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UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 1 APOSTILA 2018-1 LABORATÓRIO DE QUÍMICA E SAÚDE Aula 1: Identificação de carboidratos em alimentos Aula 2: Identificação de proteínas em alimentos Aula 3: Extração do ácido cítrico Aula 4: Pigmentos naturais Aula 5: Identificação de alterações em leite Aula 6: Dosagem da vitamina C Aula 7: Gastronomia molecular: esferificação Aula 8: Extração de um alcalóide: cafeína Aula 9: Extração dos princípios ativos de um analgésico. Análise CCM Aula 10: Influência do pH e do pKa na ionização e na absorção dos fármacos UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 2 Aula 1. Identificação de carboidratos em alimentos A presença de carboidratos em alimentos pode ser determinada usando reações coloridas características (Molish, Iodo, Fehling, Barfoed, Seliwanoff e Bial). O teste de Molish permite evidenciar se o alimento contem algum carboidrato e o teste do iodo mostra somente a presença de amido. Com o teste de Fehling é possível identificar a presença de carboidratos redutores. O teste de Barfoed mostra se esses são monossacarídeos ou dissacarídeos. Com o teste de Seliwanoff é possível diferenciar cetoses de aldoses, enquanto o teste de Bial evidencia pentoses. Assim, usando a sequencia apropriadada de testes (figura a seguir), será possível identificar 4 tipos de carboidratos, todos redutores: ceto-heose, cetopentose, aldo-hexose e aldopentose. Figura 1. Sequencia de testes O teste de Molish baseia-se na desidratação dos carboidratos em meio ácido (HCl ou H2SO4), formando furfural ou hidroxifurfural, o qual reage com -naftol, resorcinol ou timol, dando origem a compostos de cor violeta. UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 3 Figura 2. Teste de Molish O amido é formado por 2 polissacarídeos: a amilose helicoidal e a amilopectina de estrutura ramificada. Ambas se complexam com iodo, porém a interação é mais forte com a hélice de amilose, resultando na formação de um complexo de cor azul escuro. Figura 3. Complexo iodo-amido Outros polissacarídeos, como o glicogênio também podem complexar o iodo. A cor resultante depende da estrutura do polímero (glicogênio = avermelhado, celuose = incolor). O teste de Fehling é baseado nas propriedades redutoras de aldoses e cetoses. O reagente é composto de 2 soluções, misturadas em volumes iguais na hora de usar. A primeira é uma solução aquosa de CuSO4. A segunda é uma solução básica de tartarato de sódio e potássio (sal de Rochelle) se na redução de soluções alcalinas de CuSO4 em presença de tartarato de sódio e potássio, com formação de um precipitado cor de tijolo de Cu2O. Permite distinguir carboidratos redutores de carboidratos não redutores. Quando misturadas um complexo de bistartarocuprato (II) [Cu(C4H4O6)2] 2- é formado, impedindo a formação de formação de hidróxido de cobre (II) – Cu(OH)2. A reação de oxirredução ocorre entre o complexo de cobre e o carboidrato redutor, formando um precpitado vermelho de Cu2O. Esse teste pode ser usado para monitorizar glicose na urina (teste para diabetes) e na monitoração da. degradação do amido para obtenção de xarope de glucose e maltodextrinas (determinação do valor de equivalentes de dextrose (DE) do amido). UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 4 Figura 4. Teste de Fehling O teste de Barfoed, também é uma reação de oxirredução com acetato de cobre em ácido acético, realizado somente com carboidratos redutores, e é usado para diferenciar monossacarídeos de dissacarídeos, sendo que os primeiros reagem mais rápido. Os dissacarídeos sofrem hidrólise e demoram mais para reagir. Na reação os monossacarídeos são oxidados a ácidos carboxílicos, sendo possível a visualização da ocorrência da transformação pelo precipitado de Cu2O. O objetivo do teste de Seliwanoff é diferenciar cetose de aldose pela diferença das velocidades na formação de metilfurfural