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Caríssimo (a) Estudante, O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Educação, vem implantando importantes ações cujo objetivo é oferecer uma educação digna para a Rede Pública Estadual. Essas ações perpassam a construção, reconstrução por meio de melhorias dos espaços públicos de ensino, através do suporte pedagógico e financeiro para manutenção das escolas, contribuindo de forma eficaz para a formação continuada de professores, bem como avaliação da aprendizagem. Por isso, todo esse conjunto de ações tem como foco elevar a qualidade do ensino e da aprendizagem no Estado do Maranhão. Não obstante, além das ações regulares que já são asseguradas no cotidiano das escolas, esta Secretaria tem ainda oferecido outros mecanismos para os estudantes aprofundarem seus conhecimentos e desta forma, intensificarem seus estudos e participarem dos exames seletivos para ingresso no ensino superior, como o Exame Nacional do Ensino Médio e demais vestibulares. Nesse sentido, em parceria com professores da nossa rede estadual, oferecemos estes cadernos preparatórios, contendo resumos dos conteúdos mais cobrados no ENEM com as quatro áreas de conhecimento avaliadas, contemplando todos os componentes curriculares. Cada caderno está estruturado em três sessões: resumo teórico dos conteúdos por temas de cada disciplina do currículo; série de cinco questões resolvidas e comentadas; e dez questões selecionadas do ENEM e/ou dos principais vestibulares do país, com gabarito dos exercícios ao final de cada caderno. Aproveitando a oportunidade, desejo foco nos estudos! E que tenha um excelente desempenho no ENEM e/ou vestibulares. Atenção para algumas datas importantes: O Cartão de Confirmação da Inscrição para participação no ENEM estará disponível a partir de outubro. Nele você encontrará informações como data, hora e local das provas, Opção de Língua Estrangeira e outras. As provas do ENEM serão aplicadas nos dias 4/11/2018 e 11/11/2018. Felipe Camarão Secretário de Estado da Educação FILOSOFIA | unidade 1 a origem da Filosofia Prof. José Rogério de Pinho Andrade A ORIGEM DA FILOSOFIA A filosofia ao surgir na Grécia antiga por volta do final do século VII e início do século VI a.C. e se tratava de uma cosmologia, isto é, uma explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas de suas transformações em uma tentativa de superar as explicações míticas denominadas de cosmogonias. As condições que possibilitaram o surgimento da Filosofia na Grécia. As viagens marítimas, que permitiram aos gregos desvendar os locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis, também produziram o desencantamento ou a desmistificação do mundo. A invenção do calendário, como uma forma de calcular o tempo segundo as estações dos anos e as mudanças que se repetem no mundo revelando uma capacidade de abstração e uma percepção do tempo como algo natural e não como uma força divina incompreensível. A invenção da moeda, permitindo uma forma de troca abstrata, feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas e não mais em espécie de coisas. A moeda sobrepõe o caráter racional de sua criação, pois é artifício racional produto de uma convenção humana, noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores diferentes. O surgimento da vida urbana, que diminuía o prestígio das famílias aristocráticas tradicionais por quem e para quem os mitos foram criados. Além disso, o surgimento de uma classe de comerciantes ricos que precisava encontrar pontos de poder e de suplantação do velho poderio da aristocracia rural e de sangue, fez surgir o patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a Filosofia pudesse surgir. A invenção da política introduzindo três aspectos novos e decisivos para o nascimento da Filosofia: 1 – a idéia da lei como expressão da vontade coletiva social que decide por si mesma como deve se organizar normativamente. 2 – o surgimento de um espaço público (a Ágora) no qual aparece um novo tipo de palavra ou de discurso marcado pelo direito de debater (isegoria) e pela igualdade do cidadão (isonomia). 3 – a política estimula um discurso aberto, não mais fechado nas condições das seitas sagradas. O que é a Filosofia? O sentido da palavra “Filosofia” É impossível dizer de antemão o que a filosofia é, pois ela exige ser vivida anteriormente. A filosofia se mostra como uma vivência, como uma atitude. Então, definir filosofia antes de tê-la vivido, conduzirá a algo sem sentido e ininteligível. Embora saibamos que é impossível de antemão definir o que é a filosofia, a palavra “filosofia” serve para designar algo. Em sua estrutura linguística a palavra é formada pelos termos gregos “philos” e “sophia". Do primeiro termo recebe o sentido de dedicação, de amizade ou amor; do segundo termo recebe a designação de conhecimento verdadeiro, de sabedoria. Assim, a palavra em seu significado etimológico significa “amor à sabedoria”. O amor que se entende filosófico é aquele que se traduz por uma dedicação incessante ao conhecimento verdadeiro, à verdade. Assim, o filósofo é aquele que assume a atitude de dedicação à verdade, aquele que a busca de modo constante e incessante. Uma busca do saber que se faz por esforço da reflexão e da razão. Mas qual é o saber que o filósofo busca? Qual é o tipo de saber que se entende filosófico? Para responder a esta questão cabe a distinção que se faz entre as duas fundamentais ordens de saber: aquele que o adquirimos sem tê-lo buscado e aquele que o temos porque o procuramos, pois se não o fizermos não poderemos tê-lo. Assim, distingue-se o conhecimento como a simples opinião e o conhecimento racionalmente bem fundamentado que foi definida por Platão como “dóxa” e “episteme”. Platão entendia por dóxa aquele conhecimento superficial, aparente, obtido por meio dos sentidos e que o temos sem tê-lo procurado e por episteme o conhecimento correspondente à verdade, ao conhecimento essencial, aquele que adquirimos por tê-lo buscado metodicamente e com esforço. Deste modo, nos termos platônicos, a filosofia adquire o sentido de saber reflexivo, de saber adquirido mediante o empenho e dedicação racional, obtido dialeticamente. Os períodos da História da Filosofia Filosofia antiga (do século VI a.C. ao século VI d.C.): compreende os períodos da filosofia grego-romana que vai dos pré-socráticos ao helenismo: Filósofos da Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso. Filósofos da Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento. Filósofos da Escola de Eléia: Parmênides e Zenão de Eléia. Filósofos da Escola de Pluralidade: Empédocles de Agrgento, Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de Abdera. Filosofia Patrística (do século I ao século VII): conhecida como Patrística porque correspondeu ao pensamento desenvolvido pelos apóstolos Paulo e João e pelos Padres da Igreja Cristã na tentativa de conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico dos gregos e romanos. O grande tema da Filosofia patrística é o da possibilidade ou impossibilidade de conciliar razão e fé. Filosofia Medieval (do século VIII ao século XIV); também conhecido como Escolástica, abrange pensadores europeus, árabes e judeus. Conservando e discutindo os mesmos problemas que a patrística, neste período é acrescido Problema dos Universais. Surge a Filosofia Cristã, a teologia com os temas sobre a existência de Deus e da imortalidade da alma. Desenvolveu-se a justificação da verdade conhecida como Princípio da autoridade. Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI): marcado pela descoberta de obras até então desconhecida de Platão e de Aristóteles, a época se dedica ao resgate do pensamento gregoe latino. Filosofia Moderna (do século XVII a meados do século XVIII): conhecido como o Grande Racionalismo Clássico, nasce como uma tentativa de superação do ceticismo reinante no final do século XVI e início do século XVII, por meio de três mudanças teóricas principais: o “surgimento do sujeito do conhecimento”, o objeto do conhecimento como uma representação do sujeito, pois são racionais em si mesmas e podem ser representadas pelo intelecto e a compreensão de que a natureza é plenamente compreensível pela razão, pois é um sistema ordenado de causas e efeitos conhecíveis e expressáveis por meio da linguagem matemática. Questões comentadas 01. (ENEM) TEXTO I Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que: (A) Eram baseadas nas ciências da natureza. (B) Refutavam as teorias de filósofos da religião. (C) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas. (D) Postulavam um princípio originário para o mundo. (E) Defendiam que deus é o princípio de todas as coisas. Resposta: (D) Anaxímenes de Mileto (585–528 a.C.) é um filósofo pré-socrático preocupado com a cosmologia, isto é, preocupado com a ordenação das coisas que compõem o mundo. Já São Basílio Magno (329–379 d.C.) é um teólogo preocupado com a propagação da verdade revelada pela Bíblia, o livro que já oferece toda a ordenação das coisas que compõem o mundo. Desse modo, Deus não é exatamente um princípio do qual se origina o mundo, mas sim o próprio criador desse mundo, o seu dono e conhecedor de todas as suas regras cosmológicas. 