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MITO E SENSO COMUM

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FILOSOFIA
PRÉ-VESTIBULAR 7PROENEM.COM.BR
MITO E SENSO COMUM01
O QUE É FILOSOFIA?
Quando a Filosofia é apresentada no Ensino Médio, a primeira 
dificuldade que os alunos têm é relativa à compreensão do que é a 
Filosofia. Afinal, muitos de vocês, estudantes secundaristas, nunca 
estudaram a disciplina anteriormente, e poucos já leram algum 
livro de iniciação à Filosofia. Um bom modo de introduzi-la na sala 
de aula é demarcá-la frente a outras disciplinas. É importante que 
se perceba, logo de início, as particularidades da Filosofia, e em que 
aspectos ela é diferente das outras matérias. A partir daí, é possível 
compreender o que é a Filosofia.
COMO COMEÇAR?
Em primeiro lugar, definindo um ponto de partida em comum 
com as outras disciplinas. Todas as disciplinas têm um objeto e 
um método. O objeto da Biologia, por exemplo, é o conjunto de 
fenômenos da vida. O objeto da Física é o conjunto de fenômenos 
da natureza, de fenômenos do universo. O objeto da História é 
o conjunto de registros do homem no tempo passado que se 
apresentam em nosso tempo. 
A palavra filosofia compõe-se de dois termos gregos: philia, 
que significa amor, e sophia, que significa sabedoria. Portanto, 
etimologicamente, filosofia significa amor à sabedoria. Contudo, 
isso não explica muita coisa. O que, de fato, é a Filosofia?
A filosofia é uma atividade que tem um objetivo determinado: 
resolver problemas por meio da argumentação. Problemas 
filosóficos são os problemas a priori, independentes da 
experiência e conceituais, pois referem-se aos conceitos que 
utilizamos em nosso dia a dia e nas ciências. Diferentemente 
dos problemas científicos, que são resolvidos por meio da 
experimentação, os problemas filosóficos somente podem ser 
resolvidos pelo debate, pelo diálogo, pela controvérsia: o método 
da filosofia é argumentativo.
Todas as disciplinas têm, também, um método. O método da 
Biologia e da Física é o método experimental, ou o método hipotético-
dedutivo. O método da História é a análise documental, ou a análise 
arqueológica, ou o estudo dos registros de várias espécies que podem 
ser encontrados no momento em que se faz a história.
A Filosofia tem o objetivo de alcançar a verdade acerca das 
noções, dos conceitos e das ideias mais fundamentais. Mas a 
verdade não é, necessariamente, absoluta. A verdade é provisória. 
A verdade é a melhor resposta que se tem atualmente. Isso não faz 
a verdade ser relativa; a verdade é uma consequência necessária 
da melhor argumentação possível hoje.
Por isso, é melhor estudar Filosofia do que não estudar. Ter 
a certeza de chegar a uma verdade válida, ainda que provisória, 
é melhor do que não chegar à verdade e viver cheio de opiniões 
frágeis fundamentadas em preconceitos. Viver com uma verdade 
provisória, aberta à discussão, é melhor do que viver sem verdade 
alguma, achando que se tem todas as verdades do mundo.
A Filosofia não é, portanto, mera opinião. Não é, também, 
qualquer argumentação. É a busca pela melhor argumentação, é 
o contrário da opinião – isso quer dizer que o filósofo não é uma 
pessoa cheia de opiniões sobre tudo, mas uma pessoa que investiga 
ideias e noções, utilizando uma técnica (lógica e argumentativa) 
para estudá-las.
Por esse motivo é importante o estudo da lógica e da técnica 
argumentativa. Você, aluno, deve saber utilizar os argumentos com 
propriedade na construção de ensaios sobre temas filosóficos. 
Afinal, a primeira função do estudo da Filosofia é tornar os 
estudantes capazes de filosofar com alguma competência.
Finalmente, a filosofia é uma atividade que todos praticam em 
vários momentos de todos os dias. A única diferença entre o leigo 
e filósofo profissional é que este último aprendeu a utilizar uma 
série de técnicas filosóficas que tornam o filosofar mais eficiente. 
Aprender algumas dessas técnicas é a primeira tarefa que um 
aluno de filosofia – quer no Ensino Médio, quer na faculdade – 
deve cumprir. Para estudar o objeto da filosofia é necessário um 
método filosófico, método que conduz ao objetivo de encontrar 
algumas verdades (ainda que provisórias). Em nossa matéria, 
aprenderemos justamente as ferramentas mais básicas para que 
possamos filosofar melhor: a lógica, a técnica argumentativa crítica 
e a história da Filosofia.