e hidroximetilfurfural, evidenciada pela reação com resorcinol, formando um composto colorido. Figura 6. Teste de Seliwanoff Finalmente, usando o teste de Bial, é possível identificar pentose por reação com orcinol em meio ácido em presença de Fe3+, formando um complexo de cor verde. Figura 7. Teste de Bial Objetivos Identificar a presença de carboidratos em diversos alimentos. Determinar se os carboidratos testados são redutores, não redutores, monossacarídeos, dissacarídeos, aldoses ou cetoses. UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 5 Procedimentos Os testes serão realizados com cada um dos carboidratos puros disponíveis (amido, glicose, frutose, sacarose, lactose, maltose) e com amostras de alimentos (leite, suco natural, suco artificial, xarope de glicose, karo, etc.). Recomenda-se utilizar alimentos claros já que os testes são coloridos. 1. Teste de Molish Pipete em diferentes tubos de ensaio, 2 mL de cada solução de carboidrato. Preparar um tubo com 2 mL de água destilada. Adicionar a cada tubo 2 gotas do reagente de Molish e misturar bem. Acrescentar cuidadosamente 2 ml de H2SO4 concentrado, pelas paredes dos tubos, sem misturar. Observar. Repita o procedimento com as amostras de alimentos. 2. Teste do iodo Pipete em diferentes tubos de ensaio, 2 mL de cada solução de carboidrato. Preparar um tubo com 2 mL de água destilada. Adicionar a cada tubo algumas gotas de lugol e observar. 3. Teste de Fehling Pipete em diferentes tubos de ensaio, 2 mL de cada solução de carboidrato e adicione a cada tubo 2 mL do reagente de Fehling. Faça o mesmo com os alimentos (diluir com um pouco de água se necessário). Coloque os tubos em banho-maria (béquer com água fervendo) e continue aquecendo durante 5 minutos. 4. Teste de Barfoed O reagente de Barfoed permite distinguir qualitativamente monossacarídeos de dissacarídeos redutores pela aparição de precipitado de Cu2O. Portanto o teste será feito apenas para as soluções de carboidratos e nos alimentos que deram teste positivo na reação de Fehling. Pipete em diferentes tubos de ensaio, 2 mL de cada solução de carboidrato e adicione a cada tubo 2 mL do reagente de Barfoed. Coloque os tubos em banho-maria e continue aquecendo durante 10 minutos. Anote o tempo de aparecimento de precipitado nos diferentes tubos. Repita o teste com os alimentos. 3 Teste de Seliwanoff A reação de Seliwanoff baseia-se na formação de compostos coloridos quando furfural e hidroximetilfurfural (HMF), obtidos pela ação de ácidos sobre pentoses e hexoses respectivamente, reagem com compostos aromáticos. A reação com resorcinol permite diferenciar aldoses de cetoses, pela diferença de velocidade na formação do HMF. Serão usadas soluções aquosas de glicose e frutose e as amostras redutoras de alimentos. Pipete em diferentes tubos de ensaio, 1 mL das soluções de glicose e frutose. Junte a cada tubo 5 mL do reagente de Seliwanoff. Coloque os tubos em um béquer contendo água em ebulição e observe. Questões a) Escrever as fórmulas químicas estruturais (projeções de Fischer e de Haworth para monossacárideos e de Haworth para dissacárideos e derivados de monossacáridos) para glicose, frutose, sacarose, lactose e maltose. b) Explicar porque a sacarose pode dar teste positivo nos testes de Fehling e de Barfoed. c) Explicar porque a frutose, apesar de ser uma cetose, apresenta teste positivo na reação de Fehling.Resultados Apresentar os resultados na forma de tabela, indicando cores observadas e tempos de reação. Concluir sobre a identidade dos carboidratos presentes nas amostras de alimentos. UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 6 Materiais Tubos de ensaio com suporte Pipetas de Pasteur Espátulas Placa de aquecimento (1 por grupo) Béquer 250 mL com água quente (1 por grupo) Béqueres 50 mL para as amostras de alimentos Pinças de madeira Soluções e Reagentes Solução de glicose: 2% Solução de frutose: 2% Solução de sacarose: 2% (Solução