses métodos estão cada vez mais empregados, principalmente na amebíase extraintestinal. Outros exames A retossigmoidoscopia é um importante método na visualização das ulcerações, possibilitando a identificação do agente etiológico obtido do material das lesões. Radiografias, tomografias, US e RM constituem métodos de diagnóstico auxiliares que podem identificar a localização, o número e o tamanho dos abcessos. TRATAMENTO Os medicamentos utilizados no tratamento da amebíase podem ser divididos em: 1. Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal; 2. Amebicidas tissulares; 3. Amebicidas que atuam tanto no lúmen intestinal como nos tecidos. Amebicidas que atuam diretamente na luz intestinal São os que têm ação direta e por contato sobre a E. histolytica aderidas à parede ou na luz intestinal. Nesse grupo, têm-se: 9 - Derivados da quinoleína, diiodo-hidroxiquinoleína, iodocloro-hidroxiquinoleína e cloridroxiquinoleína. - Antibióticos: paramomicina e eritromicina. - Outros derivados: furoato de diloxamina, clorobetamida e clorofenoxamida. Utiliza-se também o Falmonox, que é um dicloroacetamídicos usados via oral na dose de dois comprimidos de 500mg por dia, durante 7 dias. Outro medicamento é o Kitnos. Amebicidas de ação tissular Atuam na parede do intestino e no fígado. São compostos de cloridrato de emetina, cloridrato de diidroemetina e cloroquina. Amebicidas que atuam no lúmen intestinal e nos tecidos Derivados imidazólicos: estão incluídos neste grupo os amebicidas mais efetivos e mais usados: metronidazol (Flagyl), ornidazol, nitroimidazol e seus derivados, secnidazol e tinidazol. PROFILAXIA Campanha de educação sanitária, para evitar que portadores assintomáticos disseminem a E. histolytica. Evitar a ingestão de cistos viáveis, procurando lavar bem e tratar todos os alimentos crus. Balantidíase O Balantidium coli é o protozoário comum no porco que causa essa doença que afeta principalmente os trabalhadores de pocilga ou matadouros que lidam diretamente com as vísceras do animal. É o maior protozoário parasito do intestino humano e localiza-se na mucosa do cólon, onde pode ocasionar lesões semelhantes às da amebíase intestinal. Os trofozoítas multiplicam-se e formam cistos, que são eliminados nas fezes e irão contaminar água e alimentos. Ele pode ou não causar danos ao organismo. Quando causa é por mecanismos enzimáticos que agridem a mucosa, podendo levar a formação de úlceras de dimensões variáveis, contendo material purulento, onde os trofozoítas são encontrados. O quadro clínico varia da forma assintomática até suros de diarreia intermitente ou de desinteria. Isosporíase A Isospora belli é um protozoário intracelular dos enterócitos e que se reproduz na mucosa intestinal, gerando a formação de oocistos, eliminados ao exterior com as fezes. Infecta o homem através da ingestão de água e alimentos infectados com oocistos. 10 O quadro clínico é caracterizado por diarreia crônica e perda de peso, embora um grande número de pessoas se apresente sem sintomas, ou com diarreia autolimitada. Criptosporidíase O Cryptosporidium parvum é um parasita do intestino delgado humano. Sua infecção se dá por via fecal-oral graças a ingestão de oocistos. Infiltrados inflamatórios e atrofia das vilosidades ocasionam, sobretudo em imunodeficientes, causando dificuldades de absorção de gorduras e dissacarídeos. A diarreia seria resultante não só das lesões estruturais da mucosa, mas também da produção de toxinas ativadoras da adenilciclase do enterócito. O quadro clínico, em imunocompetentes, caracteriza-se por diarreia aquosa, em geral sem grandes repercussões gerais e com duração de poucas horas a 2 semanas; mas casos mais graves podem ocorrer, manifestando-se por febre, vômitos, desidratação e disabsorção.
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