O MITO 
Como vimos, a reflexão sistemática, metodológica e 
argumentativa sobre a realidade é uma característica da Filosofia, 
mas nem sempre foi esse o caminho utilizado pelos seres humanos 
à procura de explicações sobre o mundo. 
O homem tem sua vivência cotidiana, natural, material, 
psicológica e emocional repleta de dúvidas, insegurança, medos, 
e angústias. Em outras palavras, a trajetória do ser humano é 
permeada por eventos e fenômenos que carecem de explicações 
racionais, palpáveis e claras. Nessa demanda por explicações, 
surgem os mitos. 
Os mitos são narrativas em formato de lendas permeadas 
por elementos sobrenaturais, simbólicos, fantasiosos, deuses e 
entidades místicas que, ao contrário da lógica racional, não exigem 
comprovação ou explicação metódica. O mito dá conta de explicar 
aquilo que o ser humano não entende, mas que o assusta, gera 
insegurança acerca do desconhecido, daquilo que não é visto, 
ouvido ou tocado.
https://pixabay.com/pt/photos/grécia-estátua-mitologia-grega-1358644/
A tradição filosófica abre caminho para novas formas de 
compreensão e explicação do mundo, entretanto, cabe destacar 
que o surgimento da Filosofia não exclui a presença de mitos. 
As narrativas mitológicas ainda são presentes e vivas em nosso 
cotidiano com lendas e histórias envolvendo, fantasias, deuses e 
entidades sobrenaturais.
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FILOSOFIA 01 MITO E SENSO COMUM
PROTREINO
EXERCÍCIOS
01. Aponte a origem da palavra filosofia.
02. Aponte o objetivo da Filosofia.
03. Qual a principal característica do método filosófico?
04. Aponte as características do mito.
05. Aponte as características do senso comum
PROPOSTOS
EXERCÍCIOS
01.(UNICAMP) A dúvida é uma atitude que contribui para 
o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste 
comportamento, a verdade é atingida através da supressão 
provisória de todo conhecimento, que passa a ser considerado 
como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico 
próprio da Filosofia.
(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. 
Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.)
A partir do texto, é correto afirmar que:
a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade 
são conceitos equivalentes.
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser 
espontânea e dispensar o rigor metodológico.
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge 
quando opiniões e verdades são coincidentes.
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são 
fundamentos do pensamento filosófico moderno.
02. (UPE) A filosofia, no que tem de realidade, concentra-se na vida 
humana e deve ser referida sempre a esta para ser plenamente 
compreendida, pois somente nela e em função dela adquire seu 
ser efetivo.
VITA, Luís Washington. Introdução à Filosofia, 1964, p. 20.
Sobre esse aspecto do conhecimento filosófico, é CORRETO 
afirmar que
a) a consciência filosófica impossibilita o distanciamento para 
avaliar os fundamentos dos atos humanos e dos fins aos quais 
eles se destinam.
b) um dos pontos fundamentais da filosofia é o desejo de 
conhecer as raízes da realidade, investigando-lhe o sentido, o 
valor e a finalidade.
c) a filosofia é o estudo parcial de tudo aquilo que é objeto do 
conhecimento particular.
d) o conhecimento filosófico é trabalho intelectual, de caráter 
assistemático, pois se contenta com as respostas para as 
questões colocadas.
e) a filosofia é a consciência intuitiva sensível que busca a 
compreensão da realidade por meio de certos princípios 
estabelecidos pela razão.
03. (UEG) O ser humano, desde sua origem, em sua existência 
cotidiana, faz afirmações,nega, deseja, recusa e aprova coisas e 
pessoas, elaborando juízos de fato e de valor por meio dos quais 
procura orientar seu comportamento teórico e prático. Entretanto, 
houve um momento em sua evolução histórico-social em que o ser 
humano começa a conferir um caráter filosófico às suas indagações 
e perplexidades, questionando racionalmente suas crenças, valores e 
escolhas. Nesse sentido, pode-se afirmar que a filosofia
a) é algo inerente ao ser humano desde sua origem e que, por meio 
da elaboração dos sentimentos, das percepções e dos anseios 
humanos, procura consolidar nossas crenças e opiniões.
