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Administrativo - Intervenção do Estado na Propriedade

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Intervenção do Estado na 
Propriedade Privada
Introdução
Essa matéria carece de atualizações que ainda
estão em discussão no congresso nacional, pois,
as leis que tratam sobre esse assunto são
antigas, datadas na década de 60. Paralelo a isso,
se observa que muito aspectos dessa
normatividade decorrem de construção
doutrinária e jurisprudencial que preenchem as
lacunas das leis e perceba que isso quebra o
paradigma que o direito administrativo é
extremamente legalista.
MARIA HELENA DINIZ: “A liberdade dos
indivíduos é inclusiva, o que significa que tudo
aquilo que não for proibido é permitido. Já o dá
liberdade do Estado é exclusiva, ou seja, o Estado
só pode fazer o que está positivado na lei.”
Marcus Seixas critica essa posição pois o direito
administrativo têm várias fontes, claro que
obviamente a lei é fonte, mas também têm os
NJs administrativos, jurisprudenciais, doutrinas…
A intervenção do Estado na propriedade privada
se dá quando ele têm razões muito relevantes e
então intervém de forma maior naquilo que
poderia ser visto como algo “muito sagrado” e
importante para a modernidade jurídica que é a
propriedade privada. O Brasil têm um regime
econômico capitalista, que respeita a propriedade
privada, mas, ela não é um direito absoluto do
indivíduo, mas perceba também que no direito
brasileiro nem a vida é absoluta, aqui não têm
direitos absolutos. Exemplo: a vida é um direito
que prevalece sobre os outros interesses de um
modo direito mas observe que existem situações
excepcionais em que a vida pode ser sacrificada,
como na situação dá pena de morte por
fuzilamento em caso de guerra, assim, perceba
que nem sempre a vida é um bem jurídico
blindado de tudo. Inclusive, a doutrina discute se
seria possível por exemplo a tortura em
determinadas circunstâncias, situações limites
como, por exemplo, um terrorista que escondeu
uma bomba nuclear. Assim, se justifica a
intervenção do Estado na propriedade:
 Função Social da Propriedade
Privada: CF E CC
Art. 5º CF Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
XXII - é garantido o direito de propriedade;
XXIII - a propriedade atenderá a sua função
social;
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para
desapropriação por necessidade ou utilidade
pública, ou por interesse social, mediante justa e
prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
casos previstos nesta Constituição;
XXV - no caso de iminente perigo público, a
autoridade competente poderá usar de
propriedade particular, assegurada ao proprietário
indenização ulterior, se houver dano;
Perceba que o inciso XXII não é absoluto, é tanto
que o seguinte vem e fala dá função social..
A função social quer dizer que a propriedade
precisa ter uma utilidade, e ela pode ser uma
utilidade privada ou social. Privada no caso é a
finalidade dado pelo proprietário e esse fim
precisa ser socialmente aceito e que agregue
valor a sociedade, eu não posso usar minha
propriedade privada como eu quiser, não posso
usar de uma forma que seja contrária ao
interesse público, exemplo disso são as restrições
que o poder público impõe ao imoveis perto do
aeroporto, o imóvel é até meu, mas eu não
posso construir uma torre de 50 andares, a lei
me proíbe, e isso é uma intervenção na minha
propriedade, pois, ela descumpriria a sua função
social ao atrapalhar serviços do aeroporto.
DESAPROPRIAÇÃO: Retira o bem do particular e
o transforma em bem público mediante justa e
prévia indenização.
O inciso XXV traz a requisição administrativa.
Este bloco normativo da CF trata da intervenção
do Estado e alude a função social que a
propriedade têm no direito brasileiro, e para
entender essa função social os bens particulares
sofreram intervenções, e elas podem ser menos
graves ou mais gravosas e todas serão analisadas
posteriormente.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar,
gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la
do poder de quem quer que injustamente a
possua ou detenha.
