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Tempo do Crime: O Código Penal, em seu artigo 4°, adotou como regra a Teoria da Atividade, ou seja, considera-se o tempo do crime o momento em que o agente praticou a ação ou omissão. Princípio da Coincidência ou Congruência: É no momento da conduta que verifica-se a presença dos três elementos do crime (fato típico, ilicitude e culpabilidade). Princípio da Continuidade: Vigora, no Brasil, como regra, o princípio da continuidade das leis (art 2° da LINDB): Art. 2° Não se destinando a vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. Sucessão de Leis Penais: Entende-se por sucessão de leis penais o fato de uma nova lei penal entrar em vigor revogando uma lei penal antiga. Lei Penal no Tempo: De acordo com o princípio tempus regit actum, a lei rege, em geral, os fatos praticados durante a sua vigência. Existem, contudo, exceções a esta regra: ↳ Retroatividade: fenômeno pelo qual uma norma jurídica é aplicada a um fato ocorrido antes de sua vigência. ↳ Ultratividade: fenômeno pelo qual uma norma jurídica é aplicada a fato ocorrido após sua revogação. Essas exceções à regra são condicionadas ao fato de que só podem ocorrer quando for para beneficiar o réu. Portanto, a lei penal mais benéfica ao réu é dotado de extra-atividade (possibilidade de retroagir ou ultra-agir). Abolitio Criminis: Caso a nova lei penal descriminalize determinada conduta, temos o que se conhece por abolitio criminis e, neste caso, são cessados todos os efeitos penais. Os extrapenais, contudo, permanecem. Atenção: Abolitio Criminis x Continuidade normativo- típica O que as diferencia? - Na abolitio criminis a revogação do tipo penal é formal (o tipo penal é retirado da lei) e, também material (a conduta deixa de ser consideradas criminosa pelo legislador). - Na continuidade normativo-típica a revogação do tipo penal é somente formal, ou seja, o tipo penal é retirado da lei, mas a conduta continua a ser considerada criminosa pelo legislador através de outro tipo penal. Aplicação da Lei Penal no tempo Novatio Legis in Melius: É a nova lei que beneficia o agente. O réu deve ser beneficiado por essa lei mais benéfica, ainda que já condenado ao tempo da lei antiga. ↳ O juízo competente para aplicar a lei penal mas benéfica sempre será o juízo do momento processual. ↳ O STJ (Súmula 501) e o STF não admitem a combinação de leis penais (lex tertia). Novatio Legis Incriminadora: É a nova lei que passa a prever um novo crime, tornando infração penal uma conduta que anteriormente era atípica. A nova lei incriminadora é uma lei mais gravosa, ou seja, faz incidir o princípio da irretroatividade. Casos especiais: a) Leis intermitentes: ↳ Leis excepcionais: são as produzidas para durarem durante determinado evento anormal, transitório. ↳ Leis temporárias: são as que possuem vigência previamente fixada pelo legislador. b) Crime continuado ou crime permanente: De acordo com a Súmula 711 do STF, nos casos de crime permanente e de crime continuado, tendo havido sucessão de leis penais após o início da conduta, a nova lei penal será aplicada independentemente de ser ou não favorável.
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