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Sousa MM, Araújo AA de, Barros MAA MF et al. Alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao … Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(6):1717-23, jun., 2014 1717 DOI: 10.5205/reuol.5876-50610-1-SM.0806201435 ISSN: 1981-8963 ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS E CUIDADOS INTENSIVOS AO PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: ESTUDO DE CASO HEMODYNAMIC CHANGES AND INTENSIVE CARE TO PATIENTS WITH HEART FAILURE: A CASE STUDY ALTERACIONES HEMODINÁMICOS Y CUIDADOS IINTENSIVOS PARA PACIENTES CON INSUFICIENCIA CARDIACA: UN ESTUDIO DE CASO Mailson Marques Sousa1, Angela Amorim de Araújo2, Márcia Abath de Aires Barros3, Maria Eliane Moreira Freire4, Marta Miriam Lopes Costa5 RESUMO Objetivo: relatar as alterações hemodinâmicas e os cuidados intensivos realizados com paciente com insuficiência cardíaca. Método: estudo descritivo, do tipo relato de caso clínico, realizado em maio de 2013, em um hospital de ensino no município de João Pessoa, PB/Brasil. Para a coleta de dados, foram utilizados dados do prontuário (ficha de enfermagem e médica) e exames laboratoriais. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob protocolo nº 11012512.0.0000.5183/2012. Resultados: dispneia, fadiga e edema foram as principais alterações hemodinâmicas encontradas no portador de insuficiência cardíaca. Os principais cuidados intensivos implicados são boa oxigenação, estabilidade hemodinâmica, alívio da congestão, controle hídrico e monitoramento do peso. Conclusão: espera-se que estudos complementares apoiem e conduzam a terapêutica dos pacientes com IC e auxiliem os profissionais no manejo da IC, melhorando a saúde e contribuindo para a qualidade de vida dos pacientes com nesta condição. Descritores: Insuficiência Cardíaca; Hemodinâmica; Terapia Intensiva. ABSTRACT Objective: to report the hemodynamic alterations and intensive care provided to patients with heart failure. Method: descriptive study, of clinical case type, held in May 2013 in a teaching hospital in the city of João Pessoa, PB/Brazil. Medical records were used for data collection (nursing and medical record) and laboratory exams. The research project was approved by the Ethics in Research Protocol 11012512.0.0000.5183/2012. Results: dyspnoea, fatigue and edema were the main hemodynamic changes found in the patient with heart failure. The main involved intensive care are good oxygenation, hemodynamic stability, congestion relief, water control and monitoring of weight. Conclusion: it is expected that further studies are supportive and conducive to therapy of patients with HF and assist professionals in the management of HF, improving health and contributing to the quality of life of patients with this condition. Descriptors: Heart Failure; Hemodynamics ; Intensive Care . RESUMEN Objetivo: reportar las alteraciones hemodinámicas y cuidados intensivos proporcionados a los pacientes con insuficiencia cardíaca. Método: estudio descriptivo, de tipo caso clínico, realizado en mayo de 2013, de un hospital universitario de la ciudad de João Pessoa, PB/Brasil. Para la colección de datos, fueron utilizados datos de registros médicos (registro de enfermería y médico) y exámenes de laboratorio. El proyecto de investigación fue aprobado por el Comité de Ética en Investigación con el Protocolo nº 11012512.0.0000.5183/2012. Resultados: disnea, fatiga y edema fueron las principales alteraciones hemodinámicas encontradas en el paciente con insuficiencia cardíaca. Los principales cuidados intensivos involucrados son buena oxigenación, estabilidad hemodinámica, alivio de la congestión, control del agua y monitoreo de peso. Conclusión: se espera que estudios complementares apoyen y sean convenientes para el tratamiento de los pacientes con IC y ayudan a los profesionales en el manejo de la IC, mejorando la salud y contribuyendo para la calidad de vida de los pacientes con esta condición. Descriptores: Insuficiencia Cardíaca; Hemodinámica; Cuidados Intensivos. 