§ 3 o O proprietário pode ser privado da coisa,
nos casos de desapropriação, por necessidade
ou utilidade pública ou interesse social, bem como
no de requisição, em caso de perigo público
iminente.
Perceba que o CC não usa a expressão “função
social dá propriedade” mas ele mostra a
possibilidade dá propriedade ser desapropriada ou
requisitada, por isso, é preciso analisar o CC junto
com a CF e com as leis.
 Supremacia do Interesse
Público Sobre o Privado
Ela não está exatamente positivada, é mais uma
construção doutrinária do que juspositiva. É a
ideia que quando o particular têm um bem, ele
obviamente têm seu interesse privado e jurídico,
mas, o estado eventualmente pode, para
satisfazer o interesse público, precisar dessa
propriedade, e assim, todos os cidadãos têm que
aceitar esse fato que o interesse público é mais
relevante e de alguma forma o articular teria que
abrir mão de sua propriedade..
Introdução às Modalidades De
Intervenção
Desapropriação
Modalidade mais gravosa, há a perda dá
propriedade, mas que normalmente vai ser
indenizada. O cidadão perde sua propriedade mas
ele é compensado por isso. Normalmente essa
indenização vai ser em dinheiro e previamente a
desapropriação acontecer de fato, mas há
situações que a desapropriação pode ser
remunerada depois que ela acontece, ou até
mesmo não acontecer a indenização.
Tombamento
Ele se destina a proteção do patrimônio cultural
brasileiro, principalmente a determinados bens,
pode ser bens móveis ou imóveis, vai desde um
quadro a um casarão. Obviamente o
tombamento não pode alcançar bens imateriais,
o acarajé não pode ser tombado por exemplo,
ele pode até integrar como patrimônio cultural
brasileiro mas ele em si a comida não pode ser
tombado. 
Aqui, o uso e gozo do imóvel/móvel são
cerceados, mas o particular não perde o bem.
Ocupação
Temporária
O Estado precisa executar um serviço público,
por isso, ele precisa ocupar temporariamente
uma propriedade particular. Aqui, o estado não
precisa desapropriar o bem porque ele não
precisa dá propriedade para sempre, apenas a
posse temporária. Exemplo clássico disso é a
intervenção temporária para eleições. Perceba
ainda que o particular não pode se insurgir contra
isso.
Requisição
Administrativa
Apesar do nome, não é um pedido, é uma
ordem da administração pública para que o
cidadão disponibiliza o bem, e aqui pode ser bens
móveis, imóveis ou até serviços. Ela só pode
ocorrer em situações de emergência ou de
calamidade pública eminente.
Limitações
Administrativas
Normas de caráter geral e abstrato que se
aplicam a determinados bens, sempre firmada
por lei que ela mesmo diz quais são essas
propriedades atingidas. Aqui, o Estado não sabe
quem é exatamente que tá sendo atingido.
Exemplo: construção de andares próximo ao
aeroporto, o Estado não está diretamente
atingido x pessoa, mas sim, a todos ali próximo
ao aeroporto, o que é diferente das outras
modalidades que são diretamente ligados com o
proprietário do imóvel que se quer desapropriar
por exemplo.
Servidão
Administrativa
As limitações visam fazer o cidadão suportar uma
restrição no seu uso dá propriedade.
Perceba que existe a servidão privada, e aqui é
essa imposição mas pelo Estado. Exemplo: o
Estado quer passar uma fiação elétrica numa
fazenda, então, o Estado comunica e o
administrado vai ter que suportar.Perceba que não se confunde com a limitação
administrativa porquê ele está direcionado e não
é nada abstrato, há uma intervenção física. O
administrado aqui só vai receber indenização se
provar que teve prejuízo.
