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Apresentação Demografia Econômica

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Um retrato de duas décadas do mercado de trabalho brasileiro
Introdução
Esta apresentação tem como objetivo analisar o comportamento do mercado de trabalho brasileiro com base nos dados do período de 1992 a 2012 da PNAD do IBGE, observando o papel da dinâmica demográfica e nos principais indicadores do mercado de trabalho, sendo:
a) Taxa de desemprego;
b) Taxa de participação;
c) Taxa de ocupação;
d) Grau de informalidade;
e) Rendimento real do trabalho;
f) Gênero;
g) Faixa etária;
h) Anos de escolaridade.
A autora inicia sua análise observando o impacto significativo provocado pela diminuição do ritmo de crescimento da população e pelas mudanças em sua estrutura etária, causada pela dinâmica demográfica do perfil da oferta de força de trabalho brasileira nos últimos sessenta anos. Essa transição afeta diretamente o tamanho e a composição da população em idade ativa (PIA), refletindo na disponibilidade da mão de obra brasileira.
Temos de analisar os 4 componentes principais que definem a capacidade de o mercado de trabalho prover algum valor:
a) A quantidade da força de trabalho, sendo uma função do total da população do país;
b) A estrutura etária dessa população, que aponta a quantidade de adultos existentes;
c) A taxa de participação, que se revela sendo a disposição ao emprego dessa população, ou seja, a decisão do trabalhador do quanto ofertar em trabalho de acordo com o salário oferecido;
d) A qualidade dessa força de trabalho, que é fruto do nível educacional dessa população, determinando a produtividade do trabalho; 
Por fim, veremos que a elevação da qualificação do perfil da mão de obra, o aumento da parcela da população em idade ativa e a maior inserção das mulheres no mercado de trabalho são exemplos dessas mudanças observadas no período de 1992 à 2012.
Conceitos
PIA: toda a população com 15 anos de idade ou mais e compreende a população apta a exercer uma atividade econômica, ou seja, a população economicamente ativa (PEA) e a população não economicamente ativa (PNEA). No caso das estatísticas brasileiras, não há limite superior de idade.
População inativa ou população economicamente dependente: grupo da população entre 0 e 14 anos de idade e o de mais de 65 anos de idade, ou seja , o grupo que teoricamente não está apto a exercer uma atividade econômica.
PEA: população com 15 anos de idade ou mais que está inserida no mercado de trabalho, ou seja, é a parcela da PIA que está ocupada ou procurando trabalho. 
PNEA: população com 15 anos de idade ou mais que não está inserida no mercado de trabalho, ou seja, parcela da PIA que não está envolvida diretamente em atividade econômica. Estão incluídos os que desistiram de buscar trabalho ou não querem trabalhar, os incapacitados, os estudantes. 
Taxa de participação: razão entre a PEA e a PIA.
Taxa de desemprego: parcela da PEA que está desempregada .
Taxa de informalidade: soma de trabalhadores por conta própria que não contribuem para a previdência e sem carteira de trabalho assinada.
Índice de Gini: medida do grau de concentração.
Razão de dependência e janela de oportunidades – 1992 a 2012
Um momento demográfico que passa por um estágio de taxas de mortalidade extremamente baixas em conjunto com uma queda nas taxas de fecundidade, resulta diretamente em uma fase de crescimento populacional moderada, impactando diretamente o tamanho e a composição etária da população. Este era exatamente o momento demográfico do Brasil no período da publicação da obra da autora. 
Razão de dependência
O primeiro ponto que merece análise é que a proporção da população potencialmente ativa, ou seja, entre 15 e 64 anos de idade, apresentou uma tendência de aumento nos vinte anos analisados. Em 1992 a população potencialmente ativa estava em torno de 88,6 milhões (61% da população total); já em 2012, este montante estava em torno de 133 milhões de pessoas (sendo 69% do total populacional).
A população de jovens e adultos entre 15 e 64 anos tem crescido a taxas relativamente menores que a população de idosos, fato que é explicado pela queda na taxa de fecundidade verificada a partir da década de 1980, como visto no primeiro texto da disciplina.
Obs: Espera-se que a tendência de queda da taxa de crescimento populacional continuará, e que em meados da década de 2030 haja um processo de redução da população brasileira.
