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TRAUMA PÉLVICO ● O trauma pélvico faz parte do trauma abdominal ● Trauma pélvico é um das situações mais complexas de ser conduzida, entre pacientes vítimas de traumas, representando 3% das lesões esqueléticas ● Altas taxas de mortalidade, principalmente entre aqueles com instabilidade hemodinâmica (rápida perda sanguínea, dificuldade de restabelecer hemostasia e lesões associadas ● Pacientes com fratura pélvica ○ 10-15% admitidos nas salas de emergência em choque ○ 32% de mortalidade ● Mecanismo do trauma pélvico ○ impacto do acidente. Quanta maior o impacto maior fratura, maior sangramento e maior a taxa de morte ○ ● anel pélvico é um compartimento ósseo fechado, que contém órgãos urogenitais, reto, nervos e vasos ● O sangramento de fraturas pélvicas pode ocorrer resultantes de lesão venosa (80%) e arterial (20%) ○ estruturas venosas: plexo pré-sacral e veias pré-vesicais ○ estruturas arteriais: ramos da a. ilíaca interna (anterior), artéria pudenda (anterior), artéria obturatória (anterior), artéria glútea superior (posterior), artéria sacral (posterior) ● Outras fontes de sangramento: fraturas ósseas ● Classificação das lesões de pelve ○ sistema de Young Burgess: baseado no padrão de fratura, permitindo julgamento sobre a estabilidade do anel pélvico ○ ○ ○ livro aberto: lesão ântero-posterior da sínfise púbica > 2,5cm ○ ○ A descrição anatômica, por si só, das lesões do anel pélvico não definem o tratamento das mesmas ○ a classificação do trauma pélvico (menor, moderado e grave) considera as lesões anatômicas do anel pélvico e, principalmente, o estado hemodinâmico ○ ○ Grave (WSES IV) ■ PA < 90 mmHg ■ FC > 120 bpm ■ Evidência de vasoconstrição (esfriamento, sudorese, diminuição do enchimento capilar) ■ alteração do nível de consciência ■ Taquipneia ○ Exame Físico ● Inspeção ○ Aberta ou fechada? ○ Presença de deformidade? ○ Assimetria no tamanho das pernas? ○ Rotação externa? ○ Presença de hematoma? ○ Inspeção do períneo (retenção urinária) ● Palpação do anel pélvico ○ Presença de diástase? Dor? Crepitação? ○ Presença de instabilidade rotacional ou vertical? ● Inspeção e palpação retal, gênito-urinário e vaginal ● alta incidência de lesões anorretais Exame de Imagem ● Radiografia pélvica ○ em pacientes instáveis hemodinamicamente: ajuda identificar lesões de risco do anel pélvico ○ Taxa de sensibilidade: 50-68% / Taxas de especificidade: 98% ○ Taxas de falso negativo: 32% → utilização questionada em pacientes estáveis ○ Importante para avaliar luxação de quadril → visando rápida redução ○ Não prevê mortalidade, hemorragia ou necessidade de angiografia ● Tomografia Computadorizada ○ padrão ouro ○ paciente precisa estar estável hemodinamicamente → sensibilidade e especificidade para fraturas ósseas de 100% ○ Fatores determinantes na tomada de decisão que orientam a angiografia: ■ extravasamento de contraste intravenoso (previsão de 98% ainda que sua ausência não exclui sangramento) ■ tamanho do hematoma pélvico (fortemente suspeita se > 500 cm³) ○ Ferramenta importante para avaliar lesões de outros órgãos, retroperitônio e osso, bem como também para decidir melhor o tratamento operatório subsequente ● Arteriografia de Pelve Como tratar fraturas pélvicas? ● Fazer o ABCDE ● C: controle da hemorragia ○ enfaixamento/fixação ○ descartar sangramento intraperitoneal ○ Angiografia, fixação, operação aberta ● Estabilização da fratura ○ Dispositivos de fixação provisória colocados no transporte ou sala de emergência → cintas/lençol (após sua colocação o paciente deve ser obrigatoriamente encaminhado ao centro cirúrgico para colocação de fixador externo) ○ fixador externo: posicionado no centro cirúrgico ○ ● Controle de sangramento ○ os procedimentos abaixo só serão necessários se, após a aplicação do fixador externo, o paciente continuar instável hemodinamicamente e se não houver outra possível fonte de sangramento: ■ tamponamento pélvico pré-peritoneal (TTP) ● associado ao fixador externo ● Momento do procedimento depende do protocolo institucional: ○ 1ª opção em serviços que não dispõem de arteriografia/embolização após excluir causas extra-pélvicas ○ opção inicial em alguns serviços ○ após angioembolização, quando esta não consegue controlar o sangramento ■ Embolização arterial: primeiras 24h pode ser utilizado com dispositivo de fixação provisória ● indicação: extravasamento de contraste na fase arterial da tomografia ou paciente hemodinamicamente instável após a fixação externa da bacia ● o sangramento é o de origem arterial em somente 15% dos casos de fraturas instáveis da bacia ● eficácia de 85% a 100% do controle do sangramento nos casos de etiologia arterial ● Necessidade de equipe especializada disponível, ou seja, não há sentido em pesquisar se o sangramento é de origem arterial se o hospital não dispor de recursos para a realização de arteriografia e embolização em caráter de urgência ● ● ● Armadilhas ○ retardar a laparotomia na presença de sangramento intraperitoneal ○ Lesões intra-abdominal / retroperitoneal ocultas ○ Ferimentos de dorso e flanco ○ Manipular repetidamente fratura de pelve ○ Lesão de medula / alteração de sensório ○ Resumo ● ABCDE e consultar precocemente o cirurgião ● A avaliação e o tratamento variam com o mecanismo e a resposta fisiológica ● Exame físico repetido e exames complementares ● Alto índice de suspeita ● Reconhecimento precoce/ laparotomia imediata (baço e fígado)
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