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FISIOLOGIA INTEGRATIVA DO CORPO HUMANO AULA 02

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DESCRIÇÃO
Os potenciais de repouso, graduado, de ação e as sinapses na célula nervosa. A �siologia sensorial do tato, dor,
propriocepção, olfato, gustação, audição e visão.
   

PROPÓSITO
Compreender como ocorre a comunicação neural é imprescindível para o entendimento do funcionamento do
sistema nervoso. Entender como os sentidos somatossensoriais e os sentidos especiais atuam é fundamental
para que o futuro pro�ssional da área da saúde possa avançar no estudo do funcionamento do sistema nervoso e
na sua atuação pro�ssional.
OBJETIVOS
Módulo 1
De�nir o que é potencial de
repouso da membrana,
potencial graduado, potencial
de ação e como ocorre a
comunicação neural
Módulo 2
Identi�car quais são, como
atuam e a importância dos
sentidos somatossensoriais
para o ser humano
Módulo 3
Reconhecer quais são, como
atuam e a importância dos
sentidos especiais para o ser
humano
INTRODUÇÃO
O sistema nervoso e o sistema hormonal são considerados superiores aos demais sistemas orgânicos
hierarquicamente, pois ambos são capazes de comandá-los. Isso é possível através de uma
impressionante capacidade de comunicação, extremamente rápida e precisa, que pode atingir grandes
distâncias em um curto espaço de tempo. A transmissão de informações ou transmissão sináptica é
fundamental para processos vitais, tais como a percepção, a linguagem, a memorização, os movimentos
voluntários, a aprendizagem, entre outros.
Dentro dessa complexa rede de comunicação neural, temos os estímulos sensitivos que,
ininterruptamente, são enviados ao sistema nervoso central (SNC) e são fundamentais para a
manutenção da homeostasia e boa função do corpo humano. O estudo da �siologia sensorial permitirá
que você entenda como o SNC recebe estímulos externos e internos, como os decodi�ca e determina as
diferentes reações do organismo para esses estímulos. Dividimos o estudo da �siologia sensorial em
sentidos somatossensoriais (somáticos) do tato, da dor (incluindo temperaturas extremas) e da
propriocepção, e em sentidos especiais do olfato, da gustação, da audição e da visão.
   

MÓDULO 1
 De�nir o que é potencial de repouso da membrana,
potencial graduado, potencial de ação e como ocorre
a comunicação neural
POTENCIAL DE REPOUSO DA MEMBRANA
Os neurônios têm a capacidade de gerar e propagar sinais elétricos por serem células lábeis ou excitáveis. Em
repouso, existe uma diferença de cargas elétricas dentro e fora da membrana celular que faz com que o seu
interior seja negativo em relação ao seu exterior, ou seja, existe uma polarização.
O potencial de repouso da membrana (V ) é de�nido como: V = V - V , em que V é o potencial no meio
intracelular, e V é o potencial no meio extracelular.
m m int ext int
ext
Essa negatividade interior da membrana interna dos neurônios em relação à membrana externa �ca em torno de
-70 mV (milivolt) e se chama potencial de repouso da membrana. Esse valor foi obtido ao medir essa diferença de
carga elétrica com um voltímetro. Um microeletrodo de registro foi colocado no interior da membrana, e um outro
microeletrodo de referência foi colocado no lado externo da membrana.
Arbitrariamente, por convenção, atribuiu-se o valor de zero para o exterior e veri�cou-se que o interior estava
aproximadamente -70 mV em relação ao seu exterior.
 Potencial de repouso da membrana.
   

Pode-se destacar três principais responsáveis pelo potencial de repouso da membrana:
A distribuição desigual na quantidade de íons de sódio, potássio e cloro dentro e fora
da célula é muito importante no desenvolvimento do potencial de repouso da
membrana. No lado de fora, há mais sódio (carga positiva) e cloro (carga negativa) em
relação ao lado de dentro; e do lado de dentro há mais potássio (carga positiva) em
relação ao lado de fora.
A incapacidade de alguns íons negativos saírem da célula que in�uenciam na
negatividade interior, como o fosfato, que, normalmente, liga-se a outros dois fosfatos,
formando uma molécula de ATP (adenosina trifosfato), e aminoácidos que se ligam a
outros aminoácidos, formando uma grande molécula de proteína.
A bomba eletrogênica, ou bomba de sódio e potássio, que, ininterruptamente,
transporta três íons de sódio para o líquido extracelular e dois íons de potássio para o
líquido intracelular, contra o gradiente de concentração e com gasto energético, por
transporte ativo.
 Bomba de sódio e potássio.
Qualquer tipo de sinalização elétrica envolve alterações rápidas do potencial de repouso da membrana, que são
decorrentes da abertura e do fechamento dos canais iônicos encontrados na membrana celular. A entrada e a
saída de íons da célula, sejam eles carregados positiva (cátions), ou negativamente (ânions), afetam a
característica do potencial de repouso da membrana. Quando esse potencial de repouso da membrana torna-se
menos negativo, chama-se despolarização e, quando se torna mais negativo, chama-se hiperpolarização.
POTENCIAL GRADUADO
   

Os potenciais graduados são despolarizações ou hiperpolarizações que ocorrem nos neurônios. Normalmente,
ocorrem nos dendritos e no corpo celular, embora também possam ocorrer nos axônios de maneira menos
frequente. Eles se denominam graduados em função da sua amplitude, que está diretamente relacionada com a
intensidade do estímulo que desencadeia o evento, ou seja, um estímulo grande vai desencadear um grande
potencial graduado, e um estímulo pequeno vai desencadear um pequeno potencial graduado. Os potenciais
graduados percorrem distâncias curtas e perdem a força à medida que percorrem a célula.
POTENCIAL DE AÇÃO
O potencial de ação é diferente do potencial graduado em dois pontos que valem ser destacados:
Os potenciais de ação
são sempre idênticos,
sempre terão a
mesma amplitude.
Os potenciais de ação
não diminuem
conforme percorrem
o neurônio.
Um potencial de ação é gerado pelo �uxo de íons através dos canais voltagem dependentes e sua amplitude não
diminui à medida que ele percorre o axônio.
Pode-se de�nir potencial de ação como sendo uma alteração extremamente rápida do potencial de repouso da
membrana com a inversão das cargas elétricas, tornando o interior da membrana positivo e o exterior negativo. O
potencial de ação é fundamental para que o estímulo nervoso possa ser transmitido por toda a �bra nervosa.
Quando o potencial de ação acaba, a situação característica de repouso é restabelecida rapidamente.
Na fase de repouso, anterior ao potencial de ação, a membrana encontra-se polarizada com o interior da
membrana negativo (em torno de -70 mV) em relação ao seu exterior. Quando a célula é estimulada, ocorre a
abertura dos canais rápidos de sódio, e a membrana plasmática torna-se permeável aos íons de sódio com grande
in�uxo (entrada) desse cátion na célula. Esse fenômeno ocorre por retroalimentação positiva; como os íons de
sódio têm carga positiva, gera uma despolarização da membrana, fazendo com que o interior desta, que,
anteriormente encontrava-se negativo em relação ao seu exterior, �que positivo, ou seja, ocorre uma inversão das
cargas elétricas.
Quase que imediatamente após essa abertura dos canais rápidos de sódio que fez com que a membrana celular
�casse permeável aos íons sódio, os canais de sódio se fecham e interrompem o in�uxo de sódio na célula. Nesse
momento, os canais lentos de potássio se abrem, causando o e�uxo (saída) de íons de potássio(ânions) para fora
da célula, iniciando a restauração do potencial de repouso da membrana. À medida que os íons de potássio
carregados positivamente saem, o interior da membrana �ca mais negativo, ocorrendo uma repolarização da
membrana.
No entanto, assim como os canais lentos de potássio se abrem depois, eles podem continuar abertos, mesmo
após atingir o valor do potencial de repouso da membrana (-70 mV); e como cargas positivas continuam a sair da
célula, a membrana poderá �car mais negativa do que se encontrava no potencial de repouso da membrana,
causando a hiperpolarização. É possível chegar a valores de -90 mV, até que os canais de potássiovoltem a se
fechar e o potencial de repouso da membrana de -70 mV seja restabelecido.
   