LIMITAÇÕES E SERVIDÕES
ADMINISTRATIVAS
Limitações
Administrativas
Elas são particularmente peculiares pois entre
todas as modalidades são as únicas que são
habitualmente configuradas por meio de atos
legislativos, mas perceba que os atos
administrativos leva a produção de efeitos
concretos normalmente individuais, a
administração faz a desapropriação sobre um
imóvel pré conhecido pela adm, enquanto que o
legislativo é mais amplo, ele não pensa em
alguém específico. O tipo normativo é abstrato..
Exemplo de limitação: proibição de construção
de prédios com mais de 5 andares perto de
aeroportos.
TEMPO DÁ LIMITAÇÃO: costuma ser definitiva.
Ela pode até deixar de existir, mas, quando criada
ela é criada para viger de maneira indeterminada,
mas isso não quer dizer que ela não pode ser
alterada ou revogada..
MOTIVO: Interesses públicos abstratos, que na
prática ajudam a delimitar o conteúdo dá função
social dá propriedade..
INDENIZABILIDADE: Limitações não são
indenizáveis, há exceções colocadas pela doutrina
(como por exemplo a situação que a prefeitura
emite um alvará de construção de prédios de 10
andares perto do aeroporto, mas, depois que o
particular já comprou tudo, não permitem
porquê há uma limitação que proíbe, mas
perceba que a lei já existia no momento que o
alvará foi emitido). O principal argumento para a
não indenização é que não há um vínculo entre
a administração e o administrado, já que a
limitação não é feita “para alguém”, ela surge de
uma norma abstrata..
Mas perceba que se na situação de prédios já
construídos/em construção, a limitação vai
respeitar os atos jurídicos perfeitos..
INCIDÊNCIA: Maioria em bem imoveis, mas, pode
ser também em bens móveis e serviços
(exemplo: hospitais particulares são obrigados a
atender pessoas em risco de vida).
A limitação se liga muito com o poder de polícia..
Servidões
Administrativas
São uma espécie “importada” dá servidão civil,
por meio do qual existe um imoveis dominante e
o serviente. A servidão é um direito real que se
opõe a um imóvel, não é um vínculo entre as
pessoas. A servidão de passagem se torna um
ônus que vincula o imóvel. Elas são IMPOSTAS
(diferente dá predial que têm negociação)
quando a adm precisa executar um serviço
público, ISSO FICA AVERBADO NA MATRÍCULA
DO IMÓVEL. Exemplo: construção de torres de
eletricidade, o Estado precisa levar energia ao
interior
CARACTERÍSTICAS:
 Atos individuais e concretos
 TEMPO: Definitividade. PODE SER
DESCONSTITUÍDA (ou LEVANTADA)
SE:
 O serviço que motivou a servidão
se tornar desnecessária.
 Destruição do imóvel.
 Destruição do imóvel dominante
(o imóvel do estado que promove
a servidão, no exemplo do Estado
levando energia pro interior, o
imóvel dominante seria o poste)
 INDENIZABILIDADE: É passível de causar
o dever de indenizar, lembrando que essa
indenização é prévia e não pelo tempo
de utilização. Essa indenização não é
presumida, é preciso provar que houve
algum prejuízo por causa dá servidão.
MERO ABORRECIMENTO NÃO É
PASSÍVEL DE INDENIZAÇÃO, como, por
exemplo, quando o Estado impõe que
seja colocado a placa dá rua na fachada
de uma casa, isso não é passível de
indenização. Existe um limite máximo ao
montante dessa indenização = o valor do
imóvel, nunca poderá ser maior que ele,
até porque, se pudesse ser, seria mais
vantagem desapropriar..
 AUTOEXECUTORIEDADE: Não existe o
Estado chegar e impor a servidão, utilizar
de força policial para fazer uso de sua
autoexecutoriedade. É verdade que o
Estado pode obrigar o particular a
suportar a servidão, é um direito
potestativo dele e nada o cidadão pode
fazer sobre. Mas, o fato de que a
intervenção se impõe, não quer dizer
que o estado não deva seguir o rito legal
para formalizar essa servidão
administrativa, até porque é nesse rito
que se assegura o devido processo legal
e a ampla defesa. O cidadão precisa ser
notificado.
