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Bom dia!
Começaremos 7:30!
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC
BASES DA PSICOLOGIA E PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICA e existencial
Objetivo de aprendizagem
Analisar as especificidades da Fenomenologia e do Existencialismo na Psicologia e sua relação na compreensão do o que é humano 
Conceito
Fenomenologia – (do grego phainesthai – significa aquilo que se apresenta ou que se mostra, e logos – significa explicação, estudo).
Afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser estudados em si mesmos.
Palavra: “significação”.
Significa que...
É o estudo da consciência e dos objetos da consciência.
Experiências de consciência.
Coisas;
Imagens;
Fantasias;
Atos;
Relações;
Pensamentos;
Eventos;
Memórias;
Sentimentos;
Etc.
Intencionalidade
Tudo parte de uma intenção
Consciência sempre de alguma coisa
Investigação que busca a essência inerente da aparência.
Projeto fenomenológico
QUESTIONA OS FUNDAMENTOS DAS TEORIAS, PERGUNTANDO PELA VIABILIDADE E SUSTENTAÇÃO DE SEUS POSTULADOS
TEOR EPISTEMOLÓGICO: PERGUNTA PELO SENTIDO DO CONHECIMENTO E TAMBÉM SOBRE COMO SE PODE ALCANÇÁ-LO.
Assim, ao invés de guiar-se pelos arcabouços teóricos já constituídos para conhecer os objetos da realidade,
a Fenomenologia propõe que o pesquisador resguarde fidelidade à forma peculiar com que o fenômeno aparece à sua consciência,
revelando-o em sua evidência objetiva que repousa na subjetividade que lhe atribui sentido.
A verdade das coisas encontra-se, então, circunscrita ao âmbito da vivência da consciência daquele que as percebe.
O objetivo da epoché
é o desocultamento.
Qual é o significado, qual é o fim do mundo, antes de tudo e originariamente para mim e depois para todos os sujeitos?”
Epoché
Para alcançar as coisas é preciso fazer a redução fenomenológica – epoché
não necessariamente duvidar (como Descartes) mas suspender o juízo sobre tudo o que se chama ‘atitude natural’.
“uma maneira de olhar o mundo que sempre se deixa tocar e desestabilizar pelo objeto, um “olhar”, um “pensar” que já não se furta mais à tarefa de começar sempre de novo”.
Metodologia mais direta para se pensar o mundo em sua manifestação
Antes mesmo das teorias
Não se traduz em ausência de cientificidade, ao contrário, a vivência direta, imediata é o que há de mais objetivo em nossa relação com o real.
Elementos constitutivos
1-Epoché:
colocar entre parênteses as coisas, promovendo, propositadamente uma suspensão da nossa atitude natural;
2-Redução eidética:
é uma espécie de recondução ao resíduo fundante, do nosso próprio existir, na esfera individual e coletiva do próprio ego(eu).
3-Atitude transcendental:
é a atitude na qual nos tornamos observadores imparciais, a uma espécie de neutralização das intencionalidades ou vivências que estamos refletindo ou examinando.
Fenomenologia
A fenomenologia não existe como doutrina, mas só como caminho.
E caminho só acontece como história.
Todo tema de questionamento é, nesse caminho, apenas pretexto para seguir perguntando
Desvelamento e velamento, doação e retraimento.
“A espantosa realidade das coisas é minha descoberta de todos os dias.
Cada coisa é o que é, E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra e quanto isso me basta” 
(Fernando Pessoa).
Fenomenologia é atitude de espera do inesperado e de memória agradecida pela doação reveladora do ser.
O saber da fenomenologia só pode mesmo ser o saber do não- saber.
SER: SOU ASSIM A ÍNTIMA ESSÊNCIA
Sou assim a íntima essência
Do suspiro, do lamento
Do profundo pensamento
Que há por nome «Existência».
Mais vago e maior eu sou,
E quem melhor pensa bem;
Eu assim tremendo encontro
O ponto final do Além.