 Etapas do potencial de ação.
As bombas de sódio e potássio terão papel fundamental no restabelecimento do potencial de repouso da
membrana, pois elas nunca param de fazer o seu trabalho. Todas essas possíveis etapas do potencial de ação
somadas duram menos de 1 ms (milissegundo). Dessa forma, os potenciais de ação se repetem mais de mil
vezes em apenas um único segundo.
 Potencial de ação.
LEI DO TUDO OU NADA
A estimulação de um neurônio obedece à Lei do Tudo ou Nada, segundo a qual, para que ocorra o potencial de
ação, o estímulo deve ser intenso o su�ciente para atingir o limiar de excitabilidade, que �ca em torno de –55 mV.
Não existe potencial de ação mais forte ou mais fraco, pois, atingindo o limiar de excitabilidade, todos os
potenciais de ação terão sempre a mesma amplitude de +30 mV. Caso não consigam atingir o limiar de
excitabilidade, não ocorrerá o potencial de ação, ou seja, ou o estímulo é su�cientemente intenso para estimular o
neurônio, desencadeando o potencial de ação, ou não vai acontecer nada.   

javascript:void(0)
Utiliza-se o termo potencial excitatório pós-sináptico (PEPS) para os estímulos capazes de gerar o in�uxo de íons
positivos, tornando a membrana mais propensa a despolarizar e gerar um potencial de ação. Por outro lado, utiliza-
se o termo potencial inibitório pós-sináptico (PIPS) para os estímulos capazes de gerar o in�uxo de íons
negativos, aumentando a negatividade interior (hiperpolarizando) e tornando a membrana menos propensa a
produzir um potencial de ação.
Os potenciais de ação respeitam também ao que é chamado de período refratário. Esse termo vem de uma
palavra latina que signi�ca “in�exível”. Existe um período refratário absoluto, no qual um segundo estímulo é
incapaz de desencadear um novo potencial de ação. Esse período ocorre durante as fases de despolarização e
�nal da repolarização da membrana. O outro período é denominado de período refratário relativo, em que um
estímulo mais intenso que o normal, é capaz de desencadear um novo potencial de ação, desde que atinja o limiar
excitatório, antes que ocorra o completo retorno ao potencial de repouso da membrana. Esse período ocorre na
fase de hiperpolarização da membrana.
DIREÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO
Sabe-se que os potenciais de ação sempre se dirigem para as terminações axonais conforme foi descrito pelo
médico espanhol Santiago Ramon Y Cajal. Ele usou o método de coloração por prata, desenvolvido pelo italiano
Camilo Golgi, para propor o “princípio da polarização dinâmica”, no �nal do século XIX. Isso o levou a ganhar o
prêmio Nobel de �siologia em 1906, juntamente com Camilo Golgi, outro grande neuro�siologista.
Segundo o princípio da polarização dinâmica, a informação desloca-se sempre em apenas uma direção dentro do
neurônio (que, normalmente, vai dos dendritos para o axônio, até atingir as terminações axonais).
VELOCIDADE DE CONDUÇÃO NERVOSA
A velocidade de condução nervosa é afetada diretamente pelo diâmetro (calibre) do axônio e pela quantidade de
mielina envolvendo esses axônios.
O neurônio com um axônio de grande diâmetro promove um potencial de ação mais rápido, pois oferece menos
resistência ao �uxo de cargas elétricas. Assim, quanto maior for o diâmetro do axônio, maior será a velocidade de
condução; e o contrário também é verdadeiro, quanto menor for o axônio do neurônio, menor será a sua
velocidade de condução nervosa.
A quantidade de mielina que envolve o axônio é outro fator importante para a velocidade de condução nervosa. A
mielina é uma substância lipídica produzida pelos oligodendrócitos e pelas células de Schwann para os axônios
dos neurônios localizados no sistema nervoso central e sistema nervoso periférico (SNP), respectivamente. A
mielina atua como isolante elétrico, impedindo o �uxo de corrente entre o citoplasma e o líquido extracelular.
No entanto, nem todos os neurônios têm mielina envolvendo seus axônios, e a transmissão nervosa em neurônios
sem mielina (amielinizados) é denominada de condução contínua, e a transmissão nas �bras com mielina
(mielinizadas) é denominada de condução saltatória.
   

 Neurônio com bainha de mielina.
Na condução saltatória, em cada Nodo de Ranvier existe uma grande quantidade de canais iônicos dependentes
de voltagem; quando a despolarização chega ao nódulo, esses canais se abrem e ocorre in�uxo de sódio,
reforçando a despolarização. No Nodo de Ranvier, o �uxo é mais lento; na região mielinizada, o �uxo é mais rápido
e “salta” para o próximo Nodo de Ranvier. Por causa desse padrão “saltatório” do potencial de ação, de Nodo de
Ranvier em Nodo de Ranvier, é que a transmissão nas �bras mielinizadas foi chamada de condução saltatória.
 Condução saltatória.
Ao atingir as terminações axonais, o potencial de ação poderá excitar ou inibir uma outra célula alvo. Essa célula
alvo pode ser um outro neurônio ou uma célula efetora, e para que isso ocorra terá de acontecer uma sinapse. Se a
célula alvo estiver localizada no SNC, ela será um outro neurônio. Mas, se ela estiver localizada no SNP, poderá ser
   

um outro neurônio ou uma célula efetora.
SINAPSES
Em média, um neurônio tem 1.000 conexões sinápticas e recebe mais de 10.000 conexões. As células de Purkinje
do cerebelo recebem mais de 100.000 conexões aferentes, por exemplo.
O sistema nervoso tem uma complexa rede sensorial em que os mais diversos tipos de receptores sensoriais,
dentro e fora do corpo humano, estão o tempo todo captando estímulos e enviando ao Sistema Nervoso Central
(SNC). Mais de 99% dessa informação sensorial, depois de ser “analisada”, é descartada pelo SNC e sequer se
torna consciente. No entanto, algumas informações sensoriais captadas necessitam que respostas adequadas
sejam enviadas por vias motoras até os respectivos órgãos efetores.
Para que essa comunicação ocorra entre os diferentes neurônios, ou entre o neurônio e uma célula efetora (pode
ser uma glândula ou um músculo), é necessário que ocorram sinapses. O termo sinapse parece ter sido dado pelo
Fisiologista inglês Sir Charles S. Sherrington (1852-1952) e signi�ca em grego “prender”. No entanto, Santiago
Ramon Y Cajal já havia descrito histologicamente como “zona especializada de contato”.
Atualmente, pode-se conceituar sinapse como sendo a passagem de um estímulo nervoso (informação) de um
neurônio para outro, ou de um neurônio para uma célula efetora. Portanto, a sinapse é interpretada como uma
forma de comunicação entre essas células.
Primeiramente, acreditava-se que todas as sinapses eram elétricas até que, por volta de 1920, o farmacêutico
alemão Otto Loewi descobriu que uma substância química denominada de acetilcolina (Ach) transmitia sinais do
nervo vago (10º par craniano) ao coração. Essa descoberta gerou intensos debates sobre como ocorriam as
transmissões sinápticas.
Atualmente, sabe-se que existem dois tipos de sinapses: elétricas e químicas. No ser humano, a maioria das
sinapses se utilizam de um transmissor químico (neurotransmissor). Porém, existem sinapses que atuam
exclusivamente por estímulos elétricos.
As sinapses elétricas necessitam de estruturas proteicas denominadas canais de junções comunicantes ou
junções do tipo GAP, que permitem a passagem de íons de uma célula para a outra de maneira muito rápida e
estereotipada. Esse tipo de junção interliga o citoplasma da célula pré-sináptica com o citoplasma da outra célula
   

