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Coronavírus Felino: Enterite e Peritonite

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Por: Vinícius Souza Mendes
Matéria dada pela Profa. Dra. Aline Santana da Hora
Definição
Temos duas versões para o coronavirus felino (FCoV):
-Enterite por coronavírus: enfermidade entérica altamente infectocontagiosa de felídeos
com baixa letalidade causada pelo Coronavírus Entérico Felino (FECV).
-Peritonite Infecciosa Felina (PIF): enfermidade infectocontagiosa sistêmica de felídeos
com elevada letalidade ocasionada pelo Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (FIPV).
Distribuição
-FCoV é um vírus altamente contagioso
-Distribuído no mundo todo, aglomeração (aumento da densidade populacional dos gato na
área urbana) leva ao favorecimento de doenças infecciosas.
-Não é zoonose!
-Importância: a di�culdade de controle do vírus (impossível erradicar); di�culdade
diagnóstica (FECV ou FIPV?), a complexidade viral (modelo outras doenças).
1963 (USA): Feline infectious peritonitis – FIPV
PIF: É uma doença fatal e sem tratamento, acomete felídeos selvagens e gatis comerciais
É uma doença bastante importante na rotina clínica dos felinos.
Etiologia: O nome corona é devido a presença de espículas na superfície do vírus, que se
assemelha a uma coroa ou corona solar.
Fonte: Aline da Hora
Fonte: Aline da Hora
Etiologia
Existem 2 biotipos do FCoV:
-Feline enteric coronavirus (FECV) -> restrito apenas ao intestino, pode levar a um
quadro de diarreia ou na maioria das vezes, os animais �cam assintomáticos.
-Feline Infectious peritonitis virus (FIPV) -> dissemina no organismo do animal, causando
a Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
Hipóteses
Como eles surgem?
Explicação 1 (teoria mais aceita): O gato doméstico adquire o coronavírus entérico felino,
e durante a replicação viral com a �nalidade de produzir novas partículas virais, surgem
populações de coronavírus felino (mutação interna), que dissemina no organismo do
animal (FIPV), essa teoria o único que é transmissível é o FECOV.
Explicação 2: Existe outra hipótese que a�rma que há dois patótipos circulantes -> os dois
biótipos são transmissíveis entre os gatos, porém temos poucos estudos e poucos casos
de surto de PIF.
Em uma população infectada com FCoV, apenas 1 a 3 % dos gatos irão desenvolver a PIF.
Proteína S -> principal antígeno viral responsável por induzir a produção de ac
neutralizantes, faz a ligação do vírus com a célula do hospedeiro (envolvida com a
patogenia)
Proteína N: Confere proteção ao genoma viral (RNA), participa da replicação e
transcrição
Proteína M -> estrutura oval do envelope (juntamente com a proteína S), induz a
resposta imune dos animais.
O vírus é envelopado, de ssRNA, e sobre o seu genoma há uma proteína viral -> faz parte
do capsídeo, confere proteção ao genoma e participa da replicação e transcrição.
Organização do genoma FCoVs
-Genoma 29.000 nucleotídeos (muito grande)
-Qual mutação causa PIF?
-Quanto maior o genoma, mais difícil estudá-lo, maior potencial para mutações ->
favorece falhas vacinais (aves) e essas mutações estão relacionados com a patogenia da
PIF (mas não sabemos qual a mutação causa a PIF, sabemos que há a mutação da região do
genoma: Spike, 3 abc e 7 ab. Qual mutação causa PIF?
Cadeia epidemiológica
-Fontes de infecção: Gatos infectados com coronavírus felino.
Via de eliminação: após 2 dias (período de incubação), o animal já elimina o vírus pelas
fezes. Cerca de 75% - 100 % dos gatos em gatis vão ser acometidos pelo FCoV.
Porta de entrada: oral
-Animais susceptíveis: 3-16 meses; gatos idosos, linhagens sanguíneas (persa, himalaio,
bengal); animais de abrigos (3x mais chances); FIV e/ou FeLV, animais que convivem em
ambientes estressantes.
Pelo ato do grooming, eles podem se reinfectar e o hábito de realizar o a�ogrooming pode
infectar outros animais.
O substrato da liteira pode ter partícula viral e ao entrar em contato com o gato, pode
contaminar o pelame do animal e quando for fazer o grooming, eles se infectam.
