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Caríssimo (a) Estudante, 
 
O Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Educação, 
vem implantando importantes ações cujo objetivo é oferecer uma educação digna 
para a Rede Pública Estadual. Essas ações perpassam a construção, 
reconstrução por meio de melhorias dos espaços públicos de ensino, através do 
suporte pedagógico e financeiro para manutenção das escolas, contribuindo de 
forma eficaz para a formação continuada de professores, bem como avaliação da 
aprendizagem. Por isso, todo esse conjunto de ações tem como foco elevar a 
qualidade do ensino e da aprendizagem no Estado do Maranhão. 
 
Não obstante, além das ações regulares que já são asseguradas no 
cotidiano das escolas, esta Secretaria tem ainda oferecido outros mecanismos 
para os estudantes aprofundarem seus conhecimentos e desta forma, 
intensificarem seus estudos e participarem dos exames seletivos para ingresso no 
ensino superior, como o Exame Nacional do Ensino Médio e demais vestibulares. 
 
Nesse sentido, em parceria com professores da nossa rede estadual, 
oferecemos estes cadernos preparatórios, contendo resumos dos conteúdos mais 
cobrados no ENEM com as quatro áreas de conhecimento avaliadas, 
contemplando todos os componentes curriculares. Cada caderno está estruturado 
em três sessões: resumo teórico dos conteúdos por temas de cada disciplina do 
currículo; série de cinco questões resolvidas e comentadas; e dez questões 
selecionadas do ENEM e/ou dos principais vestibulares do país, com gabarito dos 
exercícios ao final de cada caderno. 
 
Aproveitando a oportunidade, desejo foco nos estudos! E que tenha um 
excelente desempenho no ENEM e/ou vestibulares. 
 
Atenção para algumas datas importantes: 
 
 O Cartão de Confirmação da Inscrição para participação no ENEM estará 
disponível a partir de outubro. Nele você encontrará informações como data, 
hora e local das provas, Opção de Língua Estrangeira e outras. 
 As provas do ENEM serão aplicadas nos dias 4/11/2018 e 11/11/2018. 
 
 
 
 
Felipe Camarão 
Secretário de Estado da Educação 
 
FILOSOFIA | unidade 1 
a origem da Filosofia 
Prof. José Rogério de Pinho Andrade 
 
 
A ORIGEM DA FILOSOFIA 
 
A filosofia ao surgir na Grécia antiga por volta do final do século VII 
e início do século VI a.C. e se tratava de uma cosmologia, isto é, uma 
explicação racional sobre a origem do mundo e sobre as causas de 
suas transformações em uma tentativa de superar as explicações 
míticas denominadas de cosmogonias. 
 
As condições que possibilitaram o surgimento da Filosofia na 
Grécia. 
 
As viagens marítimas, que permitiram aos gregos desvendar os 
locais que os mitos diziam habitados por deuses, titãs e heróis, 
também produziram o desencantamento ou a desmistificação do 
mundo. 
 
A invenção do calendário, como uma forma de calcular o tempo 
segundo as estações dos anos e as mudanças que se repetem no 
mundo revelando uma capacidade de abstração e uma percepção do 
tempo como algo natural e não como uma força divina 
incompreensível. 
 
A invenção da moeda, permitindo uma forma de troca abstrata, 
feita pelo cálculo do valor semelhante das coisas e não mais em 
espécie de coisas. A moeda sobrepõe o caráter racional de sua 
criação, pois é artifício racional produto de uma convenção humana, 
noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores 
diferentes. 
 
O surgimento da vida urbana, que diminuía o prestígio das 
famílias aristocráticas tradicionais por quem e para quem os mitos 
foram criados. Além disso, o surgimento de uma classe de 
comerciantes ricos que precisava encontrar pontos de poder e de 
suplantação do velho poderio da aristocracia rural e de sangue, fez 
surgir o patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e aos 
conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a Filosofia pudesse 
surgir. 
 
 A invenção da política introduzindo três aspectos novos e 
decisivos para o nascimento da Filosofia: 1 – a idéia da lei como 
expressão da vontade coletiva social que decide por si mesma como 
deve se organizar normativamente. 2 – o surgimento de um espaço 
público (a Ágora) no qual aparece um novo tipo de palavra ou de 
discurso marcado pelo direito de debater (isegoria) e pela igualdade do 
cidadão (isonomia). 3 – a política estimula um discurso aberto, não 
mais fechado nas condições das seitas sagradas. 
 
O que é a Filosofia? O sentido da palavra “Filosofia” 
 
É impossível dizer de antemão o que a filosofia é, pois ela exige 
ser vivida anteriormente. A filosofia se mostra como uma vivência, 
como uma atitude. Então, definir filosofia antes de tê-la vivido, 
conduzirá a algo sem sentido e ininteligível. 
 
Embora saibamos que é impossível de antemão definir o que é a 
filosofia, a palavra “filosofia” serve para designar algo. Em sua 
estrutura linguística a palavra é formada pelos termos gregos “philos” 
e “sophia". Do primeiro termo recebe o sentido de dedicação, de 
amizade ou amor; do segundo termo recebe a designação de 
conhecimento verdadeiro, de sabedoria. Assim, a palavra em seu 
significado etimológico significa “amor à sabedoria”. 
 
O amor que se entende filosófico é aquele que se traduz por uma 
dedicação incessante ao conhecimento verdadeiro, à verdade. Assim, 
o filósofo é aquele que assume a atitude de dedicação à verdade, 
aquele que a busca de modo constante e incessante. Uma busca do 
saber que se faz por esforço da reflexão e da razão. Mas qual é o saber 
que o filósofo busca? Qual é o tipo de saber que se entende filosófico? 
 
Para responder a esta questão cabe a distinção que se faz entre 
as duas fundamentais ordens de saber: aquele que o adquirimos sem 
tê-lo buscado e aquele que o temos porque o procuramos, pois se não 
o fizermos não poderemos tê-lo. Assim, distingue-se o conhecimento 
como a simples opinião e o conhecimento racionalmente bem 
fundamentado que foi definida por Platão como “dóxa” e “episteme”. 
Platão entendia por dóxa aquele conhecimento superficial, aparente, 
obtido por meio dos sentidos e que o temos sem tê-lo procurado e por 
episteme o conhecimento correspondente à verdade, ao conhecimento 
essencial, aquele que adquirimos por tê-lo buscado metodicamente e 
com esforço. Deste modo, nos termos platônicos, a filosofia adquire o 
sentido de saber reflexivo, de saber adquirido mediante o empenho e 
dedicação racional, obtido dialeticamente. 
 
Os períodos da História da Filosofia 
 
Filosofia antiga (do século VI a.C. ao século VI d.C.): compreende 
os períodos da filosofia grego-romana que vai dos pré-socráticos ao 
helenismo: 
 
 Filósofos da Escola Jônica: Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, 
Anaximandro de Mileto e Heráclito de Éfeso. 
 Filósofos da Escola Itálica: Pitágoras de Samos, Filolau de Crotona 
e Árquitas de Tarento. 
 Filósofos da Escola de Eléia: Parmênides e Zenão de Eléia. 
 Filósofos da Escola de Pluralidade: Empédocles de Agrgento, 
Anaxágoras de Clazômena, Leucipo de Abdera e Demócrito de 
Abdera. 
 
Filosofia Patrística (do século I ao século VII): conhecida como 
Patrística porque correspondeu ao pensamento desenvolvido pelos 
apóstolos Paulo e João e pelos Padres da Igreja Cristã na tentativa de 
conciliar o cristianismo com o pensamento filosófico dos gregos e 
romanos. O grande tema da Filosofia patrística é o da possibilidade ou 
impossibilidade de conciliar razão e fé. 
 
Filosofia Medieval (do século VIII ao século XIV); também 
conhecido como Escolástica, abrange pensadores europeus, árabes e 
judeus. Conservando e discutindo os mesmos problemas que a 
patrística, neste período é acrescido Problema dos Universais. Surge 
a Filosofia Cristã, a teologia com os temas sobre a existência de Deus 
e da imortalidade da alma. Desenvolveu-se a justificação da verdade 
conhecida como Princípio da autoridade. 
 
Filosofia da Renascença (do século XIV ao século XVI): marcado 
pela descoberta de obras até então desconhecida de Platão e de 
Aristóteles, a época se dedica ao resgate do pensamento gregoe 
latino. 
 
Filosofia Moderna (do século XVII a meados do século XVIII): 
conhecido como o Grande Racionalismo Clássico, nasce como uma 
tentativa de superação do ceticismo reinante no final do século XVI e 
início do século XVII, por meio de três mudanças teóricas principais: o 
“surgimento do sujeito do conhecimento”, o objeto do conhecimento 
como uma representação do sujeito, pois são racionais em si mesmas 
e podem ser representadas pelo intelecto e a compreensão de que a 
natureza é plenamente compreensível pela razão, pois é um sistema 
ordenado de causas e efeitos conhecíveis e expressáveis por meio da 
linguagem matemática. 
 
 
Questões comentadas 
 
01. (ENEM) TEXTO I 
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o 
que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua 
descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo 
que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar 
por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A 
água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando 
condensada ao máximo possível, transforma-se em pedras. 
 
BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). 
 
TEXTO II 
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de 
todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão 
parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as 
especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se 
origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, 
ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão 
de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha”. 
 
GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado). 
 