1Enfermeiro, Especialista em Saúde Coletiva, Pós-graduando do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Hospitalar, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: mailson_ms@hotmail.com; 2Enfermeira, Professora Mestre em Enfermagem, Doutoranda PUCRS, Escola Técnica de Saúde, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: angeladb7@hotmail.com; 3Enfermeira Assistencial, Especialista em Saúde da Família, Unidade de Terapia Intensiva, Hospital Universitário Lauro Wanderley/HULW, Mestranda em Enfermagem, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: marciabath@gmail.com; 4Enfermeira, Professora Mestre em Enfermagem, Doutoranda DINTER, Departamento de Enfermagem Clínica Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: enf.elimoreirafreire@gmail.com; 5Enfermeira, Professora Doutora em Sociologia, Departamento de Enfermagem Clínica, Universidade Federal da Paraíba/UFPB. João Pessoa (PB), Brasil. E-mail: marthamiryam@hotmail.com ARTIGO RELATO DE CASO CLÍNICO mailto:mailson_ms@hotmail.com mailto:angeladb7@hotmail.com mailto:marciabath@gmail.com mailto:enf.elimoreirafreire@gmail.com mailto:marthamiryam@hotmail.com Sousa MM, Araújo AA de, Barros MAA MF et al. Alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao … Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(6):1717-23, jun., 2014 1718 DOI: 10.5205/reuol.5876-50610-1-SM.0806201435 ISSN: 1981-8963 As doenças cardiovasculares apresentam importância clínica tanto pelo prognóstico ruim quanto pela intensidade de incapacitação do paciente em desenvolver suas atividades diárias, causando impacto em sua qualidade de vida.1 Dentre as doenças cardiovasculares, a insuficiência cardíaca (IC) é definida como um estado fisiopatológico em que o coração é incapaz de bombear sangue em quantidade suficiente para o organismo, acarretando lesões estruturais ou funcionais no músculo cardíaco.2 A IC consiste na via final comum de várias doenças como hipertenção arterial sistêmica, diabetes e coronariopatias.3 Os principais sintomas clínicos incluem dispneia, fadiga e edema, que provocam grande desconforto aos seus portadores, com grande prejuízo da qualidade de vida e redução de sobrevida.4 Nesse contexto, IC destaca-se como importante problema de saúde pública mundial, considerando-se a prevalência crescente e os índices de hospitalização associados à alta taxa morbimortalidade. Apesar dos avanços científicos, tecnológicos e melhores condições socioeconômicas terem possibilitado um aumento na longevidade da população geral e dos cardiopatas, tem-se registrado aumento da incidência de IC no mundo.5 Segundo dados do DATASUS, há no Brasil cerca de dois milhões de pacientes com IC, sendo diagnosticados 240 mil casos por ano. Na Paraíba, houve 6945 internações de usuários com IC, apresentando uma taxa de mortalidade por esta enfermidade de 8,45%.6 Como consequência, gera-se um elevado custo socioeconômico para o país, envolvendo gastos com medicamentos, reiternações, perda de produtividade, aposentadorias precoces, eventuais cirurgias e, ocasionalmente, transplante cardíaco.7 A IC é uma doença desafiadora para a equipe de saúde, devido às múltiplas etiologias e à alta incidência na população. Um dos grandes objetivos da equipe de saúde é alcançar e manter a estabilidade clínica dos pacientes à custa de um tratamento bastante complexo, que requer mais investimentos em recursos físicos e humanos para melhorar a qualidade de vida, reduzir o tempo de internação e aumentar a sobrevida dos pacientes.8 Diante disto, o presente estudo tem como objetivo relatar as alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao paciente com insuficiência cardíaca (IC). Estudo descritivo