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P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Revusão da anatomia: • Ramos do nervo mandibular: 1- N. Mandibular 2- N. Temporal profundo anterior 3- N. Bucal 4- N. Lingual 5- N. Alveolar inferior com ramos dentais e peridentais 6- N. Milo-hióideo 7- N. Mentoniano • O nervo alveolar inferior – inerva a polpa dos dentes inferiores até a linha média e os tecidos moles até a área do 1º molar. • O nervo bucal – inerva tecidos moles e periósteo dos molares inferiores. • O nervo mentoniano – inerva a mucosa vestibular anterior a região do forame mentoniano até a linha média. • O nervo incisivo (ramo terminal do nervo alveolar inferior) – inerva a mucosa vestibular anterior a região do forame mentoniano até a linha média + polpa e tecido ósseo de pré-molares, caninos e incisivos. Técnicas anestésicas - mandíbula: Bloqueio Bloqueio do Nervo Alveolar Inferior: • Taxa de sucesso em torno de 80 a 85%. • Áreas anestesiadas: - Dentes inferiores até a linha média. - Corpo da mandíbula, porção inferior do ramo. - Tecidos moles até a área do 1º molar. - Dois terços anteriores da língua e assoalho da cavidade oral. - Tecidos moles e periósteo linguais. Técnicas de anestesia mandibular: A infiltrativa na mandíbula deve ser utilizada apenas para complementar outra técnica de anestesia. Tendo em vista que o osso da mandíbula é muito mais cortical. Nesse caso, deve-se utilizar as mesmas técnicas vistas na maxila. Regional Troncular N.A.I. + L + B Mentoniano + Incisivo Mandibular P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Nervos anestesiados: - Alveolar inferior. - Incisivo. - Mental. - Lingual Área anestesiada por um bloqueio do nervo alveolar inferior. • Indicações: - Procedimentos múltiplos em um único quadrante mandibular. - Anestesia em tecidos moles vestibulares da boca. - Anestesia em tecidos moles linguais. • Contra-indicações: - Infecção ou inflamação na área da injeção. - Pacientes que podem morder lábio e língua (risco de o paciente de machucar) • Vantagens: - Única perfuração. - Pouca quantidade de anestésico em relação a área anestesiada. . • Desvantagens: - Alta taxa de insucesso (15 a 20%) - Aspiração positiva – sangue dentro do tubete (10 a 15%) - Os pontos de referência intra-bucais podem não ser confiáveis. - Anestesia do lábio inferior e língua pode ser desconfortável. • Reparos anatômicos: - Rafe Pterigomandibular: formada pela junção dos músculos bucinador e constritor superior da faringe. - Fossa coronóide: região de maior concavidade da borda anterior do ramo da mandíbula. A região vestibular dos dentes posteriores da mandíbula é inervada pelo n. bucal. Portanto, ás vezes será necessário fazer um complemento no n. bucal, a depender do procedimento que vai ser realizado. Na maioria das vezes essa técnica acaba anestesiando também o nervo lingual. Diferente da maxila, na mandíbula, independente de ser um procedimento em um único dente ou em vários (um procedimento ou múltiplos procedimentos), realiza-se um bloqueio. A infiltrativa não é suficiente para anestesiar, devido à densidade óssea da mandíbula. Para verificar se o nervo alveolar inferior foi anestesiado, deve-se observar se o lábio está anestesiado. Se o lábio estiver dormente, significa que o alveolar inferior foi realmente anestesiado. (Ex: tocar com a pinça de uma lado e de outro e pedir para o paciente dizer se está sentindo). Deve-se colocar o dedo no ramo da mandíbula para sentir a região de maior concavidade (curva acentuada) – fossa coronóide. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Técnica: - Colocar o dedo indicador ou polegar na incisura coronóide. - Puxar lateralmente os tecidos, esticando-os, possibilitando que a injeção da agulha seja menos traumática e também porporcionando melhor visibilidade. - O local de punção é lateral à rafe pterigomandibular. - Altura: centro da incisura coronóide. - Profundidade: até haver contato com o osso (depois de tocar no osso, deve-se recuar a agulha levemente e injetar o anestésico). - Na maioria dos pacientes se consegue fazer essa técnica com a agulha curta. Note a colocação do corpo da seringa no canto da boca, geralmente correspondendo aos pré-molares. A ponta da agulha gentilmente toca a extremidade mais distal da rafe pterigomandibular. • Injeção baixa – atenção para pacientes desdentados! Nesses pacientes o osso do corpo da mandíbula estará mais baixo, pois o osso alveolar que sustentava o dente foi perdido, ocorre a reabsorção, ficando apenas o osso basal. Tomar cuidado para não aplicar a anestesia muito em baixo. Bloqueio do Nervo Bucal: • Áreas anestesiadas: - Tecidos moles e periósteo vestibular dos molares inferiores. Área anestesiada por um bloqueio do nervo bucal. • Indicações: - Quando necessária a anestesia de tecidos moles vestibulares na região de molares. • Contra-indicações: - Infecção ou inflamação aguda na área da injeção. • Vantagens: - Alta taxa de sucesso, técnica fácil. • Desvantagens: - Dor se a agulha tocar o periósteo durante a injeção. • Técnica: - Agulha longa (mas também é possível fazer com a agulha curta). Usar a agulha longa quando há dificuldade para alcançar o local de inserção (percebe-se que isso está acontecendo quando há dificuldades para anestesiar o paciente depois de algumas inserções). - Tracionar lateralmente os tecidos moles vestibulares a área da injeção. - Área da introdução: membrana mucosa distal e vestibular ao último molar do arco. - Bisel: orientado para baixo. Dica: o corpo da seringa carpule deve ficar na região de pré-molar do lado oposto. Se ela estiver na região de incisivo, irá passar direto do osso. E se estiver para a região de molar, vai muito para a bochecha, saindo da área do ramo da mandíbula. Há uma outra técnica que se pode anestesiar em duas posições. Depois de localizar a incisura coronóide com o dedo, colocar a agulha reta na região de molar, na altura de um dedo da oclusal dos dentes posteriores. Dessa forma, pega o nervo lingual, podendo pegar o alveolar inferior por conta da proximidade. Depois, curva a carpule e vai na região de pré-molar para anestesiar o alveolar inferior. Se por um acaso a agulha for introduzida bem em cima do nervo, o paciente sentirá um pequeno choque. Deve- se recuar 1 mm e injetar o anestésico. Se ele for aplicado bem em cima do nervo pode causar danos (ex: parestesia). Não colocar a agulha muito alta na oclusal. Deve ser direcionada mais ou menos na altura do meio da coroa dos dentes posteriores. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto - Avançar a agulha até tocar levemente no osso (2 a 4 mm), depois deve-se recuar e aplicar a anestesia. - Injetar 1/8 do tubete (depois do bloqueio do alveolar inferior, deixar um pouquinho do anestésico para fazer o complemento no nervo bucal). Alinhamento da seringa. A, Paralelamente ao plano oclusal no lado da injeção, mas bucal a ele. B, Distal e bucalmente ao último molar. Bloqueio do Nervo Mentoniano: • Considerações: - Ramo terminal do nervo alveolar inferior. - Sai do forame mentoniano na região próxima aos ápices dos pré-molares. • Áreas anestesiadas: - Mucosa vestibular anterior a região do forame mentoniano até a linha média. - Pele do lábio inferior. - Pele do mento. Área anestesiada por um bloqueio do nervo mentual. • Técnica: - Utilizar agulha curta. - Localização do forame: ▪Geralmente entre os pré-molares (pode-se verificar sua localização observando uma radiografia). ▪ Palpar concavidade. ▪ Osso mais áspero. ▪ Ao palpar, verificar se o paciente sente alguma dor/desconforto. - Tracionar o lábio inferior. - Avançar agulha até a área próxima ao forame – penetrar de 5 a 6 mm. - Aspirar. - Injetar 1/3 ou meio tubete de anestésico. Bloqueio nervoso mentual — local de penetração da agulha. Quando deseja-se realizar algum procedimento que não inclui os dentes posteriores, pode-se realizar a anestesia do nervo Mentoniano. O mentoniano não inerva a polpa desses dentes, mas anestesiando ele é possível que o anestésico se difunda para dentro do forame e alcance a porção do nervo alveolar inferior (nervo incisivo). O contato da agulha com o nervo mentual à saída do forame mentual pode ocasionar a uma sensação de “choque elétrico” ou graus variáveis de parestesia (rara). P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto Bloqueio do nervo Incisivo: • Considerações: - Ramo terminal do nervo alveolar inferior. - Se origina a partir do forame mentoniano e continua intra-ósseo até a região da linha média. • Áreas anestesiadas: - Mucosa vestibular anterior a região do forame mentoniano até a linha média. - Pele do lábio inferior - Pele do mento. - Polpa