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Patologia Veterinária - Distúrbios Circulatórios

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Patologia Geral 
Resumo teórico – NAP2 
Assunto: Distúrbios circulatórios. 
• Lesões no sistema circulatório: distúrbios de função, composição e quantidade do 
sangue ou vasos sanguíneos podem levar consequências para os tecidos. 
• Classificação: 
- Volume de sangue circulante: hiperemia, hemorragia e choque; 
- Água e metabólitos: edema; 
- Obstrução da circulação sanguínea: trombose, isquemia, embolia, infarto. 
 
• Hiperemia: 
- Definição: aumento do fluxo e volume sanguíneo em vasos e órgãos. 
- Classificação: 
➢ Tipo: ativa (hiperemia) ou passiva (congestão); 
➢ Extensão: localizada ou generalizada (choque – coração); 
➢ Duração: aguda ou crônica. 
 - Tipo: 
➢ Ativa: quando chega um volume muito alto de sangue arterial pela artéria, 
geralmente observado em inflamações. 
➢ Passiva: quando chega um volume normal pela artéria, mas há um 
impedimento na saída de sangue venoso pela veia, o que acaba causando 
o retorno do sangue. 
 
- Classificação das hiperemias: 
➢ Hiperemia ativa local aguda fisiológica; 
➢ Hiperemia ativa local aguda patológica; 
➢ Congestão passiva local aguda; 
➢ Congestão ativa local generalizada. 
 
- Hiperemia ativa local aguda fisiológica: 
➢ É um tipo de hiperemia considerado normal, necessário em algumas 
condições fisiológicas nas quais o fluxo sanguíneo aumenta 
temporariamente. 
➢ Maior demanda de trabalho: 
✓ Digestão, para metabolização de nutrientes e digestão dos 
alimentos; 
✓ Lactação, para nutrir a produção de leite; 
✓ Gestação, para nutrir o feto; 
✓ Exercício físico, para irrigar músculos (vasodilatação). 
- Hiperemia ativa local aguda patológica: 
➢ Geralmente ligada a inflamações; 
➢ Vasodilatação anormal – aumento do fluxo sanguíneo; 
➢ Aumento da permeabilidade dos capilares – libertação de fluido; 
➢ Quimiotaxia: chegada de diversas células ao capilar – migração de 
leucócitos para a zona lesada; 
➢ Resposta sistêmica – febre e proliferação de leucócitos. 
➢ Causas: 
✓ Substâncias vasoativas; 
✓ Estímulos nervosos vasodilatadores; 
✓ Paralisia de nervos constritores; 
✓ Irritantes (cantáridas, óleo de cróton): venenos; 
✓ Aplicação de calor; 
✓ Agentes infecciosos. 
➢ Aspectos macroscópicos: 
✓ Coloração eritematosa/avermelhada (principal); 
✓ Aumento de volume; 
✓ Aspecto brilhoso (edema); 
➢ Aspectos microscópicos: 
✓ Muitas hemácias organizadas dentro dos vasos; 
✓ Capilares presentes nos septos alveolares. 
- Congestão passiva local aguda: retorno de sangue venoso por impedimento de 
passagem. 
➢ Causas: 
✓ Obstrução da veia; 
✓ Estenose vascular (estreitamento da veia); 
✓ Compressão da veia; 
✓ Congestão hipostática: decúbito prolongado. 
➢ Aspectos macroscópicos: 
✓ Torção/congestão; 
✓ Coloração violácea/vermelho escuro; 
✓ Barbitúricos. 
- Congestão passiva generalizada: coração e fluxo sanguíneo. 
➢ Causas: 
✓ Miocardites; 
✓ Insuficiências valvulares; 
✓ Hipertrofia; 
✓ Doenças pulmonares (obstrução); 
✓ ICCD: insuficiência cardíaca congestiva do lado direito 
o Congestão do fígado; 
o Doença pulmonar crônica; 
o Estenose da válvula pulmonar; 
o Cardiomiopatias; 
o Embolia pulmonar maciça. 
✓ ICCE: insuficiência cardíaca congestiva do lado esquerdo 
o Congestão do pulmão; 
o Doença cardíaca isquêmica; 
o Hipertensão arterial; 
o Doença das válvulas aórtica e mitral. 