Essa modalidade não têm ampla previsão legal
além do decreto lei 3365/41 (que é de
desapropriação), vai trazer en passant sobre a
servidão.
Art. 40.. O expropriante poderá constituir
servidões, mediante indenização na forma desta
lei.. (Vide Decreto nº 35.851, de 1954)
Assim, a doutrina acaba por construir uma base
para esse instituto.
 Quando o ente quer aplicar a servidão
precisa ser adotado um procedimento
igual ao dá desapropriação.
Ocupações Temporárias e
Requisições Administrativas
Ocupações
Temporárias
CARACTERES:
 Atos individuais e concretos adotados pela
adm pública para ocupar bens imóveis.
 CRITÉRIO TEMPORAL: Provisória.
 MOTIVO: Execução de obra ou de
serviço público
 INCIDÊNCIA: Bens imóveis.
 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL: Decreto lei
3365/41
Art. 36. É permitida a ocupação temporária,
que será indenizada, afinal, por ação própria, de
terrenos não edificados, vizinhos às obras e
necessários à sua realização.
O expropriante prestará caução, quando
exigida.
Perceba que essa lei surge num momento que o
Brasil estava precisando construir muitas estradas
mas no caso a ocupação surge para viabilizar as
obras públicas pois durante a construção acaba
se ocupando as margens dá rodovia..
A doutrina propõe uma ampliação dá ocupação
temporária para que elas pudessem contemplar
também a execução de serviços públicos.
Exemplo: utilização de escolas privadas para as
eleições. Nesse caso dá ocupação destinada a
execução de serviços públicos NORMAIS não há
como regra indenização, o que é diferente do
decreto 3365. é como se a lei criasse uma
presunção legal que há dano a ser indenizado já
que normalmente a para obra pública costuma
demorar, claro que é temporária, mas demora
NE a construção dá obra, então como é uma
ocupação demorada presuma se que há danos,
presunção essa que não existe na execução de
serviços, como vacina que demora 4 dias,
eleições 2 Pode ser que essa ocupação…
prejudique rentabilidade econômica daquele
imóvel que foi ocupado ou não, vai depender dá
demonstração pela administrado dá existência de
algum prejuízo concreto, ou então se o Estado
durante sua estadia tenha danificado algo do
imóvel. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Atos/decretos/1954/D35851.html#art6
 INDENIZABILIDADE: Indenizável na
hipótese legal prevista, as demais
depende de comprovar algum prejuízo.
Na ocupação de imóveis se presume e a
de serviços não se presume só se for
comprovada.
DUAS LÓGICAS DÁ LEI FALAR EM TERRENO
NÃO EDIFICADO:
 Se o terreno for edificado presume se
que ele tenha alguma utilidade econômica,
então é melhor que ele ocupe terrenos
não edificados pois ai a indenização vai
ser menor.
 Se o terreno for edificado o Estado vai
ter menos espaço de manobra para fazer
aquilo que ele quer.
É como se a autorização legal do art 36 fosse só
pro Estado ocupar terrenos não edificados e
assim obviamente só indenizará ele. Mas perceba
que no caso concreto se o Estado ocupa um
terreno não edificado e há prejuízo ele vai ter
que arcar com isso, o Estado poderia até querer
alegar que não pagaria porque o 36 só autoriza
terrenos não edificados, mas dificilmente isso
vingaria, o particular poderia ir ao judiciário e
provavelmente conseguiria uma analogia com
outras figuras e seria indenizado.
EM RELAÇÃO ÀS OCUPAÇÕES DE SERVIÇO O
ESTADO NÃO ARCA COM OS CUSTOS DE
ENERGIA ELÉTRICA, ÁGUA Não há…
indenização por isso em relação aos serviços,
gera um gasto pro particular? sim, mas
dificilmenteeles buscam litigar sobre isso.. há
quem seja a favor dá cobrança e há quem seja
contra (justificando com a função social dá
propriedade). Mas, nas obras o estado costuma
arcar com tudo isso até porquê o gasto é bem
maior que no serviço.