Nada digo e digo tudo
Com meu nome mudo frio;
Causa à alma um arrepio
Meu simbolizar de tudo;
E o pensamento estremece
Dum íntimo horror ingente
Por que além de mim conhece
Que nada há e nada sente.
Fernando Pessoa
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC
FENÔMENOS OU ESSÊNCIAS
Husserl - Heidegger
Não são apenas:
As coisas materiais que percebemos, imaginamos ou lembramos;
As coisas naturais, estudadas pelas ciências da natureza, como supunha Kant.
São também:
Coisas puramente ideais ou idealidades, isto é, coisas que existem apenas no pensamento.
MARTIN HEIDEGGER
ÔNTICO
Se refere à estrutura e à essência própria de um ente, 
aquilo que ele é em si mesmo, 
sua identidade, 
sua diferença em face de outros entes, 
suas relações com outros entes.
ONTOLÓGICO
Se refere ao estudo filosófico dos entes, 
à investigação dos conceitos que nos permitam conhecer e determinar pelo pensamento em que consistem as modalidades ônticas, 
quais os métodos para seu estudo e quais categorias se aplicam.
ÔNTICO x ONTOLÓGICO
ÔNTICO
Diz respeito aos entes em sua existência própria.
ONTOLÓGICO
Diz respeito aos entes tomados como objetos do conhecimento.
Como passamos da experiência ôntica à investigação ontológica?
Aquilo que faz parte da nossa vida cotidiana se torna problemático, estranho, confuso;
Somos surpreendidos pelas coisa e pelas pessoas, porque acontece algo inesperado ou imprevisível;
Desejamos usar certas coisas e não sabemos como lidar com elas;
O significado costumeiro das coisas, das ações, dos valores ou das pessoas perde sentido ou se mostra obscuro ou confuso;
O que nos foi dito, ensinado e transmitido sobre eles já não nos satisfaz e queremos saber mais e melhor.
A NOVA ONTOLOGIA:
NEM REALISMO, NEM IDEALISMO
REALISMO
Se eliminarmos o sujeito ou a consciência, restam as coisas em si mesmas, a realidade verdadeira, o ser em si.
IDEALISMO
Se eliminarmos as coisas, resta a consciência ou o sujeito que, por meio das operações do conhecimento, revela a realidade, o objeto.
Heidegger e Merleau-Ponty afirmam que as duas posições estão equivocadas:
Se eliminarmos a consciência, não sobra nada, pois as coisas existem para nós, isto é, para uma consciência que as percebe, imagina, que delas se lembra, nelas pensa, que as transforma pelo trabalho, etc.
Se eliminarmos as coisas, também não resta nada, pois não podemos viver sem o mundo nem fora dele; não somos os criadores do mundo e sim seus habitantes.
NOVA ONTOLOGIA
Parte da afirmação de que estamos no mundo e de que o mundo é mais velho do que nós (isto é, não esperou o sujeito do conhecimento para existir), mas, simultaneamente, de que somos capazes de dar sentido ao mundo, conhecê-lo e transformá-lo.
Somos seres temporais – nascemos e temos consciência da morte;
Somos seres intersubjetivos – vivemos na companhia dos outros;
Somos seres culturais – criamos a linguagem, o trabalho, a sociedade, a religião, a política, a ética, as artes, as técnicas, a filosofia e as ciências.
O QUE ESTUDA A ONTOLOGIA?
Os entes ou os seres antes que sejam investigados pelas ciências e depois que se tornaram enigmáticos para nossa vida cotidiana.
Os entes ou os seres antes de serem transformados em conceitos das ciências e depois que nossa experiência cotidiana sofreu o espanto, a admiração e o estranhamento de que eles sejam como nos parecem ser, ou não sejam o que nos parecem ser.
A ontologia estuda as essências antes que sejam fatos da ciência
explicativa e depois que se tornaram estranhas para nós:
“Vejo esta casa azul”.	•
O que é ver, qual é a essência da visão?
O que é uma casa ou qual a essência da habitação?
Que é vermelho ou azul ou qual é a essência da cor ou o que é cor?
Que é ver cores?
