AVALIAÇÃO DO PROCESSO GRUPAL

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EDUARDA SILVANO
AVALIAÇÃO DO PROCESSO GRUPAL
CONTEXTUALIZAÇÃO
Jacob Levy Moreno 1889-1974
· Pressupostos em suas pesquisas:
· Importância de a Educação respeitar a espontaneidade de professores e estudantes
· Há uma significação inconsciente para nossos comportamentos;
· Objetiva estudar as relações dos organismos entre si dentro do grupo a que pertence, bem como as inter-relações entre os organismos e o meio ambiente. 
· Constrói técnica para avaliar as relações em grupo.
Condição máxima: envolver os participantes
Hipóteses: participante resiste.
Por qual motivo?
A) Desconhece o objetivo
B) Objetivo foi mal explicado
C) Tem medo do resultado
D)Medo de manifestar suas escolhas e rejeições perante os outros.
Indicações de Moreno
a) Sujeitos participantes estejam juntos;
b) O critério de ajuntamento dos participantes seja significativo para todos e favoreça a espontaneidade;
c) Critério seja preciso;
d) Aplicador crie condições para que as respostas sejam sinceras.
Justificativa
· Grupo tem um funcionamento diferente do individual;
· Participamos de vários grupos e todos são diferentes;
· Nem sempre os professores/líderes/ condutores conseguem apreender, via observação, as características de um grupo.
TESTE SOCIOMÉTRICO
· Construído para o estudo de grupos familiares, escolares e laborais.
· Permite determinar a posição de cada indivíduo nos grupos em que exerce algum papel.
· Método para exploração da posição que ocupa cada indivíduo no grupo
· Método para exploração das inter-relações estabelecidas entre os indivíduos.
· Possibilita estudar as relações interpessoais: preferencias, rejeições uni/bilaterais.
· Possibilita identificar lideranças, isolados, rejeitados, preconceitos
· Tempo: 10 a 20 minutos
· Individual ou coletivo. 
· Não dialogado.
· Lápis e papel
· Finalidade: configurar a estrutura do grupo identificando a posição que cada indivíduo ocupa nessa configuração.
Cuidado ao aplicar
· Motivar: apresentar o objetivo, a metodologia.
· O que será feito com o resultado? Tomada de decisão, não divulgação.
· Lembrar que interações são susceptíveis a variações continuamente. Resultado não estático e linear. Passível de mudança frequente.
· Aplicar tão somente se for fazer algo com/para o grupo.
· Grupo real, não imaginário. “Se você fosse....”
CLASSIFICAÇÃO
Exemplos de perguntas
· Ao lado de quem você gostaria de sentar-se na sala?
· Com quem você gostaria de estudar?
· Qual pessoa da família que você escolheria para orientá-lo nos problemas e nas dúvidas sobre sexo, namoro, profissão?
· Quais, entre seus colegas de classe, menos gostaria que sentasse perto de você na sala de aula?
· Quais de seus colegas você julga que gostaria de sentar perto de você na sala de aula?
FORMAÇÃO DE GRUPOS
CLASSIFICAÇÃO A PARTIR DAS RESPOSTAS
· Positivo: o indivíduo escolhe outras pessoas
· Negativo: o indivíduo não escolhe outras pessoas
· Isolado: o indivíduo não escolhe outras pessoas e não é escolhido.
· Posição extrovertida: o indivíduo dirige a maioria de suas escolhas a pessoas de grupos distintos dos seus.
· Posição introvertida: o indivíduo dirige a maioria de suas escolhas a pessoas que pertencem a seu próprio grupo.
· Atraído: o indivíduo efetua mais da metade das escolhas que lhe são permitidas. Escolhe diversas pessoas.
· Atraente: o indivíduo recebe mais da metade das escolhas permitidas. Identificar se foram escolhas vindas do interior do seu grupo ou de do exterior, vindas de outro grupo.
· Atitude de rejeição: o indivíduo expressa mais da metade das rejeições permitidas.
· Rejeitado: o indivíduo é objeto de mais da metade das rejeições permitidas.
· Indiferença: o indivíduo é indiferente com respeito aos indivíduos que se sentem atraídos por ele, ou pelos que o rejeitam.
ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DAS RESPOSTAS
· Desenhos próximos: mesmos grupos
· Desenhos distantes: outros grupos
Átomo social do respondente
· Átomo social é a menor unidade social da qual o indivíduo participa.
· Vários grupos = vários átomos sociais.
· Em cada átomo social: relações de atração, rejeição, indiferença.
Observações
· Moreno complementa a análise com uma entrevista após.
· Analisando os dados de cada um dos indivíduos, o pesquisador terá
· Forças dominantes na estrutura do grupo?
· Quais forças agem sobre o grupo?
· Quais forças são emitidas pelo grupo?
· Quais elementos fazem parte do átomo social do indivíduo A e que participam também do átomo social do indivíduo B?
Outros métodos 
Comparações paralelas
	Nome 
	Pares – Valores
	4
	3
	2
	1
	0
	Classificação
	José - 
	
	
	
	
	
	
	José - 
	
	
	
	
	
	
	Total
	
	
	
	
	
	
· Pede-se ao José que preencha o nome de quem ele avaliará e que atribua um número entre 0 a 4 para o grau de rejeição ou de simpatia. Fazer legenda. Explicar. 
· Visa identificar: com quem José mais se aproxima, se distancia. 
Método ordinal 
	Nome: José
	NOMES
	ORDEM DE PREFERENCIA
	1.
	