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pós-sináptica (célula alvo), permitindo que a corrente elétrica �ua através desses canais. A sinapse elétrica ocorre
em neurônios e neuroglias, sendo também encontrada na musculatura lisa e na musculatura estriada cardíaca.
 Sinapse elétrica.
O potencial de ação produzido na célula pré-sináptica produz um potencial pós-sináptico de despolarização,
desencadeando um potencial de ação. A latência, que é o tempo entre o potencial de ação pré-sináptico e o
potencial de ação pós-sináptico, é muitocurta, sendo quase instantânea. Já a sinapse química depende de outros
fatores que vão desde a liberação do transmissor na fenda sináptica, difusão do transmissor até a membrana pós-
sináptica e ligação desse transmissor a um receptor especí�co na membrana pós-sináptica para que ocorra a
abertura de canais iônicos.
A maioria dos canais de junções comunicantes fecha-se em resposta a uma diminuição do pH do citoplasma ou a
um aumento do nível de cálcio intracelular. Sendo essa informação útil, inclusive, para veri�car se a célula se
encontra em perfeita funcionabilidade. Células lesadas têm altas quantidades de cálcio e prótons no seu interior.
Algumas sinapses elétricas são chamadas de reti�cadoras, pois seus canais são dependentes de voltagem. Isso
faz com que só sejam capazes de conduzir o estímulo elétrico em um único sentido, sempre da célula pré-
sináptica para a célula pós-sináptica.
A abertura e o fechamento dos canais parecem ser dependentes de um pequeno deslocamento das seis
conexinas que os compõe. Cada canal de junção comunicante é formado por dois hemicanais, que �cam um na
célula pré-sináptica e outro na célula pós-sináptica. Esse hemicanal é denominado de conéxon e é composto de
seis proteínas chamadas de conexinas que parecem ser capazes de executar essa mudança conformacional que
resulta na abertura e no fechamento dos canais de junções comunicantes.
Desse modo, as junções comunicantes são importantíssimas pela sua capacidade de aumentar a velocidade da
sinalização neural e de produzir sincronismo importante. Além disso, pelo seu tamanho relativamente grande, os
canais de junções comunicantes também podem permitir sinais metabólicos entre as células, pois, além do �uxo
de íons (positivos ou negativos) através deles ser comum, eles também permitem a passagem de alguns
compostos orgânicos e até de pequenos peptídeos.
   

As sinapses químicas são realizadas através de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores, que
atuam como mensageiros químicos, passando o estímulo nervoso de uma célula para a outra, as quais são
separadas completamente por um espaço que se chama fenda sináptica.
 Sinapse química.
Os neurotransmissores são substâncias químicas sintetizadas no interior do neurônio pré-sináptico e que �cam
armazenadas, aos milhares, no interior de vesículas secretoras ou vesículas sinápticas, esperando um estímulo
para que sejam secretadas na fenda sináptica por exocitose.
A exocitose é ativada pela entrada de cálcio e seu acúmulo no interior das terminações axonais. Assim, as
vesículas secretoras se dirigem para a membrana plasmática, se fundem a essa membrana e rompem, liberando
os neurotransmissores na fenda sináptica. Após serem secretados por exocitose na fenda sináptica, os
neurotransmissores se difundem até os seus receptores especí�cos que estão localizados na membrana pós-
sináptica.
A interação do neurotransmissor com o receptor faz com que esse receptor seja ativado, e essa ativação poderá
provocar excitação ou inibição, podendo gerar uma sinapse excitatória ou uma sinapse inibitória, ou seja, a
abertura ou o fechamento de canais iônicos.
A existência de todas essas etapas causa uma latência nas sinapses químicas de alguns milissegundos (ms) que
não ocorre nas sinapses elétricas. Por outro lado, as sinapses químicas têm a capacidade de ampli�cação, visto
que a liberação de neurotransmissores por apenas uma única vesícula já é capaz de abrir milhares de canais
iônicos na célula pós-sináptica (célula alvo).
   

Dessa forma, a sinapse química envolve dois processos: a transmissão e a recepção. A transmissão ocorre com a
liberação (secreção) do neurotransmissor na fenda sináptica, e a recepção ocorre quando o neurotransmissor se
liga ao seu receptor na célula pós-sináptica.
O processo de atuação de um neurotransmissor é semelhante à ação de um hormônio endócrino. Ambos são
substâncias químicas secretadas e que levam uma mensagem para uma célula alvo.
No entanto, duas diferenças funcionais devem ser destacadas. A primeira é que o neurotransmissor só precisa
atravessar a fenda sináptica para se ligar aos seus receptores, enquanto os hormônios são conduzidos pela
corrente sanguínea até as células espalhadas pelo corpo humano que possuem os seus respectivos receptores.
Portanto, os neurotransmissores chegam mais rápido, e de forma mais direcionada, à célula alvo do que os
hormônios.
A outra diferença que merece ser destacada é a meia vida (tempo necessário para que uma determinada
substância reduza sua quantidade pela metade) de um neurotransmissor, que é bem menor que a de um
hormônio.
Os neurônios também são capazes de sintetizar e secretar, além dos neurotransmissores, os neuromoduladores e
os neuro-hormônios. Uma diferença entre essas três substâncias é que os neurotransmissores e os
neuromoduladores atuam na célula alvo próxima ao seu botão terminal. Sendo que, os neuromoduladores atuam
em locais não sinápticos, ao contrário dos neurotransmissores. Os neuro-hormônios são secretados na corrente
sanguínea e podem atuar por todo o corpo humano e, por isso, muitas vezes, são confundidos com a ação de um
hormônio endócrino.
A quantidade de substâncias identi�cadas como neurotransmissores e neuromoduladores aumenta
constantemente e encontra-se próxima de uma centena. Classi�car os neurotransmissores é uma tarefa difícil.
Alguns autores classi�cam os neurotransmissores pelo tamanho da molécula e pela velocidade da ação:
Neurotransmissores
de moléculas
pequenas e de ação
rápida.
Neurotransmissores
de moléculas grandes
e de ação lenta.
No entanto, alguns neurotransmissores são mais conhecidos e merecem ser destacados por sua importância.
A acetilcolina (Ach) que é sintetizada a partir da colina e da acetil-CoA de forma bem simples nas terminações
axonais. Os neurônios que sintetizam Ach e os seus receptores especí�cos são igualmente denominados de
colinérgicos, podendo os últimos ser do tipo nicotínico ou muscarínico.
Os neurotransmissores amínicos (dopamina, norepinefrina e epinefrina) recebem esse nome por serem
provenientes de um único aminoácido chamado de tirosina. Esses três neurotransmissores também são
secretados pela medula da glândula suprarrenal. Os neurônios que sintetizam esses neurotransmissores e os seus
receptores são denominados de adrenérgicos, sendo que os últimos podem ser classi�cados em alfa1, alfa2,
beta1 e beta2.
A serotonina e a histamina também são considerados neurotransmissores amínicos. No entanto, são sintetizadas
a partir dos aminoácidos triptofano e histidina, respectivamente.
Alguns aminoácidos como o glutamato, o aspartato, o ácido gama aminobutírico (GABA) e a glicina também são
neurotransmissores. Sendo que, os dois últimos estão associados à geração de sinapses inibitórias.   

