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Infecções de via aérea inferior que cursam com tosse

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1 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
marc 7 - tosse 
OBJETIVO 1: INFECÇÕES DE VIA AÉREA INFERIOR QUE 
CURSAM COM TOSSE. 
TRAQUEOBRONQUITE AGUDA 
- Bronquite corresponde à inflamação da parede brônquica 
associada a diversas condições, como causas: 
1) Inflamatórias: asma; 
2) Pneumopatias crônicas: displasia broncopulmonar, 
bronquiectasias, fibrose cística, discinesia ciliar, tráqueo e 
broncomalácia; 
3) Doenças crônicas: desordens da deglutição, refluxo 
gastroesofágico, cardiopatia congênita e imunodeficiências; 
4) Malformações congênitas: anéis vasculares (compressão 
extrínseca de estruturas de vias aéreas) e hemangiomas 
(compressão intrínseca); 
5) Aspiração de corpo estranho; 
6) Infecções: vírus, Chlamydia, Ureaplasma, Mycoplasma 
pneumoniae, Bordetella pertussis e Mycobacterium 
tuberculosis. 
- A bronquite aguda é uma síndrome de etiologia 
predominantemente viral, sendo a tosse o principal sintoma. 
- A nasofaringite pode estar associada à bronquite aguda. Assim, 
associados aos sintomas respiratórios altos (coriza e obstrução 
nasal), sintomas constitucionais e tosse protraída persistem por 
uma a três semanas. 
- O escarro pode ser purulento por causa da descamação do 
epitélio. A doença é autolimitada. 
- A tosse, em geral, dura de 5 a 14 dias, melhorando em menos de 
14 dias em 75% dos casos. Durante o período da doença, os 
pacientes costumam apresentar mal-estar e piora da vitalidade e 
funcionamento social e laboral transitoriamente. Dados limitados 
sobre os desfechos a curto e a longo prazos mostram que até 20% 
dos pacientes apresentam sintomas persistentes ou recorrentes 
durante 1 mês. 
- Em cerca de 50% dos casos, os pacientes apresentam 
expectoração purulenta associada; a presença de escarro 
purulento não tem correlação com achado de bactérias no escarro. 
- Os pacientes apresentam sintomas de broncoespasmo em 30 a 
40% dos casos, com hiper-reatividade de vias aéreas que pode 
durar até 6 semanas. A febre é um achado incomum e sugere um 
diagnóstico alternativo. 
- A traqueobronquite ocorre com uma frequência de 44 casos por 
1 mil adultos por ano; a traqueobronquite aguda afeta em torno de 
5% dos adultos anualmente. Observa-se uma incidência maior no 
inverno e no outono em relação ao verão e à primavera. 
- Os mais comuns influenzavírus A e B, parainfluenza, coronavírus, 
rinovírus, vírus sincicial respiratório e metapneumovírus. Embora 
seja possível que bactérias como Streptococos pneumoniae e 
Moraxella catarrhalis possam causar inflamação traqueal, mas as 
evidências científicas da existência de traqueobronquite bacteriana 
aguda são relativamente pequenas 
- Por sua vez, a bronquite crônica é uma entidade bem definida em 
adultos e caracteriza-se por tosse produtiva por três meses/ano ou 
mais durante no mínimo dois anos. Em adultos, cerca de 80% das 
doenças obstrutivas pulmonares crônicas estão relacionadas à 
história de tabagismo. 
- Na infância, os casos de bronquite crônica são encontrados na 
fibrose cística, displasia broncopulmonar e bronquiectasias. 
- Os termos bronquite aguda e traqueíte definem um quadro 
autolimitado, normalmente de 1 a 3 semanas de inflamação das 
grandes vias aéreas do pulmão, que pode ser estender até os 
brônquios terciários. 
- Os pacientes apresentam como sintoma principal tosse com 
duração usual de 5 dias a 1 semana, que, conforme pontuado, pode 
durar até 3 semanas. 
- A maioria dos casos é causada por infecções virais, com os 
mesmos agentes que causam a bronquite e traqueíte podem 
também infectar pequenas vias aéreas do pulmão e, 
ocasionalmente, os alvéolos. 
- A traqueobronquite aguda deve ser diferenciada da inflamação 
das pequenas vias aéreas (bronquiolite), que costuma cursar com 
quadro de broncoespasmo mais proeminente, embora os sintomas 
de traqueobronquite incluam a produção de expectoração, sibilos 
e falta de ar. 
- O diagnóstico de traqueobronquite se baseia na presença de 
tosse, sobretudo com expectoração, excluindo causas de vias 
aéreas superiores sem evidência clínica ou radiológica de 
pneumonia. 
- O paciente com sintomas com tosse e expectoração sem critérios 
para definir a presença de síndrome de resposta inflamatória 
sistêmica (SRIS) sugere que o diagnóstico é de traqueobronquite, 
tornando improvável o diagnóstico de pneumonia. 
- Os critérios de SRIS incluem temperatura inferior a 36ºC ou 
superior a 38ºC, frequência cardíaca (FC) maior que 90bpm, 
frequência respiratória (FR) maior que 20RPM ou contagem de 
leucócitos inferior a 4.000 células/mm3 ou superior a 12.000 
células/mm3 ou superior a 10% de formas jovens de neutrófilos 
como os bastonetes. 
- O tratamento é basicamente sintomático. 
BRONQUIOLITE 
- Bronquiolite é um termo geral usado para descrever uma lesão 
inflamatória inespecífica que afeta principalmente pequenas vias 
aéreas e geralmente poupa o interstício. 
- Os principais tipos são bronquiolite obliterante (também chamada 
de bronquiolite constritiva), bronquiolite aguda, bronquiolite 
proliferativa, bronquiolite folicular, bronquiolite respiratória, 
fibrose intersticial centrada nas vias aéreas e panbronquiolite 
difusa. 
- Doença infecciosa que resulta na obstrução inflamatória de 
pequenas vias aéreas inferiores, mais especificamente, nos 
bronquíolos. Ocasiona quadro de intensidade variável, com 
sintomatologia da própria obstrução das vias aéreas. 
- A bronquiolite acomete mais frequentemente crianças menores 
de dois anos de idade, principalmente durante o outono e inverno. 
As apresentações mais graves predominam nos primeiros três 
https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/traqueobronquite.htm
 
2 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
meses de vida. Nesta faixa etária é a infecção do trato respiratório 
inferior mais frequente e a principal causa de hospitalização. 
- Considerado como o primeiro desconforto respiratório de 
crianças menores de dois anos, caracteriza-se por um quadro de um 
a dois dias de febre, acompanhado de rinorreia e tosse que evolui 
com taquipneia e desconforto respiratório progressivos, com pico 
no 4º dia de evolução. 
- Batimento de asa do nariz, retrações e estertores e sibilos podem 
ser observados, dependendo da gravidade do caso, e 
ocasionalmente crianças pequenas podem apresentar apneia. 
- A bronquiolite, devido ao vírus sincicial respiratório, contribui 
substancialmente para morbidade e mortalidade de crianças com 
doenças de base, como as portadoras de doença pulmonar crônica 
da prematuridade, cardiopatias congênitas e fibrose cística. 
- O vírus sincicial respiratório é de longe o agente etiológico mais 
frequente, porém outros agentes, como o adenovírus, o 
parainfluenza, o influenza, o micoplasma, a clamídia, o ureaplasma 
e o pneumocystis, são causas menos comuns. 
 