e observacional, dotipo relato de caso clínico, que é uma modalidade de estudo que permite a investigação para se preservar as características holísticas e significativas de episódios da vida real, com ciclos de vida individuais e processos organizacionais e administrativos. A investigação, realizada no serviço de terapia intensiva de um hospital de ensino localizado no município de João Pessoa, PB - Brasil, incluiu um paciente com insuficiência cardíaca, com base no interesse particular em aprofundar o conhecimento a respeito desta enfermidade. A coleta de dados ocorreu no mês de maio de 2013, após esclarecimentos ao paciente e seus familiares sobre os objetivos da pesquisa, e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o histórico de enfermagem empregado pela instituição, o qual continha os dados de identificação, história de admissão hospitalar, exame físico e informações complementares às necessidades humanas básicas. Para dar subsídio à pesquisa, foram utilizadas informações contidas no prontuário, exames laboratoriais e intercorrências durante a hospitalização. Em MÉTODO INTRODUÇÃO Sousa MM, Araújo AA de, Barros MAA MF et al. Alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao … Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(6):1717-23, jun., 2014 1719 DOI: 10.5205/reuol.5876-50610-1-SM.0806201435 ISSN: 1981-8963 relação aos exames bioquímicos, foram considerados como valores de referência os admitidos pela própria instituição. Ressalta-se que o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Lauro Wanderley, sob o nº CAAE: 11012512.0.0000.5183, em observância à Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde que regulamenta pesquisa envolvendo seres humanos. ● Relato do Caso Paciente J.C.A, 65 anos, sexo masculino, casado, possui ensino fundamental completo, aposentado por invalidez, renda de 2 salários mínimos, residente no município do Conde, PB. Foi admitido nesta instituição no dia 24 de Abril de 2013, às 22h30min, encaminhado pela Unidade de Pronto Atendimento - UPA do município de Santa Rita – PB, apresentando quadro de insuficiência cardíaca descompensada. Durante o exame físico, observou-se que o paciente apresentava-se desorientado, agitado, hipocorado, afebril, anictérico, dispneico com ventilação espontânea, MV +, AMT presença de roncos difusos, SO2 87%, taquicárdico, F.C de 140 bpm, ritmo cardíaco regular em 2 tempos, pulsos periféricos diminuídos e presença de edema em MMII. Exibia, ainda, abdome globoso, depressivo, indolor, RHA + aparelho geniturinário sem anormalidades e desconhecia alergia medicamentosa. No dia seguinte à hospitalização, o paciente apresentou dois episódios de parada cardiorrespiratória (PCR) (fibrilação ventricular e assitolia), foi entubado e respondeu às manobras de reanimação. Iniciou-se, então, o suporte ventilatório invasivo, com as seguintes drogas vasoativas: noradrenalina 30 ml, dobutamina 18 ml/h, adrenalina 10 ml/h em acesso venoso central por veia subclávia esquerda. Instalado Pressão Arterial Média com valor de 104 mmHg. Exames bioquímicos Valores obtidos Valores referência Eritrócitos em milhões/mm3 5.32 4.3 a 5.9 Hemoglobina em g/dl 15.1 13.9 a 16.3 Leucócitos por mm3 6.200 4.500 a 11.000 Sódio mmol/l 143 136 a 146 Potássio mmol/l 3.5 3.4 a 4.5 Glicose mg/dl 118 70 a 122 Figura 1. Exames bioquímicos realizados no paciente com insuficiência cardíaca. A IC é uma síndrome clínica resultante de um distúrbio cardíaco funcional ou estrutural que prejudica a capacidade do ventrículo de encher-se com ou ejetar sangue suficiente de acordo com a demanda do corpo ou permite fazê-lo apenas com pressões de enchimento aumentadas.9 A IC acomete um terço dos pacientes que são tratados pelo sistema de saúde pública no Brasil, o qual atende principalmente pessoas mais velhas e de menor renda. É a principal causa de internações decorrentes de