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Uso do Mucograft® no Recobrimento Radicular

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NATHALIA MENDES CONTI 
 
 
 
 
O uso do Mucograft® no recobrimento radicular – Relato de caso 
 
 
 
 
 
 
Araçatuba – SP 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATHALIA MENDES CONTI 
 
 
 
 
O uso do Mucograft® no recobrimento radicular – Relato de caso 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado á Faculdade de 
Odontologia de Araçatuba da 
Universidade Estadual Paulista “Júlio 
de Mesquita Filho”- UNESP, como 
parte dos requisitos para obtenção do 
título de Bacharel em Odontologia. 
 
Orientador: Prof. Dr. Juliano Milanezi 
de Almeida 
 
Araçatuba – SP 
2015 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com carinho, aos meus pais, Orlando Cézar Conti e Joelda Mendes Batista Conti, 
pelo apoio, empenho, paciência e compreensão que mantiveram ao longo da minha 
formação acadêmica, sempre buscando o melhor para mim, mesmo frente às 
dificuldades que surgiram. 
À minha prima, Elaine Cristina Guerbach Conti, por me apresentar à Odontologia e 
por desenvolver em mim o gosto pela profissão, sempre me ajudando a aprender 
cada vez mais. 
Ao meu grande amigo, Romildo Gonçalves Terçariol Júnior, por todo apoio e 
incentivo durante minha graduação e desenvolvimento desse trabalho. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao meu orientador, Prof. Dr. Juliano Milanezi de Almeida, que sempre esteve à 
disposição, mostrando-se sempre atencioso e dedicado. 
À doutoranda em Periodontia, Vivian Cristina Noronha Novaes pela pronta ajuda 
sempre que necessitei. 
À banca examinadora, formada pelo Prof. Dr. Juliano Milanezi de Almeida, pela 
Doutoranda em Periodontia Vivian Cristina Noronha Novaes e pelo Prof. Dr. André 
Pinheiro de Magalhães Bertoz; e aos membros suplentes, Prof Dr. José Vitor Quinelli 
Mazaro e Pós doutoranda em Dentística Vanessa Rahal, que aceitaram avaliar este 
trabalho mesmo com inúmeros compromissos. 
Às minhas amigas, Janaína Cardoso e Marjorie Gallinari, pelo apoio, paciência e 
ajuda com o desenvolvimento deste trabalho. 
À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Araçatuba, 
pela minha formação profissional e crescimento pessoal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as 
grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” 
Charles Chaplin 
 
 
 
CONTI, N.M. O uso do Mucograft®no recobrimento radicular – Relato de caso. 
2015. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) – Faculdade de 
Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2015. 
 
RESUMO 
O propósito do presente estudo é apresentar um caso clínico de recobrimento 
radicular utilizando o Mucograft® como material alternativo ao enxerto autógeno de 
tecido conjuntivo. Paciente gênero feminino, 40 anos de idade apresentou-se a 
clínica da Faculdade de Odontologia de Araçatuba com queixa de sensibilidade na 
área dos dentes 13, 14 e 15. Durante exame clínico observou-se recessões 
gengivais classe I de Miller nesta área. Foi planejado e realizado nos dentes 13, 14 e 
15, o recobrimento radicular utilizando-se a técnica do retalho posicionado 
coronalmente associado ao uso do Mucograft®. A paciente não apresentou reação 
inflamatória extensa associada ao procedimento cirúrgico e após 3 meses observou-
se maturação dos tecidos e recobrimento radicular. Após um ano notou-se 
estabilidade do recobrimento radicular e da espessura de tecido no sentido 
vestibular. Dentro dos limites do presente caso clínico e de acordo com a literatura 
podemos concluir que o enxerto de MCS (matriz colágena suína) (Mucograft®), é 
uma excelente opção de escolha como material substituto ao enxerto de tecido 
conjuntivo subepitelial (ETCS) para o recobrimento radicular. No entanto, estudos 
clínicos randomizados controlados são necessários para avaliação ao longo do 
tempo dos resultados obtidos. 
 
Palavras-chaves: Enxerto. Tecido conjuntivo. Mucograft®. Periodontia. 
 
 
 
CONTI, N.M. The use of Mucograft® in root coverage - Case report. 2015. 32 f. 
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) – Faculdade de Odontologia, 
Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2015. 
 