- As principais alterações fisiopatológicas da bronquiolite estão 
relacionadas às alterações inflamatórias dos bronquíolos. O vírus 
desencadeia uma sequência de reações inflamatórias locais 
relacionadas com a resposta imunológica, caracterizando-se por 
uma obstrução inflamatória dos bronquíolos, afetando 
significativamente a passagem de ar. Além disso, ocorre uma 
alteração na ventilação/perfusão, com consequente hipoxemia, 
retenção de CO2 e acidose respiratória. 
- A maioria dos pacientes é tratada ambulatorialmente com 
sintomáticos. 
- Sinais e sintomas: Inicia com um pródromo de sintomas leves de 
vias aéreas superiores (rinorreia + espirros + coriza), pode 
apresentar febre (38,5-39 oC) e tosse seca ou produtiva. Com o 
quadro instalado, o paciente cursa com tosse paroxística, dispneia, 
taquipneia e irritabilidade. 
- As principais complicações geralmente acontecem no período 
mais crítico, que compreende as primeiras 48-72 horas. As 
principais complicações são: acidose metabólica, hipoxemia e 
falência respiratória. As complicações da fase aguda 
compreendem: insuficiência respiratória,pneumotórax, 
atelectasias, infecção bacteriana secundária. 
- O diagnóstico é clínico, baseado nos sinais e sintomas + exame 
físico referidos acima. Porém, em quadros com maior gravidade, 
alguns exameslaboratoriais e a radiografia de tórax podem ser 
solicitados, mas não necessitam ser realizados de forma rotineira. 
- Hemograma: linfocitose e, na infecção por Adenovirus pode haver 
leucocitose intensa com reação leucemoide. 
- Gasometria arterial: para diagnóstico e acompanhamento da 
insuficiência respiratória. Pode apresentar hipoxemia (queda de 
PaO2), diminuição, normalidade ou elevação da PaCO2, já que o 
dióxido de carbono é um gás altamente difusível e, nos quadros 
iniciais, pode ocasionar alcalose respiratória compensatória, 
evoluindo posteriormente para acidose respiratória. 
- Radiografia de tórax: As radiografias não devem ser realizadas de 
forma rotineira para a avaliação de lactentes e crianças com 
bronquiolite. 
- Embora controvertido, pode ser realizado um teste terapêutico 
com beta2 agonista inalatório, que pode ser eficaz em até 30% dos 
pacientes. 
- Os corticoides são de indicação empírica e controvertida. Crianças 
com sinais de hipoxemia em ar ambiente, taquipneia moderada, 
história de apneia, desconforto respiratório moderado ou doença 
de base devem ser tratadas em ambiente hospitalar. 
- Tratamento preventivo com palivizumab deve ser indicado aos 
pacientes portadores das patologias de base que agravam a 
evolução dos casos de bronquiolite. 
- O tratamento será de suporte, com a utilização de sintomáticos. 
Os quadros leves e moderados são, frequentemente, tratados em 
unidade ambulatorial, sendo importante a garantia de uma boa 
hidratação, controle da febre e da frequência respiratória, além de 
fracionamento da dieta com volumes reduzidos, em virtude da 
presença de taquipneia. 
- A terapia de suporte consiste em manter uma hidratação 
adequada, oxigenoterapia se necessário e monitorar a progressão 
da doença. 
Aguda 
- Bronquiolite infecciosa aguda em adultos foi relatada em 
pacientes com Mycoplasma pneumoniae, vírus sincicial 
respiratório, sarampo, influenza, coqueluche, parainfluenza e 
adenovírus. 
- A apresentação clínica da bronquiolite em adultos é mal definida. 
Geralmente, uma doença respiratória superior precede o início dos 
sintomas respiratórios inferiores de tosse, dispneia aos esforços, 
febre, taquipneia e sibilância. 
- A tomografia computadorizada (TC) mostrou espessamento da 
parede brônquica, nódulos centrolobulares e / ou um padrão de 
árvore em brotamento. 
- O diagnóstico é geralmente clínico, com base no ambiente e nos 
resultados de imagem. O tratamento é amplamente de suporte ou, 
quando disponível, direcionado à doença subjacente (por exemplo, 
Mycoplasma, influenza). 
- Ocasionalmente, esta síndrome aguda pode progredir para 
bronquiolite obliterante. 
Obliterante 
- Bronquiolite obliterante, também conhecida como bronquiolite 
obliterativa, refere-se à síndrome clínica associada com lesão das 
pequenas vias aéreas causada por um espectro de exposições 
inalatórias, infecciosas e de drogas, e também após transplante de 
pulmão ou células hematopoiéticas. 
 