Outras espécies suscetíveis:
● Gato selvagem (Felis silvestris) ● Leão (Panthera leo), ● Tigre (P. tigris), ● Onça
pintada (P. onca), ● Leopardos (P. pardus), ● Gato do deserto (Felis margarita), ●
Puma (F. concolor), ● Caracal (Caracal caracal) ● Serval (Felis serval) 1 ● Lince
(Lynx lynx) ● Bobcat (Lynx rufus) ● Guepardo (Acinonyx jubatus) ● Ferrets
Patogenia do FECoV
-É um vírus que tem tropismo pelo epitélio maduro do intestino, ocorre principalmente
no intestino delgado (no ápice das vilosidades intestinais).
-A maioria dos gatos vão apresentar uma infecção assintomática, e uma parte dos
animais podem apresentar diarreia e vômito (menos comum).
-Filhotes: Alta disseminação viral nas fezes (possuem uma maior carga viral).
-A maioria dos gatos disseminam por 2-3 meses de disseminação viral ou períodos
crônicos (períodos que não disseminam, mas há momentos que ocorre reativação viral e
dissemina o vírus).
Raramente fatal (caso ocorra, é visto mais em �lhotes ou idosos imunossuprimidos).
Patogenia da FIPV
-Tropismo por monócitos e macrófagos-> infecção sistêmica -> in�amatory storm ->
PIF:animal pode ter seca e depois efusiva e vice-versa.
-PIF seca: lesões granulomatosas em órgãos (sinais clínicos variam de acordo com as
lesões e órgãos acometidos) -> são os gatos que vivem por mais tempo.
-PIF efusiva: vasculite e poliserosite (acúmulo de líquidos em cavidades) -> efusões.
O gato com PIF tem óbito de 2 a 200 dias.
O monócito infectado libera citocinas -> agem no endotélio vascular e liberam a
expressão de adesinas endoteliais na superfície do endotélio -> chamam mais monócitos
que entram em contato e se prendem no endotélio por meio das adesinas ocorrendo a sua
�xação -> há a liberação de metaloproteinases pelos monócitos -> por esse acúmulo de
células, as junções dos endotélios são perdidas -> ocorrendo extravasamento de células e
plasma pelo vaso sanguíneo (abdomen, tórax, pericárdio) -> efusão e vasculite.
Monócito -> no intersíticio se transforma em macrofago ativado -> libera citocinas pro
in�amatórias -> acumula monócitos, células polimorfonucleares e alguns linfócitos->
forma-se os piogranulomas -> produz citocinas, adesinas -> adere mais células e rompe
mais ainda o endotélio.
Imunidade
Resposta humoral predominante - PIF
Resposta células forte e precoce -> não não desenvolve PIF.
PIF seca: Imunidade humoral forte + celular intermediário (Linf T citotóxico).
PIF úmida: Forte resposta humoral + celular muito fraca ou inexistente
O sistema imune na PIF luta contra os gatos: No monócito/macrófago há receptores que
fazem ligação chave fechadura com a spike do vírus para que ele entre na célula, porém a
presença do anticorpo anti-spike faz o evento chamado de entrado aumentado por
presença de anticorpos -> o anticorpo favorece a multiplicação e entrada do vírus para
dentro da célula (pois quando entra o anticorpo pra dentro da célula, o vírus vai junto).
Além disso, o complexo Ac + ag -> favorece a ativação do complemento, causando
vasculite e edema.
Manifestações clínicas do FECoV
-Infecções inaparentes (assintomáticos na maioria das vezes)
-Diarréia transitória, leve e autolimitante -> pode persistir em alguns gatos portadores
-Vômitos (raros)
-Quadros mais graves (perda peso, diarreia, vômito) não responsivos ao tratamento ->
raros
-Sinais respiratórios
Diagnóstico enterite por coronavírus
-Exclusão de outras causas de diarreia (a tabela abaixo mostra todos os diferenciais de
diarreia em felinos)
-RT-PCR de FECoV das fezes
-Co-infecção: junto com outros patógenos intestinais.
Manifestações clínicas - PIF - o início
Perda de peso, apatia, anorexia e pirexia leve.
Fonte: Aline da Hora
O animal pode apresentar caixa torácica estreita e abdômen distendido (pela gravidade)
-> formato de pêra. Pode haver efusão torácica e abdominal concomitantes.
Fonte: Aline da Hora
-Lesão de fundo de olho:
-Alterações neurológicas: alteração de marcha, hipermetria,
Diagnóstico antemortem
Histórico dos fatores de risco
Manifestações clínicas
Alterações de patologia clínica + exames de imagens: Parâmetros de patologia clínica:
● Atividade das enzimas hepáticas ● Bilirrubina● Ureia e creatinina ● Anemia
arregenerativa ● Trombocitopenia.
Sorologia? NÃO!!