problemas cardíacos pelo sistema público de saúde (293.759 internações em 2007), com taxa de mortalidade anual em torno de 8% e cerca de 23.442 mortes a cada ano.10 Estudos recentes realizados estimaram que há cerca de 5 milhões de portadores de IC nos Estados Unidos e a cada ano haverá, no mínimo, mais de 550 mil casos diagnosticados, o que influencia diretamente a necessidade de planejamento e pró-atividade dos profissionais de saúde em saber educar e orientar o paciente, bem como em conduzir efetivamente o tratamento.1 Dentre os principais fatores para o aparecimento da IC, destacam-se diversas patologias como hipertensão arterial, DISCUSSÃO RESULTADOS Sousa MM, Araújo AA de, Barros MAA MF et al. Alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao … Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(6):1717-23, jun., 2014 1720 DOI: 10.5205/reuol.5876-50610-1-SM.0806201435 ISSN: 1981-8963 dislipidemias e infarto do miocárdio que, por sua vez, não são controladas do ponto de vista epidemiológico e, por isso, podem explicar o aumento da incidência dessa doença.11 Além desses, há os fatores de risco não modificáveis, como idade, sexo e composição genética e, os comportamentais, tais como: compostos pelo tabagismo, alimentação inadequada e inatividade física. Todos esses fatores de risco em conjunto expõem a população à IC.12 A IC tem sido categorizada com base na intensidade de sintomas em quatro classes propostas pela New York Heart Association (NYHA). Estas estratificam o grau de limitação imposto pela doença para atividades cotidianas do indivíduo, além de possuir caráter funcional, avaliam a qualidade de vida do paciente frente a sua doença. As quatro classes propostas são: Classe I - ausência de sintomas (dispneia) durante atividades cotidianas. A limitação para esforços é semelhante à esperada em indivíduos normais; Classe II - sintomas desencadeados por atividades cotidianas; Classe III - sintomas desencadeados em atividades menos intensas que as cotidianas ou pequenos esforços; Classe IV - sintomas em repouso.13 Uma vez instalada, esta enfermidade tem forte impacto na qualidade de vida do paciente, o que pode ser explicado pelas limitações decorrentes dos sintomas físicos e psicológicos associados à síndrome. Em relação aos sinais e sintomas do paciente em estudo, no momento da internação, identificou-se com maior frequência a presença de edema, queixas de dispneia e fadiga. Esses achados estão de acordo com os dados clínicos de pacientes admitidos com IC descompensada, conferindo a quadros congestivos, a causa mais importante de admissão hospitalar.14 Em indivíduos com IC, a sensação de dispneia pode estar relacionada a anormalidades na função muscular respiratória. Estudos relatam redução na resistência dos músculos respiratórios que contribui para sensação de dispneia. Embora os mecanismos específicos que causam alteração na função pulmonar em IC não estejam totalmente esclarecidos, essas mudanças têm sido atribuídas à fraqueza muscular respiratória, à congestão pulmonar crônica e à hipertensão arterial, bem como às mudanças no equilíbrio pulmonar e alterações neuro-humorais.15 Devido à diminuição do débito cardíaco e da fração de ejeção, a IC causa baixa tolerância aos exercícios com acentuadas respostas metabólicas e respiratórias, o que leva o sujeito à inatividade, ocasionando atrofia muscular associada à fadiga e ao decréscimo na força muscular. O coração comprometido acarreta falhas no bombeamento de sangue, levando a alterações pulmonares como hipertensão pulmonar e diminuição das capacidades ventilatórias com piora dos sintomas e do condicionamento cardiorrespiratório.15Outra manifestação de destaque encontrada é o aumento do volume intravascular, devido à redução do débito cardíaco. O aumento da pressão venosa pulmonar pode provocar edema pulmonar, evidenciado por tosse e dispneia. A