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NATHALIA MENDES CONTI O uso do Mucograft® no recobrimento radicular – Relato de caso Araçatuba – SP 2015 NATHALIA MENDES CONTI O uso do Mucograft® no recobrimento radicular – Relato de caso Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- UNESP, como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Odontologia. Orientador: Prof. Dr. Juliano Milanezi de Almeida Araçatuba – SP 2015 Com carinho, aos meus pais, Orlando Cézar Conti e Joelda Mendes Batista Conti, pelo apoio, empenho, paciência e compreensão que mantiveram ao longo da minha formação acadêmica, sempre buscando o melhor para mim, mesmo frente às dificuldades que surgiram. À minha prima, Elaine Cristina Guerbach Conti, por me apresentar à Odontologia e por desenvolver em mim o gosto pela profissão, sempre me ajudando a aprender cada vez mais. Ao meu grande amigo, Romildo Gonçalves Terçariol Júnior, por todo apoio e incentivo durante minha graduação e desenvolvimento desse trabalho. AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Juliano Milanezi de Almeida, que sempre esteve à disposição, mostrando-se sempre atencioso e dedicado. À doutoranda em Periodontia, Vivian Cristina Noronha Novaes pela pronta ajuda sempre que necessitei. À banca examinadora, formada pelo Prof. Dr. Juliano Milanezi de Almeida, pela Doutoranda em Periodontia Vivian Cristina Noronha Novaes e pelo Prof. Dr. André Pinheiro de Magalhães Bertoz; e aos membros suplentes, Prof Dr. José Vitor Quinelli Mazaro e Pós doutoranda em Dentística Vanessa Rahal, que aceitaram avaliar este trabalho mesmo com inúmeros compromissos. Às minhas amigas, Janaína Cardoso e Marjorie Gallinari, pelo apoio, paciência e ajuda com o desenvolvimento deste trabalho. À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Araçatuba, pela minha formação profissional e crescimento pessoal. “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” Charles Chaplin CONTI, N.M. O uso do Mucograft®no recobrimento radicular – Relato de caso. 2015. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2015. RESUMO O propósito do presente estudo é apresentar um caso clínico de recobrimento radicular utilizando o Mucograft® como material alternativo ao enxerto autógeno de tecido conjuntivo. Paciente gênero feminino, 40 anos de idade apresentou-se a clínica da Faculdade de Odontologia de Araçatuba com queixa de sensibilidade na área dos dentes 13, 14 e 15. Durante exame clínico observou-se recessões gengivais classe I de Miller nesta área. Foi planejado e realizado nos dentes 13, 14 e 15, o recobrimento radicular utilizando-se a técnica do retalho posicionado coronalmente associado ao uso do Mucograft®. A paciente não apresentou reação inflamatória extensa associada ao procedimento cirúrgico e após 3 meses observou- se maturação dos tecidos e recobrimento radicular. Após um ano notou-se estabilidade do recobrimento radicular e da espessura de tecido no sentido vestibular. Dentro dos limites do presente caso clínico e de acordo com a literatura podemos concluir que o enxerto de MCS (matriz colágena suína) (Mucograft®), é uma excelente opção de escolha como material substituto ao enxerto de tecido conjuntivo subepitelial (ETCS) para o recobrimento radicular. No entanto, estudos clínicos randomizados controlados são necessários para avaliação ao longo do tempo dos resultados obtidos. Palavras-chaves: Enxerto. Tecido conjuntivo. Mucograft®. Periodontia. CONTI, N.M. The use of Mucograft® in root coverage - Case report. 2015. 32 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado) – Faculdade de Odontologia, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, 2015. ABSTRACT The purpose of this study is to present a case of root coverage using the Mucograft® as analternative material to autogenous connective tissue graft. Patient female, 40 years old presented to Faculdade de Odontologia de Araçatuba with a sensitivity of abuse in the area of the teeth 13, 14 and 15. During clinical examination revealed gingival recessions Miller class I in this area. It was planned and carried out on teeth 13, 14 and 15, the root coverage using the coronally positioned flap technique associated with the use of Mucograft®. The patient did not show extensive inflammatory reaction associated with the surgical procedure and after 3 months was observed mature tissue and root coverage. After one year was noted stability of root coverage and thickness of tissue in the buccal direction. With in the limits of this clinical case and according to the literature we conclude that the graft MCS (porcine collagen matrix) (Mucograft®), is an excellent option of choice as a replacement material to the graft of subepithelial connective tissue (ETCS) for root coverage. However, randomized controlled trials are needed to assess over time the results obtained. Keywords: Graft. Connective tissue. Mucograft®. Periodontics. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Caso clínico – aspecto inicial ................................................................... 25 Figura 2 – Matriz colágena - Mucograft® .................................................................. 25 Figura 3 – Matriz colágena - Mucograft® .................................................................. 26 Figura 4 – Caso clínico – retalho de espessura parcial ............................................. 26 Figura 5 – Caso clínico – aplicação de hidrocloreto de tetraciclina ........................... 26 Figura 6 – Caso clínico – absorção de sangue pelo Mucograft® .............................. 27 Figura 7 – Caso clínico – adaptação do Mucograft® às raízes expostas ................. 27 Figura 8 – Caso clínico – suturas simples e suspensórias ....................................... 27 Figura 9 – Caso clínico – cimento cirúrgico sobre toda a área cirúrgica .................. 28 Figura 10 – Caso clínico – aspecto final após 12 meses ......................................... 28 LISTA DE ABREVIATURAS ADM = matriz dérmica acelular ETCS = enxerto de tecido conjuntivo subepitelial JCE = junção cemento-esmalte MCS = matriz colágena suína - Mucograft® mm = milímetro % = por cento mg/ml = miligrama por mililitro mg = miligrama EDTA = etilenodiaminotetracético ácido acético SUMÁRIO 1. Introdução ............................................................................................................. 10 2. Objetivo ................................................................................................................. 12 3. Revisão de Literatura ............................................................................................ 13 4. Caso clínico........................................................................................................... 19 5. Discussão.............................................................................................................. 21 6. Conclusão ............................................................................................................. 24 Figuras ..................................................................................................................... 25 Referências .............................................................................................................. 29 *Normas segundo a revista Perionews. 10 1 Introdução A recessão gengival pode ser definidacomo a migração apical da margem gengival em relação à junção cemento-esmalte (JCE), expondo as superfícies radiculares.1 Essa recessão do tecido marginal com exposição da superfície radicular ocorre tanto em populações com higiene oral precária como com alto padrão de higiene oral1,2 e é uma das principais manifestações da doença periodontal3. Há diversas causas para a recessão do tecido marginal na literatura, entre elas podemos citar as recessões associadas a fatores mecânicos (escovação), recessões associadas com lesões inflamatórias induzida por placa1,2 e recessões associadas a doença periodontal destrutiva.2 A recessão do tecido marginal causa sensibilidade dentinária, facilita a formação de cárie radicular1 e compromete a estética do paciente3. Nos dias atuais, a busca pela estética rósea tem crescido e a busca por tratamentos que melhoram a estética dental e rósea tem sido uma constância na odontologia moderna. A indicação do recobrimento radicular é realizada em casos de hipersensibilidade radicular, tratamento de lesões cariosas e abrasões cervicais e necessidades estéticas.2,3 Diferentes terminologias são utilizadas para definir este procedimento como: cirurgia estética gengival, terapia mucogengival, manipulação de tecido mole e cirurgia plástica periodontal. (APP 1999) O recobrimento radicular pode ser realizado por diversas técnicas cirúrgicas, incluindo enxertos gengivais pediculados que podem ser retalhos reposicionados (retalhos reposicionado lateralmente, retalho de papila dupla, retalho posicionado obliquamente) ou retalho avançado (retalho reposicionado coronariamente, retalho