ABSTRACT 
The purpose of this study is to present a case of root coverage using the Mucograft® 
as analternative material to autogenous connective tissue graft. Patient female, 40 
years old presented to Faculdade de Odontologia de Araçatuba with a sensitivity of 
abuse in the area of the teeth 13, 14 and 15. During clinical examination revealed 
gingival recessions Miller class I in this area. It was planned and carried out on teeth 
13, 14 and 15, the root coverage using the coronally positioned flap technique 
associated with the use of Mucograft®. The patient did not show extensive 
inflammatory reaction associated with the surgical procedure and after 3 months was 
observed mature tissue and root coverage. After one year was noted stability of root 
coverage and thickness of tissue in the buccal direction. With in the limits of this 
clinical case and according to the literature we conclude that the graft MCS (porcine 
collagen matrix) (Mucograft®), is an excellent option of choice as a replacement 
material to the graft of subepithelial connective tissue (ETCS) for root coverage. 
However, randomized controlled trials are needed to assess over time the results 
obtained. 
 
Keywords: Graft. Connective tissue. Mucograft®. Periodontics. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Caso clínico – aspecto inicial ................................................................... 25 
Figura 2 – Matriz colágena - Mucograft® .................................................................. 25 
Figura 3 – Matriz colágena - Mucograft® .................................................................. 26 
Figura 4 – Caso clínico – retalho de espessura parcial ............................................. 26 
Figura 5 – Caso clínico – aplicação de hidrocloreto de tetraciclina ........................... 26 
Figura 6 – Caso clínico – absorção de sangue pelo Mucograft® .............................. 27 
Figura 7 – Caso clínico – adaptação do Mucograft® às raízes expostas ................. 27 
Figura 8 – Caso clínico – suturas simples e suspensórias ....................................... 27 
Figura 9 – Caso clínico – cimento cirúrgico sobre toda a área cirúrgica .................. 28 
Figura 10 – Caso clínico – aspecto final após 12 meses ......................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
ADM = matriz dérmica acelular 
ETCS = enxerto de tecido conjuntivo subepitelial 
JCE = junção cemento-esmalte 
MCS = matriz colágena suína - Mucograft® 
mm = milímetro 
% = por cento 
mg/ml = miligrama por mililitro 
mg = miligrama 
EDTA = etilenodiaminotetracético ácido acético 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. Introdução ............................................................................................................. 10 
2. Objetivo ................................................................................................................. 12 
3. Revisão de Literatura ............................................................................................ 13 
4. Caso clínico........................................................................................................... 19 
5. Discussão.............................................................................................................. 21 
6. Conclusão ............................................................................................................. 24 
Figuras ..................................................................................................................... 25 
Referências .............................................................................................................. 29 
 
 
*Normas segundo a revista Perionews. 
10 
 
1 Introdução 
A recessão gengival pode ser definidacomo a migração apical da 
margem gengival em relação à junção cemento-esmalte (JCE), expondo as 
superfícies radiculares.1 Essa recessão do tecido marginal com exposição da 
superfície radicular ocorre tanto em populações com higiene oral precária como com 
alto padrão de higiene oral1,2 e é uma das principais manifestações da doença 
periodontal3. 
Há diversas causas para a recessão do tecido marginal na literatura, 
entre elas podemos citar as recessões associadas a fatores mecânicos (escovação), 
recessões associadas com lesões inflamatórias induzida por placa1,2 e recessões 
associadas a doença periodontal destrutiva.2 
A recessão do tecido marginal causa sensibilidade dentinária, facilita a 
formação de cárie radicular1 e compromete a estética do paciente3. Nos dias atuais, 
a busca pela estética rósea tem crescido e a busca por tratamentos que melhoram a 
estética dental e rósea tem sido uma constância na odontologia moderna. 
A indicação do recobrimento radicular é realizada em casos de 
hipersensibilidade radicular, tratamento de lesões cariosas e abrasões cervicais e 
necessidades estéticas.2,3 
Diferentes terminologias são utilizadas para definir este procedimento 
como: cirurgia estética gengival, terapia mucogengival, manipulação de tecido mole 
e cirurgia plástica periodontal. (APP 1999) 
O recobrimento radicular pode ser realizado por diversas técnicas 
cirúrgicas, incluindo enxertos gengivais pediculados que podem ser retalhos 
reposicionados (retalhos reposicionado lateralmente, retalho de papila dupla, retalho 
posicionado obliquamente) ou retalho avançado (retalho reposicionado 
coronariamente, retalho semilunar reposicionado coronariamente), Regeneração 
Tecidual Guiada (colocação de uma barreira em forma de membrana entre o enxerto 
e a raiz) e enxertos livres (enxerto epitelizado ou ETCS).2,3 Nos enxertos livres 
podem ser usados ETCS, matriz dérmica acelular (ADM) ou MCS (Mucograft®). 
Os ETCS possuem como característica positiva alta previsibilidade, 
aumentando a largura da mucosa queratinizada. Outra vantagem é que possui cor 
compatível com as outras áreas da gengiva e um bom contorno. Porém alguns 
pacientes podem ter problemas com o fato de haver dois sítios cirúrgicos e com a 
quantidade limitada de material autógeno. Além disso, há maior dor pós-operatória e 
11 
 