02. (ENEM) No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a: (A) Suspensão do juízo como reveladora da verdade. (B) Realidade inteligível por meio do método dialético. (C) Salvação da condição mortal pelo poder de deus. (D) Essência das coisas sensíveis no intelecto divino. (E) Ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. Resposta: (B) Platão é conhecido como um filósofo idealista. Segundo ele, a verdade encontra-se no mundo das ideias, e não no mundo material. O pensamento somente pode se aproximar das ideias através da dialética, que o purifica das crenças e opiniões. 03. (ENEM) Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano. EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974. No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim (A) Alcançar o prazer moderado e a felicidade. (B) Valorizar os deveres e as obrigações sociais. (C) Aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. (D) Refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. (E) Defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. Resposta: (A) A filosofia de Epicuro tem como um de seus princípios a moderação dos desejos e dos prazeres, que são naturais e necessários. Quantos aos prazeres naturais e não- necessários, devem ser evitados, mas se não for possível, satisfazê-los moderadamente. Já para os prazeres não-naturais, a regra é evita-los sempre. 04. (Enem 2013) A felicidade é portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos como felicidade. ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a identifica como (A) Busca por bens materiais e títulos de nobreza. (B) Plenitude espiritual a ascese pessoal. (C) Finalidade das ações e condutas humanas. (D) Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. (E) Expressão do sucesso individual e reconhecimento público. Resposta: (C) Aristóteles parte do senso comum para afirmar que todas as atividades humanas, pragmáticas ou teóricas, miram um bem qualquer, de modo que o bem pode ser definido como aquilo a que todas as ações tendem. A atividade humana deve visar o bem tendo em vista aquela atividade mais excelente, o sumo bem. A felicidade é a atividade da alma em conformidade com a virtude perfeita, e esta virtude perfeita é adquirida através de um bom hábito dirigido pela ciência política, então a felicidade é algo divino, pois ela é o que de melhor existe no mundo, ou seja, ela é a felicidade de todos os cidadãos atingida pela boa direção da alma de cada um e está associada ao exercício da reta razão. QUESTÕES PROPOSTAS 01. (ENEM PPL) Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à (A) Adoção da experiência do senso comum como critério de verdade. (B) Incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas. (C) Pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. (D) Defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade. (E) Compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente. 02. (ENEM) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). O texto faz referência à relaçãoentre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? (A) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. (B) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. (C) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. (D) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não. (E) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão. 03. (ENEM PPL) Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações? Ou será a deliberação impossível no que tange a algumas coisas? Ninguém delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais como a ordem do universo; tampouco sobre coisas mutáveis, como os fenômenos dos solstícios e o nascer do sol, pois nenhuma delas pode ser produzida por nossa ação. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Edipro, 2007. (adaptado). O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre: (A) Coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os acontecimentos da natureza. (B) Ações humanas, ciente da influência e da determinação dos astros sobre as mesmas. (C) Fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle. (D) Fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela. (E) Coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso. 04. (UNIOESTE) “Não é fácil definir se a ideia dos poemas homéricos, segundo a qual o Oceano é a origem de todas as coisas, difere da concepção de Tales, que considera a água o princípio original do mundo; seja como for, é evidente que a representação do mar inesgotável colaborou para a sua expressão. Em todas as partes da Teogonia, de Hesíodo, reina a vontade expressa de uma compreensão construtiva e uma perfeita coerência na ordem racional e na formulação dos problemas. Por outro lado, a sua cosmologia ainda apresenta uma irreprimível pujança de criação mitológica, que, muito mais tarde, ainda age sobre as doutrinas dos “fisiólogos”, nos primórdios da filosofia “científica”, e sem a qual não se poderia conceber a atividade prodigiosa que se expande na criação das concepções filosóficas do período mais antigo da ciência” Werner Jaeger. Considerando o texto acima sobre o surgimento da filosofia na Grécia, seguem as afirmativas abaixo: I. O surgimento da filosofia não coincide com o início do uso do pensamento racional. II. O surgimento da filosofia não coincide com o fim do uso do pensamento mítico. III. Tales de Mileto, no século VI a.C., ao propor a água como princípio original do mundo, rompe, definitivamente, com o pensamento mítico. IV. Mitos estão presentes ainda nos textos filosóficos de Platão (século IV a.C.), como, por exemplo, o mito do julgamento das almas. V. Os primeiros filósofos gregos, chamados “pré-socráticos”, em sua reflexão, não se ocupavam da natureza (Physis). Das afirmativas feitas acima (A) Apenas a afirmação V está correta. (B) Apenas as afirmações III e V estão corretas. (C) Apenas as afirmações II e IV estão corretas. (D) Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas. Apenas as afirmações I, III e V estão corretas. 05. Observe a figura a seguir e responda à(s). A figura mostra Atenas na atualidade. Observam-se as ruínas da Acrópolis – onde ficavam os templos como o Parthenon –, o Teatro de Dionísio e a Asthy – com a Ágora (Mercado/Praça Pública) e as casas dos moradores. 05. (Adaptação - UEL) Sobre a relação entre a organização da cidade de Atenas, a ideia de polis e o aparecimento da filosofia na Grécia Clássica, considere as afirmativas a seguir. I. A filosofia surgiu simultaneamente à cidade-Estado, ambiente em que predominava o discurso público baseado na troca de opiniões e no desenvolvimento da argumentação. II. A filosofia afastava-se das preocupações imediatas da aparência sensível e voltava-se para as questões do espírito. III. O discurso proferido pelo filósofo era dirigido a pequenos grupos, o que o distanciava da vida pública. IV. O discurso da filosofia no contexto da polis restringia-se ao mesmo tipo de discurso dos guerreiros e dos políticos ao desejar convencer em vez de proferir a verdade. Assinale a alternativa correta. (A) Somente as afirmativas I e II são corretas. (B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. (C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. (D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. (E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 06. (UNIOESTE) "Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as duas ordens de fenômenos os vínculos são demasiado estreitos para que o pensamento racional não apareça, em suas origens, solidário das estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega. Assim recolocada na história, a filosofia despoja-se desse caráter de revelação absoluta que às vezes lhe foi atribuído, saudando, na jovem ciência dos jônios, a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. A escola de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu uma razão, uma primeira forma de racionalidade". Jean Pierre Vernant. Sobre a Filosofia seguem as seguintes afirmações: I. Ela foi revelada pela deusa Razão a Tales de Mileto quando este afirmou que o princípio de tudo é a água. II. Ela foi inventada pelos gregos e decorre do advento da Polis, a cidade organizada por leis e instituições que, por meio delas, eliminou todo tipo de disputa. III. Ela rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na explicação dos fenômenos; problematiza, discute e põe em questão até mesmo as teorias racionais elaboradas com rigor filosófico. IV. Surgiu no século VI a.C. nas colônias gregas da Magna Grécia e da Jônia, apenas no século seguinte deslocou-se para Atenas. V. Ocupa-se com os princípios, as causas e condições do conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; põe em questão e problematiza valores morais, políticos, religiosos, artísticos e culturais. Das afirmações feitas acima (A) I, III e V são corretas. (B) I e II são incorretas. (C) II, IV e V são corretas. (D) Todas são corretas. (E) Todas são incorretas. 