Fenomenologia e existência
Tentativas de afrouxar um pouco conceitos enrijecidos e para nos mostrar que nossas palavras podem significar mais do que pensaríamos que elas poderiam
Esperamos que as coisas apareçam de uma certa maneira, sendo que essas expectativas se constroem a partir do hábito e de teorias tradicionais acerca de como as coisas sã
A teorização tende a des-vivificar nossa experiência vivida
Conceitos ordenam e circunscrevemNão é um exercício puramente descritivo
As categorias lógicas emergem da experiência e como tais categorias contribuem para fazer da nossa experiência aquilo que ela é.
Atitude fenomenológica: envolve uma mudança que nos permite suspender os julgamentos implícitos que sempre fazemos
A fenomenologia hermenêutica de Heidegger e a psicoterapia
Resgate da compreensão da condição humana a partir de aspectos a ela inerentes.
Despindo-se de amarras teóricas de padronização e generalização
Psicoterapia Existencial: menos sedutora de ser abraçada pelos psicoterapeutas ou estudantes quando ainda estão em processo de formação.
Filosofia da Existência:
Martin Heidegger
História das palavras
Tendência básica de nossa existência: perdermos a nós mesmos em um mundo familiar e em opiniões gerais acerca de como proceder nesse mundo
Evitamos a angústia
Heidegger, hermenêutica e a psicoterapia
É necessário uma análise ontológica e hermenêutica (interpretativa, de compreensão de sentido) que revele “o ente que nós somos”, o ser-aí, o Dasein. 
Para Heidegger, o homem é o único ente que busca o ser.
Ontológico-hermenêutica: é possível alcançar uma compreensão de seus aspectos essenciais. 
Descrição fenomenológica, ou seja, da retomada do ser-aí tal como se manifesta.
Tarefa ontológica
Ser cuidado por si mesmo!
Cuidado: antecipar a si mesmo já sendo em um mundo junto aos entes intramundanos que vem ao encontro.
Tarefa ontológica
Impossibilidade da singularização: o mundo é rearticulado – campo histórico;
Esquecimento do ser e abandono;
Eu sou o sentido transcendente dos meus comportamentos.
Ante o quê?
Para o que?
Em vitude de que?
Existência
Indeterminação ontológica
Eu preciso ser, sendo
Eu sou pura relação
Eu não sou antes de ser
Originariamente eu não sou: não é começo, mas sempre se é de cada vez
Estar aberto
Sempre fui determinado pelo mundo – relação
Não existe o ponto zero da existência: o Ser-ái não nasce
NÃO-SER
PODER-SER
Indeterminação
Negatividade
Estranheza
Nulidade
Estrangeiridade
Assim.. o que pode produzir sofrimento?
Tudo!
Os seus modos de ser estão acompanhados de peso
A existência depende de que possamos ser sem uma determinação
Não há modos prévios condicionando
Não é você sofrendo mas uma articulação onde o sofrimento pode se dar!
Ninguém tem medos, inseguranças, como se fosse uma elaboração interna: pensar os elementos locativos!
Existência
Tem como correlato o mundo
Normalidade: a partir das orientações do mundo
Atenção!!!!
A teorização tende a des-vivificar nossa experiência vivida
Caracterizações fenomenológicas não são generalizações, são formalizações – esboço
Conceitos ordenam e circunscrevem.
Heidegger, hermenêutica e a psicoterapia
É necessário uma análise ontológica e hermenêutica (interpretativa, de compreensão de sentido) que revele “o ente que nós somos”, o ser-aí, o Dasein. 
Dasein – pensamos como constituição individual de cada um, mas é um movimento repentino: jogado num espaço historicamente construído
Para Heidegger, o homem é o único ente que busca o ser.
Ontológico-hermenêutica: é possível alcançar uma compreensão de seus aspectos essenciais. 
Descrição fenomenológica, ou seja, da retomada do ser-aí tal como se manifesta.
HEIDEGGER
O SENTIDO DO SER
DISTINÇÃO ENTRE ENTE E SER
É a essência, aquilo que fundamenta e ilumina a existência ou os modos de ser.