A substância P, que participa de vias nociceptivas, as encefalinas e as endor�nas que promovem analgesia, são
exemplos de neurotransmissores polipeptídeos.
Purinas como a adenosina também podem atuar como neurotransmissores no coração, por exemplo, assim
como gases como o óxido nítrico (ON) sintetizado a partir da conversão da citrulina em arginina no organismo.
Dessa maneira, com um outro olhar sobre os neurotransmissores, podemos separá-los em categorias como: a)
acetilcolina; b) aminas; c) aminoácidos; d) polipeptídeos; e) purinas e; f) gases. Veja a tabela abaixo:
NEUROTRANSMISSOR RECEPTOR LOCALIZAÇÃO DO RECEPTOR
Acetilcolina (Ach) Colinérgico
Tipo nicotínico
Tipo muscarínico
MEE e nas sinapses autonômicas
Músculo liso, MEC e glândulas
Norepinefrina Adrenérgico
Alfa e Beta
Músculo liso, MEC e glândulas
Dopamina Dopamina (D) SNC
Serotonina Serotonérgico
5-
hidroxitriptamina
SNC
Histamina Histamina (H) SNC
Glutamato Glutaminérgico
APAM e NMDA
SNC
GABA GABA SNC
Glicina Glicina SNC
Adenosina Purina (P) SNC
Óxido nítrico Nenhum NA
 Fonte: EnsineMe.
APAM = ácido propriônico alfa-amino-3-hidroxi-5-metil-4-isoxazole; NMDA = N-metil-D-aspartato; GABA= ácido
gama aminobutírico; MEE = músculoestriado esquelético; MEC= músculo estriado cardíaco; SNC= sistema
nervoso central; NA=não se aplica.
Exemplos de neurotransmissores, seus receptores e localização do receptor.
POTENCIAL DE AÇÃO E COMUNICAÇÃO NEURAL
   

10:04
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Qual é o tipo de sinapse que permite o �uxo livre de íons em uma transmissão muito
mais rápida?
Responder
2 Assinale a opção correta A despolarização é a primeira fase do potencial de ação e é
Sinapse excitatóriaA)
Sinapse químicaB)
Sinapse inibitóriaC)
Sinapse elétricaD)
Sinapse térmicaE)
   

2. Assinale a opção correta. A despolarização é a primeira fase do potencial de ação e é
desencadeada:
Responder
MÓDULO 2
 Identi�car quais são, como atuam e a importância
dos sentidos somatossensoriais para o ser humano.
FISIOLOGIA SENSORIAL
O tempo todo, milhões de estímulos aferentes chegam ao SNC provenientes das mais diferentes áreas internas e
externas ao corpo humano. A maior parte desses estímulos não chega a se tornar consciente. O estímulo que se
torna consciente é chamado de sensação, e a percepção é a subsequente interpretação dessa sensação.
Apesar de as sensações terem diferentes maneiras de recepção, todas elas apresentam três etapas em comum:
Um estímulo. Uma série de eventos
que transformam
esse estímulo em
impulsos nervosos.
Uma resposta para
esse estímulo na
forma de experiência
consciente da
sensação ou
percepção.
Pela abertura dos canais lentos de potássioA)
Pelo fechamento dos canais rápidos de sódioB)
Pela abertura dos canais rápidos de sódioC)
Pela abertura dos canais lentos de cloroD)
Pelo fechamento dos canais lentos de potássioE)
   