➢ Fígado: 
✓ Hipóxia centro-lobular > degeneração > necrose > fígado noz 
moscada (alternância entre necrose e isquemia) > cirrose hepática 
(necrose – substituição por tecido conjuntivo); 
✓ Aspectos macroscópicos: coloração alaranjada, aspecto lobular. 
➢ Pulmão: 
✓ Edema (> aumento da pressão hidrostática) > hiperemia > 
hemorragia (> hemossiderina – digestão de hemácias – aspecto 
acastanhado) > fibrose (substituição por tecido conjuntivo fibroso); 
✓ Aspectos macroscópicos: aumento de volume e coloração 
violácea/vermelho escuro ou alternada (hemossiderose), aspecto 
brilhante; 
✓ Aspectos microscópicos: macrófagos acastanhados, 
hemossiderina. 
➢ Consequências: 
✓ Edema; 
✓ Hemorragias; 
✓ Degeneração, necrose, atrofia e fibrose; 
✓ Trombose (acúmulo de massa que obstrui vasos). 
 
 
• Hemorragia: 
- É a saída de sangue dos vasos sanguíneos ou do coração para o exterior, 
interstício ou cavidades pré-formadas do organismo. 
- Etiopatogenia: 
➢ Hemorragia por diapedese: não ocorre lesão no vaso e sim um afastamento 
das células epiteliais que permite o extravasamento do sangue; 
➢ Hemorragia por rexis: 
✓ Traumatismos: contusão, punção, secção; 
▪ Ocorre o rompimento da parede do vaso; 
▪ Com solução de continuidade. 
✓ Enfraquecimento da parede vascular: 
▪ Aneurismas (dilatação saculiforme do vaso); 
▪ Desordens do colágeno; 
▪ Deficiência de vitamina C. 
➢ Hemorragia por diabrose (tipo de rexis): erosão, digestão (em caso de 
acidose) ou necrose da parede do vaso. 
➢ Agentes infecciosos: 
✓ Peste suína: lesão endotelial direta, pontos avermelhados nos 
órgãos; 
✓ Doença de Newcastle: afeta as mucosas; 
✓ Carbúnculo hemático/sintomático; 
✓ Enterotoxemia. 
➢ Agentes químicos: 
✓ Arsênico: combate pragas e artrópodes. 
▪ Causa gastroenterite grave e necrose da mucosa em 
ruminantes. 
✓ Cumarínicos: warfarina (chumbinho) e trevo doce. 
▪ Causa sangramento nasal, ouvido, intestino, etc. 
▪ Compete com a vitamina K que é um co-fator de 
coagulação, logo os fatores de coagulação ficam 
inviabilizados e gera a hemorragia; 
▪ Saída de sangue pelas cavidades; 
▪ Hemorragia generalizada. 
➢ Plantas tóxicas: 
✓ Trevo doce; 
✓ Pteris aquilinum: age no trato urinário e diminui a quantidade de 
plaquetas fazendo com que não haja tampão e gere a hemorragia. 
➢ Outras causas: 
✓ Doenças hepáticas: conversão de protrombina diminui e 
compromete a coagulação do sangue; 
✓ Hipocalcemia: cálcio é precursor da coagulação, logo quando seu 
nível está baixo a mesma fica comprometida; 
✓ Doenças hereditárias: deficiência genética de fatores de 
coagulação. 
▪ Hemofilia A (fator VIII): não há coagulação sanguínea; 
▪ Hemofilia B (fator IX): alteração de articulação 
(geralmente em cães e gatos); 
▪ Doença de Von Willebrand: afeta as mucosas, ocorre 
epistaxe, hemorragia gastrointestinal e hematúria (urina 
com sangue). Ocorre em cães, gatos, cavalos e porcos. 
➢ Trombocitopenia: queda da quantidade de plaquetas. Aumento do uso, 
destruição e diminuição da produção de plaquetas. 
▪ Doenças relacionadas: hepatite infecciosa canina, cólera 
suína, febre suína africana, parvovirose, doença do 
carrapato. 
➢ Fatores nutricionais: deficiência de vitamina K (principal cofator – enzima 
hepática). 
