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Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 1 Limites principal objetivo dessa aula é apresentar o conceito de limites. Vamos começar com a definição informal de limites e suas propriedades e vamos analisar os diversos tipos de limites existentes. Exercícios sobre como calcular limites de uma função são apresentados. O Ao final dessa aula, o estudante deve ser capaz de: • Entender o que é o limite de uma função; • Reconhecer cada propriedade de limite apresentada; • Calcular o limite de uma função; • Compreender o limite de uma função graficamente. Va m os Começar Para iniciarmos nosso estudo sobre limites, vamos considerar a função ( ) 63 2 23 − −= x xxxf ( )x ( 1 ). Observe que f existe para todo x, exceto x = 2. Investigaremos os valores da função quando x está próximo de 2, porém excluindo o 2. x 1,9 1,99 1,999 1,9999 1,99999 1,999999 ( )xf 1,20333333 1,32003333 1,33200033 1,33320000 1,33332000 1,33333200 x 2,1 2,01 2,001 2,0001 2,00001 2,000001 ( )xf 1,47000000 1,34670000 1,33466700 1,33346667 1,33334667 1,33333467 Note que, em ambas as tabelas, à medida que x fica cada vez mais próximo de 2, torna-se cada vez mais próximo de ( )xf 3 4 . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 2 Fatorando a função ( 1 ), temos: ( ) ( )( )23 22 − −= x xxxf Se 2≠x , temos que ( ) 02 ≠−x , logo podemos cancelar esse fator comum. Daí, notemos que a função será dada por ( ) 3 2xxf = . O gráfico de ( )xf será a parábola 3 2xy = , com o ponto ⎟⎠ ⎞⎜⎛ excluído. Note que, graficamente, quanto mais próximo de 2 estiver x, mais próximo de ⎝ 3 4,2 3 4 estará ( )xf . −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 x y x x←→ Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 3 Isto nos leva a seguinte idéia geral: Definição informal de limites: Se os valores de ( )xf puderem ser definidos tão próximos quanto quisermos de certo número L, fazendo x suficientemente próximo de um número a ( mas não igual a a), então escrevemos: ( ) Lxf ax =→lim o qual deve ser lido como “o limite de ( )xf quando x tende a a é igual a L”. Daí, então, podemos escrever, utilizando a função ( 1 ): 3 4 63 2lim 23 2 =− − → x xx x Seja ( ) 572 −+= xxxf . O ( ) 2557limlim 2 33 =−+= →→ xxxf xx . Exemplo ( )Exemplo Exemplo O limite da função 2+= xxf )(xf quando x tende a 7 é igual a 3. Definição formal de limites: Seja f uma função definida para todo número em algum intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente no próprio número a. O limite de quando x tende a a será L, escrito como Lxf ax = → )(lim , se a seguinte afirmação for verdadeira: Dado 0>ε qualquer, existe um 0>δ , tal que se δ<−< ax0 , então ε<− Lxf )( . Para compreender melhor esta definição Usando a definição formal de limites, mostre que . 4)23(lim 2 =−→ xx Solução: Para mostrarmos que 4)23(lim 2 =− → x x , devemos mostrar que para cada 0>ε , existe um 0>δ tal que ( ) ε<− 4− 23x sempre que δ<−< 20 x . Pelo fato de Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 4 sua escolha de δ depender de ε , você precisa estabelecer uma ligação entre os valores absolutos ( ) Exemplo Exemplo 423 −−x e 2−x . ( ) 2363423 −=−=−− xxx Assim, para um dado 0>ε , você pode escolher 3 εδ = . Essa escolha funciona, pois 3 20 εδ =<−< x implica que ( ) εε =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛<−=−− 3 323423 xx Use a definição de limite para provar que . 4lim 2 2 =→ xx Solução: Devemos mostrar que para cada 0>ε , existe um 0>δ tal que ε<− 42x , sempre que δ<−< 2x0 . Para encontrar umδ apropriado, comecemos escrevendo 2242 +−=− xxx . Para todo x no intervalo ( )3,1 , sabemos que 52 <+x . Assim, tomando-se δ como o mínimo entre 5ε e1, segue que, sempre que δ<−< 20 x , temos ( ) εε =⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛<+−=− 5 5 2242 xx x . Dado o limite ( ) 152lim 3 =− → x x , encontre δ tal que ( ) 01,0152 <−−x sempre que δ<−< 30 x . Solução: Neste exemplo estamos trabalhando com um valor dado de ε , ou seja, 01,0=ε . Para encontrarmos um δ apropriado, notemos que: ( ) 3262152 −=−=−− xxx