Biologia Molecular
Parâmetros de patologia clínica:
-Hiperproteinemia >12g/dL: ↑ globulinas (Ac, complemento, imune complexos);
Relação albumina:globulina baixa (<0,8)
Ex: albúmina 2 g/dL; proteína 9g/dL=> globulina = 7 =2/7 ▪ =0,28
-Hipoalbuminemia -> ocorre quando há perda de função hepática e perda pelo endotélio
vascular
-Efusão cavitária: Amarelo claro a escuro, podendo ser vermelha, rósea ou branca (quilo)
Consistência viscosa; presença de �brina, transudato modi�cado a exsudato, proteína
>3,5g/dL.
-Citologia da efusão: baixa celularidade (<5.000 cls nucleadas/mL): macrófagos,
neutró�los (não degenerados ou com leve degeneração nuclear).
Fundo proteináceo denso
Pt>3,5g/dL
Linfócitos e plasmócitos
Teste de Rivalta:1 gota ác. acético 98% + 5 mL de água -> gota de efusão vai descer por
gravidade para o fundo do tubo em um formato de água viva.
-VPP 58,4% (valor preditivo positivo) -> é a probabilidade de um indivíduo avaliado e com
resultado positivo ser realmente doente.
-Falso positivo;em casos de linfoma, peritonite bacteriana
-VPN 93,4% -> é a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado negativo ser
realmente normal
-Falso negativo: pela diferença de temperatura da efusão e o teste (se não há tanta
proteína, não faz o formato de água viva)
Sorologia: Anticorpos anti-FCoV -> IgG -> NÃO UTILIZAR.
É uma técnica demorada, não diferencia a vacinação de exposição e infecção.
Não diferencia FECV de FIPV.
Testes moleculares
*RT-PCR -> Amostras: efusões, tecidos (cuidado com degradação do vírus fora do
hospedeiro e dar falso negativo), fragmentos de massas, punção aspirativa guiada por US,
sangue não é bom (pois a viremia é baixa e o vírus está aprisionado nos órgãos).
Tipos: identi�ca 1 mutação no gene S (se der negativo, não excluímos que o animal não
tenha o vírus, pois a mutação pode ocorrer em outro local).
-Identi�ca FCoV.
Falsos positivos: amostra de fezes para diagnosticar PIF
Diagnóstico – na prática
● Histórico ● Exame físico ● Patologia clínica ● Exames de imagem ● PCR
Diagnóstico posmortem
Histopatologia e Imunohistoquímica: Isso depende, se o órgão está lesionado ou não.
-HIstopatología: PIF seca -> in�ltrado por macrófagos, linfocitos e plasmócitos (ex: no
rim).
-Imunohistoquímica: Detecta Ag ou Ac e não diferencia os biotipos FECV e FIPV
Prevenção
-Não fazemos a vacinação -> é não recomendada (a vacina é produzida pelo sorotipo 2,
sendo que o sorotipo 1 é o predominante causador da doença).
-Controle de co-infecções (FIV e FeLV): segregação de gatos infectados e despopulação.
-Redução estresse: ruídos, densidade populacional e condições ambientais (em casos de
estresse, há o aumento da replicação viral em 10 a 1.000.000 de vezes).
-Estresse crônico -> aumento de glicocorticóides -> efeito negativo reduzindo interferon
alfa (prejudica células T) -> diminui imunidade celular (PIF).
-FCoV sobrevive por 7 semanas em ambientes secos
-Limpeza e desinfecção são essenciais
-Remoção debris + água sanitária 1:10
-Amônia quaternária, clorexidina e compostos fenólicos possuem atividade limitada
contra vírus envelopados
Tratamento
-Interferon α humano: contraindicado (imunoestimulante) pois ajuda o vírus e não o gato
(pela resposta humoral).
-Interferon omega felino: não há estudos que comprovam e�cácia
Tratamento - Enterite por Coronavírus
Reposição de fluidos e eletrólitos
-Dieta com restrição calórica
-Prednisolona 0,5-1mg/dia (portadores persistentes)
Tratamento - PIF
Tratamento de suporte:
-Glicocorticóides (prednisolona e dexametasona): doses imunossupressoras ->
precisamos suprimir o sistema imune
-Tem efusão?: dexametasona intraperitoneal ou intratorácica
-Ciclofosfamida ou Clorambucil em associação com glicocorticóides
Tratamentos que precisam de mais estudos científicos
- MUTIAN® X
-GS-441524 (forma ativa do Remdesivir)
-GC376
Mas que estão sendo amplamente usados...
Remdesevir -> antiviral usado em estudos para tratar covid.

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