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Exercicio direito empresarial I

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DIREITO EMPRESARIAL I
Estudo de Caso
A Hero Brasil S.A ajuizou Ação Cominatória cumulada com Indenização por Perdas e Danos, com pedido de Tutela de Urgência em face de Ritter Alimentos S/A.
A autora sustenta, em suma, que é líder no segmento de geleias no Brasil tendo, atualmente, como carro chefe de vendas, a geleia “Queensberry”. Aduzem que houve vultosos investimentos para o sucesso dos produtos e que, no entanto, foi surpreendida com recente lançamento de uma geleia pela empresa ré. Alegam que há exacerbada proximidade entre os padrões visuais dos produtos causando prejuízos irreparáveis à parte autora, oriundos do desvio ilícito de sua clientela e de diluição do poder atrativo e distintivo de suas embalagens. Afirmam que detém o registro das marcas de geleia “Queensberry” lançados no Brasil em 2004, tendo a ré lançado a sua linha de produtos em 2012. 
Apontam a gritante semelhança dos produtos: Queensberry x Ritter concluindo pela concorrência desleal por parte da ré em razão da confusão provocada com as marcas.
Diante disso, requer a autora, seja concedida tutela antecipada determinando que a Ré se abstenha, imediatamente, de fabricar, comercializar, divulgar ou utilizar, a qualquer título, sua linha de geleias em qualquer forma de apresentação que se confunda com as marcas e embalagens da autora, sob pena de multa diária no valor de R$ 50.000,00. No mérito, requerem a confirmação da tutela, bem como seja a Ré condenada a compor perdas e danos patrimoniais, inclusive os lucros cessantes, decorrentes da prática de atos de concorrência desleal, a ser apurado em liquidação de sentença. Requerem ainda, quando da liquidação da sentença, sejam levados em consideração não só os investimentos despendidos na publicidade e divulgação dos produtos da autora, mas também os lucros cessantes e o dano extrapatrimonial em razão da imitação de suas embalagens e ícones.
Em contestação, a ré suscita, em preliminar, a inépcia da inicial alegando que o pedido é confuso e destoante da causa de pedir. No mérito, sustenta que a linha de geleias é uma tendência no mercado e que em pesquisa perante o INPI se constata inúmeros titulares de marcas, não sendo exclusivo de um único titular. Alega que não há confusão visual dos produtos litigantes, conforme se comprova pela forte identidade visual de seus produtos com indicação da marca Ritter em destaque. Afirma que é detentora dos registros da marca, expressão que faz parte de suas embalagens. Por fim, alega que não há comprovação dos supostos danos pleiteados pela autora, requerendo a improcedência da ação com a condenação da autora por litigância de má-fé.
Houve réplica. Intimadas sobre interesse na dilação probatória, a ré requereu a produção de prova pericial.
O laudo pericial veio aos autos, sobre o qual se manifestaram os litigantes, juntando também pareceres técnicos. O perito concluiu pela inexistência de concorrência desleal pelos seguintes motivos:
I) As marcas dos fabricantes não colidem (Queensberry x Ritter);
II) Os signos da Queensberry são sempre maiores do que os da Ritter;
III) A combinação de cores e suas tonalidades, bem como as embalagens são visualmente distintas;
IV) Os produtos diferem perceptivamente entre si;
V) O preço é um diferencial, exceto nos casos de promoção de vendas, e;
VI) Quem não é consumidor fiel da Queensberry irá procurar por produtos similares;
Diante da situação hipotética, como advogado(a) da autora, apresente a argumentação jurídica que demonstre quais os direitos de propriedade industrial foram violados e os elementos que ensejam concorrência desleal no caso apresentado.