elevação da pressão venosa sistêmica, por sua vez, pode resultar em edema periférico generalizado.7 O manejo e os cuidados intensivos no tratamento da IC têm como principal objetivo promover uma rápida melhora dos sintomas, sem agravar a função renal. Logo, as intervenções se baseiam em três pilares: oxigenação dos tecidos, estabilização hemodinâmica e alívio da congestão.16 O uso do oxigênio tem como propósito manter a adequada saturação de O2 acima de 90%. No caso de uma congestão pulmonar, a pressão positiva contínua das vias áreas (CPAP ou BIPAP) é recomendada por ser uma medida Sousa MM, Araújo AA de, Barros MAA MF et al. Alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao … Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(6):1717-23, jun., 2014 1721 DOI: 10.5205/reuol.5876-50610-1-SM.0806201435 ISSN: 1981-8963 não invasiva e efetiva para alcançar a saturação desejada.16 Os pacientes com IC devem cuidar do peso diariamente, da restrição de sódio e líquidos, realização de atividade física, uso da medicação, monitorar os sinais e sintomas de agravo da doença e manter o acompanhamento com a equipe.17 Em relação aos exames bioquímicos do paciente em estudo, não houve nenhum fator preditivo que comprometesse o quadro clínico a partir de distúrbios hidroeletrolíticos. Ressalta-se a importância do impacto dos eletrólitos para a IC. Quanto ao sódio, atenção deve ser dada à presença de hiponatremia que na IC, está associada a uma série de desfechos desfavoráveis.18 No paciente com IC, a ingestão de sódio deve ser no máximo de 2- 3g/dia, podendo ser modificada de acordo com os valores de sódio plasmático.5 Vale salientar que, alguns diuréticos utilizados no tratamento da IC podem levar à depleção de potássio e magnésio. A hipopotassemia está associada à anorexia, náusea e vômito, desconforto abdominal e arritmias cardíacas. A deficiência de magnésio, por sua vez, causa um balanço positivo de sódio e negativo de potássio. Portanto, estes íons devem ser monitorados frequentemente em pacientes com IC.19 Embora os níveis de hemoglobina encontram- se dentro da normalidade, a anemia é um fator de risco para resultados cardiovasculares diversos. A deficiência de ferro é a carência nutricional mais comum nas cardiopatias. A resposta fisiológica à anemia desencadeia um aumento compensatório no débito cardíaco, através dos aumentos no volume de sangue, pré-carga e frequência cardíaca.20 A enfermagem auxilia no controle da fadiga com intervenções que têm por objetivo melhorar a capacidade de resistência do paciente e incluindo avaliação da saúde, controle da nutrição, atividade/exercício prescrito, dieta prescrita, estabelecimento de metas mútuas, identificação de riscos, incremento do sono, promoção do exercício.11 A restrição hídrica deve ser de acordo com a condição clínica do paciente, valorizando a dose de diuréticos em média a ingestão de líquidos sugerida é de 1000 a 1500 ml em pacientes sintomáticos com risco de hipervolemia.14 O monitoramento do peso é uma tarefa simples que pode auxiliar na evolução do estado volêmico e resposta à terapia diurética de pacientes com IC.14 Outra ação de enfermagem que ajuda no plano de cuidados é a de identificar as necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais, pois além de ver o paciente de forma holística, promove atendimento mais individualizado.17 Apesar do reconhecimento crescente sobre a importância que a IC vem adquirindo em nosso meio, há carência de dados epidemiológicos, clínicos e terapêuticos sobre a doença, o que dificulta a definição de prioridades para elaboração de estratégias preventivas.3 Hospitalizações frequentes são causadas pela exacerbação dos sinais e sintomas da IC e constituem um desafio para o manejo dos pacientes. Dados na literatura demonstram índices elevados de readmissões nos primeiros seis meses após a alta hospitalar, sendo considerados