chances de infecção. 1,3 
Como alternativa pode ser utilizada a ADM, possibilitando a redução do 
número de sítios cirúrgicos para apenas um. A ADM é um tecido epitelial humano 
obtido por doação. Ele é processado de modo que os componentes celulares sejam 
removidos e mantenha um arcabouço colágeno que estimula as células epiteliais 
autógenas e a migração de fibroblastos promovendo o crescimento vascular e 
celular.3,4,5,6 
Uma outra alterativa para diminuir a morbidade do paciente é o uso do 
Mucograft® que é um material obtido através do colágeno suíno. Sua estrutura é 
composta por uma bicamada, sendo uma compacta e a outra porosa. A camada 
esponjosa facilita a organização do coágulo sanguíneo e promove a formação de 
novos vasos sanguíneos.7 
Estudos realizados por Herfordet al. (2012) em porcos mostraram que 
o Mucograft® tem previsibilidade e eficácia quanto à questão de atingir uma faixa de 
tecido queratinizado como o ETCS com a vantagem que não há a necessidade de 
um segundo sítio cirúrgico. Outros estudos ainda mostraram que a cobertura da raiz 
foi completa, houve ganho de mucosa queratinizada e a estética foi alcançada além 
de observarem uma mistura de cores com os tecidos adjacentes que não corre no 
enxerto autógeno.7 
 
12 
 
2 Objetivo 
O propósito do presente estudo será apresentar um caso clínico de 
recobrimento radicular utilizando o Mucograft® como material alternativo ao enxerto 
autógeno de tecido conjuntivo. 
 
13 
 
3 Revisão de Literatura 
Chambrone, et al.8 em 2008 realizou uma revisão sistemática com 
busca eletrônica em bases de dados para responder a pergunta “Pode o enxerto de 
tecido conjuntivo subepitelial ser considerado padrão-ouro no tratamento de 
recessões classe I e II de Miller?” Foram selecionados para esta revisão, estudos 
com pacientes que apresentavam áreas de recessão classe I ou II de Miller de pelo 
menos 2 milímetros, sem cáries ou restaurações e que teve menos de 10 
participantes por grupo no exame final. Os resultados foram que os ETCS tiveram 
uma maior redução na recessão gengival quando comparado com enxertos de ADM 
e regeneração tecidual guiada com membranas reabsorvíveis. Quanto ao nível 
clínico de inserção, as diferenças entre os grupos não foram significativas e para 
alteração na mucosa queratinizada, os ETCS mostraram um ganho estatisticamente 
significativo de largura quando comparado com a regeneração tecidual guiada. 
Concluíram que o procedimento de ETCS pode ser considerado padrão-ouro no 
tratamento de recessões gengivais.8 
Chambrone, et al.9realizou outra revisão de literatura para avaliar os 
diferentes procedimentos de recobrimento radicular no tratamento de recessões 
classe I e II de Miller. Os estudos indicaram que nos ETCS houve uma maior 
redução da recessão gengival e ganho de mucosa queratinizada comparado com a 
regeneração tecidual guiada com membranas reabsorvíveis. Concluíram que o 
ETCS é mais adequado em casos em que se espera cobertura da raiz e também 
ganho de mucosa queratinizada.9 
Roman, et al.10 realizou um estudo com o objetivo de, além dos 
resultados clínicos de recobrimento radicular, também avaliar a obtenção de uma 
verdadeira regeneração periodontal por meio de exame histológico de seres 
humanos in vivo. Dois pacientes com recessões gengivais foram tratados com 
ETCS. Em ambos os casos foi realizado um retalho parcial com duas relaxantes sem 
incluir as papilas. A superfície radicular exposta foi aplainada com uma cureta 
Gracey 5/6. O palato foi a área doadora. O enxerto foi posicionado e suturado com 
Vicryl® e o retalho foi posicionado para cobrir todo o enxerto e suturado. As suturas 
foram removidas após 14 dias e os pacientes receberam uma profilaxia com três 
meses de pós-operatório. As medidas clínicas foram registrados no início e aos 12 
meses de pós-operatório. Após os 12 meses de pós-operatório foi realizada uma 
biópsia 5 mm apicalmente da margem gengival. Foi obtido o recobrimento radicular 
14 
 