	2
	
	3
	
· Criar critério (quantitativo ou qualitativo). Definir qual grupo será avaliado pelo participante (trabalho, escola, família). Conforme o grupo poderá haver diferença de resultado.
· Escalas de avaliação: listar nomes e avaliar um a um (quanti ou qualitativamente);
· Tabela sociométrica: listar nomes e assinalar os sentimentos que melhor caracterizem a relação.
Observações de uso:
· Em escolas para analisar relacionamento entre estudantes
· Em escolas para qualificar o trabalho dos Conselhos de Classe
· Diagnosticar incidência de rejeição/isolamento de algum integrante
Mais alguns alertas
· Aplicar em grande grupo?
Mas representar graficamente em sociogramas parciais:
· Preferências
· Rejeições
· Preferencias recíprocas
· Rejeições recíprocas
· Átomos sociais (individuais)
TESTE DE PERCEPÇÃO SOCIOMÉTRICA
Aplicado individualmente, consiste em seis etapas de verificação de percepção das rejeições, eleições, indiferenças.
ETAPAS:
1. O indivíduo esboça todas as situações em que atualmente se encontra compreendido e atribui a cada pessoa que participa seu papel característico;
2. Indivíduo expressa os sentimentos que experimenta a seu respeito. Escolhe ou rejeita pessoas ordenando preferencias ou rejeições. Pesquisador solicita que justifique as escolhas.
3. Indivíduo é convidado a discorrer o que pensa que os demais integrantes pensam a seu respeito.
4. Indivíduo é convidado a discorrer o que pensa que os demais integrantes sentem a seu respeito.
5. Após a auto estimativa pode (ou não) convidar um integrante para que o avalie.
6. Moreno sugere que o teste de percepção seja confrontado com a sociometria.
ADAPTAÇÕES DO TESTE DE PERCEPÇÃO SOCIOMÉTRICA
· Ficha com Nomes, coluna com sentimentos e o integrante é convidado a indicar 1 sentimento por nome.	Comment by Faturamento: Tenho que seguir esses modelos? Ou posso criar uma tabela que se enquadre melhor com o grupo que estou trabalhando?Posso adaptar uma tabela de TCC por exemplo?
· Outra ficha, com nomes, sentimentos e o integrante é convidado a dizer o que pensa que os outros sentem por ele.
· Variação: o que sentem uns pelos outros. Reciprocidade.
· Pictograma: ao invés de palavras escritas – fotografias. 
· Em um grupo as preferências/rejeições não são unânimes;
· As preferências nem sempre estão vinculadas a qualidades. Ser escolhido não significa ser o melhor;
· Há uma tendência em tornar o “rejeitado” “desagradável e percebido como “inimigo, mau” a ser combatido;
· O rejeitado tende a se excluir mais. O escolhido tende a se mostrar mais. 
· O rejeitado precisará, portanto, de maiores oportunidades de relacionamento para conseguir avançar na socialização.
· As respostas de crianças variam ao longo do tempo.
· Pesquisas indicam que pessoas, em geral, têm a expectativa de que preferência/simpatia/liderança serão apontados àqueles que têm melhor rendimento.
Observações para o entendimento do funcionamento de grupos
· Grupos introvertidos são mais coesos, não se motivam por novidades, dificilmente se desagregam. Perfis semelhantes (idade e interesses);
· Grupos extrovertidos sãomais voltados para o fora, o diferente. Menos coesos. Menor tempo de vida em grupo. Produzem inovação. Perfis distintos.
· Indiferença. Neutralidade: marcada por influência cultural. A empresa/escola/ família determina tempo/espaço/lugar/ objetivo, cerceando aos participantes a ação de escolher, expressar o que pensa e o que sente. Há um substrato, uma constante sociométrica subjacente às formas culturais – mais ou menos propensas à neutralidade dos seus integrantes. 
· Sociedades hipomaníacas: baixo índice de preferências.
· Sociedades hipermaníacas: alto índice de escolhas.
Técnica sociométrica para diagnóstico:
Favorece tomada de decisão quanto à metodologia.
Técnica sociométrica terapêutica. 
O que eu penso?
O que eu penso sobre o outro?
O que eu acho que o outro pensa sobre si?
O que eu acho que o outro pensa sobre mim?
Grupamento afetivo
Grupamento de trabalho
Grupamento de jogo
Grupamento de classe
atração sexual
base sentimental, estável ou instável
emocional
objetiva realizar uma tarefa
durável
espontâneo
anti-social ou a-social
orientado para fins mais limitados: status, pertencer, mostrar que.
AM rejeitou A, TL e O.
AM sentiu-se atraído por L, ME
AM foi rejeitado por O e C
AM atraiu LM, MC e TL
AM sentiu-se 
Houve escolha mútua com L e com O:
atração com L
rejeição com O
Círculo central: mais indicados
Círculo intermediário: sem nota significativa
Círculo exterior: menos isolados
ESTUDAR PARA COMPREENDER E TRANSFORMAR
ESTUDAR PARA COMPREENDER E CONTROLAR