Requisições
Administrativas
 ATOS INDIVIDUAIS E CONCRETOS: o
Estado pode se apossar/fruir de bens
móveis ou imóveis ou de serviços feitos
pelos particulares desde que isso se
destine a lidar com um iminente perigo
público..
 CRITÉRIOS TEMPORAL: Provisória
 INDENIZABILIDADE: Posterior se
comprovado prejuízo.
Exemplo de requisição: Na tragédia de Mariana, o
Estado requer administrativamente os carros 4x4
de todo mundo que mora perto para salvar às
vítimas soterradas, perceba que se o carro
quebra o estado deverá indenizar esse cidadão.
Mas perceba que estes danos não podem ser
insignificantes, se, por exemplo, nesse dá tragédia
se o carro é devolvido sujo de lama o Estado…
não vai indenizar isso.
Esse instituto foi muito utilizado na pandemia, mas
perceba que assim o estado vai pagar inclusive o
lucro que o hospital deixou de ter, e nessa
situação específica como foi um gasto
exorbitante pode ser que o estado tenha que
pagar os prejuízos de maneira antecipada porque
o hospital pode não suportar tanto gasto.
OBS: uma vez que o particular achar que não é
uma situação de emergência pública, poderia se
insurgir contra ela e impetrar um mandado de
segurança.
 MOTIVO: Iminente perigo público
 AUTOEXECUTORIEDADE E AUSÊNCIA
DE MAIORES FORMALIDADES:
 FUNDAMENTAÇÃO LEGAL GENÉRICA:
Art, 5º XXV dá CF
Art. 5º Todos são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade,
nos termos seguintes:
XXV no caso de iminente perigo–
público, a autoridade competente poderá
usar de propriedade particular, assegurada
ao proprietário indenização ulterior, se
houver dano;
 OUTRAS LEIS:
 Decreto lei 4.812/1942 que
disciplina a requisição, tanto civil
como militar;
 Decreto-Lei 2/1966, que autoriza a
requisição de bens ou serviços
essenciais ao abastecimento da
população.
Tombamento
Instituto que têm como objetivo a proteção do
patrimônio cultural brasileiro. A CF obriga o poder
público a adotar medidas para garantir a
proteção deste patrimônio, inclusive isso está
disposto no seu art 216 (FUNDAMENTO
CONSTITUCIONAL):
§ 1º O Poder Público, com a colaboração da
comunidade, promoverá e protegerá o
patrimônio cultural brasileiro, por meio de
inventários, registros, vigilância, tombamento e
desapropriação, e de outras formas de
acautelamento e preservação.
Mas perceba que ele não é a única maneira de
garantir essa preservação, é tanto que o §1º
poderá até desapropriar, o estado deve avaliar o
que é mais adequado para o caso concreto,
inclusive o bem pode ficar nas mãos do particular
e ser tombado, o tombamento é menos gravoso
que a desapropriação na medida que com o
tombamento é imposto ao particular que ele
conserva coisa sem que necessariamente o
particular perca o domínio/propriedade do objeto
tombado mas reduz uso, gozo e usufruto do
proprietário. Um bem integrante do patrimônio
cultural potencializa demais a função social dá
propriedade.
MARCO INFRACONSTITUCIONAL SOBRE O
TOMBAMENTO: -
O QUE PODE SER TOMBADO?
O tombamento é uma RJ de DIREITO REAL, isso
significa que o tombamento incide sobre o bem
IMÓVEL (e o móvel também mas ele não têm
matrícula) diretamente, ele persiste sobre a coisa
ainda que o bem seja alienada por um terceiro,
ela atinge A COISA e não o
administrado/proprietário. Inclusive o tombamento
pode ser averbado na matrícula do imóvel, para
potencializar a publicidade e oponibilidade a
terceiros do tombamento.