Para que esses estímulos sejam detectados, os receptores sensoriais estão constantemente ativados e captando
informações. Existem cinco grupos de receptores sensoriais:
a) Os mecanorreceptores, que detectam alterações mecânicas, como a vibração, a pressão, a aceleração e o estiramento, por
exemplo.
b) Os quimiorreceptores, que detectam alterações químicas, como a concentração de oxigênio, dióxido de carbono e o pH, por
exemplo.
c) Os termorreceptores, que detectam alterações na temperatura.
d) Os fotorreceptores, que detectam alterações na luminosidade.
e) Os nociceptores, que detectam alterações nocivas ou dolorosas.
Em uma classi�cação mais geral, podemos separar os receptores sensoriais em três grupos:
Os exterorreceptores,
que captam
estímulos externos ao
organismo humano.
Os visceroceptores,
que captam
estímulos internos.
Os proprioceptores
localizados nas
articulações, nos
músculos e nos
tendões que
informam sobre a
localização do corpo
humano no espaço, a
força e o nível de
estiramento das
�bras musculares.
Alguns �siologistas dividem em duas as modalidades de sensação: os sentidos somatossensoriais, que incluem
o tato, a dor (incluindo temperaturas extremas) e a propriocepção; e os sentidos especiais, que incluem o olfato, a
gustação, a audição e a visão. Agora, vamos estudar detalhadamente cada um deles.
TATO
Inicialmente, o tato fazia parte dos cinco sentidos especiais propostos por Aristóteles. No entanto, essa indicação
foi revista, e hoje são considerados apenas quatro sentidos especiais, tendo o tato recebido a classi�cação de
sentido somático.
Os receptores de tato são os mesmos que detectam as sensações de pressão e vibração, apesar de serem
sensações diferentes. A sensibilidade tátil permite ao ser humano perceber o mundo exterior através do contato
com a sua superfície corporal.
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 Indivíduo cego baseando-se em sua percepção tátil para se guiar.
Os receptores táteis estão localizados na pele ou em tecidos imediatamente abaixo dela. Existem seis tipos de
receptores táteis diferentes:
 Receptores táteis.
As terminações nervosas livres detectam tato e pressão. São encontradas em toda a
pele e em alguns tecidos espalhados pelo corpo humano.
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O corpúsculo de Meissner detecta o tato e é encontrado em grande quantidade nas
pontas dos dedos, nos lábios e em áreas da pele em que a capacidade discriminativa
de sensações táteis está mais desenvolvida.
Os discos de Merkel também detectam o tato e são encontrados nas pontas dos
dedos e em outras áreas do corpo humano. A diferença entre os discos de Merkel e os
corpúsculos de Meissner é que os discos transmitem sinais iniciais fortes que se
adaptam e, logo em seguida, transmitem sinais mais fracos e contínuos que
lentamente se adaptam. Desse modo, eles conseguem detectar os sinais mantidos,
permitindo que um toque contínuo sobre a pele seja percebido.
Os órgãos terminais do pelo também são receptores táteis que se localizam na base
do pelo. São capazes de perceber movimentos de objetos na superfície corporal e o
contato inicial de um objeto com o corpo humano.
As terminações de Ru�ni estão localizadas nas camadas mais profundas da pele e
em tecidos internos. A adaptação dessas terminações é lenta, e isso é importante para
deformações lentas dos tecidos, como ocorre no tato e na pressão prolongada. Nas
cápsulas articulares, elas também ajudam a sinalizar rotações articulares.
Os corpúsculos de Paccini estão localizados sob a pele e nas fáscias, sendo sensíveis
a uma compressão local e rápida dos tecidos.
As terminações nervosas livres encontradas na superfície da pele são responsáveis pela detecção das cócegas
(comichão) e do prurido (coceira). Essas sensações são transmitidas por �bras amielínicas (sem mielina) do tipo
C, que conduzem os estímulos mais lentamente e se assemelham muito com as �bras nervosas que transmitem a
sensação de dor em queimação (dor lenta) permanente. Parece que os sinais de dor são capazes de substituir os
sinais de coceira na medula espinal, o que ocorre quando o indivíduo coça de maneira a gerar dor na região.
Após as informações sensoriais terem sido captadas e entrarem pela raiz posterior da medula espinal, duas vias
distintas conduzem esses estímulos até o tálamo:
a) A via do sistema da coluna dorsal-lemnisco medial
b) A via do sistema anterolateral
O sistema coluna dorsal-lemnisco medial conduz os estímulos principalmente pelas colunas posteriores da
medula espinal. Neurônios de primeira ordem ou neurônios primários, dirigem-se até o bulbo no tronco encefálico,
onde suas terminações axonais fazem sinapse com os neurônios de segunda ordem, ou neurônios secundários.
No bulbo, os neurônios de segunda ordem cruzam para o lado oposto e seguem para o tálamo, onde fazem
sinapse com os neurônios de terceira ordem ou neurônios terciários, que se dirigem para a área somatossensorial
primária do córtex cerebral.
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Por sua vez, no sistema anterolateral, os neurônios de primeira ordem conduzem o sinal até a medula espinal,
onde fazem sinapse com os neurônios de segunda ordem. Estes seguem para o lado oposto da medula espinal e
deslocam-se pelo trato espinotalâmico lateral e trato espinotalâmico anterior até o tálamo. No tálamo, fazem
sinapse com o neurônio de terceira ordem, que segue para a área somatossensorial primária do córtex cerebral.
DOR
A maioria das enfermidades causam dor. No entanto, esse é um mecanismo de proteção para fazer com que a
pessoa tome alguma medida em função da sensação dolorosa que ocorre sempre que um tecido é lesionado.
 Dor lombar.
Você sabia
Existem muitos termos utilizados para denominar a dor, mas pode-se
classi�cá-la em rápida e lenta. A dor rápida é sentida 0,1 segundo
após o estímulo doloroso, e a lenta inicia 1 segundo após e vai
aumentando vagarosamente durante vários segundos ou até
minutos.
Entretanto, é bastante comum veri�carmos outros nomes sendo utilizados e que aumentam a confusão. Para dor
rápida, utiliza-se dor pontual, dor em agulhada, dor elétrica, dor aguda. Pode-se exempli�car esse tipo de dor
quando ocorre um corte de faca na pele, quando tocamos uma superfície muito quente, tomamos um choque
elétrico ou somos perfurados por uma agulha.
A dor lenta também recebe vários outros nomes como dor persistente, dor crônica, dor pulsátil, dor em queimaçãoou dor nauseante. Essa dor, normalmente, acontece em uma lesão tecidual e pode ocorrer em quase todas as
partes do organismo humano.
Os receptores de dor são as terminações nervosas livres que se localizam na pele e em vários tecidos do corpo
humano. Esses receptores podem ser ativados por três tipos de estímulos, sejam mecânicos, térmicos ou
químicos. Portanto, existem estímulos dolorosos mecânicos, estímulos dolorosos térmicos e estímulos dolorosos
químicos. De uma maneira geral, a dor rápida é causada por estímulos mecânicos e térmicos, enquanto a dor lenta
pode ser causada pelos três tipos de estímulos.
A bradicinina é uma substância química que tem um papel de destaque na indução da dor após uma lesão
tecidual. A histamina, a serotonina, os íons potássio, a acetilcolina, os ácidos e as enzimas proteolíticas são alguns
exemplos de substâncias químicas que podem desencadear a sensação de dor. As prostaglandinas e a substância
P, apesar de não excitarem diretamente as terminações nervosas livres, podem torná-las muito mais sensíveis aos
estímulos químicos.
Atenção
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Interessante destacar que os receptores de dor são pouco
adaptáveis, ao contrário dos demais tipos receptores. Isso tem uma
importância grande, pois permite que o indivíduo continue sabedor
que existe um estímulo lesivo pelo tempo em que essa dor persistir.
Nunca se pode esquecer que a dor é uma maneira de o corpo
humano falar que algo está errado. Este é um importante mecanismo
de proteção.
Os sinais de dor são transmitidos por duas vias para o SNC apesar de os receptores de dor serem sempre as
terminações nervosas livres, a via para a dor rápida é diferente da via para a dor lenta. A transmissão da dor rápida
envolve �bras mielinizadas, enquanto a transmissão da dor lenta é realizada por �bras amielínicas.
Em função dessa característica, sempre que ocorrer um estímulo que gere uma dor rápida, primeiro o estímulo é
transmitido ao SNC pelas �bras mielinizadas e, um segundo depois, inicia-se a transmissão pelas �bras