b) existe desde que existe o ser humano, não havendo um local ou 
uma época específica para seu nascimento, o que nos autoriza 
a afirmar que mesmo a mentalidade mítica é também filosófica 
e exige o trabalho da razão.
c) inicia sua investigação quando aceitamos os dogmas e as 
certezas cotidianas que nos são impostos pela tradição e pela 
sociedade, visando educar o ser humano como cidadão.
d) surge quando o ser humano começa a exigir provas e 
justificações racionais que validam ou invalidam suas crenças, 
seus valores e suas práticas, em detrimento da verdade 
revelada pela codificação mítica.
04. (UEMA) Leia a fábula de La Fontaine, uma possível explicação 
para a expressão ¯ ”o amor é cego”.
No amor tudo é mistério: suas flechas e sua aljava, sua chama e sua 
infância eterna. Mas por que o amor é cego? Aconteceu que num certo 
dia o Amor e a Loucura brincavam juntos. Aquele ainda não era cego. 
Surgiu entre eles um desentendimento qualquer. Pretendeu então o 
Amor que se reunisse para tratar do assunto o conselho dos deuses. 
Mas a Loucura, impaciente, deu-lhe uma pancada tão violenta que lhe 
privou da visão. Vênus, mãe e mulher, pôs-se a clamar por vingança, aos 
gritos. Diante de Júpiter, de Nêmesis – a deusa da vingança – e de todos 
os juízos do inferno, Vênus exigiu que aquele crime fosse reparado. Seu 
filho não podia ficar cego. Depois de estudar detalhadamente o caso, a 
sentença do supremo tribunal celeste consistiu em declarar a loucura 
a servir de guia ao Amor.
Fonte: LA FONTAINE, Jean de. O amor e a loucura. In: Os melhores contos de loucura. 
Flávio Moreira da Costa (Org.). Rio de Janeiro: Ediouro, 2007.
A fábula traz uma explicação oriunda dos deuses para uma 
realidade humana. Esse tipo de explicação classifica-se como
a) estética.
b) filosófica.
c) mitológica.
d) científica.
e) crítica.
05. (UEM-PAS 2011- adaptada) Aquilo que se estuda hoje como 
filosofia nas escolas nasceu na Grécia antiga (aproximadamente 
no séc. VII a.C.), em um contexto cultural de predomínio do 
pensamento mítico e da religião politeísta grega. Refletindo sobre 
a ciência, questiona Chauí: “a Filosofia nasceu realizando uma 
transformação gradual nos mitos gregos ou nasceu por uma 
ruptura radical com os mitos?” 
(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ed. Ática, p. 34). 
A respeito do surgimento da filosofia e suas relações com o 
discurso mítico neste contexto grego, é correto afirmar que 
a) o discurso filosófico jamais se opôs ao discurso mítico, pois 
os filósofos eram sábios e sacerdotes; logo, defensores das 
explicações míticas. 
b) os primeiros filósofos gregos buscaram construir uma explicação 
que se aproximasse ao máximo das explicações mítica. 
c) houve uma ruptura radical entre a mitologia e a filosofia, pois a 
filosofia dedica-se a problemas distintos da mitologia. 
d) filosofia e mitologia são discursos contrários, pois a filosofia 
nega o sobrenatural e busca sempre combater qualquer tipo 
de divindade. 
e) nas origens do pensamento filosófico grego se verifica uma 
substituição gradual, porém, evidente, entre as explicações de 
natureza mítica, por explicações de caráter racional. 
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01 MITO E SENSO COMUM
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FILOSOFIA
06. (UFU) A atividade intelectual que se instalou na Grécia a partir 
do séc. VI a.C. está substancialmente ancorada num exercício 
especulativo-racional. De fato, “[...] não é mais uma atividade mítica 
(porquanto o mito ainda lhe serve), mas filosófica; e isso quer dizer 
uma atividade regrada a partir de um comportamento epistêmico 
de tipo próprio: empírico e racional”.
SPINELLI, Miguel. Filósofos Pré-socráticos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1998, p. 32.