07. (IFSP) Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar o seguinte: (A) A autoridade do mito depende da confiança inspirada pelo narrador, ao passo que a autoridade da filosofia repousa na razão humana, sendo independente da pessoa do filósofo. (B) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de realidades passadas a partir da interação entre forças naturais personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da história e se opõe ao da ciência. (C) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação parcial da realidade, limitando-se ao universo da cultura grega, a filosofia tem um caráter universal, buscando respostas para as inquietações de todos os homens. (D) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas e são, em essência, faces distintas do mesmo processo de conhecimento que culminou com o desenvolvimento do pensamento científico. (E) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições ou fabulações, admitindo apenas explicações que possam ser comprovadas pela observação direta ou pela experiência. 08. (Adaptação - UEAP) A filosofia surge na Grécia por volta do século VI a.C. Mudanças sociais, políticas e econômicas favoreceram o seu surgimento. Dentre estas mudanças, pode-se mencionar: (A) A estruturação do mundo rural, desenvolvimento do sistema escravagista e o estabelecimento de uma aristocracia proprietária de terras. (B) A expansão da economia local fundada no desenvolvimentodo artesanato, o fortalecimento dos “demos” e da organização familiar patriarcal. (C) As disputas entre Atenas e Esparta, o desenvolvimento de Mecenas e do comércio jônico. (D) O uso da escrita alfabética, as viagens marítimas e a evolução do comércio e do artesanato. (E) O predomínio do pensamento mítico como modelo de explicação racional da realidade. 09. (Adaptação - UNIMONTES) No mundo grego, podemos encontrar uma série de relatos mitológicos sobre diversos aspectos da vida humana, da natureza, dos deuses e do universo. Dois tipos de relatos merecem destaque: as cosmogonias e teogonias. Os relatos citados tratam da, respectivamente: (A) Origem dos homens e das plantas. (B) Origem do cosmo e dos deuses. (C) Origem dos deuses e dos homens. (D) Origem do cosmo e das plantas. (E) Origem do cosmo e dos homens. 10. (UNIOESTE) “É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência social pode tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um pensamento propriamente político, exterior a religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus princípios, suas vistas teóricas. Este pensamento marcou profundamente a mentalidade do homem antigo; caracteriza uma civilização que não deixou, enquanto permaneceu viva, de considerar a vida pública como o coroamento da atividade humana”. Considerando a citação acima, extraída do livro As origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant, e os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é incorreto afirmar que (A) Os filósofos gregos ocupavam-se das matemáticas e delas se serviam para constituir um ideal de pensamento que deveria orientar a vida pública do homem grego. (B) A discussão racional dos sábios que traduziu a ordem humana em fórmulas acessíveis a inteligência causou o abandono do mito e, com ele, o fim da religião e a decorrente exclusividade do pensamento racional na Grécia. (C) A atividade humana grega, desde a invenção da política, encontrava seu sentido principalmente na vida pública, na qual o debate de argumentos era orientado por princípios racionais, conceitos e vocabulário próprios. (D) A política, por valorizar o debate público de argumentos que todos os cidadãos podem compreender e discutir, comunicar e transmitir, se distancia dos discursos compreensíveis apenas pelos iniciados em mistérios sagrados e contribui para a constituição do pensamento filosófico orientado pela razão. (E) Ainda que o pensamento filosófico prime pela racionalidade, alguns filósofos, mesmo após o declínio do pensamento mitológico, recorreram a narrativas mitológicas para expressar suas ideias; exemplo disso e o “mito de Er” utilizado por Platão para encerrar sua principal obra, a República. GEOGRAFIA | unidade 1 estrutura fundiária e êxodo rural Prof. Sebastião César ESTRUTURA FUNDIÁRIA E ÊXODO RURAL Estrutura fundiária é a maneira como as propriedades rurais privadas estão organizadas, considerando o tamanho, a quantidade e a distribuição delas, é chamada de estrutura fundiária. A análise da estrutura fundiária de um determinado país mostra a forma como as propriedades destinadas à agropecuária são divididas e utilizadas. Para compreender essa organização, é preciso conhecer a diferenciação das propriedades rurais, tomada a partir de suas dimensões. Quando se fala em dimensão de uma propriedade rural, pode-se estabelecer a seguinte classificação: Minifúndio: pequenas propriedades rurais responsáveis pela produção de aproximadamente 70% dos alimentos consumidos no Brasil. Geralmente, essas propriedades utilizam mão de obra predominantemente familiar. Empresa rural: propriedade de médio ou grande porte vinculada ao agronegócio. Usualmente produz matérias-primas (laranja, soja, cana-de-açúcar, leite, carne) para as indústrias de processamento de alimento Latifúndio por dimensão: grandes propriedades rurais, com atividade vinculada ao agronegócio, geralmente, a monocultura voltada para a exportação. Latifúndio por exploração: propriedade rural que tem por característica a improdutividade, uma vez que o proprietário não tem a intenção de cultivar essas terras, deixando-as para valorização ou especulação imobiliária. Trata-se, portanto, de uma propriedade subutilizada econômica e socialmente. Uma das principais características da agropecuária brasileira é a concentração das terras nas mãos de poucos proprietários. Por esse motivo, falamos que a estrutura fundiária do Brasil é altamente concentrada. Essa característica na estrutura fundiária brasileira é histórica e remonta ao passado colonial brasileiro, baseado na organização econômica a partir de grandes latifúndios voltados para a monocultura de exportação, uma vez que o modelo adotado por Portugal para explorar o Brasil, no século 16, foi a plantation. A produção canavieira representava, na época, a primeira forma efetiva de ocupação do território brasileiro, que foi dividido em vastas porções de terras e doadas pela Coroa Portuguesa para donatários (homens de confiança do rei), que tinham por função ocupar, desenvolver e proteger essas terras. ÊXODO RURAL Êxodo rural é o abandono do campo e das regiões rurais, por parte da sua população à procura de melhores condições de vida, deslocando-se de regiões consideradas de menos condições de sustentabilidade a outras, podendo dar - se de áreas rurais para centros urbanos. É um fenómeno visível em Portugal, já que existem cada vez menos pessoas a habitar as regiões interiores e mais a habitarem as cidades do litoral. Causas As principais causas do êxodo rural são a possibilidade de melhoramento das condições de vida. Nos meios rurais existem fatores que levam a população, nomeadamente os seus habitantes, a estarem desagradados com a sua situação de vida, tais como: Grande desequilíbrio entre a população e os recursos existentes Salários agrícolas baixos e grandes rendimentos dos pequenos agricultores; Mecanização da agricultura que diminui a mão-de-obra existente; Calamidades naturais (secas, inundações, erosão dos solos…). Já nos grandes centros urbanos existem fatores muito atrativos, tais como: Acesso aos serviços de saúde, cultura e educação; Oportunidades de emprego menos pesado e melhor remunerado; Presença de meios de transporte, que facilitam a deslocação. Consequências Este fenômeno acarreta