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Texto Didatico Pos Segunda Guerra Mundial Estudos Amazonicos 7 ano Eliandragleyce

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1 TEXTO DIDÁTICO DE HISTÓRIA. 
Escola: 
________________________________________
________________________________________ 
professor (a): Eliandra Gleyce Rodrigues 
Aluno (a):__________________________ 
Série:7ª Data: ___/___/____ 
Disciplina: História / Estudos Amazônicos 
Tema: Pós – Segunda Guerra mundial 
 
 “Naquela época eu tava com 25 anos, eu lembro 
que o barco encostava no porto das casas em 
Mocajuba e Cametá, e ia pegando os passageiros de 
casa em casa para trabalhar em Tomé-Açú na 
pimenta, principalmente no verão...Agosto, setembro, 
outubro, e novembro; terminava a pimenta iniciava o 
inverno ...iam para o Tocantins Tucuruí, naquela 
época a produção ali era da castanha, lembro da 
década de 70, até uns 88; eu viajei pra lá pro 
Tocantins . 
 Naquele tempo não tinha estrada era só barco... 
essa gasolina embarcava no iate São Benedito levava 
para Tucuruí desembarcava a gasolina lá no Mangal 
em Tucuruí. De lá os marabaenses embarcava e 
levava para Marabá, Conceição do Araguaia, 
Itupiranga, Xambioá, Carolina do Norte em 
Maranhão, essa barcada de gasolina distribuía pra 
lá... Marabá, Conceição do Araguaia [...] chegava em 
Belém embarcava outra remessa de gasolina e levava 
para Santarém baixo Amazonas, chegava de 
Santarém embarcava de novo e levava para o Amapá 
esse barco ficava distribuindo, uma para Santarém , 
outra Macapá e uma para Amapá ...chegava de 
Amapá carregava o barco de 480 tambores a carga 
do barco e cada tambor pegava 200 l de gasolina e 
levava para Tucuruí .A rota era, Amapá , Tucuruí, 
Macapá e Santarém para passar o inverno e no verão 
parava porque não tinha como viajar para o 
Tocantins , secava a agua onde hoje é a barragem era 
a cachoeira, e lá não passava embarcação só quando 
a maré tava cheia que passava os maranhenses com 
castanha e gasolina[...] 
 O iate São benedito viajava para Tucuruí, 
Santarém, Macapá , Amapá, ...o proprietário era 
Raimundo Cunha carregava a gasolina e para Tomé-
Açú era o Raimundão ( Raimundo Moreira), ele tinha 
um barco chamado Givanildo, ele saia de porto em 
porto embarcando os passageiros para ir trabalhar 
na pimenta dos japoneses, eram muitos japoneses ali. 
 O barco chegava na boca do rio Acará 1h da tarde, 
chegava em Tomé- Açú as 6h da manhã, era uma 
viagem agoniante, era fedor de merda de cachorro de 
porco... chegando lá os japoneses já estavam 
esperando o pessoal no porto e iam então escolhendo 
o pessoal, o senhor „Chirosk Kaiabé‟ dono de 
pimental era um dos japoneses que eu trabalhei lá no 
ramal Mariquita ... ele era novo devia ter a base da 
minha idade ... uns 25 por ai.. ele gostava muito de 
mim, apesar de novo era responsável ... tinha um 
cinema lá no 4 bocas no Bréu, ele me convidada para 
assistir filme, „Chirsok Kaiabé‟ era meu patrão, meu 
amigo, ele que gerenciava o pimental ...tomava conta 
do trabalho do pai dele, pai de criação. Ele me disse 
que quando era criança na base de uns 5 ou 6 anos os 
dois velhos vinham fugindo da Guerra, e acharam ele 
na rua ou no mato, algo mais ou menos assim... ai 
acharam ele e pegaram para criar, os dois velhos não 
tinham filho... na rua ou no mato, ninguém sabe 
exatamente o local , só encontram ele e perguntaram 
se ele tava sozinho, ele era criança, respondeu que 
„sim‟ e ai levaram ele , porque o casal, os dois velhos 
, vinham fugindo da guerra. 
 O senhor „Chirosk Kaiabé dava preferencia para 
trabalhador que era de Cametá e Mocajuba , porque 
cametaense era gente boa e trabalhador , e 
mocajubense gente manso, os maranhenses e os 
cearenses eram um pessoal brabo , ai o japonês dizia 
que não gostava de trabalhar com gente assim... 
todos os japoneses chegava lá no porto de Tomé- Açú 
e perguntavam “de onde é esse pessoal ? ” ai quando 
falavam Mocajuba e Cametá, japonês dizia “quero 
tudo”... os cearenses e maranhenses eram gente 
muito trabalhadora também, só que eles não 
obedeciam muito os japoneses [...].” 
Fonte: Relato do Sr. José de Souza Pinto, 74 anos, morador na 
cidade de Mocajuba/Pa. Data: 10/03/2018, entrevista cedida as 
11:00 A.m. 
 