Sobre a passagem da atividade mítica para a filosófica, na Grécia, 
assinale a alternativa correta.
a) A mentalidade pré-filosófica grega é expressão típica de um 
intelecto primitivo, próprio de sociedades selvagens.
b) A filosofia racionalizou o mito, mantendo-o como base da sua 
especulação teórica e adotando a sua metodologia.
c) A narrativa mítico-religiosa representa um meio importante de 
difusão e manutenção de um saber prático fundamental para 
a vida cotidiana.
d) A Ilíada e a Odisseia de Homero são expressões culturais 
típicas de uma mentalidade filosófica elaborada, crítica e 
radical, baseada no logos.
07.(UEG) A cultura grega marca a origem da civilização ocidental 
e ainda hoje podemos observar sua influência nas ciências, nas 
artes, na política e na ética. Dentre os legados da cultura grega para 
o Ocidente, destaca-se a ideia de que
a) a natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e 
universais que podem ser plenamente conhecidos pelo nosso 
pensamento.
b) nosso pensamento também opera obedecendo a emoções e 
sentimentos alheios à razão, mas que nos ajudam a distinguir 
o verdadeiro do falso.
c) as práticas humanas, a ação moral, política, as técnicas e as 
artes dependem do destino, o que negaria a existência de uma 
vontade livre.
d) as ações humanas escapam ao controle da razão, uma vez 
que agimos obedecendo aos instintos como mostra hoje a 
psicanálise.
08. (IFSP) Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar 
o seguinte:
a) A autoridade do mito depende da confiança inspirada pelo 
narrador, ao passo que a autoridade da filosofia repousa na 
razão humana, sendo independente da pessoa do filósofo.
b) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de 
realidades passadas a partir da interação entre forças naturais 
personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da 
história e se opõe ao da ciência.
c) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação parcial 
da realidade, limitando-se ao universo da cultura grega, a 
filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as 
inquietações de todos os homens.
d) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas 
e são, em essência, faces distintas do mesmo processo de 
conhecimento que culminou com o desenvolvimento do 
pensamento científico.
e) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições 
ou fabulações, admitindo apenas explicações que possam ser 
comprovadas pela observação direta ou pela experiência.
09.(UEL) Leia atentamente os textos abaixo, respectivamente, de 
Platão e de Aristóteles:
[...] a admiração é a verdadeira característica do filósofo. Não tem 
outra origem a filosofia.
(PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. 
Belém: Universidade Federal do Pará, 1973. p. 37.)
Com efeito, foi pela admiração que os homens começaram a 
filosofar tanto no princípio como agora; perplexos, de início, ante as 
dificuldades mais óbvias, avançaram pouco a pouco e enunciaram 
problemas a respeito das maiores, como os fenômenos da Lua, do 
Sol e das estrelas, assim como a gênese do universo.
E o homem que é tomado de perplexidade e admiração julga-se 
ignorante (por isso o amigo dos mitos é, em certo sentido, um 
filósofo, pois também o mito é tecido de maravilhas); portanto, 
como filosofavam para fugir à ignorância, é evidente que buscavam 
a ciência a fim de saber, e não com uma finalidade utilitária.
(ARISTÓTELES. Metafísica. Livro I. Tradução Leonel Vallandro. 
Porto Alegre: Globo, 1969. p. 40.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a origem 
da filosofia, é correto afirmar:
a) A filosofia surgiu, como a mitologia,da capacidade humana 
de admirar-se com o extraordinário e foi pela utilidade do 
conhecimento que os homens fugiram da ignorância.
b) A admiração é a característica primordial do filósofo porque 
ele se espanta diante do mundo das ideias e percebe que o 
conhecimento sobre este pode ser vantajoso para a aquisição 
de novas técnicas.
c) Ao se espantarem com o mundo, os homens perceberam 
os erros inerentes ao mito, além de terem reconhecido a 
impossibilidade de o conhecimento ser adquirido pela razão.
d) Ao se reconhecerem ignorantes e, ao mesmo tempo, se 
surpreenderem diante do anseio de conhecer o mundo e as 
coisas nele contidas, os homens foram tomados de espanto, o 
que deu início à filosofia.
e) A admiração e a perplexidade diante da realidade fizeram 
com que a reflexão racional se restringisse às explicações 
fornecidas pelos mitos, sendo a filosofia uma forma de pensar 
intrínseca às elaborações mitológicas.
10. (UEL 2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia 
Antiga, considere as afirmativas a seguir.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus 
componentes, já contêm características essenciais da 
compreensão de mundo grega que, posteriormente, se 
revelaram importantes para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se 
evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que 
nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende 
movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu 
para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando 
o desenvolvimento do pensamento filosófico e científico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, 
devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos 
povos orientais, sabedoria esta desvinculada de, qualquer base 
religiosa.