É a existência, a manifestação	dos modos de ser.
ENTE	SER
DASEIN – SER AÍ
Heidegger parte da análise do ser do homem, Dasein, um ser-no-mundo; ele descreve três existenciais que marcam a existência e que, para a maioria dos indivíduos, culminam em uma existência inautêntica:
Facticidade
Angústia
Destruição do eu
FACTICIDADE
Fato da existência: o ser humano é “lançado” ao mundo, sem saber por quê. 
Ao despertar para a consciência da vida, já está aí, sem ter pedido para nascer;
Desenvolvimento da existência: o ser humano estabelece relações com o mundo (ambiente natural e social historicamente situado). 
Para existir, projeta sua vida e procura agir no campo de suas possibilidades. 
Move uma busca permanente para realizar aquilo que ainda não é. Em outras palavras, existir é construir um projeto
DESTRUIÇÃO DO EU
Tentando realizar seu projeto, o ser humano sofre a interferência de uma série de fatores adversos que o desviam de seu caminho existencial. 
Trata-se do confronto do eu com os outros, confronto no qual o indivíduo comum é geralmente derrotado.
O seu eu é destruído, arruinado, dissolve-se na banalidade do cotidiano, nas preocupações da massa humana.
Em vez de tornar-se si-mesmo, torna-se o que os outros são; assim, o eu é absorvido no com-o-outro e para-o-outro.
O Outro
A ameaça que a presença do outro constitui para a minha existência, porque dotado da mesma liberdade: o que eu faço aparece ao outro como objeto. 
O outro objetiva-me, reduz-me a uma totalidade acabada: ser-para-o-outro, na condição de objeto.
A angústia
Sentimento de ter sido lançado no mundo e sentir-se obrigado a fazer escolhas, nomeadamente em relação às quais nem sempre se conhecem antecipadamente todas as consequências. 
Temos sempre que decidir por nós próprios, 
que nada nem ninguém pode decidir por nós, 
mas que também está ligada à liberdade e à autonomia da escolha da sua própria história. 
Resultante do fato do Homem ter que fazer as suas escolhas sem conhecer antes qual será o seu valor. 
A ANGÚSTIA
Faz o ser humano despertar da existência inautêntica;
Ela revela:
o quanto nos dissolvemos em atitudes impessoais;
o quanto somos absorvidos pela banalidade do cotidiano;
o quanto anulamos nosso eu para inseri-lo, alienadamente, no mundo do outro.
A morte
Para Heidegger, a consciência da própria morte produziria diretamente individualidade;
A morte aparece assim como a última possibilidade, como o ato final de todos os atos de autotranscendência. 
A consciência da morte influenciaria a individualidade do Homem na medida em que o conduz a escolher sem ter em conta valores convencionais ou inautênticos.
SER-PARA-A-MORTE
Todo ser é um “ser rumo à morte”, mas apenas os humanos reconhecem isso. 
Nossas vidas são temporais: somente depois de compreender isso podemos viver uma vida significativa e autêntica.
Autenticidade
Do sentido que o ser humano imprime à sua ação, decorre a autenticidade ou a inautencidade da sua vida.
O indivíduo inautêntico é o que se degrada vivendo de acordo com verdades e normas dadas; a despersonalização o faz mergulhar no anonimato, que anula qualquer originalidade.
Ao contrário, a pessoa autêntica é aquela que se projeta no tempo, sempre em direção ao futuro. 
A existência é o lançar-se contínuo às possibilidades sempre renovadas.
A liberdade 
A motivação real e decisiva do comportamento humano é um projeto original livremente escolhido no momento da criação do seu próprio mundo. 
A hereditariedade, a educação, o ambiente e os aspectos fisiológicos e constitucionais nada explicariam.
A única causa genuína do comportamento humano seria o seu projeto fundamental e individual de ser.
Não se trata de uma liberdade de obtenção mas sim de uma liberdade de eleição.
O projeto 
Coerência interna da maneira de ser de cada pessoa, que emergiria contemporaneamente a todas as suas condutas, refletindo uma escolha originária.
