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Cartilha informativa 2021.1 TEOOR DE GORDURA TRRANS NOS ALIMENTOOS Disciplina de Química de Alimentos S U M A R IO Propriedades químicas e tecnológicas do componente............................................................2 Funções das gorduras trans nos alimentos................3 Contexto atual da utilização da gordura trans nos alimentos................................................................3 O que vem sendo feito para melhorar?......................4 Ações que podem ser feitas para amenizar o contexto atual.........................................................4 Disciplina de Química de Alimentos 2021.1 INNTRODUÇÃOO A quantidade de ácidos graxos em comidas processadas têm uma variabilidade bem grande, por exemplo, margarinas de baixa e alta qualidade, a maior diferença é encontrada entre produtos naturais ou industrializados. Certamente, grande parte dos ácidos graxos, cerca de 50%, são encontradas nos alimentos industrializados. Os ácidos graxos são ácidos monocarboxílicos alifáticos que tem origem da hidrólise natural, ocorre em gorduras e óleos. Esses têm uma função biológica bastante variada: produção de energia, estrutura de membranas, sinalização celular, imunidade e inflamação. A maior parte dos ácidos graxos naturais são encontrados na sua configuração cis e os ácidos graxos trans geralmente são obtidos industrialmente pela hidrogenação da forma cis. 2 2021.1 PROPRIEEDADES QUÍMICCAS E TECNOLÓGICASS DO COMPONEENTE Gorduras trans apresentam caracteristicas físico-químicas particulares que a diferencia das gorduras cis. Comparando com a gordura cis, gorduras trans possuem: 1. carbono da carbonila da cadeia acil menos disponível; 2. diferente polaridade; 3. ponto de fusão muito maior. Por exemplo, o ácido oleico (18:1-9c) na configuração cis tem fusão entre 4 e 13°C, enquanto seus isomeros trans ácido elaidico (18:1-9t) e ácido vacenico (18:1-9t) tem fusão entre 42 a 44ºC e 44 a 45°C respectivamente. Essas características das gorduras trans são mais interessantes para industria do que as gorduras do tipo cis, por isso ela vem sendo bastante utilizada. Entretanto as gorduras trans trazem malefícios à saúde, portanto um atual desafio da indústria de alimentos é substituir a gordura trans sem perder suas propriedades. Uma das tecnologias que podem ser empregadas para substituir a gordura trans é usar óleos vegetais associados a oleogel para deixar esses óleos que seriam líquidos à temperatura ambiente, com propriedade de gordura e torná-lo semissólido, sem promo- ver alterações químicas. O oleogel é uma mistura de óleo vegetal com cera, que pode ser oriunda de carnaúba ou abelha. Outra tecnologia seria usar cristais microencapsulados que formam uma rede capaz de estabilizar emulsões utilizando óleos. Figura retirada do artigo Technological Approaches to Minimize Industrial Trans Fatty Acids in Foods Disciplina de Química de Alimentos CONNTEXTO ATUAL DDA UTILIZAÇÃO DA GOORDURA TRANS Como dito anteriormente, as gorduras trans são utilizadas em alimentos industrializados para garantir, por exemplo, melhoria do sabor e aumento do prazo de validade. No Brasil, novas regras estabe- lecem que essas gorduras sejam banidas para uso em alimentos. A RDC nº 332, de 23 de dezembro de 2019, define os requisitos para uso de gorduras trans industriais em alimentos no Brasil. O objetivo dessa resolução é limitar esse uso até que ele seja banido em 2023. Vale salientar que a gordura trans poderá ainda ser utilizada para fins industriais. Veja o que diz a resolução: “Art. 5º A partir de 1º de julho de 2021, a quantidade de gorduras trans industriais nos óleos refinados não pode exceder 2 gramas por 100 gramas de gordura total. Art. 6º Entre 1º de julho de 2021 e 1º de janeiro de 2023, a quantidade de gorduras trans industriais não pode exceder 2 gramas por 100 gramas de gordura total nos alimentos destinados ao consumidor final e nos alimentos destinados aos serviços de alimentação. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos produtos destinados exclusivamente ao processamento industrial que contenham gorduras trans industriais em sua composição, desde que sejam fornecidas, nos rótulos, nos documentos que acompanham os produtos ou por outros meios acordados entre as partes, informações sobre a: I - quantidade total de gorduras trans industriais em gramas por 100 gramas do produto; II - quantidade total de gorduras trans industriais em gramas por 100 gramas de gordura total do produto; e III - presença de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados. “ 3 FUNÇÕEES DAS GOORDURAS TRANNS NOS ALIMENTOOS As gorduras, no geral, servem de fonte energética, mas também há as funções que são importantes para a industria de alimentos: 1. aumento da validade do alimento; 2. estabilidade do sabor e odor; 3. diminuição da sensibilidade do alimento à oxidação; 4. aumento da estabilidade da emulsão; 5. estabilidade durante a fritura; 6. estabilidade frente a liquefação; Disciplina de Química de Alimentos Também é importante ser contextualizado o impacto desse alimento na nossa saúde. As gorduras trans podem causar danos à nossa saúde, estando relacionadas, principalmente, com o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como ateroscle- rose, infarto e derrame. Essas gorduras são responsáveis por elevar o nível de LDL, uma lipoproteína conhecida também como “colesterol ruim”, e abaixar os níveis de HDL, o “colesterol bom”. QUAL É OO IMPACCTO DAS GORRDURAS TRANNS À SAUDEE? 4 Disciplina de Química de Alimentos OO QUE VEEM SENDDO FEITO PARRA MELHORRAR? A indústria de alimentos começou a mudar seus hábitos em relação ao risco das gorduras trans e reformulou seus produtos principalmente a partir de 2003, após a OMS aconselhar um consumo mínimo de gordura trans, e 2004. Logo após essa época, outras medidas começaram a ser tomadas por alguns países: Estados Unidos e Canadá tornaram obrigatoriedade a rotulagem nutricional da gordura trans e Dinamarca proibiu gordura trans em alimen- tos comercializados. As mudanças em si começaram a ser implementadas pela Nestlé que, além das mudanças em relação as gorduras trans, também reduziu os níveis de sal, açúcar e gordura saturada ao longo dos anos. Em 2003, a Unilever implementou margarinas sem gorduras trans. A Kraft Foods decidiu retirar a gordura trans de uma série de alimentos, o que se tornou posteriormente uma estratégia global. ONGs de consumidores também foram responsáveis por campanhas que pediam a melhoria da composição de produtos de grandes redes de restaurantes, o que fez com que fast foods como Wendy’s, McDonalds e KFC aderissem ao movimento. Em 2005, algumas redes de supermercados da Europa tomaram a iniciativa de retirar as gorduras trans de todos os seus produtos e durante a mesma época, no Canadá, o país consultou peritos na área de saúde e representantes de setores da indústria de alimentos, que constataram que a gordura trans como um risco alimentar, sendo importante reduzir seu consumo no país. AÇÕEES QUE POODEM SERR FEITAS PPARA AMENIZZAR O CCONTEXTO ATUUAL Devido ao avanço de medidas de banimento da gordura trans, a indústria tem buscado formas de substituir esse ingrediente. Um dos principais candidatos que tem sido estudado é o óleo obtido por interesterificação. Esse substituto apresenta características físico-químicas semelhantes a gordura trans e tem sido apontado como menos danoso à saúde. O processo de interesterificação permite a utilização de gorduras vegetais de origem animal ou vegetal e submete o óleo a reações químicas que alteram a propriedade da matéria prima, mas sem a formação de isômeros trans. Esse processamento leva a obtenção de óleos com características físico-químicas semelhantes às gorduras trans, como ponto de fusão elevado e consistência adequada. Com o aumento crescente do interesse na utilização desses ácidos graxos interesterificados,diversas rotas sintéticas têm sido desenvolvidas, utilizando catalisadores químicos ou enzimáticos. A principal característica no uso desses catalisadores é a condução da reação em meios brandos, pois em elevadas temperaturas pode ocorre a isomerização espontânea entre o isômeros cis e trans. REEFERÊNCCIAS BIBBLIOGRAFICCAS: AUTOORES: Adrielly de Barcellos Fernandes Ferreira Gustavo dos Santos Martins Marcelle Magalhães Braz Mayara de Morais Velozo Milena Garcia Dutra de Oliveira Disciplina de Química de Alimentos - Faculdade de Farmácia DAVID M. L., GUIVANT J. S. A gordura trans: entre as controvérsias científicas e as estratégias da indústria alimentar. Volume 11, N°20. Florianópolis: Política e Sociedade, 2012. MERÇON F. O que é gordura trans?. Vol. 32, N° 2. Química Nova na Escola, 2010. ALFIERI, Andreina et al. Effects of plant oil interesterified triacylglycerols on lipemia and human health. International journal of molecular sciences, v. 19, n. 1, p. 104, 2018. RIBEIRO, Ana Paula Badan et al. Interesterifi- cação química: alternativa para obtenção de gorduras zero trans. 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