Estão corretas apenas as afirmativas: 
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV. 
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FILOSOFIA 01 MITO E SENSO COMUM
11. Sobre a singularidade do pensamento filosófico, atente ao texto 
a seguir:
Ao fazer filosofia, o pensamento aprimora sua força de busca, 
quer dizer, aprende a pensar. Aprender a pensar significa promover 
o nascimento da realidade.
(BUZZI, Arcângelo R. Introdução ao Pensar. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 25)
O autor na citação acima sinaliza, com clareza e distinção, que
a) o pensamento filosófico aprende a pensar, declinando da 
realidade.
b) o aprender a pensar promove a dimensão acrítica.
c) o pensamento crítico substitui a realidade.
d) o pensamento filosófico está dissociado da realidade.
e) aprender a pensar fomenta o entendimento da realidade na sua 
inteireza.
12. Referindo-se à Filosofia, Montaigne escreve:
“É singular que em nosso século as coisas sejam de tal forma que 
a filosofia, até para as pessoas inteligentes, seja um nome vão e 
fantástico, que se considera de nenhum uso e de nenhum valor, 
tanto por opinião como de fato. Creio que a causa disso são esses 
ergotismos [que significa abuso de silogismos na argumentação] 
que invadiram seus caminhos de acesso. É um grande erro pintá-
la inacessível às crianças e com um semblante carrancudo, 
sobranceiro e terrível. Quem a mascarou com esse falso semblante, 
lívido e medonho? Não há nada mais alegre, mais jovial, mais vivaz 
e quase digo brincalhão. Ela só prega festa e bons momentos. Uma 
fisionomia triste e inteiriçada mostra que não é ali sua morada”
(MONTAIGNE I, 26, p. 240).
Depois de ler o texto acima, atentamente, assinale a alternativa 
CORRETA. 
a) Montaigne entende que a filosofia destina-se somente a 
algumas pessoas muito inteligentes, pois é inacessível para a 
maioria delas.
b) Montaigne considera que a filosofia é carrancuda e triste 
porque é crítica e precisa assustar as pessoas.
c) Montaigne concorda que a filosofia é um nome vão e fantástico: 
não tem nenhum uso e nenhum valor para as pessoas inteligentes.
d) Montaigne argumenta que a filosofia é brincalhona e jovial, 
aberta a muitos, inclusive para as crianças.
e) Montaigne julga que a filosofia deve ser sempre terrível e se 
contrapor à festa e à alegria.
13. (UFMA 2008) O senso comum se caracteriza por ser:
I. um conhecimento valorativo, em que cada coisa ou fato nos 
afeta de maneira diferente.
II. um conhecimento generalizador, pois reúne um certo número 
de fenômenos sob as mesmas leis.
III. um conhecimento subjetivo que expressa um saber da nossa 
sociedade ou do nosso grupo social.
Dos itens acima, pode-se concluir: 
a) somente I e III estão corretos. 
b) somente II e III estão incorretos. 
c) somente I está incorreto. 
d) todos estão incorretos. 
e) todos estão corretos. 
14. Diante do desprezo dos pragmáticos de plantão, acenamos 
com a impossibilidade e a necessidade de reflexão filosófica. Com 
relação à filosofia, pode-se afirmar: 
a) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a 
indagação. Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude 
do filósofo é a admiração.
b) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para 
problematizar. Platão e Aristóteles disseram que a primeira 
virtude do filósofo é a loucura.
c) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a 
indagação. Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude 
do filósofo é o sonho.
d) A filosofia pressupõe constante disponibilidade para a 
indagação. Platão e Aristóteles disseram que a primeira virtude 
do filósofo é o destemor.
15. (UEL 2015) Leia os textos a seguir.
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo 
seio, de todos sede irresvalável sempre.
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. 3.ed. Trad. de Jaa Torrano. São Paulo: 
Iluminuras, 1995. p.91. 
Segundo a mitologia ioruba, no início dos tempos havia dois 
mundos: Orum, espaço sagrado dos orixás, e Aiyê, que seria dos 
homens, feito apenas de caos e água. Por ordem de Olorum, o deus 
supremo, o orixá Oduduá veio à Terra trazendo uma cabaça com 
ingredientes especiais, entre eles a terra escura que jogaria sobre o 
oceano para garantir morada e sustento aos homens.