A estrutura da existência do Homem é narrativa, a narrativa que ele faz sobre si próprio, que constitui a sua história.
Inautenticidade
Auto-decepção por Heidegger 
Má fé de Sartre. 
Negando a sua liberdade de escolha e a sua responsabilidade, o indivíduo nega a possibilidade de escolher livremente o seu futuro.
O Guardador de Rebanhos – Alberto Caeiro
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencialQue tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...
 
Creio no Mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo…
 
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...
 
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Atividade
Ôntico
Ontológico
Ente
Ser
Dasein/ser-no-mundo
Cuidado
Intencionalidade (Husserl/Heidegger)
Ser-com
Ser-para-a-morte
Autenticidade
Projeto
Liberdade
Facticidade
Consciência
Consciência da morte
Consciência da liberdade
Consciência da solidão
Consciência da falta de sentido
Dasein
O ente que pode se fazer a pergunta: o que é o Ser?
Toda e qualquer determinação é o Ser-aí que é seu
Vivência de significado: Eu
Suspenso no interior de uma Daseinsanalyse
Existindo o Ser-aí é o seu aí
Autonomia : constância de si, não constância de um “eu”
Uma constância numa temporalização
Eu sou a minha situação / o meu campo histórico
DASEIN x VOHRANDENSEIN
DASEIN
Ser-aí
Quem?
Modos de ser existenciais
A essência do Ser-aí é o seu ter-de-ser.
Não sou originariamente
Sou o que estou sendo
Vohrandensein
Presente à vista – o quê?
Propriedades / categorias
Existência e Dasein
Qualquer determinação é debitaria do mundo: emprestada
Não possuo nada originariamente
Não possuo um corpo a priori
Tudo que me determina são significados
A existência é um problemas que se resolve existindo
Cada um resolve de maneira particular
Não é “o que?”. Mas “quem?”. Quem é esse Ser-aí?
Existir...
Nós existimos como o vivenciar das nossas possibilidades. 
Entretanto, o significado de qualquer habilidade que sou capaz de exercitar não é apenas uma questão do que eu faço com ela, mas também do que eu poderia fazer, mas não faço. Também uma questão do que estava, está e estará aberto para ele.
Próprio x impróprio: questões clínicas
O que eu sou não me é próprio porque é derivado do mundo
Decaio num mundo impróprio/impessoal (cotidianidade)
Damos a costas para nós mesmos
Eu me trato como coisa
Viro as costas para a minha condição abismal (não tem relação com cultura de massa): tranquilizador, sedutor, alienante.
A clínica
Neurose: tentativa de estabilizar
Psicose: é o que recua – habita de maneira precária.
A clínica requer paciência
A cada vez eu sou as minha escolhas
Abandonar a estabilidade
Tarefa: construir e reconstruir o espaço existencial
Gênese (projeto e cuidado)
Eu não sou
Tenho uma tarefa: tenho que ser
Sempre em jogo
Sempre preciso dar uma direção a minha existência = SORGE (cuidado)
Ser-aí é cuidado: é um existencial
Cada comportamento estou cuidando de mim
Concepção de clínica tradicional
A concepção de clínica como teoria aplicada
Parte do pressuposto que se tem uma teoria ou uma representação adequada deste ente que somos
Uma técnica fundamentada num saber que nos permitiria, a partir de um diagnóstico, de uma compreensão da situação, uma intervenção com um grau minimamente razoável de previsibilidade.
A própria concepção tradicional de ciência
Clínica
A clínica mais como um lugar de não saber (mas não niilista)
Evita que a psicologia se afogue num mar de teorias que perderam o contato com o cotidiano e com a experiência.
Como surge a Psicoterapia Fenomenológica e existencial?
