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Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia – Fernanda Daumas SOMESTESIA DEFINIÇÃO • Somestesia é o conjunto de modalidades sensori- ais que que informam aspectos do corpo e podem ser: ❖ Visão ❖ Olfato ❖ Tato ❖ Gustação ❖ Nocicepção (estruturas capazes de detectar tato de dor). ❖ Termorrecepção ❖ Propriocepção (grau de contração da musculatura) ❖ Equilíbrio (está dentro do ouvido interno), especi- fico para a posição da cabeça. ❖ Interocepção (sensibilidade do meio interno, ou seja, das vísceras, pressão de co2, pH, glicemia, etc.) INTRODUÇÃO • Diante da informação que está chegando (audição, visão, etc.) é trabalhada no SNC para produzir uma resposta frente a esse estimulo. Essa resposta vai controlar as vísceras ou musculatura esquelética. Essa aula trata das detecções que o SNP faz. • Nossa percepção de mundo depende do nosso equipamento. Nem tudo que vemos é o real. Pode haver coisas que não estimulem a nossa retina, logo não vamos ver. Com o som é a mesma coisa. No espectro eletromagnético várias coisas não sensibilizam nossa retina como raio gama, raio x entre outros. O que vemos é a luz visível pois ela consegue sensibilizar nossa retina. • Sabemos que no final tudo se resume ao potencial de ação e ele será necessário para levar esse esti- mulo ao SNC, mas como a luz ou uma onda sonora vai virar um potencial de ação(interrogação). Exis- tem estruturas que transduzem o sinal fazendo a célula perceber o sinal e entrar em potencial de ação. ❖ Na olfação por exemplo as moléculas de odor vão sensibilizar neurônios na cavidade nasal e se esse estimulo for suficientemente forte essas moléculas se ligam, alteram canais iônicos e o neurônio entra em potencial de ação e assim é com toda a modali- dades sensoriais. ❖ No tato, o toque por estimulo mecânico abre os canais iônicos, entra sódio e entra em potencial de ação. • Quase todas as modalidades sensoriais antes de ir para o córtex passam por uma estrutura chamada de tálamo. Ele é como se fosse um departamento. Quando chega informação auditiva por exemplo ele encaminha para o córtex auditivo primário, in- formação visual ele encaminha para o córtex visual primário e assim por diante. O único sistema sen- sorial que não necessariamente é encaminhado pelo tálamo é o auditivo. O tálamo encaminha as informações para o córtex. Só tomamos consciên- cia de uma modalidade sensorial quando ela chega no córtex primário. Essa consciência é cada vez mais trabalhada à medida que vai chegando em áreas frontais no ou temporais do cérebro que é o córtex de associação. TATO • Os receptores sensoriais da pele como, Meissner, pacini e rufini são capazes de detectar o tato. Eles são mecanorreceptores. Os neurônios sensoriais do tato são mielinizados e relativamente grossos. • Conseguimos diferenciar o aspecto de que tato sentimos (por exemplo se o que encostou é ás- pero, liso, pontiagudo, molhado, etc.) pela combi- nação de receptores que podem formar uma varie- dade de combinações. ❖ Exemplo: ativação de receptor merkel+ rufini + duas vezes pacini = sensação de molhado. • Um toque leve sensibiliza receptores mais superfi- ciais enquanto um toque mais grosseiro sensibiliza receptores mais profundos. ❖ Os receptores de tato se diferenciam pela profun- didade na pele e pela capacidade de adaptação do estimulo (receptores de adaptação lenta e rápida). Assim que o receptor sensorial é ativado essa informação vai para medula, chegando pelo corno dorsal → neurônio de associação → cordonal da projeção → substancia branca → córtex. Somestesia: tato Universidade Federal do Rio de Janeiro| Neurofisiologia – Fernanda Daumas SOMESTESIA Cada neurônio tem uma área de alcance chamado de campo receptivo. Esse campo receptivo é a área da pele inervada por um único neurônio sensorial. No nosso corpo a distribuição desses campos receptivos é desigual, isso re- sulta em áreas do nosso corpo que acabam sendo mais sen- síveis que outras. As áreas mais sensíveis possuem um campo receptivo menor, no entanto sua capacidade de dis- criminação é muito maior. Nas costas por exemplo onde te- mos menos discriminação entre dois pontos um neurônio sozinho da conta de uma extensa área. Quando é feito um toque duplo eles entram no mesmo campo receptivo já que ele é grande e por isso o encéfalo interpreta como se fosse um toque só e não como dois. REGIÃO MUITO SENSÍVEL : muitos campos receptivos, porem de tamanho pequeno. Campo receptivo: área inervada por um único neurônio sensorial. Os axônios de neurônios que levam informação sensorial são mielinizados. Alguns neurônios podem ser mais grossos ou menos grossos conferindo propriedade diferente de ve- locidade a diferentes tipos de sensações. DERMÁTOMO • Área inervada por um único seguimento da me- dula. Cada parte do corpo possui uma área de cor- respondência de resposta na medula. CAMINHO DA INFORMAÇÃO DO TATO • A informação chega ao corno dorsal faz conexão com outro neurônio e sobre pela medula no mesmo lado em que chega. Ela sobe pela substan- cia branca pelos tratos. Um desses tratos é o lem- nisco medial que leva informação de tato discrimi- nativo. Ao chegar nos núcleos da coluna dorsal no tronco encefálico essa informação faz sinapse com outro neurônio e esse neurônio é projetado para o outro lado onde sobe contra lateral ao tálamo e do tálamo para a área de córtex somestésico primá- rio(S1). Assim, o córtex direito processa os toques do lado esquerdo e vice-versa. • Na face o tato passa pelo nervo trigêmeo. Ela chega ao núcleo do nervo trigêmeo, faz sinapse mudando de lado, em seguida a informação vai para o tálamo e depois S1. A informação não passa na medula. • Chegando a S1 as informações vão para locais es- pecíficos de acordo com cada região do corpo. CÓRTEX SOMESTÉSICO PRIMÁRIO • Em S1 temos a representação de um ‘’mapa’’ do nosso corpo em que cada parte dele tem uma re- presentação em S1. Essa representação é chamada de somatotopia. Podemos observar que nesse lo- cal a representação (maior área de tecido cortical) de alguns locais são maiores que outros e isso tem relação com a maior sensibilidade de algumas regi- ões do que outras. Tal conceito possibilitou criar o homúnculo motor, sensorial etc. Um tempo depois foi visto que essas áreas do cérebro podem ser modificadas, desenvolvidas ou atrofiadas para os sentidos. ❖ Podemos dizer que a maior sensibilidade de uma parte do corpo, por exemplo as mãos devem-se a alta quantidade de campos receptivos e a maior área de tecido cortical dedicado a essa parte. ALTERAÇÕES DOS MEMBROS • Membro fantasma: algumas pessoas mesmo com algum órgão amputado continuam sentido o mem- bro. Em alguns casos os indivíduos continuam até mesmo sentindo a dor daquele membro antes de ser amputado. • Outros casos de indivíduos podem não sentir o membro fantasma o tempo inteiro. Com isso, ob- servaram que tinha como estimular o membro fan- tasma através da estimulação de outra região que não o membro fantasma. Chamamos isso de sen- sação referida.
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