Devido ao fato da desigualdade ( ) 01,0152 <−−x ser equivalente a 01,032 <−x , podemos escolher ( ) 005,001,0 2 1 ==δ . Essa escolha funciona pois Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 5 005,030 <−< x implica que ( ) ( ) 01,0005,0232152 =<−=−− xx Nesse exemplo, perceba que 0,005 é o maior valor de δ que irá garantir que ( ) 01,0152 <−−x sempre que δ<−< 30 x . Qualquer valor positivo menor que 0,005 também serviria. Observação Proposição (unicidade do limite): Se ( ) Lxf ax =→lim e ( ) Mxfax =→lim , então L = M. Propriedades dos Limites Suponha que ( ) e que Lxf ax = → lim ( ) Mxg ax = → lim ( ) , então: ( )[ ] ( ) ( )xgxfxgxf axaxax ML ±=1. ±=± →→→ limlimlim ( )[ ] ( )fcxfc axax ; 2. Lcx ⋅== ⋅⋅ →→ limlim , onde ℜ∈c ; ( ) ( )[ ] ( ) ( )xgxfxgxf axaxax ML ⋅=3. ⋅=⋅ →→→ limlimlim ( ) → xgax ; 4. Se o 0lim ≠= M , então ( )( ) ( ) ( ) M L xg xf xg xf ax ax ax == → → → lim lim lim ; 5. ( )[ ] ( )[ ] nn ax n ax Lxfxf == →→ limlim , (n é um inteiro positivo qualquer) 6. ( ) ( ) nn ax n ax Lxfxf == →→ limlim , se L ≥ 0 e n é um inteiro positivo ou se L < 0 e n é um inteiro positivo ímpar; Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 6 7. ( ) ( ) Lxfxf axax == →→ limlim ; 8. cc ax =→ , ℜlim ∈c ; 9. ax a . x =→lim Calcule . 754lim 2 2 −+→ xxxExemplo ( )7lim5lim4lim754lim 22 2 2 2 2 −++=−+ →→→→ xxxx xxxx 7limlim5lim4 22 2 2 →→→ −+= xxx xx 710lim4 2 2 −+= → xx Propriedade 1 Solução: Propriedade 2 Propriedade 9 7lim25lim4 2 2 2 →→ −⋅+= xx x Propriedade 8 ( ) 3lim4 2 2 += → xx Propriedade 5 ( ) 324 2 +⋅= 19 Propriedade 9 = 3 2 2 3 1 35lim − ++ → x xx x . Calcule Exemplo Solução: Procedendo como no exemplo anterior, temos: 2735lim 2 3x =++→ xx e 81lim 2 3x =−→ x Assim, pela propriedade 4, 8 27 1 35lim 2 2 3x =− ++ → x xx . Consequentemente, usando a propriedade 6, obtemos: Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 7 2 3 8 27 1 35lim 1 35lim 33 2 2 3 3 2 2 3 ==− ++=− ++ →→ x xx x xx xx Calcule 7 49lim 2 7 − − → x x x . Exemplo Solução: A propriedade 4 não é aplicável aqui, pois lim 07 7 =−→ xx . Entretanto, note que ( )( )77749 222 −+=−=− xxxx e ( )( )( ) 77 77 7 492 +=− −+=− − x x xx x x é válido para todos os valores de x, com exceção do valor x = 7; assim, temos que: ( )( ) Exemplo Exemplo 14777lim 7 77lim 7 49lim 77 2 7 =+=+=− +−=− − →→→ xx xx x x xxx Calcule x x x 24lim 0 −+ → . Solução: Note que, novamente não podemos aplicar a propriedade 4, pois o denominador tende a 0. Aqui, devemos aplicar o seguinte artifício matemático: multiplicar o numerador e o denominador por 24 ++ x , para racionalizar o numerador. Esse artifício é chamado multiplicação pelo conjugado. Dessa forma, temos: ( )( )( ) ( )( ) ( ) ( ) ( ) 0 para ,24 1 2424 44 24 24 24 242424 2 2 ≠++= ++=++ −+=++ −+=++ ++−+=−+ x x xx x xx x xx x xx xx x x Assim, ( ) ( ) 4124124lim 1lim 24 1lim24lim 0 0 00 =+=++=++= −+ → → →→ x x xx xxx x Se ( ) 675 252 2 2 −− +−= xx xxxf , encontre ( )xf x 2 lim→ . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 8 Solução:O número 2 não está no domínio de f, pois, se fizermos x = 2, obteremos a expressão indeterminada 0 0 . Lembrando que a fatoração de uma equação do 2º grau é dada por cbxax ++2 ( )( )"' xxxxa −− , em que e são as raízes da equação, temos, fatorando o numerador e o denominador: 'x "x ( ) ( )( )( )( )352 122 +− −−= xx xxxf Como no processo de limite os valores de x considerados são próximos de 2, porém diferentes de 2, temos: ( )( ) ( )( )( ) ,13 3 35 12lim 352 122lim 675 252limlim 222 2 22 =+ −=+− −−=−− +−= →→→→ x x xx xx xx xxxf xxxx 2≠x Limites Laterais Definição informal de limites laterais: Se pudermos tornar os valores de tão próximos quanto quisermos de L, fazendo x suficientemente próximo de a, porém maior que a, então escrevemos ( )xf ( ) Lxf ax =+→lim o qual é lido como “o limite de ( )xf quando x aproxima-se de a à direita é L”. Da mesma forma, se pudermos tornar os valores de ( )xf tão próximos quanto quisermos de L, fazendo x suficientemente próximo de a, porém menor que a, então escrevemos ( ) Lxf ax =−→lim Definição formal de limites laterais à direita: Seja f uma função que está definida em todos os números de algum intervalo aberto ( )ca, . Então, o limite de quando x ( )xf Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 9 ( ) Lxf ax tende a a pela direita é L, e escrevemos Exemplo Exemplo =+→lim 0> se, para todo ε , existir um 0>δ tal que se δ<−< ax0 então ε<− Lxf )( . Definição formal de limites laterais à esquerda: Seja f uma função que está definida em todos os números de algum intervalo aberto ( )ad , . Então, o limite de quando x tende a a pela esquerda é L, e escrevemos ( )xf ( )xf a L x =−→lim se, para todo 0>ε , existir um 0>δ tal que se δ<−< xa0 então ε<− Lxf )( . Teorema: O ( )xf ax→lim existe e será igual a L se, e somente se, e ( )xfax +→lim ( )xfax −→lim existirem e forem iguais a L. Seja h a função definida por . Ache . ( ) ⎩⎨ ⎧ >− ≤+= 1 se ,13 1 se ,12 xx xx xh ( )xh x 1 lim→ Solução: Observe que é igual a , se ( )xh 12 +x 1≤x e 13 −x , se . Devido a essa situação, para acharmos o 1>x ( )xh 1x lim→ , devemos calcular os limites laterais de ( )xh em . Logo, 1=x ( ) 21limlim 2 11 =+= −− →→ xxh xx e ( ) 213limlim 11 =−= ++ →→ xxh xx . Daí, como os limites laterais à esquerda e à direita são iguais, temos que . ( ) 2lim 1 =→ xhx Se ( ) x x xf = , ache se possível, ( )xf x 0 lim→ . Solução: A função f não está definida para x = 0. Logo, devemos usar limites laterais para acharmos . Se , ( )xf x 0 lim→ 0>x xx = e ( ) 1=xf . Logo, lim . Se ( ) 10 =+→ xfx Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 10 ( ) 1 0 lim (( ) 1−=xf . Logo, 0<x , xx −= e = −−→ xfx . Como ) ( )xfxf xx −+ →→ ≠ 00 lim ( )xf x 0 lim→ lim , então não existe . Para compreender melhor este exemplo Limites no Infinito Definição informal de limites no infinito: Se os valores de ( )xf subsequentemente ficam cada vez mais próximos de um número L, à medida que x cresce sem limitação, então escrevemos ( ) Lxf x =+∞→lim Analogamente, se os valores de ( )xf subsequentemente ficam cada vez mais próximos de um número L, à medida que x decresce sem limitação, então escrevemos ( ) Lxf x =−∞→lim Definição formal de limites no infinito: Seja f uma função definida em um intervalo . O limite de quando x cresce indefinidamente, é L, escrito ( +∞,a ) ( )xf ( ) Lxf x =+∞→lim se para todo 0>ε , não importa quão pequeno, existir um número N tal que se então 0> Nx > ε<− Lxf )( . Para compreender melhor esta definição Da mesma maneira: Seja f uma função definida em um intervalo ( )a,∞− . O limite de quando x decresce indefinidamente, é L, escrito ( )xf ( ) Lxf x =−∞→lim se para todo 0>ε , não importa quão pequeno, existir um número 0<N tal que se Nx < então ε<− Lx)f ( . No cálculo de limites no infinito, é de utilidade ter em mente que para qualquer inteiro positivo p, Observação 01lim1lim ==⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +∞→+∞→ px p x xx e 01lim1lim ==⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ −∞→−∞→ px p x xx Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 11 Esses fatos estão ilustrados para valores ímpares e pares de p: ( ) ,1pxxf = p ímpar ( ) , 1 px xf = p par −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 x y Exemplo 3 2 1 4 x y −4 −3 −2 −1 1 2 3 4 5 −1 −2 −3 −4 É bastante útil também, ao se trabalhar com limites no infinito de funções racionais, dividir o numerador e o denominador pela variável independente elevada à maior potência que apareça na fração. Calcule 32 5lim 2 2 −+∞→ x x x . Solução: Dividindo tanto o numerador quanto o denominador por , temos: 2x 222 2 2 2 2 2 32 5 32 5 32 5 xxx x x x x x − = − =− Quando x tende a infinito, sabemos que 2 1 x tende a zero, logo 2 3 x tende a zero. Dessa forma, 2 5 02 5 32 5lim 32 5 lim 32 5lim 222 2 2 2 2 2 =−=− = − =− +∞→+∞→+∞→ xxx x x x x x xxx Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 12 Calcule 1 1lim 2 3 − + +∞→ x x x . Exemplo Solução: Dividindo tanto o numerador quanto o denominador por , temos: 3x +∞= − + = − + =− + +∞→+∞→+∞→ 3 3 33 2 33 3 2 3 11 11 lim 1 1 lim 1 1lim xx x xx x xx x x x xxx Calcule 1 lim 3 2 + − +∞→ x xx x Exemplo Solução: Dividindo tanto o numerador