semilunar reposicionado coronariamente), Regeneração Tecidual Guiada (colocação de uma barreira em forma de membrana entre o enxerto e a raiz) e enxertos livres (enxerto epitelizado ou ETCS).2,3 Nos enxertos livres podem ser usados ETCS, matriz dérmica acelular (ADM) ou MCS (Mucograft®). Os ETCS possuem como característica positiva alta previsibilidade, aumentando a largura da mucosa queratinizada. Outra vantagem é que possui cor compatível com as outras áreas da gengiva e um bom contorno. Porém alguns pacientes podem ter problemas com o fato de haver dois sítios cirúrgicos e com a quantidade limitada de material autógeno. Além disso, há maior dor pós-operatória e 11 chances de infecção. 1,3 Como alternativa pode ser utilizada a ADM, possibilitando a redução do número de sítios cirúrgicos para apenas um. A ADM é um tecido epitelial humano obtido por doação. Ele é processado de modo que os componentes celulares sejam removidos e mantenha um arcabouço colágeno que estimula as células epiteliais autógenas e a migração de fibroblastos promovendo o crescimento vascular e celular.3,4,5,6 Uma outra alterativa para diminuir a morbidade do paciente é o uso do Mucograft® que é um material obtido através do colágeno suíno. Sua estrutura é composta por uma bicamada, sendo uma compacta e a outra porosa. A camada esponjosa facilita a organização do coágulo sanguíneo e promove a formação de novos vasos sanguíneos.7 Estudos realizados por Herfordet al. (2012) em porcos mostraram que o Mucograft® tem previsibilidade e eficácia quanto à questão de atingir uma faixa de tecido queratinizado como o ETCS com a vantagem que não há a necessidade de um segundo sítio cirúrgico. Outros estudos ainda mostraram que a cobertura da raiz foi completa, houve ganho de mucosa queratinizada e a estética foi alcançada além de observarem uma mistura de cores com os tecidos adjacentes que não corre no enxerto autógeno.7 12 2 Objetivo O propósito do presente estudo será apresentar um caso clínico de recobrimento radicular utilizando o Mucograft® como material alternativo ao enxerto autógeno de tecido conjuntivo. 13 3 Revisão de Literatura Chambrone, et al.8 em 2008 realizou uma revisão sistemática com busca eletrônica em bases de dados para responder a pergunta “Pode o enxerto de tecido conjuntivo subepitelial ser considerado padrão-ouro no tratamento de recessões classe I e II de Miller?” Foram selecionados para esta revisão, estudos com pacientes que apresentavam áreas de recessão classe I ou II de Miller de pelo menos 2 milímetros, sem cáries ou restaurações e que teve menos de 10 participantes por grupo no exame final. Os resultados foram que os ETCS tiveram uma maior redução na recessão gengival quando comparado com enxertos de ADM e regeneração tecidual guiada com membranas reabsorvíveis. Quanto ao nível clínico de inserção, as diferenças entre os grupos não foram significativas e para alteração na mucosa queratinizada, os ETCS mostraram um ganho estatisticamente significativo de largura quando comparado com a regeneração tecidual guiada. Concluíram que o procedimento de ETCS pode ser considerado padrão-ouro no tratamento de recessões gengivais.8 Chambrone, et al.9realizou outra revisão de literatura para avaliar os diferentes procedimentos de recobrimento radicular no tratamento de recessões classe I e II de Miller. Os estudos indicaram que nos ETCS houve uma maior redução da recessão gengival e ganho de mucosa queratinizada comparado com a regeneração tecidual guiada com membranas reabsorvíveis. Concluíram que o ETCS é mais adequado em casos em que se espera cobertura da raiz e também ganho de mucosa queratinizada.9 Roman, et al.10 realizou um estudo com o objetivo de, além dos resultados clínicos de recobrimento radicular, também avaliar a obtenção de uma verdadeira regeneração periodontal por meio de exame histológico de seres humanos in vivo. Dois pacientes com recessões gengivais foram tratados com ETCS. Em ambos os casos foi realizado um retalho parcial com duas relaxantes sem incluir as papilas. A superfície radicular exposta foi aplainada com uma cureta Gracey 5/6. O palato foi a área doadora. O enxerto foi posicionado e suturado com Vicryl® e o retalho foi posicionado para cobrir todo o enxerto e suturado. As suturas foram removidas após 14 dias e os pacientes receberam uma profilaxia com três meses de pós-operatório. As medidas clínicas foram registrados no início e aos 12 meses de pós-operatório. Após os 12 meses de pós-operatório foi