A monarquia foi a primeira forma de governo adotada por Atenas, cujo rei recebia o título de basileus. Com o passar do tempo, a aristocracia eupátrida substituiu aquela forma de governo por um regime oligárquico-aristocrático. O basileus foi substituído por nove arcontes, magistrados eleitos anualmente pelo areópago, conselho eupátrida que exercia o poder legislativo. As leis propostas pelo aerópago eram votadas pela eclésia, assembléia popular formada pelos cidadãos. A participação de Atenas na colonização dos mares Negro e Mediterrâneo impulsionou sua produção manufaturada e seu comércio marítimo, enriquecendo a classe média dos demiurgos. A concorrência dos produtos importados arruinou os pequenos agricultores e concentrou a terra nas mãos da aristocracia. Agravaram-se a escravidão por dívida, as hipotecas sobre a terra e o desemprego. Atenas foi mergulhada numa crise política-social e as lutas entre demos e a aristocracia abriram caminho para o surgimento dos legisladores e dos tiranos. Resumo: Antiguidade Clássica: Atenas A Geografia, a economia e a sociedade Atenas foi fundada pelos jônios. Localizava-se na península da Ática do Pireu. A Ática dividia-se, geograficamente, em três regiões: o litoral (parália), a planície (pédion) e a montanha (diácria). Segundo a tradição, Atenas teria sido fundada por Teseu; no entanto a sua formação resultou da fusão das tribos da Ática. A proximidade do mar Egeu contribuiu para que Atenas desenvolvesse a navegação e o comércio e participasse do movimento de colonização (Segunda Diáspora Grega). A economia ateniense era baseada na agricultura, manufatura e comércio; sua sociedade dividia-se em três classes: os cidadãos, os metecos e os escravos. A classe dos cidadãos subdividia-se em várias camadas: eupátrias (aristocracia agrária), georgoi (pequenos agricultores) e demiurgos (artesãos e comerciantes). Os metecos eram estrangeiros residentes em Atenas e dedicavam-se, geralmente ao comércio e à manufatura. Os escravos constituíam a maior parte da população. Em Atenas, somente os cidadãos* possuíam direitos políticos. As mulheres não podiam participar das assembleias, exercer cargos públicos, herdar bens e sair de casa desacompanhadas. Os pais se encarregavam de casar as filhas adolescentes, as quais, após as núpcias, ficavam sob a tutela do marido. As mulheres pobres tinham que trabalhar no preparo de alimentos e cuidar dos filhos, atividade que as mais ricas podiam deixar a cargo de escravos ou escravas. *Cidadão: em Atenas era considerado cidadão todo homem livre, maior de 18 anos, filho de pai e mãe ateniense. Tinham direito de adiquir terras e de participar do governo da cidade. Instituições políticas atenienses. Re su m o re tir ad o do H is tó ria A nt ig a e M ed ie va l: da c om un id ad e pr im iti va a o Es ta do m od er no . A ut or es : L eo ne l I au ss u A. M el lo & L uí s Cé sa r A m ad C os ta . S ão P au lo : S ci pi on e. 19 94 . La yo ut : P ro fe ss or a Sa br in a Al ve s Legisladores e tiranos em Atenas. Drácon, primeiro legislador, elaborou um código escrito para Atenas, cuja severidade contribuiu para aumentar a insatisfação popular. Sólon, o segundo legislador, aboliu a escravidão por dívidas, levantou as hipotecas sobre a terra, incrementou o comércio e a manufatura. Redividiu, também, a sociedade ateniense em quatro classes que, segundo o critério de riqueza, participariam do arcontado, do areópago, da Bulé (Conselho dos 500), da eclésia e da heliéia. O fracasso das reformas de Sólon desencadeou insurreições populares e a conquista do governo através da violência realizada pelos tiranos. Psístrato, primeiro tirado ateniense, realizou uma reforma agrária e enfraqueceu os eupátridas. Seus filhos, Hiparco e Hípias, perderam o apoio do demos e o poder foi conquistado por Iságoras, tirano antipopular. Este foi, por sua vez, derrubado por Clístenes, tirano cujas reformas implantaram em Atenas o regime democrático. Da democracia ateniense participavam apenas os cidadãos e estavam marginalizados os estrangeiros, as mulheres e os escravos. Clístenes implantou, também o ostracismo, medida repressiva que consistia em exilar de Atenas aqueles que conspirassem contra o regime democrático. A democracia ateniense atingiu o apogeu durante o governo de Péricles.