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para 
explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As 
teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo 
medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que: 
 
(A) Eram baseadas nas ciências da natureza. 
(B) Refutavam as teorias de filósofos da religião. 
(C) Tinham origem nos mitos das civilizações antigas. 
(D) Postulavam um princípio originário para o mundo. 
(E) Defendiam que deus é o princípio de todas as coisas. 
 
Resposta: (D) 
Anaxímenes de Mileto (585–528 a.C.) é um filósofo pré-socrático preocupado com a 
cosmologia, isto é, preocupado com a ordenação das coisas que compõem o mundo. Já 
São Basílio Magno (329–379 d.C.) é um teólogo preocupado com a propagação da 
verdade revelada pela Bíblia, o livro que já oferece toda a ordenação das coisas que 
compõem o mundo. Desse modo, Deus não é exatamente um princípio do qual se origina 
o mundo, mas sim o próprio criador desse mundo, o seu dono e conhecedor de todas as 
suas regras cosmológicas. 
 
02. (ENEM) 
 
 
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o 
alto. Esse gesto significa que o conhecimento se encontra em uma 
instância na qual o homem descobre a: 
 
(A) Suspensão do juízo como reveladora da verdade. 
(B) Realidade inteligível por meio do método dialético. 
(C) Salvação da condição mortal pelo poder de deus. 
(D) Essência das coisas sensíveis no intelecto divino. 
(E) Ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade. 
Resposta: (B) 
Platão é conhecido como um filósofo idealista. Segundo ele, a verdade encontra-se no 
mundo das ideias, e não no mundo material. O pensamento somente pode se aproximar 
das ideias através da dialética, que o purifica das crenças e opiniões. 
 
03. (ENEM) Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, 
naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, 
mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se 
não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser 
facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem 
geradores de dano. 
 
EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974. 
 
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim 
 
(A) Alcançar o prazer moderado e a felicidade. 
(B) Valorizar os deveres e as obrigações sociais. 
(C) Aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação. 
(D) Refletir sobre os valores e as normas dadas pela divindade. 
(E) Defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber. 
 
Resposta: (A) 
A filosofia de Epicuro tem como um de seus princípios a moderação dos desejos e dos 
prazeres, que são naturais e necessários. Quantos aos prazeres naturais e não-
necessários, devem ser evitados, mas se não for possível, satisfazê-los 
moderadamente. Já para os prazeres não-naturais, a regra é evita-los sempre. 
 
04. (Enem 2013) A felicidade é portanto, a melhor, a mais nobre e a 
mais aprazível coisa do mundo, e esses atributos não devem estar 
separados como na inscrição existente em Delfos “das coisas, a mais 
nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o 
que amamos”. Todos estes atributos estão presentes nas mais 
excelentes atividades, e entre essas a melhor, nós a identificamos 
como felicidade. 
 
ARISTÓTELES. A Política. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. 
 
Ao reconhecer na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, 
Aristóteles a identifica como 
 
(A) Busca por bens materiais e títulos de nobreza. 
(B) Plenitude espiritual a ascese pessoal. 
(C) Finalidade das ações e condutas humanas. 
(D) Conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas. 
(E) Expressão do sucesso individual e reconhecimento público. 
 
Resposta: (C) 
Aristóteles parte do senso comum para afirmar que todas as atividades humanas, 
pragmáticas ou teóricas, miram um bem qualquer, de modo que o bem pode ser definido 
como aquilo a que todas as ações tendem. A atividade humana deve visar o bem tendo 
em vista aquela atividade mais excelente, o sumo bem. A felicidade é a atividade da 
alma em conformidade com a virtude perfeita, e esta virtude perfeita é adquirida através 
de um bom hábito dirigido pela ciência política, então a felicidade é algo divino, pois ela 
é o que de melhor existe no mundo, ou seja, ela é a felicidade de todos os cidadãos 
atingida pela boa direção da alma de cada um e está associada ao exercício da reta 
razão. 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
01. (ENEM PPL) Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças 
sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as 
evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, 
nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude 
intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões 
e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido 
último. 
 
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002. 
 
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do 
pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto 
filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à 
 
(A) Adoção da experiência do senso comum como critério de 
verdade. 
(B) Incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de 
evidências empíricas. 
(C) Pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade. 
(D) Defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se 
pensar a verdade. 
(E) Compreensão de que a verdade deve ser justificada 
racionalmente. 
 
02. (ENEM) Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides 
era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de 
sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional 
e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em 
detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das 
Ideias formava-se em sua mente. 
 
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado). 
 
O texto faz referência à relaçãoentre razão e sensação, um aspecto 
essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427–346 a.C.). De acordo 
com o texto, como Platão se situa diante dessa relação? 
 
(A) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas. 
(B) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles. 
(C) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são 
inseparáveis. 
(D) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a 
sensação não. 
(E) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é 
superior à razão. 
 
03. (ENEM PPL) Quanto à deliberação, deliberam as pessoas sobre 
tudo? São todas as coisas objetos de possíveis deliberações? Ou será 
a deliberação impossível no que tange a algumas coisas? Ninguém 
delibera sobre coisas eternas e imutáveis, tais como a ordem do 
universo; tampouco sobre coisas mutáveis, como os fenômenos dos 
solstícios e o nascer do sol, pois nenhuma delas pode ser produzida 
por nossa ação. 
 
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Edipro, 2007. (adaptado). 
 
O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para 
entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, 
considera-se que é possível ao homem deliberar sobre: 
 
(A) Coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os 
acontecimentos da natureza. 
(B) Ações humanas, ciente da influência e da determinação dos 
astros sobre as mesmas. 
(C) Fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu 
controle. 
(D) Fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela. 
(E) Coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso. 
 
04. (UNIOESTE) “Não é fácil definir se a ideia dos poemas homéricos, 
segundo a qual o Oceano é a origem de todas as coisas, difere da 
concepção de Tales, que considera a água o princípio original do 
mundo; seja como for, é evidente que a representação do mar 
inesgotável colaborou para a sua expressão. Em todas as partes da 
Teogonia, de Hesíodo, reina a vontade expressa de uma compreensão 
construtiva e uma perfeita coerência na ordem racional e na 
formulação dos problemas. Por outro lado, a sua cosmologia ainda 
apresenta uma irreprimível pujança de criação mitológica, que, muito 
mais tarde, ainda age sobre as doutrinas dos “fisiólogos”, nos 
primórdios da filosofia “científica”, e sem a qual não se poderia 
conceber a atividade prodigiosa que se expande na criação das 
concepções filosóficas do período mais antigo da ciência” 
 
Werner Jaeger. 
 
Considerando o texto acima sobre o surgimento da filosofia na Grécia, 
seguem as afirmativas abaixo: 
 
I. O surgimento da filosofia não coincide com o início do uso do 
pensamento racional. 
II. O surgimento da filosofia não coincide com o fim do uso do 
pensamento mítico. 
III. Tales de Mileto, no século VI a.C., ao propor a água como princípio 
original do mundo, rompe, definitivamente, com o pensamento 
mítico. 
IV. Mitos estão presentes ainda nos textos filosóficos de Platão 
(século IV a.C.), como, por exemplo, o mito do julgamento das 
almas. 
V. Os primeiros filósofos gregos, chamados “pré-socráticos”, em sua 
reflexão, não se ocupavam da natureza (Physis). 
 
Das afirmativas feitas acima 
 
(A) Apenas a afirmação V está correta. 
(B) Apenas as afirmações III e V estão corretas. 
(C) Apenas as afirmações II e IV estão corretas. 
(D) Apenas as afirmações I, II e IV estão corretas. 
Apenas as afirmações I, III e V estão corretas. 
 
05. Observe a figura a seguir e responda à(s). 
 
 
A figura mostra Atenas na atualidade. Observam-se as ruínas da 
Acrópolis – onde ficavam os templos como o Parthenon –, o Teatro de 
Dionísio e a Asthy – com a Ágora (Mercado/Praça Pública) e as casas 
dos moradores. 
 
05. (Adaptação - UEL) Sobre a relação entre a organização da cidade 
de Atenas, a ideia de polis e o aparecimento da filosofia na Grécia 
Clássica, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. A filosofia surgiu simultaneamente à cidade-Estado, ambiente em 
que predominava o discurso público baseado na troca de opiniões 
e no desenvolvimento da argumentação. 
II. A filosofia afastava-se das preocupações imediatas da aparência 
sensível e voltava-se para as questões do espírito. 
III. O discurso proferido pelo filósofo era dirigido a pequenos grupos, 
o que o distanciava da vida pública. 
IV. O discurso da filosofia no contexto da polis restringia-se ao mesmo 
tipo de discurso dos guerreiros e dos políticos ao desejar 
convencer em vez de proferir a verdade. 
 
Assinale a alternativa correta. 
 
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 
(C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 
 
06. (UNIOESTE) "Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as 
duas ordens de fenômenos os vínculos são demasiado estreitos para 
que o pensamento racional não apareça, em suas origens, solidário 
das estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega. Assim 
recolocada na história, a filosofia despoja-se desse caráter de 
revelação absoluta que às vezes lhe foi atribuído, saudando, na jovem 
ciência dos jônios, a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. 
A escola de Mileto não viu nascer a Razão; ela construiu uma razão, 
uma primeira forma de racionalidade". 
 
Jean Pierre Vernant. 
 
