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Transtornos de ansiedade na infância Gabriella Nogueira - Psicologia A ansiedade Expectativa apreensiva em relação ao que está por vir Sinal de alerta que adverte sobre um perigo iminente Necessária para sobrevivência Comum em todas as pessoas e até animais Medo: sentimentos que ocorrem quando a fonte do dano, a ameaça, é imediata ou iminente, Ansiedade: sentimentos que ocorrem quando a fonte do dano é incerta ou distal no espaço ou no tempo LeDoux, J. E. & Pine, D. S. Using neuroscience to help understand fear and anxiety: a two-system framework. Am. J. Psychiatry 173, 1083–1093 (2016) Transtorno de ansiedade ''A ansiedade passa a ser patológica quando se torna uma emoção desagradável e incômoda, que surge sem estímulo externo apropriado ou proporcional para explicá-la, ou seja, quando a intensidade, duração e frequência estão aumentadas e associadas ao prejuízo no desempenho social ou profissional do paciente'' CORDIOLI, A.; MANFRO, G. Transtornos de ansiedade. In: DUNCAN, B. et. al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, p. 863-873 Ansiedade em crianças Impacto na trajetória do desenvolvimento Muitos transtornos são persistentes Maior probabilidade de outros transtornos na vida adulta Alguns dados sobre a ansiedade infantil Entre os transtornos psiquiátricos mais prevalentes em crianças e adolescentes ¨*Cerca de 10 a 15% de jovens entre 6 e 19 anos de idade apresentam algum transtorno de ansiedade Grande parte dos casos não recebem tratamento Mais da metade passará por um episódio depressivo como parte do seu transtorno ansioso Fatores biológicos Fatores ambientais Etiologia Uma vulnerabilidade biológica poderá ser reforçada ou modulada pelo contexto e pelas experiências de aprendizagem Prepara o corpo para alguma ação que se faça necessária Fisiológico Cognitivos Intuito de evitar um perigo futuro Componentes da resposta ansiosa Pensamento catastrófico, hipervigilancia, medo de perder o controle Comportamentais Identificação precoce Pode reduzir o impacto da ansiedade no funcionamento social e acadêmico e o desenvolvimento de outros transtornos psiquiátricos, como depressão na vida adulta Neurobiologia da Ansiedade Existe uma predisposição genética para as reações exageradas ao estímulo ansiogênico Os genes específicos ainda não foram identificados. Os transtornos de ansiedade podem ter suas raízes em eventos estressantes da vida Medo Estímulo aversivo Resposta ao estresse Nos transtornos de ansiedade: o medo ocorre de forma não adaptativa e apropriada para o contexto. Alguns autores acreditam que as funções cerebrais mais relacionadas com a ansiedade são Amígdala Córtex pré-frontal Atribui uma conotação afetiva à ameaça de acordo com a sua natureza e intensidade (Gray e Naughton, 2007) Processos associados à modulação da atividade da amígdala e da resposta emocional associada (Pine et al., 2008) Resposta de estresse Mudanças fisiológicas como preparação para uma resposta de luta ou fuga Fator estressante No córtex: Interação entre a informação perceptiva corrente e o conhecimento armazenado Estímulos de natureza psicossocial passam a influenciar na resposta ao estímulo ansiogênico A hiperativação do córtex pré-frontal direito parece estar associada à ansiedade e afetos negativos (Phan et al., 2004) A ansiedade cotidiana é provocada por sinais (verbais e não verbais) com significado simbólico Córtex Pré-Frontal ''Há muito se supõe que existe um sistema de medo inato no cérebro dos mamíferos e que esse sistema, na presença de uma ameaça, gera tanto o sentimento consciente de medo quanto as respostas comportamentais e fisiológicas típicas de tais experiências'' LeDoux, J. E. & Pine, D. S. Using neuroscience to help understand fear and anxiety: a two-system framework. Am. J. Psychiatry 173, 1083–1093 (2016) Diagnóstico Deve-se levar em conta o quanto de prejuízo tais sintomas causam no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes na vida do paciente Além disso, os sintomas podem não ser reconhecidos ou virem a ser mal interpretados como sendo oposição ou desobediência da criança ou do adolescente Tratamento Técnicas cognitivas comportamentais Articulada com os cuidadores Psicoterapia Ansiolíticos e antidepressivos Farmacológico Técnicas de relaxamento Exercícios físicos Relacionamentos saudáveis Outros A criança aprende a identificar os processos cognitivos envolvidos no estado de excessiva ansiedade Estudo multimodal de transtornos de ansiedade em crianças e adolescentes (Walkup et al., 2008) Resultados do percentual de crianças que melhoraram muito ou bastante na escala de impressão clínica global: diagnóstico primário: transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade generalizada, fobia específica ou fobia social. 