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Caso Concreto -Habeas Data

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Caso Concreto 4 – Semestre 2021/1 
Disciplina Prática Simulada Civil V 
Acadêmica: Anne Cristina A. Lorenzetti- Matrícula - 202003071773 
 
RESOLUÇÃO 
Habeas Data contra Ato de Ministro de Estado 
 
AO DOUTO JUIZO DA PRESIDÊNCIA SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA 
 
 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, portador do documento de 
identidade Registro Geral- RG. nº…, inscrito no Cadastro de Pessoas Físicas-
CPF/MF sob o nº… , residente e domiciliado na Rua… , nº… Bairro… 
Cidade/Estado, por sua advogada inscrita na OAB nº… sob nº. que esta 
subscreve (instrumento de mandato incluso), com endereço na Rua…, nº… 
Bairro… Cidade /Estado, CEP:… , local indicado para receber intimações 
(art.39, do CPC), vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com 
fundamento no art.5º, LXXII, da Constituição Federal de 1988 e Lei 
9.507/1997, e art.282 e ss. do Código de Processo Civil, impetrar 
“HABEAS DATA” em face do ato praticado pelo MINISTRO DE 
ESTADO DE DEFESA, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
I- DO FORO COMPETENTE 
 
O art.105, I, “b”, da Constituição Federal, bem como o art.20, I, 
“b”, da Lei 9507/97, estabelece que: “Compete ao Superior Tribunal de Justiça, 
processar e julgar, originariamente, os mandados de segurança e os habeas data 
contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e 
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal”. 
Desse modo, verifica-se que a competência para processamento e julgamento da 
presente ação direta de inconstitucionalidade é originária do Superior Tribunal 
de Justiça. 
 
 
II- DO INTERESSE DE AGIR 
 
Nos termos do art.8º, parágrafo, único da Lei 9507/1997, 
comprovado o interesse de agir do Impetrante, legitimador do presente Habeas 
Data, pois junta-se cópia do anterior indeferimento do pedido à ficha de 
informações pessoais, no período em que, Tício, foi monitorado pelos órgãos de 
inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado. 
Como se verifica dos documentos juntados, a atitude da Autoridade 
Coatora viola flagrantemente, o direito do Impetrante em ter acesso, às suas 
informações pessoais e, portanto, de seu pessoal interesse, que estão nos 
arquivos públicos do período em que foi monitorado e preso para averiguações. 
 
III- DOS FATOS 
 
O Impetrante na década de setenta, participou de movimentos 
políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais 
atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para 
averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência 
vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes 
federais. 
Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha 
de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias 
administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da 
Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo 
das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado 
estão indisponíveis para todos os cidadãos. 
 
IV- DO DIREITO 
 
Ocorre que o art. 5º, LXXII, da CF/1988 assim dispõe: conceder-se-á 
“habeas-data”: 
 a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades 
governamentais ou de caráter público; 
 b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo. No mesmo sentido é a redação do 
art.7º, da Lei 9507/1997. 
 
De outra banda o art.5º, XIV da CF/1988 diz que é assegurado a todos 
o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao 
exercício profissional. 
 
Ademais, o Art.37, caput da CF/1988, assenta que administração 
pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. 
 
Dessa forma, resta claro, que houve desrespeito aos dispositivos 
constitucionais ora elencados, pois ainda que haja ressalva do sigilo 
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, não se pode confundir a 
preservação das atividades do Estado, com o direito, também, constitucional de 
ter-se acesso, somente, às suas informações pessoais, de interesse claramente 
particular. 
O sigilo estaria preservado e o respeito à Lei também, pois o acesso 
pretendido o é somente dos dados pessoais do Impetrante, não houve e não há 
pedido para acesso de dados de terceiras pessoas constante dos arquivos 
públicos do período desejado. 
 
Resta patente que o ato denegatório no fornecimento de informações 
do Impetrante, inclusive com o esgotamento da via administrativa, se mostra 
ilegal e abusivo, já que é contrário aos dispositivos Constitucionais que 
garantem o direito de acesso à informação de dados do Impetrante. 
 
 
V- DO PEDIDO 
 
Face ao exposto, requer o Impetrante que Vossa Excelência se 
digne: 
1) notificar o coator sobre os fatos narrados a fim de prestar as 
informações que entender necessárias (art.9º, da Lei 9507/1997); 
2) determinar a oitiva do representante do Ministério Público no 
prazo de cinco dias (art.12 da Lei 9507/1997); 
3) julgar procedente o pedido, determinando ao Impetrado o 
fornecimento das informações pleiteadas (art.13 da Lei 9507/1997) 
 
Considerando que o art.5º, LXXVII da CF/1988, afirma que são 
gratuitas as ações de habeas data, e, na forma do Art. 1º, I da Lei 9265/1996 são 
gratuitos os atos necessários ao exercício da cidadania, o Impetrante deixa de 
atribuir valor a respectiva ação. 
 
Nestes termos, pede deferimento. 
 
 
Local e Data 
Advogado (a) 
OAB nº ...

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