consequências a nível populacional e não só, sendo estas positivas e negativas. Relativamente ao meio rural possibilita uma centralização agrária, pois os agricultores emigram e acabam por vender as suas explorações agrícolas e facilita, também, a mecanização dos campos. Por outro lado existe também a saída de riqueza, porque a população passa a investir nos meios urbanos, a perda de mão-de-obra com capacidade produtiva e o envelhecimento da existente, o que dificulta o desenvolvimento e modernização da agricultura, e claro o consequente desequilíbrio demográfico. Nos meios urbanos aumenta, significativamente a disponibilidade de mão- de-obra e leva também ao rejuvenescimento da população que com maior capacidade, desenvolve mais rapidamente a sua economia, por outro lado leva também ao aumenta das taxas de desemprego e aos problemas relativamente à habitação que conduzem à proliferação de bairros de latas clandestinos na periferia das cidades QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 01. Sobre a questão agrária brasileira, é correto afirmar: (A) os grandes proprietários monopolizama maioria das propriedades rurais, estando todas elas exploradas de forma intensiva; (B) os conflitos pela terra no Brasil estão relacionados com o processo da concentração fundiária; (C) os pequenos proprietários de terras agrícolas possuem áreas suficientes para permitir vida decente e boa alimentação a suas famílias; (D) com a expansão do capitalismo no campo, os grandes proprietários passaram a investir na agricultura para o mercado interno; (E) As transformações que vêm ocorrendo nas relações de trabalho no campo brasileiro estão relacionadas com os processos de divisão de terra para a reforma agrária. Resposta: B A estrutura fundiária brasileira flagrantemente concentradora está relacionada diretamente aos conflitos existentes no meio rural brasileiro. 02. Uma parte cada vez mais extensa do espaço agrário brasileiro vem passando por um processo de capitalização da produção de máquinas, motores e vários outros elementos destinados a racionalizar a produção. Assim evidenciam-se áreas agrícolas “ricas” ao lado de áreas “pobres” que se refletem na produtividade e, sobretudo, na população que exerce atividades rurais. Assinale a alternativa que está diretamente contida no texto. (A) As máquinas destroem a camada mais superficial da terra, o que provoca erosão e lixiviação do solo agrícola (B) O empobrecimento de parte dos agricultores não afeta a sociedade como um todo, fato que representa estímulo à modernização da agricultura. (C) O enriquecimento de parcela dos proprietários agrícolas reflete favoravelmente no conjunto da população rural porque vem acompanhado de redistribuição de renda. (D) A introdução de capital no campo reduz a necessidade de mão- de-obra promovendo a concentração de terras e de recursos. (E) A modernização do campo retardou o ritmo das transformações nas relações de trabalho da mão-de-obra rural. Resposta: D Em função da expressiva capitalização das grandes propriedades rurais, a presença das máquinas, representa hoje, uma necessidade imperativa; reduzindo a necessidade de mão de obra. 03. O êxodo rural no Brasil foi mais intenso entre as décadas de 1960 e 1980, período em que também se acentuou o processo de urbanização no país. Dentre as principais causas do êxodo rural no Brasil, podemos destacar: (A) a mecanização do campo, que substituiu a mão de obra humana por máquinas, forçando a migração do trabalhador do campo para as cidades. (B) a política de governo implantada na ditadura militar, que incentivava a ida das pessoas para as cidades a fim de facilitar o controle social pelo Estado. (C) a grande quantidade de pragas na lavoura, que impossibilitava o cultivo de praticamente todos os tipos de gêneros agrícolas. (D) a grande quantidade de eventos sociais nas cidades, que atraia os jovens para as grandes cidades e que acabavam preferindo morar nelas. (E) a grande quantidade de pessoas vivendo no campo, que diminuía a oferta de trabalhos disponíveis e incentivava a migração dos trabalhadores para as cidades em busca de trabalho. Resposta: A Uma das principais causas da migração do campo para as cidades foi a mecanização do campo, ou seja, a introdução de máquinas no processo produtivo agrário que substituía o trabalhador rural, aumentando a produtividade por um valor que, ao longo do tempo, tornava-se menor do que manter um funcionário. 04. Dentre as diversas consequências do Êxodo rural para o Brasil, podemos citar: (A) a desaceleração do processo de urbanização. (B) a aumento dos índices de desemprego no Brasil. (C) o aumento da quantidade de trabalhadores rurais. (D) a diminuição dos problemas agrários no campo. (E) o aumento de propriedades rurais disponíveis para a venda. Resposta: B Além do aceleramento do processo de urbanização, com a formação de favelas, o êxodo rural brasileiro contribuiu para o aumento do índice de desemprego brasileiro, pois os trabalhadores que saíam do campo para as cidades na maioria das vezes não tinham a qualificação profissional exigida para atuar nas indústrias e postos de trabalho na cidade, aumentando assim a quantidade de desempregados nos centros urbanos. 05. A penetração do capitalismo na agropecuária liberou grandes contingentes de mão de obra, seja pela mecanização das atividades, seja pela concentração da propriedade da terra. Esse pessoal migrou para as cidades (êxodo rural), que não se aparelharam o suficiente em termos de infraestrutura urbana... Multiplicam-se as favelas e cortiços, o transporte é insuficiente e a indústria não acompanha o ritmo de crescimento urbano. Mesmo assim, a agropecuária é de grande peso na economia que está articulada a um setor terciário bastante diversificado." Os principais destinos dos migrantes que saiam do campo foram as cidades das regiões: (A) Norte e Sudeste. (B) Sudeste e Sul. (C) Norte e Centro-Oeste. (D) Sul e Norte. (E) Nordeste e Centro-Oeste. Resposta: B As cidades da região sudeste e sul foram as cidades mais impactadas pelo êxodo rural, pois como eram as cidades mais industrializadas e desenvolvidas do país, receberam o maior número de migrantes vindos do campo. QUESTÕES PROPOSTAS 01. Leia a charge a seguir. Disponível em: <www.fernandaprofessorageografia.blogspot>. Acesso em: 20 jul. 2013. [Adaptado] A charge coloca em evidência um conflito que está presente no espaço rural brasileiro. Esse conflito envolve duas lógicas: a preservação da floresta e a expansão do agronegócio. No Brasil, o desenvolvimento do agronegócio (A) requer grandes extensões de terra para o cultivo de monoculturas, degradando áreas de floresta nativa. (B) baseia-se no uso intensivo do solo para a prática da policultura, provocando desmatamento em reservas florestais. (C) favorece a desconcentração de terras para a produção agrícola, provocando a erosão de solos em áreas de floresta. (D) fundamenta-se na diversificação do uso do solo para fins agrícolas, degradando o ecossistema florestal. 02. Assinale a alternativa correta sobre os efeitos do processo de modernização da agricultura brasileira, que se verificou a partir da década de 1970 e que afetou as formas de produção e a estrutura fundiária. (A) Ocorreu a ampliação da área plantada nas pequenas e médias propriedades, com maior aproveitamento dos fundos de vales na produção de cultivos diversos (policultura) como o milho, o arroz e o feijão. (B) A monocultura mecanizada de grãos com aplicação maciça de insumos como fertilizantes químicos e biocidas favoreceu os pequenos produtores rurais, que dispunham de pouca mão de obra para o trabalho. (C) Muitos pequenos produtores rurais que não dispunham de capital para assumir os altos custos dos insumos modernos foram obrigados a vender suas propriedades para quem dispunha de capital para investir. Com isso, aumentou a concentração da posse da terra, bem como o tamanho médio das propriedades. (D) A agricultura mecanizada moderna intensificou a adoção de técnicas de adubação orgânica tendo, portanto, reduzido o impacto provocado pelos adubos sintéticos na poluição dos solos e das águas, ao mesmo tempo em que priorizou, no estado do Paraná, o cultivo de produtos permanentes em substituição às culturas temporárias. (E) A agricultura moderna mecanizada foi um dos fatores responsáveis pelo aumento da produtividade dos policultivos de arroz, feijão e milho e particularmente de hortifrutigranjeiros, no “cinturão verde” das cidades. 