Sobre a Filosofia seguem as seguintes afirmações: 
 
I. Ela foi revelada pela deusa Razão a Tales de Mileto quando este 
afirmou que o princípio de tudo é a água. 
II. Ela foi inventada pelos gregos e decorre do advento da Polis, a 
cidade organizada por leis e instituições que, por meio delas, 
eliminou todo tipo de disputa. 
III. Ela rejeita o sobrenatural, a interferência de agentes divinos na 
explicação dos fenômenos; problematiza, discute e põe em 
questão até mesmo as teorias racionais elaboradas com rigor 
filosófico. 
IV. Surgiu no século VI a.C. nas colônias gregas da Magna Grécia e 
da Jônia, apenas no século seguinte deslocou-se para Atenas. 
V. Ocupa-se com os princípios, as causas e condições do 
conhecimento que pretenda ser racional e verdadeiro; põe em 
questão e problematiza valores morais, políticos, religiosos, 
artísticos e culturais. 
 
Das afirmações feitas acima 
 
(A) I, III e V são corretas. 
(B) I e II são incorretas. 
(C) II, IV e V são corretas. 
(D) Todas são corretas. 
(E) Todas são incorretas. 
 
07. (IFSP) Comparando-se mito e filosofia, é correto afirmar o seguinte: 
 
(A) A autoridade do mito depende da confiança inspirada pelo 
narrador, ao passo que a autoridade da filosofia repousa na razão 
humana, sendo independente da pessoa do filósofo. 
(B) Tanto o mito quanto a filosofia se ocupam da explicação de 
realidades passadas a partir da interação entre forças naturais 
personalizadas, criando um discurso que se aproxima do da 
história e se opõe ao da ciência. 
(C) Enquanto a função do mito é fornecer uma explicação parcial da 
realidade, limitando-se ao universo da cultura grega, a filosofia 
tem um caráter universal, buscando respostas para as 
inquietações de todos os homens. 
(D) Mito e filosofia dedicam-se à busca pelas verdades absolutas e 
são, em essência, faces distintas do mesmo processo de 
conhecimento que culminou com o desenvolvimento do 
pensamento científico. 
(E) A filosofia é a negação do mito, pois não aceita contradições ou 
fabulações, admitindo apenas explicações que possam ser 
comprovadas pela observação direta ou pela experiência. 
 
08. (Adaptação - UEAP) A filosofia surge na Grécia por volta do século 
VI a.C. Mudanças sociais, políticas e econômicas favoreceram o seu 
surgimento. Dentre estas mudanças, pode-se mencionar: 
 
(A) A estruturação do mundo rural, desenvolvimento do sistema 
escravagista e o estabelecimento de uma aristocracia proprietária 
de terras. 
(B) A expansão da economia local fundada no desenvolvimentodo 
artesanato, o fortalecimento dos “demos” e da organização 
familiar patriarcal. 
(C) As disputas entre Atenas e Esparta, o desenvolvimento de 
Mecenas e do comércio jônico. 
(D) O uso da escrita alfabética, as viagens marítimas e a evolução do 
comércio e do artesanato. 
(E) O predomínio do pensamento mítico como modelo de explicação 
racional da realidade. 
 
09. (Adaptação - UNIMONTES) No mundo grego, podemos encontrar 
uma série de relatos mitológicos sobre diversos aspectos da vida 
humana, da natureza, dos deuses e do universo. Dois tipos de relatos 
merecem destaque: as cosmogonias e teogonias. Os relatos citados 
tratam da, respectivamente: 
 
(A) Origem dos homens e das plantas. 
(B) Origem do cosmo e dos deuses. 
(C) Origem dos deuses e dos homens. 
(D) Origem do cosmo e das plantas. 
(E) Origem do cosmo e dos homens. 
 
10. (UNIOESTE) “É no plano político que a Razão, na Grécia, 
primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A experiência 
social pode tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, 
porque se prestava, na cidade, a um debate público de argumentos. O 
declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios puseram em 
discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, 
traduzi-la em fórmulas acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a 
norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um 
pensamento propriamente político, exterior a religião, com seu 
vocabulário, seus conceitos, seus princípios, suas vistas teóricas. Este 
pensamento marcou profundamente a mentalidade do homem antigo; 
caracteriza uma civilização que não deixou, enquanto permaneceu 
viva, de considerar a vida pública como o coroamento da atividade 
humana”. 
 
Considerando a citação acima, extraída do livro As origens do 
pensamento grego, de Jean Pierre Vernant, e os conhecimentos da 
relação entre mito e filosofia, é incorreto afirmar que 
 
(A) Os filósofos gregos ocupavam-se das matemáticas e delas se 
serviam para constituir um ideal de pensamento que deveria 
orientar a vida pública do homem grego. 
(B) A discussão racional dos sábios que traduziu a ordem humana em 
fórmulas acessíveis a inteligência causou o abandono do mito e, 
com ele, o fim da religião e a decorrente exclusividade do 
pensamento racional na Grécia. 
(C) A atividade humana grega, desde a invenção da política, 
encontrava seu sentido principalmente na vida pública, na qual o 
debate de argumentos era orientado por princípios racionais, 
conceitos e vocabulário próprios. 
(D) A política, por valorizar o debate público de argumentos que todos 
os cidadãos podem compreender e discutir, comunicar e 
transmitir, se distancia dos discursos compreensíveis apenas 
pelos iniciados em mistérios sagrados e contribui para a 
constituição do pensamento filosófico orientado pela razão. 
(E) Ainda que o pensamento filosófico prime pela racionalidade, 
alguns filósofos, mesmo após o declínio do pensamento 
mitológico, recorreram a narrativas mitológicas para expressar 
suas ideias; exemplo disso e o “mito de Er” utilizado por Platão 
para encerrar sua principal obra, a República. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GEOGRAFIA | unidade 1 
estrutura fundiária e êxodo rural 
Prof. Sebastião César 
 
 
ESTRUTURA FUNDIÁRIA E ÊXODO RURAL 
 
Estrutura fundiária é a maneira como as propriedades rurais 
privadas estão organizadas, considerando o tamanho, a quantidade e 
a distribuição delas, é chamada de estrutura fundiária. A análise da 
estrutura fundiária de um determinado país mostra a forma como as 
propriedades destinadas à agropecuária são divididas e utilizadas. 
Para compreender essa organização, é preciso conhecer a 
diferenciação das propriedades rurais, tomada a partir de suas 
dimensões. Quando se fala em dimensão de uma propriedade rural, 
pode-se estabelecer a seguinte classificação: 
 
 Minifúndio: pequenas propriedades rurais responsáveis pela 
produção de aproximadamente 70% dos alimentos consumidos no 
Brasil. Geralmente, essas propriedades utilizam mão de obra 
predominantemente familiar. 
 Empresa rural: propriedade de médio ou grande porte vinculada 
ao agronegócio. Usualmente produz matérias-primas (laranja, 
soja, cana-de-açúcar, leite, carne) para as indústrias de 
processamento de alimento 
 Latifúndio por dimensão: grandes propriedades rurais, com 
atividade vinculada ao agronegócio, geralmente, a monocultura 
voltada para a exportação. 
 Latifúndio por exploração: propriedade rural que tem por 
característica a improdutividade, uma vez que o proprietário não 
tem a intenção de cultivar essas terras, deixando-as para 
valorização ou especulação imobiliária. Trata-se, portanto, de uma 
propriedade subutilizada econômica e socialmente. Uma das 
principais características da agropecuária brasileira é a 
concentração das terras nas mãos de poucos proprietários. Por 
esse motivo, falamos que a estrutura fundiária do Brasil é 
altamente concentrada. Essa característica na estrutura fundiária 
brasileira é histórica e remonta ao passado colonial brasileiro, 
baseado na organização econômica a partir de grandes latifúndios 
voltados para a monocultura de exportação, uma vez que o modelo 
adotado por Portugal para explorar o Brasil, no século 16, foi a 
plantation. A produção canavieira representava, na época, a 
primeira forma efetiva de ocupação do território brasileiro, que foi 
dividido em vastas porções de terras e doadas pela Coroa 
Portuguesa para donatários (homens de confiança do rei), que 
tinham por função ocupar, desenvolver e proteger essas terras. 
 
ÊXODO RURAL 
 
Êxodo rural é o abandono do campo e das regiões rurais, por parte 
da sua população à procura de melhores condições de vida, 
deslocando-se de regiões consideradas de menos condições de 
sustentabilidade a outras, podendo dar - se de áreas rurais para 
centros urbanos. É um fenómeno visível em Portugal, já que existem 
cada vez menos pessoas a habitar as regiões interiores e mais a 
habitarem as cidades do litoral. 
 
Causas 
 
 As principais causas do êxodo rural são a possibilidade de 
melhoramento das condições de vida. Nos meios rurais existem 
fatores que levam a população, nomeadamente os seus 
habitantes, a estarem desagradados com a sua situação de vida, 
tais como: 
 
 Grande desequilíbrio entre a população e os recursos existentes 
Salários agrícolas baixos e grandes rendimentos dos pequenos 
agricultores; 
 Mecanização da agricultura que diminui a mão-de-obra existente; 
 Calamidades naturais (secas, inundações, erosão dos solos…). Já 
nos grandes centros urbanos existem fatores muito atrativos, tais 
como: Acesso aos serviços de saúde, cultura e educação; 
Oportunidades de emprego menos pesado e melhor remunerado; 
Presença de meios de transporte, que facilitam a deslocação. 
 
