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Programa de atendimento às mulheres em situação de violência Pesquisa: Aline Letícia Alice Ludmila Ana Carolina Luisa Eduardo Nobi Franthesco Slides e projeção: Lívya Apresentação: Ailton José Ana Luiza Karolaine Gustavo Nathalia Igor Rafael João Zanon Rebeca Introdução Violência contra a mulher: todo ato ou conduta de violência baseada no gênero que resulte ou possa resultar em danos físicos, sexuais, psicológicos ou sofrimento da mulher, bem como ameaças de tais atos, coerção ou privação arbitrária da liberdade, quer ocorra em público ou na vida privada No Brasil: ● 23% das mulheres estão sujeitas à v. doméstica ● 70% dos casos acontecem no âmbito doméstico e o agressor é o próprio companheiro ● Apenas 10% das agressões são denunciadas Esse problema impacta na organização e atendimento dos serviços públicos e saúde: ● Uma em cada três usuárias dos serviços de saúde já sofreu violência doméstica ● Problema abordado com dificuldade pelos profissionais de saúde Como a violência praticada contra a mulher começou a ser tratada como um problema a que se deve atenção? ● 1980/1990: problemática da violência adquiriu maior força nos debates políticos e sociais e no planejamento em saúde pública ● 1994: a OPAS realizou uma conferência internacional ● Constatação de que a violência, devido ao grande número de vítimas e à magnitude de suas sequelas físicas e psicológicas, adquiriu um caráter endêmico e se tornou uma responsabilidade da Saúde Pública Feminicídio na pandemia Contextualização e dados ● Previsão quanto aos tipos de violência contra mulher segundo a Lei Maria da Penha. ● Agressão predominantemente realizada por homens próximos às vítimas. ● A cada 7 minutos uma mulher é vítima de violência doméstica. ● Dados de agressão contra mulheres. ● Diferenças regionais. ● Diferenças raciais. Violência de Gênero e Formas de violência ● A violência se manifesta em todas as esferas sociais. Para o enfrentamento deste tipo de violência torna-se imprescindível a integração de várias áreas, como a policial, social, educacional, da justiça e da saúde. ● Área da Saúde: compete ações de promoção, orientação e assistência às mulheres, e para que isso seja feito de maneira adequada é fundamental conhecer os diversos tipos de violência e os seus sinais. Violência de Gênero e Formas de violência ● Tipos de Violência: ○ Violência Física ○ Violência Sexual ○ Violência Psicológica ○ Violência Patrimonial* ○ Violência Moral* * Definidas pela Lei Federal n° 11.340/06 (Lei Maria da Penha) Violência de Gênero e Formas de violência ● Possíveis sinais de Violência e como abordar: ○ Em geral, as mulheres em situação de violência são usuárias assíduas dos serviços de saúde, mas não costumam relatar as agressões sofridas, e muitas vezes são tidas como hipocondríacas e poliqueixosas, apresentando queixas vagas e crônicas, apesar dos resultados normais de exames físicos e complementares. ○ Relatos de acidentes frequentes, bem como a incompatibilidade deste relato e as lesões observadas. ○ Escolha de palavras Violência de Gênero e Formas de violência ● Manifestações Clínicas da Violência: ○ Lesões Físicas Agudas ○ Agressões Sexuais ○ Manifestações Tardias ● Manifestações Psicossomáticas da Violência: ○ Stress Pós-Traumático ○ Alterações Psicológicas ○ Manifestações Sociais da Violência Acolhimento Solidário ● Atenção oportuna, eficaz e ética ● Compreensão sem julgamento ou crítica ● Atendimento contínuo ● Equipe sensibilizada e capacitada ● Acolhimento e suporte às demandas Deveres dos Profissionais de Saúde: ● Criar vínculo individual e institucional ● Avaliação de histórico, riscos, motivação, limitações, possibilidades pessoais, recursos sociais e familiares ● Encaminhamento adequado → Atendimento de casal ou família → Serviços jurídicos → Atendimento psicológico Competência da US ATENDIMENTO PELA EQUIPE DE SAÚDE ● Violência como critério de risco e tema de abordagem ● Atentar aos sinais de alerta (Determinantes) ● Acolhimento ético e atencioso, garantindo privacidade ● Transparência no atendimento ● Identificação e orientação sobre a Rede de Apoio ● Informação e orientação sobre a Delegacia da Mulher ● Registro enfático no prontuário ● Notificação compulsória ● Acompanhamento por visita domiciliar ● Encaminhamento para hospital/especialista, como em casos de violência sexual recente, traumas cranianos