03. O espaço geográfico é resultante e condicionante da organização social, o que pode ser exemplificado pela apropriação histórica da posse da terra no Brasil e suas implicações socioespaciais. Com base nesse processo, assinale a alternativa correta. (A) A atual estrutura fundiária norte-paranense reproduz as características do processo de colonização iniciado no século XVI. (B) A concentração da posse da terra no Brasil foireduzida com a Lei de Terras de 1850, que regulamentou a propriedade da terra. (C) A manutenção da elevada concentração da posse da terra e a mecanização agrícola no país intensificaram o processo de urbanização a partir de 1950. (D) A mecanização da agricultura no interior paranaense, a partir de 1930, favoreceu a formação de pequenas propriedades. (E) As transformações fundiárias no nordeste brasileiro pós 1950 caracterizam-se pela ampliação do número de pequenas propriedades. 04. Leia o texto: O agronegócio envolve operações desde as pesquisas científicas relacionadas ao setor até a comercialização dos produtos, determinando uma cadeia produtiva entrelaçada e interdependente. (ALBUQUERQUE, Maria Adailza Martins de et alii. Geografia: sociedade e cotidiano. São Paulo: escala, 2010.) Podem-se acrescentar outras características ao agronegócio, dentre as quais a seguinte: (A) mantém centros de tecnologia avançados, voltados à agricultura orgânica. (B) expande os cultivos de grãos da região Centro-Oeste para a região Sudeste. (C) promove a concentração de terras e o desemprego no campo. (D) possibilita ao país a autossuficiência nas matérias-primas para a indústria. (E) planeja a expansão das lavouras, barrando o desmatamento e os impactos ambientais. 05. Sobre a Reforma Agrária no Brasil, é correto afirmar: (A) O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) nasceu do interesse dos ruralistas descontentes com a política de subsídios para a agricultura. (B) A Reforma Agrária é necessária no Brasil por causa da grande concentração de terras do país, e está prevista na Constituição de 1988. (C) Posseiros e grileiros fazem parte do mesmo grupo de invasores de terras e são comandados por grandes fazendeiros, representantes da UDR (União Democrática Ruralista), que lutam pela Reforma Agrária. (D) O módulo rural institui os latifúndios e minifúndios e facilita a exploração da terra. (E) As empresas rurais diminuem a concentração de terras e são uma alternativa para o movimento dos sem-terra. 06. Com relação à estrutura fundiária e às relações de produção do meio rural brasileiro, é correto afirmar que (A) a Revolução Verde foi aplicada às pequenas propriedades para incentivar a agricultura voltada para o mercado interno. (B) a introdução de parcerias está resolvendo a questão da concretização da reforma agrária. (C) as unidades familiares adaptaram-se à dinâmica do mercado, levando-as a abandonar a produção voltada ao consumo externo. (D) a maioria quase absoluta dos pequenos estabelecimentos controla pouca terra em todas as regiões brasileiras, exceto as regiões Sudeste e Sul. (E) o modelo agrícola de exportação brasileira é baseado na monocultura e apoia-se na concentração da propriedade rural. 07. Leia com atenção. Pau de Arara Luiz Gonzaga Quando eu vim do sertão, seu môço, do meu Bodocó A malota era um saco e o cadeado era um nó Só trazia a coragem e a cara Viajando num paudearara Eu penei, mas aqui cheguei (bis) Trouxe um triângulo, no matolão Trouxe um gonguê, no matolão Trouxe um zabumba dentro do matolão Xóte, maracatu e baião Tudo isso eu trouxe no meu matola A letra da música pode ser relacionada a qual fenômeno social? (A) Aglomeração. (B) Conurbação. (C) Êxodo Rural. (D) Hipertrofia do Terciário. (E) Transumância. 08. A ilustração abaixo mostra que os fluxos migratórios são uma constante no espaço brasileiro. MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil – banco de questões. São Paulo: Harbra, 2001. [Adaptado] Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE dois fatores que explicam a rapidez e a intensidade com que o campo tem impelido os trabalhadores rurais em direção aos centros urbanos. (A) Prática da policultura e instalação de comunas populares. (B) Mecanização agrícola e concentração fundiária. (C) Especulação imobiliária e estímulo à agricultura de subsistência. (D) Fascínio pela cidade e prática do cooperativismo agrícola. (E) Violência rural e monocultura de subsistência. 09. O conceito de êxodo rural pode ser definido como: (A) conjunto de investimentos realizados pelo governo federal na zona rural do Brasil no século XX. (B) conjunto de técnicas e insumos usados no espaço agrário para promover a revolução verde no Brasil. (C) deslocamento em massa da população do campo para as cidades, que ocorreu no Brasil a partir da década de 1960. (D) política de governo oficial que incentivava a migração do campo para a cidade em busca de promover a urbanização e a industrialização do país. (E) política de governo que incentivava a diminuição da taxa de natalidade no campo visando diminuir a quantidade de pessoas residentes no campo e aumentar a população urbana. 10. Nos países em desenvolvimento, a migração campo-cidade tem como causa fundamental: (A) carência de melhores condições sociais no campo. (B) baixa produtividade agrícola. (C) pressão demográfica no campo. (D) dificuldade de aquisição de terras. (E) substituição de mão de obra pela mecanização. HISTÓRIA | unidade 1 Revolução Industrial Profa. Marcia Tereza Pinto Mendes REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Teve início na Inglaterra, no século XVIII. A partir de 1760, lentas mais significativas mudanças nas técnicas de produção e nas relações sociais transformaram a sociedade inglês em uma sociedade tipicamente industrial. No entanto ao mesmo tempo que trouxe a tecnologia e riqueza também trouxe a acentuação da desigualdade social Causas da Revolução Industrial: Combinação do uso da máquina com a mentalidade puritana surgida na reforma, cuja salvação seria a riqueza adquirida por meio do trabalho e o lucro reinvestido na produção, aumentando ainda mais a riqueza. Revolução Gloriosa (1688) – garantiu o poder da burguesia no parlamento. Revolução Agrária – introdução do capitalismo no campo. Produção Agrícola voltada ao mercado externo. Trabalho assalariado. Cercamentos – terras comunais transformadas em propriedades estatais. Divisão de grandes propriedades em pequenas e médias, produzindo três funções da agricultura fundamentais para a industrialização: Aumento da produtividade e melhoria da técnica para alimentar as populações urbanas. Êxodo rural e sua formação de mão-de-obra barata desqualificada, abundante, que possibilitava. A produção em larga escala e de baixo custo Lucratividade com a agricultura, gerando uma poupança que seria investida na indústria. Industria algodoeira – base da produção da 1ª fase da revolução industrial Compra de matéria prima – na Índia, sul dos E.U.A e América Latina. Adoção de uma política colonial ambígua: visando o seu desenvolvimento industrial à Inglaterra. Estimulou processos de independência na América Latina, a fim de garantir o mercado consumidor, mas transformou um país livre, a Índia em colônia. Carvão: matéria-prima da energia que garantiria o desenvolvimento da metalurgia e da ferrovia utilizada no transporte da produção Jornada de trabalho de 15 a 16 horas de trabalho por dia. Exploração de trabalhadores (Homens, Mulheres e Crianças) Capital e Investimentos. A Inglaterra antes do início ao processo de industrialização, os ingleses já possuíam o capital necessário para realiza-lo que vinha do comercio exterior, da agricultura, de empréstimos estatais e da burguesia puritana que reinvestia os lucros na produção. Consequências da Revolução Industrial: Relação desigual entre capital e trabalho Surgimento da mais valia As relações humanas foram reduzidas a relações econômicas: O trabalhador é uma espécie de mercadoria. Alienação do trabalho Não se produziu apenas a riqueza das nações, mas também desigualdade social e concentração de renda. Surgimento de organizações trabalhistas e sindicatos garantindoo direito dos trabalhadores. QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 01. (ENEM) A evolução do processo de transformação de matérias- primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, manufatura e maquinofatura. Um desses estágios foi o artesanato, em que se: (A) Trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira padronizada. (B) Trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo diferente do modelo de produção em série. (C) Empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento das máquinas. (D) Realizava parte da produção por cada operário, com uso de máquinas e trabalho assalariado. (E) Faziam interferências do processo produtivo por técnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção. Resposta: B Durante a evolução chamada de Revolução Industrial. Um dos primeiros estágios do processo foi o artesanato, quando o operário trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e não na produção em série. O trabalho era pouco organizado e com baixa produtividade. 