Consequências 
 
Este fenômeno acarreta consequências a nível populacional e não 
só, sendo estas positivas e negativas. Relativamente ao meio rural 
possibilita uma centralização agrária, pois os agricultores emigram e 
acabam por vender as suas explorações agrícolas e facilita, também, 
a mecanização dos campos. Por outro lado existe também a saída de 
riqueza, porque a população passa a investir nos meios urbanos, a 
perda de mão-de-obra com capacidade produtiva e o envelhecimento 
da existente, o que dificulta o desenvolvimento e modernização da 
agricultura, e claro o consequente desequilíbrio demográfico. Nos 
meios urbanos aumenta, significativamente a disponibilidade de mão-
de-obra e leva também ao rejuvenescimento da população que com 
maior capacidade, desenvolve mais rapidamente a sua economia, por 
outro lado leva também ao aumenta das taxas de desemprego e aos 
problemas relativamente à habitação que conduzem à proliferação de 
bairros de latas clandestinos na periferia das cidades 
 
QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 
 
01. Sobre a questão agrária brasileira, é correto afirmar: 
 
(A) os grandes proprietários monopolizama maioria das 
propriedades rurais, estando todas elas exploradas de forma 
intensiva; 
(B) os conflitos pela terra no Brasil estão relacionados com o 
processo da concentração fundiária; 
(C) os pequenos proprietários de terras agrícolas possuem áreas 
suficientes para permitir vida decente e boa alimentação a suas 
famílias; 
(D) com a expansão do capitalismo no campo, os grandes 
proprietários passaram a investir na agricultura para o mercado 
interno; 
(E) As transformações que vêm ocorrendo nas relações de trabalho 
no campo brasileiro estão relacionadas com os processos de 
divisão de terra para a reforma agrária. 
 
Resposta: B 
A estrutura fundiária brasileira flagrantemente concentradora está relacionada 
diretamente aos conflitos existentes no meio rural brasileiro. 
 
02. Uma parte cada vez mais extensa do espaço agrário brasileiro vem 
passando por um processo de capitalização da produção de máquinas, 
motores e vários outros elementos destinados a racionalizar a 
produção. Assim evidenciam-se áreas agrícolas “ricas” ao lado de 
áreas “pobres” que se refletem na produtividade e, sobretudo, na 
população que exerce atividades rurais. 
Assinale a alternativa que está diretamente contida no texto. 
 
(A) As máquinas destroem a camada mais superficial da terra, o que 
provoca erosão e lixiviação do solo agrícola 
(B) O empobrecimento de parte dos agricultores não afeta a 
sociedade como um todo, fato que representa estímulo à 
modernização da agricultura. 
(C) O enriquecimento de parcela dos proprietários agrícolas reflete 
favoravelmente no conjunto da população rural porque vem 
acompanhado de redistribuição de renda. 
(D) A introdução de capital no campo reduz a necessidade de mão-
de-obra promovendo a concentração de terras e de recursos. 
(E) A modernização do campo retardou o ritmo das transformações 
nas relações de trabalho da mão-de-obra rural. 
 
Resposta: D 
Em função da expressiva capitalização das grandes propriedades rurais, a presença das 
máquinas, representa hoje, uma necessidade imperativa; reduzindo a necessidade de 
mão de obra. 
 
03. O êxodo rural no Brasil foi mais intenso entre as décadas de 1960 
e 1980, período em que também se acentuou o processo de 
urbanização no país. Dentre as principais causas do êxodo rural no 
Brasil, podemos destacar: 
 
(A) a mecanização do campo, que substituiu a mão de obra humana 
por máquinas, forçando a migração do trabalhador do campo 
para as cidades. 
(B) a política de governo implantada na ditadura militar, que 
incentivava a ida das pessoas para as cidades a fim de facilitar o 
controle social pelo Estado. 
(C) a grande quantidade de pragas na lavoura, que impossibilitava o 
cultivo de praticamente todos os tipos de gêneros agrícolas. 
(D) a grande quantidade de eventos sociais nas cidades, que atraia 
os jovens para as grandes cidades e que acabavam preferindo 
morar nelas. 
(E) a grande quantidade de pessoas vivendo no campo, que 
diminuía a oferta de trabalhos disponíveis e incentivava a 
migração dos trabalhadores para as cidades em busca de 
trabalho. 
 
Resposta: A 
Uma das principais causas da migração do campo para as cidades foi a mecanização 
do campo, ou seja, a introdução de máquinas no processo produtivo agrário que 
substituía o trabalhador rural, aumentando a produtividade por um valor que, ao longo 
do tempo, tornava-se menor do que manter um funcionário. 
 
04. Dentre as diversas consequências do Êxodo rural para o Brasil, 
podemos citar: 
 
(A) a desaceleração do processo de urbanização. 
(B) a aumento dos índices de desemprego no Brasil. 
(C) o aumento da quantidade de trabalhadores rurais. 
(D) a diminuição dos problemas agrários no campo. 
(E) o aumento de propriedades rurais disponíveis para a venda. 
 
Resposta: B 
Além do aceleramento do processo de urbanização, com a formação de favelas, o êxodo 
rural brasileiro contribuiu para o aumento do índice de desemprego brasileiro, pois os 
trabalhadores que saíam do campo para as cidades na maioria das vezes não tinham a 
qualificação profissional exigida para atuar nas indústrias e postos de trabalho na cidade, 
aumentando assim a quantidade de desempregados nos centros urbanos. 
 
05. A penetração do capitalismo na agropecuária liberou grandes 
contingentes de mão de obra, seja pela mecanização das atividades, 
seja pela concentração da propriedade da terra. Esse pessoal migrou 
para as cidades (êxodo rural), que não se aparelharam o suficiente em 
termos de infraestrutura urbana... Multiplicam-se as favelas e cortiços, 
o transporte é insuficiente e a indústria não acompanha o ritmo de 
crescimento urbano. Mesmo assim, a agropecuária é de grande peso 
na economia que está articulada a um setor terciário bastante 
diversificado." Os principais destinos dos migrantes que saiam do 
campo foram as cidades das regiões: 
 
(A) Norte e Sudeste. 
(B) Sudeste e Sul. 
(C) Norte e Centro-Oeste. 
(D) Sul e Norte. 
(E) Nordeste e Centro-Oeste. 
 
Resposta: B 
As cidades da região sudeste e sul foram as cidades mais impactadas pelo êxodo rural, 
pois como eram as cidades mais industrializadas e desenvolvidas do país, receberam o 
maior número de migrantes vindos do campo. 
 
 
 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
01. Leia a charge a seguir. 
 
 
Disponível em: <www.fernandaprofessorageografia.blogspot>. Acesso em: 20 jul. 2013. [Adaptado] 
 
A charge coloca em evidência um conflito que está presente no espaço 
rural brasileiro. Esse conflito envolve duas lógicas: a preservação da 
floresta e a expansão do agronegócio. No Brasil, o desenvolvimento 
do agronegócio 
 
(A) requer grandes extensões de terra para o cultivo de 
monoculturas, degradando áreas de floresta nativa. 
(B) baseia-se no uso intensivo do solo para a prática da policultura, 
provocando desmatamento em reservas florestais. 
(C) favorece a desconcentração de terras para a produção agrícola, 
provocando a erosão de solos em áreas de floresta. 
(D) fundamenta-se na diversificação do uso do solo para fins 
agrícolas, degradando o ecossistema florestal. 
 
02. Assinale a alternativa correta sobre os efeitos do processo de 
modernização da agricultura brasileira, que se verificou a partir da 
década de 1970 e que afetou as formas de produção e a estrutura 
fundiária. 
 
(A) Ocorreu a ampliação da área plantada nas pequenas e médias 
propriedades, com maior aproveitamento dos fundos de vales na 
produção de cultivos diversos (policultura) como o milho, o arroz 
e o feijão. 
(B) A monocultura mecanizada de grãos com aplicação maciça de 
insumos como fertilizantes químicos e biocidas favoreceu os 
pequenos produtores rurais, que dispunham de pouca mão de 
obra para o trabalho. 
(C) Muitos pequenos produtores rurais que não dispunham de 
capital para assumir os altos custos dos insumos modernos 
foram obrigados a vender suas propriedades para quem 
dispunha de capital para investir. Com isso, aumentou a 
concentração da posse da terra, bem como o tamanho médio 
das propriedades. 
(D) A agricultura mecanizada moderna intensificou a adoção de 
técnicas de adubação orgânica tendo, portanto, reduzido o 
impacto provocado pelos adubos sintéticos na poluição dos solos 
e das águas, ao mesmo tempo em que priorizou, no estado do 
Paraná, o cultivo de produtos permanentes em substituição às 
culturas temporárias. 
(E) A agricultura moderna mecanizada foi um dos fatores 
responsáveis pelo aumento da produtividade dos policultivos de 
arroz, feijão e milho e particularmente de hortifrutigranjeiros, no 
“cinturão verde” das cidades. 
 
03. O espaço geográfico é resultante e condicionante da organização 
social, o que pode ser exemplificado pela apropriação histórica da 
posse da terra no Brasil e suas implicações socioespaciais. 
Com base nesse processo, assinale a alternativa correta. 
 
(A) A atual estrutura fundiária norte-paranense reproduz as 
características do processo de colonização iniciado no século 
XVI. 
(B) A concentração da posse da terra no Brasil foireduzida com a 
Lei de Terras de 1850, que regulamentou a propriedade da 
terra. 
(C) A manutenção da elevada concentração da posse da terra e a 
mecanização agrícola no país intensificaram o processo de 
urbanização a partir de 1950. 
(D) A mecanização da agricultura no interior paranaense, a partir de 
1930, favoreceu a formação de pequenas propriedades. 
(E) As transformações fundiárias no nordeste brasileiro pós 1950 
caracterizam-se pela ampliação do número de pequenas 
propriedades. 
 