realizada uma biópsia 5 mm apicalmente da margem gengival. Foi obtido o recobrimento radicular 14 em ambos os casos. Sob uma visão clínica, os enxertos pareciam estar ligados às superfícies radiculares. Histologicamente, não houve uma regeneração periodontal, pois não houve nenhum ligamento periodontal reestabelecido. Observou-se a presença de um epitélio juncional longo.10 Corsair11 em 2009 relatou um caso de recobrimento radicular com ETCS em um canino superior com 4 mm de recessão gengival marginal no qual foi feito uma restauração classe V com compósito. A restauração foi removida, a raiz aplainada e desmineralizada com uma solução de ácido cítrico. O palato foi a área doadora do tecido conjuntivo. Esse tecido foi colocado na raiz exposta e o retalho foi coronariamente posicionado. O caso foi acompanhado e fotografado após um mês, seis meses e sete anos de pós-operatório e verificou-se aproximadamente 100% da cobertura da raiz após sete anos.11 Molesmi, et al.12 realizou em uma paciente de 43 anos com múltiplas recessões gengivais nos dentes 6 a 11 uma cirurgia de retalho coronariamente posicionado e acompanhou por 1 ano. Foi usado um material chamado CenoDerm®, que consiste em uma ADM. Foi realizada raspagem e alisamento radicular com a cureta McCall 17/18 e lavagem com solução salina estéril. Realizou uma incisão intra-sulcular nas distais dos primeiros pré-molares e duas incisões oblíquas em cada extremidade, preservando as papilas. Foi elevado um retalho de espessura total e feita uma incisão no periósteo para criar uma área de espessura parcial. O CenoDerm® foi embebido em solução salina e cortado de acordo com as dimensões dos defeitos.Foi colocado sobre a raiz exposta e o retalho foi posicionado coronalmente protegendo todo o material. Foram feitas suturas sem tensão. Foram medidos os seguintes parâmetros no início do estudo, três, seis e doze meses após a cirurgia: profundidade de sondagem, nível de inserção clínica, profundidade da recessão, largura da recessão, largura de gengiva inserida, cobertura média da raiz e cobertura completa da raiz. O paciente além de ficar satisfeito com a estética (cor e contorno) também não relatou dor ou incômodo durante a cicatrização. Clinicamente, quatro entre seis dentes apresentaram cobertura completa da raiz. Como não havia mais estudos com o CenoDerm® até o momento da publicação do artigo, usou-se o AlloDerm®, que tem características semelhantes, para comparação de resultados. Estudos com AlloDerm® mostraram 76% de recobrimento radicular após 6 meses e o CenoDerm® mostrou 86% de recobrimento radicular. Quanto ao 15 ganho de gengiva inserida, o ETCS é superior a outros métodos, pois induz a queratinização do epitélio.12 Saadoun13utillizou ADM (Alloderm®) para aumentar a espessura de mucosa queratinizada em dentes com múltiplas recessões gengivais. Realizou uma incisão sulcular de espessura total utilizando uma lâmina 15c e estendeu 3 mm apical à crista óssea alveolar. Prorrogou o retalho, agora de espessura parcial, para mesial, distal e apical com a finalidade de evitar tensão no posicionamento coronal e haver uma mobilidade adequada. Não foram realizadas incisões relaxantes para evitar a exposição da ADM. As superfícies radiculares foram aplainadas removendo todo o cimento contaminado e foi feita a regularização das superfícies com broca diamantada. As superfícies expostas foram condicionadas por 2 minutos com Pregel (EDTA) para remover a smearlayer e enxaguadas com solução salina. Após o ajuste da ADM de acordo com a área a ser recoberta, a matriz foi posicionada sobre o defeito. Foram feitas suturas interrompidas para imobilizar o enxerto e estabilizar o fornecimento sanguíneo. Após a ancoragem do enxerto, o retalho foi suturado coronalmente. Após três meses ouve recobrimento completo da raiz e um aumento da espessura marginal. A profundidade de sondagem foi de 2 mm ou menos.13 Haim Tal14 em 1999 relatou um caso que descreve o potencial uso da ADM como substituta do ETCS autônomo no recobrimento de recessões gengivais localizadas e aumento de gengiva inserida. O caso foi de uma mulher de 46 anos com recessões localizadas de 4 mm apical a JCE e uma estreita faixa de gengiva inserida de aproximadamente 1mm. A superfície exposta da raiz foi aplainada manualmente com curetas e condicionada com uma solução de hidrocloreto de tetraciclina por 2 minutos e meio. Realizou-se uma incisão oblíqua preservando as papilas interdentais e a margem gengival dos dentes adjacentes. Foi