02. (ENEM) A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder .Qual a relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? (A) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. (B) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. (C) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas. (D) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística. (E) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene. Resposta: E O desenvolvimento acelerado das primeiras fases da Revolução Industrial, a partir do século XVIII, causou o crescimento acelerado e caótico das cidades, fazendo surgir favelas e poluição e colaborando com às péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 03. (ENEM) “Homens da Inglaterra ,por que orar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram vosso suor –oh, que bebem vosso sangue? SHELLEY.Os homens da Inglaterra.APUD HUBERAN. História da Riqueza do homem do Homem. Rio de Janeiro.Zahar.1982. A análise do texto permite identificar que o poeta romântico Shelley(1792-1822) registrou uma contradição nas condições socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a Revolução Industrial. Tal contradição está identificada. (A) Na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza dos patrões. (B) No salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços nas indústrias. (C) Na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo proletariado. (D) No trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. (E) Na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam. Resposta: E O poeta Percy Shelley, mostra-se sensível às mazelas “capitalismo selvagem”, presente na Revolução Industrial inglesa, embora ele próprio pertencesse às classes dominantes. Todavia, sua visão é sobretudo emocional, se bem que possamos associá-las às críticas formuladas na época pelos primeiros socialistas utópicos. 04. (ENEM-2010-Adaptado) A propriedade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, e os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência do teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções de rendimentos. Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: (A) A invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. (B) Os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. (C) Os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. (D) Os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. (E) Os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. Resposta: A Com o advento dos teares a vapor, os artesão- tecelões e os pequenos produtores independentes de lã, incapazes de concorrer com a nova produção industrial, viram-se compelidos a trabalhar nas fábricas têxteis em condições análogas às dos operários não qualificados- inserindo nas relações de trabalho capitalistas pelo viés da subordinação ao capitalismo selvagem. 05. (UEL-PR) Sobre a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, é correto afirmar: (A) Uma condição indispensável para a transição do artesanato para a manufatura e desta para a indústria moderna foi a concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos dos capitalistas. (B) O crescimento industrial na Inglaterra resultou em um processo conhecido como “segunda servidão”, na qual os antigos servos rurais foram transferidos para as indústrias urbanas, visando ao aumento de produtividade das mesmas. (C) Embora detivessem o poder político tanto a burguesia rural como a aristocracia urbana não possuíam capitais que possibilitassem o desenvolvimento da Revolução Industrial, sendo esta, portanto, financiada pelos pequenos proprietários rurais. (D) A industrialização na Grã-Bretanha iniciou-se com a instalação das indústrias de bens de capital(aço,maquinário) e, depois de estruturada essa base, partiu-se para a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis (tecidos, alimentos, bebidas). (E) Por não haver complementaridade entre a atividade industrial e a pecuária ( gado bovino, ovino), este foi o setor mais diretamente atingido pela conversão da Europa rural em industrial. Resposta: A O processo histórico que deu origem à Revolução Industrial teve inicio na Baixa Idade Média, quando a expansão comercial e urbana propiciou a formação e o desenvolvimento da burguesia mercantil e das atividades artesanais, pois o crescimento do comércio, o acúmulo de capitais a burguesia pode investir na produção manufatureira, recrutando trabalhadores a domicilio, aos quais fornecia matéria-prima e pagava pelo produto acabado. Essa atividade, e mais os lucros da exploração colonial, permitiu o acúmulo de capitais para a etapa seguinte. Dessa forma os empresários passaram a investir em grandes unidades fabris, substituindo as manufaturas, proporcionando altos lucros, logo a concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos da burguesia foi condição essencial para a passagem do artesanato para a manufatura e desta para a indústria moderna. QUESTÕES PROPOSTAS 01. (ENEM) A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas mudaram as formasde trabalhar e as fábricas concentraram-se em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando vastas concentrações humanas. Muitos operários vinham da área rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para 8 horas diárias concretizou-se no início do século XX. Pode-se afirmar que as conquistas no início desse século, decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas com: (A) A expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes monárquicos constitucionais. (B) A expressiva diminuição da oferta de mão-de-obra, devido à demanda por trabalhadores em defesa do seu interesse. (C) A capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos seus interesses. (D) O crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a representação operária nos parlamentos. (E) A vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais capitais europeias. 02. (ENEM). Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, sociais e ambientais inter-relacionadas no período à Revolução Industrial, as quais incluem: (A) A erradicação da fome no mundo. (B) O aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. (C) A maior demanda por recursos naturais, entre os quais os recursos energéticos. (D) A menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na agricultura. (E) O contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da economia, em face da mecanização. 04. (ENEM) “A prosperidade induzida pela emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões de teares temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria –prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos, ”. Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: (A) A invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. (B) Os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. (C) Os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. (D) Os artesãos, no período anterior combinavam tecelagem com o cultivo de subsistência. (E) Os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. 04. (UFC-CE) “A cada 1º de maio, lembramos de Parsons, Spies e seus companheiros de patíbulo. Mas poucos lembram do nome de James Tawle, que foi, em 1816, o último “destruidor de máquinas” enforcado. Caiu pelo paço da forca gritando um hino ludita (sic) até que suas cordas vocais se fechassem num só nó”. Sobre os destruidores de máquinas, de que trata o texto acima, assinale, a alternativa correta. (A) Foram trabalhadores ingleses que combateram com ações diretas a mecanização dos teares durante a Revolução Industrial. (B) b) eram grupos de rebeldes irlandeses liderados pelos radicais jacobinos insatisfeitos com a restauração da monarquia dos Bourbons na França. (C) c) Eram integrantes das vanguardas das trade unions, os primeiros sindicatos de trabalhadores da Inglaterra que elaboraram a Carta do Povo. (D) d) Foram trabalhadores anarquistas que morreram enforcados por terem lutado pela jornada de oito horas durante a greve geral de Haymarket Riot em Chicago. (E) e) Eram grupos de indígenas do Meio-Oeste dos EUA, entre eles os sioux, que atacavam os trens (cavalos de aço) e dividiam as manadas de búfalos dentro de seus territórios. 