e tecido ósseo de pré-molares, caninos e incisivos. Área anestesiada por um bloqueio nervoso incisivo. • Técnica: Técnica muito semelhante a uma infiltrativa. - Utilizar agulha curta. - Localização do forame: ▪ Geralmente entre os pré-molares (pode-se verificar sua localização observando uma radiografia). ▪ Palpar concavidade. ▪ Osso mais áspero. ▪ Ao palpar, verificar se o paciente sente alguma dor/desconforto. - Tracionar o lábio inferior. - Puncionar direcionando a agulha até a área do forame. - Aspirar. - Injetar 1/3 do tubete e comprimir a área. - Pressão por 2 min – essa pressão permite a difusão do anestésico para o interior do forame. “Não é necessário que a agulha entre no forame, pois tornaria o bloqueio tecnicamente mais difícil e aumenta o risco de traumatismo ao nervo incisivo, mentoniano e vasos sanguíneos.” MALAMED, 2005. • Para que o bloqueio do nervo incisivo seja bem-sucedido, o anestésico deve ser depositado imediatamente fora do forame mentual e, sob pressão, dirigido ao forame. Bloqueio do Nervo Mandibular: Técnica de Gow-Gates: • Sinonímia: bloqueio do nervo da terceira divisão. • Bloqueia efetivamente toda a zona de distribuição mandibular do nervo trigêmeo. • Áreas anestesiadas: - Dentes inferiores até linha média. - Mucoperiósteo bucal. - 2/3 anteriores da língua. - Assoalho da cavidade bucal. - Corpo da mandíbula. - Porção inferior do ramo. - Pele sobre o zigomático. - Regiões temporais. • Nervos anestesiados: - Alveolar inferior. - Mental. - Incisivo. - Lingual. - Milo-hioídeo. - Auriculotemporal. - Bucal (75% dos pacientes). Área anestesiada por um bloqueio do nervo mandibular (de Gow- Gates). Se o procedimento a ser realizado envolver a região lingual, é necessário fazer um complemento no nervo lingual. A extensão desse procedimento irá determinar a anestesia: um bloqueio no nervo lingual ou apenas uma infiltração. Em alguns casos, o nervo bucal pode não ser anestesiado nessa técnica. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Área alvo: - Região lateral do côndilo, imediatamente abaixo da inserção do músculo pterigóideo lateral. • Pontos de referência: - Extra-orais: tragos, incisura intertrágica, canto da boca. • Técnica: - Paciente de boca bem aberta. - Localizar os marcos extra-orais: incisura intertrágica/canto da boca. - Alinhar a agulha com o plano que se estende do canto da boca do lado oposto à incisura intertrágica do lado da injeção. - Introduzir a agulha na distal do 2º molar superior logo abaixo da cúspide mesio palatina do 2º MS. - Avançar a agulha devagar até fazer contato com o osso. Cerca de 25 mm (o osso com que se faz contato é o colo do côndilo). Aplicar a anestesia somente depois de encontrar o osso – bisel voltado para o osso. - Depositar 1,8 ml da solução em 60 a 90 segundos. Ponta da agulha é colocada imediatamente abaixo da cúspide mesiolingual do segundo molar maxilar (A) e é movida até um ponto imediatamente distal ao molar (B), mantendo a altura estabelecida na etapa anterior. Esse é o ponto de inserção para um bloqueio do nervo mandibular de Gow-Gates. - Na maioria das vezes, essa técnica necessita de uma agulha longa, pois irá percorrer uma distância muito grande (indicação: calibre 25 ou 27). • Vantagens: - Elevadas taxas de sucesso (95%). - Não necessita de infiltração complementar para o nervo bucal em 75% dos pacientes. • Desvantagens: - Dificuldade ou desconforto por parte do administrador que está habituado com o bloqueio convencional do N.A.I. - Tempo de início da anestesia maior (5 min) em relação ao bloqueio convencional do N.A.I. (3 a 5 min). • Indicações: - Múltiplos procedimentos nos dentes inferiores. - Necessidade de anestesia dos tecidos moles desde o terceiro molar até a linha média. - Necessidade de anestesia dos tecidos moles da língua. - Bloqueio convencional do N.A.I. mal sucedido. Na presença de um terceiro molar maxilar numa oclusão normal, o local de penetração da agulha é imediatamente distal a esse dente. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto • Contra-indicações: - Odontopediatria (principalmente em crianças com comprometimento mental, pois é uma anestesia de todo o hemiarco e apresenta maiores chances de que esses pacientes se machuquem) – Tentar sempre o bloqueio regional convencional. - Comprometimento mental - Infecção ou inflamação na área de injeção - Pacientes incapazes de abrir a boca – se o paciente não consegue abrir a boca, o côndilo não sai de dentro da fossa. Técnica Vazirani-Akinosi: • Sinonímias: - Técnica de Akinosi. - Bloqueio do nervo mandibular com a boca fechada. - Técnica da tuberosidade. • Indicações: - Múltiplos procedimentos em dentes mandibulares. - Incapacidade de localizar pontos de referência para bloqueio do nervo alveolar inferior (ex: língua grande). - Abertura bucal limitada (trismo). - A divisão mandibular do nervo trigêmio é responsável pela inervação motora dos músculos da mastigação, assim, o bloqueio aliviará o trismo produzido por espasmo mandibular (o bizel da agulha nesse caso fica voltado para os tecidos moles). - A técnica de Vazirani-Akinosi é uma técnica intra-oral para obter anestesia e bloqueio motor em casos de trismo unilateral intenso. • Contra-indicações: - Infecção ou inflamação aguda na área da injeção. - Pacientes que poderiam morder o lábio ou a língua, como crianças pequenas e adultos com incapacidade física ou mental. - Incapacidade de visualizar ou obter acesso à face lingual do ramo mandibular. • Nervos anestesiados: - Alveolar inferior. - Incisivo. - Mentoniano. - Lingual. - Milo-hióideo. Área anestesiada por um bloqueio nervoso mandibular de boca fechada de Vazirani-Akinosi. • Vantagens: - Relativamente atraumática. - Não é necessário que o paciente seja capaz de abrir a boca. - Poucas complicações pós-operatórias. - Menor taxa de aspiração positiva (<10%) que no bloqueio do NAI. - Produz anestesia bem sucedida, quando há NAI com canais mandibulares bífidos. • Área alvo: - Tecidos moles na borda medial (lingual) do ramo na região dos nervos alveolar inferior, lingual e milo-hióideo no ponto em que seguem para baixo do forame oval em direção ao forame mandibular. • Técnica: - Orientação do bisel para fora do osso do ramomandibular, isto é, o bisel estará voltado para a linha média. - A agulha entra como se estivesse raspando na parte interna do ramo. - Corpo da seringa paralelo ao plano oclusal maxilar. O nervo trigêmeo possui uma parte sensitiva e uma parte motora. A parte motora está no ramo mandibular. Portanto, ao anestesiá-lo, há um relaxamento na musculatura. Nessa técnica, é necessário fazer um complemento no nervo bucal, a depender do procedimento. P4 – ODONTOLOGIA UNINASSAU RN - @respirando_odonto - Agulha no nível da JMG (junção mucogengival) do 3º ou 2º M maxilar. A, Área de inserção da agulha num bloqueio de Vazirani-Akinosi. B, Mantenha a seringa e a agulha na altura da junção mucogengival acima do terceiro molar maxilar. - Pedir para o paciente ocluir. - Colocar o dedo indicador ou polegar sobre a incisura coronóide, afastando lateralmente os tecidos sobre a face medial do ramo. - Visualizar os pontos de reparo: ▪ Junção mucogengival do terceiro ou segundo molar maxilar; ▪ Tuberosidade maxilar. • Área de punção: - Tecidos moles sobre a borda medial (lingual) do ramo mandibular diretamente adjacente à tuberosidade maxilar, na altura da junção mucogengival, correspondente ao terceiro molar maxilar. - O cilindro da seringa é seguro paralelo ao plano oclusal maxilar, a agulha ao nível da junção mucogengival do terceiro ou segundo molar maxilar. - Avançar a agulha 25 mm no tecido (para um adulto de tamanho médio). Esta distância é medida a partir da tuberosidade maxilar. A ponta da agulha deve estar na porção média do espaço pterigomandibular. - Utilizar agulha longa. - Aspirar. - Se negativo, injetar 1,5 a 1,8 ml (1 tubete) de solução do anestésico. • Sinais: A paralisia do nervo motor ocorrerá tão ou mais rapidamente que a anestesia sensitiva. O paciente com trismo começará a observar aumento na abertura de boca, logo após a injeção do anestésico. Referências: MALAMED, Stanley F.. Manual de Anestesia Local. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda, 2013. Aula teórica de Anestesiologia. Faculdade Maurício de Nassau, Odontologia, 2020. A junção mucogengival é uma linha que se forma entre a gengiva inserida e a mucosa alveolar. Há outras formas de causar o relaxamento da musculatura em pacientes com trismo, como fisioterapia, medicamentos etc. A anestesia é utilizada em casos que precisam ser resolvidos o quanto antes (dor, pulpite etc.).
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