realizado um retalho de espessura total, expondo o osso alveolar, e uma incisão de espessura parcial para possibilitar o alongamento do retalho. A área foi instrumentada manualmente e a cortical do osso que circunda a raiz foi perfurada com uma ponta diamantada redonda para aumentar o aporte sanguíneo e possibilitar a migração de células formadoras de osso. A ADM foi hidratada por 12 minutos em solução salina estéril e cortada do tamanho e forma do defeito. A epiderme do tecido foi colocada na direção do osso e da raiz exposta e o lado da membrana basal em direção ao retalho gengival. O enxerto foi estabilizado com uma sutura contínua usando Vicryl® 5-0. Enquanto o espaço entre o enxerto e a ADM se preenchia de sangue, removeu- 16 se o epitélio da papila com uma lâmina No12. O retalho foi posicionado coronalmemte para cobrir a ADM e as partes da papila desepitelizada. A margem coronal do retalho foi posicionada levemente coronal ao local original da junção cemento-esmalte e o retalho foi estabilizado lateralmente com sutura simples interrompida com fio de seda 3-0 e coronalmente com sutura contínua usando Vicryl® 5-0. Um acompanhamento de 8 meses mostrou uma cobertura da raiz de 3.5mm (mais que 80%), uma margem gengival harmônica com os dentes vizinhos e um aumento da faixa de mucosa queratinizada de 1 a 3mm, mostrando que a ADM pode substituir o ETCS.14 Pontes, et al.15 em 2003 obteve sucesso no tratamento pediátrico de recessões gengivais com ADM. O caso foi de um menino de 12 anos de idade que apresentava extensas recessões gengivais na superfície vestibular dos incisivos centrais superiores após uma luxação lateral desses dentes com fratura dos respectivos alvéolos. Realizou uma redução da fratura óssea e reposicionamento dos dentes, esplintagem desses dentes e sutura dos tecidos dilacerados. Também foi realizado tratamento endodôntico nos dois incisivos centrais. O procedimento cirúrgico foi feito após anestesia local com uma incisão intrasulcular no fundo de fórnix e uma incisão relaxante nas superfícies distais dos incisivos superiores. Levantou-se um retalho de espessura total o mais perto possível do periósteo e foi prorrogado um retalho de espessura parcial além da junção mucogengival para que possa ser posicionado sem tensão cobrindo todo o defeito. As superfícies radiculares expostas foram raspadas e aplainadas com instrumentos manuais e rotatórios e condicionado por dois minutos com etilenodiaminotetracético ácido acético 24% (EDTA), em 3% de gel de carbopol seguido de irrigação com solução salina estéril. A ADM foi hidratada em solução salina, de acordo com o fabricante, recortada do tamanho e forma adequada para cobrir o defeito e fixada com sutura compressiva usando fio reabsorvível 5-0. Aplicou-se pressão sobre o enxerto durante 3 minutos para adaptação e aderência ao leito receptor. O retalho foi coronalmente posicionado até a ADM ser completamente coberta. Foi suturado com fio de seda 4-0. O paciente foi instruído a fazer enxágüe com solução de digluconato de clorexidina 0,12% duas vezes ao dia durante 3 semanas. Colocou-se um curativo periodontal na área o qual foi substituído após 7 dias e após 14 dias as suturas foram removidas. Durante o processo de cicatrização, o paciente relatou mínimo desconforto e edema leve. A ADM foi incorporada aos tecidos clinicamente e 17 histologicamente. A estética foi considerada satisfatória, visto que a área do enxerto não apresentava distinção das áreas vizinhas. Após um acompanhamento de 12 meses ouve cobertura total da raiz em ambas as recessões gengivais evidenciando que o enxerto foi bem sucedido tanto funcional como esteticamente.15 Cardapoli et al.16 em seu estudo em 2009 avaliou 18 adultos com recessões gengivais Classe I e II de Miller durante 12 meses. Ele os dividiu em 2 grupos, o grupo teste, no qual a técnica cirúrgica consistia em um retalho posicionado coronalmente junto com uma MCS e um grupo controle, onde ele usou ETCS com a técnica do retalho posicionado coronalmente. Os seguintes parâmetros foram avaliados no pré-operatório e 12 meses pós-operatório: Recessão gengival, profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e largura da mucosa queratinizada. Após a anestesia local, a superfície radicular exposta foi preparada por meio de curetas, brocas de acabamento e ultrassom. Foi realizada uma incisão intrasulcular com uma lâmina de bisturi 15c na vestibular do dente envolvido e duas incisões relaxantes, levemente para apical, foi