- Classificação segundo a procedência (de onde vem o sangue): 
➢ Cardíaca; 
➢ Arterial (saída em jatos); 
➢ Venosa (saída por escoamento); 
➢ Capilar (saída por brotamento/hematoma). 
- Classificação segundo a visibilidade: 
➢ Externas (saem do corpo): 
✓ Metrorragia: hemorragia no útero; 
✓ Otorragia: hemorragia no ouvido; (diferente de otohematoma que 
é o acúmulo de sangue). 
✓ Epistaxe: hemorragia nas vias nasais; 
✓ Gastrorragia: hemorragia no estômago, sai do vaso para o lúmen 
do mesmo; 
✓ Hematêmese: vômito com sangue; 
✓ Hemoptíase: ocorre no trato respiratório; 
✓ Enterorragia: fezes com sangue; 
✓ Melena: hemorragia no estômago; 
✓ Hematoquezia: hemorragia no intestino; 
✓ Hematúria: sangue no trato urinário; 
➢ Internas (cavidades): 
✓ Hemoperitônio: hemorragia no peritônio; 
✓ Hemopericárdio: hemorragia no pericárdio; 
✓ Hemotórax: hemorragia no tórax; 
✓ Hifema: hemorragia na câmara ocular anterior; 
✓ Hematocele: hemorragia no espaço vaginal; 
✓ Hemorragia ventricular: hemorragia nos ventrículos cerebrais; 
✓ Hemartrose: hemorragia nas articulações; 
➢ Intersticiais (serosas, mucosas/transparência): 
✓ Petéquia: lesão milimétrica, puntiforme; 
✓ Equimose: lesão mediana, manchas avermelhadas; 
✓ Sufusão: lesão grande, com pranchas (placas avermelhadas, 
planiformes),junção de petéquias com equimoses; 
✓ Hematoma: aumento do volume do sangue, protuberância, 
acúmulo. 
- Resolução: 
➢ Pequenas hemorragias: reabsorção realizada por macrófagos que 
fagocitam hemácias (hemossiderina); 
➢ Grandes hemorragias: fibrose (substituição por tecido conjuntivo fibroso) 
e hematoma encistado. 
- Consequências: 
➢ Quantidade de sangue perdido: 
✓ Leve: perda de sangue menor que 20%; 
✓ Moderada: perda de sangue entre 20 e 40%; 
✓ Grave: perda de sangue maior que 40%; morte/choque. 
➢ Velocidade da perda: 
✓ Perda lenta atingindo 1/3 do sangue total; 
✓ Perda rápida atingindo 1/3 do sangue total; 
✓ Perda lenta e contínua (anemia). 
➢ Local da hemorragia: 
✓ Efeito compressivo/mecânico: amassa. 
✓ Efeito destrutivo da estrutura ou função do órgão; 
✓ Asfixia: aspirar o sangue. 
• Edema: 
- Acúmulo anormal de líquidos nos espaços teciduais e/ou no interior de cavidades 
naturais; 
- Degeneração hidrópica: acúmulo de líquido dentro da célula; 
- Fluxo fisiológico: 
➢ Equilíbrio entre a pressão hidrostática e a pressão osmótica; 
➢ Barreiras físicas; 
➢ Pressão; 
➢ Gradiente de concentração; 
➢ Microcirculação (vias linfáticas); 
➢ Pressão hidrostática: diminui no sentido da arteríola para a vênula; 
➢ Pressão osmótica: aumenta no sentido da arteríola para a vênula; 
- Causas: 
➢ Aumento da pressão hidrostática; 
➢ Aumento da permeabilidade capilar (inflamação); 
➢ Obstrução linfática; 
➢ Diminuição da pressão oncótica; 
➢ Aumento da pressão hidrostática venosa: 
✓ Alteração local do retorno venoso: 
▪ Compressão; 
▪ Obstrução; 
▪ Torção; 
▪ Hipostase (gravidade). 
✓ Alteração no retorno venoso sistêmico: 
✓ Insuficiência cardíaca congestiva: diminuição do débito 
cardíaco > diminuição da perfusão renal > estimulação 
do sistema renina angiotensina aldosterona > aumento da 
retenção de água e sódio > aumento do volume venoso 
> aumento da pressão hidrostática > aumento do volume 
extracelular > EDEMA. 