“A Criação do Mundo”. SuperInteressante. jul. 2008. Disponível em: <http://super.abril.
com.br/religiao/criacaomundo-447670.shtm>. Acesso em: 1 abr. 2014. 
No começo do tempo, tudo era caos, e este caos tinha a forma de 
um ovo de galinha. Dentro do ovo estavam Yin e Yang, as duas 
forças opostas que compõem o universo. Yin e Yang são escuridão 
e luz, feminino e masculino, frio e calor, seco e molhado.
PHILIP, N. O Livro Ilustrado dos Mitos: contos e lendas do mundo. Ilustrado por Nilesh 
Mistry. Trad. de Felipe Lindoso. São Paulo: Marco Zero, 1996. p.22.
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a passagem do 
mito para o logos na filosofia, considere as afirmativas a seguir.
I. As diversas narrativas míticas da origem do mundo, dos seres 
e das coisas são genealogias que concebem o nascimento 
ordenado dos seres; são discursos que buscam o princípio que 
causa e ordena tudo que existe.
II. Os mitos representam um relato de algo fabuloso que afirmam 
ter ocorrido em um passado remoto e impreciso, em geral 
grandes feitos apresentados como fundamento e começo da 
história de dada comunidade.
III. Para Platão, a narrativa mitológica foi considerada, em certa 
medida, um modo de expressar determinadas verdades que 
fogem ao raciocínio, sendo, com frequência, algo mais do que 
uma opinião provável ao exprimir o vir-a-ser.
IV. Quando tomado como um relato alegórico, o mito é reduzido a 
um conto fictício desprovido de qualquer correspondência com 
algum tipo de acontecimento, em que inexiste relação entre o 
real e o narrado.
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11
FILOSOFIA
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
16. (UNIOESTE 2013) “Não é fácil definir se a ideia dos poemas 
homéricos, segundo a qual o Oceano é a origem de todas as coisas, 
difere da concepção de Tales, que considera a água o princípio 
original do mundo; seja como for, é evidente que a representação 
do mar inesgotável colaborou para a sua expressão. Em todas as 
partes da Teogonia, de Hesíodo, reina a vontade expressa de uma 
compreensão construtiva e uma perfeita coerência na ordem racional 
e na formulação dos problemas. Por outro lado, a sua cosmologia 
ainda apresenta uma irreprimível pujança de criação mitológica, 
que, muito mais tarde, ainda age sobre as doutrinas dos “fisiólogos”, 
nos primórdios da filosofia “científica”, e sem a qual não se poderia 
conceber a atividade prodigiosa que se expande na criação das 
concepções filosóficas do período mais antigo da ciência” 
Werner Jaeger.
Considerando o texto acima sobre o surgimento da filosofia na 
Grécia, seguem as afirmativas abaixo:
I. O surgimento da filosofia não coincide com o início do uso do 
pensamento racional.
II. O surgimento da filosofia não coincide com o fim do uso do 
pensamento mítico.
III. Tales de Mileto, no século VI a.C., ao propor a água como 
princípio original do mundo, rompe, definitivamente, com o 
pensamento mítico.
IV. Mitos estão presentes ainda nos textos filosóficos de Platão 
(século IV a.C.), como, por exemplo, o mito do julgamento 
das almas.
V. Os primeiros filósofos gregos, chamados “pré-socráticos”, em 
sua reflexão, não se ocupavam da natureza (Physis).
Das afirmativas feitas acima 
a) apenas a afirmação V está correta.
b) apenas as afirmações III e V estão corretas.
c) apenas as afirmações II e IV estão corretas.
d) apenas as afirmações I, II e IV estão corretas.
e) apenas as afirmações I, III e V estão corretas.
17. (UEL 2007) “Há, porém, algo de fundamentalmente novo na 
maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último 
– da origem e essência das coisas – as observações empíricas que 
receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem 
como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino 
dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do 
mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.”
Fonte: JAEGER, W. Paideia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito 
e filosofia na Grécia, é correto afirmar: 
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a 
filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas 
posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, 
representando uma nova forma de pensamento plenamente 
racional desde as suas origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula 
dos mitos de forma gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de 
interdependência, uma vez que o pensamento filosófico 
necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para 
problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica.