 Você sabia que o Bairro da Liberdade em São 
Paulo abriga uma decoração e arquitetura que 
remete as cidades japonesas? Fernanda Takai, 
Sabrina Sato, LoveFoxxx , você conhece uma 
delas ? Você sabe indicar o que elas têm em 
comum? 
 A imigração Japonesa no Brasil começa em 
torno de 1908 , com a intenção deles virem 
trabalhar nas lavouras de café, e se dá em fluxo 
no restante das décadas , devido às crises , como a 
Grande depressão em 29, terremoto de Kanto em 
1923, etc,. Que de certo modo tiveram impacto 
nas pequenas propriedades rurais. A partir da 
década de 50 o governo adotou medidas e ações 
políticas sobre esses japoneses, a maior parte 
dando sua contribuição à agricultura no país. 
 Através dos imigrantes japoneses Tomé-Açú 
tornou-se o maior produtor de pimenta-do-reino. 
Vale ressaltar também que tais técnicas de plantio 
favoreceu muito a questão da modernização, mais 
como tais elementos trazidos subvertem os saberes 
dos moradores locais daqui? Ou como essas trocas 
de saberes e técnicas de plantio dialogam entre o 
que é trazido e o que se tem aqui, quais os valores 
relevantes e o que resulta tal agregação? Observe 
no relato acima como a memória individual do 
morador tem uma ligação com algo mais amplo 
como a saída do Japão que se deu em virtude do 
 
2 TEXTO DIDÁTICO DE HISTÓRIA. 
momento histórico pelo qual passava o país dessa 
maneira agregada aos incentivos políticos eles 
instalaram-se no Pará em especial nas zonas fora 
de Belém, o ambiente propicio da Região fez com 
que Tomé-Açú se tornasse uma referencia 
atraindo muitos trabalhadores, principalmente dos 
interiores no plantio e colheita delas nas terras dos 
japoneses. Até hoje as pessoas ainda mudam de 
um lugar para outro, mais veremos como e quais 
os efeitos essa imigração teve , será que hoje ainda 
o cotidiano da ligação Brasil-Nipo se dá de uma 
maneira amigável? Quais desafios eles tiveram 
que passar? E porque se tinham preferencia à o 
trabalhadores que vinham dos interiores ? 
 
Glossário: 
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Atividade: 
 
1- No relato acima podemos interligar a 
História Local com a global, qual a parte 
da entrevista dada que melhor menciona 
ou deixa claro sobre isso?. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARANHENSE IATE OU 
MARABANENSE 
2- O deslocamento dos japoneses tinha 
ligação com algo mais complexo, um dos 
motivos que fizeram eles virem buscar 
auxílios em terras paraenses está ligado à 
guerra e do momento histórico em que 
viviam, comente com suas palavras sobre 
tal momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3- Faça uma pesquisa sobre como se dava as 
técnicas de plantio e colheita e porque a 
pimenta do reino, já não era mais o auge 
de Tomé-Açú.

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