RESPOSTA:
No tocante aos direitos violados pode-se destacar a similaridade do desenho industrial haja vista a presença das mesmas características na embalagem da ré, divergindo apenas em alguns sinais o que pode levar a confundir o consumidor. Nesse sentido se pode destacar a pratica do trade dress o qual ocorre a violação quando um concorrente não copia exatamente a marca ou o desenho industrial de outrem, mas imita sutilmente uma série de características do produto ou até mesmo o modus operandi da prestação de um serviço. Pode-se destacar que para que se configure a imitação, não é necessário que seja feito uma cópia fiel ou muito parecida, bastando a capacidade de o produto gerar confusão ao consumidor médio, induzindo-o a erro, face à forte identidade entre as características e qualidade do produto e da marca contrafator” – (TJRJ - AC 2.414/99 - (Reg. 040.599) - 18ª C.Cív. - Rel. Des. Jorge Luiz Habib - J. 24/3/1999.) Nesse sentido resta comprovada a pratica acima citada no que diz respeito as embalagens de vidro usadas para acondicionar as geleias pela ré, as quais se assemelham a mesma embalagem utilizada pela parte autora haja vista que os produtos são vendidos lado a lado nos supermercados, causando possibilidade de confusão e concorrência desleal entre as marcas. A ré não pode se utilizar do argumento de que não houve concorrência desleal haja vista que esta se caracteriza pelo uso de meios fraudulentos e desonestos para influenciar a clientela do concorrente, desviando a conduta moral, violando princípios da honestidade comercial, bons costumes e da boa-fé, como exemplo de concorrência desleal praticada pela ré se pode citar a concorrência parasitária, que é quando uma empresa se aproveita do sucesso do concorrente e obtém novos clientes sem praticamente esforço algum, acha vista que a ré se utilizou do sucesso da geleia Queensberry fato este que pode ser comprovado pela exacerbada proximidade entre os padrões visuais dos produtos da ré em comparação com os da parte autora, também se pode citar a confusão entre produtos visto que a concorrente copiou visualmente a embalagem no intuito de induzir o consumidor ao erro, passando-se por uma empresa concorrente mais conhecida, imitando o logo, com vistas a prejudicar seus concorrentes. Nesse sentido se destaca o crime de concorrência desleal, na modalidade desvio de clientela alheia, está tipificado no art. 195, III, da lei 9.279/96, tal dispositivo determina que comete concorrência desleal quem "emprega meio fraudulento, para desviar, em proveito próprio ou alheio, clientela de outrem.".
Estudo de Caso 
As sociedades empresárias S, U e V decidiram constituir sociedade em conta de participação, sendo a primeira sócia ostensiva e as demais sócias, participantes. No contrato de constituição da sociedade, ficou estabelecido que: (I) os sócios participantes poderão votar nas deliberações sociais na proporção do valor do investimento realizado por cada um; e (II) o nome empresarial será firma composta pela denominação da sociedade U, seguida da indicação do objeto social.
Diante da situação hipotética, responda aos itens a seguir, indicando todos os dispositivos legais e jurídicos:
a) Pode sociedades empresárias realizarem a constituição de uma sociedade em conta de participação?
b) Está correta a disposição contratual quanto ao nome empresarial?
c) O que ocorre se as sociedades U e V levarem o contrato para registro na Junta Comercial?
d) É lícito estabelecer no contrato da sociedade em conta de participação que os sócios participantes poderão votar nas deliberações sociais?
e) Podem terceiros atingir o patrimônio da sociedade em conta de participação em decorrência de obrigações contraídas com a mesma? 
RESPOSTA:
Podem sociedades empresárias realizarem a constituição de uma sociedade em conta de participação haja vista que sua constituição não depende de formalidades e nem de registro na junta comercial. No que diz respeito ao nome empresarial haja vista que na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em nome próprio e sob sua própria e exclusiva responsabilidade é vedado à sociedade em conta de participação adotar qualquer nome empresarial (firma ou denominação), nos termos do art. 1.162 do Código Civil. Tendo em vista que a Sociedade em Conta de Participações (SCP) não está sujeita às formalidades legais prescritas paraas demais sociedades, não se faz necessário o registro de seu contrato social na Junta Comercial por se tratar de uma sociedade despersonalizada. Sobre a licitude do estabelecido no contrato da sociedade em conta de participação que os sócios participantes poderão votar nas deliberações sociais por haver compatibilidade tal estipulação contratual é lícita, porque os sócios participantes poderão votar nas deliberações sociais para discutir e eventualmente aprovar matérias pertinentes aos negócios da sociedade, nos termos do art. 996, caput, c/c o art. 1.010, caput, ambos do Código Civil. Por não ser dotada de personalidade jurídica, a Sociedade em Conta de Participação também não pode ter patrimônio próprio, fato pelo qual como é o sócio ostensivo que contrai direitos e obrigações perante terceiros será o seu patrimônio que será acrescido das contribuições efetuadas pelos sócios participantes, visto que quem assume esses direitos e obrigações é a figura do sócio ostensivo.

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