em ambos os casos. Sob uma visão clínica, os enxertos pareciam estar ligados às 
superfícies radiculares. Histologicamente, não houve uma regeneração periodontal, 
pois não houve nenhum ligamento periodontal reestabelecido. Observou-se a 
presença de um epitélio juncional longo.10 
Corsair11 em 2009 relatou um caso de recobrimento radicular com 
ETCS em um canino superior com 4 mm de recessão gengival marginal no qual foi 
feito uma restauração classe V com compósito. A restauração foi removida, a raiz 
aplainada e desmineralizada com uma solução de ácido cítrico. O palato foi a área 
doadora do tecido conjuntivo. Esse tecido foi colocado na raiz exposta e o retalho foi 
coronariamente posicionado. O caso foi acompanhado e fotografado após um mês, 
seis meses e sete anos de pós-operatório e verificou-se aproximadamente 100% da 
cobertura da raiz após sete anos.11 
Molesmi, et al.12 realizou em uma paciente de 43 anos com múltiplas 
recessões gengivais nos dentes 6 a 11 uma cirurgia de retalho coronariamente 
posicionado e acompanhou por 1 ano. Foi usado um material chamado CenoDerm®, 
que consiste em uma ADM. Foi realizada raspagem e alisamento radicular com a 
cureta McCall 17/18 e lavagem com solução salina estéril. Realizou uma incisão 
intra-sulcular nas distais dos primeiros pré-molares e duas incisões oblíquas em 
cada extremidade, preservando as papilas. Foi elevado um retalho de espessura 
total e feita uma incisão no periósteo para criar uma área de espessura parcial. O 
CenoDerm® foi embebido em solução salina e cortado de acordo com as dimensões 
dos defeitos.Foi colocado sobre a raiz exposta e o retalho foi posicionado 
coronalmente protegendo todo o material. Foram feitas suturas sem tensão. Foram 
medidos os seguintes parâmetros no início do estudo, três, seis e doze meses após 
a cirurgia: profundidade de sondagem, nível de inserção clínica, profundidade da 
recessão, largura da recessão, largura de gengiva inserida, cobertura média da raiz 
e cobertura completa da raiz. O paciente além de ficar satisfeito com a estética (cor 
e contorno) também não relatou dor ou incômodo durante a cicatrização. 
Clinicamente, quatro entre seis dentes apresentaram cobertura completa da raiz. 
Como não havia mais estudos com o CenoDerm® até o momento da publicação do 
artigo, usou-se o AlloDerm®, que tem características semelhantes, para comparação 
de resultados. Estudos com AlloDerm® mostraram 76% de recobrimento radicular 
após 6 meses e o CenoDerm® mostrou 86% de recobrimento radicular. Quanto ao 
15 
 
ganho de gengiva inserida, o ETCS é superior a outros métodos, pois induz a 
queratinização do epitélio.12 
Saadoun13utillizou ADM (Alloderm®) para aumentar a espessura de 
mucosa queratinizada em dentes com múltiplas recessões gengivais. Realizou uma 
incisão sulcular de espessura total utilizando uma lâmina 15c e estendeu 3 mm 
apical à crista óssea alveolar. Prorrogou o retalho, agora de espessura parcial, para 
mesial, distal e apical com a finalidade de evitar tensão no posicionamento coronal e 
haver uma mobilidade adequada. Não foram realizadas incisões relaxantes para 
evitar a exposição da ADM. As superfícies radiculares foram aplainadas removendo 
todo o cimento contaminado e foi feita a regularização das superfícies com broca 
diamantada. As superfícies expostas foram condicionadas por 2 minutos com Pregel 
(EDTA) para remover a smearlayer e enxaguadas com solução salina. Após o ajuste 
da ADM de acordo com a área a ser recoberta, a matriz foi posicionada sobre o 
defeito. Foram feitas suturas interrompidas para imobilizar o enxerto e estabilizar o 
fornecimento sanguíneo. Após a ancoragem do enxerto, o retalho foi suturado 
coronalmente. Após três meses ouve recobrimento completo da raiz e um aumento 
da espessura marginal. A profundidade de sondagem foi de 2 mm ou menos.13 
Haim Tal14 em 1999 relatou um caso que descreve o potencial uso da 
ADM como substituta do ETCS autônomo no recobrimento de recessões gengivais 
localizadas e aumento de gengiva inserida. O caso foi de uma mulher de 46 anos 
com recessões localizadas de 4 mm apical a JCE e uma estreita faixa de gengiva 
inserida de aproximadamente 1mm. A superfície exposta da raiz foi aplainada 
manualmente com curetas e condicionada com uma solução de hidrocloreto de 
tetraciclina por 2 minutos e meio. Realizou-se uma incisão oblíqua preservando as 
papilas interdentais e a margem gengival dos dentes adjacentes. Foi realizado um 
retalho de espessura total, expondo o osso alveolar, e uma incisão de espessura 
parcial para possibilitar o alongamento do retalho. A área foi instrumentada 
manualmente e a cortical do osso que circunda a raiz foi perfurada com uma ponta 
diamantada redonda para aumentar o aporte sanguíneo e possibilitar a migração de 
células formadoras de osso. A ADM foi hidratada por 12 minutos em solução salina 
estéril e cortada do tamanho e forma do defeito. A epiderme do tecido foi colocada 
na direção do osso e da raiz exposta e o lado da membrana basal em direção ao 
retalho gengival. O enxerto foi estabilizado com uma sutura contínua usando Vicryl® 
5-0. Enquanto o espaço entre o enxerto e a ADM se preenchia de sangue, removeu-
16 
 