quanto o denominador por , temos: 3x 0 01 0 11 11 lim 1 lim 1 lim 3 2 33 3 33 2 3 2 =+=+ − = + − =+ − +∞→+∞→+∞→ x xx xx x x x x x x xx xxx Para visualizar uma análise gráfica deste exemplo Note isso:Observação Mostrar que se e ( ) 011 axaxaxp nnnn +++= −− L ( ) 011 bxbxbxq mmmm +++= −− L , então: ( ) ( ) mm n n xx xb xa xq xp ±∞→±∞→ = limlim Solução: Temos que, Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 13 ( ) ( ) m m n n x m n m n x mm m m nn n n xm n x mm m m m nn n n n xm m m m n n n n xx xb xa b a x x x b x b x b b x a x a x a a x x x b x b x b bx x a x a x a ax bxbxb axaxa xq xp ±∞→±∞→ − − − − ±∞→±∞→ − − − − ±∞→−− − − ±∞→±∞→ =⋅= ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +++ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +++ ⋅= = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +++ ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ +++ =+++ +++= limlimlimlim limlimlim 0 1 11 0 1 11 0 1 11 0 1 11 0 1 1 0 1 1 L L L L L L Note que o resultado acima só vale se +∞→x ou −∞→x . Limites Infinitos Definição informal de limites infinitos: Se os valores de crescem indefinidamente quando x tende a a, pela direita ou pela esquerda, então escrevemos ( )xf ( ) ou ( ) +∞=−→ xfaxlim +→ xfaxlim = +∞ Analogamente, se os valores de ( )xf decrescem indefinidamente quando x tende a a, pela direita ou pela esquerda, então escrevemos ( ) −∞=+→ xfaxlim ou ( ) +∞=−→ xfaxlim Definição formal de limites infinitos: Seja f uma função definida em todo número de um intervalo aberto I contendo a, exceto possivelmente no próprio a. Quando x tende a a, cresce indefinidamente e escrevemos ( )xf +∞=→ )(lim xfax se para qualquer número , existir um 0>N 0>δ tal que se δ< xf )(−< ax0 , então . N> Da mesma forma: Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 14 Seja f uma função definida em todo número de um intervalo aberto I contendo a, exceto possivelmente no próprio a. Quando x tende a a, ( )xf 0 decresce indefinidamente e escrevemos se para qualquer número −∞=→ )(lim xfax <N , existir um 0>δ tal que se δ xf )(<−< ax0 , então . N< No cálculo de limites infinitos, é de utilidade ter em mente que,para qualquer inteiro positivo p, Observação Exemplo Exemplo +∞=+→ px x 1lim 0 e ⎩⎨ ⎧ ∞− ∞+=−→ ímpar é se, par é se ,1lim 0 p p x px Determinar 1 25lim 1 + + −→ x x x Solução: Quando x tende a 1− , 1+x tende a 0 por valores positivos. Assim, −∞=+ + −→ 1 25lim 1 x x x . Calcule 6 13lim 2 2 2 −+ ++ → xx xx x . Solução: Substituindo x = 2 na função acima, observamos que 2 é raiz do denominador, mas não é raiz do numerador. Dessa forma, temos que usar limites laterais: Assim, ( )( ) +∞=+− ++=−+ ++ ++ →→ 32 13lim 6 13lim 2 22 2 2 xx xx xx xx xx e, Para visualizar uma análise gráfica deste exemplo ( )( ) −∞=+− ++=−+ ++ −− →→ 32 13lim 6 13lim 2 22 2 2 xx xx xx xx xx Logo, não existe 6 13lim 2 2 2 −+ ++ → xx xx x . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 15 Teorema: Se a for um número real qualquer e se ( ) 0lim = → xf ax e , onde c é uma constante não-nula, então: ( ) cxg ax = → lim i. Se c > 0 e se ( ) 0→x por valores positivos de f ( )xf , ( ) ( ) +∞=→ xf xg ax lim ii. Se c > 0 e se ( ) 0→x por valores negativos de f ( )xf , ( ) ( ) −∞=→ xf xg ax lim iii. Se c < 0 e se ( ) 0→x por valores positivos de f ( )xf , ( ) ( ) −∞=→ xf xg ax lim iv. Se c < 0 e se ( ) 0→x por valores negativos de f ( )xf , ( ) ( ) +∞=→ xf xg ax lim Calcule 1 2lim 1 −−→ x x x Exemplo Solução: Temos que lim 22 1 =−→ xx e 01lim1 =−−→ xx , por valores negativos. Logo podemos aplicar o Teorema acima. Dessa forma, −∞=−−→ 1 2lim 1 x x x Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 16 Calcule 32 2lim 2 2 3 −− ++ → xx xx x Exemplo Solução: O limite do numerador é 14 e o limite do denominador tende a zero quando x tende a três. Podemos escrever a função dada como ( ) ( )( )13 22 +− ++= xx xxxf Apliquemos os limites laterais para acharmos 32 2lim 2 2 3 −− ++ → xx xx x : ( )( ) −∞=+− ++=−− ++ −− →→ 13 2lim 32 2lim 2 32 2 3 xx xx xx xx xx e, ( )( ) +∞=+− ++=−− ++ ++ →→ 13 2lim 32 2lim 2 32 2 3 xx xx xx xx xx ( ) Como ∞+ e − não são números reais, as propriedades dos limites não são válidas para limites infinitos. Para esses tipos de limites, temos as seguintes propriedades: ∞ 1. Se +∞=→ faxlim x e ( ) cxgax =→lim , onde c é uma constante qualquer, então ( ) ( ) +∞=x ; [ ]+→ gxfaxlim 2. Se −∞( ) =→ faxlim x e ( ) cxgax =→lim , onde c é uma constante qualquer, então ( ) ( ) −∞=x ; [ ]+ gxf a→xlim 3. Se ( ) +∞=→ fax xlim e ( ) cxgax =→lim , onde c é uma constante não-nula, então Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 17 i. Se c > 0, ( ) ( )[ ] +∞=⋅→ xgxfaxlim ii. Se c < 0, ( ) ( )[ ] −∞=⋅→ xgxfaxlim 4. Se ( ) −∞=→ xfaxlim e ( ) cxgax =→lim , onde c é uma constante não-nula, então i. Se c > 0, ( ) ( )[ ] −∞=⋅→ xgxfaxlim ii. Se c < 0, ( ) ( )[ ] +∞=⋅→ xgxfaxlim Calcule ⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++−+→ 2 1 2 1lim 2 xxx Exemplo Exemplo Solução: Como +∞=−+→ 2 1lim 2 xx e 4 1 2 1lim 2 =++→ xx , pela propriedade 1 temos que +∞=⎥⎦ ⎤⎢⎣ ⎡ ++−+→ 2 1 2 1lim 2 xxx . ( )Se 34 29 2 + += x xxf ( )xf x +∞→lim , calcule: a) b) ( )xf x −∞→lim Solução: a) Se +∞→x , então xx =2 e, 4 3 34 29 lim 34 29 lim 34 29lim 22 2 2 = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + + = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + =+ + +∞→+∞→+∞→ x x x x x x x x x x xxx b) Se −∞→x , então xx −=2 e, Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 18 4 3 34 29 lim 34 29 lim 34 29lim 22 2 2 −= ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + +− = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ + =+ + +∞→+∞→+∞→ x x x x x x x x x x xxx Limite infinito no infinito: Se os valores de crescem sem limitação quando ( )xf +∞→x ou −∞→x , então escrevemos Observação ( ) +∞=+∞→ xfxlim ou ( ) +∞=−∞→ xfxlim Se os valores de decrescem sem limitação quando ( )xf +∞→x ou −∞→x , então escrevemos ( ) −∞=+∞→ xfxlim ou ( ) = −∞−∞→ xfxlim +∞=+∞→ 3lim x x Exemplo ( ) −∞=−+∞→ 3lim xx −∞=−∞→ 3lim x x Exemplo Exemplo ( ) +∞=−−∞→ 3lim xx Exemplo Sejam três funções f, g e h tais que ( )xh esteja entre ( )xf e , ou seja, “imprensada” entre e . Se f e g tem um limite comum L quando x tende para a, então, h deve ter o mesmo limite L. Isso enuncia o seguinte teorema: ( )xg ( )xf ( )xg Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 19 Teorema do Confronto ou Teorema do Sanduíche: Suponhamos ( ) ( ) ( )xgxhxf ≤≤ ( ) para todo x em um intervalo aberto contendo a, exceto possivelmente para o próprio a. ( )xgLxf axax →→ == limlim ( ) Lxhax =→lim, então Se Se ( ) ( ) (xgxhx ≤≤ xhxf ≤≤ )f para todo x em um intervalo aberto contendo x, então o gráfico de h estará entre os gráficos de f e g naquele intervalo. Se f e g tem o mesmo limite L quando x tende para a, então, pelo gráfico, h tem o mesmo limite L. para todo x em um intervalo aberto contendo x, então o gráfico de h estará entre os gráficos de f e g naquele intervalo. Se f e g tem o mesmo limite L quando x tende para a, então, pelo gráfico, h tem o mesmo limite L. y x y = f(x) y =h(x) y =g(x) a L 01 0 =→ xxsenxlim Mostre que Mostre que Exemplo Solução: Como 11 ≤≤− senx , para todo x, então: 110 ≤≤ x sen , se 0≠x Logo, se 0≠x x x senx x xsen ≤⋅= 11 Assim, x x xsen ≤≤ 10 , se 0≠x Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 20 Como e 00lim 0 =→x 0lim0 =→ xx , segue, pelo teorema do confronto que 01lim 0 =→ xxsenx . Exemplo Se ( ) Mxf ≤ para todo x, onde M é uma constante, use o teorema do confronto pra provar que ( ) 0lim 2 0 =→ xfxx . Solução: Como ( ) Mxf ≤ , temos que: ( ) MxfM ≤≤− Multiplicando por , temos: 2x ( ) MxxfxMx 222 ≤≤− Como ( ) 0lim 2 0 =−→ Mxx e , pelo teorema do confronto, . 0lim 2 0 =→ Mxx ( ) 0lim 2 0 =→ xfxx 1º Limite Fundamental Teorema: 1lim 0 =→ θ θ θ sen (θ em radianos) Demonstração: Verifiquemos os limites laterais. Para mostrarmos que o limite à direita é igual a 1, consideremos 2 0 πθ << . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 21 y T P Observe que área < área do setor OAP < área OAPΔ OATΔ Como: área OAPΔ = ( ) θθ sensen 2 11 2 1 =⋅⋅ área do setor OAP = ( ) 2 1 2 1 2 1 22 θθθ =⋅⋅=r OAT área Δ = ( ) θθ tgtg 2 11 2 1 =⋅⋅ temos, θθθ tgsen 2 1 22 1 << Dividindo por 2 θsen : θθ θ cos 11 << sen Assim, θθ θ cos1 >> sen Uma vez que e 11lim 0 =+→θ 1coslim0 =+→ θθ , do teorema do confronto temos que 1lim 0 =+→ θ θ θ sen 1 x 0 1 A (1,0) Q θ senθ cosθ tgθ Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 22 Observe que se ( ) ,θ θθ senf = ( ) ( ) ( )θθ θ θ θ θ θθ fsensensenf ==− −=− −=− . Logo, ( )θf é uma função par e portanto, seu gráfico é simétrico em relação ao eixo y. Essa simetria implica que θ θ θ θ θθ sensen −+ →→ == 00 lim1lim Logo, 1lim 0 =→ θ θ θ sen . Mostre que 0cos1lim 0 =−→ x x x Exemplo Exemplo Solução: Pela fórmula do ângulo-metade, 2 cos1 2 2 xxsen −=⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ , logo: 2 22 2 cos1 22 x xsen x xsen x x ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ = ⎟⎠ ⎞⎜⎝ ⎛ =− Chamaremos 2 xs = e notemos que s se aproxima de zero, quando x se aproxima de zero. Então: s ssen x x 2cos1 =− De modo que, 01.0 lims lim limlimcos1lim 000 2 00 ==⋅=⎥⎦⎤⎢⎣ ⎡ ⋅==− →→→→→ s ssensen s ssenssen s ssen x x ssssx Calcule x xsen x 5lim 0→ . Solução: Chamemos t = 5x e notemos que t se aproxima de zero quando x se aproxima de zero. Como 5 tx = , segue que: Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 23 515lim55lim 5 5 5 lim 5 lim5lim 00000 =⋅=⋅==== →→→→→ t sent t sent t sent t sent x xsen ttttx Calcule xsen xsen x 9 7lim 0→ . Exemplo Solução: Temos que: x xsen x xsen x xsen x xsen x xsen x xsen x xsen x xsen xsen xsen x x xxxx 9 9lim 7 7lim 9 7 9 9 7 7 lim 9 7 9 99 7 77 lim 9 7 lim 9 7lim 0 0 0000 → → →→→→ ==== Fazendo u = 7x e v = 9x, e lembrando que se x tende a zero, u e v tendem a zero também, temos: 9 7 1 1 9 7 lim lim 9 7 9 7lim 0 0 0 =⋅== → → → v vsen u usen xsen xsen v u x )x ax→ ( )xf ax→lim Continuidade De modo informal Quando definimos (flim , analisamos o comportamento da função para valores de x próximos de a, porém diferentes de a. Em muitos exemplos, vimos que pode existir, mesmo que f não esteja definida no ponto a. Se f está definida em a e existe, pode ocorrer que este limite seja diferente de ( )xf ( )xf ( )af . Quando ( ) diremos, de acordo com a definição abaixo, que f é contínua em a. ( )afxf ax =→lim Definição: Uma função f é contínua em um número a se satisfaz as seguintes condições: i. ( )af é definida; Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 24 ii. ( )xf ax→lim existe; iii. ( ) ( )af= . xf ax→lim Segue alguns esboços de gráficos de funções que não são contínuas em a. Se uma (ou mais) das três condições da definição não forem satisfeitas, dizemos que f é descontínua em a. Observe os gráficos acima. As descontinuidades em ( I ) e ( III ) são descontinuidades removíveis, pois podemos removê-las definindo adequadamente o valor de . A descontinuidade em ( II ) é do tipo salto, conforme a aparência do gráfico. Se tende para + ou ( )af (f )x ∞ ∞− quando x tende para a pela esquerda ou pela direita, conforme o gráfico ( IV ), temos uma descontinuidade infinita em a. a x y Para ver a animação deste exemplo a y x ( I ) ( II ) a y x a y x ( III) ( IV) Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 25 A função ( ) x x xExemplo f = não é contínua em a = 0, pois ( )0f não é definido e também não existe. ( )xf x 0 lim→ y x Descontinuidade tipo salto A função f definida por ( ) 52 += xxf é contínua em x = 0? Exemplo Solução: Como , ( ) 5500 2 =+=f ( )0f está definida. ( )( ) 55limlim 2 00 =+= →→ xxf xx ( ) . Temos que ( )05lim 0 fxf x Assim, = =→ Como as condições de (i) a (iii) da definição foram satisfeitas, concluímos que f é contínua em 0. Exemplo Verifique se a função f definida por ( ) ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ −= −≠+ ++ = 1 se 3 1 se 1 132 2 x x x xx xf é contínua em para o número . 1− Para ver a animação deste exemplo Solução: Testando as três condições da definição, temos: i. ( ) 31 = −f ii. ( ) ( )( ) 112lim 1 112lim 1 132limlim 11 2 11 −=+=+ ++=+ ++= −→−→−→−→ xx xx x xxxf xxxx iii. Como ( ) ( )xff x 1 lim131 −→=−≠=− , a função é descontínua em x = 1− . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 26 Exemplo Seja a função definida por ( ) ⎪⎩ ⎪⎨⎧ <++ ≥+= 0 se 3 0 se 9 2 xxx xx xf . Verifique se a função é contínua em x = 0. Para ver a animação deste exemplo Solução: Pela definição de função contínua, temos: i. ( ) 39900 ==+=f ; ( ) ( ) 39 = 9limlim e 33limlim 00 2 00 =+==++= −+−− →→→→ xxfxxxf xxxx Logo, ( ) 3lim 0 =→ xfx ii. iii. ( ) (03lim 0 fxf x ==→ ) Logo, a função é contínua em x = 0. Propriedades das funções contínuas 1. Se as funções f e g são funções contínuas em um ponto a, então: i. gf + é contínua em a; ii. gf − é contínua em a; iii. gf ⋅ é contínua em a; iv. gf / é contínua em a, desde que ( ) 0≠ag . 2. Uma função polinomial é contínua para todo número real. 3. Uma função racional é contínua em todos os pontos de seu domínio. 4. As funções trigonométricas são contínuas em todo seu domínio. 5. As funções exponencial e logarítmica são contínuas em todo seu domínio. Exemplo Determine os números nos quais a função é contínua. ( ) ⎩⎨ ⎧ > ≤−= 1 se 1 se 32 2 xx xx xf Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 27 Solução: As funções 32 −x e são polinomiais e, portanto, contínuas em qualquer número. Assim, temos que o único número cuja continuidade é questionável é x = 1. Dessa forma, 2x i. ( ) ( ) 13121 −=−⋅=f ii. ( ) ( ) 1limlim 132limlim 2 11 11 == −=−= ++ −− →→ →→ xxf xxf xx xx Assim, como ( ) ( )xfxf xx +− →→ ≠ 11 limlim , temos que não existe Exemplo ( )xf x 1 lim→ ( ) ⎩⎨ ⎧ > ≤−= 1 xse 1 se 27 2kx xx xf 2 Portanto, a função será contínua em todos os números, exceto x = 1. Ache o valor para a constante k, se possível, que fará a função contínua para todos os números reais. Solução: Sabemos que as funções 7 −x ( ) 71 e são contínuas em todo seu domínio. Para que a função f seja contínua para todos os números reais, basta verificarmos a continuidade de f para x = 1. Assim, verifiquemos as três condições da definição de continuidade: 2kx i. 521 =−⋅=f kxxf xxf xx xx = ii. k= − == ++ −− →→ →→ 11 11 lim)(lim 527lim)(lim 2 Para que exista, temos que k seja igual a 5. 1 )(lim →x xf iii. Para que a função f seja contínua para todos os números reais, temos que )1()(lim 1 fxf x = → , logo k = 5. Continuidade à esquerda e à direita: Seja f a função definida em um intervalo fechado [ . Dizemos que uma função é contínua à esquerda no ponto c se ]ba, )()(lim bfxf bx =−→ e é contínua à direita no ponto c, se Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 28 )()(lim afxf ax =+→ Assim, definimos continuidade em um intervalo fechado: Definição: Uma função f é dita contínua em um intervalo fechado [ ]ba, , se as seguintes condições são satisfeitas: i. f é contínua em ( )ba, ; ii. f é contínua à direita em a; iii. f é contínua à esquerda em b. ( ) 29 xxf −= . Verifique a continuidade da função Exemplo Solução: Como o domínio da função f é o intervalo fechado [ ] , necessitamos investigar a continuidade de f no intervalo aberto 3,3− ( )3,3− e nos pontos extremos. Seja c um ponto qualquer do intervalo ( )3,3− . Então, pela definição de continuidade em um ponto, temos: i. 29 c− está definido pois )(cf = ( )3,3−∈c ; ii. 29 c− existe pois 29lim)(lim xxf cxcx =−= →→ ( )3,3−∈c ; iii. )(cf 9)(lim 2cxf cx =−=→ Logo, a função é contínua para todo ponto do intervalo ( )3,3− . Verifiquemos os extremos: 039)3( e 09lim)(lim 22 33 =−==−= −− →→ fxxf xx , logo f é contínua à esquerda em 3. Além disso, ( ) 039)3( e 09lim)(lim 22 33 =−−=−=−= ++ −→−→ fxxf xx , logo f é contínua à direita em . 3− Dessa forma, temos que f é contínua no intervalo fechado [ ]3,3− . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 29 Teorema do Valor Intermediário Observe o gráfico abaixo: y x f(b) k f(a) a x b ] b ] Note que a função descrita por este gráfico é contínua no intervalo fechado . Note também que, se traçarmos qualquer linha reta horizontal y = k, onde k está entre e , então essa reta cruzará a curva y Note que a função descrita poreste gráfico é contínua no intervalo fechado . Note também que, se traçarmos qualquer linha reta horizontal y = k, onde k está entre e , então essa reta cruzará a curva [ ba,[ ba, )(af )(af )(bf )(bf )(xf )(xfy = pelo menos uma vez em . Essa idéia está mais precisamente formulada no seguinte teorema: [ ba, ] Teorema do Valor Intermediário: Se f for contínua em um intervalo fechado [ e k é um número qualquer entre e , inclusive, então há no mínimo um número x no intervalo tal que ] )(af ] kxf =)( . 