e estado de choque emocional ● Centro de referência e atendimento a mulher ○ estão associadas às secretarias de Cidadania e direitos humanos ○ em Vitória: Avenida Maruípe, 2.544, Itararé ● Casas-abrigo ○ mulher vítima de violência e filhos menores de 12 anos ○ associação com outros serviços ● Centros regionais de assistência social - CRAS ○ princípios da Lei Orgânica de Assistência Social Rede municipal de atenção à mulher em situação de violência ● Juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher ○ julgar e executar causas judiciais previstas na Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) ● Instituto Médico Legal -IML ○ exame de corpo de delito e laudos periciais ● Unidades Básicas de Saúde ○ atenção aos sinais de violência, protocolos e encaminhamentos para serviços especializados ● Unidades hospitalares Rede municipal de atenção à mulher em situação de violência Competência dos Serviços de Referência para atendimento em situação de Violência Sexual ● Principais competências: ○ Atender as violências sexuais encaminhadas pelos demais serviços de saúde, delegacias e por procura direta; ○ Requisição de exames periciais, laboratoriais e clínicos; ○ não higienizar nem remover roupas ou secreções antes do exame do perito, a não ser que haja ameaça de vida; ○ realizar a contracepção de emergência nas usuárias em idade fértil; ○ realizar profilaxia das DST/AIDS e Hepatite B; ○ realizar ou encaminhar para acompanhamento psicológico; Competência dos Serviços de Referência para atendimento em situação de Violência Sexual ● Principais competências: ○ preencher obrigatoriamente os dados contidos na Ficha de Notificação Compulsória de Violência Contra a Mulher, ○ Anotar todas as informações no prontuário médico; ○ se a mulher estiver grávida ou suspeitando de gravidez, deve-se identificar claramente a demanda trazida por ela: identificação do desejo de interrupção da gravidez ou de manutenção da gravidez, existência de valores morais ou religiosos que possam determinar ou influenciar a sua decisão e a discussão de alternativas para a interrupção da gravidez; Competência dos Serviços de Referência para atendimento em situação de Violência Sexual ● Principais competências: ○ Orientar e encorajar o registro da ocorrência, caso ainda não tenho feito; ○ Orientar a mulher para retornar o serviço em casos de atraso menstrual; ○ Explicar sobre os atendimentos e os exames que serão realizados durante o acompanhamento até a realização da alta. ● Com menos de 72 horas da agressão ○ Contracepção de emergência ○ Serviço de Referência para Violência Sexual ○ Orientações a vítima e seus direitos ● Com mais de 72 horas e casos de violência crônica ○ Atendimento e acompanhamento para investigar possíveis ISTs e/ou gravidez ● Consulta de Enfermagem: deveres que cabe ao enfermeiro ● Atendimento Médico ○ Exame clínico-ginecologico minucioso Atendimento a mulher em situação de violência sexual ● Atendimento Médico ○ Exames laboratoriais ○ Estimular a adesão ao acompanhamento previsto ○ Análise da necessidade da convocação do parceiro sexual e alerta para o uso de preservativos ○ Encorajar a denuncia, caso não tenha sido feita Atendimento a mulher em situação de violência sexual ● Acompanhamento e alta ○ Também focadas no exame clínico-ginecológico minucioso e nos exames laboratoriais; ● Atendimento Odontológico ○ Identificação de manifestações bucais de violência. Atendimento a mulher em situação de violência sexual ● Anticoncepção de Emergência:○ Medida essencial para pacientes que sofreram estupro. ○ Atua inibindo ou adiando a ovulação, interferindo na capacitação espermática, possivelmente na maturação do oócito, na produção hormonal normal pós-ovulação. ○ Primeira dose da AE: até 72 horas após o coito desprotegido. Atendimento a mulher em situação de violência sexual ● Em caso de gravidez decorrente da violência sexual ○ Devem ser esclarecidas as possibilidades existentes: 1. Desejo de continuar a gravidez e permanecer com o filho; 2. Desejo de continuar a gravidez e dar a criança para adoção; 3. Desejo de realizar a interrupção da gravidez (aborto); Atendimento a mulher em situação de violência sexual Competência dos Serviços de Referência para atendimento em situação de Violência Sexual ● Atendimento psicológico: ○ Garantir o acolhimento das pessoas envolvidas, preservando o respeito e a individualidade da paciente; ○ Respeito do tempo da paciente; ○ Confidencialidade e ética; ○ Suporte psicológico a equipe de saúde envolvida. Competência dos Serviços de Referência para atendimento em situação de Violência Sexual ● A importância do IML ○ atendimento em até 72 horas após a ocorrência; ○ desburocratizar e humanizar o atendimento pericial; ○ coletar materiais para a perícia; ○ rapidez e qualidade de atendimento = favorece prevenção e tratamento de ISTs, gravidez indesejada, além de propiciar suporte psicológico, social e jurídico. Notificação compulsória ● Lei N.