se o epitélio da papila com uma lâmina No12. O retalho foi posicionado 
coronalmemte para cobrir a ADM e as partes da papila desepitelizada. A margem 
coronal do retalho foi posicionada levemente coronal ao local original da junção 
cemento-esmalte e o retalho foi estabilizado lateralmente com sutura simples 
interrompida com fio de seda 3-0 e coronalmente com sutura contínua usando 
Vicryl® 5-0. Um acompanhamento de 8 meses mostrou uma cobertura da raiz de 
3.5mm (mais que 80%), uma margem gengival harmônica com os dentes vizinhos e 
um aumento da faixa de mucosa queratinizada de 1 a 3mm, mostrando que a ADM 
pode substituir o ETCS.14 
Pontes, et al.15 em 2003 obteve sucesso no tratamento pediátrico de 
recessões gengivais com ADM. O caso foi de um menino de 12 anos de idade que 
apresentava extensas recessões gengivais na superfície vestibular dos incisivos 
centrais superiores após uma luxação lateral desses dentes com fratura dos 
respectivos alvéolos. Realizou uma redução da fratura óssea e reposicionamento 
dos dentes, esplintagem desses dentes e sutura dos tecidos dilacerados. Também 
foi realizado tratamento endodôntico nos dois incisivos centrais. O procedimento 
cirúrgico foi feito após anestesia local com uma incisão intrasulcular no fundo de 
fórnix e uma incisão relaxante nas superfícies distais dos incisivos superiores. 
Levantou-se um retalho de espessura total o mais perto possível do periósteo e foi 
prorrogado um retalho de espessura parcial além da junção mucogengival para que 
possa ser posicionado sem tensão cobrindo todo o defeito. As superfícies 
radiculares expostas foram raspadas e aplainadas com instrumentos manuais e 
rotatórios e condicionado por dois minutos com etilenodiaminotetracético ácido 
acético 24% (EDTA), em 3% de gel de carbopol seguido de irrigação com solução 
salina estéril. A ADM foi hidratada em solução salina, de acordo com o fabricante, 
recortada do tamanho e forma adequada para cobrir o defeito e fixada com sutura 
compressiva usando fio reabsorvível 5-0. Aplicou-se pressão sobre o enxerto 
durante 3 minutos para adaptação e aderência ao leito receptor. O retalho foi 
coronalmente posicionado até a ADM ser completamente coberta. Foi suturado com 
fio de seda 4-0. O paciente foi instruído a fazer enxágüe com solução de digluconato 
de clorexidina 0,12% duas vezes ao dia durante 3 semanas. Colocou-se um curativo 
periodontal na área o qual foi substituído após 7 dias e após 14 dias as suturas 
foram removidas. Durante o processo de cicatrização, o paciente relatou mínimo 
desconforto e edema leve. A ADM foi incorporada aos tecidos clinicamente e 
17 
 
histologicamente. A estética foi considerada satisfatória, visto que a área do enxerto 
não apresentava distinção das áreas vizinhas. Após um acompanhamento de 12 
meses ouve cobertura total da raiz em ambas as recessões gengivais evidenciando 
que o enxerto foi bem sucedido tanto funcional como esteticamente.15 
Cardapoli et al.16 em seu estudo em 2009 avaliou 18 adultos com 
recessões gengivais Classe I e II de Miller durante 12 meses. Ele os dividiu em 2 
grupos, o grupo teste, no qual a técnica cirúrgica consistia em um retalho 
posicionado coronalmente junto com uma MCS e um grupo controle, onde ele usou 
ETCS com a técnica do retalho posicionado coronalmente. Os seguintes parâmetros 
foram avaliados no pré-operatório e 12 meses pós-operatório: Recessão gengival, 
profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e largura da mucosa 
queratinizada. Após a anestesia local, a superfície radicular exposta foi preparada 
por meio de curetas, brocas de acabamento e ultrassom. Foi realizada uma incisão 
intrasulcular com uma lâmina de bisturi 15c na vestibular do dente envolvido e duas 
incisões relaxantes, levemente para apical, foi estendida além da junção 
mucogengival. Levantou-se um retalho de espessura total até a junção 
mucogengival, onde, depois de uma incisão no periósteo, foi elevado um retalho de 
espessura parcial. Foi retirado o periósteo da base do retalho para que não 
houvesse tensão. Também foi feita a desepitelização das papilas adjacentes. No 
grupo teste, a MCS foi cortada no tamanho do defeito e posicionada de modo que 1 
mm do tecido adjacente também fosse coberto e que ficasse no nível da JCE. O 
enxerto foi estabilizadocom suturas duplas e entre as papilas interdentais com fio 
absorvível 5-0. O retalho foi posicionado em cima da MCS e suturado com fio de 
sutura não absorvível 5-0. Foi realizada a mesma preparação da raiz exposta no 
grupo controle, bem como a mesma técnica cirúrgica. Ao invés de usar MCS, foi 
usado ETCS retirado da área posterior do palato. Após o procedimento cirúrgico, 
foram dadas instruções de cuidados ao paciente. Os pacientes foram 
acompanhados na 4º semana, 3, 6 e 12 meses pós-operatório onde foi feito o 
controle de placa com aparelho de ultrassom e taça de borracha com pedra-pomes. 
Os resultados obtidos após 12 meses de pós operatório mostra que ambos os 
tratamentos reduziram significativamente a recessão gengival sem nenhuma 
diferença significativa entre os dois tratamentos. A porcentagem de recobrimento 
radicular foi de 94.32% para o grupo tratado com MCS e 96.97% para o grupo 
tratado com ETCS. Quanto ao nível de inserção clínica, houve um ganho de 2.41 
18 
 