80,7% para tratamento combinado 59,7% para TCC e 54,9% para sertralina. 23,7% para tratamento placebo Transtornos de ansiedade Atualização DSM-V *Realocação do Transtorno Obssessivo Compulsivo e do Transtorno de Estresse Pós- Traumático *Agorafobia e Transtorno do Pânico foram separados como diagnósticos independentes Frequência dos Transtornos 1- Transtorno de Ansiedade de Separação (4%) 2- Transtorno de Ansiedade Generalizada (2,7 a 4,6%) 3- Fobias específicas (2,4 a 3,3%) 4- Fobia Social (1%) 5- Transtorno de Pânico (0,6) Cerca de 30% dos jovens com transtorno de ansiedade têm também outro transtorno associado Transtorno de Ansiedade de Separação Medo ou ansiedade impróprios e excessivos em relação ao estágio de desenvolvimento, envolvendo a separação daqueles com quem o indivíduo tem apego (DSM-V) Início antes dos 18 anos Duração de pelo menos 4 semanas Sofrimento e prejuízo significativos As manifestações do transtorno de ansiedade de separação variam com a idade Transtorno de Ansiedade Generalizada Diagnóstico: Sintomas somáticos mais comuns: Cefaléia Náuseas Vômitos Taquicardia Sudorese Ansiedade e preocupação excessivas, ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, em diversos eventos ou atividades (DSM-V) Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social) Medo acentuado e persistente de situações sociais ou de desempenho, nas quais a criança ou o adolescente podem sentir inibição e timidez exageradas A ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus pares, e não apenas em interações com adultos. (DSM-V) Alguns prejuízos: 75% dos indivíduos têm idade de início entre 8 e 15 anos. O início na vida adulta é relativamente raro Apenas cerca de metade dos indivíduos com o transtorno busca tratamento Evasão escolar Baixo desenvolvimento de habilidades sociais Dificuldades em relacionar-se na vida adulta Impedimento de realizar atividades de lazer Transtorno de Pânico Ataques de Pânico recorrentes e inesperados 01 02 03 Características Ansiedade Antecipatória em relação a ter novos ataques Evitação Fóbica Um ataque de pânico é um surto abrupto de medo intenso ou desconforto intenso (DSM-V) Fobia Específica Medo excessivo e persistente a um objeto ou situação por pelo menos 6 meses, desencadeando uma resposta ansiosa. Animais eventos naturais e situações A reação é variável em cada criança! Multismo Seletivo Agorafobia Relato de caso 1 Os pais de Marcos, 10 anos, buscam atendimento psicológico para o filho que tem apresentado medo e não consegue ir de um andar da casa para o outro. Vive com os pais e com uma irmã mais velha (15 anos). Afirma temer que os objetos se movam, assim como coisas apavorantes como fantasmas. Teme ficar só e ir de um andar para o outro, mesmo com a mãe em casa. Hipótese diagnóstica: Fobia Específica T: Vamos brincar de detetive? (pegar uma lupa na gaveta). Você tem provas de que esse pensamento de que os objetos se movem é verdadeiro? P: Nenhuma...(risos) LiIVRO:TERAPIAS COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES CIRCE SALCIDES PETERSEN RICARDO WAINER & COLABORADORES Relato de caso 2 Hipótese diagnóstica: Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) Referências LeDoux, J. E. & Pine, D. S. Using neuroscience to help understand fear and anxiety: a two-system framework. Am. J. Psychiatry 173, 1083–1093 (2016) RODRIGUES, Camila Luisi. Aspectos neuropsicológicos dos transtornos de ansiedade na infância e adolescência: Um estudo comparativo entre as fases pré e pós-tratamento medicamentoso. Orientador: Dr. Fernando Ramos Asbahr. 2011. 146 p. Dissertação (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) - Programa de Psiquiatria, [S. l.], 2011. Disponível em: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-30112011- 173439/publico/CamilaLuisiRodrigues.pdf. Acesso em: 14 ago. 2021 PETERSEN, Circe Salcides; WAINER, Ricardo. Terapias cognitivo-comportamentais para crianças e adolescentes. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana: Artmed, 2011. 395 p. STALLARD, Paul. Ansiedade: Terapia Cognitivo-Comportamental para crianças e jovens. Av. Jerônimo de Ornelas, 670 – Santana: Artmed, 2010. 216 p Obrigada!
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