04. Leia o texto: 
 
O agronegócio envolve operações desde as pesquisas científicas 
relacionadas ao setor até a comercialização dos produtos, 
determinando uma cadeia produtiva entrelaçada e interdependente. 
 
(ALBUQUERQUE, Maria Adailza Martins de et alii. Geografia: sociedade e cotidiano. São Paulo: escala, 2010.) 
 
Podem-se acrescentar outras características ao agronegócio, dentre 
as quais a seguinte: 
 
(A) mantém centros de tecnologia avançados, voltados à agricultura 
orgânica. 
(B) expande os cultivos de grãos da região Centro-Oeste para a 
região Sudeste. 
(C) promove a concentração de terras e o desemprego no campo. 
(D) possibilita ao país a autossuficiência nas matérias-primas para a 
indústria. 
(E) planeja a expansão das lavouras, barrando o desmatamento e 
os impactos ambientais. 
 
05. Sobre a Reforma Agrária no Brasil, é correto afirmar: 
 
(A) O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) 
nasceu do interesse dos ruralistas descontentes com a política 
de subsídios para a agricultura. 
(B) A Reforma Agrária é necessária no Brasil por causa da grande 
concentração de terras do país, e está prevista na Constituição 
de 1988. 
(C) Posseiros e grileiros fazem parte do mesmo grupo de invasores 
de terras e são comandados por grandes fazendeiros, 
representantes da UDR (União Democrática Ruralista), que 
lutam pela Reforma Agrária. 
(D) O módulo rural institui os latifúndios e minifúndios e facilita a 
exploração da terra. 
(E) As empresas rurais diminuem a concentração de terras e são 
uma alternativa para o movimento dos sem-terra. 
 
06. Com relação à estrutura fundiária e às relações de produção do 
meio rural brasileiro, é correto afirmar que 
 
(A) a Revolução Verde foi aplicada às pequenas propriedades para 
incentivar a agricultura voltada para o mercado interno. 
(B) a introdução de parcerias está resolvendo a questão da 
concretização da reforma agrária. 
(C) as unidades familiares adaptaram-se à dinâmica do mercado, 
levando-as a abandonar a produção voltada ao consumo 
externo. 
(D) a maioria quase absoluta dos pequenos estabelecimentos 
controla pouca terra em todas as regiões brasileiras, exceto as 
regiões Sudeste e Sul. 
(E) o modelo agrícola de exportação brasileira é baseado na 
monocultura e apoia-se na concentração da propriedade rural. 
 
07. Leia com atenção. 
 
Pau de Arara 
Luiz Gonzaga 
 
Quando eu vim do sertão, 
seu môço, do meu Bodocó 
A malota era um saco 
e o cadeado era um nó 
Só trazia a coragem e a cara 
Viajando num paudearara 
Eu penei, mas aqui cheguei (bis) 
Trouxe um triângulo, no matolão 
Trouxe um gonguê, no matolão 
Trouxe um zabumba dentro do matolão 
Xóte, maracatu e baião 
Tudo isso eu trouxe no meu matola 
 
A letra da música pode ser relacionada a qual fenômeno social? 
 
(A) Aglomeração. 
(B) Conurbação. 
(C) Êxodo Rural. 
(D) Hipertrofia do Terciário. 
(E) Transumância. 
 
08. A ilustração abaixo mostra que os fluxos migratórios são uma 
constante no espaço brasileiro. 
 
 
MORAES, Paulo Roberto. Geografia geral e do Brasil – banco de questões. São Paulo: Harbra, 2001. [Adaptado] 
 
Assinale a alternativa que apresenta CORRETAMENTE dois fatores 
que explicam a rapidez e a intensidade com que o campo tem impelido 
os trabalhadores rurais em direção aos centros urbanos. 
 
(A) Prática da policultura e instalação de comunas populares. 
(B) Mecanização agrícola e concentração fundiária. 
(C) Especulação imobiliária e estímulo à agricultura de subsistência. 
(D) Fascínio pela cidade e prática do cooperativismo agrícola. 
(E) Violência rural e monocultura de subsistência. 
 
09. O conceito de êxodo rural pode ser definido como: 
 
(A) conjunto de investimentos realizados pelo governo federal na 
zona rural do Brasil no século XX. 
(B) conjunto de técnicas e insumos usados no espaço agrário para 
promover a revolução verde no Brasil. 
(C) deslocamento em massa da população do campo para as 
cidades, que ocorreu no Brasil a partir da década de 1960. 
(D) política de governo oficial que incentivava a migração do campo 
para a cidade em busca de promover a urbanização e a 
industrialização do país. 
(E) política de governo que incentivava a diminuição da taxa de 
natalidade no campo visando diminuir a quantidade de pessoas 
residentes no campo e aumentar a população urbana. 
 
10. Nos países em desenvolvimento, a migração campo-cidade tem 
como causa fundamental: 
 
(A) carência de melhores condições sociais no campo. 
(B) baixa produtividade agrícola. 
(C) pressão demográfica no campo. 
(D) dificuldade de aquisição de terras. 
(E) substituição de mão de obra pela mecanização. 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA | unidade 1 
 Revolução Industrial 
Profa. Marcia Tereza Pinto Mendes 
 
 
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 
 
Teve início na Inglaterra, no século XVIII. A partir de 1760, lentas mais 
significativas mudanças nas técnicas de produção e nas relações 
sociais transformaram a sociedade inglês em uma sociedade 
tipicamente industrial. No entanto ao mesmo tempo que trouxe a 
tecnologia e riqueza também trouxe a acentuação da desigualdade 
social 
 
Causas da Revolução Industrial: 
 
 Combinação do uso da máquina com a mentalidade puritana 
surgida na reforma, cuja salvação seria a riqueza adquirida por 
meio do trabalho e o lucro reinvestido na produção, aumentando 
ainda mais a riqueza. 
 
 Revolução Gloriosa (1688) – garantiu o poder da burguesia no 
parlamento. 
 
 Revolução Agrária – introdução do capitalismo no campo. 
 
 Produção Agrícola voltada ao mercado externo. 
 Trabalho assalariado. 
 Cercamentos – terras comunais transformadas em 
propriedades estatais. 
 Divisão de grandes propriedades em pequenas e médias, 
produzindo três funções da agricultura fundamentais para a 
industrialização: 
 Aumento da produtividade e melhoria da técnica para alimentar 
as populações urbanas. 
 Êxodo rural e sua formação de mão-de-obra barata 
desqualificada, abundante, que possibilitava. A produção em 
larga escala e de baixo custo 
 Lucratividade com a agricultura, gerando uma poupança que 
seria investida na indústria. 
 
 Industria algodoeira – base da produção da 1ª fase da revolução 
industrial 
 
 Compra de matéria prima – na Índia, sul dos E.U.A e América 
Latina. 
 Adoção de uma política colonial ambígua: visando o seu 
desenvolvimento industrial à Inglaterra. Estimulou processos 
de independência na América Latina, a fim de garantir o 
mercado consumidor, mas transformou um país livre, a Índia 
em colônia. 
 
 Carvão: matéria-prima da energia que garantiria o 
desenvolvimento da metalurgia e da ferrovia utilizada no transporte 
da produção 
 Jornada de trabalho de 15 a 16 horas de trabalho por dia. 
 Exploração de trabalhadores (Homens, Mulheres e Crianças) 
 Capital e Investimentos. 
 A Inglaterra antes do início ao processo de industrialização, 
os ingleses já possuíam o capital necessário para realiza-lo 
que vinha do comercio exterior, da agricultura, de 
empréstimos estatais e da burguesia puritana que reinvestia 
os lucros na produção. 
 Consequências da Revolução Industrial: 
 Relação desigual entre capital e trabalho 
 Surgimento da mais valia 
 As relações humanas foram reduzidas a relações 
econômicas: O trabalhador é uma espécie de mercadoria. 
 Alienação do trabalho 
 Não se produziu apenas a riqueza das nações, mas também 
desigualdade social e concentração de renda. 
 Surgimento de organizações trabalhistas e sindicatos 
garantindoo direito dos trabalhadores. 
 
QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 
 
01. (ENEM) A evolução do processo de transformação de matérias-
primas em produtos acabados ocorreu em três estágios: artesanato, 
manufatura e maquinofatura. Um desses estágios foi o artesanato, em 
que se: 
 
(A) Trabalhava conforme o ritmo das máquinas e de maneira 
padronizada. 
(B) Trabalhava geralmente sem o uso de máquinas e de modo 
diferente do modelo de produção em série. 
(C) Empregavam fontes de energia abundantes para o funcionamento 
das máquinas. 
(D) Realizava parte da produção por cada operário, com uso de 
máquinas e trabalho assalariado. 
(E) Faziam interferências do processo produtivo por técnicos e 
gerentes com vistas a determinar o ritmo de produção. 
 
Resposta: B 
Durante a evolução chamada de Revolução Industrial. Um dos primeiros estágios do 
processo foi o artesanato, quando o operário trabalhava geralmente sem o uso de 
máquinas e não na produção em série. O trabalho era pouco organizado e com baixa 
produtividade. 
 
02. (ENEM) A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se 
transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas 
favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, 
ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os 
novos altos-fornos eram como as pirâmides, mostrando mais a 
escravização do homem que seu poder .Qual a relação é estabelecida 
no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da 
Revolução Industrial inglesa e as características das cidades 
industriais no início do século XIX? 
 