05. (UEL-PR) Sobre a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, é correto afirmar: (A) Uma condição indispensável para a transição do artesanato para a manufatura e desta para a indústria moderna foi a concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos do capitalista. (B) O crescimento industrial na Inglaterra resultou em um processo conhecido como “segunda servidão”, na qual os antigos servos rurais foram transferidos para as indústrias urbanas, visando ao aumento de produtividade das mesmas. (C) Embora detivessem o poder político, tanto à burguesia rural como a aristocracia urbana não possuíam capitais que possibilitassem o desenvolvimento da Revolução Industrial, sendo esta, portanto, financiada pelos pequenos proprietários rurais. (D) A industrialização na Grrã- Bretanha iniciou-se com a instalação de indústrias de bens de capital( aço e maquinário) e, depois de estruturada essa base , partiu-se para a produção de bens de consumo semiduráveis e não duráveis ( tecidos, bebidas). (E) Por não haver complementaridade entre a atividade industrial e a pecuária ( gado bovino, ovino), este foi o setor mais duramente atingido pela conversão da Europa rural em industrial. 06. (UFF-RJ) A Revolução Industrial ocorrida ao longo do século XVIII está vinculada à história da Inglaterra no seu nascedouro. Entretanto, à medida que o capitalismo foi se consolidando, a ideia de Revolução Industrial começou a ser associada a um conceito universal e ganhou vários sinônimos, dentre os quais: (A) Republicanização, que orientava os novos processos de organização da política, a intervenção no mercado e a Revolução Francesa. (B) Modernização, que indicava a manutenção da economia mercantilista, a centralização do Estado e o crescimento das camadas médias. (C) Industrialização, que significava a alteração nos processos de produção, a concretização da economia de mercado e a ascensão da burguesia. (D) Maquinização, que mostrava a crescente expansão do artesanato, da agricultura e da fisiocracia como modelos de crescimento. (E) Tecnificação, que definia o processo industrial como dependentes das modificações na agricultura e também do agrarismo, sendo controlado politicamente pela nobreza urbana. 07. (UFF-RJ) Para que o conhecimento tecnológico tivesse o êxito de hoje foi preciso que novas relações de mercado e novas formas de transportes. Assinale a alternativa que melhor identifica o momento inicial da Revolução Industria: (A) A utilização da máquina a vapor que propiciou o desenvolvimento das ferrovias,,integrando áreas de produção aos mercados, aumentando o consumo e gerando lucros. (B) A revolução política de 1688, que garantiu a vitória dos interesses dos proprietários agrícolas em aliança com os trabalhadores urbanos que controlavam as manufaturas. (C) Os cercamentos que modificaram as relações sociais no campo, gerando novas formas de organização da produção rural e mantendo os vínculos tradicionais de servidão. (D) O desenvolvimento da energia eólica, produzindo um crescimento industrial que manteve as cidades afastadas do fantasma das doenças provocadas pelo uso do carvão. (E) A máquina a vapor, que promoveu o desenvolvimento de novas formas de organização da produção agrícola e levou ao crescimento dos transportes marítimos na Europa Ocidental, através de investimentos estatais. 08. (UFPE) A Revolução Industrial foi importante marco da História contemporânea no Ocidente, representando a consolidação das mudanças sugeridas pelos economistas clássicos. Essa revolução: (A) Na Inglaterra, teve como uma de suas razões as importantes mudanças na organização da produção agrícola. (B)Efetivou-se com a contribuição de capitais franceses e holandeses atuantes na Inglaterra. (C) Concentrou-se, em seus vários períodos, em território inglês, sem maiores repercussões para o restante da Europa. (D) Resultou do financiamento de capitais oriundos exclusivamente da escravidão colonial. (E) Possibilitou afirmação do ideário iluminista, consagrando a liberdade do operariado. 09. (PUCCamp-SP) “No desenvolvimento das forças produtivas, ocorre um estágio em que nascem forças produtivas e meios de circulação que só podem ser nefastos no quadro das relações existentes e não são mais forças produtivas, mas sim forças destrutivas (a máquina e o dinheiro) - e, em ligação com isso, nasce uma classe que suporta todos os ônus da sociedade, sem gozar das suas vantagens”. O texto descreve um processo que pode ser associado (A) Ás causas sociais que explicam o surgimento da Revolução Industrial. (B) As transformações técnicas levadas a efeito pela Revolução Industrial. (C) Aos efeitos sociais da Revolução Industrial, consubstanciados na diferença crescente entre ricos e pobres. (D) Ao mecanismo que levou a Revolução Industrial a responder pela concentração do capital nas atividades mercantis. (E) Ao desenvolvimento tecnológico da Revolução Industrial, que trouxe como consequência a necessidade de modernização nas relações sociais. 10. (UFLA-MG) A Revolução Industrial que transformou profundamente a ordem econômica mundial teve origem na Inglaterra relacionada com: (A) O declínio da monarquia parlamentar. (B) O fim da hegemonia marítima. (C) O fortalecimento do sistema familiar de produção. (D) A liberação de mão-de-obra da cidade para o campo. (E) O triunfo da ideologia liberal. SOCIOLOGIA | unidade 1 Poder, Política e Estado Profa. Benedita de Cássia Ferreira Costa PODER, POLÍTICA E ESTADO Poder: conceito sociológico fundamental, com vários significados. O mais comum é a definição de Max Weber, que conceitua o poder como a capacidade de controlar indivíduos, eventos ou recursos – fazer com que aconteça aquilo que a pessoa quer, a despeito de obstáculos, resistência ou oposição. Na perspectiva de Karl Marx, o poder é utilizado não a indivíduos, mas em relação às classes sociais e sistemas sociais, residindo na dominação e subordinação de classes sociais, baseadas nas relações de produção. O poder pode ser utilizado de maneiras mais sutis e indiretas. Para Pierre Bourdieu há o poder simbólico, isto é, um tipo de poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem, construído a partir dos sistemas simbólicos, a língua, a arte, a religião. Política: processo social através do qual poder coletivo é gerado, organizado e distribuído e usado nos sistemas sociais. Na maioria das sociedades, é organizada em torno da instituição Estado. Estado: instituição social que mantém o monopólio da violência legítima, conforme a definição de Max Weber. É definido por sua autoridade em gerar e aplicar o poder coletivo, organizado em torno de um conjunto de funções sociais, entre elas, manter a lei, a ordem e a estabilidade, a defesa comum e cuidar do bem-estar da população. QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 01. ENEM (2012) De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas teorias é denominado de: (A) liberalismo. (B) despotismo. (C) socialismo. (D) anarquismo. (E) contratualismo. RESOLUÇÃO: E a) liberalismo é uma teoria política e social que defende os valores individuais inatos da liberdade e da igualdade, cabendo ao Estado respeitar tais direitos, atuando na resolução de disputas dos interesses conflitantes dos indivíduos. b) despotismo é a forma de governo em que o poder está concentrado nas mãos de apenas um agente político. c) socialismo é sistema de ideias que propôs um modo de organização social pautado na socialização dos meios de produção, extinção de classes sociais, economia planificada, sendo uma etapa necessária para a concretização do comunismo. d) anarquismo é uma filosofia política que prega uma sociedade baseada na liberdade, igualdade e cooperação, que seria alcançada sem o poder do Estado ou de um governo específico. e) contratualismo é o termo usado para designar uma escola de pensamento com diferentes interpretações sobre a natureza humana e o surgimento do Estado e da sociedade civil. Para os contratualistas, os indivíduos deveriam abrir mão de determinados direitos “naturais” e confiá-los ao Estado através de um contrato social entre os membros da sociedade em que todos reconheceriam de forma legítima a autoridade do Governo. 02. ENEM (2010) A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores: a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo. FOUCAULT. M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. 