3 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- A síndrome clínica é tipicamente caracterizada por dispneia, 
limitação do fluxo de ar que não é reversível com broncodilatador 
inalado e uma radiografia de tórax que mostra pulmões normais ou 
hiperinsuflados. 
- Uma ampla gama de agentes e processos de doença pode causar 
lesão pulmonar que leva à bronquiolite obliterante. Infecção com 
vírus sincicial respiratório, adenovírus ou Mycoplasma 
pneumoniae; e tratamento com busulfan , ouro ou penicilamina . A 
inflamação pulmonar associada à artrite reumatóide e outras 
doenças reumáticas também pode causar bronquiolite obliterante. 
- As manifestações clínicas da bronquiolite constritiva geralmente 
incluem dispneia e tosse, às vezes com produção de expectoração. 
Os sintomas são geralmente lentos e progressivo ao longo de 
semanas a meses. 
- Quando há suspeita de bronquiolite obliterante com base em 
sintomas de tosse e dispneia que não são bem explicados por asma 
ou DPOC, os exames mais úteis são imagens do tórax, geralmente 
uma tomografia computadorizada de alta resolução (TCAR) com 
imagens inspiratórias e expiratórias e pulmonares teste de função 
com capacidade de difusão e oximetria ambulatorial. 
INFECÇÕES EM PACIENTES COM BRONQUIECTASIAS 
- As bronquiectasias são uma doença incomum, mas 
potencialmente de grande morbidade e mortalidade. Associa-se 
com exacerbações infecciosas, dispneia, tosse e hemoptise. 
- Na maioria dos casos, as bronquiectasias são uma desordem 
adquirida dos brônquios e bronquíolos, caracterizada por 
destruição e dilatação patológica das paredes brônquicas de forma 
irreversível. Apresenta muitas manifestações clínicas em comum 
com a doença pulmonar obstrutiva e se caracteriza por visitas 
hospitalares frequentes com necessidade de internação. 
- Seu diagnóstico é usualmente realizado clinicamente baseado em 
achados como tosse crônica e expectoração espessa e em achados 
tomográficos demonstrando espessamento brônquico e dilatação 
luminal dos brônquios. 
- O processo fisiopatológico envolve os brônquios e bronquíolos e 
os pacientes apresentam histologicamente inflamação transmural 
com liberação de mediadores locais, edema de mucosa 
(bronquiectasias cilíndricas), ulceração e depressão com 
neovascularização de arteríolas brônquicas (bronquiectasias 
císticas), distorção da arquitetura brônquica devido à obstrução 
e/ou infecção. 
- Para o seu aparecimento são necessárias duas condições: 
 Infecção; 
 Prejuízo da drenagem ou obstrução de vias aéreas ou 
defeito imunológico que facilite o aparecimento da 
infecção ou dificulte sua resolução. 
- As bronquiectasias podem se apresentar com um processo local 
ou focal obstrutivo, afetando um segmento ou um lobo pulmonar, 
ou um processo difuso com envolvimento de ambos os pulmões. 
Os quadros localizados em geral são associados a pneumonias de 
repetição na infância, com curso na maioria das vezes benigno. 
- A obstrução das vias aéreas por um corpo estranho ou lesão 
intraluminal como um tumor ou mesmo obstrução extraluminal 
predispõe ao aparecimento das lesões brônquicas com 
aparecimento de bronquiectasias. Em adultos com alteração de 
consciência pode ocorrer aspiração e pneumonias pós-obstrutiva 
que predispõe ao aparecimento de bronquiectasias. 
- Outras imunodeficiências como deficiência de IgA, de subclasses 
de IgG ou a imunodeficiência comum variada podem também 
evoluir com bronquiectasias. 
Quadro clínico 
- Os pacientes apresentam quadros brônquicos com tosse 
produtiva, com escarro mucopurulento, eventualmente com 
hemoptises intermitentes, pleurite e dispneia. 
- A tosse é presente em 98% dos casos, com expectoração 
purulenta diária em 78% dos casos, já dispneia e sibilância ocorrem 
em cerca de 75% dos pacientes em quadros infecciosos agudos 
causando exacerbação, mas sibilância ocorre em 20-35% fora de 
quadros infecciosos. 
- Estertores podem ocorrer em 70% dos pacientes e roncos em 
cerca de 40-45% dos casos. Dor torácica pleurítica, por sua vez, é 
descrita em 50% dos casos. Baqueteamento digital era 
frequentemente descrito em séries antigos, mas em séries atuais 
parece ocorrer em apenas 3% dos casos e provavelmente ocorre 
quando aparecem shunts pulmonares associados. 
- Hemoptise maciça pode ser a manifestação principal, muitas 
vezes após uma infecção respiratória, melhora do quadro e 
resolução da hemoptise com uso de antibióticos é frequente. 
Exames Complementares 
- A radiografia de tórax é anormal na maioria dos doentes, 
demonstrando espessamento brônquico e opacidades eventuais, 
mas a extensão da doença não é avaliada adequadamente apenas 
pela radiografia torácica. 
- Tomografia de tórax de alta resoluçãoé o padrão-ouro para o 
diagnóstico, permite avaliar a sua extensão, o exame ideal é com 
cortes finos e os principais achados incluem dilatação de vias 
aéreas, constrições varicosas, espessamento de parede brônquica 
e formação de bronquiectasias cilíndricas e eventualmente 
enfisema pulmonar localizado. 
- A broncoscopia é bem indicada para avaliação de etiologia das 
bronquiectasias, podendo descobrir neoplasias concomitantes e 
avaliar pacientes com novo quadro infeccioso. 
- Prova de função pulmonar é semelhante à encontrada em 
pacientes com DPOC e 40% dos pacientes apresentam 
broncoconstrição quando realizado teste de broncoprovocação. 
- Outros exames incluem as pesquisas de subclasses de IgG que 
podem avaliar deficiência de IgG. Dosagem de alfa-1 antitripsina 
(pode ser realizado rastreamento com eletroforese de proteínas, 
pois a alfa-1 antitripsina representa cerca de 80% da alfa-1), 
também deve ser realizada a pesquisa de fator reumatoide. O 
hemograma é indicado também na avaliação de todos os pacientes. 
Tratamento 
- O tratamento primeiramente envolve o manejo da causa da 
bronquiectasia, assim pacientes com aspergilose broncopulmonar 
alérgica podem ser tratados com glicocorticoides e antifúngicos. 
Alguns pacientes têm bronquiectasias secundárias à infecção por 
micobactérias que devem ser tratadas. Nos pacientes com 
imunodeficiências pode ser necessário o uso de imunoglobulina 
venosa hiperimune. 
https://www.medicinanet.com.br/pesquisas/bronquiectasias.htm
 
4 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- O diagnóstico de exacerbações agudas é baseado em critérios 
clínicos. Infecção bacteriana é responsável pela maior produção de 
escarro, aumento da purulência; dispneia com ou sem queixas 
sistêmicas deve-se acrescentar que a definição de exacerbação 
aguda nesses pacientes é mais difícil do que em pacientes com 
DPOC, pois o expectorado é cronicamente purulento. O tratamento 
depende do quadro geral do doente, com antibiótico parenteral em 
formas graves e via oral em doentes com quadro geral estável. 
- Quinolonas respiratórias como levofloxacina, moxifloxacina ou 
ciprofloxacina são, em geral, a terapia de escolha inicial. A duração 
em geral é de 7-14 dias em pacientes sem complicações ou com 
história de poucas exacerbações. Doentes que não melhoram ou 
que pioram após 48 a 72 horas de terapia devem colher escarro 
para avaliar a flora e seu perfil de resistência. Para pacientes com 
micro-organismos resistentes, como Pseudomonas aeroginosa, a 
preferência é de 14 dias de antibioticoterapia. 
- Hospitalização é indicada para tratamento de exacerbações que 
apresentem critérios que incluem: 
 Frequência respiratória > 25 i.r.m; 
 Hipotensão; 
 Febre persistente; 
 Hipoxemia (SaO2 < 92%); 
 Falha em melhorar com antibioticoterapia oral 
Tratamento Cirúrgico e Transplante 
- A cirurgia tem papel limitado e pode ser útil quando as 
bronquiectasias são localizadas, ou quando há uma má-formação, 
ou uma área restrita de estenose, etc. Por outro lado, o transplante 
de pulmão é indicado em doentes com bronquiectasias extensas e 
graves. 
As principais indicações para tratamento cirúrgico são: 
1) Remoção de pulmão destruído, parcialmente obstruído por 
tumor ou corpo estranho; 
2) Redução de episódios infecciosos; 
3) Redução de expectoração extremamente purulenta e viscosa; 
4) Eliminação de vias aéreas com episódios de hemoptise de 
repetição; 
5) Remoção de área suspeita de colonização por Micobacterium 
avium ou Micobacterium tuberculosis multirresistente. 
PNEUMONIAS ADQUIRIDAS NA COMUNIDADE 
- Pneumonia adquirida na comunidade (PAC) é a infecção do trato 
respiratório inferior causada por agentes adquiridos na 
comunidade ou com surgimento em até 48 horas após admissão 
hospitalar. Estão excluídos dessa definição aqueles que 
apresentam internação hospitalar por mais de 2 dias nos últimos 90 
dias; residem em casa de repouso; receberam antibióticos 
endovenosos e/ou quimioterapia nos últimos 30 dias e tratam-se 
em clínicas de hemodiálise. 
 