(A) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas 
transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre 
iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. 
(B) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano 
aumentava a eficiência do trabalho industrial. 
(C) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de 
transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das 
periferias até as fábricas. 
(D) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas 
revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, 
transformando as cidades em locais de experimentação estética 
e artística. 
(E) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais 
ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por 
péssimas condições de moradia, saúde e higiene. 
 
Resposta: E 
O desenvolvimento acelerado das primeiras fases da Revolução Industrial, a partir do 
século XVIII, causou o crescimento acelerado e caótico das cidades, fazendo surgir 
favelas e poluição e colaborando com às péssimas condições de moradia, saúde e 
higiene. 
 
03. (ENEM) “Homens da Inglaterra ,por que orar para os senhores que 
vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforços e cuidado as 
ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e 
poupar do berço até o túmulo esses parasitas ingratos que exploram 
vosso suor –oh, que bebem vosso sangue? 
 
SHELLEY.Os homens da Inglaterra.APUD HUBERAN. 
História da Riqueza do homem do Homem. Rio de Janeiro.Zahar.1982. 
 
A análise do texto permite identificar que o poeta romântico 
Shelley(1792-1822) registrou uma contradição nas condições 
socioeconômicas da nascente classe trabalhadora inglesa durante a 
Revolução Industrial. Tal contradição está identificada. 
 
(A) Na pobreza dos empregados, que estava dissociada da riqueza 
dos patrões. 
(B) No salário dos operários, que era proporcional aos seus esforços 
nas indústrias. 
(C) Na burguesia, que tinha seus negócios financiados pelo 
proletariado. 
(D) No trabalho, que era considerado uma garantia de liberdade. 
(E) Na riqueza, que não era usufruída por aqueles que a produziam. 
 
Resposta: E 
O poeta Percy Shelley, mostra-se sensível às mazelas “capitalismo selvagem”, presente 
na Revolução Industrial inglesa, embora ele próprio pertencesse às classes dominantes. 
Todavia, sua visão é sobretudo emocional, se bem que possamos associá-las às 
críticas formuladas na época pelos primeiros socialistas utópicos. 
 
04. (ENEM-2010-Adaptado) A propriedade induzida pela emergência 
das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi 
nessa idade de ouro que os artesãos, e os tecelões temporários, 
passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares 
manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos 
foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto 
pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas 
propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à 
completa dependência do teares mecanizados ou dos fornecedores de 
matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções 
de rendimentos. Com a mudança tecnológica ocorrida durante a 
Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: 
 
(A) A invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações 
sociais. 
(B) Os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. 
(C) Os novos teares exigiam treinamento especializado para serem 
operados. 
(D) Os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com 
o cultivo de subsistência. 
(E) Os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares 
dos antigos artesãos nas fábricas. 
 
Resposta: A 
Com o advento dos teares a vapor, os artesão- tecelões e os pequenos produtores 
independentes de lã, incapazes de concorrer com a nova produção industrial, viram-se 
compelidos a trabalhar nas fábricas têxteis em condições análogas às dos operários não 
qualificados- inserindo nas relações de trabalho capitalistas pelo viés da subordinação 
ao capitalismo selvagem. 
 
05. (UEL-PR) Sobre a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, é 
correto afirmar: 
 
(A) Uma condição indispensável para a transição do artesanato para 
a manufatura e desta para a indústria moderna foi a concentração 
da propriedade dos meios de produção nas mãos dos capitalistas. 
(B) O crescimento industrial na Inglaterra resultou em um processo 
conhecido como “segunda servidão”, na qual os antigos servos 
rurais foram transferidos para as indústrias urbanas, visando ao 
aumento de produtividade das mesmas. 
(C) Embora detivessem o poder político tanto a burguesia rural como 
a aristocracia urbana não possuíam capitais que possibilitassem 
o desenvolvimento da Revolução Industrial, sendo esta, portanto, 
financiada pelos pequenos proprietários rurais. 
(D) A industrialização na Grã-Bretanha iniciou-se com a instalação 
das indústrias de bens de capital(aço,maquinário) e, depois de 
estruturada essa base, partiu-se para a produção de bens de 
consumo semiduráveis e não duráveis (tecidos, alimentos, 
bebidas). 
(E) Por não haver complementaridade entre a atividade industrial e a 
pecuária ( gado bovino, ovino), este foi o setor mais diretamente 
atingido pela conversão da Europa rural em industrial. 
 
Resposta: A 
O processo histórico que deu origem à Revolução Industrial teve inicio na Baixa Idade 
Média, quando a expansão comercial e urbana propiciou a formação e o 
desenvolvimento da burguesia mercantil e das atividades artesanais, pois o crescimento 
do comércio, o acúmulo de capitais a burguesia pode investir na produção 
manufatureira, recrutando trabalhadores a domicilio, aos quais fornecia matéria-prima e 
pagava pelo produto acabado. Essa atividade, e mais os lucros da exploração colonial, 
permitiu o acúmulo de capitais para a etapa seguinte. Dessa forma os empresários 
passaram a investir em grandes unidades fabris, substituindo as manufaturas, 
proporcionando altos lucros, logo a concentração da propriedade dos meios de 
produção nas mãos da burguesia foi condição essencial para a passagem do artesanato 
para a manufatura e desta para a indústria moderna. 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
01. (ENEM) A Revolução Industrial ocorrida no final do século XVIII 
transformou as relações do homem com o trabalho. As máquinas 
mudaram as formasde trabalhar e as fábricas concentraram-se em 
regiões próximas às matérias-primas e grandes portos, originando 
vastas concentrações humanas. Muitos operários vinham da área rural 
e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das 
vezes em condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito 
lentamente ao longo do século XIX e a diminuição da jornada de 
trabalho para 8 horas diárias concretizou-se no início do século XX. 
Pode-se afirmar que as conquistas no início desse século, decorrentes 
da legislação trabalhista, estão relacionadas com: 
 
(A) A expansão do capitalismo e a consolidação dos regimes 
monárquicos constitucionais. 
(B) A expressiva diminuição da oferta de mão-de-obra, devido à 
demanda por trabalhadores em defesa do seu interesse. 
(C) A capacidade de mobilização dos trabalhadores em defesa dos 
seus interesses. 
(D) O crescimento do Estado ao mesmo tempo que diminuía a 
representação operária nos parlamentos. 
(E) A vitória dos partidos comunistas nas eleições das principais 
capitais europeias. 
 
02. (ENEM). Até o século XVII, as paisagens rurais eram marcadas por 
atividades rudimentares e de baixa produtividade. A partir da 
Revolução Industrial, porém, sobretudo com o advento da revolução 
tecnológica, houve um desenvolvimento contínuo do setor 
agropecuário. São, portanto, observadas consequências econômicas, 
sociais e ambientais inter-relacionadas no período à Revolução 
Industrial, as quais incluem: 
 
(A) A erradicação da fome no mundo. 
(B) O aumento das áreas rurais e a diminuição das áreas urbanas. 
(C) A maior demanda por recursos naturais, entre os quais os 
recursos energéticos. 
(D) A menor necessidade de utilização de adubos e corretivos na 
agricultura. 
(E) O contínuo aumento da oferta de emprego no setor primário da 
economia, em face da mecanização. 
 
04. (ENEM) “A prosperidade induzida pela emergência das máquinas 
de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade 
de ouro que os artesãos, ou os tecelões de teares temporários, 
passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares 
manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos 
foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto 
pequenos fazendeiros tecelões abandonaram suas pequenas 
propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à 
completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores 
de matéria –prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas 
reduções dos rendimentos, ”. Com a mudança tecnológica ocorrida 
durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: 
 
(A) A invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações 
sociais. 
(B) Os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. 
(C) Os novos teares exigiam treinamento especializado para serem 
operados. 
(D) Os artesãos, no período anterior combinavam tecelagem com o 
cultivo de subsistência. 
(E) Os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares 
dos antigos artesãos nas fábricas. 
 
04. (UFC-CE) “A cada 1º de maio, lembramos de Parsons, Spies e 
seus companheiros de patíbulo. Mas poucos lembram do nome de 
James Tawle, que foi, em 1816, o último “destruidor de máquinas” 
enforcado. Caiu pelo paço da forca gritando um hino ludita (sic) até que 
suas cordas vocais se fechassem num só nó”. Sobre os destruidores 
de máquinas, de que trata o texto acima, assinale, a alternativa correta. 
 
(A) Foram trabalhadores ingleses que combateram com ações 
diretas a mecanização dos teares durante a Revolução 
Industrial. 
(B) b) eram grupos de rebeldes irlandeses liderados pelos radicais 
jacobinos insatisfeitos com a restauração da monarquia dos 
Bourbons na França. 
(C) c) Eram integrantes das vanguardas das trade unions, os 
primeiros sindicatos de trabalhadores da Inglaterra que 
elaboraram a Carta do Povo. 
(D) d) Foram trabalhadores anarquistas que morreram enforcados 
por terem lutado pela jornada de oito horas durante a greve 
geral de Haymarket Riot em Chicago. 
(E) e) Eram grupos de indígenas do Meio-Oeste dos EUA, entre 
eles os sioux, que atacavam os trens (cavalos de aço) e dividiam 
as manadas de búfalos dentro de seus territórios. 
 
