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Redação: O sistema prisional brasileiro e seus efeitos no século XXI

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Olá! 
Meu nome é Pedro Moura (@pedroh.sa) e tirei 
960 no ENEM 2020 
Estou disponibilizando minha redação. 
Tenho outras redações disponíveis no meu 
perfil do “Passei Direto”, dá uma olhada! 
 
 
 
 
 
 
 
C1: 180 
C2 200 
C3: 200 Total: 980 
C4: 200 
C5: 200 
Tema: O sistema prisional brasileiro e seus efeitos no sec. XXI 
No universo da saga Harry Potter, aqueles que cometiam crimes eram levados para a prisão de Azkaban, 
local deteriorado e que, muitas vezes, provocava a insanidade mental. Embora seja ficção, tal cenário é um 
reflexo do caótico sistema prisional brasileiro, haja vista que esse não possui o compromisso com a 
cidadania do detendo, nem sequer com o seu futuro após a reclusão. Dessa forma, rever a situação em que 
essa conjuntura atua é indispensável para avaliar seus efeitos. 
Antes de tudo, vale destacar que a sociedade contemporânea possui o pensamento equivocado de que o 
papel da prisão é gerar um castigo ao infrator. Sob esse viés, esse olhar social corrobora para o que o 
sociólogo Pierre Bourdieu chamava de Violência Simbólica, na qual uma atitude imoral é naturalizada. 
Nesse sentido, observa-se que o sistema carcerário está de acordo com o termo do sociólogo, não só por 
infringir os direitos humanos – rompendo com a dignidade de vida garantida pela Constituição Federal – 
mas também por tornar essa prática banal. Assim, evidencia-se que a mentalidade do meio social de não 
contestar essas medidas faz com que o desrespeito com a cidadania do preso se perpetue. 
Além disso, outro fator que expressa os impasses em torno do cárcere diz respeito ao despreparo do 
Estado. No que tange a esse assunto, verifica-se que a abordagem dada ao presidiário é uma questão 
essencial para que a prisão seja uma medida efetiva. Nesse contexto, analisa-se que o tratamento violento 
nas cadeias -atitude enraizada pelo Estado- provoca consequências negativas, como rebeliões e ascensão 
de facções criminosas. Ademais, a incapacidade estatal fica clara quando os índices de reincidência atingem 
70%, segundo a CPI do sistema carcerário. Logo, é notório que o detendo não é amparado depois de 
receber liberdade e, sem oportunidades, existe a tendencia do mesmo retornar ao mundo do crime, 
gerando um ciclo. 
Em face do exposto, medidas são necessárias para solucionar os entraves ligados ao sistema prisional. Cabe 
ao Governo Federal, aliado ao Ministério da Justiça, a criação de programas assistenciais que visem a 
proteção dos direitos humanos nas prisões, bem como a inserção do ex-presidiário no mercado de 
trabalho. Ademais, é importante que tal inserção seja feita, inicialmente, por meio de trabalhos 
voluntários. Dessa maneira, as barreiras que afetam a dignidade humana no presidio seriam amenizadas da 
mesma forma que as problemáticas relacionadas à reincidência, fazendo com que a realidade do nosso 
sistema prisional deixe de ser reflexo de Azkaban.

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