de lactose: 2%) (Solução de maltose: 2%) Solução de amido Ácido sulfúrico concentrado Preparo das soluções de reagentes Reagente de Molish: dissolver 0,5 g de -naftol ou resorcinol em 10 mL de etanol. Solução de lugol: 1 g de iodo (I2) + 2 g de iodeto de potássio (KI). Completar o volume para 20 ml com água destilada. Diluir 1:10 no momento da utilização. Reagente de Fehling (solução I): dissolver 7 g de CuSO4.5H2O em água e completar o volume a 100 mL. Filtrar a solução. Reagente de Fehling (solução II): dissolver 31, 5 g de tartarato de sódio e potássio e 10 g de NaOH em água, completar o volume a 100 mL. Reagente de Barfoed: dissolver 6,6 g de acetato de cobre em 10 mL de ácido acético glacial. Completar o volume a 100 mL. Reagente de Seliwanoff: dissolver 0,7 g de resorcinol em 15 mL de água destilada. Adicionar 12 mL de HCl concentrado e completar o volume a 35 mL com água destilada. Descarte Teste de Fehling: metal pesado. Teste de Barfoed e Molish: metal pesado após neutralização até pH 7. Teste de Seliwanoff: diluir e descartar na pia. Referência: Manual de Laboratório de Química dos Alimentos – Bobbio F. O. e Bobbio P. A. – Livraria Varela – SP 2003 UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 7 Aula 2. Identificação de proteínas em alimentos Proteínas são macromoléculas constituídas de cadeias de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas. O termo proteína é usado quando o número de aminoácidos é superior a 100. Moléculas menores são chamadas de poliptídeos (até 100 aminoácidos) e oligopeptídeos. As proteínas são encontradas nos alimentos de origem animal (carne, ovo, peixe, leite e derivados) assim como nos vegetais (soja). Além das suas propriedades nutritivas, as proteínas podem atuar como estabilizadores de emulsões e de espuma; coagular e forma géis; ter atividade enzimática. Todas as proteínas, independentemente de sua função ou espécie de origem, são construídas a partir de um conjunto básico de vinte aminoácidos, arranjados em sequencias específicas. Figura 1. Estrutura de um oligopeptídeo A presença de proteínas em alimentos pode ser determinada por testes simples como o biureto ou a ninidrina. O biureto é o nome dado à estrutura originada a partir da decomposição da uréia, quando essa é submetida a uma temperatura alta. Em solução alcalina ele forma um complexo de coloração violeta com Cu2+. As ligações peptídicas lembram a estrutura do biureto e, nas mesmas condições, ocorre a complexação de Cu2+ com os átomos de nitrogênio da proteína. Aminoácidos e dipeptídeos dão reação negativa nesse teste, já que são necessárias 2 ligações peptídicas para formar o complexo. Figura 2. Complexos biureto e protéinas com Cu2+ O teste da ninidrina baseia-se na reação de aminas primárias com o reagente, formando compostos de coloração violeta chamados púrpura Ruhemann. Pode ser usada na detecção de aminas primárias e de aminoácidos ou de peptídeos possuindo um grupo NH2 livre. A intensidade da cor é proporcional a concentração em grupos NH2. Aminoácidos com menos impedimento estérico reagirão mais rápido A UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 8 reação da ninidrina com aminas secundárias também ocorre, porém não são formados compostos violetas, já que a segunda parte da sequência reacional não ocorre. Figura 2. Mecanismo de reação da ninidrina com aninoácido (ref. Bruice) A determinação da composição em aminoácidos das proteínas requer métodos complexos de sequenciamento e análise. Entretanto a presença de aminoácidos com anel aromático pode ser detectada através do teste xantoproteico. A reação consiste na nitração no anel aromático, formando nitrocompostos de cor amarela. O tratamento com ácido também promove a desnaturação e hidrólise parcial das protéinas (teste de Heller). O tratamento básico da reação promove a desprotonação dos ácidos carboxílicos livres e das hidroxilas fenólicas (tirosina), mudando a cor para laranja. Figura 3. Nitração da tirosina Objetivo Diferenciar aminoácidos de peptídeos/proteínas Identificar a presença de proteínas em diversos alimentos Identificar a aminoácidos aromáticos UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 9 Procedimentos Os testes devem ser realizados com cada um dos aminoácidos disponíveis (glicina, prolina, valina, ...) e com amostras de alimentos (leite, leite de soja, clara de ovo, gelatina, arroz, carne, etc.). 