amielinizadas. Esse fenômeno chama-se transmissão dupla e serve para que o indivíduo tenha uma reação rápida
em relação ao estímulo causador da dor e, depois, em função da sensação de dor que tende a aumentar com o
tempo, continue a tentar se livrar do estímulo causador da dor.
Na medula espinal, esses sinais de dor podem pegar duas vias diferentes e excitar os neurônios de segunda
ordem ou neurônios secundários: a via do trato neoespinotalâmico e a via do trato paleoespinotalâmico. Sendo o
trato neoespinotalâmico responsável por conduzir a dor rápida e o trato paleoespinotalâmico responsável por
transmitir a dor lenta. Ambas as vias conduziram os estímulos ao tálamo. Do tálamo, os neurônios de terceira
ordem conduzem esses estímulos para o córtex somatossensorial e áreas basais do encéfalo.
O SNC tem mais facilidade para localizar a origem da dor rápida que a origem da dor lenta. A dor em alguns
órgãos internos (visceral), como o coração, é comumente mal localizada e pode ser percebida em locais bem
distantes de onde realmente está ocorrendo o estímulo. Por exemplo, uma dor no pescoço, no ombro ou no braço
esquerdo em direção da mão pode ser em decorrência de uma isquemia miocárdica. Esse fenômeno é
denominado dor referida di�cultando a interpretação dessa dor.
O SNC tem a capacidade de suprimir as aferências de estímulos dolorosos, provocando uma analgesia pelo
sistema de analgesia que funciona na medula espinal e no encéfalo. Esse sistema parece ter como principais
neurotransmissores a serotonina e a encefalina e os sinais aferentes são inibidos na região da medula espinal
e/ou neurônios que secretam encefalina e/ou serotonina, que inibem a transmissão de estímulos dolorosos
atuando na região da medula espinal ou do tronco encefálico.
O sistema opioide do encéfalo também trabalha no sentido de produzir analgesia e foi descoberto com a
administração de mor�na. Após isso, as pesquisas mostraram que, no corpo humano, também existem
substâncias produzidas no sistema nervoso que atuam de maneira semelhante e são denominadas de opioides
naturais. Já foram descritas mais de dez substâncias opioides naturais, as mais conhecidas são a beta-endor�na,
a meta-encefalina, a leu-encefalina e a dinor�na.
A meta-encefalina e a leu-encefalina são encontradas na medula espinal e no tronco encefálico no sistema de
analgesia, assim como a dinor�na, só que em concentrações bem menores. A beta-endor�na é encontrada no
hipotálamo e na hipó�se. Tendo em vista esse conhecimento, diversos fármacos semelhantes à mor�na
conseguem suprimir sinais aferentes de dor e produzir analgesia.
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 Tronco encefálico.
A teoria das comportas proposta por Melzak e Wall, em 1965, parece ser outro mecanismo analgésico, de
importância local. A estimulação de grande número de �bras aferentes Aβ, após estímulos táteis no mesmo
segmento, ativa os interneurônios produtores de encefalinas, que inibem as �bras do tipo C da transmissão da dor
lenta.
Na prática, todos nós já �zemos uso do mecanismo proposto pela teoria das comportas, mesmo que sem saber e
de maneira totalmente instintiva. Por exemplo, ao massagear manualmente um local que recebeu uma pancada
ou foi esfolado e que estava fazendo com que sentisse dor, são estimuladas as �bras aferentes Aβ, que
desencadeiam uma resposta analgésica no local dolorido.
Finalmente, as temperaturas extremas também podem gerar sinais provenientes dos receptores de dor. Existem
receptores especí�cos para diminuição da temperatura, aumento da temperatura e para temperaturas extremas
que geram estímulos dolorosos. Assim, temperaturas abaixo de 15 °C e acima de 45 °C são consideradas
extremas e geram estímulos dolorosos.
PROPRIOCEPÇÃO
O termo propriocepção é utilizado para descrever a capacidade de perceber a localização do corpo humano no
espaço, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo humano em relação às demais, sem
utilizar a visão.
Os receptores da propriocepção são tipos especializados de mecanorreceptores denominados proprioceptores. O
SNC recebe informações continuamente dos proprioceptores e faz ajustes constantes sem necessidade de
consciência.
Neste tema, estudaremos três proprioceptores: o fuso muscular, o órgão tendinoso de Golgi (OTG) e os
receptores articulares.
Os fusos musculares se posicionam paralelamente às �bras musculares esqueléticas e se prendem através de
suas extremidades ao endomísio dessas �bras. A extremidade dos fusos musculares tem capacidade contrátil e é
chamada de �bra intrafusal.
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Um estiramento súbito ou gradativo do músculo esquelético faz com que o fuso muscular também se estire e
ative a área central do fuso muscular, onde se encontram os seus ânulos espiralados. Estas estruturas são
semelhantes a molas que, ao serem estiradas, enviam sinais aferentes por neurônios pseudounipolares do tipo IA,
de grosso calibre. Esses neurônios penetram pela raiz dorsal da medula espinal, fazendo sinapse com os
neurônios eferentes. Eles provocam uma contração no músculo que sofreu o estiramento, o que é chamado de
re�exo miotático ou re�exo de estiramento.
 A ação do fuso muscular.
Tal mecanismo re�exo é extremamente simples e rápido, envolvendo apenas dois neurônios (um aferente e um
eferente). Além de contribuir para a prevenção de lesões musculares, é capaz de promover uma resposta muscular
antes mesmo de a informação subir ao córtex cerebral.
O re�exo miotático é comumente testado com um martelo batido abaixo da patela e sobre o ligamento patelar. A
ausência ou diminuição deste re�exo é denominada sinal de Westphal, que pode signi�car a ocorrência de
problemas neurais, doença de Parkinson, hérnia de disco, entre outras. A ausência deste tipo de re�exo pode ter
origem no sistema nervoso central ou no nervo em si que pode não estar a funcionar corretamente ou estar
dani�cado.
 Teste do re�exo patelar (miotático).
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A força com que o fuso muscular responde ao estiramento é constantementeregulada pelo encéfalo, sendo
denominada de tônus muscular.
O tônus muscular pode ser descrito como um estado de ativação permanente do músculo em repouso. Em uma
avaliação clínica, é possível veri�car se o tónus muscular encontra-se alterado. Se o tônus muscular estiver
aumentado (musculatura rígida), temos uma hipertonia; se o tônus se apresentar diminuído (musculatura �ácida),
teremos uma hipotonia.
Os órgãos tendinosos de Golgi (OTGs) são proprioceptores que se localizam na junção miotendinosa, espaço
entre o tendão e o ventre muscular. Os OTGs se posicionam transversalmente em relação às �bras musculares, ao
contrário dos fusos musculares, que estão em paralelo com as �bras.
Quando o músculo estriado esquelético se encontra sob grande tensão, suas �bras de colágeno se esticam e
comprimem os OTGs, ativando-os. Essa ativação produz impulsos nervosos conduzidos por neurônios
pseudounipolares do tipo IB, de grosso calibre, que penetram na medula espinal pela sua raiz dorsal e fazem
sinapse com um interneurônio. Este faz sinapse com um neurônio motor, o qual envia sinais que provocam um
relaxamento muscular para proteger o músculo e seus tendões de uma tensão excessiva. Esse re�exo se chama
re�exo miotático inverso e, assim como o re�exo miotático desencadeado pelo fuso muscular, é extremamente
simples e rápido, envolvendo apenas três neurônios (um neurônio aferente, um interneurônio e um neurônio
eferente).
 Re�exo miotático inverso.
Os receptores articulares se localizam principalmente nas cápsulas articulares e nos ligamentos. Todas as
articulações sinoviais do corpo humano apresentam quatro tipos diferentes de receptores articulares:
Clique nas barras para ver as informações.
RECEPTORES DO TIPO I 
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RECEPTORES DO TIPO II 
RECEPTORES DO TIPO III 
OS RECEPTORES DO TIPO IV 
Esses receptores articulares são ativados quando os locais da articulação onde eles se localizam são submetidos
à acentuada deformação mecânica ou irritação química, promovendo assim uma proteção para as articulações.
FISIOLOGIA DA DOR
11:00
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
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1. A dor é um mecanismo de proteção do organismo humano. É considerada um sentido
somatossensorial e seus receptores são:
Responder
2. O re�exo miotático protege o músculo contra um estiramento excessivo, e seu
proprioceptor é o fuso muscular. Quantos neurônios estão envolvidos na realização desse