- Manifesta-se clinicamente na comunidade ou em até 48h da 
internação. 
- A pneumonia adquirida na comunidade (PAC) grave, que requer 
internação hospitalar para tratamento, é associada a elevada 
mortalidade nos anos subsequentes ao evento, mesmo em 
pacientes jovens sem morbidades associadas. O custo das 
admissões hospitalares por PAC também é elevado, especialmente 
daquelas que requerem internação em unidade de terapia 
intensiva. 
- Os pulmões são constantemente expostos a partículas e 
microrganismos que estão presentes nas vias aéreas superiores e, 
por microaspiração, chegam ao trato respiratório inferior. O 
desenvolvimento da infecção indica deficiência da defesa do 
hospedeiro, exposição a agente altamente virulento ou inoculação 
excessiva do agente. Além da microaspiração, a disseminação 
hematogênica é outro mecanismo fisiopatológico presente, 
principalmente na infecção por Staphylococcus aureus. 
- Embora inúmeros patógenos possam causar a PAC, os mais 
frequentes são em número limitado. Os agentes etiológicos variam 
de acordo com a localidade, características do paciente e gravidade 
da PAC. Streptococcus pneumoniae era o agente responsável por 
95% dos casos de pneumonia na era pré-antimicrobiano. 
 
- Apesar de permanecer como o principal agente causador dessa 
entidade, sua frequência decaiu após uso da vacina 
antipneumocócica para adultos e da pneumocócica conjugada para 
crianças, além da redução da taxa de tabagismo. 
- Outras bactérias que causam PAC são Haemophilus influenza, 
Staphylococcus aureus, Moraxella catarrhalis, Pseudomonas 
aeruginosa e outros bacilos Gram-negativos. Os agentes atípicos, 
Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae, além das 
espécies de Legionella completam os principais agentes 
bacterianos das PAC. 
- O vírus sincicial respiratório (VSR) foi o agente mais importante na 
faixa etária até 5 anos, e o Rhinovírus entre 5 e 17 anos de idade. 
Microaspiração 
 
Macroaspiração: falhas no reflexo de fechamento da glote e no 
reflexo da tosse, aspira conteúdo gástrico e esofágico para o 
pulmão, pneumonite química que pode evoluir para pneumonia 
bacteriana. 
 
5 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
- Algumas características do hospedeiro podem aumentar a chance 
de PAC por agentes específicos. 
 
Quadro clínico 
- Os pacientes com PAC geralmente apresentam-se com início 
agudo ou subagudo de febre (78%), tosse (82%) com ou sem 
expectoração e dispneia (40 a 90%). Outros sintomas comuns, 
como dor torácica, dor pleurítica e escarro com hemoptoicos, além 
de sintomas inespecíficos, como mialgias, anorexia e fadiga, podem 
estar presentes. 
- Os achados de exame físico como taquipneia, taquicardia, 
hipotensão, crepitações localizadas e sinais sugestivos de 
consolidação podem estar presentes em frequência e combinação 
variáveis, e são sugestivos de pneumonia. 
- É importante notar que os pacientes idosos frequentemente não 
apresentam febre, tosse ou mesmo dispneia. Podem apresentar-se 
com quadro clínico inespecífico, como desorientação, mudanças 
abruptas da capacidade funcional e descompensação de uma 
doença previamente estável, como diabetes, DPOC ou insuficiência 
cardíaca e dor abdominal. 
Diagnóstico 
- O diagnóstico da pneumonia baseia-se em achados clínicos (febre, 
tosse, expectoração, dor torácica) e achados de exame físico 
(estertores crepitantes, sinais de consolidação, taquipneia, 
taquicardia) confirmados pela radiografia de tórax, já que nenhum 
conjunto de sinais e sintomas é acurado o bastante para predizer 
com alto grau de certeza a presença de pneumonia. Em idosos, os 
sinais e os sintomas podem ser mais sutis e menos específicos. 
- A radiografia de tórax também é importante para avaliação da 
gravidade, identificação de complicações e diagnóstico diferencial. 
- É importante dar atençãoaos pacientes imunossuprimidos 
(principalmente os neutropênicos) que podem apresentar-se 
inicialmente sem alterações radiológicas. 
- Padrões radiológicos incluem consolidação lobar, focos de 
consolidação, opacidades intersticiais e cavitação. Não é possível 
afirmar com segurança o agente etiológico baseando-se no padrão 
radiológico da radiografia de tórax. 
- O diagnóstico etiológico ainda é difícil, embora novos métodos 
tenham aumentado o diagnóstico etiológico para até 80% dos 
pacientes. No entanto, esse novo arsenal de testes não está 
amplamente disponível e sua relação de custo-efetividade não foi 
testada e pode ser alta, especialmente em países em 
desenvolvimento. 
- Portanto, a pesquisa do agente etiológico fica reservada para os 
casos graves ou naqueles em que, pelos dados epidemiológicos e 
clínicos, imagina-se que o resultado possa mudar o tratamento 
empírico padrão. Para esse grupo de pacientes, cultura de escarro, 
hemoculturas e pesquisa urinária para antígenos de Legionella 
(positivas em até 75% dos casos de infecção por Legionella 
pneumophila sorotipo 1) e pneumoco (positividade de até 88% em 
pneumonias com bacteremia), bem como reação em cadeia de 
polimerase (PCR) para pesquisa de vírus respiratórios da 
comunidade devem ser realizados. 
- A cultura de escarro é positiva em até 80% dos casos de 
pneumonia por S. pneumoniae quando coletada antes ou até 12 
horas após o início da terapia antimicrobiana, porém a positividade 
das hemoculturas não ultrapassa 25%. 
- Todos os pacientes com PAC que apresentem derrame pleural 
puncionável devem ser submetidos à toracocentese. O material 
deve ser submetido à coloração de Gram e cultura, além das 
análises bioquímicas. 
- A broncoscopia com lavado broncoalveolar não é necessária na 
maioria dos casos de PAC, ficando reservada sua indicação para PAC 
em pacientes imunocomprometidos ou nos casos em que houver 
falha terapêutica. 
- Além dos exames para diagnóstico etiológico, exames 
laboratoriais adicionais são geralmente recomendados para 
pacientes que necessitam de hospitalização. Entre eles, 
hemograma, ureia, creatinina, sódio, potássio, glicemia, enzimas 
hepáticas, bilirrubinas e gasometria arterial. 
Exames Complementares 
Radiologia 
- Solicitar para todos os pacientes com suspeita de pneumonia. 
 RX tórax PA e P – infiltrado pulmonar novo. Se RX normal e 
suspeita de PAC permanece – repetir RX em 48h. 
Marcadores inflamatórios e hemograma 
- Devem ser solicitados para os pacientes que serão tratados em 
ambiente hospitalar. Não são obrigatórios para pacientes que serão 
tratados em domicilio. 
 Proteína C Reativa (PCR) 
>100 mg/L: Pneumonia é altamente provável 
< 20mg/L em paciente com >24 h sintomas: Pneumonia é 
improvável 
 Pró-calcitonina: solicitar quando houver dúvida se o 
diagnóstico é realmente de pneumonia. 
Bioquímicos 
- Considerar a realização de outros exames conforme indicação 
clínica do paciente (ex: glicemia para avaliar DM descompensado) 
Investigação etiológica 
- A investigação etiológica de pneumonia deve ser realizada em 
todos os pacientes que forem internados. 
 Cultura de escarro: o escarro deve ser imediatamente 
encaminhado para semeadura após colhido. Na interpretação 
é importante notar se o escarro é representativo (>25 
polimorfonucleares e < 10 células epiteliais por campo. 
 Hemocultura: devem ser colhidas 2 amostras, de locais de 
punção diferentes, porém podem ser realizadas 
simultaneamente. 
 