º 10.778 regulamentada pela portaria N.º 2.406 permite: ○ Dimensionar o problema da violência contra a mulher ○ Caracterizar as circunstâncias da violência ○ Construir o perfil das vítimas e dos agressores ● Lei n° 13.931: obriga que casos confirmados ou suspeitos de violência contra a mulher sejam reportados a autoridades policiais dentro de 24 horas para que medidas sejam tomadas e para fins de pesquisa ● Mudança na legislação: antes era necessário o consentimento da mulher para notificar o serviço de saúde. Atualmente a polícia deve obrigatoriamente ser notificada Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Métodos de interrupção até 12 semanas de idade gestacional ○ Aspiração A Vácuo Intra-uterina ■ aspiração do conteúdo uterino através de sonda acoplada a um dispositivo que faz a sucção ■ Tipos: ● A Aspiração Elétrica A Vácuo (Aev) ● A Aspiração Manual Intra-uterina (Amiu) ■ Vantagem: ● muito seguro ● rápido e eficiente ● método mais recomendado pela OMS ● riscos raros ou moderados de : ○ infecção, ○ o esvaziamento incompleto, ○ sangramento excessivo, ○ ou perfuração uterina ■ Desvantagem: ● dependendo do método pode ser de alto custo Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Métodos de interrupção até 12 semanas de idade gestacional ○ A Curetagem Uterina ■ retirada de material placentário ou endometrial da cavidade uterina por um instrumento denominado cureta ■ raspagem da cavidade uterina ■ A curetagem uterina deve ser usada apenas quando a aspiração a vácuo não estiver disponível Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Métodos de interrupção até 12 semanas de idade gestacional ○ A Administração O Misoprostol ■ Vantagens: ● Consegue realizar o aborto sem intervenções manuais ■ Desvantagens: ● mais demorado ● possivelmente mais doloroso ● efeitos gastrointestinais mais frequentes. ● risco de sangramento excessivo. Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Métodos de interrupção após 12 semanas de idade gestacional ○ estado de gravidez mais avançado requer mais cuidado; ○ de 12 e menos de 20 semanas de idade gestacional: recomenda-se uso do misoprostol; ○ Obrigatoriedade de internação hospitalar ○ A aspiração intra-uterina e a curetagem não são recomendadas; ○ Métodos cirúrgicos maiores devem ser reservados para situações excepcionais e a histerectomia deve ser abolida como método de abortamento em qualquer hipótese. Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Gestações com mais de 20 semanas de idade gestacional ○ Não se recomenda a interrupção da gravidez após 20 semanas de idade gestacional. A mulher deve ser informada da impossibilidade de atender a solicitação e aconselhada ao acompanhamento pré-natal especializado, facilitando-se o acesso aos procedimentos de adoção, se assim o desejar. Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Preparação do útero ○ Em gestações entre nove e 12 semanas, a preparação ou maturação do colo do útero torna o procedimento de esvaziamento uterino mais rápido e com menor risco de complicações imediatas ■ particularmente desejável para nulíparas e adolescentes; ■ Recomenda-se utilizar dose única de 200 a 400µg de misoprostol, via vaginal, 3 a 4 horas antes do procedimento. Procedimentos para a interrupção da gravidez (Aborto Legal) ● Alívio da dor ○ É fundamental que a equipe de saúde garanta alívio apropriado para a dor ○ A fragilidade emocional da mulher pode influenciam o nível da dor ○ Geralmente, são necessárias medidas de maior intervenção, que utilizem procedimentos específicos de anestesia ou analgesia. ○ Nas situações em que a idade gestacional é superior a 12 semanas, o uso de analgésicos narcóticos, petidina ou morfina, pode ser necessário durante o período de indução do esvaziamento uterino Fim… … da apresentação, mas a luta continua!
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