mm no grupo teste e 2.95 mm no grupo controle. O ganho de largura da mucosa 
queratinizada foi de 1.23 mm para o grupo teste e 1.27 mm para o grupo controle. 
Quanto a espessura gengival, ela mudou de 0.82 para 1.82 no grupo teste e de 0.86 
para 2.09 mm no grupo controle.16 
Assim, a literatura demonstrou diferentes opções terapêuticas para o 
tratamento das recessões gengivais com níveis de sucesso semelhantes ao do 
tecido conjuntivo quando comparado com o Mucograft®. 
Neste interim, o presente trabalho tem por objetivo apresentar um caso 
clínico de recobrimento radicular usando o Mucograft® como material alternativo ao 
enxerto autógeno de tecido conjuntivo. 
 
 
19 
 
4 Caso Clínico 
Paciente de 40 anos, gênero feminino, procurou atendimento na clínica 
de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (UNESP-FOA), sem 
sinais ou sintomas de doenças crônicas ao procedimento de anamnese. A queixa 
principal era de sensibilidade no dente 13 e insatisfação estética com relação aos 
dentes 13, 14 e 15, em razão da exposição radicular. Ao exame clínico foi 
constatada recessão Classe I de Miller nos dentes 13, 14 e 15. (Figura 1) 
O planejamento do caso foi realizado com base na anamnese, exames 
clínico e radiográfico. Em seguida as formas de tratamento foram apresentadas à 
paciente. A técnica eleita foi a do retalho posicionado coronalmente associado ao 
uso de enxerto, no qual a paciente optou pelo enxerto xenógeno (Mucograft®) 
(Figura 1 e 2) com o intuito de evitar a área doadora palatal, minimizando o 
desconforto pós-operatório. 
Após procedimento de assepsia e antissepsia intra e extraoral, a 
paciente foi anestesiada localmente com mepivacaína 2% associada à epinefrina 
1:100.000 (Mepiadre – Nova DFL Ind. e Com. S.A. Rio de Janeiro-RJ, Brasil). Uma 
incisão intrasulcular foi realizada da mesial do dente 12 até a mesial do dente 16, 
evitando incisões relaxantes. Um retalho de espessura parcial foi realizado com uma 
lâmina 15C, com cuidado para evitar fenestrações, de modo a criar um leito receptor 
adequado para permitir a nutrição do Mucograft®. Foi obtido um retalho livre de 
tensões, permitindo o seu posicionamento coronal de modo passivo sobre a junção 
amelocementária. Em seguida, foi realizado a raspagem e alisamento radicular com 
curetas Gracey e as superfícies radiculares foram condicionadas por quatro minutos 
com algodão Pellet embebidos em uma solução de 100mg/ml de hidrocloreto de 
tetraciclina, seguido de irrigação abundante com solução salina17,18. (Figura 5) 
O Mucograft foi recortado assepticamente, de acordo com o tamanho 
necessário para o recobrimento das raízes, com 3 mm adjacentes às recessões, 
englobando o periósteo. Em seguida foi posicionado sobre o leito receptor, 
observando-se absorção do sangue da área cirúrgica até o seu total preenchimento 
conforme as recomendações do fabricante. (Figura 6) Adicionalmente foi observada 
a imediata adaptação do Mucograft® sobre as raízes expostas. (Figura 7) 
 Foram realizadas suturas suspensórias para a estabilização do 
enxerto com fio absorvível Vicryl 5.0 e, posteriormente, o retalho foi posicionado 
20 
 