6 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
 Teste rápido para influenza: solicitar em suspeita de etiologia 
viral; se possível, swab para pesquisa de H1N1. Não atrasar o 
tratamento para colher o exame. 
 Pesquisa de Legionella, com antígeno urinário: solicitar nos 
primeiros 5 dias de evolução do quadro, principalmente nos 
pacientes com quadros graves. 
 Método invasivo de cultura: considerar realização se o 
paciente estiver intubado ou traqueostomizado. 
Diagnóstico 
 Febre > 4 dias 
 Dispneia/taquipneia 
 FC > 100 bpm 
 Tosse seca ou produtiva com escarro purulento 
 Idosos podem apresentar sintomas inespecíficos: confusão 
mental, delirium, inapetência ou descompensação de doenças 
de base. Sinal mais comum é taquipneia. 
 Sinal focal ao exame físico do tórax (crepitação é o mais 
comum) 
Estratificação de risco 
- Praticamente todas as decisões quanto à escolha do tratamento, 
exames diagnósticos a serem feitos e local de tratamento da PAC 
baseiam-se na avaliação inicial da gravidade da PAC. A gravidade de 
um episódio de PAC é estimada por meio de critérios baseados em 
dados de história, exame físico e exames complementares. 
- Os critérios já foram amplamente validados em ensaios clínicos e 
são recomendados nas diretrizes de diferentes sociedades de 
pneumologia e doenças infecciosas. Dois são os principais: FINE (ou 
PSI – pneumonia severity index) e CURB-65. Ambos avaliam a 
necessidade ou não de internação. 
- O escore de FINE é composto de duas etapas. Na primeira, se não 
houver um fator de risco, o paciente é definido como classe I de 
risco e não necessita de maior exploração complementar. Se na 
primeira etapa existir algum fator de risco presente, passa-se para 
a segunda, que considera dados clínicos, laboratoriais e a 
radiografia de tórax. Para cada um desses dados, o paciente recebe 
uma pontuação e, em função do total de pontos atingidos, os 
pacientes são separados nas classes II a V. 
- Com o valor obtido do Quadro 5, classifica-se a PAC em cinco 
classes de gravidade. Essa classificação leva em conta o risco de 
óbito em cada classe e, portanto, ajuda na decisão do local de 
tratamento. 
 
 
 
- O escore CURB-65 é um índice que, assim como o escore de FINE, 
permite identificar os pacientes com pneumonia e baixo potencial 
de gravidade. Ele é bastante simples e avalia objetivamente a 
presença de cinco fatores: 
C = confusão mental; 
U = ureia > 50 mg/dL; 
R = respiração (FR > 30); 
B = pressão arterial (PAS < 90 mmHg e/ou PAD < 60 mmHg); 
65 = idade maior que 65 anos. 
 
 
 
- É dado um ponto para cada fator presente. Pacientes com escore 
0 ou 1 (se apenas a idade pontuar) podem ser tratados 
ambulatoriamente, enquanto indivíduos com escores maiores 
devem ser internados. 
- É importante notar que a decisão do local de tratamento da PAC 
deve sempre estar subordinada ao julgamento clínico, 
principalmente diante de situações não previstas nesses escores de 
gravidade. Em suma, pacientes de baixo risco (PSI de I a III ou CURB-
65 de 0 a 1) podem ser tratados ambulatoriamente, na ausência de 
alterações graves dos sinais vitais (em relação ao PSI) ou 
comorbidades graves (no caso do CURB-65) e se não houver 
 
7 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
impedimentos sociais e condições que impeçam a ingestão correta 
das medicações. 
Tratamento 
 
 
- O aspecto mais importante a ser considerado na escolha do 
esquema do tratamento empírico da PAC é a gravidade da 
apresentação clínica inicial, principal determinante do local de 
tratamento do paciente: ambulatorial, hospitalar ou em unidade de 
terapia intensiva. Também influencia de modo significativo nessa 
escolha a presença de comorbidades e de condições de risco para 
agentes particulares. 
- Os pacientes com PAC sem necessidade de internação são 
tratados com antibióticos escolhidos empiricamente, baseados no 
patógeno mais provável. De acordo com o consenso das sociedades 
americanas de tórax e de doenças infecciosas (IDSA/ATS), os 
antibióticos indicados para pacientes previamente hígidos e sem 
condições de risco específicas devem ser os macrolídeos 
(azitromicina ou claritromicina). Entretanto, alguns consensos 
europeus, como o britânico e o sueco, mantêm a escolha da 
amoxicilina como droga de tratamento empírico para PAC não 
complicada. 
- A presença de comorbidades significativas ouuso prévio de 
antibióticos nos últimos 3 meses aumentam a probabilidade de 
infecção por germes resistentes. Antibióticos da mesma classe dos 
antibióticos usados previamente devem ser evitados para 
tratamento de uma nova infecção. 
- O tratamento empírico para pacientes internados deve ser 
instituído baseando-se nos patógenos mais prováveis, tendo em 
vista as comorbidades e as condições específicas. Se houver 
isolamento do patógeno, a terapia deve ser direcionada. 
- A terapia com corticosteroides sistêmicos tem se mostrado útil em 
pacientes em choque séptico e insuficiência suprarrenal relativa. O 
papel da corticoterapia na PAC grave ainda é incerto. No entanto, 
recentemente estudos mostraram benefício do uso de 
corticosteroides em PAC grave. Estudo prospectivo em pacientes 
com PAC grave mostrou que a infusão contínua de hidrocortisona 
por 7 dias diminuiu o tempo de internação hospitalar e a 
mortalidade. 
- O tratamento deve ser administrado por pelo menos 5 dias e não 
deve ser interrompido antes de o paciente atingir os critérios de 
estabilidade clínica e estar afebril por 48 ou 72 horas. Tratamentos 
mais longos podem ser necessários no caso de patógenos menos 
comuns, como Pseudomonas aeruginosa e Staphylococcus aureus. 
- Com a antibioticoterapia adequada, alguma melhora do quadro 
clínico deve ser observada nas primeiras 48 a 72 horas. Deve-se 
avaliar o padrão da febre, frequência respiratória, frequência 
cardíaca, oxigenação, pressão arterial e estado clínico geral. 
- O tempo para resolução do infiltrado pulmonar à radiografia de 
tórax é variável, podendo geralmente oscilar entre 4 e 12 semanas. 
A melhora clínica não precisa ocorrer paralelamente à melhora 
radiológica. Alguns pacientes podem apresentar sequelas 
radiológicas definitivas, como estrias fibróticas, deformações 
vasculares ou brônquicas, obliteração de seios costofrênicos e 
bronquiectasias. 
- Casos de pacientes que não obtiveram melhora clínica após 72 
horas do início do tratamento ou que pioraram nas primeiras 48 
horas são considerados como falha terapêutica. 
- A vacinação contra pneumococo (23-valente não conjugada) e 
influenza é a principal forma de prevenção contra PAC. Todas as 
pessoas com 50 anos de idade ou mais, risco aumentado de 
complicações, contatos intradomiciliares de pessoas de alto risco e 
profissionais de saúde devem receber anualmente a vacina do vírus 
inativado da influenza. A vacinação contra influenza está associada 
à diminuição de pneumonia, de hospitalização e de morte. 
EXACERBAÇÃO DE DPOC, ASMA E DOENÇAS INTERSTICIAIS 
PULMONARES (DPI) 
- A exacerbação da DPOC é definida como evento no curso natural 
da doença caracterizado por intensificação da dispneia basal, 
associado ou não a tosse e alteração do escarro. Apresenta caráter 
agudo e exige mudanças na medicação de uso habitual. 
- As infecções respiratórias são as principais causas de exacerbação 
da DPOC; um terço das causas das exacerbações não são 
identificadas. 
- Exacerbações consistem na piora sustentada da condição clínica 
do paciente de início agudo (dispneia, tosse e/ou expectoração), 
quando comparada ao período estável, não sendo relacionada à 
variação diária que ele apresenta, determinando necessidade de 
mudança na medicação habitual, com aumento considerável do 
custo socioeconômico. 
- São mais frequentes nos indivíduos mais graves e naqueles com 
maior número de exacerbações prévias e geralmente provocam 
piora transitória da função pulmonar, sendo necessárias várias 
semanas para recuperação. Estão associadas a aumento da 
inflamação nas vias aéreas, sendo as causas mais frequentes 
infecção respiratória, em geral restrita à mucosa brônquica, e 
poluição do ar. 
- Na maioria das vezes, a infecção não apresenta febre, leucocitose 
e alterações radiológicas, que, dessa forma, não são 
imprescindíveis para o início da antibioticoterapia. Sua principal 
característica é uma alteração no aspecto e/ou na quantidade de 
 