Por ser de direito real essa modalidade só pode
incidir sobre bens materiais, sejam eles móveis ou
imóveis. Um RJ de tombamento não pode incidir
sobre bens imateriais, mesmo que eles integrem
o patrimônio cultural brasileiro. Exemplo: PODE
SE TOMBAR O ACARAJÉ? O acarajé integra o
patrimônio cultural brasileiro, mas ele não pode
ser tombado já que o acarajé é imaterial, não é
tombado o acarajé em si porque o acarajé é
uma receita, não é tombado um acarajé pronto
de uma baiana, mas isso não quer dizer que ele
não seja passível de proteção por ser patrimônio
cultural.
O TOMBAMENTO É UM ATO DISCRICIONÁRIO
OU VINCULADO?
Essa discussão se origina de uma má
compreensão do que seria objeto de
discricionariedade e o que seria vinculado. O
tombamento é vinculado no sentido de que
verificada a relevância de um determinado bem
para o patrimônio cultural os órgãos culturais
deverão tombar, não há discricionariedade aqui,
sempre que se identifica que p bem é relevante
não existe a discricionariedade para não tombar.
Há discricionariedade somente na análise se o
bem é relevante ou não, apenas isso, essa
avaliação é livre para o órgão cultural mas uma
vez identificado que é relevante não há a opção
de não tombar.
A CF já traz no caput o que seria patrimônio
cultural brasileiro, só não pode os bens imateriais
serem tombadas:
Art. 216. Constituem patrimônio cultural
brasileiro os bens de natureza material e imaterial,
tomados individualmente ou em conjunto,
portadores de referência à identidade, à ação, à
memória dos diferentes grupos formadores da
sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III as criações científicas, artísticas e–
tecnológicas;
IV as obras, objetos, documentos,–
edificações e demais espaços destinados às
manifestações artísticos culturais;
V os conjuntos urbanos e sítios de valor–
histórico, paisagístico, artístico, arqueológico,
paleontológico, ecológico e científico.
UM BAIRRO PODE SER TOMBADO? OU UMA
REGIÃO? NÃO, ele não existe juridicamente, mas
há vários tombamentos individuais, não dá para
tomar tudo de vez, têm que tombar um por um.
Exemplo: um órgão cultural poderia tombar
todos os imóveis do pelourinho, mas cada um é
um processo individual..
TODOS OS ENTES FEDERADOS SÃO
CAPAZES DE PROMOVER O TOMBAMENTO,
inclusive, há o patrimônio cultural de cada estado
e é possível de ter o município também.
Inclusive, algumas cidades vem implantando
medidas para restringir modificações nos imóveis
por parte dos proprietários, principalmente
lugares como o marco de fundação da cidade e
isso é feito por meio de uma lei que cria uma
espécie de área de proteção cultural
(semelhante a área de proteção ambiental).
Muitas pessoas entendem que essa proteção
coletiva às características arquitetônicas daquela
região dá cidade, que isso seria um tombamento
coletivo, mas Marcus Seixas entende que não há
tombamento coletivo, e na verdade o que essas
leis fazem sobre esses imóveis é mais uma
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA DE NATUREZA
ARQUITETÔNICA E CULTURAL, até porque o
tombamento teriam maiores efeitos do que
essas leis que na verdade só são limitações, e
perceba que isso não está contrário a CF já que
o §1º traz uma cláusula geral permitindo outras
medidas que não estão previstas ali no parágrafo
primeiro..