Influências da fenomenologia e do existencialismo
Vários modelos terapêuticos
AUTO-CONHECIMENTO e uma AUTONOMIA PSICOLÓGICA suficiente para que ele possa assumir livremente a sua existência
Dois grandes grupos
Psicoterapia Experiencial (Humanista)
Psicoterapia Existencial
Psicoterapia Humanista e Psicoterapia Existencial
PSICOTERAPIA HUMANISTA
Influências – Kierkegaard
Buber
William James
Objeto – Vivência
Dimensão – Atual
Objetivo – Crescimento
Método – Heurística (empírico)
Dinâmica Psicológica – Emoções
Influências –
PSICOTERAPIA EXISTENCIAL
Husserl Heidegger Sartre Merleau-Ponty
Objeto – Existência
Dimensão – Histórica
Objetivo – Autonomia
Método – Hermenêutica (Interpretativo)
Dinâmica Psicológica – Construtos pessoais
Psicoterapia Humanista e Psicoterapia Existencial
PSICOTERAPIA HUMANISTA
Capacidade de mudança
Concretização de potencialidades
Conceitos-chave Atualização Descoberta
Finalidade
Autodescoberta
Conhecer-se e compreender-se
PSICOTERAPIA EXISTENCIAL
Capacidade de mudança
Responsabilidade da liberdade de escolha
Conceitos-chave Construção Projeto
Finalidade
Construir a sua existência
(+ autêntica e + significativa)
Triste, louca ou má
Francisco, el Hombre
Balaio
Paulo Novaes
Luedji Luna
Acalanto
O que caracteriza a existência individual
O ser que se escolhe a si-mesmo com autenticidade,
Constrói o seu destino, num processo dinâmico de vir-a-ser.
Capaz de fazer escolhas livres e intencionais.
Liberdade: escolhas podem ser feitas em função do futuro ou em função do passado:
escolher o futuro envolve ansiedade (associada ao medo do desconhecido) e
escolher o passado envolve culpabilidade (associada à consciência das possibilidades perdidas).
Autenticidade e escolha
A autenticidade: aceitar a condição humana tal como é vivida, escolher o futuro, reduzindo a culpabilidade existencial.
A escolha: processo central e inevitável na existência individual – autoria do seu destino e compromisso com o seu projeto.
Procedimentos
1º. Colocar provisoriamente “entre parênteses”. É abrir-se ao novo.
2º. Atitude fenomenológica. É descobrir o que se revela.
3º. Perspectivar. É variar de perspectiva.
4º. Intuir o Essencial. É intuir o essencial.
Clínica: cuidado e projeto
Atenta como a pessoa se relaciona com a condição humana e com a precariedade
Dupla escuta
Cotidiano
Como se relaciona com o estar-em-jogo
Com a finitude
Com o sofrimento
A ansiedade
consciência de tragédia: insegurança, frustração e perdas irreparáveis
consciência da esperança: liberdade de escolha, da auto- realização, da dignidade individual, do amor e da criatividade.
Utilizar a atitude fenomenológica
01
Qual a minha natureza essencial?
02
Quais as minhas qualidades?
03
O que é importante para mim?
04
Quais as pessoas mais importantes para mim?
05
O que é o mundo?
06
É seguro ou ameaçador?
Outros pontos
Confrontar com as limitações existenciais
Facilitar a exploração do mundo pessoal Facilitar a elucidação de significados
Como se identifica a si próprio e ao mundo?
O que é que lhe interessa realmente neste momento?
Que conflitos encontra?
Quais são os desejos?
Quais são os obstáculos?
Intervenções
	01		02		03		04		05		06
	Porque não? Haverá outras		Poderia…?		O que terá feito para		O que é que isto quer dizer		O que vai fazer para o		Será que poderia fazer
	possibilidades				criar essa		para si?		futuro?		de outra
	?				situação?						maneira?
Ansiedade neurótica
Resultado das tentativas feitas pelo indivíduo para diminuir ou negar a ansiedade resultante do confronto com os dados da existência.
A negação do
medo da morte,
negação da liberdade de escolha,
evitamento de assumir responsabilidades
ou conformismo com as normas sociais impostas.
Daseinsanalise
Daseinsanalyse: L. Binswanger e M. Boss.
Análise da existência concreta (não do ser, mas sim do seu-mundo).