18. (UPE-SSA 2 2018) Sobre o conhecimento filosófico, considere 
o texto a seguir: 
O saber é infinito e difuso; dele se valendo, procura a filosofia aquele 
centro a que fazíamos referência. O simples saber é uma acumulação; 
a filosofia é uma unidade. O saber é racional e igualmente acessível 
a qualquer inteligência. A filosofia é o modo de pensamento, que 
termina por constituir a essência mesma de um ser humano. 
(JASPERS, Karl. Introdução ao pensamento filosófico. São Paulo: Cultrix, 1999, p. 13) 
O autor enfatiza a singularidade do conhecimento filosófico. No 
alinhamento dessa reflexão, tem-se como CORRETO que 
a) o conhecimento filosófico se adquire sem ser procurado, surge 
espontânea e naturalmente, no âmbito da razão.
b) a filosofia é um saber de acumulação, bastando tão somente 
adquiri-lo.
c) o conhecimento filosófico é a posse do saber racional no 
âmbito existencial.
d) o saber filosófico é infinito e difuso, valendo-se da sensação 
para se constituir em essência do ser humano.
e) o conhecimento filosófico caracteriza-se pela sua dimensão 
crítica e sonda a essência mesma das coisas.
19. (UNICENTRO 2012) A prática filosófica exige do sujeito 
disposição para o questionamento e a indagação. Desconfiar 
do óbvio é uma das exigências da reflexão filosófica. Com base 
nessa afirmativa e em seus conhecimentos filosóficos, é correto 
afirmar que a prática filosófica 
a) é necessária, pois promove a abertura mental, possibilitando 
mudanças na vida do ser humano. 
b) não enxerga nada da realidade, pois seu objeto é apenas 
transcendental. 
c) é igual a qualquer outra prática humana, por ser apenas 
informação. 
d) não trabalha com o pensamento racional. 
e) necessita apenas de bom-senso. 
20. (UPE 2012) Que representa a Filosofia? É uma das raras 
possibilidades de existência criadora. Seu dever inicial é tornar as 
coisas mais refletidas, mais profundas (Heidegger, Martin). Nessa 
perspectiva, é correto afirmar que a Filosofia 
a) é uma atividade de crítica e de análise dos valores de uma 
dada sociedade, na perspectiva de reorientação dos sentidos/
significados da vida e do mundo. 
b) começa dizendo sim às crenças e aos preconceitos do senso 
comum e, portanto, começa dizendo que sabemos o que 
imaginávamos saber. 
c) não se distingue da ciência pelo modo como aborda seu objeto 
em todos os setores do conhecimento e da ação. 
d) é a impossibilidade da transcendência humana, ou seja, a 
capacidade que só o homem tem de superar a situação dada 
e não escolhida. 
e) sempre se confronta com o poder, e sua investigação fica 
alheia à ética e à política
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PRÉ-VESTIBULARPROENEM.COM.BR12
FILOSOFIA 01 MITO E SENSO COMUM
05. APROFUNDAMENTO
EXERCÍCIOS DE
01. (UDESC) Os atuais filósofos da educação afirmam que o 
fundamental na educação de nossos alunos é filosofar e não só 
filosofia. O que é filosofar?
02. (UDESC) Afirma-se, comumente, que as principais características 
da filosofia são a reflexão e a atitude crítica. Nesse horizonte, 
estabeleça a diferença entre a filosofia e o senso comum.
03. (UFU) Quais são as principais diferenças entre Filosofia e mito?
04. (UNESP) À medida que a ciência se mostrou capaz de 
compreender a realidade de forma mais rigorosa, tornando possível 
fazer previsões e transformar o mundo, houve a tendência a 
desprezar outras abordagens da realidade, como o mito, a religião, 
o bom senso da vida cotidiana, a vida afetiva, a arte e a filosofia. A 
confiança total na ciência valoriza apenas a racionalidade científica, 
como se ela fosse a única forma de resposta às perguntas que o 
homem se faz e a única capaz de resolver os problemas humanos.
Maria L. de A. Aranha e Maria H.P. Martins. Temas de filosofia, 1992.
Com base na ideia de “verdade absoluta”, explique a diferença 
entre mito e ciência. Considerando a expressão “confiança total na 
ciência”, explique como o próprio conhecimento científico pode se 
transformar em mito.