8 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
expectoração, podendo se tornar purulenta, associada ao aumento 
da dispneia. 
- Entre as causas infecciosas, as bactérias representam dois terços 
e os vírus um terço dos casos. Os principais agentes bacterianos são 
Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e Moraxella 
Catarrhalis. 
- Entre os vírus, os mais frequentes são rinovírus, influenza, sincicial 
respiratório e adenovírus. 
- Os principais objetivos no tratamento da exacerbação são: 
melhorar oxigenação, com o objetivo de manter saturação de pulso 
da oxiemoglobina entre 90 e 92%; reduzir resistência das vias 
aéreas mediante o uso de broncodilatadores, corticosteroides 
sistêmicos e fisioterapia respiratória; nutrição adequada. 
- Doenças como TEP, ICC e insuficiência coronariana podem 
associar-se a piora dos sintomas da DPOC, mas devem ser avaliadas 
como diagnósticos diferenciais. 
- O aumento da expectoração e a mudança nas características da 
secreção sugerem processo infeccioso das vias aéreas. 
- Pacientes com comorbidades, DPOC grave ou muito grave, 
exacerbações frequentes (>3/ano) e uso de antibióticos nos últimos 
3 meses apresentam risco aumentado para Pseudomonas 
aeruginosa. 
- O tratamento deve ser mantido por 5 a 10 dias. 
Exames Complementares 
 Oximetria de pulso e gasometria arterial; se menor 90%, realizar 
gasometria arterial 
 Radiograma de tórax: na suspeita de pneumonia ou para 
avaliação de diagnósticos diferenciais, como pneumotórax 
 Hemograma: se suspeita de pneumonia, policitemia ou para 
paciente internados 
 Cultura de escarro: se não houver resposta ao tratamento inicial, 
para pacientes ambulatoriais e para todos os que forem internados 
Tratamento 
Oxigênio: Recomenda-se o uso da menor FiO2 (Litros/minuto) a fim 
de manter SpO2 90% ou PaO2 > 60 mmHg. Após 30 minutos da 
instalação, os gases arteriais devem ser avaliados para certificar 
que não houve retenção de CO2. 
Broncodilatadores de curta ação: Em geral, realizam-se 3 ciclos de 
medicações na primeira hora do tratamento. Para pacientes 
adultos, recomenda-se: 
a) Inalação: 
SF 0,9%.................. 3 ml 
Fenoterol................. 10 gotas 
Ipratópio.................. 40 gotas 
ou 
b) Aerossóis 
Salbutamol spray...... 4 puffs* e 
Ipratrópio spray........ 4 puffs* 
 
- Após o primeiro tratamento, novos ciclos poderão ser realizados, 
dependendo da resposta clínica do paciente. Depois da dose inicial, 
o Ipratrópio deverá ser repetido a cada 4 horas. 
- Fenoterol e Salbutamol podem ser realizados de hora em hora, 
conforme resposta clínica e efeito colateral das medicações. 
- Terbutalina endovenosa só está indicada para pacientes cuja via 
inalatória está indisponível. 
Corticosteróides: O uso de corticóides sistêmicos é indicado 
rotineiramente nas exacerbações, pois reduz as taxas de 
internações e recaídas, além de acelerar a melhora do VEF1 e da 
PaO2. Usar Prednisona 40mg/dia (ou equivalente) por 5 a7 dias. 
Hidrocortisona ou metilprednisolona endovenosa por até 72 horas, 
seguida de prednisona (ou equivalente) por via oral, completando-
se 10 a 14 dias 
Antibióticos: 
Devem ser prescritos quando: 
 Pacientes apresentam os três sintomas cardinais: piora da 
dispnéia, aumento do volume do escarro e escarro purulento 
 Apresentam apenas dois dos sintomas, sempre incluindo 
escarro purulento 
 Pacientes necessitam de ventilação mecânica 
- Pacientes com comorbidades, DPOC grave ou muito grave, 
exacerbações frequentes (>3/ano) e uso de antibióticos nos últimos 
3 meses apresentam risco aumentado para Pseudomonas 
aeruginosa. 
Indicação de hospitalização 
 Acidose respiratória 
 Presença de comorbidades descompensadas 
 Necessidade de suporte ventilatório 
 Pacientes que apresentam dispneia grave e não responderam 
adequadamente ao tratamento broncodilatador inicial 
 Alterações no nívelde consciência 
 Instabilidade hemodinâmica 
 
ASMA 
- A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por 
inflamação crônica das vias aéreas. Ela é definida pela história de 
sintomas respiratórios, tais como sibilos, dispneia, opressão 
torácica retroesternal e tosse, os quais variam com o tempo e na 
intensidade, sendo esses associados à limitação variável do fluxo 
aéreo. 
- Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores 
na qual ocorre participação de muitas células e elementos 
 