coronalmente por meio de suturas simples e suspensórias para o total recobrimento 
do enxerto. (Figura 8) 
Utilizou-se cimento cirúrgico (Coe-Pack – GC Europe N.V.) sobre toda 
a área cirúrgica para proporcionar conforto ao paciente durante o pós-operatório. 
(Figura 9) 
Para o controle de infecções, no pós-operátório foi prescrito amoxicilina 
500 mg três vezes ao dia/sete dias; nimesulida 100 mg 2 vezes ao dia/4 dias; 
clorexidina a 0,12% (Periogard – Colgate Palmolive Ind. e Com. Ltda, São Paulo-SP, 
Brasil) duas vezes ao dia, por duas semanas. 
O pós-operatório ocorreu normalmente, sem apresentar eventos 
adversos, não havendo reação inflamatória extensa associada com o procedimento 
cirúrgico. Após uma semana, o cimento cirúrgico foi removido e medidas rotineiras 
de higiene oral foram restabelecidas. As suturas foram removidas após 15 dias de 
cicatrização e os controles pós-operatórios foram realizados semanalmente até 
completar 30 dias. Após 3 meses pode-se observar a maturação dos tecidos e o 
recobrimento radicular obtido. Após um ano pode ser notada a estabilidade do 
recobrimento radicular e espessura de tecido no sentido vestibular. (Figura 10) 
 
21 
 
5 Discussão 
 
O propósito do presente estudo foi apresentar o uso do Mucograft® 
como material alternativo ao enxerto autógeno de tecido conjuntivo para o 
recobrimento radicular discutindo as suas vantagens, desvantagens, indicações e 
contra-indicações. 
Várias técnicas cirurgias têm sido propostas para o tratamento das 
recessões gengivais e a literatura tem demonstrado que a técnica do retalho 
reposicionado coronalmente associado ao ETCS apresenta alto grau previsibilidade 
e resultados melhores, sendo considerada como o padrão ouro para as terapias de 
recobrimento radicular. A estabilidade dos ETCS tem sido atribuída à sua dupla 
nutrição, proveniente tanto do periósteo como do conjuntivo sobrejacente. Esta 
técnica é amplamente documentada e tem apresentado como resultado um 
recobrimento radicular significativo, ganho de inserção clínica e de tecido 
queratinizado.8 
Contudo, a obtenção do enxerto autógeno de tecido conjuntivo 
depende de uma área doadora, sendo o palato a fonte mais utilizada.6 A existência 
de uma segunda área cirúrgica provoca desconforto e diminui a aceitação do 
paciente pelos procedimentos cirúrgicos.6 Em recente revisão de literatura, foram 
relatadas diversas complicações associadas ao palato como área doadora de 
enxerto, tais como: hemorragia grave da área doadora, exposição de tecido ósseo, 
parestesia e perda do paladar, dor/desconforto prolongado, infecção, aumento do 
tempo cirúrgico e ocorrência de cisto cirúrgico.19 Sendo assim, no presente relato de 
caso, a paciente demonstrou maior interesse e aceitação quando foi proposto um 
biomaterial como substituto do enxerto autógeno, evitando a ferida palatina. O 
Mucograft® apresenta-se como a mais recente alternativa às técnicas cirúrgicas de 
autoenxertos gengivais. Baseia-se num xenoenxerto de origem suína, formando por 
uma matriz bio-reabsorvível de colágeno puro tipo I e tipo II que promove o 
crescimento de tecido queratinizado perante as situações clínicas em que o seu 
volume seja diminuído ou esteja mesmo ausente19. Este xenoenxerto é constituído 
por duas camadas sendo: uma compacta com propriedades celulares oclusivas, 
induzindo a adesão tecidual e importante no processo de cicatrização; a segunda 
camada é mais espessa e constituída por uma estrutura de colágeno esponjoso, que 
22 
 