05. (UNESP) O pensamento mítico consiste em uma forma pela 
qual um povo explica aspectos essenciais da realidade em que 
vive: a origem do mundo, o funcionamento da natureza e as origens 
desse povo, bem como seus valores básicos. As lendas e narrativas 
míticas não são produto de um autor ou autores, mas parte da 
tradição cultural e folclórica de um povo. Sua origem cronológica 
é indeterminada e sua forma de transmissão é basicamente 
oral. O mito é, portanto, essencialmente fruto de uma tradição 
cultural e não da elaboração de um determinado indivíduo. O mito 
não se justifica, não se fundamenta, portanto, nem se presta ao 
questionamento, à crítica ou à correção. Um dos elementos centrais 
dopensamento mítico e de sua forma de explicar a realidade é o 
apelo ao sobrenatural, ao mistério, ao sagrado, à magia. As causas 
dos fenômenos naturais são explicadas por uma realidade exterior 
ao mundo humano e natural, superior, misteriosa, divina, a qual só 
os sacerdotes, os magos, os iniciados, são capazes de interpretar, 
ainda que apenas parcialmente.
(Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2001. Adaptado.)
A partir do texto, explique como o pensamento filosófico característico 
da Grécia clássica diferenciou-se do pensamento mítico.
GABARITO
 EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1.D
2.B
3.D
4.C
5.E
6.C
7.A
8.A
9.D
10.D
11.E
12.D
13.A
14.A
15.D
16.D
17.C
18.E
19.A
20.A
 EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. Filosofar pode ser considerado como a atitude de reflexão e de problematização das 
verdades incorporadas pelo senso comum e pelo pensamento dogmático, além da busca 
por critérios válidos de investigação das verdades e da origem das coisas para que os 
estudantes criem uma autonomia no seu pensamento e não sejam facilmente enganados 
e manipulados.
02. A Filosofia propriamente dita surge no momento em que o exercício do pensar torna-
se objeto de reflexão, ou seja, no instante em que o homem retoma o significado de seus 
atos e dos seus pensamentos e nesta hora é chamado a pensar o já pensando. A atitude 
crítica na filosofia não faz afirmação apenas, mas se obriga a justificar o pensamento com 
argumentos que evita contradições e ambiguidades.
Senso comum é aquele conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados 
ao qual, ao longo da experiência vivida acrescentamos seus resultados a partir do coletivo 
em que vivemos. Este conjunto de ideias permite-nos interpretar a realidade, bem como 
de um corpo de valores que nos ajuda a avaliar, julgar e agir.
03. A filosofia possui uma tendência à racionalidade, isto é, a razão é o seu critério de 
verdade. Já o mito não possui uma tendência à racionalidade, e sim uma tendência à 
irracionalidade, isto é, os deuses e as fantasias sobre coisas incontroláveis que não 
podemos acessar normalmente, definem o valor da crença.
04. A diferença entre mito e ciência consiste no modo a partir do qual cada um entende que 
se dá o processo do conhecimento acerca da realidade: enquanto no mito esse processo 
se fundamenta no sobrenatural e no dogmatismo, na ciência é a experimentação metódica 
e a formulação de teorias e leis gerais que possibilita o conhecimento. Com o aumento 
da importância da ciência como paradigma da vida humana e do universo, sobretudo a 
partir do século XIX, passou a predominar a ideia de que apenas o conhecimento científico 
possuiria legitimidade e seria capaz de fornecer uma verdade absoluta. No entanto, a 
confiança total na ciência pode levar a um processo contraditório no qual ocorre a 
mitificação da ciência, na medida em que busca-se explicações científicas para aspectos 
da condição humana que escapam ao entendimento da mesma e/ou entende-se as 
produções da ciência como verdades absolutas inquestionáveis, ou seja, como dogmas.
05. O pensamento mítico e o pensamento filosófico buscam responder a 
questionamentos acerca da natureza e do homem que muitas vezes coincidem, ou seja, 
ambos os pensamentos buscam o entendimento do mundo que cerca os indivíduos. No 
entanto, enquanto o pensamento mítico se baseia na atribuição de caráter sobrenatural 
às explicações fornecidas, o que dispensa o uso da postura crítica investigativa, o 
pensamento filosófico é fundamentado na aplicação do paradigma do raciocínio lógico na 
formulação das interpretações acerca dos questionamentos considerados, o que impõe o 
uso de uma perspectiva racional na observação dos fenômenos. 
ANOTAÇÕES
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