Daseinsanálise
Não utiliza uma técnica específica para promover a mudança individual
Bisnwanger se focalizou essencialmente na análise fenomenológica do Dasein perturbado, 
O seu questionamento inicial foi o seguinte: Como é que o Dasein perturbado se projeta no mundo?
Boss centrou-se no método terapêutico.
Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-ND
Daseinsanálise
O sentido da psicoterapia é “resgatar o desenvolvimentoaté aqui embotado ou inviabilizado em direção à medida a mais ampla possível em termos de abertura e liberdade” (Holzhey-Kunz, 2018, p. 39)
O objetivo da psicoterapia é descobrir com o paciente quais são essas possibilidades e porque não consegue realizá-las, a fim de então confrontar e dissolver as resistências para uma existência mais livre. 
Defende a metodologia psicoterápica freudiana.
Daseinsanálise
Busca os sentidos ocultos nos comportamentos humanos (a desvelar). 
Mais especificamente, são os sintomas que interessam ao daseinsanalista, pois neles está manifesto e oculto o sentido do sofrimento existencial. 
Nos sintomas se manifesta a perda de liberdade para a vida cotidiana e se indica o para quê (sentido) da restrição.
Daseinsanálise
A hermenêutica daseinsanalítica investiga, pois, o sentido da ação: mais precisamente, o que a existência realiza e cumpre agindo como age, mesmo que sem assumir responsabilidade por esses atos. 
O Dasein, cujo ser é preocupação (Sorge), age sempre em virtude de si. Tendo seu ser em jogo, toda ação concerne em última instância ao ser do Dasein.
Daseinsanálise
Todo gesto humano é motivado; é um responder à significatividade que se apresenta. 
E os sintomas também são gestos humanos: constituem modos de agir em relação àquilo que se apresenta à existência com uma intenção. 
Mas isso não quer dizer que haja clareza do significado do que se mostra nem do sentido da ação.
Os comportamentos chamados de sintomas são ações de uma existência que é, por condição, livre.
O sentido do sofrimento existencial
Trata-se de uma tentativa fracassada de ocultação da condição humana (Dasein) manifesta no cotidiano. 
Situações em que se revela a condição de ser-aí finito, dejecto no mundo público, tendo que ser, unicamente responsável por si, a cada vez, corpóreo, em relação com outros e sujeito à angústia (experiência reveladora do próprio
ser).
O sentido do sofrimento existencial
Essa entrega à impessoalidade é descrita no §38 de Ser e tempo como “tentadora”, tranquilizante, “estranhante” e aprisionante.
Para Holzhey-Kunz, trata-se de um mecanismo de defesa contra a verdade ontológica da existência: “fato de que eu tenho de viver minha própria vida sem as possibilidades de delegação da mesma” (2018, p. 48). 
Se o mecanismo de defesa falha, a verdade ontológica vem à tona.
O sentido do sofrimento existencial
Há três modos de proteção contra irrupções de experiências ontológicas: a ocupação cotidiana, o senso comum e sentidos culturais. Na ocupação cotidiana, a existência esquece-se de si, absorvida por aquilo em que se ocupa. 
O sentido do sofrimento existencial
“o neurótico sofre com o próprio ser” (2018, p. 166). Trata-se de um modo específico de relação com o existir cotidiano pelo qual os mecanismos compartilhados de encobrimento da condição existencial falham. 
Assim, o neurótico se mostra alguém mais sensível à própria condição humana, mas sua maneira de encarar os afazeres do dia a dia é dificultada, até mesmo impossibilitada, por estar à mercê do que a ele se revela.
O sentido do sofrimento existencial
Os quadros chamados de psicóticos diferem dos neuróticos por sua intensidade e abrangência. 
Enquanto a restrição neurótica se limita a um âmbito da existência, a restrição psicótica atravessa todo o ser-no-mundo. 
Também os psicóticos são entendidos como tentativas de antemão frustradas de encobrimento e/ou supressão da condição existencial.
Psicoterapia
As três regras fundamentais da terapia são por ela defendidas: a livre associação, a escuta flutuante do analista e a abstinência. 