estendida além da junção mucogengival. Levantou-se um retalho de espessura total até a junção mucogengival, onde, depois de uma incisão no periósteo, foi elevado um retalho de espessura parcial. Foi retirado o periósteo da base do retalho para que não houvesse tensão. Também foi feita a desepitelização das papilas adjacentes. No grupo teste, a MCS foi cortada no tamanho do defeito e posicionada de modo que 1 mm do tecido adjacente também fosse coberto e que ficasse no nível da JCE. O enxerto foi estabilizadocom suturas duplas e entre as papilas interdentais com fio absorvível 5-0. O retalho foi posicionado em cima da MCS e suturado com fio de sutura não absorvível 5-0. Foi realizada a mesma preparação da raiz exposta no grupo controle, bem como a mesma técnica cirúrgica. Ao invés de usar MCS, foi usado ETCS retirado da área posterior do palato. Após o procedimento cirúrgico, foram dadas instruções de cuidados ao paciente. Os pacientes foram acompanhados na 4º semana, 3, 6 e 12 meses pós-operatório onde foi feito o controle de placa com aparelho de ultrassom e taça de borracha com pedra-pomes. Os resultados obtidos após 12 meses de pós operatório mostra que ambos os tratamentos reduziram significativamente a recessão gengival sem nenhuma diferença significativa entre os dois tratamentos. A porcentagem de recobrimento radicular foi de 94.32% para o grupo tratado com MCS e 96.97% para o grupo tratado com ETCS. Quanto ao nível de inserção clínica, houve um ganho de 2.41 18 mm no grupo teste e 2.95 mm no grupo controle. O ganho de largura da mucosa queratinizada foi de 1.23 mm para o grupo teste e 1.27 mm para o grupo controle. Quanto a espessura gengival, ela mudou de 0.82 para 1.82 no grupo teste e de 0.86 para 2.09 mm no grupo controle.16 Assim, a literatura demonstrou diferentes opções terapêuticas para o tratamento das recessões gengivais com níveis de sucesso semelhantes ao do tecido conjuntivo quando comparado com o Mucograft®. Neste interim, o presente trabalho tem por objetivo apresentar um caso clínico de recobrimento radicular usando o Mucograft® como material alternativo ao enxerto autógeno de tecido conjuntivo. 19 4 Caso Clínico Paciente de 40 anos, gênero feminino, procurou atendimento na clínica de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (UNESP-FOA), sem sinais ou sintomas de doenças crônicas ao procedimento de anamnese. A queixa principal era de sensibilidade no dente 13 e insatisfação estética com relação aos dentes 13, 14 e 15, em razão da exposição radicular. Ao exame clínico foi constatada recessão Classe I de Miller nos dentes 13, 14 e 15. (Figura 1) O planejamento do caso foi realizado com base na anamnese, exames clínico e radiográfico. Em seguida as formas de tratamento foram apresentadas à paciente. A técnica eleita foi a do retalho posicionado coronalmente associado ao uso de enxerto, no qual a paciente optou pelo enxerto xenógeno (Mucograft®) (Figura 1 e 2) com o intuito de evitar a área doadora palatal, minimizando o desconforto pós-operatório. Após procedimento de assepsia e antissepsia intra e extraoral, a paciente foi anestesiada localmente com mepivacaína 2% associada à epinefrina 1:100.000 (Mepiadre – Nova DFL Ind. e Com. S.A. Rio de Janeiro-RJ, Brasil). Uma incisão intrasulcular foi realizada da mesial do dente 12 até a mesial do dente 16, evitando incisões relaxantes. Um retalho de espessura parcial foi realizado com uma lâmina 15C, com cuidado para evitar fenestrações, de modo a criar um leito receptor adequado para permitir a nutrição do Mucograft®. Foi obtido um retalho livre de tensões, permitindo o seu posicionamento coronal de modo passivo sobre a junção amelocementária. Em seguida, foi realizado a raspagem e alisamento radicular com curetas Gracey e as superfícies radiculares foram condicionadas por quatro minutos com algodão Pellet embebidos em uma solução de 100mg/ml de hidrocloreto de tetraciclina, seguido de irrigação abundante com solução salina17,18. (Figura 5) O Mucograft foi recortado assepticamente, de acordo com o tamanho necessário para o recobrimento das raízes, com 3 mm adjacentes às recessões, englobando o periósteo. Em seguida foi posicionado sobre o leito receptor, observando-se absorção do sangue da área cirúrgica até o seu total preenchimento conforme as recomendações do fabricante. (Figura 6) Adicionalmente foi observada a imediata adaptação do Mucograft® sobre as raízes expostas. (Figura 7) Foram realizadas suturas suspensórias para a estabilização do