re�exo?
Responder
Corpúsculos de PaciniA)
FotorreceptoresB)
Fuso muscularC)
Terminações nervosas livresD)
Órgão tendinosos de GolgiE)
Milhares de neurôniosA)
Dois neurôniosB)
Três neurôniosC)
Apenas um neurônioD)
Milhões de neurôniosE)
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
MÓDULO 3
 Reconhecer quais são, como atuam e a
importância dos sentidos especiais para o ser
humano
OLFATO
O olfato é considerado um dos sentidos especiais mais primitivos na escala evolutiva e um dos menos
conhecidos. Em 2004, dois pesquisadores dos Estados Unidos ganharam o prêmio Nobel com pesquisa sobre o
sistema olfatório. Richard Axel e Linda B. Buck descobriram uma grande família de genes, com aproximadamente
1000 genes diferentes que originam um mesmo número de receptores olfatórios. Cada célula receptora olfatória é
sensível para só um tipo de substância odorante, ou seja, cada receptor detecta uma quantidade bem limitada de
substâncias odorantes. Sendo assim, nossas células receptoras olfatórias são altamente especializadas para
determinados odores, e o ser humano tem uma capacidade impressionante de diferenciar milhares de substâncias
odorantes diferentes. As células receptoras olfatórias são renovadas completamente a cada dois meses.
Existem milhões de neurônios sensoriais olfatórios que se estendem do epitélio olfatório na cavidade nasal
superior, onde detectam as substâncias odorantes inaladas e as enviam para os glomérulos no bulbo olfatório.
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 Olfato.
Os cílios dos neurônios olfatórios são especializados na detecção de substâncias odorantes. Do bulbo olfatório,
outros neurônios de segunda ordem são encarregados de transmitir os sinais para o córtex olfatório dos giros
temporais mediais e para o hipocampo e amígdala, que faz parte do sistema límbico. Essas estruturas do córtex
cerebral têm funções importantes na memória e na emoção, respectivamente. Assim, podemos sentir o cheiro de
uma �or em um momento emocionalmente marcante e relembrar essa memória olfatória em outras situações.
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 Sistema límbico.
As memórias relacionadas a substâncias odorantes (memória olfatória) são bastante intensas. Uma substância
odorante que você tenha tido contato apenas uma vez na vida pode ter �cado associada a uma experiência
negativa. Pode-se ter aversão a um determinado perfume simplesmente pela coincidência temporal de uma
situação negativa que ocorreu, mesmo não tendo sido causada pela substância odorante. Essa substância
odorante estará sempre associada à situação negativa. O contrário também pode acontecer em relação a uma
situação positiva.
GUSTAÇÃO
A gustação, comumente chamada de paladar, tem algumas semelhanças com o sentido do olfato, pois ambos
são considerados sentidos químicos, tendo em vista que os seus respectivos receptores (quimiorreceptores) são
estimulados por substâncias químicas e ambos estão intensamente ligados às emoções e à memória.
A língua é o órgão da gustação e sua superfície é preenchida por milhares de pequenas saliências, chamadas de
papilas. Dentro de cada papila, existem centenas de papilas gustativas onde �cam os botões gustatórios que são
responsáveis por hospedar os diferentes receptores gustativos.
Você sabia
Existem milhares de papilas gustativas, e em cada uma delas há
entre 50 e 100 quimiorreceptores especializados em gustação. Os
receptores gustativos ainda necessitam de maiores estudos. No
entanto, já foram identi�cados 13 possíveis receptores químicos:
dois receptores para o sódio, dois para o potássio, um para o cloro,
um para a adenosina, um para a inosina, dois para o doce, dois para o
amargo, um para o hidrogênio e um para o glutamato.
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Para facilitar o entendimento, foram criadas cinco categorias de sensações gustatórias básicas: o umami, o doce,
o salgado, o azedo e o amargo. A mais nova da relação, a sensação umami, foi aceita apenas em 2000 pela
comunidade cientí�ca, apesar de já ter sido divulgada pelo químico japonês Kikunae Ikeda há quase um século.
Umami em japonês signi�ca “sabor delicioso” e está presente em alimentos que contêm glutamato. Alimentos
como peixes, crustáceos, espinafre, cogumelos, tomates maduros, molho de soja e até o leite materno são
exemplos desse tipo de sensação básica.
Existem regiões da língua com maior sensibilidade para determinadas sensações gustatórias, embora esses
botões gustativos sejam encontrados em todas as regiões da língua. Todas as sensações que percebemos são
combinações das cinco sensações básicas podendo uma delas se sobressair sobre as demais e sempre
conjuntamente com as informações olfatórias.
 Cinco sensações básicas.
Os botões gustativos nos 2/3 anteriores da língua são inervados por ramos do nervo facial (VII PAR CRANIANO).
Os botões gustativos do 1/3 posterior da língua são inervados pelo nervo glossofaríngeo (IX PAR CRANIANO). Os
botões gustativos na epiglote e no esôfago são inervados pelo nervo vago (X PAR CRANIANO), que são os nervos
cranianos encarregados de transmitir os sinais ao SNC.
Interessante mencionar, em relação aos dois sentidos químicos, que acabamos de estudar que, tanto o olfato,
quanto a gustação trabalham juntos, municiando o SNC com informações sobre os alimentos. Ao sentir o odor de
algo agradável, ao mesmo tempo, imaginamos o sabor que aquilo tem. O que, muitas vezes, achamos ser o sabor
de um alimento, na verdade, é o seu odor que foi percebido antes.
A captação das substâncias odorantes acontece antes da gustação, pois o olfato é mais sensível do que a
gustação, e essas informações captadas são enviadas antes das sensações gustatórias ao SNC. O odor da
substância desencadeia umasérie de alterações �siológicas, como a salivação e a secreção de enzimas
digestivas. Na prática, já notamos isso quando estamos resfriados ou gripados e temos di�culdade de sentir o
odor das coisas e o sabor dos alimentos �ca completamente alterado, parecendo até não ter sabor algum.
AUDIÇÃO
O órgão da audição é a orelha, que também tem participação importantíssima no equilíbrio. A orelha pode ser
dividida em três partes: orelha externa, média e interna. As suas estruturais neurais estão bastante protegidas na
orelha interna dentro da cóclea.
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A percepção da energia transportada pelas ondas sonoras é chamada de audição. Essas ondas sonoras podem
ser medidas em Hertz (Hz) e, em média, o ser humano é capaz de escutar frequências entre 20 e 20000 Hz. Se
compararmos os seres humanos com outros animais, veri�caremos que, assim como no sentido do olfato, a
nossa sensibilidade auditiva é bem menor. A intensidade das ondas sonoras é medida em decibéis (dB) e uma
intensidade muito alta, acima de 80 dB já é potencialmente lesiva para o ser humano. Esse dano dependerá da
duração e da frequência da exposição do indivíduo, além da intensidade.
As ondas sonoras que chegam à orelha externa passam por um canal chamado de pina, até que se deparam com
a membrana timpânica e produzem uma vibração que serão passadas para três pequenos ossos na orelha média
(martelo, bigorna e estribo). O martelo é conectado à membrana timpânica, e os três ossos são conectados entre
si. Esses ossos, então, ampli�cam e transmitem essa vibração para outra membrana denominada forame oval na
cóclea, que se localiza na orelha interna, pois a extremidade do estribo encontra-se ligada ao forame oval. Essas
vibrações são convertidas em ondas de �uido nos canais da cóclea que ativam células pilosas sensitivas que
liberam neurotransmissores (substâncias químicas), e os neurônios sensitivos primários vão conduzir essa
informação para que ela seja decodi�cada pelo encéfalo.
 Anatomia da orelha.
A cóclea se localiza na orelha interna dentro de uma concha óssea, denominada de labirinto, e está
completamente preenchida por um �uido chamado de linfa. Existem três canais compondo a cóclea: ducto
vestibular, ducto coclear e ducto timpânico. O �uido no interior dos ductos vestibular e timpânico é chamado de
perilinfa e o �uido no interior do ducto coclear é denominado endolinfa.
No ducto coclear, �ca o órgão de Corti, que é formado por células pilosas e células de suporte. É do órgão de Corti
que �bras nervosas se projetam e entram nos núcleos dorsal e ventral cocleares, que �cam na região superior do
bulbo no tronco encefálico. Nessa área, as �bras fazem sinapse com neurônios de segunda ordem e a maioria dos