1 Teste do biureto Em tubos de ensaio contendo 2 mL de solução aquosa (1%) de aminoácido, água destilada ou amostra de alimento, adicione 0,5 mL de solução NaOH 3M e algumas gotas de CuSO4 0,1 M. Observe. 2 Teste de ninidrina Pipete em diferentes tubos de ensaio, 2 mL de solução de aminoácido ou de alimento e adicione 1 mL de solução etanólica de ninidrina. Aqueça os tubos em banho-maria e observa. 3. Teste xantoprotéico Pipete em diferentes tubos de ensaio, 2 mL de solução de aminoácido ou de amostra de alimento. Na capela, adicione cuidadosamente, sem agitação, pelas paredes do tubo 1 mL de ácido nítrico concentrado. Observe (teste de Heller). Aqueça por 1-2 min em banho-maria e observe novamente. Resfrie os tubos e adicione 1 mL de NaOH 10%. Observe. Questões a) Escreva as estruturas químicas dos aminoácidos: glicina, prolina, valina, histidina e prolina. b) Porquê os nitrogênios terminais de um dipeptideo não formam complexo com cu no teste do biureto? c) Qual a composição do Ajinomoto? d) Quais aminoácidos não são detectados nesses testes? Explique Materiais Tubos de ensaio e suportes Espátulas Balança Pipetas 2 mL Pìpetas de Pasteur Placa aquecedora (1 por grupo) Béquer 250 mL com água quente (1 por grupo) Béqueres para as amostras Pinças de madeira Soluções e reagentes Os aminoácidos encontram-se nos laboratórios de pesquisa. Conferir quais são os disponíveis. Soluções de aminoácidos: 1% em água Ácido nítrico concentrado NaOH 10% Reagente do biureto: dissolver 0,9 g de tartarato de sódio e potássio em 40 mL de solução aquosa 0,2M de NaOH. Adicionar 0,3 g de CuSO4 e o,5 g de KI. Dissolver e completar a solução a 100 mL com água destilada. Solução de ninidrina: dissolver 300 mg de ninidrina em 100 mL de etanol. Adionar 3 mL de ácido acético. Descarte Teste do biureto: metal pesado Teste xantoprotéico: neutralizar com NaOH 3M, diluir e descartar na pia Teste de ninidrina: compostos orgânicos UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 10 Aula 3. Extração do ácido cítrico O ácido cítrico (2-hidroxi-1,2,3-propanotricarboxílico) é um ácido orgânico fraco, inodoro, de sabor azedo, encontrado em frutas cítricas. No suco de limão ele é responsável por 95% da acidez total. Dois outros ácidos estão presentes em quantidades menores: ácido málicoe ácido ascórbico. O ácido cítrico pode ser isolado das frutas por precipitação do citrato de cálcio, ou por ação de fungo (Aspergillus Níger) ou levedura (Candida lipolytica) no processo de fermentação de sacarose. É utilizado em alimentos e bebidas como antioxidante, acidulante, flavorizante, regulador de acidez, conservante, estabilizante, realçador de sabor, entre outros usos. Figura 1. Estrutura do ácido cítrico O processo consiste na transformação do ácido cítrico em citrato de sódio (solubilidade 720g/L) e sua precipitação na forma de citrato de cálcio (solubilidade 0,95 g/l). O ácido cítrico é regenerado por protonação com ácido sulfúrico. Objetivo Extrair e comparar os teores do ácido cítrico em sucos (natural ou sintético) Pode-se usar sucos de laranja, tangerina, limão fresco e suco concentrado comercial (conferir a composição). O ideal é comparar 2 sucos (limão/laranja, natural/sintético). Procedimento Filtrar o suco para eliminar as partículas e polpa. Medir o volume obtido e o pH. Reservar 5 mL para a titulação. 