9 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
celulares. A inflamação crônica está associada à HRB, que leva a 
episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e 
tosse, particularmente à noite ou no início da manhã. Esses 
episódios são consequência da obstrução generalizada ao fluxo 
aéreo, que é variável e reversível espontaneamente ou com 
tratamento. 
- A asma é uma doença perene e com recorrência dos sintomas. Até 
o presente momento, não tem cura, entretanto, pode ser tratada e 
a maioria dos pacientes obtém controle da doença. A perenidade 
indica a necessidade de um tratamento de manutenção. 
- A principal característica fisiopatogênica da asma é a inflamação 
brônquica que está presente em todos os pacientes com asma, 
mesmo naqueles com início recente, pouco sintomáticos ou 
assintomáticos. 
- O processo inflamatório é decorrente da interação entre células 
inflamatórias, mediadores e células estruturais das vias aéreas. A 
mucosa brônquica inflamada torna-se hiper-reativa a vários 
estímulos inespecíficos. 
- Entretanto, em mais de 90% das crianças e em cerca de 60% dos 
adultos a asma é alérgica, com resposta mediada por 
imunoglobulina E (IgE), desencadeando reações imediatas poucos 
minutos após a exposição ao alérgico, que se seguem por reações 
tardias, constituindo a resposta inflamatória crônica característica 
da perenidade da doença. 
- A inflamação promove redução do calibre das vias aéreas por 
edema da mucosa e presença de secreção, além de HRB com 
contração exagerada da musculatura brônquica. Esse processo é 
resultado da interação entre fatores genéticos, ambientais e 
adquiridos (obesidade, ansiedade etc.) que estimulam e mantêm a 
inflamação brônquica, responsável pelos sintomas. 
DPI 
- As doenças pulmonares intersticiais (DPI) são afecções 
heterogêneas, que acometem o parênquima pulmonar de maneira 
difusa e que são agrupadas por conta de achados clínicos, 
radiológicos, funcionais e histológicos semelhantes. 
- Fazem parte desse grupo condições de diversas etiologias, como 
infecções, doenças autoimunes, toxicidade pulmonar por drogas e 
de origem actínica, e idiopáticas. Incluem-se ainda entre as DPI 
diversas formas de bronquiolite, doenças de preenchimento 
alveolar e vasculites pulmonares. 
- As DPI são afecções raras, com um amplo número de causas, cujos 
diagnóstico e tratamento permanecem um desafio mesmo para os 
especialistas. 
- As principais causas conhecidas incluem as pneumoconioses, 
infecções induzidas por fármacos, as colagenoses e as doenças 
associadas ao tabaco. Estão incluídas no grupo das doenças tabaco-
relacionadas a pneumonia intersticial descamativa a bronquiolite 
respiratória associada à DPI, a fibrose pulmonar combinada a 
enfisema, a histiocitose pulmonar de células de Langerhans (HPCL) 
e a fibrose associada ao tabaco. 
- As pneumonias intersticiais idiopáticas constituem um grupo 
heterogêneo de doenças pulmonares de causa desconhecida, 
decorrentes de lesão do parênquima pulmonar, resultando em 
graus variáveis de inflamação e fibrose. 
- Fazem parte desse grupo a fibrose pulmonar idiopática (FPI), a 
pneumonia intersticial não específica, a pneumonia in-tersticial 
aguda, a pneumonia organizante criptogênica e a pneumonia 
intersticial bronquiolocêntrica. 
- A investigação diagnóstica de um paciente com DPI inclui a 
obtenção de uma história e realização de exame físico detalhado, 
exames radiológicos, especialmente radiografia e tomografia 
computadorizada de tórax de alta resolução, avaliação da função 
pulmonar, outros exames complementares e, quando necessários, 
lavado broncoalveolar e biópsia pulmonar por via transbrônquica, 
cirúrgica ou guiada por tomografia. 
- Nenhum desses elementos isoladamente é suficiente para uma 
conclusão diagnóstica, que deve ser determinada a partir da 
integração das características clínicas, radiológicas, funcionais e 
histopatológicas. 
- A principal manifestação é a dispneia frequentemente 
progressiva, que deve ser avaliada quanto à duração e graduação, 
sendo importante para se determinar a gravidade da doença e para 
acompanhamento. Tosse habitualmente seca está presente muitas 
vezes. 
- Dor pleurítica sugere presença de processo inflamatório pleural, 
que pode ocorrer nas doenças causadas por fármacos ou 
relacionadas às colagenoses, ou pneumotórax, como na 
linfangioleiomiomatose (LAM) e HPCL. Hemoptise e escarro 
hemoptoico podem ocorrer nas vasculites pulmonares, na LAM e 
na presença de neoplasia. 
- Sintomas compatíveis com colagenoses, como dor, edema e 
rigidez articular, fenômeno de Raynaud, fotos-sensibilidade, olhos 
secos e boca seca, dificuldade para deglutir, engasgos com 
alimentos, pirose e regurgitação, além de fraqueza muscular, 
devem ser sistematicamente pesquisados. Deve-se lembrar que o 
acometimento pulmonar pode preceder os sintomas 
extrapulmonares em meses ou anos. 
- O quadro clínico habitualmente tem evolução subaguda ou 
crônica, em meses ou anos, mas algumas condições, como 
pneumonia intersticial aguda, pneumonia eosinofílica aguda, 
pneumonia organizante, lesão por drogas e PH, podem apresentar 
evolução aguda. 
OBJETIVO 2: CONSEQUÊNCIAS DO CRACK NA SAÚDE 
BIOPSICOSSOCIAL DO INDIVÍDUO. 
- O crack é resultante da mistura aquecida entre a cocaína mais o 
bicarbonato de sódio ou utiliza-se amônia. Por ser de forma de 
pedra a mesma tem que ser aquecida para ser fumada, sendo que 
seus efeitos são devastadores, porque basta algumas vezes 
consumida para o indivíduo se torne um dependente, a 
dependência se dá devido a uma grande compulsão ou fissura para 
utilizar a droga. 
- A fumaça tóxica do Crack atinge o pulmão, vai à corrente 
sanguínea e chega ao cérebro. É distribuído pelo organismo por 
meio da circulação sanguínea e, por fim, a droga é eliminada pela 
urina. Sua ação no cérebro é responsável pela dependência. 
- Algumas das principais consequências do uso da droga são: 
doenças pulmonares, algumas doenças psiquiátricas, como psicose, 
paranoia, alucinações e doenças cardíacas. 
- A consequência mais notória é a agressão ao sistema neurológico, 
provocando oscilação de humor e problemas cognitivos, ou seja, na 
 