➢ Alteração da pressão oncótica: 
✓ Diminuição da pressão coloidal osmótica do plasma: líquido sai do 
vaso para meio externo e ocorre a diminuição de proteínas 
(albumina – fígado) e consequentemente a diminuição da pressão 
oncótica > EDEMA; 
✓ Hepatopatias: lesão hepática > hipoalbuminemia (pouca albumina) 
> diminuição da proteína plasmática > diminuição da pressão 
oncótica na extremidade venosa do capilar > EDEMA. 
✓ Doenças renais: mesmo das hepatopatias + diminuição da excreção 
de sódio > retenção de água e sódio > aumento da pressão 
hidrostática (diminuição da pressão oncótica) > EDEMA. 
✓ Má nutrição proteica; 
✓ Verminoses gástricas e intestinais. 
➢ Comprometimento da drenagem linfática (linfedema): pressão 
hidrostática e oncótica normais, porém o resto dos líquidos não são 
drenados, causando um desequilíbrio e o EDEMA. 
✓ Comprometimento de linfonodos por infecções ou neoplasias; 
✓ Comprometimentos linfáticos como compressão de vasos por 
tumores, parasitoses ou fibrose (elefantíase); 
✓ Má-formação de linfonodos e/ou vasos linfáticos: linfodema 
hereditário congênito que pode afetar caninos, suínos e bovinos. 
Aspecto brilhoso e gelatinoso. 
➢ Aumento da permeabilidade vascular: 
✓ Agressões diretas ao capilar (traumatismo); 
✓ Toxinas bacterianas; 
✓ Agentes tóxicos; 
✓ Anóxia celular; 
✓ Ação de mediadores químicos (edema inflamatório); 
✓ Reação alérgica (edema alérgico); 
✓ Histamina, bradicinina e leucotrienos. 
 - Classificação: 
➢ Distribuição: generalizado (anasar) ou localizado; 
➢ Duração: agudo (hiperemia) ou crônico (quadro generalizado); 
➢ Tipo de líquido: 
✓ Transudato: não inflamatório: 
▪ Baixo teor de proteínas; 
▪ Baixa densidade; 
▪ Baixa celularidade; 
▪ Aspecto límpido; 
▪ Causa: PO e PH. 
✓ Exsudato: inflamatório: 
▪ Alto teor de proteínas; 
▪ Alta densidade; 
▪ Alta celularidade; 
▪ Aspecto turvo; 
▪ Causa: permeabilidade vascular. 
- Características anatomopatológicas: 
➢ Consistência: mole ou dura; 
➢ Elasticidade: prova de Godet; 
➢ Temperatura: normal, quente (inflamação) ou fria (veias); 
➢ Sensibilidade: indolor ou doloroso (inflamação); 
➢ Outras alterações: palidez, cianose, eritema, pele lisa e brilhante. 
➢ Aspecto macroscópicos: brilhante e gelatinoso; 
➢ Aspecto microscópico: eosinofilia (proteínas). 
- Denominações: 
➢ Hidrocefalia: nos ventrículos cerebrais; 
➢ Hidrotórax: na cavidade torácica; 
➢ Hidropericárdio: no saco pericárdico; 
➢ Hidroperitônio: aumento de volume abdominal – peritonite (inflamação); 
➢ Hidrocele: nos testículos ou espaço vaginal; 
➢ Anasarca/hipropsia: edema generalizado; 
➢ Edema + tecido afetado: edema pulmonar, edema cerebral, edema cutâneo, 
etc. 
➢ Edema cerebral: 
✓ Vasogênico: inflamação, trauma, hipertensão e neoplasia; 
✓ Citotóxico: isquemia; 
✓ Hidrostático: hidrocefalia; 
✓ Hipo-osmótico: NaCl 
- Consequências: 
➢ Comprometimento mecânico das funções: 
✓ Pulmão – respiração; 
✓ Glote – asfixia; 
✓ Pleura – respiração; 
✓ Encéfalo – lesão mais grave/isquemia; 
✓ Pericárdio – dilatação/fluxo sanguíneo.

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