1- Extração Em um erlenmeyer de 250 mL contendo 50 mL de suco adicionar uma solução de NaOH 20% até a mistura ficar levemente alcalina (ocorre uma mudança de cor). Adicionar 5 mL de solução de cloreto de cálcio 10% para cada 10 mL da solução obtida. Aquecer em placa de aquecimento até que a mistura ferva. Nesse tempo iniciar a titulação do suco. Após 10 minutos nessa temperatura filtrar sob vácuo. Se necessário lavar o Erlenmeyer com solução de cloreto de cálcio. Lavar o sólido obtido com água destilada fria. Comparar os resultados obtidos. Misturar metade do precipitado com 20 mL de uma solução de H2SO4 2M. Observar. 2- Titulação Adicionar 4 gotas de fenolftaleína a um erlenmeyer 50 mL contendo 5 mL de suco de limão. Titular com uma solução de NaOH 0,1M. Calcular o teor de ácido no suco e comparar com os valores teóricos. Questões a) Explique porque o carbonato de cálcio é adicionado ao citrato de sódio e não diretamente ao suco. b) O que acontece quando a solução de ácido sulfúrico é adicionada? Escreva a equação da reação. Materiais Erlenmeyer 250 mL e 50 mL Reagentes e soluções NaOH 10% UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 11 Filtro Buchner Béqueres 100 mL Placa quente Bastão de vidro Funil vidro Proveta 100 mL Papel filtro Proveta 50 mL Kitassato Pipeta 5 mL NaOH 0,1 M CaCl2 10% H2SO4 2M Fenolftaleína Descarte Neutralizar, diluir, descartar na pia UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 12 Aula 4. Pigmentos naturais Os pigmentos naturais contidos em alimentos podem ser divididos em 3 grupos em função da sua estrutura química: - compostos heterocíclicos com estrutura tetrapirrólica (clorofilas em vegetais, hemes e bilinas em animais) - compostos heterocíclicos oxigenados encontrados em vegetais (flavonóides: antocianinas e antoxantinas, betalaína) - compostos com estrutura isoprenóide encontrados em vegetais e animais (carotenoides) Figura 1. Estruturas químicas de pigmentos vegetais Alguns desses pigmentos são sensíveis a mudanças de pH, podendo ocorrer protonação, desprotonação e perda de átomos ou grupos de átomos, resultando em alterações de cor. Essas mudanças podem ser facilitadas pela exposição ao calor (cozimento do alimento). Alguns deles podem também interagir com sais metálicos, provocando mudanças de cor. Essas alterações podem ocorrer durante o processamento ou preparo dos alimentos. Objetivo Determinar o efeito do pH e de sais metálicos em pigmentos vegetais Procedimentos Os experimentos serão realizados com amostras de alimentos coloridos (espinafre, tomate, cenoura, beterraba, cúrcuma, repolho roxo) batidos com água ou etanol (carotenóides). Conservar um padrão de cada solução para comparação. 1 Efeito do pH UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 13 Em tubos de ensaio diferentes pipetar 1 mL de cada solução e adicionar, aos poucos, 2 mL de solução de HCl 2 M . Repetir o experimento usando uma solução de NaOH 1M em vez de HCl. Comparar as cores obtidos com padrão (1 mL de amostra + 2 mL água destilada). 2 Efeito de sais metálicos Em tubos de ensaio diferentes pipete 1 mL de cada solução e adicione, aos poucos, 2 ml de uma solução cloreto férrico. Repita o teste com cloreto e sulfato de cobre. Comparar com o tubo padrão. Questões a) Qual a diferença entre os pigmentos da figura 1 quanto a solubilidade em água? Explique. b) Escreva as reações que ocorrem em antocianinas e em clorofila quando o pH é alterado. Materiais Béqueres 50 mL Tubos de ensaio com suporte Pipetas de psteur Reagentes: H2SO4 2 M NaOH 1 M FeCl3 (solução) CuCl2, CuSO4 (soluções) Descarte: Juntar as soluções, neutralizar e descartar na pia. UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamento de Química Laboratório de Química e Saúde 14 Aula 5. Identificação de alterações em leite O leite é presente na alimentação humana desde o nascimento. A fonte mais comum é bovina, e diversas apresentações são encontradas no comércio. A venda de leite cru é proibida no Brasil, e, na forma líquida é classificado em tipos A, B e C em função do método de ordenha, transporte e processamento. A