05. (UEL-PR) Sobre a Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, é 
correto afirmar: 
 
(A) Uma condição indispensável para a transição do artesanato para 
a manufatura e desta para a indústria moderna foi a 
concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos 
do capitalista. 
(B) O crescimento industrial na Inglaterra resultou em um processo 
conhecido como “segunda servidão”, na qual os antigos servos 
rurais foram transferidos para as indústrias urbanas, visando ao 
aumento de produtividade das mesmas. 
(C) Embora detivessem o poder político, tanto à burguesia rural 
como a aristocracia urbana não possuíam capitais que 
possibilitassem o desenvolvimento da Revolução Industrial, 
sendo esta, portanto, financiada pelos pequenos proprietários 
rurais. 
(D) A industrialização na Grrã- Bretanha iniciou-se com a instalação 
de indústrias de bens de capital( aço e maquinário) e, depois de 
estruturada essa base , partiu-se para a produção de bens de 
consumo semiduráveis e não duráveis ( tecidos, bebidas). 
(E) Por não haver complementaridade entre a atividade industrial e 
a pecuária ( gado bovino, ovino), este foi o setor mais duramente 
atingido pela conversão da Europa rural em industrial. 
 
06. (UFF-RJ) A Revolução Industrial ocorrida ao longo do século XVIII 
está vinculada à história da Inglaterra no seu nascedouro. Entretanto, 
à medida que o capitalismo foi se consolidando, a ideia de Revolução 
Industrial começou a ser associada a um conceito universal e ganhou 
vários sinônimos, dentre os quais: 
 
(A) Republicanização, que orientava os novos processos de 
organização da política, a intervenção no mercado e a Revolução 
Francesa. 
(B) Modernização, que indicava a manutenção da economia 
mercantilista, a centralização do Estado e o crescimento das 
camadas médias. 
(C) Industrialização, que significava a alteração nos processos de 
produção, a concretização da economia de mercado e a 
ascensão da burguesia. 
(D) Maquinização, que mostrava a crescente expansão do 
artesanato, da agricultura e da fisiocracia como modelos de 
crescimento. 
(E) Tecnificação, que definia o processo industrial como 
dependentes das modificações na agricultura e também do 
agrarismo, sendo controlado politicamente pela nobreza urbana. 
 
07. (UFF-RJ) Para que o conhecimento tecnológico tivesse o êxito de 
hoje foi preciso que novas relações de mercado e novas formas de 
transportes. Assinale a alternativa que melhor identifica o momento 
inicial da Revolução Industria: 
 
(A) A utilização da máquina a vapor que propiciou o desenvolvimento 
das ferrovias,,integrando áreas de produção aos mercados, 
aumentando o consumo e gerando lucros. 
(B) A revolução política de 1688, que garantiu a vitória dos 
interesses dos proprietários agrícolas em aliança com os 
trabalhadores urbanos que controlavam as manufaturas. 
(C) Os cercamentos que modificaram as relações sociais no campo, 
gerando novas formas de organização da produção rural e 
mantendo os vínculos tradicionais de servidão. 
(D) O desenvolvimento da energia eólica, produzindo um 
crescimento industrial que manteve as cidades afastadas do 
fantasma das doenças provocadas pelo uso do carvão. 
(E) A máquina a vapor, que promoveu o desenvolvimento de novas 
formas de organização da produção agrícola e levou ao 
crescimento dos transportes marítimos na Europa Ocidental, 
através de investimentos estatais. 
 
08. (UFPE) A Revolução Industrial foi importante marco da História 
contemporânea no Ocidente, representando a consolidação das 
mudanças sugeridas pelos economistas clássicos. Essa revolução: 
 
(A) Na Inglaterra, teve como uma de suas razões as importantes 
mudanças na organização da produção agrícola. 
(B)Efetivou-se com a contribuição de capitais franceses e 
holandeses atuantes na Inglaterra. 
(C) Concentrou-se, em seus vários períodos, em território inglês, 
sem maiores repercussões para o restante da Europa. 
(D) Resultou do financiamento de capitais oriundos exclusivamente 
da escravidão colonial. 
(E) Possibilitou afirmação do ideário iluminista, consagrando a 
liberdade do operariado. 
 
09. (PUCCamp-SP) “No desenvolvimento das forças produtivas, 
ocorre um estágio em que nascem forças produtivas e meios de 
circulação que só podem ser nefastos no quadro das relações 
existentes e não são mais forças produtivas, mas sim forças 
destrutivas (a máquina e o dinheiro) - e, em ligação com isso, nasce 
uma classe que suporta todos os ônus da sociedade, sem gozar das 
suas vantagens”. O texto descreve um processo que pode ser 
associado 
 
(A) Ás causas sociais que explicam o surgimento da Revolução 
Industrial. 
(B) As transformações técnicas levadas a efeito pela Revolução 
Industrial. 
(C) Aos efeitos sociais da Revolução Industrial, consubstanciados na 
diferença crescente entre ricos e pobres. 
(D) Ao mecanismo que levou a Revolução Industrial a responder 
pela concentração do capital nas atividades mercantis. 
(E) Ao desenvolvimento tecnológico da Revolução Industrial, que 
trouxe como consequência a necessidade de modernização nas 
relações sociais. 
 
10. (UFLA-MG) A Revolução Industrial que transformou 
profundamente a ordem econômica mundial teve origem na Inglaterra 
relacionada com: 
 
(A) O declínio da monarquia parlamentar. 
(B) O fim da hegemonia marítima. 
(C) O fortalecimento do sistema familiar de produção. 
(D) A liberação de mão-de-obra da cidade para o campo. 
(E) O triunfo da ideologia liberal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOCIOLOGIA | unidade 1 
Poder, Política e Estado 
Profa. Benedita de Cássia Ferreira Costa 
 
PODER, POLÍTICA E ESTADO 
 
Poder: conceito sociológico fundamental, com vários significados. O 
mais comum é a definição de Max Weber, que conceitua o poder como 
a capacidade de controlar indivíduos, eventos ou recursos – fazer com 
que aconteça aquilo que a pessoa quer, a despeito de obstáculos, 
resistência ou oposição. Na perspectiva de Karl Marx, o poder é 
utilizado não a indivíduos, mas em relação às classes sociais e 
sistemas sociais, residindo na dominação e subordinação de classes 
sociais, baseadas nas relações de produção. O poder pode ser 
utilizado de maneiras mais sutis e indiretas. Para Pierre Bourdieu há o 
poder simbólico, isto é, um tipo de poder invisível o qual só pode ser 
exercido com a cumplicidade daqueles que não querem saber que lhe 
estão sujeitos ou mesmo que o exercem, construído a partir dos 
sistemas simbólicos, a língua, a arte, a religião. 
 
Política: processo social através do qual poder coletivo é gerado, 
organizado e distribuído e usado nos sistemas sociais. Na maioria das 
sociedades, é organizada em torno da instituição Estado. 
 
Estado: instituição social que mantém o monopólio da violência 
legítima, conforme a definição de Max Weber. É definido por sua 
autoridade em gerar e aplicar o poder coletivo, organizado em torno de 
um conjunto de funções sociais, entre elas, manter a lei, a ordem e a 
estabilidade, a defesa comum e cuidar do bem-estar da população. 
 
QUESTÕES RESOLVIDAS E COMENTADAS 
 
01. ENEM (2012) 
 
De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é 
explicada pela renúncia que os indivíduos fazem de sua liberdade 
natural quando, em troca da garantia de direitos individuais, transferem 
a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas 
teorias é denominado de: 
 
(A) liberalismo. 
(B) despotismo. 
(C) socialismo. 
(D) anarquismo. 
(E) contratualismo. 
 
RESOLUÇÃO: E 
a) liberalismo é uma teoria política e social que defende os valores individuais inatos da 
liberdade e da igualdade, cabendo ao Estado respeitar tais direitos, atuando na 
resolução de disputas dos interesses conflitantes dos indivíduos. 
b) despotismo é a forma de governo em que o poder está concentrado nas mãos de 
apenas um agente político. 
c) socialismo é sistema de ideias que propôs um modo de organização social pautado 
na socialização dos meios de produção, extinção de classes sociais, economia 
planificada, sendo uma etapa necessária para a concretização do comunismo. 
d) anarquismo é uma filosofia política que prega uma sociedade baseada na liberdade, 
igualdade e cooperação, que seria alcançada sem o poder do Estado ou de um governo 
específico. 
e) contratualismo é o termo usado para designar uma escola de pensamento com 
diferentes interpretações sobre a natureza humana e o surgimento do Estado e da 
sociedade civil. Para os contratualistas, os indivíduos deveriam abrir mão de 
determinados direitos “naturais” e confiá-los ao Estado através de um contrato social 
entre os membros da sociedade em que todos reconheceriam de forma legítima a 
autoridade do Governo. 
 
02. ENEM (2010) 
A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos 
primeiros pastores: a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos 
massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: 
a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce 
com os famosos inocentes que agonizam no dia que está 
amanhecendo. 
 
FOUCAULT. M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In. Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes. 1999. 
 
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei 
em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de 
Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades 
modernas é: 
 
(A) combater ações violentas na guerra entre as nações. 
(B) coagir e servir para refrear a agressividade humana. 
(C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos 
de uma mesma nação. 
(D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas 
entre os países inimigos. 
(E) organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados. 
 
RESOLUÇÃO: E 
Michel Foucault não elabora uma teoria do poder, mas o estabelece como uma prática 
socialmente construída, identificando as diferentes formas de atuação de determinados 
sujeitos sociais sobre outros sujeitos, pois, as relações humanas se tecem através das 
relações de poder. Foucault defende a existência de uma microfísica do poder que 
atravessa toda a estrutura social, divergindo da concepção que atribui ao Estado o 
monopólio de poder. 
 