enxerto com fio absorvível Vicryl 5.0 e, posteriormente, o retalho foi posicionado 20 coronalmente por meio de suturas simples e suspensórias para o total recobrimento do enxerto. (Figura 8) Utilizou-se cimento cirúrgico (Coe-Pack – GC Europe N.V.) sobre toda a área cirúrgica para proporcionar conforto ao paciente durante o pós-operatório. (Figura 9) Para o controle de infecções, no pós-operátório foi prescrito amoxicilina 500 mg três vezes ao dia/sete dias; nimesulida 100 mg 2 vezes ao dia/4 dias; clorexidina a 0,12% (Periogard – Colgate Palmolive Ind. e Com. Ltda, São Paulo-SP, Brasil) duas vezes ao dia, por duas semanas. O pós-operatório ocorreu normalmente, sem apresentar eventos adversos, não havendo reação inflamatória extensa associada com o procedimento cirúrgico. Após uma semana, o cimento cirúrgico foi removido e medidas rotineiras de higiene oral foram restabelecidas. As suturas foram removidas após 15 dias de cicatrização e os controles pós-operatórios foram realizados semanalmente até completar 30 dias. Após 3 meses pode-se observar a maturação dos tecidos e o recobrimento radicular obtido. Após um ano pode ser notada a estabilidade do recobrimento radicular e espessura de tecido no sentido vestibular. (Figura 10) 21 5 Discussão O propósito do presente estudo foi apresentar o uso do Mucograft® como material alternativo ao enxerto autógeno de tecido conjuntivo para o recobrimento radicular discutindo as suas vantagens, desvantagens, indicações e contra-indicações. Várias técnicas cirurgias têm sido propostas para o tratamento das recessões gengivais e a literatura tem demonstrado que a técnica do retalho reposicionado coronalmente associado ao ETCS apresenta alto grau previsibilidade e resultados melhores, sendo considerada como o padrão ouro para as terapias de recobrimento radicular. A estabilidade dos ETCS tem sido atribuída à sua dupla nutrição, proveniente tanto do periósteo como do conjuntivo sobrejacente. Esta técnica é amplamente documentada e tem apresentado como resultado um recobrimento radicular significativo, ganho de inserção clínica e de tecido queratinizado.8 Contudo, a obtenção do enxerto autógeno de tecido conjuntivo depende de uma área doadora, sendo o palato a fonte mais utilizada.6 A existência de uma segunda área cirúrgica provoca desconforto e diminui a aceitação do paciente pelos procedimentos cirúrgicos.6 Em recente revisão de literatura, foram relatadas diversas complicações associadas ao palato como área doadora de enxerto, tais como: hemorragia grave da área doadora, exposição de tecido ósseo, parestesia e perda do paladar, dor/desconforto prolongado, infecção, aumento do tempo cirúrgico e ocorrência de cisto cirúrgico.19 Sendo assim, no presente relato de caso, a paciente demonstrou maior interesse e aceitação quando foi proposto um biomaterial como substituto do enxerto autógeno, evitando a ferida palatina. O Mucograft® apresenta-se como a mais recente alternativa às técnicas cirúrgicas de autoenxertos gengivais. Baseia-se num xenoenxerto de origem suína, formando por uma matriz bio-reabsorvível de colágeno puro tipo I e tipo II que promove o crescimento de tecido queratinizado perante as situações clínicas em que o seu volume seja diminuído ou esteja mesmo ausente19. Este xenoenxerto é constituído por duas camadas sendo: uma compacta com propriedades celulares oclusivas, induzindo a adesão tecidual e importante no processo de cicatrização; a segunda camada é mais espessa e constituída por uma estrutura de colágeno esponjoso, que 22 face à sua proximidade com o tecido do hospedeiro, facilita a formação de um coágulo sanguíneo promovendo a revascularização e integração tecidual19. Este xenoenxerto representa uma opção alternativa, quanto à necessidade de recolha de tecido doador dopalato e, também, ao uso de material de enxerto alogênico permitindo o recobrimento radicular e aumento de volume gengival20. Apresenta como principal contra-indicação aos pacientes que são alérgicos à colágeno e áreas infectadas21. As vantagens na utilização do enxerto de matriz colágena (Mucograft®) é de apresentar indicações e resultados similares aos autoenxertos, disponibilidade ilimitada, redução do tempo cirúrgico e menor morbidade e melhor pós-operatório para o paciente por ter apenas um sítio cirúrgico. Como desvantagem na sua utilização pode-se destacar a contração do enxerto de 14% - 67% e maior custo para o paciente. De acordo com estudos realizados por Chambrone et al,8,9 o ETCS mostrou