Logo, o primeiro ponto que cabe nossa atenção é o de que essa significativa alteração na composição etária da população brasileira durante o período de 1992-2012 contribuiu diretamente para a redução na chamada razão de dependência demográfica, representado pela razão entre o grupo etário economicamente dependente e o segmento potencialmente produtivo. Houve uma queda na razão de dependência da população entre 0 e 14 anos de idade, mas por outro lado, houve um aumento na dependência dos idosos ao longo desse período. Há projeções de que para as próximas décadas haja um decréscimo na razão de dependência das crianças, e aumento na dos idosos. No que diz respeito ao nosso estudo, este seria o um possível “ônus demográfico”.
A alteração na composição da população para um perfil etário mais elevado somada à queda da população potencialmente ativa são barreiras demográficas que tendem a limitar o crescimento da força de trabalho no Brasil. 
Em 2012 essa razão de dependência dos idosos (população acima de 65 anos) era de 8,7% e há expectativas de que em 2050 seja de 25% sendo este um cenário que demanda políticas públicas direcionadas às questões de financiamento da seguridade social e de envelhecimento da população.
Janela de oportunidades
Um período de crescimento simultâneo da população potencialmente ativa e de redução na razão de dependência demográfica constitui uma “janela de oportunidades”, ou um “bônus demográfico” que proporciona maior crescimento econômico.
Força de trabalho, nível de ocupação e desemprego
As pessoas que fazem parte da PIA defrontam-se com a decisão entre participar ou não do mercado de trabalho, estando em duas situações: empregado ou buscando emprego. Na década de 1990 houve uma tendência de alta do volume de desempregados, mas de queda nos anos 2000.
Através do fenômeno puramente demográfico que é o crescimento da PIA houve um aumento contínuo da população ocupada (PO). Havendo aumento na oferta de trabalho, fruto das taxas de crescimento positivas da taxa de participação, a população ocupada (PO) igualmente se eleva.
Análise dos principais indicadores do mercado de trabalho
a) Taxa de participação: definida como a razão entre a PEA e a PIA, esta permaneceu relativamente estável ao longo das últimas décadas no Brasil e é resultado de uma tendência de que na taxa de participação dos homens e de elevação entre as mulheres. Um dos fatores que explica a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho é a redução de obstáculos de natureza não econômica, como a queda da taxa de fecundidade, o aumento da escolaridade feminina e, também, a necessidade de complementação de renda no domicílio.
Um ponto que merece atenção é a taxa de participação dos jovens de 15 a 24 anos. Em cenários de queda, pode significar uma tendência positiva caso eles não estejam no mercado de trabalho por estarem elevando seu grau de escolaridade, ou negativa, caso não estejam ampliando seu capital humano. Os adultos entre 25 e 49 anos apresentam a maior taxa de participação entre os grupos etários. Já a taxa de participação dos indivíduos com mais de 65 anos apresenta uma tendência de queda ao longo dos últimos 20 anos, fruto da maior discriminação e competitividade no mercado de trabalho.
Há autores, como Camarano, Kanso e Fernandes que entendem que há uma saída “precoce” do mercado de trabalho que contribui para o aumento da dependência da população idosa em relação a ativa e pressiona as finanças publicas, especialmente a tributária. 
A taxa de participação tem o formato de “U” invertido, ou seja, aumenta entre a faixa etária mais jovem até o grupo de 25 a 49 anos e se reduz a partir de então.
Essataxa de participação aumenta com os anos de escolaridade do indivíduo. Por outro lado, os menos escolarizados apresentam uma tendência de queda, acentuada na década de 2000. A partir de meados de 1990, a composição da população em anos de escolaridade se alterou de forma significativa. Atualmente, a maior parte da PIA (60%) tem o ensino fundamental completo.
b) Taxa de ocupação: ao longo dos anos 2000, no Brasil essa taxa apresentou uma tendência de alta. Durante este período, as mulheres apresentaram uma tendência de elevação, enquanto os homens observaram uma tendência de queda. Já os jovens de 15 a 24 anos de idade reduziram sua taxa de ocupação ao longo dos últimos vinte anos, e os adultos de 25 a 49 anos a ampliaram. Essas tendências na taxa de ocupação levaram à diminuição da parcela de jovens e ao aumento da proporção dos adultos mais velhos no mercado de trabalho. Em outras palavras, resultaram no envelhecimento da força de trabalho.