10 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
maneira como o cérebro percebe, aprende, pensa e recorda as 
informações. Isso leva o usuário a apresentar dificuldade de 
raciocínio, memorização e concentração. 
- O uso da substância psicoativa aumenta a chance de outros 
transtornos mentais, podendo mimetizar, atenuar ou piorar 
sintomas. No caso específico do crack, é comum sua associação a 
transtornos de humor, personalidade, conduta e déficit de atenção. 
- De um modo geral, o crack não escolhe gênero, classe social, 
idade, tampouco raça. Embora o uso prevaleça entre os grupos com 
maior vulnerabilidade biopsicosociocultural, atingindo de forma 
importante a periferia das grandes cidades, qualquer indivíduo, 
independente da sua condição, não está livre do contato com o 
crack. 
- Uma pequena porção de crack produz alterações no sistema 
nervoso central que dura alguns minutos, devido ao uso abusivo 
crack pelos jovens, com frequência os mesmos têm paradas 
cardiorrespiratórias ou as vezes vão a óbito por overdose. 
- Uma vez que um indivíduo inicia o uso da droga, começa a 
apresentar muitas vezes uma mudança em seu comportamento 
mostrando-se agressivocom seus familiares, começa a perder peso 
e também há uma redução significativa em seu apetite. 
- A marginalização do usuário se deve ao isolamento social, a falta 
de interesse com o próprio corpo, quebra de laços afetivos com 
familiares, atos anti sociais como furto, mentiras, estes fatos o 
levam a ficar sozinho e sendo dependente totalmente das drogas 
sem nenhuma perspectiva de vida. 
- As complicações psiquiátricas são frequentes, ocorrendo em 
35,8% dos casos, destacando-se, entre elas, episódios de pânico, 
depressão e psicose. Os sintomas psicóticos (delírios paranoides, 
alucinações) podem desaparecer espontaneamente após algumas 
horas (ao final da ação da cocaína), mas agitações extremas podem 
necessitar de sedação. 
- As complicações cardiovasculares decorrentes do uso de cocaína 
são as mais frequentes entre as não psiquiátricas, sendo a angina 
do peito a que atinge maior taxa, presente em 10% dos usuários. 
- Quanto às complicações pulmonares decorrentes do uso agudo 
de crack, os sintomas mais comuns, que se desenvolvem horas após 
o uso, são: dor torácica, dispneia, tosse seca ou com eliminação de 
sangue e/ou material escuro (resíduos da combustão) e febre. 
Hemoptise ocorre em 6% a 26% dos usuários. Derrames pleurais 
também podem estar presentes. 
OBJETIVO 3: ATENDIMENTO SOCIAL E DE SAÚDE DOS 
INDIVÍDUOS EM SITUAÇÃO DE RUA. 
SAÚDE 
- A população em situação de rua tem aumentado nos últimos anos 
no Brasil, e entender a percepção deles sobre cuidado e saúde é o 
primeiro passo para atender de forma humanizada as suas 
necessidades e para criar o vínculo entre essa população e o serviço 
de saúde. 
- Os moradores de rua podem sofrer alguns agravos na saúde 
devido aos seus hábitos de vida, tais como: doenças sexualmente 
transmissíveis (DST’s), hepatites, tuberculose, dermatoses, 
escabiose, uso abusivo de álcool e outras drogas e agravos em 
saúde mental. 
- Devido aos riscos que os homens, mulheres e crianças se expõem 
ao morar na rua, a abordagem das equipes de saúde tem que ser 
mais específica. Para oferecer esse tipo de atenção e para ampliar 
o acesso das pessoas em situação de rua aos serviços de saúde foi 
criado pelo Ministério da Saúde em 2010/2011, o Programa 
Consultório na Rua como um projeto piloto. O programa além de 
garantir esse acesso, fortalece a rede de atenção à saúde dos 
municípios por meio da integração dos diversos níveis de atenção. 
- O Consultório na Rua age como ponte entre o morador de rua e o 
serviço de saúde e tem como objetivos principais a promoção da 
saúde, prevenção de agravos, redução de danos e manutenção da 
saúde da pessoa que vive na rua, para que ele/ela desenvolva 
autonomia no cuidado e tenha direito a um atendimento 
humanizado e universalizado. 
- O Consultório deve contar com uma equipe multidisciplinar que 
tenha um olhar diferenciado e que entenda o morador de rua como 
um cidadão de direitos, sem julgar sua vida e suas escolhas. 
- O enfermeiro exerce o papel não só assistencial e gerencial, mas 
também o papel de educador e facilitador. Ele deve ter uma visão 
integral do indivíduo e desenvolver ações que promovam à saúde 
do morador de rua por meio de orientações, mantendo sempre o 
contato com o paciente para que o mesmo se sinta confortável a 
procurar o serviço quando sentir necessidade. 
- A transição do Consultório de Rua para Consultório na Rua é muito 
mais que uma alteração puramente semântica. Está em questão o 
campo de ação, sendo desfocada a saúde mental e ampliando-se as 
ações voltadas para a saúde geral da população em situação de rua. 
- Nessa nova configuração, ressalta-se a importância da 
manutenção da perspectiva da redução de danos, considerada 
como um forte elemento da base dos antigos Consultórios de Rua 
e agora também fortalecida como uma diretriz da atenção básica, 
como preconiza a Política Nacional de Atenção Básica. Dessa forma, 
o Consultório na Rua desenha-se como estratégia e ponto de 
atenção da Rede de Atenção Psicossocial, que deve incorporar a 
redução de danos de forma transversal em sua prática. 
- Garantia da atenção integral à saúde das pessoas em situação de 
rua mesmo sem familiares ou responsáveis e adequação das ações 
e serviços existentes, inclusive unidades móveis, assegurando a 
equidade e o acesso universal no âmbito do Sistema Único de 
Saúde (SUS), com dispositivos de cuidados interdisciplinares e 
multiprofissionais; 
- Fortalecimento das ações de promoção à saúde, com ênfase na 
Estratégia Saúde da Família sem Domicílio, assegurando acesso à 
prevenção e ao tratamento de doenças, principalmente, aquelas 
com alta incidência na população em situação de rua, como 
tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis/AIDS, 
hanseníase, problemas dermatológicos e ortopédicos (traumas), 
saúde mental, como também aquelas decorrentes do uso abusivo 
de álcool e outras drogas; 
ASSISTÊNCIA SOCIAL 
- Estruturação da rede de acolhida, temporária de acordo com a 
heterogeneidade e diversidade da população em situação de rua e, 
em consonância, com o Sistema Único de Assistência Social, os 
conceitos preconizados na Política Nacional de Assistência Social e 
com as demais políticas, particularmente, aquelas estruturantes 
(Trabalho, Habitação, Saúde e Educação) que possibilitem 
processos de saída das ruas; 
 
11 SANNDY EMANNUELLY – 6º PERÍODO 2021.1 
 – Produção e sistematização de dados e informações com vistas a 
assegurar qualidade na prestação dos serviços e parâmetros para a 
definição do quadro de pessoal para a rede de atendimento; 
- Estabelecimento de padrão básico de qualidade, segurança e 
conforto a ser adotado na estruturação e reestruturação da rede 
de acolhida temporária, no âmbito do SUAS. 
- Adequação dos serviços que acolhem as pessoas em situação de 
rua, favorecendo o acesso à Educação e ao trabalho, com 
flexibilização de normas relativas a horários, alimentação/refeições 
e higienização, guarda de pertences, incluir estacionamento de 
carroças, lavanderia, canil, dentre outras;

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