face à sua proximidade com o tecido do hospedeiro, facilita a formação de um 
coágulo sanguíneo promovendo a revascularização e integração tecidual19. 
Este xenoenxerto representa uma opção alternativa, quanto à 
necessidade de recolha de tecido doador dopalato e, também, ao uso de material 
de enxerto alogênico permitindo o recobrimento radicular e aumento de volume 
gengival20. 
Apresenta como principal contra-indicação aos pacientes que são 
alérgicos à colágeno e áreas infectadas21. 
As vantagens na utilização do enxerto de matriz colágena (Mucograft®) 
é de apresentar indicações e resultados similares aos autoenxertos, disponibilidade 
ilimitada, redução do tempo cirúrgico e menor morbidade e melhor pós-operatório 
para o paciente por ter apenas um sítio cirúrgico. Como desvantagem na sua 
utilização pode-se destacar a contração do enxerto de 14% - 67% e maior custo 
para o paciente. 
De acordo com estudos realizados por Chambrone et al,8,9 o ETCS 
mostrou ser o padrão-ouro no tratamento de recessões gengivais classe I e II de 
Miller. Foi considerado superior ao enxerto com ADM e a regeneração tecidual 
guiada quanto à redução da recessão gengival e ao aumento da mucosa 
queratinizada e concluíram que nos casos em que se espera a cobertura de raiz e 
ganho de mucosa queratinizada, o melhor enxerto é o ETCS. 
No presente caso clínico o pós-cirúrgico transcorreu sem maiores 
complicações e com a completa satisfação da paciente em razão da ausência do 
desconforto de uma segunda área cirúrgica. Aos 30 dias pós-operatório foi 
observado a completa cicatrização, o recobrimento da recessão gengival e tecido 
gengival esteticamente favorável, sem diferença de cor ou textura. Estas 
características corroboram com estudo recente20 onde foi realizado um trabalho de 
boca dividida, onde foram avaliados indivíduos que receberam o tratamento de 
retalho reposicionado coronalmente associado ao ETCS em um defeito (local 
controle), e do outro lado recebeu retalho reposicionado coronalmente associado ao 
enxerto de MCS (local teste). Todos os pacientes receberam ambos os tratamentos 
e foram avaliados com 6 meses e um ano pós-operatório. Os parâmetros adotados 
incluíram: 1) nível de inserção clínica, 2) redução da profundidade sondagem, 3) 
largura do tecido queratinizado, 4) porcentagem de cobertura da raiz, 5) largura da 
recessão, 6) cor e textura dos locais tratados, 7) satisfação estética e 8) dor ou 
23 
 
desconforto. Este estudo concluiu que a apresentação da cor, textura e satisfação 
estética do paciente, com ambos os tratamentos foi equivalente, sendo que a 
alternativa do uso do MCS obteve a preferência por evitar a dor, desconforto e 
morbidade em razão da área doadora.20 
Após avaliação de 12 meses, no presente caso clínico, foi possível 
observar a estabilidade do recobrimento radicular e o discreto ganho de volume 
gengival. Alguns autores concluíram que o uso da MCS associado ao retalho 
reposicionado coronalmente para o tratamento de recessões únicas Classe I / II 
Miller foi tão eficaz e previsível como ETCS em termos de melhoria sem a 
necessidade de um local doador de tecido. Porém, apesar de não apresentar 
diferenças estatisticamente significantes entre os dados, o grupo tratado com ETCS 
apresentou um ganho maior de recobrimento radicular após um ano. Este fato pode 
ser explicado pelo discreto ganho de volume gengival obtido com este material, o 
que dificulta sua estabilidade à longo prazo, em razão do trauma diário das técnicas 
de escovação, mastigação e hábitos parafuncionais. Portanto, por ser um material 
relativamente novo, mais estudos são necessários, especialmente com resultados à 
longo prazo, para concluir a eficiência do MCS comparado ao ETCS. 
 
24 
 
6 Conclusão 
 
Dentro dos limites do presente caso clínico e de acordo com a literatura 
podemos concluir que o enxerto de MCS (Mucograft®), é uma excelente opção 
escolha como material substituto ao tecido conjuntivo para o recobrimento radicular. 
No entanto, estudos clínicos randomizados controlados são necessários para 
avaliação ao longo do tempo dos resultados obtidos. 
 
25 
 
Figura 1: Caso clínico – Aspecto inicial 
 
(Fonte: FOA/2013) 
 
Figura 2: Matriz colágena - Mucograft®. 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: FOA/2013) 
 
 
 
 
26 
 
 Figura 3: Matriz colágena - Mucograft®. 
 
 (Fonte: FOA/2013) 
Figura 4: Caso clínico – retalho de espessura parcial. 
 
 
 
 
 
 
 (Fonte: FOA/2013) 
Figura 5: Caso clínico – Aplicação de hidrocloreto de tetraciclina. 
 
 
 
 
 
(Fonte: FOA 2013) 
 
27 
 
Figura 6: Caso clínico – absorção de sangue pelo Mucograft®. 
 
 
 
 
 
 
 (Fonte: FOA/2013) 
Figura 7: Caso clínico - adaptação do Mucograft® às raízes expostas. 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: FOA/2013) 
Figura 8: Caso clínico – suturas simples e suspensórias. 
 
 
 
 
 
(Fonte: FOA/2013) 
28 
 
Figura 9: Caso clínico – colocação do cimento cirúrgico sobre toda área cirúrgica. 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: FOA/2013) 
Figura 10: Caso clínico – aspecto final após 12 meses. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Fonte: FOA/2013) 
 
29 
 
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