Através dos dados observados, verificamos também que há uma maior seletividade na demanda por trabalho no Brasil. Entre 1992-2012, a parcela da PO com pelo menos onze anos completos de estudo aumentou de 20% para 50%. Em contrapartida, os trabalhadores menos escolarizados vêm perdendo espaço no total de ocupados, reduzindo de 34% para 12% do total de ocupados.
c) Taxa de desemprego: sendo o indicador mais utilizado para a avaliação do desempenho do mercado de trabalho em uma economia, quando se tem baixas taxas de desocupação, é sinal de que o mercado de trabalho está aquecido e passa por um bom momento, o que se revela ao contrário quando se tem níveis elevados deste indicador. Durante os anos 1990, este indicador apresentou níveis elevados, indicando um mercado de trabalho desaquecido. Já nos anos 2000 houve uma reversão, apresentando queda. Também apresenta um comportamento de “U” invertido.
Vale ressaltarmos a ampla diferença entre a taxa de desemprego das mulheres (11,2%) e a dos homens (6,6%), ao contrário do que ocorre no contexto internacional, onde a diferença entre as taxas de desemprego dos gêneros é bem inferior que a brasileira.
Outro fato que merece atenção é o comportamento da taxa de desemprego dos jovens em comparação com a dos adultos. Os jovens do mundo todo tem uma probabilidade três vezes maior de estarem desempregados que os adultos. Dois terços da população jovem em países em desenvolvimento encontram-se empregados informalmente, inativos ou sem estudar. 
Informalidade
Definido basicamente como a soma de trabalhadores por conta própria que não contribuem para a previdência e sem carteira de trabalho assinada, ao longo da década de 1990 o mercado de trabalho brasileiro era composto por uma elevada proporção de trabalhadores sem contrato formal de trabalho, alcançando 51% do total de trabalhadores em 1999. Desde 2002, tem apresentado uma tendência de queda significativa, atingindo em 2012 seu menor nível, 39%.
Os trabalhadores com menor taxa de informalidade são os da faixa etária entre 25 e 49 anos 43%, indicando que os mais jovens, por sua vez, apresentam taxa de informalidade superior (53%). Essa taxa de informalidade tende a diminuir com o nível educacional do trabalhador. Com o aumento no nível de escolaridade, o conjunto de trabalhadores ocupados passa a contar com uma parcela cada vez maior de indivíduos mais escolarizados com baixo grau de informalidade. De acordo com Mello e Santos (2009) e Barbosa Filho e Moura (2012), a escolarização da força de trabalho no Brasil foi o principal fator para a redução da informalidade nos últimos anos.
Diferenciais de rendimentos por gênero e anos de escolaridade
A redução significativa no grau de concentração da renda do trabalho é o principal determinante que explica a trajetória de queda da desigualdade de renda per capita no Brasil, iniciada em meados da década de 1990. Há importantes fatores responsáveis pela trajetória de queda da desigualdade de renda domiciliar per capita no Brasil:
a) Os rendimentos associados ao mercado de trabalho: responsáveis por 63% da queda na desigualdade da renda domiciliar per capita;
b) Redução das diferenças salariais de diversos grupos demográficos, em especial nas diferenças entre sexo e níveis educacionais;
c) Redução do diferencial dos rendimentos por anos de escolaridade (de 312% para 148%);
Os avanços obtidos na escolaridade do trabalhador brasileiro tiveram papel fundamental na redução da desigualdade da renda do trabalho e na consequente redução no retorno do capital humano dos mais qualificados. De acordo com Menezes-Filho e Oliveira (2014), a melhora na educação teve importante papel na redução da desigualdade de rendimentos do trabalho. Mais de 40% da redução do índice de Gini é explicada pela educação. 
Conclusão
Com tudo o que foi dito, verificamos que o momento demográfico brasileiro se encontra em um cenário de mudança na composição etária da população na direção do seu envelhecimento. O perfil da oferta de força de trabalho brasileira, refletida pela PIA (15 e 64 anos) tem crescido a taxas menores que a população com mais de 65 anos de idade desde 1990. O desafio do país é manter a força de trabalho em um tamanho suficiente para prover de forma eficiente os bens e serviços necessários para a população como um todo. 
Há uma nova dinâmica no perfil da qualificação e na faixa etária da mão de obra, além do aumento significativo dos empregos protegidos, da queda expressiva do desemprego e de uma trajetória de crescimento contínuo no rendimento real do trabalhador. Há de se observar também a redução nas desigualdades de rendimentos dos trabalhadores por anos de escolaridade ao longo dos anos.
Para que o desenvolvimento econômico e social brasileiro se harmonize com a nova realidade demográfica brasileira, são necessárias politicas públicas direcionadas, de um lado, para incentivos a determinados grupos populacionais à entrada ou permanência na força de trabalho. De outro, que se invista em educação, pois o investimento na qualidade da educação está entre as principais garantias para o fomento da produtividade da PIA e, de sua força de trabalho.

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