03. ENEM (2017) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. 
Pois bem: foi no século XVIIl – em 1789, precisamente que uma 
Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração 
dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como 
necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por 
uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o Iluminismo. 
 
FORTES, L.R.S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado). 
 
Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma 
concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a: 
 
(A) modernização da educação escolar. 
(B) atualização da disciplina moral cristã. 
(C) divulgação de costumes aristocráticos. 
(D) socialização do conhecimento científico. 
(E) universalização do princípio da igualdade civil. 
 
RESOLUÇÃO: E 
A concepção de pensamento presente na questão é do Iluminismo, que foi um movimento 
de ideias forjadas no século XVIII, base de inspiração de movimentos revolucionários como 
a Revolução Francesa, que tinha como lema “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Os 
iluministas acreditavam que todos os homens nascem iguais e possuem direitos naturais, 
cabendo ao Estado o dever de respeitar tais direitos, depois nomeados de direitos civis, 
como por exemplo, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão e pensamento, a liberdadereligiosa. Dessa forma, a partir do Iluminismo surgiu a ideia da igualdade material do 
homem, com isso passou-se a dar os mesmos direitos, ou seja, a universalização do 
princípio da igualdade civil. 
 
04. ENEM (2015) Em sociedade de origens tão nitidamente personalistas 
como a nossa, é compreensível que os simples vínculos de pessoa a 
pessoa, independentes e até exclusivos de qualquer tendência para a 
cooperação autêntica entre os indivíduos, tenham sido quase sempre os 
mais decisivos. As agregações e relações pessoais, embora por vezes 
precárias, e, de outro lado, as lutas entre facções, entre famílias, entre 
regionalismos, faziam dela um todo incoerente e amorfo. O peculiar da 
vida brasileira parece ter sido por essa época, uma acentuação 
singularmente enérgica do afetivo, do irracional, do passional e uma 
estagnação ou antes uma atrofia correspondente das qualidades 
ordenadoras, disciplinadoras, racionalizadoras. 
 
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1995. 
 
Um traço formador da vida pública brasileira expressa-se, segundo a 
análise do historiador, na: 
 
(A) rigidez das normas jurídicas. 
(B) prevalência dos interesses privados. 
(C) solidez da organização institucional. 
(D) legitimidade das ações burocráticas. 
(E) estabilidade das estruturas políticas. 
 
RESOLUÇÃO: B 
O historiador Sérgio Buarque de Holanda, com a obra Raízes do Brasil, publicada em 
1936, destaca que na formação da sociedade brasileira, as relações entre o Estado e a 
sociedade civil foram guiadas pela instrumentalização dos mecanismos de poder por 
interesses privados. O autor destaca o personalismo (princípio baseado nas relações de 
sentimento, em que há rejeição ou indiferença aos interesses e direitos coletivos) e o 
patrimonialismo (característica de um Estado que não possui distinção entre os âmbitos do 
público e do privado) existentes na gênese da formação política no espaço colonial da 
América portuguesa. Dessa forma, desde a instalação das capitanias hereditárias, o poder 
político sobre o território e as pessoas era exercido por particulares, latifundiários, 
donatários, sesmeiros. Assim, não havia ainda autoridades públicas, estatais, que 
exercessem o poder para o bem comum da população, mas em acordo com os interesses 
privados daqueles agentes personalistas ou de grupos restritos de poder. 
 
05. ENEM (2017) Muitos países se caracterizam por terem populações 
multiétnicas. Com frequência, evoluíram desse modo ao longo de 
séculos. Outras sociedades se tornaram multiétnicas mais rapidamente, 
como resultado de políticas incentivando a migração, ou por conta de 
legados coloniais e imperiais. 
 
GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Penso, 2012 (adaptado) 
 
Do ponto de vista do funcionamento das democracias 
contemporâneas, o modelo de sociedade descrito demanda, 
simultaneamente: 
 
(A) defesa do patriotismo e rejeição ao hibridismo. 
(B) universalização de direitos e respeito à diversidade. 
(C) segregação do território e estímulo ao autogoverno. 
(D) políticas de compensação e homogeneização do idioma. 
(E) padronização da cultura e repressão aos particularismos. 
 
RESOLUÇÃO: B 
Para Giddens o capitalismo contemporâneo forja um novo modelo de integração social, 
possibilitado por laços que se ampliam para além das fronteiras tradicionais das 
comunidades e nações, trazendo novos sentidos de organização política e social que 
desafiam a experiência democrática. Dessa forma, as democracias contemporâneas 
buscam promover determinadas políticas que visam ampliar os direitos dos indivíduos e 
a aceitação às diversidades. 
 
QUESTÕES PROPOSTAS 
 
01. A Democracia pressupõe que o poder do povo, para além da sua 
etimologia (demos: povo e kratos: poder), depende do período histórico 
e da sociedade que se tem como referência, além de que o conceito 
de povo como coletividade que compartilha direitos e deveres só 
aparece na Idade Contemporânea, com a Revolução Francesa, no 
final do século XVIII. Tendo em vista essa baliza, e as charges a seguir 
de Quino e Angeli, é CORRETO dizer que: 
 
 
 
 
 
 
 
(A) A chamada democracia direta, tal como surgida na Grécia Antiga 
é o modelo adotado pela maioria dos países do mundo, seja na 
América Latina ou na África. 
(B) A democracia direta sempre existiu no Brasil, sendo interrompida 
apenas durante o regime militar de 1964, vigorando até os dias de 
hoje, por isso o riso incontido da personagem Mafalda na charge 
de Quino. 
(C) A democracia participativa que pressupõe a participação do povo 
nos assuntos públicos, mostra-se muitas vezes incapaz de agir de 
acordo com os interesses da maioria dos cidadãos, excluindo 
diferentes grupos de tomada de decisão política, objeto de crítica 
das charges da Quino e Angeli. 
(D) A democracia é uma herança das revoluções burguesas, tenho o 
povo total poder para opinar e decidir sobre os rumos políticos do 
país, como bem retrata as charges de Quino e Angeli. 
(E) O pilar da democracia representativa é a chamada soberania 
popular, onde todos os segmentos da sociedade têm cotas iguais 
de poder, sendo as charges uma crítica infundada, pois todo o 
povo participa da vida política. 
 
02. O Estado absolutista assumia a responsabilidade de centralizar e 
praticar a justiça e de cuidar do contingente militar, formando exércitos 
profissionais. Ao assumir o controle das atividades econômicas, o 
Estado intervinha na concessão dos monopólios, fixava preços e 
tarifas, administrava a moeda e os metais preciosos. Para financiar 
essas atividades, foram fixados os impostos gerais. Diante disso, 
houve o empenho de vários teóricos que procuraram fundamentar e 
justificar a necessidade do chamado Estado Absoluto, como a tese a 
seguir: 
 
“O pensamento de que as pessoas viviam em luta por causa do 
egoísmo e ambição, e que somente um poder superior ao dos 
indivíduos poderia garantir a segurança de todos. Esse poder deveria 
ser absoluto, para que ninguém o contestasse, e duradouro, para que 
não se rompesse o equilíbrio racional necessário a uma convivência 
também duradoura. Justificava-se assim a continuidade das 
monarquias baseadas na hereditariedade”. 
 
A tese acima apresentada faz parte do pensamento de: 
 
(A) Jacques Bossuet 
(B) Thomas Hobbes 
(C) Montesquieu 
(D) Karl Marx 
(E) Emile Durkheim 
 
03. O romance “Capitães da Areia” de Jorge Amado, publicado em 
1937, teve 808 exemplares aprendidos e incinerados por serem 
julgados pela Comissão Executora do Estado de Guerra como 
simpatizantes do credo comunista, retrata o cotidiano de um grupo de 
meninos de rua que praticam roubos e assaltos e, aterrorizam a 
população baiana, conhecido por Capitães da Areia. 
 
Leia o excerto a seguir para responder a questão: 
 
“Esse bando que vive da rapina se compõe, pelo que se sabe, de um 
número superior a 100 crianças das mais diversas idades. […] São 
chamados de “Capitães da Areia” porque o cais é o seu quartel 
general. E têm por comandante um molecote dos seus 14 anos, que é 
o mais terrível de todos. 
[…] Aqueles meninos, moleques de todas as cores e de idades as mais 
variadas, desde os 9 aos 16 anos, que à noite se estendiam pelo 
assoalho e por debaixo da ponte e dormiam, indiferentes ao vento que 
circundava o casarão uivando, indiferentes à chuva que muitas vezes 
os lavava, mas com os olhos puxados para as luzes dos navios, com 
os ouvidos presos às canções que vinham das embarcações… É aqui 
também que mora o chefe dos Capitães da Areia: Pedro Bala. Desde 
cedo foi chamado assim, desde seus cinco anos. Hoje tem 15 anos. 
Há dez que vagabundeia nas ruas da Bahia. Nunca soube de sua mãe, 
seu pai morrera de um balaço. Ele ficou sozinho e empregou anos em 
conhecer a cidade. Hoje sabe de todas as ruas e de todos os seus 
becos. Quando se incorporou aos Capitães da Areia, o chefe era 
Raimundo, o Caboclo, mulato avermelhado e forte. 
Não durou muito na chefia o caboclo Raimundo. Pedro Bala era muito 
mais ativo, sabia planejar os trabalhos, sabia tratar

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