PROCESSO ADMINISTRATIVO DO
TOMBAMENTO: Decreto lei nº 25/1937
Esse decreto-lei regulamentada a proteção do
patrimônio histórico e artístico nacional a partir do
art 4º e ss. O processo vai variar de acordo com
QUEM tá tombando, se for a União vai ser por
esse decreto, mas se forem estados/municípios
podem existir leis desses entes que podem
modificar isso. Mas de qualquer jeito, em todos os
entes o processode tombamento obedece a
mesma lógica e segue às mesmas etapas
essenciais:
1. SEMPRE CONDUZIDO POR UM ÓRGÃO
CULTURAL. No caso específico da União
o órgão responsável é o IPHAN, que é
uma autarquia federal que têm
representação em vários estados. Aqui na
Bahia há o IPAC (instituto do patrimônio
artístico e cultural dá Bahia). Todo órgão
cultural precisa de um CONSELHO
CONSULTIVO, que é um conselho de
notáveis, pessoas que reconhecidamente
têm uma percepção/compreensão sobre
o patrimônio cultural e que portanto são
indicadas para esse conselho para opinar
nos processos de tombamento. Diante dá
manifestação do conselho, que entende
que determinado bem devem ser objeto
de tombamento, é expedido uma
NOTIFICAÇÃO DIRIGIDA AO
PROPRIETÁRIO DO BEM A SER
TOMBADO. QUEM PEDE É O
DEPARTAMENTO TÉCNICO DO ÓRGÃO
e o conselho vai julgar se deve ser
tombado caso o proprietário resista.
2. NOTIFICAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DO
BEM A SER TOMBADO: Art 7º do
decreto 25. O proprietário pode
concordar com o tombamento e ai
ocorrerá um TOMBAMENTO
VOLUNTARIO. Ele pode até mesmo ele
perceber que seu bem deveria ser
tombado e pedir ao conselho.
Art. 7º Proceder-se à ao tombamento voluntário
sempre que o proprietário o pedir e a coisa se
revestir dos requisitos necessários para constituir
parte integrante do patrimônio histórico e
artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário
anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer,
para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros
do Tombo.
SE O PROPRIETÁRIO RESISTE AO
TOMBAMENTO ele vai apresentar
argumentos que vão defender que o
bem não merece ser tombado. Se isso
acontecer, haverá um processo para que
ele possa fazer essa defesa.
OBS: se o proprietário não fala nada
sobre o tombamento haveria uma
“revelia” do proprietário.
Art. 9º O tombamento compulsório se
fará de acordo com o seguinte processo:
O bem não pode ser tombado sem que o
proprietário seja notificado para se manifestar,
sob pena de invalidade do tombamento. Não se
trata de mera formalidade, é essencial para a RJ
que isso aconteça.
O TOMBAMENTO PODE SER DESFEITO! Isso
pode ocorrer sempre que se perceba que
houve uma avaliação equivocada, o administrado
sempre pode provocar o órgão cultural para que
seja reanalisado se aquele bem deveria mesmo
estar tombado. Perceba ainda que o processo de
desfazer o tombamento vai ter praticamente o
mesmo processo do tombamento, já que precisa
haver ainda essa ideia dá ampla defesa ofertada
ao administrado.
EFEITOS DO TOMBAMENTO: Ainda no decreto
25, art 11 ao 21.
RESTRIÇÕES:
 O proprietário tem a obrigação de
conservar o bem tombado. Ele têm
inclusive que alocar recursos para garantir
a conservação do estado atual dá coisa +
de só interferir no bem com uma
autorização do órgão que tombou por
meio de um processo para demonstrar
um plano de intervenção no bem para
ser avaliado pelo órgão, para garantir que
nada essencial do imóvel seja alterado. Se
o proprietário não têm recursos para isso
ele fica coobrigado com o órgão para
conservarem (art 19).
Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em
caso nenhum ser destruídas, demolidas ou
mutiladas, nem, sem prévia autorização especial
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas,
sob pena de multa de cinquenta por cento do
dano causado.
Parágrafo único. Tratando-se de bens
pertencentes à União, aos Estados ou aos
municípios, a autoridade responsável pela
infração do presente artigo incorrerá
pessoalmente na multa.
Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não
dispuser de recursos para proceder às obras de
conservação e reparação que a mesma
requerer, levará ao conhecimento do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a
necessidade das mencionadas obras, sob pena de
multa correspondente ao dobro da importância
em que for avaliado o dano sofrido pela mesma
coisa.
 A coisa tombada não pode sair do país se
não por curto prazo (bens móveis óbvio).
Art. 14. A. coisa tombada não poderá sair
do país, senão por curto prazo, sem
transferência de domínio e para fim de
intercâmbio cultural, a juízo do Conselho
Consultivo do Serviço do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional.
 Furto dos bens móveis:
Art. 16. No caso de extravio ou furto de
qualquer objeto tombado, o respectivo
proprietário deverá dar conhecimento do
fato ao Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, dentro do prazo de
cinco dias, sob pena de multa de dez por
cento sabre o valor da coisa.
 Restrições na vizinhança:
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se
poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer
construção que lhe impeça ou reduza a
visibilidade, nem nela colocar anúncios ou
cartazes, sob pena de ser mandada destruir a
obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso
a multa de cinquenta por cento do valor do
mesmo objeto.
INDENIZAÇÃO DO TOMBAMENTO:
Esse assunto é muito questionado, poderia o
estado impor ao administrado no uso e gozo do
bem e não indenizar? SIM, o tombamento não
têm em regra um dever de indenizar o
administrado em razão disso. O administrado ao
adquirir aquele bem deveria imaginar que aquele
bem já era/poderia ser tombado e que teria que
arcar com isso.
Alguns doutrinadores discutem que
eventualmente o tombamento poderia gerar o
dever de indenizar se se provasse que a
manutenção do bem impediria o administrado de
fazer algo no imóvel e lhe prejudica
economicamente, mas isso é um entendimento
MINORITÁRIO, a maioria dá doutrina entende que
o tombamento nunca geraria o dever de
indenizar.
	Intervenção do Estado na
	Propriedade Privada
	Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
	§ 3 o O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente.
	Introdução às Modalidades De Intervenção
	Tombamento
	Ocupação Temporária
	Requisição Administrativa
	Limitações Administrativas
	Servidão Administrativa
	Limitações E Servidões Administrativas
	Limitações Administrativas
	Servidões Administrativas
	Art. 40.. O expropriante poderá constituir servidões, mediante indenização na forma desta lei.. (Vide Decreto nº 35.851, de 1954)
	Ocupações Temporárias e Requisições Administrativas
	Ocupações Temporárias
	Art. 36. É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.
	O expropriante prestará caução, quando exigida.
	Requisições Administrativas
	Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
	XXV – no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
	Tombamento
	§ 1º O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação.
	Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referênciaà identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
	I - as formas de expressão;
	II - os modos de criar, fazer e viver;
	III – as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
	IV – as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artísticos culturais;
	V – os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
	Art. 7º Proceder-se à ao tombamento voluntário sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo.
	Art. 9º O tombamento compulsório se fará de acordo com o seguinte processo:
	Art. 17. As coisas tombadas não poderão, em caso nenhum ser destruídas, demolidas ou mutiladas, nem, sem prévia autorização especial do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ser reparadas, pintadas ou restauradas, sob pena de multa de cinquenta por cento do dano causado.
	Parágrafo único. Tratando-se de bens pertencentes à União, aos Estados ou aos municípios, a autoridade responsável pela infração do presente artigo incorrerá pessoalmente na multa.
	Art. 19. O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas obras, sob pena de multa correspondente ao dobro da importância em que for avaliado o dano sofrido pela mesma coisa.
	Art. 14. A. coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
	Art. 16. No caso de extravio ou furto de qualquer objeto tombado, o respectivo proprietário deverá dar conhecimento do fato ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, dentro do prazo de cinco dias, sob pena de multa de dez por cento sabre o valor da coisa.
	Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do mesmo objeto.

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