os primeiros 30-90 dias como os períodos mais críticos, com taxas de readmissões variando de 29 a 47%, acarretando custos elevados para o sistema de saúde.21 Outro fator que podemos destacar é o pouco conhecimento sobre a IC, o não acompanhamento especializado por uma equipe multidisciplinar ou, ainda, a carência de orientações sistematizadas.14 A educação em saúde é necessária para a compreensão do processo saúde-doença e o conhecimento adquirido pelo paciente promove o autocuidado, diminuindo a taxa de readmissão hospitalar.17 Sousa MM, Araújo AA de, Barros MAA MF et al. Alterações hemodinâmicas e cuidados intensivos ao … Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 8(6):1717-23, jun., 2014 1722 DOI: 10.5205/reuol.5876-50610-1-SM.0806201435 ISSN: 1981-8963 A IC é uma síndrome complexa, multifatorial que acarreta uma série de complicações que afetam a capacidade funcional de saúde do individuo com essa enfermidade, alterando a qualidade de vida. A proposta do estudo foi alcançada, ao discutir as alterações hemodinâmicas e os principais cuidados intensivos oferecidos no manejo da clínica e no cuidar ao paciente acometido por insuficiência cardíaca. Os achados desse estudo corroboram com a literatura destacando as principais alterações hemodinâmicas: dispneia, fadiga e congestão pulmonar. Os principais cuidados intensivos estão baseados na boa ventilação, no controle da congestão pulmonar e na estabilização hemodinâmica. A limitação desse estudo versa sobre a amostra envolvida, porém mostrou-se sensível a individualidade, sugerimos que novos estudos sejam realizados, ampliando a amostra, para nortear e conduzir a terapêutica dos profissionais envolvidos no manejo da IC, melhorando a saúde e contribuindo para a qualidade de vida dos pacientes com esta condição. 1. Corrêa AG, Paes LM, Yokota PKO. Protocolos gerenciados de infarto agudo do miocárdio e de insuficiência cardíaca. In: Macedo, RCR. Enfermagem em cardiologia: procedimentos em unidade semi-intensiva. Barueri, SP: Manole; 2012. p. 63-77. 2. Clausel N, Viégas JR. Fisiopatologia da insuficiência cardíaca. In: Pereira EMC. Insuficiência cardíaca. Rio de Janeiro: Med Line; 2012. p. 09-23. 3. Nogueira PR, Rassi S, Corrêa KS. Epidemiological, Clinical e Therapeutic Profile of Heart Failure in a Tertiary Hospital. Arq bras cardiol [Internet]. 2010 [cited 2013 Nov 08]; 95(3): 392-98. 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Available from: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n2/v15n2a 23.pdf Submissão: 09/12/2013 Aceito: 18/04/2014 Publicado: 01/06/2014 Correspondência Mailson Marques de Sousa Hospital Universitário Lauro Wanderley Residência Integrada Multiprofissional em Saúde Hospitalar Campus I s/n – Cidade Universitária CEP 58050-000 ― João Pessoa (PB) Brasil http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n3/02.pdf http://www.scielo.br/pdf/rlae/v17n4/pt_19.pdf http://www.scielo.br/pdf/rlae/v17n4/pt_19.pdf http://www.scielo.br/pdf/ean/v17n2/v17n2a18.pdf http://www.scielo.br/pdf/ean/v17n2/v17n2a18.pdf http://publicacoes.cardiol.br/consenso/pocketbook/2005-2009/06-icc.pdf http://publicacoes.cardiol.br/consenso/pocketbook/2005-2009/06-icc.pdf http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n5/en_03.pdf http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n5/en_03.pdf http://www.scielo.br/pdf/fp/v18n2/10.pdf http://www.scielo.br/pdf/rlae/v19n6/23.pdf http://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n2/a22v33n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/jbn/v33n2/a22v33n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/abc/v92n5/en_11.pdf http://www.scielo.br/pdf/abc/v92n5/en_11.pdf http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n2/v15n2a23.pdf http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n2/v15n2a23.pdf
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