qualidade de leite é controlada pelos institutos de saúde pública por meio de estudos físico-químicos e testes de detecção de alterações proibidas. A presença de substâncias estranhas no leite tem vários objetivos: alterar a densidade de leite misturado com água, alterar o pH, aumentar o tempo de conservação evitando a proliferação de microrganismos. Entre essas substâncias estão o amido, o ácido bórico, o ácido salicílico, sacarose e sal. A presença desses adulterantes pode ser detectada usando testes simples: lugol (detecção de amido), cloreto férrico (detecção de fenóis), Objetivo Identificar a presença de proteínas e de substâncias estranhas no leite, como amido, ácido bórico, ácido salicílico, peróxido de hidrogênio, sacarose e cloro. Procedimentos 1 Teste para proteínas Aqueçer 100 mL de leite em um béquer até ficar morno, mas sem ferver. Se aparecer uma fina camada na superfície, retira-la e reservar. Adicionar ácido acético diluído aos poucos ao leite quente, até que se formem grumos de um material branco. Filtrar o material recolhendo o soro em outro béquer. Realizar o teste do biureto no leite, na camada retirada, no soro e no material branco. 2 Teste para amido Em um tubo de ensaio preparar uma amostra adulterada misturando 5 mL de leite morno e um pouco de amido. Em outro tubo de ensaio pipetar 5 mL de leite sem adulterante. Adicionar em cada tubo algumas gotas da solução de iodo. Repetir o teste com o soro. 3 Teste para ácido salicílico Em um tubo de ensaio preparar uma amostra adulterada misturando 5 mL de leite ácido salicílico. Em outro tubo de ensaio pipetar 5 mL de leite sem adulterante. Adicionar aos tubos gotas da solução de F eCl3 (2% em água). Repetir o teste com o soro. 4 Teste para ácido bórico O ácido bórico é um ácido muito fraco e reage preferencialmente como ácido de Lewis. Sua dissociação é função do pH: acima de pH 9,24 o ânion B(OH)4 - é predominante. Em presença de diol, como o glicerol, o ácido bórico se comporta como um ácido forte, podendo ser titulado com NaOH. UNIVE RSI DADE FEDERAL DE JUIZ DE FO RA Instituto de Ciências Exatas Departamentode Química Laboratório de Química e Saúde 15 Preparar 4 tubos: 1- 2 mL de leite 2- 2 mL de leite e ácido bórico 3- 2 mL de leite + 0,5 mL glicerina 4- 2 ml de leite + ácido bórico + 0,5 mL glicerina Adicionar aos tubos 3 gotas de solução de fenolftaleína e gotejar uma solução de NaOH 0,1M até aparecer uma cor rósea. Comparar os volumes usados em cada tubo. Adicionar ao tubo 2 0,5 mL de glicerina. Observar. 5 Teste para sacarose Em um tubo de ensaio preparar uma amostra adulterada misturando 5 mL de leite e sacarose. Em outro tubo de ensaio pipetar 5 mL de leite sem adulterante. Adicionar a cada tubo 1 mL de HCl. Colocar os tubos em um béquer contendo água em ebulição e observar. Repetir o teste com o soro. 6 Teste para peróxido de hidrogênio Em um tubo de ensaio preparar uma amostra adulterada misturando 5 mL de leite e peróxido de hidrogênio. Em outro tubo de ensaio pipetar 5 mL de leite sem adulterante. Adicionar a cada tubo 3 gotas de iodeto de potássio a 40%, agitar e observar. Acrescentar um pouco de amido e observar de novo. Repetir o teste com o soro. 7. Teste para cloro e hipocloritos Em um tubo de ensaio preparar uma amostra adulterada misturando 5 mL de leite e hipoclorito. Em outro tubo de ensaio pipetar 5 mL de leite sem adulterante Adicionar a cada tubo 3 gotas de iodeto de potássio a 40%, agitar e observar. Acrescentar um pouco de amido e observar de novo. Repetir o teste com o soro. Questões a) Pesquise a composição média do leite bovino. b) Escreva as equações das reações que ocorrem em cada teste. Resultados Anotar os resultados obtidos em cada teste Materiais Béqueres 100 mL. Funil Tubos de ensaio com suporte Placa aquecedora com banho de água quente. Pipetas e espátulas. Descarte: Juntar as soluções, neutralizar e descartar na pia
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