0)( =xf ba, )(bf [ ba, Uma infinidade de problemas pode ser reduzida a encontrar raízes da equação . Um procedimento para aproximação de raízes está baseado na seguinte conseqüência do Teorema do Valor Intermediário: Conseqüência (Teorema de Bolzano): Se f for contínua em [ ]ba, e se e forem diferentes de zero e tiverem sinais opostos, então há no mínimo, um número c entre a e b tal que . )(af )(bf 0)( =cf Exemplo Dada a função f definida por no intervalo , ache um número c no intervalo dado, tal que 65)( 2 −+= xxxf 0) ]2,1[− ( =cf . Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 30 Solução: Como f é uma função polinomial, ela será contínua em toda parte e assim, será contínua no intervalo ]2,1[− . Uma vez que 10)1( −=−f e , o Teorema do Valor Intermediário garante que existe um número c entre − e 2, tal que , isto é: 8)2( =f 1 0)( =cf 6" e 1' 2 75 0652 −== ±−= =−+ cc c cc Rejeitamos , pois esse número não está no intervalo 6−=c ]2,1[− . Logo, como , e , temos que o número procurado é c = 1. [ ]2,11 −∈=c 0)1( =f Resolva os exercícios abaixo para você compreender melhor a aula sobre limites e sanar suas dúvidas. 1. Calcule, caso existam, os limites abaixo. a) 32 63 2 2 1 −+ −+ → 3lim x x xx x b) 19 123lim 2 2 3 1 − −+ → x xx x c) xx x x − − → 2 2 1 1lim d) 1 12 1 − −− → x x x 2lim e) x x x 7 25lim 3 3 − +∞→ f) 1015 107 5 3lim xx xx x − − +∞→ g) 4 4 35 5lim +−∞→ x x x h) 154 3756lim 3 23 +− +−+ −∞→ xx xxx x i) x x x lim→ 2 0 j) 12 22lim 21 +− − +→ xx x x l) 2 2lim 2 2 − − +→ x x x m) 23 5lim 3 2 −+→ xx Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 31 n) 4 4lim 2 2 2 − − −→ x x x o) 35 13lim 2 2 − +− −∞→ x xx x p) , sendo )(lim 2 xf x→ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ ≤− >−= 2 se 3 2 se 52 1 )( 3 xx x xxf q) , sendo )(lim 0 xf x→ ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ > = <+ = 0 se3x -1 0 se 7 0 se 1x5 )( x x x xf 2. Seja a função f definida por 22≠ . Calcule m para que f seja contínua em zero. 0 se 1 e 0 se 8 3 )( 3 2 ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ =− ≠− − = xm xx xx xx xf 3. Sabendo que f dada por xx xxxf − − 2 4 ara 0= 3 )( p ≠x e 1≠x , é uma função contínua em zero, calcule )0(f . 4. A função f definida por ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = ≠− − = 3 se 1 3 se 3 3 )( x x x x xf é contínua em 3? Justifique. 5. Sendo f a função definida por 0 se 0 0 se )( 2 2 ⎪⎩ ⎪⎨ ⎧ = ≠+= x x x xxxf , verifique: a) se f é contínua em 1. Justifique. b) se f é contínua em 0. Justifique. Respostas: 1. a) 4 9 b) 3 2 c) 2 d) 1− e) 7 53 f) 0 g) 4 5 5− h) 2 3 i) 0 j) ∞+ Universidade Federal de Viçosa - Departamento de Matemática Notas de Aula - Cálculo I - Limites 32 l) ∞+ m) ∞+ n) 1− o) 5 1 p)NE q) 1 2. 8 5=m 3. 4 4. a) Não 5. a) Sim b) Não Para saber mais sobre limites, consulte as referências listadas abaixo... Par a você começar ! • G. THOMAS, Cálculo, vol. 1, Addison Wesley, 2003. • J. STEWART, Cálculo, vol. 1, São Paulo, Thomson Learning, 2002. • H. ANTON, Cálculo um novo horizonte, vol. 1, Porto Alegre, Bookman, 2007. Quer apr of undar mai s um pouco? Gost a de desaf i os? • L. LEITHOLD, O Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, São Paulo, Harbra, 1994 • E. D. PENNEY e Jr. C. H. EDWARDS, Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, Ed. Prentice-Hall, 1997. • E. W. SWOKOWSKI, Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, Makron Books, 2ª edição, 1994 ? • H. L. GUIDORIZZI, Um Curso de Cálculo, vols. 1 e 2, Rio de Janeiro, LTC, 2001. • P. BOULOS, Introdução ao Cálculo, vols. 1 e 2, São Paulo, Edgard Blücher, 1974. • G. F. SIMMONS, Cálculo com Geometria Analítica, vol. 1, São Paulo, Ed. McGraw-Hill, 1987 Par a os amant es da net ... • http://ecalculo.if.usp.br/
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