neurônios secundários passa para o lado oposto do tronco encefálico até chegarem ao complexo olivar superior,
enquanto uma menor parte dos neurônios secundários se projeta para o complexo olivar superior pelo mesmo
lado.
No complexo olivar superior, a via auditiva ascende pelo lemnisco lateral se dirigindo ao colículo inferior onde
fazem sinapse, no mesencéfalo, dirigindo-se ao núcleo geniculado medial, onde novamente fazem sinapse, ainda
no mesencéfalo. Finalmente, a via auditiva segue até o córtex auditivo, que se localiza principalmente no giro
superior do lobo temporal.
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 Vias auditivas.
VISÃO
O órgão da visão é o olho, por onde a luminosidade penetra e é focalizada pelo cristalino na retina, que �ca no
fundo do olho. Na retina de cada olho, há aproximadamente 126 milhões de fotorreceptores e existem dois tipos
de fotorreceptores: os cones e os bastonetes.
A proporção entre cones e bastonetes é de 1 para 20, ou seja, para cada cone existem 20 bastonetes. Assim,
existem em torno de 120 milhões de bastonetes e 6 milhões de cones. Os cones têm alta acuidade visual e são
responsáveis pela visão multicromática quando os níveis de luminosidade são altos. Existem cones
especializados para a luz vermelha, azul e verde. Já os bastonetes são responsáveis pela visão monocromática e
funcionam quando existem baixos níveis de luminosidade. Os fotorreceptores transduzem a energia luminosa em
energia elétrica, que se desloca por uma via com neurônios bipolares e células ganglionares, que através de seus
axônios formam o nervo óptico (II PAR CRANIANO), que sai do olho pelo disco óptico.
Nas membranas celulares dos fotorreceptores, estão ligados os pigmentos visuais sensíveis à luz. São esses
pigmentos visuais transdutores que convertem a energia luminosa em potenciais de ação. O olho tem cones para
a luz vermelha, verde e azul. O processo de fototransdução é similar tanto para a rodopsina (pigmento visual dos
bastonetes) quanto para os três pigmentos coloridos dos cones.
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 Anatomia do olho humano.
A luminosidade que entra nos olhos passa por algumas alterações antes de chegar à retina.
Em primeiro lugar, a alteração ocorre na pupila, que se localiza entre a córnea e o cristalino, bem no centro da íris,
em uma região chamada de parte média do olho ou úvea. A pupila é capaz de se ajustar, dilatando-se na escuridão
e se contraindo na luz, alterando a quantidade de luz que chegará aos fotorreceptores na retina. Em uma claridade
normal, a pupila tem um diâmetro de aproximadamente 3 a 5 milímetros. Em ambientes com grande
luminosidade, o diâmetro pode chegar a medir 1,5 mm; e em ambientes escuros, pode ter o diâmetro de 8 mm.
Em segundo lugar, a alteração ocorre no cristalino, ou lente, que se localiza entre a pupila e o humor vítreo e é uma
estrutura biconvexa, gelatinosa que possui grande elasticidade. Essa elasticidade diminui progressivamente com a
idade ou a sua transparência pode ser afetada gerando uma visão “borrada” ou “opaca”, como acontece na
catarata que precisa ser removida cirurgicamente. O cristalino é capaz de alterar seu formato para focar as ondas
de luz: quando o objeto se encontra distante, ele achata; quando o objeto se encontra perto, ele arredonda.
Na óptica, essa capacidade de se autoajustar do cristalino é chamada de acomodação. Uma luz proveniente de
um objeto distante chega aos olhos através de raios paralelos, e por isso o cristalino se achata para que o ponto
focal alcance a retina. Enquanto para focar um objeto mais próximo, o cristalino torna-se mais arredondado. Esse
ajuste do cristalino é produzido pela ação dos músculos ciliares e das zônulas.
 Cristalino se ajustando de acordo com a proximidade do objeto.
Ao chegar à retina, o feixe de luz é captado pelos fotorreceptores que transformam a energia luminosa em energia
elétrica, ou seja, fazem a transdução. Interessante que a retina é oriunda dos mesmos tecidos embriológicos que
o originam o sistema nervoso central. No processamento dos sinais na retina, existe uma característica chamada
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de convergência, ou seja, vários neurônios fazem sinapse em apenas uma célula pós-sináptica. De 15 a 45
fotorreceptores fazem sinapse com um neurônio bipolar, apesar de que, na fóvea, possa haver a relação de um
cone para um neurônio bipolar.
Os neurônios bipolares unem funcionalmente os fotorreceptores (cones e bastonetes) com as células
ganglionares que se localizam mais internamente. Nas camadas da retina, ainda existem outros tipos de células.
Dentre elas, podemos destacar as células horizontais, que contactam diversos receptores, as células amácrinas,
que realizam contato com as células ganglionares, e as células de sustentação como os astrócitos, as micróglias
e as células de Müller.
Os neurônios bipolares múltiplos inervam seguidamente uma célula ganglionar simples, fazendo com que a
informação proveniente de milhões de fotorreceptores seja condensada em aproximadamente um milhão de
axônios que saem do olho pelo nervo óptico.
O nervo óptico é encarregado de transmitir esses sinais ao encéfalo através do quiasma óptico, onde atravessam
para o lado contralateral para poderem ser processados. Ao saírem do quiasma óptico, alguns axônios se dirigem
ao mesencéfalo, responsável pelo controle ocular e informações somatossensitivas,e a maior parte vai para o
tálamo, onde as �bras ópticas fazem sinapse com os neurônios que se dirigem ao córtex visual, localizado no lobo
occipital.
 Localização do córtex visual (lobo occipital).
FISIOLOGIA DA SENTIDOS
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09:23
 VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. Os receptores de sabor na boca detectam as cinco modalidades de sabor: doce, salgado,
acidez, amargo e umami. Qual o tipo de receptores da gustação?
Responder
2. O órgão responsável pela captação dos sons é a orelha. Qual das estruturas abaixo não
é encontrada nela?
TermorrecepptoresA)
FotorreceptoresB)
QuimiorreceptoresC)
MecanorreceptoresD)
NociceptoresE)
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é encontrada nela?
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CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Você aprendeu neste tema o que é potencial de repouso da membrana, potencial graduado e potencial de ação e
como ocorre a comunicação neural. Também aprendeu a identi�car quais são e como atuam os sentidos
somatossensoriais, bem como a sua importância para o ser humano. Além disso, reconheceu quais são e como
atuam os sentidos especiais, também compreendendo sua relevância para o ser humano.
Ainda existem muitas lacunas para serem respondidas sobre o funcionamento do sistema nervoso, que, com as
novas técnicas investigativas, começam a ser desvendadas pelos cientistas. Por isso, uma constante atualização
através de artigos cientí�cos, participação em congressos, cursos e similares é imprescindível para que o
pro�ssional de nível superior esteja sempre atualizado e pronto para utilizar os conhecimentos para atender da
melhor forma possível seus bene�ciários.
Membrana timpânicaA)
Forame ovalB)
Córtex auditivoC)
LabirintoD)
Ducto timpânicoE)
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PODCAST
0:00 16:25
REFERÊNCIAS
AIRES, M. M. Fisiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018.
BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: desvendando o sistema nervoso. Porto Alegre:
Artmed, 2017.
BERNE, R. M.; LEVY, M. N. Fisiologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
HALL, J. E. Guyton & Hall. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSEL, T. M. Princípios da neurociência. Barueri: Manole, 2003.
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociências. Atheneu, 2010.
SILVERTHORN, D. U. Fisiologia Humana: uma abordagem integrada. Porto Alegre: ArtMed, 2017.
EXPLORE+
Leia o artigo sobre a relação da propriocepção com a prevenção de lesões de Márcio L. P. Domingues: Treino
proprioceptivo na prevenção e reabilitação de lesões nos jovens atletas, publicado na Revista de Desporto e
Saúde. 4(4): 29-37, 2008.
Consulte também o artigo sobre a sensibilidade para a dor de Anita Perpétua Carvalho Rocha et al.: Dor:
Aspectos Atuais da Sensibilização Periférica e Central, publicado na Revista Brasileira de Anestesiologia.
57(1): 94-105, 2007.
CONTEUDISTA
Ercole da Cruz Rubini
 Currículo Lattes    
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