ser o padrão-ouro no tratamento de recessões gengivais classe I e II de Miller. Foi considerado superior ao enxerto com ADM e a regeneração tecidual guiada quanto à redução da recessão gengival e ao aumento da mucosa queratinizada e concluíram que nos casos em que se espera a cobertura de raiz e ganho de mucosa queratinizada, o melhor enxerto é o ETCS. No presente caso clínico o pós-cirúrgico transcorreu sem maiores complicações e com a completa satisfação da paciente em razão da ausência do desconforto de uma segunda área cirúrgica. Aos 30 dias pós-operatório foi observado a completa cicatrização, o recobrimento da recessão gengival e tecido gengival esteticamente favorável, sem diferença de cor ou textura. Estas características corroboram com estudo recente20 onde foi realizado um trabalho de boca dividida, onde foram avaliados indivíduos que receberam o tratamento de retalho reposicionado coronalmente associado ao ETCS em um defeito (local controle), e do outro lado recebeu retalho reposicionado coronalmente associado ao enxerto de MCS (local teste). Todos os pacientes receberam ambos os tratamentos e foram avaliados com 6 meses e um ano pós-operatório. Os parâmetros adotados incluíram: 1) nível de inserção clínica, 2) redução da profundidade sondagem, 3) largura do tecido queratinizado, 4) porcentagem de cobertura da raiz, 5) largura da recessão, 6) cor e textura dos locais tratados, 7) satisfação estética e 8) dor ou 23 desconforto. Este estudo concluiu que a apresentação da cor, textura e satisfação estética do paciente, com ambos os tratamentos foi equivalente, sendo que a alternativa do uso do MCS obteve a preferência por evitar a dor, desconforto e morbidade em razão da área doadora.20 Após avaliação de 12 meses, no presente caso clínico, foi possível observar a estabilidade do recobrimento radicular e o discreto ganho de volume gengival. Alguns autores concluíram que o uso da MCS associado ao retalho reposicionado coronalmente para o tratamento de recessões únicas Classe I / II Miller foi tão eficaz e previsível como ETCS em termos de melhoria sem a necessidade de um local doador de tecido. Porém, apesar de não apresentar diferenças estatisticamente significantes entre os dados, o grupo tratado com ETCS apresentou um ganho maior de recobrimento radicular após um ano. Este fato pode ser explicado pelo discreto ganho de volume gengival obtido com este material, o que dificulta sua estabilidade à longo prazo, em razão do trauma diário das técnicas de escovação, mastigação e hábitos parafuncionais. Portanto, por ser um material relativamente novo, mais estudos são necessários, especialmente com resultados à longo prazo, para concluir a eficiência do MCS comparado ao ETCS. 24 6 Conclusão Dentro dos limites do presente caso clínico e de acordo com a literatura podemos concluir que o enxerto de MCS (Mucograft®), é uma excelente opção escolha como material substituto ao tecido conjuntivo para o recobrimento radicular. No entanto, estudos clínicos randomizados controlados são necessários para avaliação ao longo do tempo dos resultados obtidos. 25 Figura 1: Caso clínico – Aspecto inicial (Fonte: FOA/2013) Figura 2: Matriz colágena - Mucograft®. (Fonte: FOA/2013) 26 Figura 3: Matriz colágena - Mucograft®. (Fonte: FOA/2013) Figura 4: Caso clínico – retalho de espessura parcial. (Fonte: FOA/2013) Figura 5: Caso clínico – Aplicação de hidrocloreto de tetraciclina. (Fonte: FOA 2013) 27 Figura 6: Caso clínico – absorção de sangue pelo Mucograft®. (Fonte: FOA/2013) Figura 7: Caso clínico - adaptação do Mucograft® às raízes expostas. (Fonte: FOA/2013) Figura 8: Caso clínico – suturas simples e suspensórias. (Fonte: FOA/2013) 28 Figura 9: Caso clínico – colocação do cimento cirúrgico sobre toda área cirúrgica. (Fonte: FOA/2013) Figura 10: Caso clínico – aspecto final após 12 meses. (Fonte: FOA/2013) 29 Referências 1. JOLY, J. C.; SILVA, R. C.;CARVALHO, P. F. M. Tratamento das discrepânciasde altura da margem gengival: recobrimento radicular e aumento de coroa clínico estético. In:JOLY, J. C.; SILVA, R. C.;CARVALHO, P. F. M. Reconstrução tecidual estética Procedimentos plásticos e regenerativos periodontais e periimplantares. São Paulo: Artes Médicas, 2009. p. 256-306. 2. LINDHE, J.; LANG, N. P.; KARRING, T. Tratado de periodontia clínica e implantologia oral. 3 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 2010. 1326 p. 3. GOYAL, N.; GUPTA, R.; PANDIT, N.; DAHIYA, P. 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