Do paciente, espera-se que fale seu desejo e não aja (act-out) para realizá-lo na relação psicoterapêutica. 
Psicoterapia
O analista deve não realizar o desejo do paciente, além de abster-se dos próprios. 
Portanto, cabe ao analista ser abstinente, ou seja, seu papel não é de entrar numa relação dialógica com o paciente, e, sim, de ouvir com ele as experiências ontológicas indicativas de como lida com seu existir.
Para isso, a relação psicoterapêutica precisa ser assimétrica.
Psicopatologia
Os diferentes quadros psicopatológicos são entendidos como desvios ou alterações da norma ontológica.
Saúde mental seria caracterizada pela abertura ao mundo próprio.
Perturbações mentais: privação e bloqueio da relação consigo mesmo.
Características essenciais da presença perturbada 
presença perdida (melancolia), 
presença momentânea (mania),
presença vazia (esquizofrenia), 
presença de exibição (histeria) e 
presença controlada (neurose obsessiva).
O psicoterapeuta, de acordo com Sá (2002, p. 360-362)
1) Assume uma postura de desapego para a qual nada se encontra a priori supervalorizado nem excluído a partir de uma postulação teórica de fundamentos; atenção serena.
2) Sua conduta e a identidade profissionais jamais se reduzem a uma questão de escolha teórica ou do aprendizado de técnicas, pois implicam sua singularidade existencial como um todo, incluídos aí os seus saberes não conceituais.
3) Não se direciona a partir de uma estratégia voluntaristicamente imposta pelo terapeuta; o caminho se abre, com uma certa autonomia, através do diálogo, já que o processo jamais se reduz à vontade subjetiva dos protagonistas.
O psicoterapeuta, de acordo com Sá (2002, p. 360-362)
4) Deixa-se apropriar por uma fusão de horizontes, onde intérprete e fenômeno interpretado interagem mutuamente um sobre o outro para a produção de um horizonte comum onde a interpretação se dá. Tal processo, implica a auto-compreensão do intérprete no processo de compreensão do outro.
5) Promove um espaço de tematização de sentido, de desnaturalização dos sentidos previamente dados, de ampliação dos limites dos horizontes de compreensão. O espaço clínico busca acolher e sustentar a vida enquanto questionamento, enquanto produção narrativa de sentido.
O psicoterapeuta, de acordo com Sá (2002, p. 360-362)
6) Corresponde ao outro enquanto abertura as suas mais diversas e próprias possibilidades de ser, tematizando criticamente as demandas de eficácia técnica e resolutividade a partir de um suposto saber especialista.
7) Suporta a situação de desconforto por lidar com uma prática que jamais se esgota no âmbito do saber representacional e que está conectada à experiência singular; uma prática na qual, embora o treinamento persistente e a experiência sejam fundamentais, seu exercício se desenrola a cada vez como se fosse sempre a primeira.
Segundo Feijoo (2004, p.11), o psicoterapeuta de inspiração daseinsanalítica
1)Ajuda como aquele que trata do modo de existir e não do funcionar do homem.
2)Liberta o homem do aprisionamento por tomar-se como um ente cujo modo de ser é simplesmente dado, esquecendo-se de sua condição de liberdade enquanto existente.
3)Facilita que as experiências se tornem presentes, sem condicioná-las causalmente ao somático ou ao psíquico, deixando ser o que a própria experiência revela;
4)Está atento às indicações, suspende a verdade postulada pelo senso comum, pela ciência e pela psicologia científica, permitindo que o fenômeno seja reconhecido como uma simples relação com o mundo;
Segundo Feijoo (2004, p.11), o psicoterapeuta de inspiração daseinsanalítica
5)Busca conduzir o homem a si mesmo, possibilitando a livre relação com aquilo que o encontra, apropriando-se destas relações e deixando-se solicitar por elas.
6)Relaciona-se através do modo de cuidado denominado por Heidegger como “antecipação libertadora”, que devolve o outro a si mesmo, liberando-o para seus modos próprios e singulares de ser.
7)Sustenta sua atenção na serenidade, estranhamento, aceitação e compreensão.
 
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