1999. O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é: (A) combater ações violentas na guerra entre as nações. (B) coagir e servir para refrear a agressividade humana. (C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação. (D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre os países inimigos. (E) organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados. RESOLUÇÃO: E Michel Foucault não elabora uma teoria do poder, mas o estabelece como uma prática socialmente construída, identificando as diferentes formas de atuação de determinados sujeitos sociais sobre outros sujeitos, pois, as relações humanas se tecem através das relações de poder. Foucault defende a existência de uma microfísica do poder que atravessa toda a estrutura social, divergindo da concepção que atribui ao Estado o monopólio de poder. 03. ENEM (2017) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIIl – em 1789, precisamente que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o Iluminismo. FORTES, L.R.S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado). Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a: (A) modernização da educação escolar. (B) atualização da disciplina moral cristã. (C) divulgação de costumes aristocráticos. (D) socialização do conhecimento científico. (E) universalização do princípio da igualdade civil. RESOLUÇÃO: E A concepção de pensamento presente na questão é do Iluminismo, que foi um movimento de ideias forjadas no século XVIII, base de inspiração de movimentos revolucionários como a Revolução Francesa, que tinha como lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Os iluministas acreditavam que todos os homens nascem iguais e possuem direitos naturais, cabendo ao Estado o dever de respeitar tais direitos, depois nomeados de direitos civis, como por exemplo, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão e pensamento, a liberdadereligiosa. Dessa forma, a partir do Iluminismo surgiu a ideia da igualdade material do homem, com isso passou-se a dar os mesmos direitos, ou seja, a universalização do princípio da igualdade civil. 04. ENEM (2015) Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas como a nossa, é compreensível que os simples vínculos de pessoa a pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os mais decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da vida brasileira parece ter sido por essa época, uma acentuação singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras. HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1995. Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a análise do historiador, na: (A) rigidez das normas jurídicas. (B) prevalência dos interesses privados. (C) solidez da organização institucional. (D) legitimidade das ações burocráticas. (E) estabilidade das estruturas políticas. RESOLUÇÃO: B O historiador Sérgio Buarque de Holanda, com a obra Raízes do Brasil, publicada em 1936, destaca que na formação da sociedade brasileira, as relações entre o Estado e a sociedade civil foram guiadas pela instrumentalização dos mecanismos de poder por interesses privados. O autor destaca o personalismo (princípio baseado nas relações de sentimento, em que há rejeição ou indiferença aos interesses e direitos coletivos) e o patrimonialismo (característica de um Estado que não possui distinção entre os âmbitos do público e do privado) existentes na gênese da formação política no espaço colonial da América portuguesa. Dessa forma, desde a instalação das capitanias hereditárias, o poder político sobre o território e as pessoas era exercido por particulares, latifundiários, donatários, sesmeiros. Assim, não havia ainda autoridades públicas, estatais, que exercessem o poder para o bem comum da população, mas em acordo com os interesses privados daqueles agentes personalistas ou de grupos restritos de poder. 05. ENEM (2017) Muitos países se caracterizam por terem populações multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, como resultado de políticas incentivando a migração, ou por conta de legados coloniais e imperiais. GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado) Do ponto de vista do funcionamento das democracias contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, simultaneamente: (A) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo. (B) universalização de direitos e respeito à diversidade. (C) segregação do território e estímulo ao autogoverno. (D) políticas de compensação e homogeneização do idioma. (E) padronização da cultura e repressão aos particularismos. RESOLUÇÃO: B Para Giddens o capitalismo contemporâneo forja um novo modelo de integração social, possibilitado por laços que se ampliam para além das fronteiras tradicionais das comunidades e nações, trazendo novos sentidos de organização política e social que desafiam a experiência democrática. Dessa forma, as democracias contemporâneas buscam promover determinadas políticas que visam ampliar os direitos dos indivíduos e a aceitação às diversidades. QUESTÕES PROPOSTAS 01. A Democracia pressupõe que o poder do povo, para além da sua etimologia (demos: povo e kratos: poder), depende do período histórico e da sociedade que se tem como referência, além de que o conceito de povo como coletividade que compartilha direitos e deveres só aparece na Idade Contemporânea, com a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Tendo em vista essa baliza, e as charges a seguir de Quino e Angeli, é CORRETO dizer que: (A) A chamada democracia direta, tal como surgida na Grécia Antiga é o modelo adotado pela maioria dos países do mundo, seja na América Latina ou na África. (B) A democracia direta sempre existiu no Brasil, sendo interrompida apenas durante o regime militar de 1964, vigorando até os dias de hoje, por isso o riso incontido da personagem Mafalda na charge de Quino. (C) A democracia participativa que pressupõe a participação do povo nos assuntos públicos, mostra-se muitas vezes incapaz de agir de acordo com os interesses da maioria dos cidadãos, excluindo diferentes grupos de tomada de decisão política, objeto de crítica das charges da Quino e Angeli. (D) A democracia é uma herança das revoluções burguesas, tenho o povo total poder para opinar e decidir sobre os rumos políticos do país, como bem retrata as charges de Quino e Angeli. (E) O pilar da democracia representativa é a chamada soberania popular, onde todos os segmentos da sociedade têm cotas iguais de poder, sendo as charges uma crítica infundada, pois todo o povo participa da vida política. 02. O Estado absolutista assumia a responsabilidade de centralizar e praticar a justiça e de cuidar do contingente militar, formando exércitos profissionais. Ao assumir o controle das atividades econômicas, o Estado intervinha na concessão dos monopólios, fixava preços e tarifas, administrava a moeda e os metais preciosos. Para financiar essas atividades, foram fixados os impostos gerais. Diante disso, houve o empenho de vários teóricos que procuraram fundamentar e justificar a necessidade do chamado Estado Absoluto, como a tese a seguir: “O pensamento de que as pessoas viviam em luta por causa do egoísmo e ambição, e que somente um poder superior ao dos indivíduos poderia garantir a segurança de todos. Esse poder deveria ser absoluto, para que ninguém o contestasse, e duradouro, para que não se rompesse o equilíbrio racional necessário a uma convivência também duradoura. Justificava-se assim a continuidade das monarquias baseadas na hereditariedade”. A tese acima apresentada faz parte do pensamento de: (A) Jacques Bossuet (B) Thomas Hobbes (C) Montesquieu (D) Karl Marx (E) Emile Durkheim 03. O romance “Capitães da Areia” de Jorge Amado, publicado em 1937, teve 808 exemplares aprendidos e incinerados por serem julgados pela Comissão Executora do Estado de Guerra como simpatizantes do credo comunista, retrata o cotidiano de um grupo de meninos de rua que praticam roubos e assaltos e, aterrorizam a população baiana, conhecido por Capitães da Areia. Leia o excerto a seguir para responder a questão: “Esse bando que vive da rapina se compõe, pelo que se sabe, de um número superior a 100 crianças das mais diversas idades. […] São chamados de “Capitães da Areia” porque o cais é o seu quartel general. E têm por comandante um molecote dos seus 14 anos, que é o mais terrível de todos. […] Aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais variadas, desde os 9 aos 16 anos, que à noite se estendiam pelo assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações… É aqui também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde cedo foi chamado assim, desde seus cinco anos. Hoje tem 15 anos. Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as ruas e de todos os seus becos. Quando se incorporou aos Capitães da Areia, o chefe era Raimundo, o Caboclo, mulato avermelhado e forte. Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo. Pedro Bala era muito mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar
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